Revista nutriNews Brasil 2º trimestre 2025

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O BRASIL CRESCE COM A FORÇA DA NUTRIÇÃO ANIMAL!

SANIDADE E NUTRIÇÃO: PILARES DA

COMPETITIVIDADE

O segundo trimestre de 2025 trouxe ao setor agropecuário um marco histórico: o reconhecimento internacional do Brasil como país livre de febre aftosa sem vacinação. Essa conquista é resultado de décadas de trabalho técnico e coordenação institucional — e reforça a credibilidade do país como fornecedor confiável de proteína animal. Na outra ponta, o registro de um foco de Influenza Aviária no Rio Grande do Sul, prontamente contido com sucesso, demonstrou que a estrutura sanitária brasileira está preparada para responder a desafios reais com agilidade e precisão. A confiança nos nossos sistemas foi preservada — e isso se deve, também, à seriedade com que empresas e produtores têm tratado a biosseguridade como prioridade. Esses acontecimentos, embora distintos, convergem para um ponto comum: a nutrição animal é parte estratégica de qualquer modelo de produção baseado em sanidade, eficiência e sustentabilidade. Protocolos nutricionais bem elaborados não apenas maximizam resultados zootécnicos — eles contribuem ativamente para a saúde dos animais e a segurança do alimento produzido.

Em paralelo ao cenário sanitário, o setor assiste a uma conjuntura de preços mais favorável na formulação de dietas. Os últimos relatórios do Rabobank apontam queda nos preços da soja e do milho no Brasil, influenciados por fatores como valorização cambial, boas condições climáticas para a safrinha e aumento da oferta. Esses movimentos reforçam o papel da nutrição como elemento de competitividade, principalmente em momentos de pressão sobre as margens de produção.

Para formuladores de ração, gestores de compras e técnicos de campo, este é um momento que exige atenção e análise. É possível capturar ganhos de eficiência e custo — desde que a tomada de decisão esteja conectada ao planejamento zootécnico de longo prazo.

O mercado também dá sinais de solidez institucional. A recompra de mais de US$ 300 milhões em bonds pela Minerva, por exemplo, reforça a estabilidade financeira de uma das maiores exportadoras de proteína animal do país. A medida garante fôlego para novos investimentos e traz segurança a todos os elos da cadeia — inclusive à indústria de nutrição animal, que se beneficia de uma rede produtiva robusta e financeiramente preparada.

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Avançamos. Mas os desafios à frente exigem visão integrada, atualização técnica e compromisso com a ciência. A nutrição está no centro desse processo. Não apenas como custo de produção, mas como ferramenta estratégica para garantir produtividade, sanidade e protagonismo internacional.

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ISSN 2965-3371

A revista nutriNews Brasil é uma publicação nacional, editada em português, cujo editorial é direcionado à nutrição animal, incluindo nutricionistas, fábricas de ração e alimentos para animais, instituições de ensino, sindicatos, empresas e o Ministério da Agricultura e Pecuária. Os artigos, bem como informes publicitários não expressam a opinião dos editores. É proibida a divulgação total ou parcial de conteúdos publicados sem a autorização dos editores.

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Revista Trimestral

CONTEÚDOS

Impactos ambientais associados à utilização de fitase na alimentação de aves e suínos

Felipe M. W. Hickmann, Thaís R. Pereira, Vitória K. T. Heckler e Ines Andretta

Departamento de Zootecnia, Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

TECHNOSPORE: A cepa probiótica BIOCHEM que une o melhor de dois mundos

Utilização de dietas simples e complexas na alimentação de leitões

João Pedro F. R. de Oliveira, Alice Schultz Santana, Brenda Carolina P. dos Santos, Ana Carolina B. Doi e Alex Maiorka

Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil

Micotoxinas em suínos, DEOXINIVALENOL (DON)

José Paulo Hiroji Sato1, Gefferson Almeida da Silva2 e Jovan Sabadin3 1Médico Veterinário, MsC e DsC em Ciência Animal; 2Médico Veterinário, MsC em Ciência Animal; 3Vetanco Brasil

O papel de probióticos, prebióticos, simbióticos e posbióticos na saúde gastrointestinal de cães e gatos

Julia Czelusniak Pereira; Vanessa Regina Olszewski; Eduarda Lorena Fernandes; Heloísa Lara Silva; Laiane da S. Lima; Lorenna Nicole A. Santos; Renata Bacila M. dos S. de Souza; Ananda Portella Félix Universidade Federal do Paraná

Equipe técnica BIOCHEM Latam

TABELA DE PREBIÓTICOS, PROBIÓTICOS & OUTROS

Edição Brasil

Otimização do desempenho em situações de estresse 44

Felipe Horta

MV, MSc, gerente de produtos, Grupo Nuproxa

Formulação de ração para ruminantes

Emanuel Isaque Cordeiro da Silva

Departamento de Zootecnia – UFRPE; Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA

Uso de xilo-oligossacarídeos e xilanase como ferramenta de modulação da inflamação entérica em frangos de corte

Miliane Alves da Costa, Ingrid Martinez e Alexandre Barbosa de Brito AB Vista LATAM

Entenda mais sobre as exigências de proteína e aminoácidos para codornas

Letícia Aline Silva Zootecnista, Doutora em Produção Animal, Professora do curso de Medicina Veterinária

Fundamentos dos fosfatos inorgânicos na nutrição animal

Equipe técnica PHOSPHEA

Práticas para otimizar a utilização do amido em silagem de grão de milho

Matheus Pupo e Luiz Ferraretto University of Wisconsin - Madison

IMPACTOS AMBIENTAIS ASSOCIADOS À UTILIZAÇÃO DE FITASE NA ALIMENTAÇÃO DE AVES E SUÍNOS

Felipe M. W. Hickmann, Thaís R. Pereira, Vitória K. T. Heckler e Ines Andretta Departamento de Zootecnia, Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 91540-000, RS, Brasil.

INTRODUÇÃO

A produção de aves e suínos passou por importantes transformações ao longo das últimas décadas, com o aumento da escala, da especialização e do nível tecnológico.

No entanto, a crescente preocupação com a sustentabilidade de tais cadeias produtivas tem impulsionado o desenvolvimento de diferentes estratégias de mitigação de impacto ambiental (ANDRETTA et al., 2021).

Do ponto de vista da nutrição animal, um dos principais desafios enfrentados é o manejo eficiente do fósforo em animais não ruminantes, nutriente essencial para o crescimento, metabolismo energético e desenvolvimento ósseo de aves e suínos (LAUTROU et al., 2021; MACARI, LIZANA, SAKOMURA, 2024).

A inclusão de fitase na alimentação de aves e suínos permite uma redução significativa na suplementação de fosfatos inorgânicos, sem comprometer o desempenho zootécnico dos animais (LAUTROU et al., 2021)

Uma proporção considerável do fósforo presente nos ingredientes vegetais está na forma de ácido fítico, que não é biodisponível a animais não ruminantes. Como consequência, uma quantidade considerável de fósforo é excretada nos dejetos (DERSJANT-LI et al., 2015).

A excreção excessiva de fósforo pode causar sérios danos ao meio ambiente, especialmente devido à eutrofização de corpos d’água, além de representar uma forma importante de desperdício de recursos (SCHOLZ et al., 2013)

Além disso, a produção de fosfatos inorgânicos, comumente utilizados na alimentação de aves e suínos, depende de recursos naturais finitos, como o fosfato de rocha.

Essa extração intensiva tem impactos significativos no meio ambiente, incluindo a degradação de ecossistemas naturais e a emissão de gases de efeito estufa (HUMER, SCHWARZ, SCHEDLE, 2015; DANESHGAR et al., 2018).

A fitase, enzima que catalisa a quebra do ácido fítico, melhora a biodisponibilidade do fósforo e otimiza a digestão de outros nutrientes, como cálcio e zinco. Essa capacidade a destaca como uma estratégia alimentar sustentável, reduzindo a excreção de fósforo nos dejetos e a dependência de fósforo inorgânico (DERSJANT-LI et al., 2015).

FITASE E SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS

A produção de aves e suínos está associada a diversos impactos ambientais: a nível global (mudanças climáticas, utilização de energia não renovável) ou a nível local (eutrofização da água, acidificação do solo, entre outros).

A análise de ciclo de vida (ACV) é considerada o método de referência para avaliar os impactos ambientais de produtos agropecuários. Sua adoção representa uma mudança importante na análise dos impactos ambientais, pois permite examinar um determinado sistema e os impactos ambientais associados a cada etapa de seu ciclo de vida (GUINÉE, 2002; HOSPIDO et al., 2010).

A maioria dos trabalhos científicos que abordam a utilização de fitase na alimentação de aves e suínos concentrase no seu efeito sobre a digestibilidade dos nutrientes, no impacto no desempenho animal e na substituição de fosfatos inorgânicos (DERSJANT-LI et al., 2015; ZHAI, ADEOLA, LIU, 2022)

Muitas vezes, o impacto ambiental associado à utilização de fitase é tangenciado à redução na excreção de fósforo exclusivamente.

Poucos trabalhos avaliam os impactos ambientais da suplementação da fitase sob uma perspectiva de ACV.

Para avaliar o impacto da utilização da fitase sob uma perspectiva de ACV, uma revisão sistemática da literatura foi realizada seguindo os seguintes critérios de seleção:

avaliação do uso de tase nas dietas

artigos originais publicados em revistas cientí cas revisadas por pares;

avaliação de sistemas de produção de aves ou suínos;

impacto ambiental avaliado através da metodologia de ACV;

Apenas 4 artigos atenderam a tais critérios, sendo 3 deles com suínos (NIELSEN, WENZEL, 2007; SHURSON et al., 2022; ARAUJO et al., 2023) e um deles tanto com aves como suínos (KEBREAB et al., 2016) (Tabela 1).

Apesar das semelhanças gerais em termos de temática e abordagem, os quatro artigos apresentam diferenças importantes relacionadas a seus objetivos específicos, metodologias e resultados.

Tabela 1. Artigos científicos que avaliaram os impactos ambientais da suplementação de fitase na produção de aves e suínos através da metodologia de análise de ciclo de vida.

Artigo Espécie

Contexto

NIELSEN e WENZEL (2007) Suínos Dinamarca

KEBREAB et al. (2016) Aves e Suínos

Europa, América do Sul e do Norte

SHURSON et al. (2022)

ARAUJO et al. (2023)

Suínos

Estados Unidos

Suínos Brasil

Escopo

Dietas convencionais com ou sem fitase (1 kg de fitase)

Diferentes ingredientes nas rações (1 t de peso vivo animal)

Diferentes estratégias de alimentação (1 suíno comercializado)

Dados experimentais com suplementação de fitase em dietas com baixo teor de fósforo (1 kg de ganho de peso)

Principais resultados

Redução do uso de rocha fosfática, menor emissão de fósforo; aumento no impacto do uso da terra

Redução significativa do potencial de eutrofização e acidificação, apesar das variabilidades regionais

A fitase foi eficaz na redução da excreção de fósforo, enquanto que o DDGS reduziu as emissões de gases de efeito estufa.

Desempenho semelhante e impactos ambientais comparáveis aos das dietas controle

Enquanto alguns trabalhos têm um enfoque mais amplo e global, outros são mais específicos, explorando cenários regionais ou experimentais. Essas distinções enriquecem a compreensão dos impactos ambientais e das possibilidades de aplicação da fitase em diferentes sistemas produtivos. Aqui estão as principais distinções:

NIELSEN & WENZEL (2007) foram os únicos a focarem exclusivamente no impacto ambiental da substituição de fosfatos inorgânicos pela fitase. Os autores realizaram uma comparação direta entre dois sistemas (com ou sem fitase), baseado exclusivamente no cenário dinamarquês de produção intensiva de suínos

Entre os principais resultados, os autores destacam a substituição de fosfato inorgânico e a redução das emissões, com um pequeno aumento no uso de terra agrícola para a produção de fitase.

Por sua vez, KEBREAB et al. (2016) abordaram o impacto ambiental de diferentes ingredientes na ração (controle, dietas com aminoácidos industriais e dietas com aminoácidos industriais e fitase), com dados integrados de diferentes regiões geográficas (Europa, América do Norte e América do Sul).

Os autores puderam observar reduções expressivas nos impactos de eutrofização e acidificação, especialmente na América do Sul, com benefícios dependendo da substituição de ingredientes de alto impacto, como o farelo de soja.

Em contrapartida, SHURSON et al. (2022) avaliaram diferentes estratégias alimentares para suínos, incluindo fitase, DDGS e dietas com baixo teor de proteína bruta. Os autores incorporaram a variabilidade geográfica para avaliar o impacto ambiental em diferentes regiões dos Estados Unidos.

A fitase foi a estratégia alimentar mais eficaz para reduzir a excreção de fósforo, enquanto a utilização de DDGS apresentou as menores emissões de gases de efeito estufa, com variações regionais importantes nos impactos do uso da água e da terra

Mais recentemente, ARAUJO et al. (2023) realizaram um estudo experimental no Brasil, focado em dietas com níveis reduzidos de fósforo disponível e diferentes doses de fitase. Dados esses utilizados para uma ACV detalhada para a fase pós-desmame.

Os resultados do trabalho indicam a manutenção do desempenho animal com níveis reduzidos de fósforo, com impactos ambientais globais similares entre as dietas.

Por outro lado, os quatro artigos compartilham diversas semelhanças, especialmente no contexto da aplicação da fitase como ferramenta para a redução de impactos ambientais na produção animal.

Esses trabalhos convergem ao demonstrar que a suplementação de fitase é uma prática viável para reduzir impactos ambientais, especialmente a excreção de fósforo, mantendo o desempenho zootécnico e promovendo uma produção animal mais sustentável. Aqui estão os principais pontos em comum:

REDUÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

Eutrofização de corpos d'água

A excreção excessiva de fósforo é um dos principais fatores que levam à eutrofização, um processo caracterizado pelo crescimento descontrolado de algas em corpos d’água, que compromete a biodiversidade aquática e a qualidade da água.

A utilização de fitase em dietas reduz a quantidade de fósforo não digerido nos dejetos, mitigando o risco de contaminação ambiental. Ao melhorar a digestibilidade de outros nutrientes, também reduz a necessidade de suplementação dietética e os custos associados.

Menor dependência de fosfatos inorgânicos

A inclusão de fitase reduz significativamente a dependência de fosfatos inorgânicos, recursos finitos cuja extração impacta o meio ambiente. Essa substituição preserva recursos naturais e diminui a pegada ecológica da produção de aves e suínos.

Mitigação de gases de efeito estufa

A produção e o transporte de fosfatos inorgânicos estão associados à emissão de gases de efeito estufa. Além disso, a decomposição de dejetos ricos em fósforo pode liberar metano (CH₄) e óxido nitroso (N₂O).

Portanto, a utilização de fitase está associada à promoção de uma agricultura mais resiliente e sustentável no longo prazo.

No entanto, para maximizar tais benefícios, é essencial considerar alguns fatores práticos na hora de utilizar a fitase:

A dose ideal de tase varia conforme a espécie, a idade dos animais e o teor de ácido fítico nos ingredientes da dieta.

Dietas formuladas corretamente potencializam a e ciência da enzima (DERSJANT-LI et al., 2015).

A tase pode ser sensível a altas temperaturas durante o processamento das rações.

O uso de formas encapsuladas ou métodos de adição pós-processamento podem garantir uma maior estabilidade e e cácia (SCHOLZ et al., 2013)

Neste contexto, a avaliação regular do desempenho animal e a análise de nutrientes nos dejetos permitem ajustes constantes nas dietas, otimizando a utilização da fitase e reduzindo perdas.

Apesar dos benefícios comprovados, questões permanecem em aberto, como as interações da fitase com outros nutrientes (cálcio, zinco, aminoácidos, etc.) e os efeitos de longo prazo em diferentes sistemas de produção.

Essas investigações são essenciais para o desenvolvimento de dietas mais eficientes e sustentáveis.

Da mesma forma, o desenvolvimento de fitases é algo constante. Fitases mais estáveis e eficazes para diferentes condições digestivas e de processamento continuam sendo uma prioridade.

CONCLUSÃO

A utilização de fitase na alimentação de aves e suínos representa uma estratégia alimentar importante na busca por uma produção animal mais sustentável.

Ao melhorar a eficiência da utilização do fósforo e reduzir sua excreção no ambiente, a fitase não apenas minimiza os impactos ambientais, mas também contribui para a conservação de recursos naturais.

Portanto, a fitase consolida-se como uma ferramenta indispensável para uma produção de aves e suínos mais sustentável.

Impactos ambientais associados à utilização de fitase na alimentação de aves e suínos BAIXAR EM PDF

Referências bibliográficas sob consulta junto aos autores.

TECHNOSPORE: A CEPA PROBIÓTICA BIOCHEM QUE UNE O MELHOR DE DOIS MUNDOS

Atualmente a produção de proteína animal tem se tornado uma operação extremamente desafiadora pois a cada dia devemos produzir mais, melhor e com mais responsabilidade em termos de utilização de recursos naturais, bem-estar animal e com a segurança e rastreabilidade de alimentos seguros e saudáveis.

Pensando em alcançar esses objetivos, a indústria moderna tem usado a cada dia novas tecnologias e soluções, e entre essas, uma extremamente importante e que vem sendo cada vez mais adotada pelos produtores são os probióticos.

Os probióticos são organismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do animal. São bactérias benéficas, que promovem modulação da microbiota intestinal, fazendo com que os animais possam ter um tratogastrointestinal (TGI) mais saudável.

Equipe técnica Biochem Latam

Alguns tipos de probióticos mais utilizados na produção animal são bactérias ácido láticas (LAB) e Bacillus spp., ambos têm a capacidade de promover um TGI mais saudável, através da modulação da microbiota intestinal, o que, de forma direta e indireta, beneficia a integridade intestinal e a imunidade, e desta forma pode beneficiar a saúde local intestinal e saúde geral do organismo, resultando em suínos mais saudáveis e rebanhos rentáveis.

Neste sentido, os probióticos podem modular a imunidade intestinal através da produção de compostos benéficos, como ácidos graxos de cadeia curta, que têm propriedades anti-inflamatórias e antimicrobianas, além de estimular a produção de IgA, um tipo de anticorpo presente nas mucosas, que se apresentam como uma primeira linha de defesa à potenciais patógenos invasores.

Dessa forma, o uso de probióticos pode ajudar reduzir a inflamação no TGI dos leitões, além de dar suporte à uma resposta imunológica mais eficiente.

Os probióticos LAB apresentam capacidade de produção de ácido lático, que traz diversos benefícios diretos e indiretos à saúde intestinal, além de terem a capacidade de colonizarem o epitélio intestinal e atuarem por exclusão competitiva com bactérias patogênicas.

Porém, as bactérias LAB são probióticos mais sensíveis às condições ambientais, limitando seu uso em rações que passam por processamento térmico, por exemplo.

Por este motivo, os probióticos a base de Bacillus spp. são uma excelente opção, por serem bactérias que tem a característica de esporular, são mais resistentes e termoestáveis, com segurança de uso em processos de peletização de rações, por exemplo.

Seguindo a evolução da pesquisa e desenvolvimento de probióticos, a Biochem desenvolveu uma cepa probiótica para atender as diferentes demandas da indústria - o TechnoSpore - que é formado pela cepa probiótica Bacillus coagulans (DSM 32016), a primeira cepa de seu tipo aprovada pela União Europeia como aditivo alimentar para uso em dietas animais.

TechnoSpore une o melhor de dois mundos, já que combina os benefícios das bactérias formadoras de esporos e bactérias ácido láticas. É uma cepa probiótica que esporula, e assim possui resistência ambiental e termo estabilidade, além de ser capaz de produzir ácido lático eficientemente (o que não é comum para outros Bacillus spp.).

O ácido lático reduz o pH paracelular, dificultando a proliferação de bactérias patogênicas e também serve como substrato para bactérias benéficas que produzem ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), como butírico, propiônico e acético. Os AGCC têm funções essenciais na saúde intestinal.

O ácido butírico, por exemplo, é uma fonte de energia para os enterócitos, contribuindo para a integridade da mucosa intestinal e promovendo um ambiente mais favorável para a absorção de nutrientes.

O ácido propiônico e o ácido acético também desempenham papéis importantes na regulação da microbiota e na redução de inflamações intestinais.

Dessa forma, TechnoSpore estimula um ciclo benéfico que fortalece a barreira intestinal e favorece o desempenho dos suínos. A Biochem possui várias comprovações científicas demonstrando de forma clara os resultados positivos de TechnoSpore para suínos.

A maioria dos estudos foi realizado com leitões recém-desmamados, sendo essa uma das fases mais críticas na suinocultura, já que a mudança brusca na composição do alimento e no ambiente causa prejuízos à saúde intestinal como um todo - na integridade e na microbiota intestinal.

A disbiose intestinal, ou seja, um desequilíbrio entre as bactérias benéficas e patogênicas, é comum nesta fase, e pode levar a diarreias, inflamações e queda no desempenho dos animais.

Os resultados de tais estudos demonstraram melhora de escore fecal, melhora na integridade e microbiota intestinal, além de benefícios em desempenho zootécnico, como melhor ganho de peso e eficiência alimentar.

Além disso, resultados de estudos de campo com porcas em terço final de gestação e lactação demonstraram melhor qualidade do colostro e maior peso de leitegada ao desmame (Fonte: Biochem).

Com base nesses achados, TechnoSpore oferece vários benefícios à suinocultura, comprovados por diversos estudos:

Maior índice de e ciência de produção.

Melhor e ciência alimentar;

Modulação positiva da microbiota intestinal; Melhor integridade intestinal; Redução da mortalidade;

Ao unir a robustez dos Bacillus com a produção eficiente de ácido lático, TechnoSpore se destaca como uma solução inovadora para otimizar a saúde intestinal e contribuir para um ótimo desempenho na suinocultura moderna.

TechnoSpore: A cepa probiótica Biochem que une o melhor de dois mundos BAIXAR EM PDF

UTILIZAÇÃO DE DIETAS SIMPLES E COMPLEXAS NA ALIMENTAÇÃO DE LEITÕES

João Pedro Faleiros Ribeiro de Oliveira¹, Alice Schultz Santana¹, Brenda Carolina Pereira dos Santos¹, Ana Carolina Britto Doi¹*, Alex Maiorka¹ ¹ Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil

INTRODUÇÃO

O desmame precoce é um dos momentos mais críticos para o desenvolvimento dos leitões. Diferente do que acontece em condições naturais, quando o desmame dos leitões é um processo gradual que ocorre entre 10 a 12 semanas de idade, podendo chegar até 20 semanas (Martins et al., 2018), o desmame precoce ocorre entre 21 a 28 dias de idade (Denck et al., 2017).

Fatores causadores de estresse, como:

Troca de dieta, entre outros,

Mistura de leitões de outras leitegadas;

A separação da mãe;

Mudança de ambiente;

Levam à queda da imunidade, aumento de doenças e redução da taxa de crescimento. Com isso, as dietas pré e pós-desmame têm sido frequentemente estudadas à medida que a idade do desmame é diminuída, a fim de assegurar uma taxa ótima de crescimento dos animais (Pluske et al., 1995).

A alimentação dos animais representa entre 65% e 75% do custo total da produção de suínos em ciclo completo. Desta porcentagem, aproximadamente 85% são relativos à alimentação dos leitões desmamados até o abate

Nesse período, as rações são mais onerosas porque contêm ingredientes de alto valor nutricional, como lácteos, cereais processados e proteínas de alto valor biológico (Ribeiro, 2015).

Na nutrição de leitões, existe a definição de dietas complexas e simples. A diferença entre elas é que as dietas simples são compostas por ingredientes básicos que atendam às exigências dos animais e as dietas complexas apresentam uma alta porcentagem de ingredientes com elevado valor biológico, o que ocasiona uma melhoria na digestibilidade e também um aumento nos níveis de ingestão da ração fornecida (Teixeira et al., 2003).

Nas suas duas primeiras semanas de vida, os leitões têm seu trato gastrointestinal adaptado à digestão de componentes do leite: lactose, caseína e gordura (Ferreira et al., 1988).

Sendo assim, a utilização de dietas complexas, com alta porcentagem de produtos lácteos, associados a fontes proteicas de origem animal e vegetal, tende a melhorar a digestibilidade e aumentar os níveis de ingestão de ração, sem predispor o leitão a problemas digestivos.

Por outro lado, a utilização de rações simples diminui os custos da produção e facilita o manejo da alimentação (Nelssen et al., 1997).

A redução do crescimento após o desmame tem como principal causa a diminuição na absorção de nutrientes e a necessidade de uma dieta com ingredientes altamente digestíveis durante o período imediatamente posterior ao desmame se faz necessário (Mahan e Cera, 1993).

INFLUÊNCIA DA DIETA PÓS-DESMAME NO DESEMPENHO DOS SUÍNOS

Durante o período de lactação, o sistema enzimático dos leitões está adaptado para a digestão de nutrientes do leite: caseína (proteína), lactose (carboidrato) e ácidos graxos de cadeia curta (Chamone et al., 2010).

No desmame, os leitões não apresentam aptidão completa para realizar a digestão total e a absorção das dietas sólidas (Cantarelli, 2013), uma vez que não produzem de forma significativa as enzimas capazes de digerir os nutrientes contidos em matérias-primas de origem vegetal que estão presentes nas rações pósdesmame (Barbosa et al., 2007).

NUtrição de suínos

Assim, é primordial o fornecimento de ração com alta digestibilidade, já que existe a correlação positiva entre a digestibilidade e o consumo de ração pelos leitões (Kummer et al., 2009).

A fonte proteica da dieta fornecida aos suínos influencia nos parâmetros de desempenho dos animais. Mascarenhas et al. (1999) relataram que os leitões alimentados com dietas complexas a base de glúten de milho tiveram um menor consumo de ração em comparação com aqueles que receberam dietas complexas a base de farelo de soja.

Esse menor consumo foi atribuído a menor palatabilidade do glúten de milho. Desse modo, a suplementação nesta fase com alimentos de alta palatabilidade, alta digestibilidade, com baixa antigenicidade e alta concentração de nutrientes pode ser realizada como forma de estimular o apetite, reduzir o aparecimento de distúrbios digestivos e otimizar a ingestão de alimentos pelos leitões (Branco et al., 2006).

O desempenho na fase de creche de suínos é crucial para o sucesso na fase final de produção, pois essa etapa inicial influencia diretamente o crescimento e na eficiência alimentar dos animais.

Cole e Varley (2000), em um estudo com 2500 leitões, observaram que os animais que ganharam menos de 150 gramas por dia na primeira semana pós-desmame levaram 10 dias a mais para atingir o peso de abate, em comparação com os que ganharam mais de 230 gramas por dia. Isso destaca a importância de um bom desempenho no período pós desmame para otimizar o tempo de produção e influenciar nas fases posteriores dos suínos destinados ao abate.

Segundo Dritz (1994) ao se comparar o fornecimento de dietas simples ou dietas complexas no período de creche não ocorre o crescimento compensatório dos animais, além disso o desempenho dos leitões até a idade de abate é superior quando recebem dieta altamente digestível logo após o desmame, comparado com uma dieta simples de milho e farelo de soja.

COMPARAÇÃO ENTRE DIETA SIMPLES E DIETA COMPLEXA

O desenvolvimento saudável e o desempenho produtivo dos animais dependem da nutrição dos suínos durante a fase de creche. Após o desmame, os leitões enfrentam desafios significativos, como a transição do leite materno para dietas sólidas.

A escolha entre dietas simples e complexas pode impactar diretamente a morfo-fisiologia gastrointestinal, na digestibilidade dos nutrientes e, consequentemente, no crescimento e na saúde dos animais (Teixeira, 2003).

Dietas classificadas como simples são caracterizadas por apresentarem menores níveis de digestibilidade e uma qualidade inferior na composição dos ingredientes.

Essas, por sua vez, apresentam dietas apenas à base de milho e farelo de soja e uma menor inclusão de ingredientes de alta digestibilidade para leitões, sendo suas principais vantagens o baixo custo e a reduzida complexidade na formulação das dietas (Quadros et al., 2002).

Já as dietas complexas são compostas por uma alta porcentagem de ingredientes de elevado valor biológico, o que resulta em melhor digestibilidade, maior ingestão e melhor aproveitamento da ração fornecida.

Dietas complexas apresentam em sua composição grande percentagem de produtos com lactose (soro de leite em pó, leite em pó), grãos processados (soja micronizada, farelo de glúten de milho), farinhas de origem animal e plasma sanguíneo spray dried (Derouchey et al., 2007).

Embora eficazes, as dietas complexas apresentam um custo elevado, já que incluem ingredientes caros, aumentando os custos de produção, especialmente em comparação com a utilização de dietas simples (Nelssen et al., 1997).

A mudança abrupta da dieta ao desmame impõe uma rápida adaptação dos leitões a um alimento seco, substituindo as fontes de energia do leite, como a gordura e a lactose, por amido e óleo vegetal. Proteínas vegetais, que são menos digestíveis, substituem a caseína do leite, altamente digestível.

Essa transição pode causar estresse fisiológico, influenciar negativamente o crescimento e favorecer o surgimento de problemas digestivos (Quadros et al., 2002).

Assim, é possível ter uma correlação direta entre a taxa de crescimento dos leitões recém desmamados e o número de dias requerido para alcançar o peso de abate (Freitas et al., 2014).

A Tabela 1 apresenta uma comparação da composição de dietas simples e complexas.

COMPOSIÇÃO

Proteínas

Carboidratos

Gorduras

Fibras

Tabela 1. comparação da composição nutricional entre dietas simples e complexas

DIETA SIMPLES

Fonte única, como farelo de soja; limitada em aminoácidos essenciais.

Milho como principal fonte; menor diversidade de carboidratos.

Teor de gordura mais baixo; energia limitada para leitões.

Menor teor de fibra; possível impacto negativo na saúde intestinal.

IMPACTO DA GRANULOMETRIA

E COMPOSIÇÃO DAS DIETAS NA

DIGESTIBILIDADE E DESEMPENHO DOS SUÍNOS

Ao analisar o impacto das dietas simples e complexas em suínos, é importante considerar não apenas a composição dos ingredientes, mas também a granulometria das partículas que compõem a ração.

Brustolini (2018) ressalta que o tamanho de partículas influencia diretamente a digestibilidade dos nutrientes, o que, por sua vez, afeta o desempenho dos suínos.

DIETA COMPLEXA

Múltiplas fontes, como farinha de peixe e leite em pó; perfil de aminoácidos mais equilibrado.

Diversas fontes, melhor digestibilidade e absorção de nutrientes.

Maior teor de gordura; maior densidade energética, favorecendo o ganho de peso.

Maior teor de fibra; promove melhor saúde intestinal e digestão.

Fonte: Adaptado de Teixeira et al. (2003).

Ao considerar a dieta simples, a redução do tamanho de partícula para 1,2 mm demonstrou melhorar a digestibilidade e o desempenho dos leitões, em comparação com dietas de maior granulometria (Surek et al., 2017).

Segundo Kim et al. (2002), ao reduzir o tamanho de partícula de 1000 μm para 500 μm com dietas complexas, a eficiência alimentar pode ser aumentada em até 3%, promovendo também a melhoria na durabilidade do pellet.

A combinação de dietas complexas com partículas finas pode otimizar ainda mais o desempenho dos suínos. Wondra et al. (1995) demonstraram que a redução na granulometria do milho em dietas complexas resultou em melhorias significativas na conversão alimentar, sem comprometer o consumo de ração.

NUtrição de suínos

As dietas complexas, com sua alta concentração de ingredientes de elevado valor biológico, mostra superioridade em digestibilidade e palatabilidade, o que pode reduzir o estresse associado ao desmame. Mesmo sabendo do custo mais elevado dessas dietas, o investimento se reflete em benefícios significativos para o desempenho dos animais.

Esse efeito é corroborado por Goodband e Hines (1997), que observaram uma melhora no ganho de peso diário e na eficiência alimentar com a redução do tamanho de partícula, mesmo em dietas que já apresentavam ingredientes de alta qualidade.

Dessa forma, ao combinar dietas complexas com partículas menores, é possível maximizar o desempenho dos suínos, otimizando o crescimento e a terminação dos animais.

CONCLUSÃO

O desmame é um ponto crítico dentro da produção de suínos, pois marca uma transição crucial no desenvolvimento dos leitões que influencia seu desempenho futuro.

A escolha entre dietas simples e complexas desempenha um papel fundamental nesse processo, impactando a digestibilidade dos nutrientes e o crescimento e saúde dos animais.

Ao contrário das complexas, as dietas simples, embora mais econômicas e de menor complexidade, podem comprometer o crescimento dos leitões devido a menor digestibilidade e perfil nutricional inferior.

Contudo, podem ser uma opção viável quando adequadamente formuladas, especialmente se combinadas com práticas de manejo eficazes que diminuem os impactos do estresse e da transição dietética.

Com isso, a escolha da dieta ideal para leitões desmamados deve ser feita através de uma combinação de fatores nutricionais e econômicos, sempre buscando melhorar o desempenho dos animais, sem prejudicar a rentabilidade na produção.

Utilização de dietas simples e complexas na alimentação de leitões BAIXAR EM PDF

Referências sob consulta junto ao autor

MICOTOXINAS EM SUÍNOSDEOXINIVALENOL (DON)

José Paulo Hiroji Sato1, Gefferson Almeida da Silva2 e Jovan3 Sabadin

1Médico Veterinário, MsC e DsC em Ciência Animal

2Médico Veterinário, MsC em Ciência Animal

3VETANCO Brasil

Acontaminação de micotoxinas na ração causa problemas nos processos de produção animal, reduzindo o desempenho zootécnico deles. Os tricotecenos formam um grupo químico de metabólitos fúngicos e mais de uma centena são conhecidos, sendo que de importância na produção animal destacam-se o Deoxinivalenol (DON) e a Toxina T-2.

relevantes para animais de produção, resultando em perdas econômicas significativas em todo o mundo.

Esta micotoxina é produzida principalmente por Fusarium culmorum e Fusarium graminearum e entre as diferentes espécies de animais domésticos, os suínos são os mais susceptíveis à intoxicação por DON.

PREVALÊNCIA

As toxinas de Fusarium foram globalmente as micotoxinas de maior prevalência nos últimos dez anos. Entre os alimentos positivos para DON, o milho e o trigo foram os mais frequentemente contaminados.

Na análise de amostras da América do Sul, foram observadas que DON era a terceira micotoxina mais prevalente, após fumonisina (FUM) e zearalenona (ZEA).

No levantamento realizado anualmente pela Vetanco, com dados de amostras de vários países da América Latina, no ano de 2023 foi observada 40% de positividade de DON com média de 789 ppb e máximo de 6.515 ppb.

Uma quantidade significativa (89%) das amostras de cereais e rações está contaminada com uma ou mais micotoxina.

A alta frequência de co-contaminação mostra a necessidade de investigar a associação e a interação dos efeitos de micotoxinas co-ocorrentes em animais. DON co-ocorre com outras micotoxinas do gênero Fusarium, principalmente ZEA e FUM.

Sendo essas combinações de micotoxinas as mais frequentemente observadas em cereais e ração animal pronta.

Na Tabela 1, são apresentadas as prevalências e concentrações médias e máximas de DON de acordo com os países analisados.

Tabela 1 – Prevalência e concentrações médias e máximas de deoxinivalenol (DON) em amostras de cereais e ração animal em 2023 de países da América Latina.

TOXICIDADE NOS SUÍNOS

O suíno é o animal mais sensível à exposição aguda ao DON e comumente apresenta problemas gastrointestinais, como diarreia e melena. A exposição crônica ao DON também pode causar diferentes efeitos, como anorexia, vômitos e redução do ganho de peso corporal (GPD) e ingestão de ração, além de impactar negativamente os sistemas imunológico e nervoso.

Para suínos, a cada mg/kg de aumento de DON na ração, a diminuição do crescimento foi estimada em cerca de 8%.

Alimentos com concentrações entre 0,3 mg/kg até 0,5 mg/kg induzem a perda de peso, podendo a recusa do alimento não se manifestar de forma clinicamente significativa.

A partir de 1 mg/kg já pode ser constatado um declínio no consumo alimentar.

Concentrações acima de 1,3 mg/kg apresentam importância econômica pela diminuição do desempenho dos animais e níveis superiores a 2,5 mg/kg diminuem a taxa de ganho de peso em até 50%.

Os animais apresentam recusa completa do alimento quando a contaminação é superior a 11 mg/kg, enquanto concentrações superiores a 20 mg/kg de alimento induzem ao vômito.

O nome coloquial de DON é “vomitoxina” devido aos seus efeitos eméticos substanciais observados em suínos.

Na Tabela 2 são apresentados os níveis máximos de DON em suínos de acordo com a fase de produção.

Tabela 2 – Limites de Deoxinivalenol (DON) em suínos de acordo com a fase de produção.

Diferenças também podem ser constatadas entre os sexos, pois os machos são mais susceptíveis que as fêmeas. Os sinais clínicos característicos de suínos intoxicados por essa toxina são a diminuição da ingestão ou recusa completa da ingestão de alimentos, vômitos, desordens digestivas, podendo perder peso em casos mais graves (Figura 1).

Fase de produção Níveis máximos (ppb)

Figura 1 – Intoxicação por Deoxinivalenol (vomitoxina). Leitão vomitando. Fonte: Mallmann & Simões (2022)

A intoxicação por DON reduz a eficácia vacinal porque sua toxicidade inibe a síntese de proteínas, levando à diminuição da produção de anticorpos correspondentes, como nas vacinações para peste suína, vírus da síndrome reprodutiva e respiratória suína, e parvovirose suína.

Podendo afetar o programa de vacinação em todas as fases de produção de suínos.

Os efeitos do DON na reprodução de suínos podem ser observados pela diminuição na formação dos oócitos e óvulos culminando em alta taxa de apoptose, além de diminuição da fecundidade dos óvulos formados e inibição do desenvolvimento do embrião.

Essa micotoxina também afeta células endometriais, culminando na diminuição do número médio de leitões nascidos no plantel.

MÉTODOS DE CONTROLE

Assim como há uma grande variedade de micotoxinas, existe uma enorme variedade de métodos de controle.

Esses variam desde boas práticas agrícolas à aditivos anti-micotoxinas, e como a contaminação de grãos é um problema real e que pode ocorrer em diversos momentos, como:

Na lavoura durante o cultivo dos grãos, durante o período pré-colheita ou por condições inadequadas de armazenagem, os aditivos antimicotoxinas tem sido a melhor ferramenta para prevenir os efeitos negativos no sistema de produção.

Existem dois grandes grupos de aditivos anti-micotoxinas: os adsorventes (sequestrantes) e os inativadores enzimáticos.

Os adsorventes evitam a absorção das micotoxinas através do trato gastrointestinal ligando-se a sua superfície. Eles podem ser inorgânicos (bentonitas, aluminossilicatos etc.) ou orgânicos (parede de leveduras) e a adsorção é dependente principalmente da polaridade (carga iônica das moléculas) de cada micotoxina.

Já os inativadores enzimáticos possuem uma atividade biológica que permite alterar a estrutura química das micotoxinas e transformá-las em metabólitos com efeito tóxico menor ou nulo. Normalmente, eles podem ser uma bactéria, uma levedura ou extrato.

A maioria dos adsorventes têm demonstrado baixa e/ou nula capacidade para adsorver micotoxinas com menor polaridade, tais como o DON e a ZEA. Por sua vez, os inativadores enzimáticos têm demonstrado ser a melhor opção para o controle dessas micotoxinas.

Tso et al. (2019) comparou a eficácia dos diferentes produtos comerciais (adsorventes 1 e 2; e inativadores enzimáticos - EDR1 a EDR5) na eliminação de DON, utilizando um modelo in vitro dinâmico, simulando as condições digestivas dos suínos.

Após 5 h de simulação estomacal, todos os EDRs, apresentaram maior capacidade de remoção de DON do que os dois adsorventes (p <0,05), e a capacidade de remoção de EDR1 foi maior que todos os outros EDRs (p <0,05).

constitui um importante problema mundial, com perdas significativas devido às consequências que a micotoxina causa para as diferentes espécies animais.

Desta forma, o controle com aditivos enzimáticos na ração é a melhor ferramenta de prevenção.

Referências bibliográficas sob consulta junto ao autor

Micotoxinas em suínosDeoxinivalenol (DON) BAIXAR EM PDF

Para as condições simuladas do intestino delgado (pH de 6,5) por 2h, os percentuais de remoção de DON no nível de 1.000 ppb foram 100%, 84%, 83%, 54% e 68% para os EDRs (1 a 5), respectivamente, e 15% e 19% para os adsorventes 1 e 2, respectivamente (Gráfico 1).

Simulaç ão do Estômago (SGA,pG 2.5)

DON % de remoç ã o

0 1 2 3 4

Tempo (h)

Simulaç ão doIntestino Delgado (SIA, pH 6.5)

EDR1

EDR2

EDR3

EDR4

EDR5

Adsorvente 1

Adsorvente 2

5 6 7

Gráfico 1 – Percentual de remoção do deoxinivalenol (DON) 1.000 ppb com reagentes de degradação enzimática (linha sólida) e adsorventes (linha pontilhada) em simulações gastrointestinais de suínos.

O PAPEL DE PROBIÓTICOS, PREBIÓTICOS, SIMBIÓTICOS E POSBIÓTICOS NA SAÚDE GASTROINTESTINAL

DE CÃES E GATOS

Julia Czelusniak Pereira; Vanessa Regina Olszewski; Eduarda Lorena Fernandes; Heloísa Lara Silva; Laiane da Silva Lima; Lorenna Nicole Araújo Santos; Renata Bacila Morais dos Santos de Souza; Ananda Portella Félix. Universidade Federal do Paraná

Asaúde e o bem-estar dos animais de companhia dependem, dentre outros fatores, do equilíbrio da microbiota intestinal, a qual é composta por grupos de microrganismos variados, como bactérias, fungos, protozoários e vírus (Suchodolski, 2011; Barko et al., 2018).

Desse modo, pesquisas referentes à saúde do sistema gastrointestinal estão se tornando mais frequentes, com o intuito de compreender como cada grupo de microrganismos e seus metabólitos influenciam a eubiose (equilíbrio qualitativo e quantitativo da microbiota) e como podem contribuir para determinados distúrbios, como enteropatias crônicas e obesidade (Suchodolski, 2011; Barko et al., 2018; Amaral, 2020).

manutenção da eubiose foi por meio da melhor compreensão dos efeitos de macro ingredientes e aditivos na modulação da microbiota intestinal dos cães e gatos.

Dentre os aditivos, os “bióticos”: probióticos, prebióticos, simbióticos e posbióticos (Tabela 1) tem demonstrado resultados promissores na modulação da microbiota intestinal e melhora na saúde dos animais (McDonald et al., 2002; Gibson et al., 2017; Stavropoulou & Bezirtzoglou, 2020; Bastos et al., 2023).

Bióticos Definição

Probiótico Microrganismos vivos.

O papel dos “bióticos” na nutrição pet: o que as pesquisas indicam?

Estudos demonstram que os “bióticos” podem contribuir para a manutenção da homeostase e da integridade intestinal dos animais. Além de ajudar a prevenir a proliferação de bactérias com potencial patogênico, os “bióticos” estimulam a produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), vitaminas e compostos antimicrobianos, favorecendo a saúde do hospedeiro (Sivaprakasam et al., 2016; Harris et al., 2017).

Esses efeitos podem ocorrer diretamente pela atividade dos probióticos ou pela fermentação dos prebióticos no intestino.

Tabela 1: Definições e exemplos de aditivos “bióticos”.

Exemplos

Lactobacillus acidophilus, Bifidobacterium animali, Saccharomyces cerevisiae.

Referências

Fernandez et al. (2000); Moraes et al. (2017); Stavropoulou & Bezirtzoglou (2020); ISAPP (2020)

Prebiótico

Substrato utilizado seletivamente por microrganismos hospedeiros conferindo um benefício à saúde.

Simbiótico Combinação de probióticos e prebióticos com ação sinérgica

Posbiótico Microrganismos inanimados e/ou seus componentes.

Carboidratos indigestíveis com menor grau de polimerização, tais como lactulose, frutooligossacarídeos (FOS), xilooligossacarídeos (XOS), galactooligossacarídeos (GOS) e inulina.

Lactobacillus + FOS; S. cerevisiae + inulina.

S. cerevisiae inativa com ou sem metabólitos; Lactobacillus inativo; parede celular de levedura ou seus componentes isolados.

Gibson et al. (2017); Almeida et al. (2009); Maturana et al.(2023); Asif et al.(2023).

Flesh et al.(2014); Markowiak & Śliżewska, (2017).

McDonald et al.,(2002); Huang et al. (2015); Harris et al. (2017); ISAPP (2020); Blanco et al.(2023).

Dentre os metabólitos de origem microbiana, os AGCC se destacam por sua importância no funcionamento intestinal, pois estabilizam o pH e regulam o peristaltismo.

Eles também reduzem a inflamação, inibindo a produção de citocinas pró-inflamatórias e aumentando a população de células T reguladoras, que são fundamentais para o sistema imunológico (Hemarajata & Versalovic, 2013).

Adicionalmente, os “bióticos” podem auxiliar na regulação do metabolismo dos ácidos biliares por favorecer o crescimento de bactérias benéficas, como o Clostridium hiranonis (Hemarajata & Versalovic, 2013).

O C. hiranonis promove a desconjugação dos ácidos biliares por meio de enzimas hidrolases de sais biliares (BSH), que removem grupos conjugados, permitindo a reutilização ou excreção desses ácidos (Gilliland & Speck, 1977).

Além disso, o estímulo à produção de AGCC, como o butirato, desempenha um papel anti-inflamatório e ajuda a manter a integridade da mucosa intestinal. Os AGCC também ajudam a equilibrar os níveis de ácidos biliares, evitando que alcancem concentrações tóxicas, protegendo assim a mucosa intestinal (Sivaprakasam et al., 2016; Tsai et al., 2019).

Os “bióticos” também contribuem para a redução de substâncias carcinogênicas, reduzindo a presença de compostos nocivos no intestino, como a amônia e o p-cresol (Sivaprakasam et al., 2016; Bastos et al., 2023).

Ainda, por meio da modulação da microbiota intestinal, podem influenciar o metabolismo energético e contribuir para redução da resistência insulínica (Pagnini et al., 2010; Suchodolski, 2011; Gibson et al., 2017)

Perspectivas futuras no uso de “bióticos”

As perspectivas futuras para o uso de bióticos na saúde gastrointestinal de cães e gatos apontam para diversas inovações e avanços, entre eles:

Personalização baseada no microbioma

individual:

Com o avanço da análise do microbioma intestinal, espera-se que seja possível personalizar suplementos de “bióticos” conforme o perfil específico de cada animal.

Diagnósticos precisos baseados no microbioma permitirão a criação de tratamentos mais eficazes para equilibrar a microbiota intestinal de cães e gatos de forma individualizada, maximizando os benefícios (Hemarajata & Versalovic, 2013).

Desenvolvimento de novas formulações de “bióticos”:

O campo da biotecnologia está avançando para criar formulações de “bióticos” mais eficazes e estáveis, capazes de resistir a condições adversas, como calor e armazenamento prolongado. Isso inclui cepas probióticas mais robustas e o uso de novas fibras prebióticas, que tenham ação seletiva no crescimento de microrganismos benéficos (Sivaprakasam et al., 2016; Maturana et al., 2023).

Aplicações em condições crônicas:

Uso de posbióticos como alternativa a antibióticos:

Posbióticos, por serem derivados da fermentação de microrganismos, têm demonstrado potencial como agentes anti-inflamatórios e antimicrobianos.

Em um futuro próximo, eles podem ser cada vez mais usados como uma alternativa natural aos antibióticos, especialmente para tratar infecções intestinais e prevenir o desenvolvimento de resistência antimicrobiana (Harris et al., 2017; Asif et al., 2023).

Integração com nutrição funcional:

A tendência crescente de rações funcionais para animais pode incorporar “bióticos” para auxiliar na promoção da saúde intestinal, imunidade e longevidade dos pets. O desenvolvimento de alimentos e rações específicas enriquecidas com simbióticos e posbióticos é uma área promissora para melhorar o bem-estar geral dos animais (Flesch et al., 2014; Barko et al., 2018).

Pesquisas futuras podem se concentrar no papel dos bióticos na prevenção e tratamento de doenças crônicas, como a obesidade, diabetes e enteropatias crônicas. O uso contínuo de simbióticos pode ajudar no manejo dessas condições, controlando a inflamação e melhorando a resposta imunológica (Pagnini et al., 2010).

Regulamentação e padronização de produtos:

À medida que os “bióticos” ganham popularidade, é provável que haja maior regulamentação e padronização em termos de dosagens e eficácia, garantindo que os produtos disponíveis no mercado ofereçam resultados consistentes e comprovado cientificamente (Stavropoulou & Bezirtzoglou, 2020).

Essas tendências refletem o crescimento do uso de “bióticos” na nutrição animal com potencial para melhorar o cuidado de cães e gatos, promovendo não apenas a saúde do sistema gastrointestinal, mas também benefícios sistêmicos, como o fortalecimento imunológico e a prevenção de doenças crônicas.

Considerações finais

A incorporação de “bióticos” na dieta para cães e gatos tem potencial de contribuir com o equilíbrio do microbioma intestinal e melhorar a saúde intestinal desses animais.

Probióticos, prebióticos, simbióticos e posbióticos oferecem uma gama de potenciais benefícios que podem ir além da saúde intestinal, ajudando também na prevenção de doenças crônicas e no aumento da qualidade de vida dos pets.

No entanto, é importante que os fabricantes garantam a viabilidade dos probióticos e que seja melhor compreendido os mecanismos de ação dos posbióticos, além da interação dos prebóticos com a formulação da dieta para cães e gatos.

O papel de probióticos, prebióticos, simbióticos e posbióticos BAIXAR EM PDF

TABELA PREBIÓTICOS , PROBIÓTICOS & OUTROS

EDIÇÃO BRASIL

INFORMAÇÃO ADICIONAL

Primeiro probiótico do mercado com germinação intestinal comprovada in vivo .

1

Probiótico resistente à peletização e ao pH gástrico com germinação precisa no intestino das aves.

2

3 Ação na modulação da microbiota intestinal, inclusive favorecendo o controle de patógenos como E. coli, Clostridium perfringens e Salmonella spp..

Favorece a integridade intestinal e possui ação anti-inflamatória promovendo um maior equilibrio da saúde intestinal, diminuindo disbiose e proporcionando aumento dos ganhos zootécnicos.

4

Produto com compatibilidade comprovada com os principais promotores e anticoccidianos do mercado.

5

PROBIÓTICOS

(UFC/G

Produto para incorporação em premixes que serão utilizados para produção de rações para frangos de corte, perus, matrizes e aves de postura comercial. 10 g/ton de ração preparada.

ALTERION NE Bacillus subtilis 29784 1x10 10 UFC/g prod

Produto para incorporação direta em rações de frangos de corte, perus, matrizes e aves de postura comercial. 500 g/ton de ração preparada. EMPRESA

ALTERION NE 50 Bacillus subtilis 29784 2x10 8 UFC/g prod

PREBIÓTICOS, PROBIÓTICOS & OUTROS 2025

ActiSaf® Sc47 HR+ é a levedura probiótica de referência obtida a partir de uma cepa única e exclusiva, denominada Sc47. Em forma de microesfera, o produto resiste às altas temperaturas do processo de peletização da ração. ActiSaf® modula a microbiota intestinal, favorece a integridade intestinal, a função digestiva, a digestibilidade dos alimentos, favorecendo assim a eficiência alimentar e o desempenho dos animais. Atua no auxílio ao controle de enterites bacterianas, na melhora da saúde ruminal, no aumento da produção de leite e de sólidos, e eleva a transferência de imunidade passiva via colostro, o que favorece o ganho de peso pelos leitões e a homogeneidade da leitegada.

É a levedura viva que pode ser adicionada em rações peletizadas.

PROBIÓTICOS

Aves: de 0,3 a 2,0 kg/tonelada de alimento completo Suínos: de 0,3 a 2,0 kg/tonelada de alimento completo Bovinos de corte e leite: de 3 a 20 g/animal/dia

Caprinos e ovinos: de 3 a 20 g/animal/dia

Equinos: de 3 a 20 g/animal/dia

Peixes: 1kg/tonelada de ração

Coelhos: de 0,5 a 0,75 kg/ tonelada de alimento completo.

Actisaf

Sc47 HR+ é uma levedura probiótica premium em forma de microesferula desenvolvida para suportar todos os fatores estressantes durante o processo de peletização

(1 X 10¹⁰

Procreatin® 7 é a levedura probiótica (concentrado de levedura viva) amplamente utilizado na produção animal, que atua no equilíbrio da microbiota intestinal, na melhoria da eficiência alimentar, na redução de problemas de acidoses, na melhora da digestibilidade do alimento, no aumento do CMS e da produção e sólidos do leite, na redução de distúrbios metabólicos na transição de dieta de bovinos e no fortalecimento do sistema imune. Para uso em ração farelada.

Monogástricos: De 0,3 a 2,0 kg por tonelada de alimento completo. Ruminantes: de 3 a 20 gramas/animal/dia.

Procreatin® 7 é um aditivo probiótico com alto teor de levedura viva Saccharomyces cerevisiae recomendado para uso em ração não peletizada.

Procreatin 7 (15 X 10⁹ UFC/g)

INFORMAÇÃO ADICIONAL

PREBIÓTICOS

CONCENTRAÇÃO (UFC/G PROD.) TIPO DE USO

INGREDIENTES ATIVOS

NOME DO PRODUTO

EMPRESA

Inicial Bezerros: 1 g/cabeça/dia Substitutivo Lácteo: 1 g/cabeça/dia Novilhas: 3 g/cabeça/dia Vacas Secas: 6 g/cabeça/dia Vacas Lactantes: 3 g/cabeça/dia

Bovinos de Leite

Recém nascidos até 110kg: 1 g/cabeça/dia

Bezerros: 2 g/cabeça/dia Confinamento: 2 g/cabeça/dia Vacas: 3 g/cabeça/dia

Bovinos de Corte

Matriz: 0.20 kg/Ton de ração Creche: 0.20 kg/Ton de ração Crescimento e Terminação: 0.20 kg/Ton de ração

Suínos

Preparação de RFCs™ (Carboidratos Funcionais Refinados™) Subprodutos Processados de Grãos, Levedura Hidrolizada, Extrato de Levedura e Cultura de Leveduras ( Sacc h aromyces cerevisiae ).

Preparação de RFCs™ (Carboidratos Funcionais Refinados™)

Subprodutos Processados de Grãos, Levedura Hidrolizada, Extrato de Levedura e Cultura de Leveduras ( Saccharomyces cerevisiae ).

CELMANAX SCP NC

Aves Frangos de Corte: 0.05 kg/Ton de ração

Matrizes Pesadas: 0.05 kg/Ton de ração Perus: 0.5 kg/Ton de ração

Fórmula Concentrada para mistura em premixeiras e Fábricas de Rações

Bezerros Inicial: 7g por cabeça por dia Novilha: 14g por cabeça por dia Vacas Secas: 56g por cabeça por dia Vacas Leiteiras: 2g por cabeça por dia

Leiteiras

Vacas

Bezerros até 110 kg: 8g/cabeça/dia

Bezerros 110-225 Kg: 14g/cabeça/dia

Confinamento: 16g/cabeça/dia

Vacas: 16g/cabeça/dia

Bovinos de Corte

Matrizes: 2 kg/Ton de ração Leitões: 2 kg/Ton de ração Crescimento e Terminação: 2 kg/Ton de ração

Poedeiras: 0,5 kg/Ton de ração Frangos de Corte: 0,5 kg/Ton de ração

Suínos

Aves

Perus 0,5 kg/Ton de ração

Leiteiras 14-28 g por cabeça por dia

Vacas

Aves 1 Kg / tonelada de ração

Inicial 2 Kg / tonelada de ração

Suínos

Preparação de RFCs™ (Carboidratos Funcionais Refinados™) Subprodutos Processados de Grãos, Levedura Hidrolizada, Extrato de Levedura e Cultura de Leveduras (Saccharomyces cerevisiae).

Preparação de RFCs™ (Carboidratos Funcionais Refinados™)

Subprodutos Processados de Grãos, Levedura Hidrolizada, Extrato de Levedura e Cultura de Leveduras (Saccharomyces cerevisiae).

Suínos Crescimento 1 Kg / tonelada de ração

Preparação de RFCs™ (Carboidratos Funcionais Refinados™) biologicamente ativos e bentonita

Preparação de RFCs™ (Carboidratos Funcionais Refinados™) biologicamente ativos e bentonita

BG-MAX

CELMANAX NC Midds

PREBIÓTICOS, PROBIÓTICOS & OUTROS 2025

INFORMAÇÃO ADICIONAL

PREBIÓTICOS

CONCENTRAÇÃO (UFC/G PROD.)

INGREDIENTES ATIVOS

NOME DO PRODUTO

EMPRESA

Adsorção de micotoxinas: Rico em polissacarídeos capazes de se ligar às micotoxinas, especialmente ZEA e OCRA.

Aglutinação de bactérias patogênicas e contribuição para um melhor equilíbrio da saúde intestinal: MOS se liga aos receptores de bactérias patogênicas como Salmonella e E. coli, impedindo sua adesão ao epitélio intestinal e promovendo sua excreção. Suporte à imunidade: As β-glucanas contribuem para uma boa resposta imune, promovendo a defesa contra patógenos e os efeitos das micotoxinas.

Adicionar à ração dos animais de acordo com a recomendação do responsável técnico.

Indicado para todas as espécies

Parede celular de Saccharomyces cerevisiae

Betaglucanos e mananoligossacarídeos

BIOWALL

SuínosLeitões –Desmame: 2,5-3% (até 5%)

Rápida absorção de peptídeos e aminoácidos: Compostos de baixo peso molecular. O processo quebra as proteínas da levedura, tornando-as mais biodisponíveis para assimilação rápida e uso eficiente das proteínas.

SuínosLeitõesPré I: 2,5-3% (até 5%)

SuínosLeitõesPré II: 2,5-3% (até 5%)

Suporte à saúde intestinal e imunidade: Rico em β-glucanas e oligossacarídeos, que modulam a imunidade e equilibram a microbiota.

Vacas LeiteirasGestação/Lactação/Ordenha, 30-50 g/vaca/dia

Vacas LeiteirasTransição, 10-20 g/vaca/dia

Indicado para todas as espécies

Estimula o desenvolvimento e a adaptação: Ideal para animais jovens, idosos ou estressados (desmame, transporte, recuperação de saúde).

Bovinos –Bezerros: 20-30 g/vaca/dia

Aquicultura –Camarões, Juvenil/Inicial: 2-5%

Realçador natural de palatabilidade: Melhora o sabor e reduz a rejeição da ração.

Aquicultura –Camarões, Ração Funcional: 2-5%

Cães e gatos: 1-5%

Saccharomyces cerevisiae hidrolisada

Levedura

Saccharomyces cerevisiae

Levedura

BIOHYDRO

INFORMAÇÃO ADICIONAL

PREBIÓTICOS

TIPO DE USO

CONCENTRAÇÃO (UFC/G PROD.)

INGREDIENTES ATIVOS

NOME DO PRODUTO

EMPRESA

O GOLF é um blend de prebióticos naturais, de tecnologia exclusiva da OLMIX, especialmente desenvolvidos para aumentar dezenas de vezes as populações de bactérias benéficas (principalmente Lactobacillus e Bifidobacterias) e reduzir a população de microrganismos patogênicos, como Salmonella, E. coli , o Clostridium , e outros patógenos oportunistas devido a sinergia de seus componentes (FOS, GOS, MOS e beta-glucanos), que atuam modulando a microbiota intestinal e, por conseguinte promovem a saúde intestinal e sistêmica do animal.

EFEITO BIFIDOGÊNICO: Os prebióticos FOS e GOS são fibras fermentáveis solúveis, que, por não serem digeridas pelas enzimas digestivas do animal, chegam ao intestino grosso, onde servem como substratos para bactérias benéficas, aumentando a síntese de ácidos graxos de cadeia curta (acético, propiônico e butírico) e Bacteriocinas.

SAÚDE INTESTINAL: Com o aumento da população de bactérias benéficas, o crescimento de microrganismos patogênicos é inibido por diferentes meios de ação, sendo estes a exclusão competitiva, acidificação do meio intestinal, ação direta de bacteriocinas e ácidos graxos. A redução da enterite e a acidificação do pH intestinal favorecem a ação das enzimas digestivas, resultando em uma melhora na absorção de nutrientes da dieta, incluindo minerais como cálcio e magnésio.

IMUNOMODULAÇÃO: Os 1,3 e 1,6 beta-glucanos são imunomoduladores, estimulando a atividade das células do sistema imunológico.

AGLUTINAÇÃO FÍSICA DE BACTÉRIAS NOCIVAS: MOS é um poderoso aglutinador de bactérias que possuem fímbrias do tipo I, como Salmonella e E. coli A sinergia entre seus princípios ativos faz do GOLF uma mistura prebiótica com alta capacidade de modular a microbiota de animais com efeito imunomodulador efetivo, aumentando o desempenho produtivo e melhorando o estado de saúde dos animais.

Aves: 12kg/ton

Suínos: 13kg/ton

Bovinos: 520g/cabeça/dia

Indicado para todas as espécies

Cães e gatos: 13kg/ton

Aquacultura: 24kg/ton

Mananoligossacarídeos, betaglucanos, galactoligossacarídeos, fructoligossacarídeos e levedura

Mananoligossacarídeos, betaglucanos, galactoligossacarídeos, fructoligossacarídeos

GOLF

PREBIÓTICOS, PROBIÓTICOS & OUTROS 2025

INFORMAÇÃO ADICIONAL

PROBIÓTICOS

DOSE

TIPO DE USO

CONCENTRAÇÃO (UFC/G PROD.)

INGREDIENTES ATIVOS

EMPRESA NOME DO PRODUTO

Utilizar segundo a indicação do nutricionista responsável ou como sugerido a seguir: Adicionar ao alimento final na proporção de 3-5kg de produto por tonelada de ração.

Aditivo zootécnico acidificado para uso na alimentação de aves, suínos e aquacultura auxiliando na melhoria do desempenho destas espécies através da promoção do equilíbrio da microbiota gastrointestinal.

Ácido benzóico, ácido fumárico, metionina hidroxi análogo de cálcio e excipientes

Ácido benzóico, ácido fumárico e metionina hidroxi análogo de cálcio

ACTIVATE DA

Utilizar segundo a indicação do nutricionista responsável ou como sugerido a seguir: Adicionar a água de bebida na proporção de 0,04 a 0,08% para alcançar um pH final entre 3 e 4.

Aditivo zootécnico acidificado para uso na água de bebida de aves e suínos com efeito de melhoria do desempenho destas espécies através da promoção do equilíbrio da microbiota gastrointestinal.

Ácido fórmico, ácido propiônico, metionina hidroxi análogo e excipientes

Ácido fórmico, ácido propiônico e metionina hidroxi análogo

ACTIVATE WD Max

Para mais informações consulte um de nossos técnicos info@ novusint.com

Utilizar segundo a indicação do nutricionista responsável ou como sugerido a seguir: Adicionar ao alimento final na proporção de até 500g de produto por tonelada de ração.

Aditivo zootécnico acidificado, em forma granular, produzido com a tecnologia Novus Premium Blend. Uso em avicultura.

Utilizar segundo a indicação do nutricionista responsável ou como sugerido a seguir: Adicionar ao alimento final na proporção de 15 a 60g de produto por tonelada de ração.

Aditivo zootécnico melhorador de desempenho, composto por óleos essenciais, para uso na alimentação de ruminantes, monogástricos e aquacultura auxiliando na melhoria do desempenho destas espécies através da promoção do equilíbrio da microbiota gastrointestinal.

Leitões: até 2,5 kg de produto por tonelada de alimento final

Aditivo zootécnico acidificado, em forma granular, produzido com a tecnologia Novus Premium Blend. Uso em suínos.

benzóico, ácido fumárico e formiato de cálcio Ácido benzóico, ácido fumárico, formiato de cálcio e excipientes

Timol, carvacrol e excipientes

Ácido

AVIMATRIX

ENHANCE®

NEXT

150 Timol e carvacrol

Ácido benzóico, ácido fumárico, formiato de cálcio e excipientes

benzóico, ácido fumárico e formiato de cálcio

Ácido

PROVENIA

*Produtos formulados que em sua composição contém aditivos prebióticos e probióticos, além de outros ingredientes.

OTIMIZAÇÃO DO DESEMPENHO EM SITUAÇÕES DE ESTRESSE

Felipe Horta MV, MSc, gerente de produtos, Grupo Nuproxa.

Aprodução animal moderna representa um desafio constante: alcançar altos níveis de eficiência em sistemas cada vez mais intensivos, sem comprometer a saúde e o bem-estar dos animais.

Os avanços na genética e a intensificação dos sistemas de produção levaram a aumentos significativos na produtividade. No entanto, esses avanços também aumentaram a exposição dos animais a níveis mais altos de estresse fisiológico e ambiental. Um dos efeitos colaterais mais comuns nesse contexto é o estresse.

Estresse: uma resposta fisiológica com possíveis consequências negativas

Embora comumente associado a efeitos negativos, o estresse é, na verdade, uma resposta adaptativa natural do organismo a situações que ameaçam seu equilíbrio homeostático. Seu objetivo é proteger o organismo e restaurar a homeostase.

Entretanto, quando os estressores são prolongados ou de alta intensidade, essa resposta deixa de ser adaptativa e se torna uma fonte de distúrbios fisiológicos e produtivos.

Os fatores de estresse em animais de produção são diversos e multifatoriais. Entre os mais comuns estão:

Fatores ambientais: temperaturas extremas (quentes ou frias), alta umidade, ruído excessivo, pouca ventilação.

Fatores alimentares: presença de micotoxinas, gorduras oxidadas, certos aditivos, desequilíbrios nutricionais.

Fatores de saúde ou imunológicos: vacinas, infecções virais (por exemplo, gripe), bacterianas (por exemplo, Escherichia coli) ou parasitárias (por exemplo, Eimeria).

Fatores siológicos ou produtivos: processos como amamentação e desmame em mamíferos, transferência e pico de postura em galinhas poedeiras, muda forçada ou prolongamento de ciclos produtivos.

Fatores de manuseio: transporte, reagrupamento, mudanças de instalações, entre outros.

Em resposta a esses estímulos, o organismo animal ativa o eixo hipotálamo-pituitáriaadrenal, levando à liberação de cortisol, um hormônio amplamente reconhecido como um biomarcador de estresse em várias espécies animais (Gunnar e Donzella, 2002; Gillespie et al., 2009).

Embora o cortisol tenha funções essenciais em situações agudas, a produção crônica ou excessiva de cortisol pode ter efeitos adversos, como:

Supressão do sistema imunológico

Hiperglicemia

Redução do consumo de ração Catabolismo do tecido muscular

Diminuição do desempenho produtivo e reprodutivo

Além disso, o estresse aumenta a produção de radicais livres, compostos altamente reativos que causam danos às células e promovem processos inflamatórios. Esses radicais podem afetar órgãos importantes, como o fígado e o intestino:

No intestino, eles deterioram a mucosa, favorecendo o aparecimento de diarreia, diminuição da absorção de nutrientes e desequilíbrios na microbiota intestinal.

No fígado, eles interferem no metabolismo dos lipídios, facilitando o acúmulo de gordura e aumentando o risco de esteatose hepática.

C-Power™: uma solução natural

para o estresse

Ciente desse problema, foi desenvolvido o C-Power™ , um aditivo natural formulado a partir de extratos de plantas ricos em fitoativos, especialmente polifenóis e alcaloides.

Esse produto foi projetado para atenuar os efeitos negativos do estresse, melhorando a capacidade de adaptação dos animais aos fatores de estresse que não podem ser completamente eliminados nas condições da fazenda.

Os polifenóis presentes no C-Power™ têm uma poderosa ação antioxidante: neutralizam os radicais livres, reduzem os danos celulares, diminuem a inflamação sistêmica e protegem a funcionalidade de órgãos vitais como o fígado e o intestino, ajudando assim a preservar a saúde e o desempenho produtivo dos animais.

Gráfico 1. Avaliação do potencial antioxidante no sangue de leitões de porcas suplementadas com C-PowerTM durante a gestação.

Um exemplo claro de uma fase crítica particularmente vulnerável ao estresse de várias fontes é a fase de lactação.

Vários estudos (Farmer et al., 2010; Meng et al., 2013; Weng et al., 2019) mostraram que a suplementação de polifenóis em porcas lactantes tem um efeito positivo na saúde da glândula mamária, especialmente na redução do grau de inflamação.

Além disso, essa melhora pode se traduzir em um aumento na qualidade do colostro e do leite (Chen et al., 2023; Li et al., 2021; Sun et al., 2019; Meng et al., 2018; Hu et al, 2015), com efeitos benéficos no desenvolvimento e no estado de saúde dos leitões (Meng, 2018 e 2019; Lipinski et al., 2019; Sun et al., 2020) e no peso ao desmame (Frederico et al., 2022; Li et al., 2021; Wang et al., 2019; Meng et al., 2018; Hu et al., 2015).

Por outro lado, os alcaloides presentes no C-PowerTM atuam no nível do eixo neuroendócrino, contribuindo para a modulação dos níveis de cortisol. Essa ação ajuda a atenuar seus efeitos negativos desde os estágios iniciais, evitando assim consequências mais graves, como perda de apetite, imunossupressão e redução do desempenho produtivo.

Tabela 2: Níveis de cortisol (ng/ml) na saliva de suínos suplementados ou não com C-PowerTM a 100g/tonelada de ração entre 120 e 150 dias de idade.

Fonte: InsideSui, dados ainda não publicados

Graças a uma combinação de efeitos antioxidantes e moduladores do eixo neuroendócrino, o C-Power™ não apenas protege os animais contra o estresse, mas também contribui para melhorar seu desempenho produtivo e reprodutivo.

Aplicativos e benefícios observados

O uso do C-Power™ tem mostrado resultados concretos em várias fases do ciclo de produção, especialmente em estágios críticos como a lactação:

Em porcas lactantes, a suplementação com C-Power™ demonstrou melhorar o ganho de peso diário e o peso dos leitões ao desmame, além de contribuir para a redução da mortalidade pré-desmame. Também foram observados efeitos positivos sobre a prolificidade, refletidos em um número maior de leitões nascidos vivos na ninhada subsequente.

Em porcas prenhes, sua suplementação melhora o peso da leitegada, o peso médio dos leitões e a homogeneidade no nascimento. Também melhora o potencial antioxidante no sangue dos leitões;

Gráfico 2. Efeito do C-PowerTM em dietas gestacionais sobre o peso dos leitões ao nascer.

p = 0,074 p < 0,001

Controle 1,4 1,2 1,0 1 0 13 11 12 10 10 0 Leitões nascidos vivos com menos de 1 kg de peso vivo

Leitões < 1kg Leitões > 1kg

C-PowerTM

Fonte: Parraguez et al., (2022).

Leitões nascidos vivos com mais de 1 kg de peso vivo

A suplementação com C-PowerTM durante a gestação pode aumentar o peso médio ao nascer.

Tabela 3: Desempenho de porcas e leitões na fase de parição (21 dias) com ou sem suplementação de C-PowerTM na dieta da porca a 2 g/porca/dia.

do leitão ao desmame, kg

Ganho de peso na lactação de leitões, kg

diária de leite/porca, kg

de ração /

Leitões nascidos vivos no próximo parto

Um desempenho superior pode ser observado em porcas suplementadas e em seus leitões.

Destaca-se a menor conversão alimentar no peso da leitega (-0,25) e na produção de leite (+1,12 kg/ dia), o que resultou em pesos maiores no GPD e no desmame.

O efeito positivo na reprodução também é destacado, com um aumento no número de leitões nascidos vivos no próximo parto.

Em suínos em fase de terminação, ajuda a controlar o estresse da competição alimentar, a densidade e o metabolismo acelerado, reduzindo o cortisol e estimulando o desempenho;

Tabela 5: Desempenho de suínos suplementados com C-PowerTM na fase de terminação, entre 120 e 150 dias de idade.

Tratamentos EPM Valor de p

Controle (n = 40) C-PowerTM (n = 40)

PV 120 dias, kg 79,740 79,760 0,674 NS

PV 155 dias, kg 120,560 124,490 0,896 NS

GPD, kg 1,134b 1,242a 0,014 0,002

Consumo, kg 2,941b 3,111a 0,018 <0,001

Conversão 2,635 2,502 0,024 NS

Fonte: InsideSui, dados publicados

A suplementação com C-PowerTM durante a gestação pode aumentar o peso médio ao nascer.

Conclusão

Nos sistemas intensivos de hoje, o estresse é um inimigo silencioso, mas constante. Sabemos que nem sempre é possível perceber ou mesmo eliminar todos os fatores que o provocam, mas podemos agir para atenuar seus efeitos.

O C-PowerTM foi criado exatamente com esse objetivo em mente: ajudar os suínos a manter o equilíbrio fisiológico e melhorar a produtividade, mesmo sob fatores de estresse que não podemos controlar

Mais do que um aditivo, o C-Power é uma ferramenta estratégica que lhe permite enfrentar os desafios do dia a dia com animais mais adaptados e produtivos. Uma solução natural e eficaz, alinhada com as exigências da suinocultura moderna.

Otimização do desempenho em situações de estresse BAIXAR EM PDF

FORMULAÇÃO DE RAÇÃO PARA RUMINANTES

Emanuel Isaque Cordeiro da Silva

Departamento de Zootecnia – UFRPE

Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA

Na área de alimentação de ruminantes de interesse zootécnico (bovinos, búfalos, caprinos e ovinos), um dos aspectos mais importantes é a formulação de rações. Antes de proceder ao balanceamento da ração, para a melhor resposta animal em termos produtivos, é necessário enfatizar que:

Nenhum alimento simples é capaz de fornecer todos os nutrientes essenciais a todas as fases da vida de um animal;

O animal foi retirado de seu ambiente natural, onde, possivelmente encontrava tudo que necessitava;

Além disso, ele vem sendo pressionado a produções cada vez maiores, em tempos cada vez menores; O solo, pelo uso contínuo, vem sendo exaurido e o animal, con nado a horizontes cada vez mais estreitos, não podendo migrar em busca de áreas novas que lhe sejam mais apropriadas; Os alimentos balanceados, numa dieta adequada, possibilitam melhor e ciência de usos dos alimentos, com produções maiores e em tempo e custo cada vez menores, o que é de grande signi cação, por se saber que a alimentação é o insumo mais oneroso da produção animal.

Dito isto, a maior porção do alimento consumido pelos ruminantes provem da forragem, ou seja, do volumoso.

Quando os animais mais especializados, por exemplo as vacas em lactação ou bovinos de corte em terminação, são alimentados somente com volumoso, dificilmente estes consumirão os nutrientes (energia, proteína e minerais) necessários para a produção.

Sendo assim, é imperativo categórico a inclusão de alimentos concentrados como fonte suplementar no suprimento das necessidades nutricionais dos animais nas fases de produção (crescimento, reprodução, lactação) e mantença.

Com isso, a formulação de uma ração balanceada consiste na combinação, mais que coerente, de ingredientes que serão consumidos em quantidades necessárias para suprir as necessidades diárias do animal.

Uma ração é balanceada quando todos os nutrientes requeridos estão presentes na ração consumida pelo animal durante um período de 24 horas.

O balanceamento da ração é essencial, visto que a falta ou excesso de nutrientes acarretam em perda parcial da produção e, caso persista, pode resultar na morte do animal (Figura 1).

MORTE DO ANIMAL

Excesso de nutrientes

RAÇÃO BALANCEADA

Dé cit de nutrientes

Sintomas de toxidez

Sintomas não muito claros, mas com perda parcial na produção.

Produção máxima: o animal produz de acordo com o seu potencial genético

Sintomas não muito claros, mas com perda parcial na produção. Sintomas de de ciência

Perda completa na produção Animal doente

MORTE DO ANIMAL

1. Importância do balanceamento de ração para ruminantes.

Existem diferentes métodos empregados na formulação de ração, sendo eles manuais ou através de linguagem computacional, isto é, programas de computador.

Figura

Nos métodos manuais, podemos citar a tentativa e erro, que exige muito conhecimento por parte do formulador, o quadrado de Pearson, usualmente o mais empregado, o método matricial e o sistema de equações, cada um destes com suas vantagens e desvantagens.

Neste, utilizaremos a fusão do quadrado de Pearson e do sistema de equações.

Para formular rações, é importante saber que existe uma cadeia com passos que deve ser respeitada e seguida, para que se possa proceder o balanceamento e obter como resultado final uma ração com os nutrientes necessários ao animal e que não haja perdas para o produtor.

A Figura 2 apresenta os passos a serem seguidos no processo de formulação de ração.

Agora, vamos exemplificar os conceitos na prática formulando uma ração para vaca de leite em lactação.

Formular ração para vaca leiteira de 500 kg PV, produção de leite de 26 kg/ dia com 3,4% de gordura, estando na 21ª semana de lactação.

Caracterização do animal 01 02

Alimentos disponíveis

Exigências nutricionais

Nutrientes nos alimentos

Balanceamento

Figura 2. Passos para a formulação de ração para animais.

Primeiramente, vamos calcular o consumo de matéria seca da vaca através da equação proposta pelo BR-LEITE (2024): CMS (kg/dia) =

[(3,7 + 1 x 5,7) + 0,305 x 41,4 + 0,022 x 500 + (-0,689 + 1 x -1,87) x 3,5] x [1 – (0,212 + 1 x 0,136) x 1(-0,053 x 147) = 15,70.

Tabela 1. Necessidades nutricionais da vaca

Minerais

Agora, vamos a composição dos ingredientes e o preço dos insumos:

O espaço reserva na formulação de ração é a porção da ração final destinada a inclusão de sal e minerais, neste caso vamos utilizar um ER de 3%, logo calcularemos a ração com base em 97% para os elementos orgânicos, sendo necessário o ajuste do CMS e NDT: CMS (kg): 15,7 kg ---------- 100%

X kg ---------- 97%

X = 15,23 kg CMS NDT (%): 15,23 kg CMS ---------- 100% 11,33 kg NDT ---------- X %

X = 74,4% NDT

Procedemos agora a pré-mistura dos alimentos volumosos e concentrados para encontrar o NDT. Neste caso, utilizaremos partes iguais dos ingredientes, obtendo-se, assim, a média ponderada da composição dos mesmos:

PMvolumosos

65% SM e 35% FT

SM: 75,4 x 65% = 49

FT: 56,7 x 35% = 19,9

NDTvolumosos = 68,9%

PMvolumosos

50% FM e 50% FS

FM: 86,1 x 50% = 43

FS: 80,3 x 50% = 40,1

NDTvolumosos = 83,1%

A partir do NDT total calculado pela pré-mistura entre ingredientes volumosos e concentrados, calcularemos a relação volumoso:concentrado através do quadrado de Pearson:

partes de volumosos ou 61,3% de volumoso

partes de concentrados ou 38,7% de concentrado

Calcularemos a fração dos ingredientes volumosos na ração, mediante os 65% SM e 35% FT de inclusão destes na pré-mistura calculada anteriormente, desta forma teremos:

kg CMS ---------- 61,3%

X = 9,34 kg de volumoso, sendo 65% SM e 35% FT, então:

6,07 kg de MS de silagem de milho e 3,27 kg de MS de feno de tifton-85

Vamos conferir os nutrientes fornecidos pela ração volumosa e calcular o déficit a ser suprido pelo concentrado: 15,23 kg CMS ---------- 100%

Com o déficit calculado, montamos o sistema de equações para o concentrado, sendo FM o fubá de milho e FS o farelo de soja: Resolvendo o sistema, teremos:

Equação 1 PB:

0,085FM + 0,488FS = 1,734 (x por 0,861)

Equação 2 NDT:

0,861FM + 0,803FS = 4,9 (x por -0,085)

0,073FM + 0,420FS = 1,493

-0,073FM – 0,068FS = -0,4165

0,352FS = 1,0765

FS = 1,0765/0,352 = 3,06 kg de MS

Como achamos o valor de farelo de soja, substituímos este valor na equação 1, obtendo o valor de fubá de milho:

O concentrado será composto por 3,06 kg de MS de farelo de soja e 2,85 kg de MS de fubá de milho. Agora, montamos a tabela da ração concentrada:

Ingrediente MS (kg) PB (%) NDT (%)

Fubá de milho 2,85 x 8,5% = 0,242 x 86,1% = 2,454

Farelo de soja 3,06 x 48,8% = 1,493 x 80,3% = 2,457

Total 5,91 1,735 4,91

Exigência 5,89 1,734 4,9

Déficit - - -

0,085FM + (0,488 x 3,06) = 1,734

0,085FM + 1,492 = 1,734

0,085FM = 1,734 – 1,492

FM = 0,242/0,085 → FM = 2,85 kg de MS

Não existe mais nenhum déficit nutricional. Lembrando que o ER foi de 3%, e que destes 2,5% é reservado para mistura mineral e 0,5% para sal comum, teremos:

Sal mineral: 15,70 kg CMS x 2,5% = 0,39 kg

Sal comum: 15,70 kg CMS x 0,5% = 0,08 kg

Agora, montamos a tabela final da ração com base na matéria natural dos ingredientes. Para isso, basta dividir o kg do ingrediente em MS pela % de MS do mesmo, por exemplo:

Silagem de milho (MS para MN) = 6,07/31% = 19,6 kg de MN;

Farelo de soja: 3,06/89% = 3,44 kg de MN, e assim por diante.

Calcularemos agora, a fórmula e montaremos a tabela com a mistura que deverá ser fornecida no cocho com o custo final:

Silagem de milho 19,6 64,41 14,11

Feno de tifton-85 3,72 12,22 6,10

Fubá de milho 3,20 10,52 4,22

Farelo de soja 3,44 11,30 8,57

Sal mineral 0,39 1,28 8,54

Sal comum 0,08 0,27 0,07 Total

Fazendo uma análise econômica:

Preço da ração: R$ 41,61

Preço do leite: R$ 2,78 (São Paulo/Dez, 2024)

Lucro bruto: 2,78 x 26 kg = R$ 72,28

Note a importância da formulação de ração no sistema de produção de animais ruminantes, impactando não apenas na saúde do animal, em termos de excesso ou deficiência de nutrientes, mas no lucro obtido pela propriedade num ciclo de produção. Ingrediente

Lucro líquido: 72,28 – 41,61 = R$ 30,67

Formulação de ração para ruminantes BAIXAR EM PDF

USO DE XILO-OLIGOSSACARÍDEOS E XILANASE COMO FERRAMENTA DE MODULAÇÃO DA INFLAMAÇÃO ENTÉRICA EM FRANGOS DE CORTE

Miliane Alves da Costa; Ingrid Martinez Rojas e Alexandre Barbosa de Brito AB VISTA Latam

Aavicultura atual busca um equilíbrio paradoxal: o aumento da pressão por crescimento e produtividade com redução do uso de antibióticos, intensifica os desafios sanitários no campo, em especial os que afetam a integridade intestinal.

O termo “Integridade intestinal referese à capacidade funcional e estrutural da microbiota intestinal de atuar como uma barreira seletiva, que permite a absorção eficiente de nutrientes e água, ao mesmo tempo em que impede a translocação de patógenos, toxinas e antígenos indesejáveis para a corrente sanguínea’’ Gresse et al., (2017)

O microbioma intestinal desempenha múltiplas funções vitais, como a fermentação de fibras dietéticas, a síntese de nutrientes e ácidos graxos de cadeia curta, a proteção contra a colonização por patógenos e a modulação do desenvolvimento e da maturação do sistema imunológico do hospedeiro.

Um dos maiores desafios na produção de frango de corte, quando se refere ao termo integridade intestinal, são os desafios por enterite necrótica (EN).

Ela é causada por Clostridium perfringens e frequentemente agravada por infecção concomitante por Eimeria spp.. Os prejuízos associados vão além da mortalidade: há perda de desempenho, piora da conversão alimentar e aumento de descarte por lesões podais.

Ao contrário de probióticos e prebióticos tradicionais, o estimbiótico não se limita a oferecer substrato fermentável.

Ele atua como um sinalizador funcional, composto por pequenas quantidades de xilo-oligossacarídeos (XOS) associados a uma xilanase específica, com o objetivo de estimular seletivamente a proliferação de bactérias fibrolíticas.

Bactérias fibrolíticas são aquelas capazes de degradar fibras complexas como os arabinoxilanos que estão naturalmente presentes nos ingredientes como milho, farelo de soja, trigo, podendo ser encontradas em até 4% da composição total de uma dieta a base de milho e farelo de soja.

Agora, onde o cenário de produção de aves que está cada vez mais orientado por restrições ao uso de antibióticos, a nutrição funcional emerge como importante ferramenta e existem inúmeros aditivos que são utilizados com esse propósito, como por exemplo o uso de estimbiótico.

O estimbiótico desponta como uma alternativa promissora aos promotores de crescimento tradicionais, atuando na modulação da saúde intestinal por meio da ativação da fermentação de fibras alimentares.

Essa ativação microbiana das bactérias fibrolíticas induz maior fermentação nos cecos, com aumento na produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs), em especial o butirato e propionato, que têm impacto direto na integridade da mucosa intestinal e na imunorregulação.

Saúde

Um estudo conduzido por Lee et al. (2022) utilizou um modelo experimental, onde simula fielmente um cenário de desafios de campo importante para avaliar o impacto da combinação de xilo-oligossacarídeos associados a xilanase (estimbiótico) na performance de frangos de corte desafiados por EN.

Para isso, os autores induziram NE utilizando sobredose de vacinas vivas (coccidiose e IBD) seguida de inoculação oral com C. perfringens — estratégia que gerou lesões entéricas graves, inflamação sistêmica e perda significativa de desempenho.

O resultado foi claro: o estimbiótico não apenas protegeu a mucosa intestinal e reduziu a inflamação, como também restaurou o desempenho produtivo dos animais desafiados. O estudo foi dividido em dois experimentos:

Experimento 1 –

Estabelecimento do modelo EN

Foram utilizados um delineamento fatorial 3×2: Vacinação (coccidiose + IBD) em 0×, 10× ou 20× a dose recomendada.

Desafio com Clostridium perfringens (CP): presença ou ausência.

A condição mais severa (20× vacina + CP) foi selecionada como modelo-padrão para indução de NE, por causar lesões intestinais graves e diarreia intensa, simulando um surto comercial.

Experimento 2 –Efeitos do estimbiótico

Foram utilizados em delineamento fatorial 3×2: Aditivos,

Grupo controle: dieta controle sem aditivos;

Grupo 1: dieta com estimbiótico (Signis®, 100 mg/kg)

Grupo 2: combinação de aditivossignis combinado com óleos essenciais, probióticos e mana oligossacarídeos.

Desafio: Sem desafio (NE–) ou com desafio (NE+), conforme modelo de Exp. 1.

Os tratamentos com combinação de aditivos foram formulados com três ingredientes adicionais: (probióticos + FOS), (óleos essenciais de hortelã, anis e cravo) e (MOS + β-glucanos).

Os resultados revelam o potencial do estimbiótico como agente funcional. Mesmo sob desafio, os frangos que receberam Signis (100 mg/kg) tiveram:

O desa o NE reduziu signi cativamente o ganho de peso e piorou a conversão alimentar.

Frangos desa ados e suplementados com STB apresentaram desempenho comparável aos não desa ados, superando signi cativamente o grupo controle (CON).

Melhorias no ganho de peso e menor conversão ao longo de todo o ciclo (1–30 dias);

Redução signi cativa da translocação de endotoxinas para a corrente sanguínea, com queda nos níveis séricos de TNF-α - marcador in amatório chave;

Melhor morfologia ileal, com vilosidades mais longas e menor profundidade de criptas, o que se traduz em maior área absortiva;

Menor incidência de dermatite plantar, re exo direto da redução de diarreia e melhora da consistência da cama.

Redução da contagem de C. perfringens e E. coli no ceco e tendência à preservação da população de Lactobacillus spp.;

Curiosamente, os resultados obtidos com o uso isolado do estimbiótico foram equivalentes aos de uma combinação complexa contendo probióticos, óleos essenciais e mananoligossacarídeos, indicando uma eficiência funcional superior por unidade ativa.

POR QUE ISSO IMPORTA?

A lógica do estimbiótico não é aumentar o aporte de substrato fermentável, mas mesmo em baixas dosagens estimular metabolicamente a microbiota intestinal para degradar melhor as fibras já presentes na dieta, como os arabinoxilanos.

Isso o torna particularmente eficaz em dietas com ingredientes ricos em NSPs (polissacarídeos não amiláceos), sem a necessidade de reformulações onerosas.

Além disso, ao modular a resposta inflamatória e preservar a integridade da mucosa intestinal, o estimbiótico contribui para um melhor uso de nutrientes, menor conversão alimentar e maior previsibilidade zootécnica, mesmo em situações de alto estresse sanitário.

Além disso, sua ação sinérgica com as fibras da própria dieta permite uma abordagem de baixo custo e alta adaptabilidade, sendo aplicável tanto em dietas convencionais quanto em formulações com coprodutos fibrosos.

Caso tenham alguma dúvida sobre este conteúdo, por favor, contate um colaborador da AB Vista. Estaremos sempre atentos para ajudá-los!

Uso de Xilo-oligossacarídeos e Xilanase como ferramenta de modulação da inflamação entérica em frangos de corte

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Referências sob consulta junto ao autor.

ENTENDA MAIS SOBRE AS EXIGÊNCIAS DE PROTEÍNA E AMINOÁCIDOS PARA CODORNAS

Letícia Aline Silva Zootecnista, Doutora em Produção Animal Professora do curso de Medicina Veterinária da UEM

Aalimentação representa de 65 a 70% dos custos na produção de codornas, com a proteína (aminoácidos) sendo o principal responsável por cerca de 25% desses custos.

Erros nas dosagens de aminoácidos podem prejudicar o desempenho das aves, seja por deficiência ou excesso, que pode causar toxidez.

Portanto, é crucial entender a exigência de aminoácidos e o ponto ótimo de consumo para determinar a quantidade exata necessária, evitando impactos negativos no desempenho das aves.

Historicamente, as mensurações eram baseadas na exigência de proteína, mas estudos recentes mostram que a exigência de aminoácidos é mais precisa.

Os aminoácidos limitantes mais comuns nas rações são a metionina e a lisina, que são caros e influenciados por fatores como a qualidade da proteína e a idade das aves.

As formulações de dieta ainda consideram a proteína bruta (PB), o que pode resultar em dietas com aminoácidos em níveis inadequados, afetando a produção e o retorno financeiro.

O excesso de aminoácidos no sangue pode reduzir o consumo e, consequentemente, a produção.

Para mitigar esses problemas, tem-se utilizado aminoácidos sintéticos nas rações, permitindo que os níveis de proteína bruta sejam inferiores aos recomendados, mas ainda atendendo às exigências de aminoácidos essenciais.

As codornas são divididas em duas espécies principais: a Coturnix coturnix coturnix (codorna europeia), voltada para a produção de carne, e a Coturnix japonica (codorna japonesa), destinada à produção de ovos.

A pesquisa sobre exigências nutricionais para codornas europeias é escassa e muitas vezes conflitante em comparação com as codornas japonesas.

As rações para codornas de corte são frequentemente formuladas com base em tabelas

Exigências

EXIGÊNCIA DE PROTEÍNA PARA CODORNAS

A exigência de proteína nas dietas de codornas é afetada pela energia metabolizável dos ingredientes.

Para dietas iniciais, a proteína bruta deve ser em torno de 24%, reduzindo para 20% a partir da terceira semana, conforme Lee et al. (1977) e Murakami et al. (1993b).

Para codornas em crescimento, a necessidade é de aproximadamente 20%, enquanto para codornas de postura é de 18%.

O NRC (1994) recomenda 20% de proteína para postura, com um mínimo de 16% sem impactar a produção de ovos.

Silva e Costa (2009) observaram que os teores de proteína diminuem com a idade:

25% na fase inicial (1 a 21 dias) e 22% na fase de crescimento (22 a 42 dias).

Embora os níveis de proteína sejam semelhantes entre espécies, as codornas de linhagens pesadas apresentam perfis de aminoácidos mais elevados, devido à necessidade de maior ganho de peso e crescimento muscular.

EXIGÊNCIA DE AMINOÁCIDOS PARA CODORNAS EUROPEIAS

Os aminoácidos desempenham funções essenciais no organismo das codornas, sendo fundamentais para a formação de proteínas corporais.

Atualmente, são reconhecidos 20 aminoácidos necessários para as codornas, dos quais nove são considerados essenciais (D’Mello, 2003).

Os aminoácidos limitantes para aves são a metionina e a lisina, que não são sintetizados em quantidades adequadas pelo organismo, necessitando de suplementação para otimizar o desempenho (Barreto et al., 2006).

Lisina

Este aminoácido é crucial para a formação de tecidos musculares e ósseos, além de ser um precursor da carnitina.

A lisina deve ser ingerida através de alimentos ou suplementação sintética, como a L-lisina (Costa et al., 2001).

É considerado o aminoácido referência devido à sua importância na síntese proteica e à facilidade de análise.

Metionina

Primeiro aminoácido limitante nas rações de codornas, especialmente em dietas à base de farelo de soja e milho.

As exigências de lisina variam conforme a fase de crescimento, sendo mais elevadas na primeira semana de vida, quando o trato gastrointestinal ainda está em desenvolvimento (Toledo et al., 2007). O NRC (1994) recomenda 1,3% de lisina para codornas japonesas em crescimento, enquanto outros estudos sugerem valores entre 0,90% e 1,60%.

A metionina é importante para o transporte de grupos metil e a síntese de colina e cisteína (D’Melo, 2003). Os níveis recomendados variam, com Lázaro et al. (2005) sugerindo 0,38% e Silva e Costa (2009) 0,50%, conforme o NRC (1994).

Em relação à metionina e cistina, Silva e Costa (2009) observaram relações de metionina+cistina digestível: lisina digestível de 72% e 67% para rações com 20% e 23% de proteína bruta, respectivamente.

Esses valores são inferiores ao sugerido por Pinto et al. (2003), que indicou uma relação de 80%. Scottá et al. (2011) relataram um bom desempenho em codornas japonesas com uma relação de 66% em rações com 19,5% de proteína bruta.

O NRC (1994) recomenda um valor de 0,75% para essa associação, superior ao encontrado por Lázaro et al. (2005), que foi de 0,67%.

Exigências

Treonina

Este aminoácido, junto com glicina e serina, é vital para o metabolismo da porfirina e a síntese de proteínas, além de contribuir para a saúde intestinal e o desenvolvimento das penas.

A treonina representa cerca de 4 a 5% do conteúdo de proteína bruta (Kidd, 2000)

O NRC (1994) recomenda 1,02% de treonina para a fase de crescimento, enquanto Lázaro et al. (2005) encontraram valores inferiores, de 0,65%. Estudos indicam que a inclusão de 1,08% de treonina na ração melhora o peso dos ovos (Samuel et al., 2017).

A exigência de treonina nas codornas varia conforme a fase de desenvolvimento. Na fase de cria (1 a 22 dias), a necessidade é de 0,87%, enquanto na fase de recria (22 a 42 dias) é de 0,82%.

Para a postura 1, a exigência é de 0,67%, e para a postura 2, de 0,73% (Silva e Costa, 2009).

As Tabelas Brasileiras (Rostagno et al., 2017) recomendam 0,73% para a fase de cria e 0,74% para a recria, com valores de 0,70%, 0,67% e 0,64% para a postura, dependendo do peso corporal e consumo de ração.

Benites (2018) sugere 0,70% de treonina para a fase de postura, com uma relação de treonina: lisina de 0,63%.

Triptofano

É um aminoácido precursor da serotonina e melatonina, que ajuda a reduzir o estresse nas aves, facilitando o manejo e melhorando a produção de ovos.

Sua deficiência pode diminuir o consumo de ração, e sua exigência é influenciada por outros aminoácidos presentes na dieta (Peganova e Eder, 2002).

As Tabelas Brasileiras indicam 0,186% de triptofano digestível para a fase de cria e 0,196% para a recria.

Para a fase de postura, a exigência varia de 0,22% a 0,24%, dependendo do peso corporal.

Estudos mostram que farelo de soja e milho geralmente atendem a essa exigência, mas a suplementação pode

A alimentação é um dos maiores custos na produção de codornas, com a proteína representando uma parcela significativa desses custos.

Compreender e ajustar adequadamente a quantidade de aminoácidos na dieta é essencial para evitar impactos negativos no desempenho das aves, seja por deficiência ou excesso.

A utilização de aminoácidos sintéticos tem mostrado ser uma solução eficaz para atender às necessidades nutricionais sem aumentar excessivamente os níveis de proteína bruta na ração.

Contudo, é importante considerar que há uma diferença significativa nas exigências nutricionais entre as espécies de codornas, como a coturnix coturnix coturnix (europeia) e a Coturnix coturnix japonica (japonesa).

Dessa forma se faz necessário um

Referências sob consulta junto ao autor.

Entenda mais sobre as exigências de proteína e aminoácidos para codornas BAIXAR EM PDF

Exigências nutricionais

FUNDAMENTOS DOS FOSFATOS INORGÂNICOS NA NUTRIÇÃO ANIMAL

Equipe técnica PHOSPHEA

Importância do fósforo (P) na nutrição animal

O fósforo (P) é classificado como macromineral, o que significa que é necessário em grande quantidade (>100 mg/kg de PV) e adicionado diretamente à ração, ao contrário dos oligoelementos que são necessários em pequenas quantidades (<100 mg/kg de PV) e adicionados na prémistura (Payam et al., 2020).

O fósforo (P) é um componente essencial da dieta dos animais, e seu suprimento dietético adequado é importante para atender às necessidades diárias para manter a homeostase do P no corpo animal.

O P exerce mais funções fisiológicas do que qualquer outro mineral. É um componente chave do DNA, tecido celular, metabolismo energético e estrutura óssea.

Portanto, os fosfatos alimentares são amplamente utilizados em todos os tipos de alimentos (alimentos compostos, pré-misturas e alimentos minerais) para todas as espécies animais.

Características do fósforo quanto à sua origem

O P (como o Ca) na alimentação animal pode ter diferentes origens: animal (farinhas de carne e ossos, casca de ovo), à base de plantas (sementes, nozes, vegetais) ou inorgânico (fosfatos inorgânicos para rações, chamados IFP, e carbonato de cálcio).

A absorção de minerais requer a solubilização da fonte original do mineral no estômago. Essa solubilização é reforçada por um pH estomacal ácido. Uma vez solubilizado, o mineral pode ser absorvido no intestino.

Abastecimento dietético do IFP

O fósforo alimentado em excesso não tem impacto direto na saúde dos animais de criação, mas leva a perdas financeiras e descargas de fósforo no meio ambiente.

A falta de P na dieta do animal pode levar a uma baixa eficiência alimentar, redução da taxa de crescimento ou produção de leite, menor resistência a infecções, malformação óssea e ameaça de causar raquitismo.

A ingestão adequada de P é essencial para a realização da função corporal necessária, melhorando assim o bem-estar e o desempenho dos animais. Isso garante ao mesmo tempo o melhor retorno econômico e o menor impacto ambiental possível.

Ao contrário do IFP, as fontes de fosfato vegetal requerem a ação de uma enzima específica, a fitase, para liberar o P no intestino.

O fósforo mineral proveniente de fosfatos alimentares, além de ser diretamente assimilável, possui maior teor de P e maior consistência de composição, tornando-o considerado pelos cientistas como a melhor fonte disponível de P para animais.

As necessidades de P para a maioria dos animais foram bem estabelecidas através das tabelas nutricionais oficiais* (NRC, INRAe, CVB, FEDNA, ARC). Para cada espécie e estágio de produção ou idade, as tabelas indicam a exigência de P em P disponível (%) e/ou P digestível (%).

*A Phosphea segue escrupulosamente esses limites por meio de análises regulares.

Avaliação da qualidade do IFP

Vários parâmetros físicos e químicos medidos em laboratório são utilizados por produtores e compradores de fosfato para avaliar sua qualidade.

A nomenclatura dos fosfatos alimentares depende de seu teor de P e Ca (Quadro 1) e de sua relação Ca/P, o que ajuda a categorizar e identificar rapidamente a natureza de um fosfato de cálcio (Figura 1).

Figura 1 : Relação Ca/P de acordo com o Regulamento (UE) n.º 68/2013 da Comissão relativo ao catálogo de matérias-primas para alimentação animal. *TCP: Fosfato tricálcico

Quadro 1 : Teor típico de fósforo (P) e cálcio (Ca) dos fosfatos principais

Fosfato de alimentação Teor de fósforo (%P) Teor de cálcio (%Ca)

Outro parâmetro químico comumente testado é o nível de substâncias indesejáveis nos fosfatos alimentares, pois níveis muito altos podem afetar negativamente a saúde e o bem-estar do animal.

Na União Europeia, foram estabelecidos teores máximos para o chumbo, o cádmio, o mercúrio, o arsénio e o flúor nos alimentos para animais (Quadro 2).

A Phosphea segue escrupulosamente esses limites por meio de análises regulares.

Quadro 2: Máximo de substâncias indesejáveis em termos de contaminantes inorgânicos nos fosfatos para alimentação animal, expresso em mg/kg (ppm)

Avaliando a qualidade dos fosfatos através das solubilidades

É importante entender que os fosfatos de ração comercial não são produtos puros. Um fosfato de cálcio é composto por 3 tipos de moléculas: MCP, DCP e TCP. Assim, pode existir sob diferentes formas químicas, dependendo da concentração de cada uma dessas moléculas dentro do fosfato.

Solubilidade de P em ácido cítrico a 2% (Psc)

De acordo com os trabalhos de Gueguen (1960) e Cauduro (2009), o teste mais adequado para triagem rápida de fosfato é o teste de solubilidade em ácido cítrico a 2%.

Este parâmetro imita o 1º estágio de solubilização do processo digestivo no estômago e, portanto, indica a disponibilidade de P.

Solubilidade de P em citrato de amônio alcalino (Pscn)

A solubilidade do P em citrato de amônio alcalino aponta para a natureza química do produto e mostra a presença de moléculas de TCP.

O P que é mais de 90% solúvel em ambos os testes é de alta qualidade nutricional (Guéguen, 1970).

Solubilidade de P em água (Pws ou Pse)

A solubilidade em água de P informa sobre a composição molecular dos fosfatos. De fato, a solubilidade em água do P está positivamente correlacionada com o conteúdo da molécula MCP nos fosfatos de cálcio e, portanto, com a digestibilidade dos fosfatos alimentares (NRC, 2011)

Em relação a este parâmetro, podemos dizer que um MCP é mais digerível que um MDCP e que é mais digerível que um DCP, este, seria mais digerível que um TCP.

A solubilidade em água do P está positivamente correlacionada com a reatividade.

Outros exemplos de parâmetros comumente medidos são pH, umidade, granulometria, facilidade de desintegração (friabilidade).

Quem é

A Phosphea é uma subsidiária do Groupe Roullier, um dos líderes mundiais em nutrição vegetal, animal e humana. Incorporado em 1959, o grupo opera em todo o mundo, tem uma força de trabalho total de mais de 10.000 pessoas.

Como fornecedora de matéria-prima, e com uma fábrica no Brasil, o objetivo da Phosphea é levar aos clientes soluções além da fonte de fósforo (P) e cálcio (Ca). Atuando como parceira, a Phosphea quer apoiar o mercado de nutrição animal, fornecendo matéria-prima funcional que lida com as mudanças do mercado e otimiza a formulação da ração, o desempenho animal e integra as preocupações ambientais.

A Phosphea oferece uma ampla gama de soluções à base de minerais para a indústria de nutrição animal: fosfatos para rações, carbonato de cálcio, uréia, sal, lithothamnium calcareum, bicarbonato de sódio e uma gama de soluções inovadoras (CalseaGrow, Hum IPHORA).

550 funcionários ativos em mais de 100 países mais de 1MT de capacidade de produção

Números-chave da Phosphea:

Fundamentos dos fosfatos inorgânicos na nutrição animal

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7 locais de produção, incluindo um no Brasil, no estado de Santa Catarina.

• M u itos ens a ios foram realizados e m países e urope us e am e ric anos , tanto e m condiçõ es de c am po q uanto controla das , e dem onstraram o d ese m p en h o d o H umI P H O R A e m com paraç ão com outros fosfatos de alim e ntaç ão

• Por exem plo, um e nsaio cond uzido com a Universidade Estadual Paulista (UNESP) mostrou que o H umI PHO R A m elho rou sig n i fi c at ivam ente o Ga n h o d e P eso M éd io D iá rio (G P M D) e a m in era liza ç ão óssea e m f rangos de corte, e m com paraç ão com o M C P M ais e nsaios e m m onogástricos estão plan ejados e m países da Am é ric a do S ul , incluindo B rasil , Pe ru , Eq uador e Arge ntina .

PRÁTICAS PARA OTIMIZAR A UTILIZAÇÃO DO AMIDO EM SILAGEM DE MILHO E GRÃO ÚMIDO

Matheus Pupo e Luiz Ferraretto University of Wisconsin - Madison

Vacas leiteiras de alta produção exigem dietas ricas em energia para atingir seu máximo potencial genético. Comumente, grãos de cereais são usados como fonte de energia nas fazendas de leite devido à alta concentração de amido.

No grão de milho, por exemplo, a concentração de amido é em torno de 70% e representa 75% do valor energético. Porém, a digestibilidade ruminal e do trato total de amido variam drasticamente entre diferentes fontes de energia.

Uma maior disponibilidade do amido tem o potencial de melhorar a utilização de nutrientes e diminuir os custos com alimentação.

Quando bem balanceadas, dietas com alta digestibilidade do amido podem aumentar a eficiência alimentar. Isto pode ocorrer devido a uma maior produção de leite, ou uma menor ingestão, mas mantendo a produtividade.

Contudo, a digestibilidade do amido de silagem de milho planta inteira, silagem de grão úmido de milho e o milho moído seco pode ser afetada por diversos fatores.

Por exemplo, o endosperma (região do grão onde se concentra o amido) é protegido pelo pericarpo que, se intacto, cria uma resistência à atividade de microorganismos ruminais.

Isso exige o rompimento dos grãos, visto que os grãos quebrados aumentam a acessibilidade do amido para os microrganismos que irão realizar sua degradação no ambiente ruminal.

Grão pouco processado ou intacto não sofre digestão, ou esta pode ser muito prejudicada, podendo afetar negativamente o desempenho do animal, gerando perdas econômicas causadas pela perda dos grãos nas fezes.

Por exemplo, dietas contendo silagem de grão úmido de milho com tamanho médio de partícula abaixo de 2 mm tem maior digestibilidade do amido no trato total de vacas leiteiras em comparação com grão úmido de milho com tamanho médio de partícula maior que 2 mm (Figura 1)

Digestibilidade do Amido no Trato Total Ajustada (%)

Tamanho Geométrico Médio de Partícula (μm)

Figura 1. Efeito do tamanho médio de partícula de silagem de grão úmido de milho na digestibilidade do amido no trato total.

Da mesma forma, o aumento do tamanho médio de partícula reduz a digestibilidade do amido no trato total em estudos baseados em dietas com milho moído seco (77,7% a 93,3% para tamanho geométrico médio de 4 mm e 1 mm, respectivamente).

Isso é relacionado ao aumento da área de superfície para digestão bacteriana e enzimática de partículas mais finas.

Mas também existem outros fatores que afetam a digestão do amido, como os tipos de endosperma em grãos de milho, vítreo (duro) e farináceo (macio). A principal diferença está na característica física, afetando assim a utilização do amido pelo animal.

Silagem

Grãos mais vítreos possuem grânulos de amido menores e mais densos, além de serem encapsulados por uma matriz proteica mais densa que funciona como uma barreira na digestão do carboidrato.

Portanto, aconselha-se que produtores busquem híbridos com endosperma de textura macia, quando disponíveis, uma vez que pode apresentar uma disponibilidade maior de amido em comparação aos grãos de textura dura.

Quando o milho atinge o ponto ideal para a colheita da silagem, os grãos representam entre 30% e 45% da matéria seca, podendo compor quase metade da massa colhida em algumas silagens. Inicialmente, os grãos são preenchidos por um líquido branco rico em glicose.

Com o tempo, essa glicose se transforma em amido, que se acumula no grão, da coroa até a base, onde ele se fixa no sabugo.

A transição entre o líquido branco e o amido amarelado é conhecida como “linha do leite”. Essa transformação bioquímica aumenta a dureza do grão, reduzindo a digestibilidade do amido.

Assim, a colheita deve ocorrer quando entre 50% e 75% do grão estiver preenchido por amido, o que pode ser identificado visualmente pela linha do leite.

Embora grãos completamente cheios contenham mais amido e, teoricamente, possam fornecer mais energia, nem todo esse amido será aproveitado pelo animal devido ao avanço da maturidade das plantas, o que diminui sua disponibilidade.

Outro fator importante é que uma quantidade maior de endosperma com textura mais dura está associada a plantas com maior maturidade, o que por sua vez pode levar grãos a se tornarem menos suscetíveis à quebra durante o seu processamento na colheita.

Apesar de uma maior digestibilidade do amido e produção de leite obtidas quando a silagem de milho é colhida usando um processador de grãos com espaço entre rolos entre 1 e 3 mm, esse benefício é reduzido quando colhendo silagens mais maduras.

Alguns anos atrás, nós observamos que o processamento de grãos resultou em um aumento na digestibilidade do amido no trato total de vacas leiteiras em dietas oferecidas contendo silagem de milho planta inteira entre 32% a 40% de matéria seca, mas não quando a silagem de milho planta inteira estava acima de 40% de matéria seca.

A maturidade também afeta a digestibilidade ruminal in vitro do amido na silagem de grão úmido. Sugerimos um teor de matéria seca entre 68 e 72%, mas esse valor pode alterar devido as condições de cada propriedade.

Um maior tempo de fermentação pode reduzir – mas não remover – os efeitos negativos de um atraso na colheita.

Como é possível visualizar na Figura 2, aos 30 ou 45 dias de ensilagem, a digestibilidade do amido aumentou em média 7 unidades percentuais, sugerindo estar relacionada a fase de fermentação que normalmente ocorre durante este período.

Digestibilidade do amido do amido in vitro (%)

de Fermentação (d)

Inclusive, todos os estudos apresentaram um aumento gradual na digestibilidade ruminal in vitro do amido após maior tempo de armazenamento.

Embora permitir um período de ensilagem prolongado possa ser benéfico para aumentar digestibilidade do amido em situações onde as plantas são colhidas mais secas, ou os grãos são mais duros, mais estudos são necessários para determinar seu real impacto, já que um período prolongado de fermentação possivelmente não vai compensar os erros de manejo cometidos antes da ensilagem.

Figura 2. Efeito dos dias de ensilagem na digestibilidade ruminal in vitro do amido.

Silagem
Tempo

Portanto, é recomendado a utilização de híbridos com endosperma mais farináceo se disponível, uma vez que os grãos apresentam uma disponibilidade maior do amido para sua digestão no rúmen e no trato total de vacas leiteiras.

Além disso, estar atento à maturidade da cultura para colheita é essencial, já que plantas com maior maturidade tendem a acumular uma maior proporção de lignina.

Inclusive, os grãos passam a ter uma acessibilidade menor por se tornarem resistentes ao rompimento, dificultando sua degradação no ambiente ruminal e no trato total.

Ainda na colheita, é importante realizar o ajuste dos rolos para que os grãos sejam quebrados, e dessa forma, a digestão seja facilitada e o valor energético seja potencialmente utilizado para afetar positivamente a produção de vacas leiteiras.

Apesar de nem sempre ser possível, permitir um período prolongado de fermentação pode ocasionar um aumento gradual da digestibilidade de amido, e possivelmente minimizar – mas não excluir - algum dos efeitos negativos de maturidade, vitreosidade de grão, entre outros fatores.

Práticas para otimizar a utilização do amido em silagem de milho e grão úmido BAIXAR EM PDF

Referências sob consulta junto ao autor

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