Revista Keyboard Brasil 2015 número 24

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características como as do Wagner, excelente dinâmica, swing, bom gosto, etc. Ficamos em contato. E, na primeira oportunidade que tive, o chamei. O estilo e versatilidade dele combinou muito. O Filipe veio através de amigos em comum quando procurávamos um guitarrista que tivesse ao mesmo tempo, um estilo próprio, conseguisse acompanhar e solar na onda dos guitarristas de organ trio e também pudesse participar das músicas autorais. O mais importante é que temos uma "vibe" parecida, muito respeito, humildade, amizade e profissionalismo. RKB: Além dos shows, vocês fazem parte de um projeto muito legal chamado "Cult.Jazz", realizado na Livraria Cultura do Bourbon Shopping, em São Paulo. Podem nos dizer sobre isso? HG: Além de tocar em ótimas casas, clubs de jazz e realizar eventos fechados, sempre procuramos lugares diferentes para tocar. Em 2014, estávamos procurando um teatro para nos apresentar regularmente. Foi, então, que nos foi oferecido o auditório da Livraria Cultura com o desafio de juntar música e literatura. Tivemos a ideia de unir nosso show com algumas pequenas intervenções entre as músicas para sugerir não só livros e autores mas, também, discos, filmes e outras artes que pudessem ser relacionada com o jazz e dentro do nosso estilo musical. Nosso amigo Patrick Delfosse e Pedro Herz, da Livraria Cultura deram algumas sugestões e, assim, surgiu o Cult.Jazz. Aproveitamos o telão do auditório, ilustramos com fotos

e capas dos discos, etc. Acontece em um horário acessível, aberto ao público geral e é gratuito, uma oportunidade ótima para tocar para um público de diversas idades e estilos. Ao mesmo tempo, nos faz pesquisar mais e ficar atentos em outras artes para relacioná-las e criar novo conteúdo. A cada semana mudam o repertório, livros e histórias. RKB: Daniel, você estudou piano erudito. Como foi sua transição para o Hammond e como surgiu a ideia de criar o Hammond Grooves? HG: Estudei piano erudito desde pequeno começando com minha avó, professora de piano, Lucia Latorre. Entre idas e vindas, estudei com diversos professores como Dona Lina Pires de Campos, Maria Thereza Russo e outros. Mas, foi na adolescência que vi um video de Jimmy Smith tocando e tudo mudou. Na época, não havia informação a respeito e só consegui guardar que ele tocava um Hammond. Descobri que vários outros discos e bandas que eu curtia tinham o tal do Hammond!!! Pronto, era isso que eu precisava tocar. Eu sempre gostei do piano acústico e o piano elétrico, mas sentia que nestes instrumentos faltava algo a mais para me expressar. O Hammond me permite o "Som Infinito", o efeito de chorus mecânico que soa como poeira estelar; a versatilidade de timbres que ora podem ser doces e suaves como chantilly, ora estrondosos e impactante como a maior onda do mar se quebrando! Fiquei determinado a me aprofundar neste instrumento. Descobri que tinha um Revista Keyboard Brasil / 47


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