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Esfuziante!
Ao apresentar a 5.ª geração da S1000RR, a BMW voltou a elevar a fasquia entre as superdesportivas. Menos 7 kg e mais 16,5 cv são argumentos importantes a que se junta uma eletrónica aprimorada. Fomos ao circuito de Almeria validar os novos trunfos da superbike germânica.
Desde o primeiro olhar que é impossível ficar indiferente à expressão da dianteira. E, no entanto, tudo faz sentido, reconhece-se a proveniência, aprecia-se a evolução e encontra-se equilíbrio nas formas. Longe vai a irreverência da assimetria do farol e painéis laterais que surpreendeu o mundo em 2009, mas continua o lado esotérico do design. Não é simples e exige tempo para se revelar.
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A traseira foi redesenhada e o suporte de matrícula, mais elevado e curto, acentua a diferença. Mas é na frente que o estilo se envolve com a performance. O formato acentua a penetração aerodinâmica, fundamental para a velocidade máxima, mas são as ‘asas’ que colam a frente ao asfalto. Minimizam o levantar da roda dianteira e permitem mais aceleração, já que o controlo de tração é menos solicitado e a potência é usada para avançar.
Ensinamentos da competição, trazidos diretamente para uma moto que pode ser usada no dia-a-dia, que se juntam às impressionantes performances do quatro-em-linha. Valores referenciais num motor desportivo que continua a espantar pela disponibilidade em médias rotações, graças ao mecanismo de admissão variável ShiftCam. Assim que o motor atinge as 9.000 rpm o sistema muda em 10 milissegundos para outra configuração de árvore de cames, transformando-o numa besta de competição. Só assim é que é possível oferecer 100 Nm desde as 5.500 rpm quase
Estética
Prestações Comportamento
Suspensões
Travões
Consumo
Preço
Não verificado
Motor
Cilindrada
Alimentação
Potência
Binário
Transmissão
Quadro
Suspensão
Dianteira
Suspensão
Traseira
Travão Dianteiro
Travão Traseiro
Pneu Dianteiro
Pneu Traseiro
Distância entre Eixos
Altura assento
Peso
Depósito
Consumo
Cores
Garantia
Importador
PVP
Quatro cilindros em linha, refrigeração líquida, DOHC com sistema BMW ShiftCam, 16 válvulas 999 cc
Injeção eletrónica
BMS-O, acelerador eletrónico
210 cv/13.750 rpm
113 Nm/11.000 rpm Caixa de seis velocidades. Final por corrente
Dupla trave em alumínio
Forquilha telescópica invertida, diâmetro 45 mm, curso de 120 mm
Monoamortecedor, curso de 130 mm
Dois discos de 320 mm, pinças radiais de 4 pistões. BMW ABS Pro (desconectável) Disco de 220 mm, pinça de pistão simples
120/70 x 17”
190/55 x 17”
1457 mm (regulável)
824 mm
197 kg (em ordem de marcha); Race
Package: 195,4 kg; M
Package: 193,5 kg
16,5 L
6,4 L/100 km
Black Storm mettalic, Style Passion e Light
White BMW M
3 anos sem limite de km
BMW Motorrad

Portugal
21.713 € até ao corte de ignição, por volta das 14.600 rpm
Mas a evolução eletrónica não se ficou por aqui, juntando o novo Controlo de Deslizamento a toda a parafernália de ajudas. De forma simplificada, quando o sistema deteta a perda de tração na roda traseira em ângulo, compara a posição com o sensor colocado na coluna de direção e entra em modo ‘drift’. Em função das características do pneu, da superfície do asfalto e da tolerância de tracção estabelecida, quando o sistema deteta que o limite ‘drift’ está a ser excedido, intervém e reduz o deslizamento atenuando a potência.
CHASSIS COMUNICATIVO
Se há algo efémero é a flexibilidade ideal de um chassis, já que é o elemento de ligação entre as suspensões, pneus, performance do motor, tipos de estrada e estilos de condução. Se a todas estas variáveis dinâmicas juntarmos as inúmeras intervenções eletrónicas, percebemos que a perfeição é uma utopia. Por isso, o objetivo passou apenas por proporcionar maior precisão de condução e melhor leitura da roda dianteira, mantendo a configuração que junta quatro elementos em alumínio fundido e integrando o motor como elemento estrutural.
A flexibilidade foi assim otimizada, ditando a revisão do conjunto de amortecimento que, sendo o mesmo da anterior versão, surge com novas definições do controlo eletrónico, com ajustes programados em função dos quatro modos de utilização, podendo, no entanto, ser personalizada em cada um deles. Igual continua também o hardware do sistema de travagem, embora o software tenha ganho o modo Pro Setting Slick – que se junta aos 5 níveis de intervenção em curva – adicionando uma tolerância específica para pneus de competição.

Tudo somado, olhando apenas para a ficha técnica, não seriam de esperar grandes diferenças já que a adição de novas intervenções eletrónicas no comportamento ciclístico, por norma, nota-se mas não é determinante. Neste caso, tivemos um choque com a realidade.
Descobrir Um Novo Mundo
A aproximação à S1000RR tem algo de intimidante. Sobretudo sem espelhos ou piscas e com os slick Bridgestone Battlax V02 montados nas jantes de carbono! E mesmo a posição de condução, não sendo radical, é bastante inclinada para a frente. Não se sente pesada no movimento lateral, em parte também pelo efeito de alavanca que o guiador largo favorece. Por isso, a primeira impressão é tranquilizadora, apesar de a sentir alta de traseira os braços não ficam demasiado carregados e podemos manobrar o conjunto com suavidade.


Sem qualquer tipo de resistência nas mudanças de ângulo ou nas correções da trajetória, tanto para fechar como para ‘deixar ir’, não há necessidade de fazer grande força com as mãos. Tudo se passa sobretudo ao nível do tronco. Ao aumentar o ritmo, chega o momento de decidir se pretendemos estar na corda da curva acima ou abaixo das 8.000, já que isso influencia o disparo na saída. No circuito de Almeria são várias as zonas em que se pode optar por fazer em 2ª ou 3.ª velocidade, sem que, em nenhuma delas, se esgote a velocidade na reta seguinte. Acabei por optar pela saída mais suave, mas nem por isso preguiçosa, porque permite desenhar melhor a trajetória e afinar a travagem.
Curiosamente, ao aumentar o ritmo, não surgem algumas das reações aflitivas esperadas em determinados pontos, em função dos atrevimentos,
Aberturas nas carenagens deixam ver as entranhas e do lado direito pode-se apreciar a complexidade do sistema de escape.
As suspensões, além de serem totalmente ajustáveis e topo de gama, trabalham em conjunto com a eletrónica para tornar a condução rápida e sem falhas.