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Do circuito para a cidade SEAT MÓ 125 PERFORMANCE

Já com cerca de um ano de comercialização, a SEAT decidiu atualizar a MÓ 125, dotando-a de melhores prestações, mais autonomia e uma experiência mais confortável, versátil e realmente útil para o dia a dia dos clientes em ambiente urbano. Eis a Performance!

Há vários anos que a marca catalã, integrada no universo VW, tem vindo a apostar na mobilidade sustentável e também em veículos de duas rodas amigos do ambiente, particularmente vocacionados para uma utilização urbana e descontraída.

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A mais recente aposta da Seat é a MÓ 125 Performance que tivemos oportunidade de testar na apresentação internacional, que teve lugar em Barcelona. Sendo a versão base já nossa velha conhecida, partíamos assim focados em perceber se afinal de contas o diferencial de preços entre ambas é justificável ou não.

Principais Destaques

O segmento das scooters elétricas, equiparadas a 125 cc, tem um poten- cial enorme pelo que a oferta continua a crescer e a diversificar-se. Também foi, em parte, a pensar nisso que a SEAT decidiu lançar esta versão Performance, previamente testada em circuito (onde conseguiu estabelecer dois recordes do “Guiness” pela maior distância percorrida numa scooter elétrica em 24 horas) e só depois lançada na selva urbana. Numa primeira impressão estática há várias diferenças, incluindo novas cores: azul Tarifa e cinza Barcelona. Mas há mais!

Uma das mais relevantes é o sistema de suspensões, com um significativo avanço em termos de desempenho, dinâmica, segurança e conforto. A suspensão convencional dianteira é agora desenvolvida com apoio da marca Andreani e tem um comportamento mais consistente face à versão normal. O amortecedor traseiro é fornecido pela Öhlins e permite regulação na compressão e extensão do amortecedor, bem como na pré-carga da mola. O sistema de travagem surge melhorado, mais potente, agora fornecido pela Galfer, com um tacto inicial que chega a ser um pouco agressivo. Relativamente à ausência do sistema ABS, fomos informados pelo Diretor da SEAT MÓ, Lucas Casanovas, que está ainda em fase de desenvolvimento, mas virá a ser fornecido no futuro. O próprio assento duplo, em alcântara, é agora fornecido pela Shad, com um toque mais aveludado e proporciona um conforto de nível superior e podemos confirmar que a diferença é notória. Também a adição da função “eBoost”, a partir dos 80 km/h, permite atingir uma velocidade máxima mais alta (agora 105 km/h, anteriormente 95 km/h) e uma aceleração mais rápida dos 0 a 50 km/h em 2,9 seg, em vez dos anteriores 3,9 seg.

A travagem é combinada (CBS), com um disco de 260 mm na dianteira e outro de 240 mm atrás. É potente e algo brusca.

Ao contrário do que é normal nas scooter, na MÓ temos espaço para dois capacetes integrais por baixo do assento.

Esteticamente está muito bem conseguida, com uma imagem muito moderna, elegante e boas proporções.

Din Micas De Condu O

Mencionar a componente dinâmica numa “e-scooter”, equivalente a uma 125 cc com motor a combustão, pode até parecer um contrassenso, mas não é. Ainda que o peso total ronde os 150 kg, dos quais cerca de 40 kg são da bateria, a realidade mostra que o comportamento dinâmico a coloca no topo da hierarquia da sua classe. A posição de condução é agradável e intuitiva, o painel de instrumentos legível e bastante completo, incluindo um sistema efetivo de controlo da carga de bateria, autonomia prevista ou um indicador da temperatura exterior, além de conetividade via Bluetooth e App dedicada.

O arranque é vigoroso e pode até apanhar desprevenido um condutor mais incauto. Afinal de contas são 119 Nm de binário disponíveis logo a partir do primeiro instante e temos diferentes modos de condução. O modo Eco, é adequado a uma condução mais ecológica e com limites ao desempenho. Será certamente neste modo que a autonomia teórica de 133 km poderá ser atingida e é a escolha perfeita para quem tem pouca experiência e confiança ou em condições mais adversas de piso e meteorologia.

As suspensões são bastante diferentes face à versão base, com uma forquilha convencional na frente e um amortecedor Öhlins ajustável na traseira.

O modo City é aquele que reúne o melhor de dois mundos: desempenho e economia, sendo a escolha incontornável para quem deseja uma condução mais entusiasmante, mas valoriza bastante a economia da bateria, sem abdicar da diversão na condução. Por último, o modo Sport dá-nos a possibilidade de extrair tudo o que a MÓ tem para dar. Ao atingirmos os 80 km/h podemos selecionar o Sport+ e ir além dos 95 km, durante 30 segundos, sentindose um efetivo “boost” de energia, ainda que a custo de uma menor autonomia da mesma. Foi testado num troço de autoestrada, onde atingimos os 105 km/h. A confiança que a Performance nos transmite a curvar faz dela uma delícia em estradas de montanha, tal como encontrámos em Barcelona. Depois a segurança das suspensões, a rigidez do chassis e a travagem combinada acabam por convidar a cometer alguns exageros. Até a roda de 15” à frente e 14” atrás, calçadas com pneus Pirelli, ajudam à diversão. Tudo somado, a MÓ Performance brilha e de que maneira! Fácil de conduzir, segura, rápida e com custos de utilização reduzidos tem o essencial para dar certo, mesmo numa condução mais empenhada e em estradas mais desafiantes.

A Dimens O Racional

Naturalmente que a marca deu um valor acrescido à componente dinâmica, não descurando a dimensão racional e a importância de ter um veículo de zero emissões, silencioso e capaz até de algumas saídas para lá das nossas urbes, desde que se tenha presente as suas limitações.

A autonomia real, de acordo com a nossa experiência, ficará próximo dos 100 km. Claro que num teste desta natureza é fundamental perceber as reais capacidades do veículo e circulámos quase sempre em modo

O design é um dos elementos diferenciadores da SEAT MÓ. As dimmensões compactas remetem-nos para os modelos a combustão.

Sport ou mesmo Sport+ e a orografia do terreno não ajudou, mas certamente não será difícil conseguir 100 km. Por outro lado, o tempo de carga é significativo: entre 6 a 8 horas. Não está prevista, de acordo com o que nos foi comunicado, a possibilidade de sistemas de carregamento rápido. Iria encarecer o preço final e contrariar a lógica de um veículo de caráter urbano e suburbano. A bateria com cerca de 40 kg intimida um pouco, sendo a solução mais óbvia proceder ao carregamento da mesma sem a retirar. A alternativa, bastante simples, é desencaixá-la e utilizar o sistema de rodas, tipo “trolley”, para a levar até um ponto de carregamento. Agora imagine-se que reside num 2.º andar sem elevador. Então aqui tem mesmo um problema mais delicado.

Destaque ainda para o equipamento como a marcha-atrás, descanso central e lateral ou o espaço de carga por baixo do assento para acomodar dois capacetes integrais. E cabem mesmo!

Incontornavelmente e numa perspetiva racional, há que ter em atenção o fator preço. Fica claro que a Performance está bastante acima da versão normal. O preço de tabela recomendado pela Seat para a versão MÓ nor- mal é de 7200,77€ (com despesas incluídas) para Portugal Continental, já que nas ilhas, as despesas administrativas acrescem 300€ ao preço indicado. Na versão Performance, nas mesmas condições temos um valor final de 8823,67€, mais 1622,9€ que a versão normal.

Valor ajustado? Um exagero? Cabe a cada um decidir. Em suma, a Seat MÓ 125 Performance é bastante diferente, para melhor. Mais dinâmica, segura, ágil, divertida e até exclusiva. Apenas o seu custo de aquisição mais elevado, pode reduzir-lhe as hipóteses de sucesso.

Acess Rios

A MÓ conta com uma linha de acessórios dedicada como luvas, suportes para telemóvel, um capacete jet ou um exclusivo da Shoei (estão previstas apenas 100 unidades), cadeados, top case traseiro de 39 litros e respetivo suporte, para-brisas mais alto, entre outros. Especial destaque para o dispositivo luminoso “Cosmo Connected”, que pode ser colocado na traseira do capacete, melhorando a visibilidade dos outros condutores e com diversas funções (luz de circulação, de travagem ou de alerta).

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