Esperando Bojangles

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Olivier Bourdeaut nasceu à beira

manhã e de tarde. Às vezes eu dançava com eles. Dançavam com uns trejeitos realmente incríveis, atropelavam tudo no caminho [...]. Diante de uma imensa foto preta e branca de Mamãe pulando de vestido de baile numa piscina, havia um bonito e antigo toca-discos no qual girava sempre o mesmo elepê de Nina Simone, e a mesma música: ‘Mr. Bojangles’.

muito bem que ela não estava totalmente lúci“da,Euquevia seus olhos verdes delirantes escondiam falhas secretas, que suas faces infantis, meio bochechudas, dissimulavam um passado de adolescente ferida. [...] Pensei que era por isso que dançava alucinada, para esquecer seus tormentos.

300 mil exemplares vendidos na França em 2016

ISBN 978-85-513-0086-2

9 788551 300862

O l i v i e r

Apenas um ano após sua publicação na França, em 2016, Esperando Bojangles foi contemplado com diversos prêmios literários, alcançou a marca de 300 mil exemplares vendidos e teve seus direitos de tradução negociados para 29 países.

B o u r d e a u t

Esperando Bojangles r o m a n c e

Esperando Bojangles

A tradutora Rosa Freire d’Aguiar é carioca. For­mada em Jornalismo, foi, nos anos 1970 e 1980, correspondente em Paris das revistas Manchete e IstoÉ. Desde que retornou ao Brasil trabalha no mercado editorial. Traduziu do francês, do espanhol e do italiano cerca de cem títulos de literatura e ciências humanas. É autora de Memória de tradutora (Escritório do Livro) e editora da coleção Arquivos Celso Furtado (Contraponto). Recebeu o prêmio da União Latina de Tradução Técnica e Científica (2001), o Jabuti de Tradução (2009), entre outros.

Meus pais dançavam o tempo todo, em qualquer “lugar. Com os amigos à noite, ou só os dois de

Olivier Bourdeaut

do Oceano Atlântico, em 1980. O Ministério da Educação Nacional francês, recusando-se a entender o que ele queria aprender, muito cedo lhe concedeu sua liberdade. Desde então, e graças à ausência de televisão em casa, ele conseguiu ler muito e sonhar imensamente. Por dez anos trabalhou no mercado imobiliário, indo de fiascos em fracassos, com entusiasmo constante. Depois, durante dois anos, foi responsável por uma agência de especialistas em chumbo, responsável por uma assistente mais diplomada que ele e responsável por caçadores de traças, mas os insetos acabaram corroendo sua responsabilidade. Também foi abridor de torneiras num hospital, faz-tudo numa editora de livros escolares – o cúmulo! – e apanhador de flor de sal de Guérande, no Croisic, entre outras coisas. Sempre quis escrever, e Esperando Bojangles é a primeira manifestação desse desejo.

tradução:

Rosa Freire d’Aguiar

Diante do olhar maravilhado do filho, o casal dança ao som de “Mr. Bojangles”, na voz de Nina Simone. O amor que os une é mágico, louco, vertiginoso, uma eterna festa. Em sua casa só há lugar para o prazer, a fantasia e os amigos. Quem dá o tom e comanda a dança é a mãe, qual um fogo-fátuo imprevisível e extravagante. E foi ela quem adotou o novo membro da família, Mademoiselle Supérflua, um pássaro grande e exótico que perambula pelo apartamento, bica os convidados e usa coleira de pérolas. É também a mãe quem a todo instante os arrasta para um turbilhão de poesia e sonho. Um dia, porém, ela vai longe demais. E pai e filho farão de tudo para que a festa continue.


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