Estrela primeira da modernidade, a história foi o modo de inteligibilidade privilegiado das nossas experiências subjetivas e sociais; o lugar onde as sociedades modernas ocidentais acreditaram encontrar a sua verdade. Mas, há pelo menos cinquenta anos, essa quase sempre insuspeita tarefa da história vem sendo posta em dúvida de maneira sistemática, inclusive pelos próprios historiadores. Em Crer em história, François Hartog prossegue as investigações acerca do conceito de história, retomando questões historiográficas e políticas que acompanham sua interpretação de nosso tempo e de seu regime de historicidade dominante: o presentismo. Sua interrogação recoloca em primeiro plano, e de modo incontornável, o problema das relações entre experiência temporal e escrita da história. Um dos mais instigantes desafios da atualidade está relacionado à efetividade da história, à sua capacidade de abrir perspectivas de futuro.