Revista nutriNews Brasil 1º trimestre 2025

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COP30: A NUTRIÇÃO ANIMAL NO CENTRO DA SUSTENTABILIDADE

Estamos em 2025, o ano da COP30, e a nutrição animal precisa ocupar seu espaço no debate sobre sustentabilidade. O Brasil tem um papel fundamental na segurança alimentar global, e a forma como produzimos proteína animal será um dos fatores determinantes para o reconhecimento do país como líder nesse cenário. Mas não basta sermos sustentáveis – precisamos demonstrar isso ao mundo de forma clara e convincente.

As exigências internacionais estão cada vez mais rigorosas. Mercados estratégicos já não se contentam apenas com preços competitivos ou produtos de alta qualidade; eles querem garantias de que a produção respeita critérios ambientais, sociais e de governança. Isso significa que a eficiência nutricional dos rebanhos e a redução da pegada ambiental da alimentação animal não são mais apenas vantagens competitivas, mas sim requisitos para manter e expandir mercados.

Os avanços no setor de nutrição animal são notáveis. Tecnologias que aumentam a digestibilidade dos ingredientes, reduzem a excreção de nitrogênio e fósforo e minimizam a pegada de carbono da produção já fazem parte da nossa realidade. No entanto, ainda há um grande desafio: comunicar esses avanços de forma eficaz para consumidores, investidores e reguladores internacionais.

A COP30, que será realizada em Belém, representa uma oportunidade única para reforçarmos esse compromisso e consolidarmos o Brasil como referência mundial em nutrição animal sustentável. Precisamos mostrar que a evolução da cadeia produtiva passa, necessariamente, por soluções nutricionais que maximizam o uso de recursos e reduzem emissões. Os aditivos nutricionais, a formulação de dietas de precisão e o uso estratégico de coprodutos da agroindústria são ferramentas fundamentais para esse processo.

Mais do que nunca, sustentabilidade e nutrição estão interligadas. O que oferecemos aos animais impacta diretamente o desempenho produtivo, a eficiência no uso dos insumos e a percepção do consumidor final sobre a origem dos alimentos.

O Brasil tem ciência e tecnologia para liderar essa transformação, mas precisamos agir de forma coordenada para garantir que esse posicionamento seja reconhecido globalmente. Não basta sermos sustentáveis – temos que provar que somos e comunicar isso de forma assertiva. A COP30 é o palco ideal para mostrarmos ao mundo que a nutrição animal é peça-chave na construção de um futuro mais sustentável para a produção de proteínas.

O momento de agir é agora.

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A revista nutriNews Brasil é uma publicação nacional, editada em português, cujo editorial é direcionado à nutrição animal, incluindo nutricionistas, fábricas de ração e alimentos para animais, instituições de ensino, sindicatos, empresas e o Ministério da Agricultura e Pecuária. Os artigos, bem como informes publicitários não expressam a opinião dos editores. É proibida a divulgação total ou parcial de conteúdos publicados sem a autorização dos editores.

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CONTEÚDOS

A indústria de rendering: Sustentabilidade e nutrição animal no centro da produção moderna

Lucas Cypriano

Gerente do Departamento Técnico da Associação Brasileira de Reciclagem Animal - ABRA

Colostragem e seu impacto na produção de bovinos

Caroline Hoscheid Werle1 e Maria Luiza Fischer2 1Médica Veterinária, Doutora em Produção e Nutrição de Ruminantes - Professora da PUC PR Campus Toledo 2Zootecnista - UNIOESTE , Doutoranda em Produção e Nutrição Animal (UNIOESTE)

Alimentação de poedeiras de ciclo longo

Manuel Vázquez

Ing. Agr. Msc, Nutricionista, Reveex Venezuela TABELA DE MICROMINERAIS

Ação sinérgica de fitase e estimbiótico na qualidade óssea de frangos

Miliane Alves da Costa, Alexandre Barbosa de Brito e Ingrid Martinez

AB Vista LATAM

48

Formulação de ração para monogástricos

Emanuel Isaque Cordeiro da Silva

Departamento de Zootecnia – UFRPE, Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA

Uso de pó secante combinado a fitoativos para garantir qualidade de instalação e bem-estar da leitegada

Bruno Giorgio de Oliveira Cécere1; Gabriela Miotto Galli1; Marcelo Masson Rodrigues1 e Diko Becker2

1Equipe técnica-comercial TECPHY; 2CEO TECPHY

E.C.O.TRACE®, minerais organicamente ligados

Equipe técnica BIOCHEM Latam

Modulação do metabolismo da Vitamina D e marcadores de saúde em leitões desmamados sob diferentes estratégias de suplementação de vitamina D

Danyel Bueno Dalto, J.

Jacques Matte, Jérôme

Lapointe

Agriculture and Agri-Food Canada, Sherbrooke, Quebec J1M 0C8, Canada

60

Microminerais essenciais na alimentação de aves e suínos: Impactos produtivos e metabólicos

Juliane Kuka Baron1, Manuela Fernandes Vivan2, Brenda Carolina Pereira dos Santos3, Isabella de Camargo Dias4, Simone Gisele de Oliveira5, Alex Maiorka5

1Graduanda em Zootecnia, UFPR; 2Graduanda em Medicina Veterinária, UFPR; 3Mestranda em Zootecnia, UFPR; 4Doutoranda em Ciências Veterinárias, UFPR; 5Professor Titular, UFPR

A INDÚSTRIA DE RENDERING: SUSTENTABILIDADE E NUTRIÇÃO ANIMAL NO CENTRO DA PRODUÇÃO MODERNA

Lucas Cypriano

Gerente do Departamento Técnico da Associação Brasileira de Reciclagem Animal - ABRA

Orendering, ou seja, o processamento de ROA (Resíduos de Origem Animal), é uma atividade essencial para a sustentabilidade ambiental, saúde pública e eficiência econômica da pecuária moderna.

Ele transforma ROA que seriam descartados – como vísceras, sangue, ossos, gorduras e penas – em ingredientes de origem animal de alto valor, amplamente utilizados em rações para animais de produção, aquicultura e até mesmo alimentos para animais de estimação.

Sem o rendering, só no Brasil, mais de 13 milhões de toneladas de ROA seriam descartados anualmente, criando problemas ambientais significativos, como emissões descontroladas de gases de efeito estufa e riscos à saúde pública devido à proliferação de patógenos.

HISTÓRIA E RELEVÂNCIA

A utilização de Resíduos de Origem Animal (ROA) é tão antiga quanto a própria pecuária. Produtos como fertilizante orgânico, sabão e vela foram tradicionalmente feitos a partir de materiais "não comestíveis". No Brasil, a indústria de rendering nasceu na década de 1920, teve sua primeira regulamentação no Decreto nº 30691 de 29 de março de 1952 (Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal – RIISPOA). Hoje, está sob o Decreto nº 12.031 de 28 de maio de 2024 (Decreto da Alimentação Animal – DAA).

Sem dúvidas, houve enorme avanço da tecnologia e da ciência, que levaram ao desenvolvimento de processos altamente sofisticados que maximizam o aproveitamento desses resíduos, a um melhor entendimento da microbiologia do processo e das alterações físico-químicas que acontecem na fabricação de farinhas, gorduras, hemoderivados, proteínas hidrolisadas e palatabilizantes.

A indústria de rendering processa resíduos de frigoríficos, açougues, supermercados e abatedouros de forma segura, auditável, com total rastreabilidade de matériasprimas e processos, garantindo que quase a integralidade dos ROAs produzidos pela pecuária e coletado pelos fabricantes de farinhas e gorduras de origem animal sejam utilizados de forma útil.

Isso reduz drasticamente o desperdício, transformando o que poderia ser visto como passivo ambiental em insumos valiosos para diversas cadeias produtivas.

Reciclagem

O PROCESSO DE RENDERING:

TRANSFORMAÇÃO E SEGURANÇA

O rendering pode ser resumido como um processo que se vale de aquecimento das matérias-primas para reduzir a umidade, separação da gordura e inativação de microrganismos indesejados

Os sistemas modernos são rigorosamente controlados, utilizando temperaturas e tempos de cozimento cuidadosamente monitorados para eliminar patógenos (p.ex.: Salmonella spp), garantindo que os produtos finais sejam seguros para uso na alimentação animal.

Além disso, instalações modernas são projetadas para prevenir a contaminação cruzada entre os materiais crus e os produtos processados, atendendo às regulamentações sanitárias.

As condições de tempo e temperatura utilizadas no processamento variam conforme o ROA e a tecnologia empregada, mas entende-se que de forma segura, o processo de secagem expõe os resíduos “in natura” a temperaturas muito elevadas, por períodos de tempo que ultrapassam em muitas vezes o tempo mínimo necessário para a eliminação de microrganismos patogênicos.

Prova disso é que a OMSA (Organização

Mundial para a Saúde Animal), em 2024, reconheceu farinhas e gorduras de origem animal como commodities seguras para o comércio internacional, independentemente do status sanitário do país para diversas doenças, entre elas, Influenza Aviária de Alta Patogenicidade, Febre Aftosa e Peste Suína Africana.

A exceção a essa “regra” fica a cargo dos príons, como por exemplo, o príon de EEB Clássica (Encefalopatia Espongiforme Bovina). Desde 2005 o setor de rendering do Brasil é obrigado a submeter todas as farinhas que contenham resíduos de ruminantes a um processo hiperbárico (133ºC, 20 minutos, 3 bar absolutos).

Sendo o Brasil classificado como de risco insignificante pela OMSA desde 2012, e com a publicação do novo capítulo sobre a EEB pela OMSA, em seu Código de Saúde dos Animais Terrestres em 2023, o MAPA publicou a Portaria DSA/MAPA nº 1.180, de 9 de setembro de 2024, onde se estabelece que, em 2 de maio de 2025, o setor será desobrigado a aplicar esse processo

Com isso, não apenas uma redução no custo fabril é esperada, mas também, uma melhoria na digestibilidade das farinhas que contenham resíduos de ruminantes.

PRODUTOS E APLICAÇÕES NA NUTRIÇÃO ANIMAL

Os produtos gerados pelo rendering são componentes indispensáveis nas dietas de animais de produção, como bovinos, suínos, aves e peixes, além de animais de estimação.

Proteínas de Alta Qualidade

Produtos como farinha de carne e ossos, farinha de aves, farinhas de peixes, farinha de penas hidrolisada e farinha de sangue oferecem proteínas de alta digestibilidade e um perfil balanceado de aminoácidos essenciais.

Isso é vital para promover o crescimento saudável dos animais e melhorar a eficiência alimentar de monogástricos.

Além disso, melhoram o sabor e a textura das rações, trazendo melhor palatabilidade à dieta e maior aceitação do animal à ração formulada.

Minerais Essenciais

Produtos como farinha de carne e ossos e farinha de vísceras de aves são fontes ricas em cálcio e fósforo, indispensáveis para a formação de ossos, cartilagens e para o funcionamento adequado de músculos e órgãos.

A farinha de penas hidrolisada é uma importante fonte de proteína “by-pass” para ruminantes, mas tem seu uso vetado nas dietas de ruminantes no Brasil desde 2004: o MAPA proibiu seu uso em nome de uma suposta mitigação de risco de ampliação da EEB Clássica.

A Portaria DSA/MAPA nº 1.180, de 2024, finalmente corrige essa distorção, e se assume de forma clara as recomendações da OMSA quanto às estratégias adequadas de mitigação de risco de amplificação do príon da EEB.

Fontes Concentradas de Energia

Gorduras animais, como sebo bovino, banha suína e gordura de aves, são fontes de energia metabolizável mais concentrada do que carboidratos.

Em ambientes quentes, quando comparadas à grande maioria dos óleos vegetais, as gorduras animais são mais estáveis à oxidação que as fontes de óleos vegetais disponíveis no Brasil (exceção ao óleo de palma e óleo de coco).

A alta disponibilidade de fósforo nesses produtos é especialmente relevante, já que o fósforo mineral extraído da natureza é um recurso não renovável.

Sustentabilidade Nutricional

Ingredientes derivados do rendering permitem substituir parcialmente grãos, óleos vegetais, macrominerais e outras fontes de nutrientes nas rações, reduzindo a pressão sobre os recursos agrícolas e promovendo sistemas alimentares mais equilibrados e sustentáveis.

As farinhas animais fornecem alguns aminoácidos não presentes em fontes vegetais:

Hidroxiprolina: essencial à estrutura e estabilidade de tecidos conjuntivos (tendões, pele, cartilagem) e ossos, auxilia na cicatrização e regeneração tecidual.

Taurina: auxilia a função cardíaca, no desenvolvimento do sistema neurológico, atuando como antioxidante endógeno e auxiliando a resposta imunológica.

“Espaço” em Fórmula

As farinhas de origem animal apresentam, ainda, um outro benefício: não apresentam valores significativos de componentes de baixo ou nenhum valor nutricional, como proteínas e carboidratos indigestíveis, sílicas ou minerais de baixo valor biológico e afins.

Por exemplo: o calcário calcítico é 38% cálcio sem nenhum outro nutriente importante em sua constituição. Ao adicionar o calcário calcítico à dieta, se adiciona 2/3 de “silicatos” sem valor biológico.

O mesmo ocorre com o farelo de soja, que contém mais de 1/3 de seu conteúdo em carboidratos de baixo ou nenhum valor biológico. Ao se utilizar farinhas de origem animal, “abre-se” espaço em formulação.

BENEFÍCIOS ECONÔMICOS E AMBIENTAIS

A indústria de rendering desempenha um papel crucial na economia global. Ela reduz custos de descarte de ROAs para frigoríficos e abatedouros, cria valor a partir de subprodutos do abate e minimiza o impacto ambiental da pecuária.

Ao evitar o descarte inadequado de resíduos orgânicos, o setor contribui para:

Redução de emissões de gases de efeito estufa, como metano.

Proteção de recursos hídricos, prevenindo a contaminação por nutrientes em excesso.

Controle de doenças, eliminando patógenos perigosos.

“Upcycling”, valorizando ROA ricos em nutrientes que se tornariam rejeitos, retornando-os à própria nutrição de animais, reduzindo a demanda por ingredientes de “primeiro uso” na alimentação animal.

Futuras gerações, reduzindo a demanda com bens finitos, ao retornar fósforo à alimentação animal.

UM PILAR DA SUSTENTABILIDADE GLOBAL

Com o aumento da demanda por proteínas e a pressão por práticas agrícolas mais sustentáveis, o rendering se posiciona como um pilar fundamental para o futuro da produção animal.

Ele combina eficiência econômica, proteção ambiental e segurança alimentar, demonstrando que é possível alinhar produção e sustentabilidade.

Isso pode ser traduzido por uma palavra: Bioeconomia Circular”: o Livestock Environmental Assessment Performance Partnership (LEAP) da FAO está, neste momento, nas etapas finais prévias à publicação ao seu Guia de Bioeconomia Circular, onde pela primeira vez haverá uma definição clara do que é Bioeconomia Circular e como que as autoridades ambientais dos países que geram as políticas de redução de emissões deverão estabelecer suas bases, considerando pela primeira vez, a circularidade de diversos setores.

Isso é especialmente importante, pois até este momento, as métricas para o cálculo de Análise de Ciclo de Vida (ACV) de todo e qualquer produto é “linear”, e não prevê circularidade, ou seja, hoje, todos os cálculos de ACV ignoram que alguns produtos retornam à cadeia de produção, reduzindo demanda por matérias-primas de “primeiro uso”, e fazem um “upcycling” de nutrientes via a produção animal.

E esse é exatamente o caso do rendering: ao se valer de resíduos de origem animal como matéria-prima, e gerar ingredientes de origem animal utilizados na alimentação de animais de produção, se realiza o ‘upcycling’ de valiosos nutrientes muitos desses de fontes não-renováveis!

Ao transformar resíduos em recursos, a indústria de rendering é uma aliada indispensável no desafio de alimentar uma população mundial crescente de forma responsável.

Com a publicação desse Guia de Bioeconomia Circular da FAO/LEAP se espera que as devidas métricas sejam disponibilizadas, o que implicará em adequada valorização dos ingredientes “upcycled” que, ao serem utilizados nas dietas de animais de produção, resultam em produções de rações de menores emissões e por consequência, produtos de origem animal (carnes, leites, ovos) com menor pegada de carbono.

A Indústria de Rendering: Sustentabilidade e Nutrição Animal no Centro da Produção Moderna BAIXAR EM PDF

Reciclagem

ALIMENTAÇÃO DE POEDEIRAS DE CICLO LONGO

Manuel Vázquez , Ing. Agr. Msc

Nutricionista

Reveex Venezuela

Atualmente, está claro que a genética disponível em poedeiras comerciais nos oferece animais com enorme persistência de postura, uma maior resistência a processos patológicos e um consumo de ração sempre moderado.

Obviamente, nessas circunstâncias, prolongar a vida comercial desses animais é uma prática cada vez mais comum, de modo que muitos lotes de galinhas podem ultrapassar 110 semanas de vida sem maiores problemas.

Além disso, o custo de manutenção da atividade é bastante estável ao longo da vida da ave, pelo que, em primeiro lugar, a análise econômica parte da relação entre a população pecuária e o consumo alimentar.

Deste ponto de vista, parece que prolongar a vida comercial das poedeiras é sempre um bom negócio.

Tudo na vida tem um lado B, e neste caso falamos daqueles fatores que podem fazer com que esta análise não seja tão óbvia. Entre eles:

Maior mortalidade de aves por problemas esqueléticos, hepáticos ou digestivos;

Por mais repetido que seja, não é menos verdade que a persistência da produção de ovos de qualidade nas aves depende, em grande medida, das condições em que são criados e criados, e da sua entrada em produção. É interessante ver como os eventos que ocorrem nas primeiras semanas de vida têm implicações tão elevadas 100 semanas depois.

FATORES A CONSIDERAR

Garantir o correto desenvolvimento do animal no início, onde o objetivo não é apenas obter um determinado peso, mas também conseguir animais com suficiente desenvolvimento digestivo, esquelético e muscular.

Aumento das possibilidades de problemas bacterianos que representam risco aos consumidores, ou,

Redução da qualidade dos ovos produzidos.

Especialmente, este último fator pode ser decisivo quando se trata de decidir eliminar um plantel de galinhas que ainda mantém uma boa taxa de postura, especialmente quando, devido a regulamentações em diferentes países, ou devido a outras implicações, a muda não é uma opção disponível.

Para isso, não é necessário apenas focar nas características nutricionais do alimento, o que também é essencial, mas também conseguir um aproveitamento suficiente dele pelos animais.

Não basta que a ração tenha tudo que a ave precisa, é fundamental que ela a coma.

Melhorar ao máximo as condições ambientais da instalação, monitorar as densidades, maximizar os estímulos e, acima de tudo, conseguir alimentos com apresentação física atrativa para as galinhas (cuidado com dietas à base de farinhas com baixo teor de gordura e muito pulverulentas).

Procure evitar a perda de peso ao longo da criação, ajustando o melhor manejo possível ao longo dela, estimulando o consumo e principalmente monitorando as densidades. Durante este período, a formação e estabilização do osso cortical é essencial para evitar problemas posteriores de mortalidade.

Por fim, chegar ao início da postura com peso e consumo ajustados às especificações das linhagens, e acompanhar o início da produção com rações formuladas, em termos de densidade, ao consumo real dos animais.

NUTRIÇÃO MINERAL DE GALINHAS DE CICLO LONGO

Cálcio e Fósforo, com suas condições de qualidade

Em geral, o osso contém aproximadamente 98 a 99% do cálcio total do corpo e 80 a 85% do fósforo total do corpo.

O osso das galinhas poedeiras é formado pelo osso estrutural (cortical e trabecular) que normalmente se forma antes das 18 semanas de vida, e pelo osso medular que se forma após 18 semanas com a maturidade sexual das frangas.

Nosso maior interesse está no osso medular, por ser o mais metabolicamente ativo e a principal reserva de cálcio imediatamente disponível.

À medida que as galinhas poedeiras envelhecem, a sua capacidade de absorver Ca através do intestino e a sua mobilização a partir dos ossos é significativamente reduzida. Por isso é muito importante constituir uma boa reserva de Ca no osso medular para que esteja disponível em momentos críticos de alta demanda.

Essa reserva é mobilizada em direção à glândula uterina para formar a casca, mediada pelo hormônio da paratireóide (PTH), que é secretado pela glândula paratireóide quando os níveis de Ca no sangue diminuem.

Este processo também é regulado pela Vitamina D (hormônio calcitriol) 1,25(OH)2D3. Ambos os hormônios atuam juntos mobilizando Ca do osso medular, estimulando a reabsorção renal de Ca e aumentando a absorção intestinal de Ca. A reabsorção renal de Ca é trocada com a eliminação de fósforo.

Rim, 1cm, hidroxilase
Intestino
Osso
Inibe
Ovo
Fígado 25, hidroxilase
Ca++ no sangue
Ovário
Figura 1. Homeostase do cálcio (modificado de Soares, 1984).

Luz Solar Pele

Colecalciferol (Vitamina D3)

Fígado

Alimentação

Vitamina D3 (peixes, carnes)

Vitamina D2 (suplementos)

25-hidroxivitamina D3

1,25-dihidroxivitamina D3

Nas poedeiras, a absorção intestinal de Ca é relativamente baixa, entre 40 a 60% do Ca ingerido, e diminui com a idade. A retenção de Ca absorvido aumenta de 40 para 80% durante a formação da casca.

Rim

Riñón

Regula os níveis de cálcio no organismo

Figura 2. Vitamina D3 e seus metabólitos

Em geral, as necessidades de Ca aumentam com a idade enquanto as necessidades de P diminuem, daí a importância de manter baixo o fósforo disponível na dieta e ter cuidado com margens de segurança muito amplas que podem levar ao excesso de fósforo que afetará a qualidade da casca.

A casca do ovo é composta por aproximadamente 95% de carbonato de cálcio, principalmente na forma de cristais de carbonato de cálcio, e 5% de matéria orgânica, formada por uma matriz orgânica e pelas membranas da casca.

A deposição de Carbonato de Cálcio na casca do ovo ocorre na glândula uterina a partir do Cálcio disponível no sangue e através da formação de bicarbonato pela hidratação do CO2, que é mediada pela enzima anidrase carbônica, que tem o Zn como cofator.

O estresse térmico, assim como os altos níveis de sódio, cloreto e sulfonamidas, podem inibir a atividade da enzima anidrase carbônica, afetando a qualidade da casca.

O tamanho das partículas do Carbonato de Cálcio influencia significativamente na qualidade da casca e na recuperação do osso medular e na redução da osteoporose em galinhas poedeiras.

À medida que as galinhas poedeiras envelhecem, a sua capacidade de absorver Ca através do intestino e a sua mobilização a partir dos ossos é significativamente reduzida.

À medida que a galinha envelhece e devido ao aumento de tamanho do ovo, a porcentagem do peso da casca e sua espessura eles tendem a diminuir.

Ocorre também diminuição da quantidade de cutícula e deterioração das características estruturais da casca.

Considera-se que uma poedeira necessita de no mínimo 2g/dia de Ca para formar a casca do ovo e cerca de 0,6g/dia para manutenção. Então, você tem uma necessidade mínima de 2,6g/dia de Cálcio.

Considerando uma eficiência de absorção de 55%, são necessários 4,73 g de Cálcio por dia e se o consumo de ração for de 110g por dia, o teor de Cálcio no alimento deverá ser de 4,3% de Ca.

Em climas quentes, quando as galinhas ofegam devido ao estresse térmico, ocorre uma diminuição do carbonato no sangue, o que gera cascas frágeis. Por esse motivo, pode ser positivo adicionar bicarbonato de sódio nos alimentos.

O magnésio faz parte da matriz mineral do osso e da casca do ovo, permitindo a disposição ordenada dos cristais de Hidroxiapatita, o que confere estabilidade a essas estruturas.

Quantidades muito elevadas de ferro, alumínio e magnésio podem interferir na absorção do fósforo formando fosfatos insolúveis.

Tabela 1. Influência do peso do ovo no peso da casca e no teor de cálcio. Peso

O zinco é um cofator da anidrase carbônica essencial para a formação da casca do ovo e de enzimas essenciais para o funcionamento do sistema imunológico, de forma que a deficiência de Zn pode causar deterioração na qualidade da casca.

O manganês, entre outras funções, intervém na formação da cartilagem óssea e das membranas internas e na matriz orgânica da casca do ovo, que serve de suporte para a deposição da matriz mineral e lhe confere flexibilidade, o que melhora a integridade e a resistência da casca.

Vitaminas implicadas

A vitamina D está envolvida no metabolismo do cálcio e do fósforo trabalhando em conjunto com paratormônio e paracalcitonina.

A vitamina C é essencial, entre outras funções, para a biossíntese do colágeno, que faz parte da membrana interna da casca do ovo e lhe confere força e elasticidade. Também ajuda a reduzir o estresse, reduzindo os níveis de cortisol no sangue.

RECOMENDAÇÕES PARA MANTER A QUALIDADE DA CASCA EM GALINHAS

VELHAS

1 2 3 4 5

Recomenda-se que no mínimo 75% das partículas de carbonato de cálcio tenham espessura entre 2 a 4 mm para que permaneçam retidas na moela e se dissolvam lentamente para que a ave tenha Ca disponível durante as horas de formação de cálcio na casca do ovo, que ocorre principalmente à noite.

Inclua metabólitos da vitamina D3, como 25-(OH)2D3 e 1,25-(OH)2D3, que estão disponíveis comercialmente.

Substituir parte dos Óxidos e/ ou Sulfatos por fontes “orgânicas” de Zinco e Manganês, mais biodisponíveis.

Inclua vitamina C especialmente em lotes que estão sob condições de estresse térmico.

Formular dietas que tentem manter um tamanho de ovo que não seja excessivamente grande para tentar preservar a boa qualidade da casca.

Status e importância do fígado

O fígado é o órgão por excelência com maior carga metabólica da galinha poedeira.

Produz ácidos biliares de extrema importância para a emulsificação e digestão das gorduras, o que também favorece a absorção de vitaminas lipossolúveis, pigmentos, etc.

Ele metaboliza carboidratos em glicose como fonte de energia e pode armazená-la como glicogênio.

Também pode produzir glicose a partir de alguns aminoácidos e glicerol de triglicerídeos.

Produz lipídios a partir de carboidratos através da lipogênese, sendo este um mecanismo de alta demanda na camada para produzir todos os lipídios necessários para a formação da gema do ovo.

Tabela 2. Composição (%) do ovo da galinha.

Metaboliza lipídios para formar triglicerídeos e também os oxida através da oxidação beta, embora isso também seja realizado em outros tecidos, como músculos, rins, etc.

Ele sintetiza proteínas do conjunto de aminoácidos circulantes provenientes da digestão e absorção de proteínas.

Intervém na função da eritropoiese.

É um importante depósito de vitaminas A, D, E, K, B12. Estas últimas, ao contrário de outras vitaminas solúveis em água, podem ser armazenadas de forma significativa.

Tem uma importância relevante na eliminação e/ou transformação de compostos tóxicos (xenobióticos), medicamentos, micotoxinas, inseticidas, etc.

Principais problemas que afetam o fígado

Um aumento na produção de Espécies Reativas de Oxigênio (ROS) em relação aos antioxidantes pode iniciar reações em cadeia oxidativa e peroxidação lipídica que causam sérios danos às células. Devemos evitar o uso de gorduras rançosas e utilizar bons níveis de antioxidantes tanto nos óleos quanto nos alimentos.

ROS, ânion superóxido e peróxido de hidrogênio, são reduzidos por reações catalisadas pelas enzimas Superóxido Dismutase (SOD) e Glutationa Peroxidase (GSH-Px), respectivamente.

Os oligoelementos cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn) e zinco (Zn) fazem parte da estrutura proteica da SOD e o selênio (Se) faz parte da GSH-Px.

Síndrome do fígado gorduroso

Fígado gorduroso ou esteatose hepática é um acúmulo de gordura. Na necropsia, o fígado geralmente está aumentado, pálido ou amarelado e friável ao toque. Pode apresentar áreas hemorrágicas e petéquias, podendo levar à ruptura do fígado e à morte.

O fígado gorduroso não funciona adequadamente e dependendo do grau de incidência, será o nível de impacto na produção e qualidade dos ovos e em geral na saúde das galinhas.

Causas principais do fígado gorduroso

Alto consumo de energia devido a ração altamente concentrada e/ ou alto consumo de ração. Com ração granulada ou esfarelada há geralmente mais consumo do que com ração farinhenta.

Dietas muito ricas em carboidratos que aumentarão a necessidade da produção de gordura para a gema do ovo e isso aumenta o esforço metabólico do fígado.

Alta temperatura ambiente que reduz os requisitos de energia.

Aves em gaiolas com menor necessidade de manutenção são mais predispostas do que aves em pisos.

Presença de micotoxinas nos alimentos que afetam negativamente os hepatócitos e a função hepática em geral, o que também pode gerar fragilidade capilar, entre outros.

Dietas com baixo teor de colina

Alimentos com gorduras rançosas cujo impacto negativo dependerá também dos níveis de Vitamina E e/ ou Selénio.

Presença de micotoxinas nos alimentos, principalmente

Aflatoxinas, que são as que apresentam maior hepatotoxicidade.

Principais consequências de um estado fígado anormal

Baixa produção de ovos, aves obesas com acúmulo abundante de gordura abdominal, podendo haver aumento da mortalidade por ruptura hepática.

Aumento do número de ovos com casca frágil à medida que diminui a transformação hepática da Vitamina D3 no metabólito 25(OH)D3, o que requer hidroxilação adicional no rim para obtenção da forma ativa, que é 1,25(OH)2 D3.

Perda da cor da casca, em galinhas marrons, por falta de produção de protoporfirina.

Maneiras de reduzir o problema de fígado gorduroso

Formular um alimento isoenergético que forneça a maior parte dos lipídios que a galinha necessita para formar a gema do ovo reduzirá a pressão metabólica no fígado, em vez de ter que sintetizar esses lipídios a partir de carboidratos.

Use alimentos à base de farinha e não migalhas ou grânulos. Regular o consumo de alimentos.

Utilização de gorduras e/ou óleos, bem como subprodutos com elevado teor de gorduras e/ou óleos residuais isentos de ranço.

Forneça quantidades suficientes de vitamina E e selênio (Se), se possível “orgânico”.

Adicione metabólitos de vitamina D3 que não requerem biotransformação no fígado, como 25(OH)D3 e 1,25(OH)2D3. Dessa forma, as consequências relacionadas ao metabolismo da Vitamina D3 podem ser amenizadas quando há danos no fígado, como má qualidade da casca.

Use um sequestrante de micotoxinas que garanta pelo menos uma boa neutralização das aflatoxinas, se presentes.

A suplementação de agentes

lipotrópicos como Colina, Metionina, Betaína e Vitamina B12 ajuda a mobilizar a gordura do fígado e apoia a recuperação das aves afetadas.

Adicione aditivos derivados de plantas como Silimarina (Cardo Leite), Extrato de Cynara (Alcachofra), Alecrim, etc. Eles também são uma boa opção terapêutica para ajudar na recuperação do fígado.

Estado do intestino

Ao longo da sua vida produtiva, o estado do epitélio intestinal sofre uma degradação progressiva como consequência, entre outras coisas, da utilização de dietas muito ricas em cinzas, que se revelam abrasivas para o epitélio, pela ação prolongada de certas micotoxinas, mesmo em doses muito baixas, ou pelo efeito progressivo dos fatores antinutricionais de algumas matérias-primas.

Como consequência, as vilosidades intestinais perdem tamanho, as fixações firmes deterioram-se e a permeabilidade pode aumentar.

Este aumento da permeabilidade intestinal pode estar por trás do aparecimento de problemas patológicos, ou mesmo de processos zoonóticos em galinhas. O risco de salmonelose pode aumentar evidentemente neste período de fim de vida, bem como de colisepticemia, claudicação de origem bacteriana e outros processos patológicos que aumentarão a mortalidade das aves, reduzindo a sua rentabilidade.

Independentemente desta possível mortalidade, um intestino deteriorado reduzirá a capacidade de digestão e absorção de nutrientes, nomeadamente cálcio, mas também de aminoácidos ou fontes de energia, reduzindo a capacidade produtiva das aves.

Será, portanto, de grande importância prolongar a vida comercial dos frangos para melhorar ao máximo o estado dos seus intestinos, com a utilização de aditivos que reparem a parede intestinal (o butirato pode ser um bom aliado), reduzam o stress osmótico (betaína, por exemplo), melhorem o estado das articulações firmes (os minerais orgânicos podem ir aqui) ou permitam um melhor equilíbrio da biota intestinal (pró e prebióticos, certos extratos vegetais, etc.).

Mas não podemos esquecer que, neste período da vida das galinhas, a digestibilidade da dieta será ainda mais importante do que a sua concentração.

Não se trata de colocar todos os nutrientes na ração, mesmo que excessivamente, mas sim garantir que o animal terá condições de utilizá-los.

Alimentação de poedeiras de ciclo longo BAIXAR EM PDF

AÇÃO SINÉRGICA DE FITASE E ESTIMBIÓTICO NA QUALIDADE ÓSSEA DE FRANGOS

Miliane Alves da Costa, Alexandre Barbosa de Brito e Ingrid Martinez

AB Vista LATAM

Apressão por melhorias no desempenho de frangos de corte, tem aproximado os diversos profissionais dos segmentos da cadeia produtiva, visando expandir a visão estratégica, incrementar a produtividade e lucratividade do setor.

O grande desafio do setor é minimizar a vulnerabilidade a doenças, infecções e distúrbios, promovendo o bem-estar e garantindo o crescimento sustentável. Um dos campos com grande potencial de exploração é maximizar o uso dos nutrientes e aditivos nutricionais na ração.

A claudicação causada por condronecrose bacteriana com osteomielite (BCO) é uma infecção nos ossos femoral ou tibial, provocada por bactérias oportunistas que, após se infiltrarem na circulação devido à supressão imunológica ou deterioração gastrointestinal, podem levar à necrose dos ossos.

A incidência relatada pode estar presente e influenciar negativamente o desempenho e a saúde de aves de corte, embora não seja reconhecida como tal. Aproximadamente de 10% a dos frangos de corte sofrem com essa doença subclínica (Thorp et al., 1993) a 30% de incidência (Granquist et al., 2029).

Ela aumenta a mortalidade, resulta em menor ganho de peso corporal e maior conversão alimentar, pois as aves afetadas sofrem de mobilidade prejudicada e são incapazes de se locomover até os comedouros e bebedouros com a mesma frequência com que deveriam.

Com base em pesquisas e no conhecimento atual sobre os patógenos associados à BCO, sabe-se que bactérias patogênicas, como Staphylococcus spp., Enterococcus spp. e até mesmo E. coli, presentes no intestino, podem gradualmente ultrapassar o epitélio intestinal e alcançar a circulação, resultando em infecções.

Assim, a principal abordagem é aprimorar a saúde intestinal e a função da barreira intestinal, a fim de proteger contra a translocação bacteriana responsável pela BCO.

Uma das estratégias que nutricionistas e sanitaristas podem tomar como base para mitigar estes riscos, fundamenta-se no uso de fitases e estimbioticos.

A adição da enzima fitase nas rações permite degradação do fator antinutricional fitato, com isso possibilita maior absorção e utilização de fósforo, cálcio, outros microminerais e nutrientes na dieta, o que se tornou um aditivo alimentar comum para melhorar o desempenho de frangos de corte (Costa, 2019)

As fitases também demonstraram afetar os níveis circulantes minerais e de mio-inositol nas aves, que têm ligações diretas com vias mecânicas de estresse no desenvolvimento de células ósseas.

Uma outra estratégia é a utilização do estimbiótico. De acordo com GonzalesOrtiz et. (2019), estimbioticos são aditivos dietéticos que podem estimular um microbioma degradador de fibras e aumentar a fermentabilidade da fibra em quantidades muito baixas.

O Signis da empresa AB Vista é um estimbiótico que possui uma combinação única e é composto por uma combinação de uma enzima xilanase altamente purificada e os xilo-oligossacarídeos (XOS).

Esses componentes juntos atuam diretamente como um prebiótico ou uma molécula de sinalização projetada para acelerar o desenvolvimento de um microbioma de digestão de fibra e mecanismos de alimentação cruzada.

Com isso o objetivo é transformar o potencial da fibra que está naturalmente presente nos grãos que são utilizados na elaboração dos alimentos das aves (em especial frangos de corte) em uma fonte potencial de prebiose intestinal, associando-se assim um baixo custo da estratégia para para obter um excelente desenvolvimento de um microbioma degradante de fibra, que geralmente é positiva para a saúde intestinal e para a performance do animal.

Para avaliar esse efeito de reduzir a claudicação, um grupo de pesquisadores da universidade do Arkansas e da AB Vista (Greene et al., 2024) avaliaram os efeitos da fitase (Quantum Blue, AB Vista) e de um aditivo estimbiótico (Signis, AB Vista) na qualidade.

Os frangos de corte foram criados por 56 dias em piso de cama ou rampas para induzir BCO (figura 1) e alimentados com uma das 6 dietas: controle positivo (PC); controle negativo (NC, cálcio e fosforo deficientes); PC mais estimbiótico; PC mais estimbiótico e fitase; NC mais fitase; NC mais estimulobiótico e fitase.

O estimbiótico foi adicionado a 100 g/ tonelada e a fitase a 3000 FTU/kg. As aves foram pontuadas para BCO com 56 dias de idade, ou quando sacrificadas para claudicação.

Piso de arame inclinado + design de maca de piso Vista superior

Bebedouros tipo nipple

Laterais do cercado

Comedouro

Rampa inclinada de arame

Cama de piso plano

Comedouros

Vista Frontal

Bebedouros tipo nipple

Rampa inclinada de arame

A mortalidade por todas as causas foi maior no piso com rampa em comparação com a cama, independentemente do tratamento. A claudicação foi significativamente induzida por rampas, com a maior incidência na dieta NC. É importante ressaltar que a adição de estimbiótico e fitase à dieta NC reduziu a claudicação em ~50%.

As pontuações de BCO do fêmur foram reduzidas de forma semelhante, com ~60% dos fêmures pontuados ≥1 no grupo NC em comparação com 30–37% nos grupos suplementados com estimbiótico e fitase, indicando que esses suplementos podem impactar o início/ progressão da claudicação em aves (figura 2).

Interação: p-valor = 0.0275

Dieta: p-valor = 0.0062

Piso: p-valor < 0.0001

Claudicação (%) Tempo (dias)

PC - cama

PC - rampa

PC + S + Phy - cama

PC + S + Phy - rampa

NC - cama

NC - rampa

PC + S - cama

PC + S - rampa

NC + Phy - cama

NC + Phy - rampa

NC + S + Phy - cama

NC + S + Phy - rampa

Figura 2: Incidência de claudicação ao longo do tempo (a) e no total (b).

Não houve correlação entre os níveis de Inositol plasmático e ósseo; no entanto, o piso com rampa reduziu o Inositol ósseo, independentemente da dieta.

Acredita-se que redução da incidência e gravidade do BCO pode estar relacionada ao aumento das vilosidades intestinas com o uso da enzima fitase que está demostrada na literatura, o que pode impactar positivamente combinação de fitase e estimbiótico, melhorando o meio bacteriano intestinal.

Embora os parâmetros intestinais não tenham sido avaliados nesse estudo, as relações entre a saúde intestinal e óssea oferecem uma perspectiva interessante para suplementos dietéticos com potência para melhorar ambos.

Se necessitar de mais detalhes sobre os dados descritos anteriormente, por favor, entrem em contato com um representante de AB Vista, estaremos sempre a sua disposição!

Ação sinérgica de fitase e estimbiótico na qualidade óssea de frangos BAIXAR EM PDF

COLOSTRAGEM E SEU

IMPACTO

NA PRODUÇÃO DE BOVINOS

Caroline Hoscheid Werle1 e Maria Luiza Fischer2

1Médica Veterinária, Doutora em Produção e Nutrição Animal - Professora da PUC PR Campus Toledo 2 Zootecnista - UNIOESTE, Doutoranda em Produção e Nutrição Animal (UNIOESTE)

Muito se é dito que os bezerros recémnascidos são sensíveis e necessitam a rápida ingestão do colostro, buscando a proteção contra diversas enfermidades.

MAS O QUE É O COLOSTRO?

O colostro é a primeira secreção láctea a ser produzida em diversas espécies de mamíferos, que possui a função de:

Transferir “imunidade” sistêmica e promover proteção gastrointestinal (imunoglobulinas).

Servir de alimento (pelas altas concentrações de gordura e proteína).

Promover a eliminação do mecônio (primeiras fezes do recém-nascido) pela estimulação do trato gastrointestinal e efeito laxante.

Em bovinos, a circulação sanguínea materna é separada da circulação sanguínea fetal, dificultando a transferência das imunoglobulinas aos bezerros no período pré-natal. Dessa forma, a principal obtenção de imunidade destes neonatos é através da ingestão do colostro.

O consumo do colostro promove o aumento da imunidade passiva, que são anticorpos transferidos da mãe para o bezerro através da ingestão.

Imunidade passiva

Nivel de Anticorpos Janela de Susceptibilidade

Esta imunidade confere ao neonato proteção contra diversos patógenos por um período de 4 semanas de vida,

reduzindo gradativamente sua eficiência de proteção e estimulando a maturação da imunidade ativa do bezerro (em desenvolvimento a partir da 8 semana de vida), obtida por anticorpos adquiridos através de vacinações e exposição a patógenos.

O período compreendido entre 4 e 8 semanas de idade é chamado de janela de susceptibilidade, onde o risco de desenvolvimento de enfermidades é alto devido à baixa proteção do organismo pela imunidade passiva e imaturidade da imunidade ativa (Figura 1).

Anticorpos Colostral, transferido através do Colostro

Imunidade ativa

Anticorpos Adquiridos através da Vacinação e pela exposição dos Patógenos

Nivel de Anticorpos Necessários para Proteção 8-10 semanas 4-6 semanas Nasc.

Figura 1. Janela Imunológica
Colostro

Curiosidade:

Após o nascimento os neonatos não possuem todo seu sistema digestivo desenvolvido, inclusive as câmaras fermentativas como rúmen e retículo.

Além disso, nas seis primeiras horas de vida a atividade gástrica é nula, impossibilitando a degradação dos anticorpos e favorecendo sua absorção.

Conforme passam as horas após o nascimento, a absorção das imunoglobulinas é reduzida devido a maturação intestinal e ação das enzimas digestivas.

Portanto, quanto antes for realizado o fornecimento de colostro ao recém-nascido, maior a eficiência na absorção de imunoglobulinas (Figura 2).

GUIA DE DESENVOLVIMENTO DO RÚMEN

Rúmen

0-2 SEMANAS

Dentre os pontos primordiais para conferência de uma boa imunização, 5 pontos devem ser trabalhados:

O tempo de fornecimento do colostro após o nascimento;

A quantidade de colostro ofertado;

A qualidade do colostro ofertado;

As condições higiênicosanitárias do colostro; e,

A quantificação na absorção de Imunoglobulinas pelo bezerro.

Colostro

Outro ponto primordial se refere as condições higiênico-sanitárias do colostro.

Este deve ser ordenhado de vacas sadias, com os tetos limpos, em equipamentos adequados e livres de contaminações.

Um ponto importante se refere a limpeza da mamadeira ou balde de fornecimento do colostro ao bezerro.

Após tomadas as medidas anteriores, pode-se realizar a quantificação da absorção de imunoglobulinas pelo bezerro.

Da mesma forma que as imunoglobulinas são absorvidas, os agentes patogênicos também podem ser, levando a ocorrência de enfermidades de forma precoce e, no pior dos cenários, levando a morte do animal.

Dessa forma, deve-se evitar ofertar colostros de baixa qualidade, de vacas que possuem quadro clínico de mastite ou onde o colostro encontra-se

Existem diversas formas de se avaliar a eficiência absortiva, sendo elas diretas ou indiretas e assim, garantir que os bezerros foram realmente imunizados.

As mensurações são realizadas entre 24 e 48 horas após o consumo do colostro, geralmente por meio da coleta de amostra sanguínea.

Dentre os métodos diretos, pode-se citar Imunodifusão Radial (IDR), Imunoensaios Turbidimétricos, eletroforese, entre outros.

A avaliação indireta se baseia nas concentrações de proteínas séricas totais, visto que há correlação destas com os níveis de imunoglobulinas.

Dentre os métodos indiretos, cita-se a análise bioquímica da Gama Glutamiltransferase (GGT) sérica, proteína por refratometria, refratômetro de BRIX, entre outros.

Colostro

A refratometria BRIX se destaca por ser um método que, apesar de diagnosticar de forma indireta a taxas séricas de imunoglobulinas, apresenta grande praticidade, rapidez e eficiência. Com um mesmo equipamento é possível realizar a avaliação da transferência de imunidade passiva e a qualidade do colostro.

de bezerras

Categoria

Fonte: Adaptado de AZEVEDO et al., (2022).

Dica de Ouro:

O armazenamento de colostro é uma prática importante em casos de emergência em que a vaca não produz quantidade suficiente, assim formando um banco de colostro.

Este pode ser armazenado na forma congelada por até um ano em congeladores frost free ou até 3 meses em congeladora que não são desse tipo, garantindo a menor perda possível em sua qualidade.

Só atenção a forma de descongelamento do mesmo: nunca realizar em microondas. É indicado descongelar em banho-maria!

Como ter sucesso no banco de colostro e facilitar o manejo? Sempre anotar dia e animal, %brix e a quantidade, congelar em recipiente de fácil descongelamento como sacos zip lock ou garrafas pet.

Tabela 1. Valores alvo para categorizar a transferência de imunidade passiva

COMO OFERTAR O COLOSTRO AOS BEZERROS:

Existem diversas formas de fornecimento do colostro; pode ser de forma natural, ou seja, o bezerro se alimenta diretamente do teto da vaca.

Esta alternativa deixa o neonato exposto a bactérias presente na superfície do teto que podem ser benéficas ou não;

um ponto importante a ser mencionado é a incapacidade de estimar o real consumo de colostro, comprometendo a absorção de imunoglobulinas.

O fornecimento artificial com uso de mamadeiras, baldes, aleitador automático e sonda esofágica também pode ser adotado, tomando algumas medidas cautelares.

É importante salientar que, apesar de ser recomendado o fornecimento de 15% do peso vivo do bezerro em volume de colostro, não deve-se exceder a capacidade estomacal do animal, que pode ser entre 1,5 a 3,0 kg de leite por refeição.

Dessa forma, mais ofertas são recomendadas ao longo do dia (Figura 4).

Outro ponto essencial é a temperatura do colostro ofertada (35 a 37°C), o posicionamento do pescoço ao fornecimento (para estimular o fechamento da goteira esofágica) e a limpeza dos recipientes.

PRIMEIRA MAMADA

40 kg

Nascimento

4 Llitros

2 L 2 L

Até 2h após o nascimento

Colostro de alta qualidade (≥ 25% de Brix)

SEGUNDA MAMADA

40 kg

Nascimento

Pelo menos 2 L

2 L

Até 6-8h após o nascimento

Colostro de alta qualidade (≥ 25% de Brix)

Figura 4. Exemplo de fornecimento do colostro

A sonda esofágica deve ser utilizada quando o bezerro possui ausência de reflexo de sucção ou quando não consegue ingerir o colostro.

Para tanto, deve-se executar a sondagem de forma correta, evitando lesões ao manuseio (boca e esôfago), falsa via e se atentando ao posicionamento de pescoço do mesmo, estimulando o fechamento da goteira esofágica para direcionar o leite ao abomaso.

Colostro

FATORES QUE INFLUENCIAM A PRODUÇÃO DE COLOSTRO

O período pré-parto possui grande influência no desenvolvimento mamário das vacas, além de outros desafios enfrentados pelo animal devido a queda da imunidade e distúrbios metabólicos, acarretados pela diminuição da ingestão de matéria seca.

Dentre os fatores que interferem na produção do colostro, pode-se citar: Vacinações prévias

Duração do período seco

Conforto térmico

Muitas propriedades realizam a vacinação de vacas durante o período seco para estimular a produção de anticorpos e aumentar a concentração de imunoglobulinas no colostro, o que proporciona proteção aos recém-nascidos.

Esta prática é fundamental e para tanto, são recomendadas a identificação prévia de doenças presentes no rebanho, o respeito ao calendário vacinal, a higidez das vacas no momento da vacinação e utilizar as dosagens e frequências recomendadas pelo fabricante.

O número de

Ordenha pré-parto

Por fim, manter a dieta adequada, ambiente confortável e limpo e promover a higidez da vaca torna-se essencial para a obtenção de um colostro de qualidade.

Referências sob consulta junto ao autor.

Colostragem e seu impacto na produção de bovinos BAIXAR EM PDF

Manejo nutricional
Raça Animal

TABELA MICROMINERAIS

EDIÇÃO BRASIL

INFORMAÇÃO ADICIONAL

1. Forma pura e altamente biodisponível de hidróxi-selenometionina para o metabolismo animal; 2. Estabilidade ao armazenamento e condições de processamento térmico da ração; 3. Suporte ao sistema antioxidante e sistema imune; 4. Melhor desempenho produtivo e reprodutivo em condições desafiadoras; 5. Promove a resiliência animal.

ESPÉCIE DESTINADA

MICROMINERAIS

Selênio Todas as espécies animais

NOME DO PRODUTO TIPO DE FONTE

Selisseo® 2% Fonte orgânica pura

MICROMINERAIS ESPÉCIE DESTINADA INFORMAÇÃO ADICIONAL

A forma orgânica melhora o desempenho produtivo dos animais e proporciona maior biodisponibilidade e absorção do cromo.

O tipo de ligação do mineral com as cadeias de peptídeos confere uma grande estabilidade, o que evita a interação com outros elementos da dieta e facilita a chegada do mineral aos pontos de absorção, bem como o transporte para o interior do organismo. Por estas razões, a biodisponibilidade dos minerais Bioplex® é muito elevada.

Todas as espécies

Bovinos, Aves, Suínos, Animais de estimação, Aquacultura e outras espécies

Cromo

Cobre

Ferro

NOME DO PRODUTO TIPO DE FONTE

Cromo levedura

Proteinato de cobre

Proteinato de ferro

Magnésio

Manganês

Todas as espécies

Na forma de levedura enriquecida com selênio, potencializa o desempenho (maior ganho de peso e melhor conversão alimentar) e melhora do sistema imune.

Bio-Chrome TM

Bioplex® Cobre

Bioplex® Ferro

Proteinato de magnésio

Proteinato de manganês

Zinco

Selênio

Bioplex® Magnésio

Bioplex® Manganês

Proteinato de zinco

Bioplex® Zinco

Levedura enriquecida com selênio

Sel-Plex TM

INFORMAÇÃO ADICIONAL

Nossos minerais orgânicos são produzidos com rigorosos padrões tecnológicos e inovadores que promovem a formação de cadeias de alta estabilidade. Em sua estrutura, íons metálicos estão quelatados a aminoácidos livres, o que proporciona maior estabilidade molecular e maior biodisponibilidade destes microminerais para os processos fisiológicos dos animais, resultando em melhor desempenho, saúde e bem-estar aos animais.

MICROMINERAIS ESPÉCIE DESTINADA

Cromo

Cobre

Manganês

Para todas as espécies animais

Zinco

Selênio

NOME DO PRODUTO TIPO DE FONTE

Fonte orgânica de cromo aminoácido quelato (1% e 2%)

Fonte orgânica de cobre aminoácido quelato (17% e 22%)

Blink Chromium

Blink Copper

Fonte orgânica de manganês aminoácido quelato (17% e 22%)

Blink Manganese

Fonte orgânica de zinco aminoácido quelato (17% e 22%)

Blink Zinc

Fonte orgânica de selênio proteinado (0,2%)

Fonte orgânica na forma de um complexo selênio aminoácido (0,6%)

Blink Selenium

INFORMAÇÃO ADICIONAL

Jefo Zinco-Plus S é uma fonte de zinco de alta pureza, protegida pela inovadora tecnologia de microencapsulação Jefo Matrix, que permite uma liberação controlada e precisa no intestino. Isso assegura sua eficácia na prevenção da diarreia em leitões e na promoção do desempenho zootécnico.

NOME DO PRODUTO TIPO DE FONTE MICROMINERAIS ESPÉCIE DESTINADA

VANTAGENS

Reduz a diarreia e fortalece a barreira intestinal.

Melhora o crescimento, a eficiência alimentar e a saúde geral dos suínos.

Contribui para a redução da mortalidade e da resistência aos antibióticos.

Reduz o impacto ambiental

MODO DE AÇÃO

O óxido de zinco impede a adesão de bactérias patogênicas à mucosa intestinal. No entanto, quando utilizado na forma livre (sem proteção), o óxido de zinco interage com o ácido clorídrico no estômago, formando cloreto de zinco, o qual não oferece os benefícios em saúde intestinal promovidos pelo óxido de zinco. Como consequência, é necessária uma inclusão elevada de óxido de zinco livre na dieta, o que resulta em maior excreção de zinco e maior impacto ambiental. Com a tecnologia de microencapsulação Jefo Matrix, o óxido de zinco é protegido dessa interação precoce, chegando ativo ao intestino, onde exerce seu efeito de forma mais eficiente. Dessa forma, sua excreção nas fezes e urina é reduzida, minimizando impactos ambientais.

Dose recomendada: até 1 kg/t.

Jefo Zinco-Plus S Protegida / Microencapsulada Zinco Suínos

Bovinos, aves, suínos, equinos, ovinos e caprinos, aquacultura e pets

Orgânico/ Agente quelante: GlicinaGlicinato de Zinco 26% Zn

Os minerais Glyadd® utilizam Glicina como ligante, obtendo uma molécula estável e completa. Vantagens: Maior concentração de mineral, alta biodisponibilidade e absorção, menor excreção no ambiente e não interagem com outros ingredientes. Para mais informações: liptosa@liptosa.com

Bovinos, aves, suínos, equinos, ovinos e caprinos, aquacultura e pets

Bovinos, aves, suínos, equinos, ovinos e caprinos, aquacultura e pets

Bovinos, aves, suínos, equinos, ovinos e caprinos, aquacultura e pets

Orgânico/ Agente quelante: GlicinaGlicinato de Cobre 24% Cu

Orgânico/ Agente quelante: GlicinaGlicinato de Manganês 22% Mn

Orgânico/ Agente quelante: GlicinaGlicinato de Ferro 20% Fe

Zn, Mn, Fe e Cu Aves de postura e reprodutoras

Orgânico / Pré-mistura de glicinatos Zn, Mn, Fe e Cu

Glyadd® Zn 26%

Glyadd® Cu 24%

Glyadd® Mn 22%

Glyadd® Fe

Glyeggshell

*Certas informações associadas aos produtos, sua composição e reivindicações podem ser diferentes dependendo da região geográfica e podem não ser aplicáveis em todos os países.

A Liptosa reserva-se o direito de se adaptar às exigências e legislação de cada caso.

MICROMINERAIS ESPÉCIE DESTINADA INFORMAÇÃO ADICIONAL

O mineral orgânico bi-quelatado MINTREX® Cu é uma fonte de cobre altamente biodisponível que fornece 15% de cobre e 78% de atividade de metionina.

MINTREX® Zn é um mineral orgânico composto por zinco quelatado a HMTBa, formando uma estrutura molecular de 1:2, respectivamente, altamente absorvível no intestino dos animais

Aves, suínos, bovinos e aquacultura

O mineral orgânico bi-quelatado MINTREX® Mn é uma fonte de manganês altamente biodisponível que fornece 13% de manganês e 76% de atividade de metionina.

NOME DO PRODUTO TIPO DE FONTE

Cobre

Zinco

Orgânico Bi-quelatado de Metionina Hidroxi Análoga

MINTREX® é uma fonte de mineral orgânico protegido por duas moléculas de hidroxi análogas da metionina (HMTBa) resultando em uma molécula estável e com estrutura definida (2:1) permitindo maior absorção no intestino do animal.

MINTREX® Cu

MINTREX® Zn

MINTREX® Mn Manganês

ESPÉCIE DESTINADA INFORMAÇÃO ADICIONAL

O YesMinerals Zinco está disponível na concentração de 22%

Aves, suínos, bovinos, equinos, caprinos, ovinos, cães, gatos, peixes e camarões

MICROMINERAIS

Zinco

O YesMinerals Manganês está disponível na concentração de 22%

NOME DO PRODUTO TIPO DE FONTE

Sais solúveis de zinco quelatados com aminoácidos e pequenos peptídeos

Zinco

YesMinerals

Manganês

Sais solúveis de manganês quelatados com aminoácidos e pequenos peptídeos

YesMinerals Manganês

Cobre está disponível na concentração de 22%

O YesMinerals

Aves, suínos, equinos, bovinos, caprinos cães, gatos, camarões, peixes

Cobre

Sais solúveis de cobre quelatados com aminoácidos e pequenos peptídeos

Cobre

YesMinerals

O YesMinerals selênio está disponível concentrações de 0,1, 0,2 e 0,5%

Selênio

Sais solúveis de selênio quelatados com aminoácidos e pequenos peptídeos

Selênio

YesMinerals

Cromo está disponível nas concentrações de 0,1 e 1,0%

O YesMinerals

Aves, suínos, equinos, bovinos, caprinos

Cromo

Sais solúveis de cromo quelatados com aminoácidos e pequenos peptídeos

Cromo

YesMinerals

Ferro está disponível na concentração de 22%

O YesMinerals

Aves, suínos, bovinos, equinos, caprinos, ovinos, cães, gatos, peixes e camarões

Ferro

Sais solúveis de ferro quelatados com aminoácidos e pequenos peptídeos

Ferro

YesMinerals

SelSaf® 3000 é obtido a partir de uma cepa selecionada da levedura Saccharomyces cerevisiae, cultivada em um meio enriquecido com selenito de sódio o qual é biotransformado para a forma orgânica pela levedura, garantindo uma composição consistente. Fonte de selênio orgânico de alta biodisponibilidade.

Todas as espécies e categorias animais

Selênio

SelSaf® 3000 Levedura enriquecida com Selênio Orgânico

FORMULAÇÃO DE RAÇÃO PARA MONOGÁSTRICOS

Emanuel Isaque Cordeiro da Silva Departamento de Zootecnia – UFRPE Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA

Aformulação de ração para animais não ruminantes de interesse zootécnico, especialmente aves e suínos, segue o mesmo padrão da de ruminantes, entretanto ocorrem diferenças em relação aos passos a serem seguidos em função do atendimento das

Caracterização do animal

Exigências nutricionais

Alimentos disponíveis

Nutrientes nos alimentos

Balanceamento

Figura 1. Passos para a formulação de ração para monogástricos.

Balancear uma ração implica na mistura de ingredientes coerentes que supram as necessidades proteicas, energéticas e minerais dos animais, visando a máxima eficiência do potencial nutritivo dos ingredientes e da produção dos animais, seja para carne ou ovos.

Formular uma ração para suínos machos castrados de alto potencial genético de desempenho médio, na fase de crescimento (27-50 kg), através de uma dieta baseada em milho, farelo de soja e 10% de farelo de trigo.

1º PASSO:

Já categorizamos o animal.

2º PASSO:

Através da literatura, vamos determinar a necessidade nutricional do animal:

PB (%) 14,19

EM (kcal/kg) 3250

Pd (%) 0,309

Ca (%) 0,654

A melhor forma para apresentar uma formulação é prosseguir para os cálculos na prática, desta forma, exemplificaremos a formulação de ração para suínos, uma atividade que pode ser a realidade de muitos profissionais das Ciências

Na (%) 0,186

Lis. Dig. (%) 0,990

M+C Dig. (%) 0,594

Treo. Dig. (%) 0,673

PB, proteína bruta; EM, energia metabolizável; Pd, fósforo disponível; Ca, cálcio; Na, sódio; Lis. Dig., lisina digestível; M+C Dig., metionina + cisteína digestível; Treo. Dig., treonina digestível. Fonte: Rostagno et al. (2024), p. 424.

3º PASSO:

Uma vez determinada as necessidades nutricionais do animal, procedemos a tabela de composição dos ingredientes disponíveis para a formulação:

Óleo de soja

4º PASSO: Ingredientes

De posse das necessidades nutricionais do animal e da composição dos ingredientes disponíveis procedemos aos cálculos, porém, antes devemos esclarecer algumas ideias:

Fixamos 10% de farelo de trigo (FT), dessa forma, devemos saber os nutrientes contidos nesta quantidade para seguir para a formulação;

O espaço reserva (ER), essencial para a inclusão de ingredientes complementares como o óleo de soja, que servem para fechar a ração, será de 6% neste exemplo;

Deixaremos um espaço reservado de 0,5% para a inclusão de premix mineralvitamínico específico para suínos nesta fase.

Calcularemos os nutrientes contidos em 10% de FT na ração:

PB (%) 1,52

EM (kcal/kg) 237

Pd (%) 0,049

Ca (%) 0,014

Na (%) 0,002

Lis. Dig. (%) 0,043

M+C Dig. (%) 0,041

6º PASSO:

Prosseguimos com os cálculos, agora utilizando o quadrado de Pearson para balancear a PB da ração:

PB milho

Treo. Dig. (%) 0,003

O cálculo para montar a tabela acima leva em consideração a % de inclusão e a % da composição do nutriente, por exemplo, determinando a EM em 10% de inclusão do FT teremos:

2370 kcal/kg ---------- 100%

X kcal/kg ---------- 10%

Logo, X = 2370 x 10/100 = 237 kcal/kg

5º PASSO:

Temos 10% de FT e 6,5% de ER, então o milho (M) e o farelo de soja (FS) serão incluídos em 83,5%, dessa forma deveremos corrigir a PB da ração:

PB necessária = 14,19

PB do FT = 1,52, PB a ser corrigida = 14,19 – 1,52 = 12,67 em 83,5% para o M e FS, logo:

12,67/83,5% = 15,17% (PB a ser calculada no quadrado de Pearson)

PB do FS 45,6%

- 15,17 =

- 7,86 = 7,31 30,43 + 7,31 = 37,74 partes totais

Encontramos a % dos ingredientes através do cálculo:

Milho:

(30,43 x 83,5)/37,74 = 67,32%

FS: (7,31 x 83,5)/37,74 = 16,18%

A soma dos dois ingredientes é 83,5%, conforme solicitado anteriormente.

Formulação

Conferir os nutrientes contidos no milho e FS para determinar o déficit nutricional para prosseguimento dos cálculos de balanceamento dos demais nutrientes:

Do passo 7, encontramos deficiência de 7 nutrientes, dessa forma, os próximos passos são o balanceamento destes nutrientes através da composição dos ingredientes pertinentes em função do ER. No final dos cálculos, montamos a tabela final da ração balanceada.

Balanceamento da energia com óleo de soja: EM do óleo: 8300 kcal/kg ---------- 100%

Déficit: 234 kcal/kg ---------- X %, logo:

X = 2,82% de óleo de soja.

A quantidade de óleo está dentro da faixa preconizada para suínos em crescimento que é de 2 a 5% (Rostagno et al., 2024. p. 186).

Balanceamento do fósforo com fostato bicálcico (FB):

0,177% ---------- X %, logo: X = 0,96% de FB.

10º PASSO:

Balanceamento do cálcio através do FB e do calcário:

Ca do FB: 24,5% ---------- 100%

Déficit: X % ---------- 0,96%, logo:

X = 0,235% de Ca no FB.

Ca: 0,076 mistura + 0,235 FB = 0,311

Novo déficit do Ca: 0,654 – 0,311 = 0,267, então utilizaremos o Calcário:

Ca do CC: 37,7% ---------- 100%

Déficit: 0,343% ---------- X %, logo:

X = 0,91% de Calcário calcítico.

11º PASSO:

Balanceamento do sódio através do sal comum:

Na do sal: 39,7% ---------- 100%

Déficit: 0,175% ---------- X %, logo:

X = 0,44% de sal comum.

12º PASSO:

Balanceamento da lisina através da L-LisinaHCl:

Lisina: 78,5% ---------- 100%

Déficit: 0,407% ---------- X %, logo:

X = 0,52% de L-Lisina-HCl.

13º PASSO:

Balanceamento da metionina + cisteína através da DL-Metionina:

Metionina: 99% ---------- 100%

Déficit: 0,178% ---------- X %, logo:

X = 0,18% de DL-Metionina.

Balanceamento da treonina através da L-Treonina:

Treonina: 98,5% ---------- 100%

Déficit: 0,222% ---------- X %, logo:

X = 0,22% de L-Treonina.

14º PASSO:

15º PASSO:

Montar a tabela com o resultado final da ração:

Tome nota: Essa formulação leva em consideração a matéria seca dos ingredientes, caso queira formular com base na matéria natural, consulte a tabela de composição dos ingredientes e proceda o cálculo.

O consumo de ração por animal está estimado em 1,63 kg/dia. Se tomarmos a gerência da alimentação de um rebanho de 150 animais, o consumo diário do lote será 244,5 kg/dia, para bater uma ração para o lote que dure uma semana, a quantidade será 1711,5 kg/dia, mas devemos nos lembrar da sobra, levaremos em consideração 15% de sobras, então a batida de ração será de 1970 kg, na fábrica a quantidade de ingredientes a serem misturados será:

Ingredientes % Mistura Quantidade/batida (kg)

Na próxima edição, abordaremos a formulação de ração para ruminantes.

Formulação de ração para monogástricos

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Formulação

USO DE PÓ SECANTE COMBINADO A FITOATIVOS PARA GARANTIR QUALIDADE DE INSTALAÇÃO E BEM-ESTAR DA LEITEGADA

Bruno Giorgio de Oliveira Cécere¹, Gabriela Miotto Galli¹, Marcelo Masson Rodrigues¹ e Diko Becker² ¹Equipe técnica-comercial TECPHY ²CEO TECPHY

Com o passar do tempo, a suinocultura demonstra evolução constante e acelerada com objetivo de chegar à máxima eficiência e produção dos rebanhos. Esse fato leva algumas genéticas a gerar fêmeas a gerar fêmeas mais prolíferas, ou seja, com leitegadas maiores e muitas vezes heterogêneas, o que se torna um desafio.

Neste cenário, é importante ter o melhor manejo no parto e pós-parto, pois é um dos momentos mais críticos na vida dos leitões, sendo um dos principais objetivos dos suinocultores melhorar a homogeneidade e vitalidade dos leitões neste período.

Seguindo este cenário, na maternidade existem inúmeros manejos que devem ser realizados: secagem dos leitões, corte e desinfecção do umbigo, auxílio para primeira ingestão de colostro, dentre outros, que têm como objetivo melhorar a qualidade sanitária e diminuir a mortalidade (HECK, 2007).

Após o nascimento, os leitões possuem o sistema fisiológico imaturo, caracterizado por níveis inferiores de gordura corporal e metabolismo energético reduzido, dependendo prontamente da glicose gerada advinda do catabolismo do glicogênio nas primeiras horas de vida, assim esses animais não conseguem manter sua temperatura corporal ideal (SCHMID et al. 2021).

Portanto, a termorregulação dos leitões é consequentemente afetada, fazendo com que seja necessário realizar atividades de manejo específicas para garantir maior conforto e taxa de vitalidade dos leitões, como uso de escamoteadores, atrelado a secagem correta, além do auxílio para a primeira mamada dos animais e assim evitar casos hipoglicêmicos e muitas vezes a mortalidade.

Dentre as maneiras de se garantir e manter o aquecimento dos leitões em níveis que não ultrapassem sua zona de conforto térmico (29º a 32ºC), a limpeza e secagem dos recém-nascidos é um manejo altamente conhecido e difundido dentro das maternidades, que evita a perda de calor corporal além de evitar o sufocamento causado pelas membranas fetais que obstruem o trato respiratório (Villanueva-García et al. 2020).

Existem alguns métodos de secagem muito utilizados em animais recém-nascidos, como uso de maravalha/serragem e papel toalha, que possuem certa eficiência, porém demonstram alguns fatores controversos.

A maravalha é um material que possui maior facilidade em apresentar contaminantes externos, além de gerar resíduos com alto teor de umidade e proporcionar ambiente adequado ao crescimento de patógenos.

Seguindo o mesmo conceito, o papel toalha caracteriza-se por um material frágil, que possui rápida saturação ao absorver líquidos, sendo necessário altas quantidades de material para uma secagem e ciente. Portanto, resulta em alto consumo, geração de resíduos e custos elevados.

Entre os métodos mais eficientes e utilizados, temos o uso do pó secante, no qual demonstra características de alta absorção de umidade, mantém o leitão dentro da sua zona de conforto térmico adequada por mais tempo, reduz o tempo para início da primeira mamada, possui maior facilidade de aplicação e ainda gera menos resíduos ao ambiente (MARTIN et al. 2019)

Contudo, dependendo do material utilizado, também pode acometer o sistema respiratório dos leitões ao serem inalados ou até ocasionar irritação dos olhos e da pele do(a) líder da maternidade.

Pensando em tudo isso, para atender a demanda produtiva, minimizar quaisquer riscos com uso de materiais de secagem de leitões recém-nascidos e garantir maior conforto e bem-estar aos animais, a TECPHY desenvolveu o PHYTO PIG DRY. Este produto pode agir tanto na instalação como nos leitões, sendo uma solução eficiente para garantir a secagem ideal, estabilizar a temperatura corporal e proporcionar um ambiente menos contaminado e com maior qualidade do ar.

O PHYTO PIG DRY possui em sua composição ingredientes pensados exclusivamente para minimizar qualquer tipo de contaminação, sendo um pó extremamente fino, não irritante e não corrosivo, capaz de prevenir acúmulo de resíduos tóxicos ao ambiente e proporcionar ao sistema produtivo maior qualidade.

Composto por uma associação única de matérias-primas absorventes de origem mineral e óleos essenciais de orégano, eucalipto e canela, o PHYTO PIG DRY é perfeitamente adequado para o manejo da higiene de matrizes e suas leitegadas graças a suas capacidades de adsorção.

Por possuir em sua composição um exclusivo mix de fitoativos, o PHYTO PIG DRY além do uso em leitões, pode ser utilizado nas instalações e nas matrizes.

Seu odor característico age com um efeito “imprinting” devido os leitões entrarem em contato com o cheiro nas primeiras horas de vida.

Deste modo recomenda-se sua utilização durante todo o período da lactação, bem como, ser pulverizado nas baias para recepcionar os leitões na fase de creche. Manejo este que trará memórias da fase da maternidade e reduz/ ameniza o estresse do desmame e a mudança abrupta de ambiente.

O PHYTO PIG DRY, por poder ser pulverizado diariamente nas instalações, traz benefícios como a melhoria da qualidade do ambiente, redução de microrganismos patogênicos e gases tóxicos, o que proporciona, consequentemente, maior saúde e bemestar aos suínos.

CONCLUSÃO

O uso de pó secante de qualidade e com ingredientes não-nocivos, tem destaque para melhor eficiência, regulação e mantença da temperatura corporal, além de melhorar a qualidade do ambiente e de otimizar o sistema produtivo como um todo.

Uso de pó secante combinado a fitoativos para garantir qualidade de instalação e bem-estar da leitegada BAIXAR EM PDF

MICROMINERAIS ESSENCIAIS

NA ALIMENTAÇÃO DE AVES E SUÍNOS:

IMPACTOS PRODUTIVOS

E METABÓLICOS

Juliane Kuka Baron¹, Manuela Fernandes Vivan², Brenda Carolina Pereira dos Santos³, Isabella de Camargo Dias⁴, Simone Gisele de Oliveira⁵, Alex Maiorka⁵

¹Graduanda em Zootecnia, Universidade Federal do Paraná

²Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Federal do Paraná

³Mestranda em Zootecnia, Universidade Federal do Paraná

4Doutoranda em Ciências Veterinárias, Universidade Federal do Paraná

INTRODUÇÃO

A estrutura da produção brasileira de aves e suínos apresentou grande evolução nas últimas décadas.

Os avanços nas áreas de nutrição, sanidade, genética e manejo propiciaram maior competitividade no cenário mundial e melhoria da qualidade dos produtos.

A alimentação desses animais, no entanto, tem alta participação nos custos de produção (CEMIN, 2013), e para que haja um desempenho adequado e consequente otimização dos recursos econômicos empregados, é necessário que o animal receba quantidades adequadas de nutrientes.

Os minerais são divididos em macro e microminerais, em função da quantidade exigida pelo organismo.

Os microminerais também chamados de elementos traços são minerais requeridos em menores quantidades pelo organismo animal (SILVA e MARTINS, 2023), podendo-se destacar principalmente o cobre (Cu), iodo (I), ferro (Fe), manganês (Mn), selênio (Se) e zinco (Zn).

COBRE

O cobre tem papel essencial para o funcionamento de enzimas, constituindo parte de seus sítios ativos e participando da síntese de enzimas antioxidantes.

Além disso, tem grande importância na formação de tecido conjuntivo como elastina e colágeno, produção de glóbulos brancos e metabolismo de outros minerais como o ferro, sendo essencial para eritropoiese (MROCZEKSOSNOWSKA et al., 2013).

Esses nutrientes são considerados de grande importância na alimentação das aves e suínos, pois participam de uma série de processos bioquímicos, essenciais ao crescimento e desenvolvimento, destacando-se a formação óssea (BRITO et al, 2006).

Sua absorção ocorre principalmente pelo intestino delgado e estômago, e é excretado majoritariamente via bile com mínima reabsorção pelas células intestinais o que evita sua perda excessiva (MAGAYE et al., 2012).

A suplementação necessária de cobre em suínos e aves é relativamente baixa, porém a inclusão farmacológica tem ganhado espaço, sendo utilizado amplamente como promotor de crescimento (MIRANDA e LEHNEN, 2021).

Minerais

De acordo com o estudo de Árias e Koutsos (2006), frangos de corte suplementados com cobre apresentaram aumento das taxas de crescimento final, melhora da conversão alimentar, redução do colesterol plasmático total e do colesterol peitoral. No entanto, níveis de suplementação acima de 375 mg/kg de cobre não demonstraram benefícios adicionais.

Pesti e Bakalli (1996) também observaram aumento das taxas de crescimento final de 4,9% em frangos de corte suplementados com 125 ou 250 mg/kg de cobre.

Já em suínos, a adição de baixos níveis de cobre à dieta durante as primeiras 4 semanas da fase de crescimento e terminação resultou em maior crescimento final e melhor eficiência alimentar (HASTAD et al., 2001).

(TBCC) também é uma alternativa viável, mas CuSO₄ ainda é predominante por questões econômicas. (ABDULLAH et al., 2018, LEE et al., 2001)

O sulfato de cobre (CuSO₄) é a fonte mais comum de Cu na alimentação animal devido ao baixo custo quando comparado a outras formas de cobre.

No entanto, sua biodisponibilidade é baixa, o que resulta em maior excreção e pode contribuir para impactos ambientais negativos em altas concentrações.

Fontes orgânicas, por outro lado, tendem a ter maior biodisponibilidade e baixa excreção, embora possuam custo mais elevado e apresentem resultados menos consistentes.

Em um estudo recente realizado por Wang et al., (2019) comparando CuSO₄ e uma fonte orgânica de cobre (Cu-Met) na alimentação de frangos de corte, observou-se que as fontes orgânicas apresentaram maior biodisponibilidade com redução na excreção.

No entanto, em relação a retenção nos tecidos, não houve diferenças significativas entre as fontes de cobre nos músculos e no fígado, indicando que o Cu-Met pode ser tão eficiente quanto o sulfato de cobre em termos de deposição no músculo e retenção hepática.

IODO

O iodo é a base para a formação dos hormônios tireoidianos triiodotironina (T3) e tetraiodotironina (T4) que regulam diversos processos metabólicos.

A deficiência de iodo na dieta resulta em diminuição dos hormônios da tireoide e pode, posteriormente, levar ao hipotireoidismo.

O iodo é absorvido de forma rápida no trato digestivo, sendo o intestino a área com maior capacidade de absorção (ANDRIGUETTO et al., 1982).

Em aves, o iodo é geralmente adicionado em concentrações de 1 a 2 mg /kg na dieta sob a forma de Ca(IO₃) ou KI, incorporado à pré-mistura mineral ou ao sal iodado. Em poedeiras, muitas vezes adiciona-se concentrações maiores para aumentar a quantidade de iodo disponível nos ovos.

No entanto, o excesso de iodo na dieta de aves pode interferir na maturação sexual e na produção de ovos, consequentemente afetando outros aspectos do metabolismo controlados pela tireoide, como a ingestão de ração, que pode diminuir, o peso dos ovos e o colesterol presente na gema, que também são reduzidos (LEESON; SUMMERS 2001, LEWIS, 2004).

Da mesma forma, em suínos, o excesso de iodo, conforme apontado por Li et al., (2012) pode levar a alterações no metabolismo, como um efeito negativo no crescimento de animais mais jovens, no entanto, quando analisado todo o período de crescimento, o desempenho e as características da carcaça não foram influenciados pelas dosagens ou fontes de iodo.

FERRO

O ferro é um elemento indispensável para a constituição da hemoglobina, apresentando papel fundamental na hematopoese, no transporte de oxigênio via hemoglobina, na utilização do oxigênio muscular e respiração celular (Andriguetto et al., 1982).

Além de atuar na síntese de DNA, na eliminação de produtos do metabolismo potencialmente tóxicos, na formação de colágeno e no sistema imunológico dos animais.

As formas do Fe no organismo incluem complexos ligados a proteínas (hemoproteínas), compostos heme (hemoglobina e mioglobina), enzimas heme (citocromos, catalase, peroxidase) e compostos não heme (flavoenzimas, transferrina, ferritina) (GONZÁLEZ e SILVA, 2019).

Minerais

A quantidade de ferro disponível para absorção pelo intestino depende da quantidade de Fe na dieta e da sua biodisponibilidade ( KOHAYAGAWA e DE CAMPOS, 2002).

A deficiência deste micromineral determina, de forma variável, alterações no processo de respiração celular, com consequente prejuízo a todo organismo (SOBESTIANSKY et al., 1999; SVOBODA, et al., 2004).

Quando o ferro está livre no soro e excede a capacidade de transporte da transferrina, pode causar danos à membrana celular, resultando em lesão vascular, hepática, choque e possivelmente a morte (SOBESTIANSKY et al., 1999).

Em suínos, Bertechini (2006), afirma que os animais em fase pré-inicial e inicial tem um maior nível absortivo de ferro, sendo de até 99% em leitões recém-nascidos, enquanto nos animais adultos esta absorção está próxima a 12%.

Na avicultura a suplementação de Fe é feita usualmente através de fontes de baixo custo, como o sulfato ferroso (Fe2SO4).

Embora as fontes minerais de Ca e P, como os calcários e os fosfatos, sejam ricas em Fe, a forma predominante nestes alimentos é a férrica (Fe3+), o que torna o ferro menos disponível.

Para suínos recém-nascidos comumente realiza-se a suplementação de Fe via injeção intramuscular, enquanto para os adultos, especialmente aqueles criados em sistema de confinamento, que não têm acesso a fontes alternativas de ferro, como a terra, a suplementação pode ser feita via alimentação, através do fornecimento de rações contendo sulfato ferroso.

Na nutrição animal, o uso de minerais quelatados, como o ferro, tem se intensificado, pois esses compostos são mais solúveis, bioquimicamente mais estáveis e protegidos contra reações e competições com outros componentes da dieta, que poderiam reduzir sua absorção (BESS, 2012).

Minerais

Ao estudar o efeito da suplementação de Fe para poedeiras comerciais, Bertechini et al., (2000), não encontraram efeito significativo de diferentes níveis de Fe (0, 20, 40, 60 e 80 ppm) sobre a produção de ovos, consumo de ração, peso dos ovos e conversão alimentar, sugerindo que a dieta a base de milho e farelo de soja fornecida aos animais do experimento (com 127 ppm de Fe), forneceu níveis suficientes deste micromineral para que os parâmetros avaliados estivessem dentro do adequado.

MANGANÊS

O manganês (Mn) participa do metabolismo de macronutrientes, da ativação de diversas enzimas, como as oxidorredutases, que agem contra as espécies reativas de oxigênio.

Também desempenha um papel importante na manutenção da glicemia, na produção de energia celular, na integridade óssea, na atividade digestiva e na coagulação do sangue (ASCHNER, 2005).

Este micronutriente faz parte do contexto de imunidade nutricional, com ação antiviral ao atuar como segundo mensageiro na imunidade inata (HAASE, 2018).

Além disso, ele atua na reprodução como cofator das enzimas que modulam a síntese de hormônios esteróides e como componente de enzima antioxidante MnSOD, que favorece a progressão do ciclo celular reprodutivo (STUDER et al., 2022).

Na avicultura são comuns problemas de estresse na estrutura óssea devido à taxa de crescimento extremamente rápida de linhagens comerciais de frangos de corte, que podem estar relacionados a deficiência de manganês.

Esses distúrbios, resultantes da deficiência do mineral, manifestam-se em grande parte como discondroplasia tibial (DT) e estresse oxidativo com altas perdas econômicas e de bem estar animal (JI et al., 2006, XIA et al., 2022).

O manganês também tem capacidade de melhora nas características da carcaça e na qualidade da carne, no experimento de Lu et al., (2006), a adição de 100 mg de Mn de MnSO₄ /kg à ração de frangos de corte diminuiu as atividades da lipoproteína lipase (LPL), reduzindo o acúmulo de gordura abdominal e aumentando as atividades antioxidantes de MnSOD nos

Minerais

Em um estudo realizado por Plumlee et al., (1956) com leitões desmamados, as dietas contendo 0,5 mg de Mn/kg resultaram em espessuras médias de gordura dorsal maiores do que aquelas com 40 mg de Mn/kg, demonstrando resultados similares.

Este micronutriente é tradicionalmente adicionado na ração de suínos por meio de uma pré-mistura de minerais-traço, como MnSO4. Segundo Kerkaert et al. (2021), a suplementação de 16 mg/kg prejudica o crescimento e a ingestão de ração, concluindo que suplementação com mais de 8 mg/kg de Mn não melhora o desempenho.

No entanto, em outro experimento, suínos em crescimento e terminação suplementados com 25 ppm de Mn na dieta, obtiveram maior consumo médio de ração, com melhor performance de crescimento (ATOO et al., 2024).

Ainda faltam estudos sobre a influência do Mn na saúde intestinal monogástrica (BROOM; MONTEIRO; PIÑON, 2021). De acordo com Pan et al., (2018) altos níveis de manganês (20,04 + 400 mg/kg) na dieta de frango de corte resultaram em maior reprodução de Salmonella no ceco durante período inicial de proliferação, mas também promoveram benefícios como estabilização da população de Salmonella mais rápido que o grupo controle (20,04 + 40 mg/kg), além de promover proteção à integridade intestinal.

A biodisponibilidade do manganês varia conforme sua forma química. Fontes inorgânicas mais solúveis, como cloreto e sulfato, são melhor absorvidas do que formas menos solúveis, como óxido e carbonato.

Já as formas orgânicas, como metionina e proteinato de manganês, apresentam maior aproveitamento, pois estão ligadas a aminoácidos ou proteínas (HENRY, 1995).

O que foi reafirmado por estudos de Xia et al. (2022) e Ji et al. (2006), destacando que o proteinato de Mn é mais biodisponível que o sulfato e que a metionina favorece melhor a absorção do que a glicina.

Minerais

SELÊNIO

Esse mineral é de suma importância na alimentação de monogástricos, devido à sua ação antioxidante, à participação no metabolismo da tireoide, além de ser componente principal de uma das principais enzimas envolvidas na proteção antioxidante, a Glutationa Peroxidase.

Esta enzima protege os lipídios das membranas e os demais constituintes de possíveis lesões oxidativas, pois catalisa as reações que transformam o peróxido de hidrogênio em água e os hidroperóxidos de lipídios em ácidos graxos alcoólicos (MOURA, 2021).

Mou et al. (2020), estudaram o efeito da suplementação de Se sobre o rendimento reprodutivo de porcas, e concluíram que os animais suplementados com HMSeBA (Hydroxy-selenomethionine), fonte orgânica de Se, apresentaram maior número total de leitões, embora menor peso ao nascer, maior ganho médio diário (GMD) dos leitões, e um menor intervalo entre partos (IEP).

Além disso, em comparação aos animais não suplementados, as porcas que receberam HMSeBA, tiveram maior nível de glutationa peroxidase após o parto, sugerindo maior capacidade antioxidante no corpo desses animais.

Em um estudo desenvolvido por Gomes (2024), foram avaliados o desempenho e as características fisiológicas de frangos de corte suplementados com diferentes fontes de selênio (orgânica e inorgânica),

demonstrando melhora no ganho de peso e na conversão alimentar das aves suplementadas com a fonte orgânica (selenolevedura) comparativamente as aves suplementadas com a fonte inorgânica (selenito de sódio),

sugerindo que o tipo da fonte do Se a ser suplementado, também pode apresentar influência no desempenho dos animais.

Minerais

ZINCO

É um micromineral essencial, envolvido em processos fisiológicos que desempenham funções importantes para o crescimento normal e para a saúde dos animais, como os processos de secreção hormonal, especialmente os relacionados à reprodução, crescimento e imunocompetência.

Além de atuar na formação e funcionamento de mais de 200 metaloenzimas e fatores de transcrição (cofator da RNA e DNA polimerase), é importante as células do corpo pois está envolvido direta ou indiretamente em funções metabólicas, como desenvolvimento de tecidos, imunidade e como antioxidante. (CONY et al., 2024).

O zinco apresenta grande relevância no que se refere à imunidade de suínos e aves, por estar relacionado ao número e função de linfócitos no corpo desses animais.

A melhoria da integridade intestinal de leitões após o desmame associado ao óxido de zinco pode estar relacionada a diminuição da expressão de genes associados à inflamação do epitélio, que por sua vez, pode melhorar o desempenho dos animais devido a melhor absorção dos nutrientes presentes no alimento (BLANCH, 2021).

Na avicultura o fornecimento de quelatos de Zn via dieta, pode estar relacionado a ativação da resposta imune celular e humoral, atuando no aumento da resistência a infecções (BLANCH, 2021).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A suplementação de microminerais atua como estratégia importante na nutrição de monogástricos, afetando aspectos produtivos e reprodutivos destes animais, de modo que é viável economicamente sua inclusão na dieta, uma vez que os níveis requeridos são baixos, mas os efeitos significativos.

Microminerais essenciais na alimentação de aves e suínos: Impactos produtivos e metabólicos

E.C.O.TRACE® MINERAIS ORGANICAMENTE LIGADOS

INTRODUÇÃO

ESSENCIALIDADE

Os minerais zinco, manganês, cobre e ferro estão envolvidos em uma ampla variedade de processos fisiológicos importantes. Um suprimento adequado é de grande relevância para vários parâmetros de desempenho e saúde animal.

Reprodução (ciclo estral, atividade ovariana, сопсерção)

Formação de tecido epitelial e proteinas estruturais (pele, chifre, casca intestinais) ovo, células

Sistema imunológico

Processos de regeneração

Desenvolvimento do esqueleto (ossos, cartilagem)

Sintese de hemoglobina

Funções metabólicas

SITUAÇÕES CRÍTICAS

O desafio da alimentação moderna com oligoelementos é atender às exigências dos animais de alto desempenho e, ao mesmo tempo, evitar a dosagem excessiva e a excreção de metais. Embora os minerais essenciais sejam adicionados à dieta de acordo com as recomendações oficiais, na prática ocorrem situações de fornecimento abaixo do ideal. Juntamente com o aumento constante das exigências das raças modernas de alto desempenho, há situações específicas que levam a uma maior demanda por minerais residuais:

Crescimento intrauterino pré-natal;

Regeneração após o parto/parto;

Perda de minerais através do leite

Redução do consumo de ração;

Menor capacidade de absorção com o aumento da idade

Sistema imunológico enfraquecido;

Fatores de estresse (calor, mudança de ração, realocação, densidade de estocagem, etc.);

Situações anêmicas em animais jovens.

Uma deficiência secundária pode resultar da presença de compostos orgânicos ou outros minerais que reduzem a absorção de minerais essenciais. Esses antagonismos são acentuados com o aumento dos níveis de minerais traço na ração e quando os metais estão presentes na forma iônica no trato gastrointestinal superior (TGI).

Minerais

Zn

Cu

MODO DE AÇÃO

Antagonistas importantes

Cu, Fe, Ca, Fitato

Zn, Fe, Mo, S, Ca

Mn Fe, Ca, P

Fe

Zn, Cu, Mn, Ca, Fitato

A forma de ligação química tem um efeito significativo sobre a suscetibilidade a antagonismos e, portanto, sobre a biodisponibilidade de minerais traço no TGI. Os metais no E.C.0.Trace são ligados ao aminoácido glicina. Em comparação com as formas inorgânicas tradicionalmente usadas, o complexo metal-glicina oferece uma maneira eficaz de fornecer minerais traço em uma forma menos reativa e altamente eficiente:

Maior estabilidade das vitaminas em pré-misturas;

Estabilidade superior do complexo metal-glicina em valores baixos de pH no TGI superior (rúmen, estômago);

“Proteção” e menor liberação de íons metálicos;

Menor formação de complexos entre íons metálicos e outros compostos da dieta (por exemplo, fitato);

Redução dos efeitos antagônicos na absorção entre íons metálicos;

Transporte eficaz para a parede intestinal e taxa de absorção benéfica de minerais residuais.

Sulfato E.C.O Trace®

Os glicinatos do E.C.0.Trace® têm sido usados com sucesso na alimentação de animais de alto desempenho desde 2007. A taxa de absorção superior dos minerais-traço do E.C.0.Trace® foi comprovada em vários estudos científicos que demonstraram valores mais altos de biodisponibilidade em comparação com os sulfatos.

ESTUDO

RESULTADOS

Várias vantagens decorrem da excelente biodisponibilidade dos minerais E.C.O.Trace®: Melhoria do status de minerais traço e fornecimento seguro em situações de aumento da demanda; Risco reduzido de sintomas subclínicos de deficiência; Menor excreção de metais.

A SOLUÇÃO CERTA PARA CADA DEMANDA

Os glicinatos E.C.0.Trace® da Biochem são convenientes para a produção de todos os tipos de pré-misturas, minerais e mistas. Além dos aditivos individuais E.C.0.Trace® , oferecemos vários produtos combinados para proporcionar uma ampla gama de soluções específicas para animais. Considerar a nutrição animal como um processo holístico nos permite desenvolver conceitos confiáveis e inteligentes para você e seus clientes. Nosso trabalho e nossas ações são consistentemente orientados pelo nosso slogan: Feed Safety for Food Safety®.

Sulfato

Proteinato Competitivo glicinato

E.C.O Trace® glicinato

Figura 2. Valor de biodisponibilidade (RBV) de minerais residuais de diferentes fontes (adaptado de Männer & Hund)

OTIMIZAÇÃO DO DESEMPENHO ANIMAL

Ganho de peso diário

Produção de leite e ovos

Fertilidade e reprodução

Viabilidade da progênie

PROTEÇÃO AMBIENTAL

Desempenho idêntico com dosagem menor

Redução da excreção de metais

Menor acúmulo de Zn e Cu no ambiente

VANTAGENS ECONÔMICAS

Redução dos custos veterinários

Maior desempenho de produção

Menor mortalidade

Longevidade

Uso sustentável da terra em áreas de criação intensiva de animais

E.C.O.TRACE® Minerais organicamente ligados BAIXAR EM PDF

MODULAÇÃO DO METABOLISMO

DA VITAMINA D E MARCADORES DE SAÚDE EM

LEITÕES

DESMAMADOS

SOB DIFERENTES ESTRATÉGIAS DE SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA D

Danyel Bueno Dalto, J. Jacques Matte, Jérôme Lapointe Agriculture and Agri-Food Canada, Sherbrooke, Quebec J1M 0C8, Canada

Aproibição do uso profilático de antibióticos e as possíveis restrições ao uso de níveis farmacológicos de óxido de zinco na dieta trazem desafios sem precedentes para a indústria suína, especialmente durante o período pósdesmame.

O estresse do desmame é frequentemente seguido por:

Uma alta incidência de distúrbios intestinais; 02

Infecções bacterianas; 03

Desequilíbrios antioxidantes e,

04

De ciências energéticas que resultam em perdas signi cativas para o setor.

Nesse contexto, a nutrição com vitaminas pode ser uma ferramenta importante, considerando seus efeitos

Além do papel já conhecido da vitamina

D no metabolismo ósseo, nas últimas décadas, muitos estudos relataram outras funções metabólicas importantes dessa vitamina.

De acordo com Matte e Lauridsen, uma provisão insuficiente de vitamina

D pode comprometer as funções imunorreguladoras nos locais de inflamação, enquanto há evidências de que a vitamina D regula a expressão de genes relacionados ao metabolismo energético nas mitocôndrias.

Em humanos, diversos estudos demonstraram uma associação entre baixos níveis de vitamina

D e maior suscetibilidade a infecções, enquanto uma suplementação anterior ao desafio foi relacionada a menores taxas de infecção, menor gravidade e redução no uso de antibióticos.

Portanto, seria razoável considerar que assegurar níveis adequados de vitamina D para leitões pré e pós-desmame poderia melhorar sua

Um estudo recente realizado em nosso laboratório relatou que a suplementação oral com 25-hidroxicolecalciferol (25(OH)D3) no início da vida aumentou rapidamente a concentração sérica de 25(OH)D3 em leitões lactentes, mas não conseguiu manter esses níveis elevados até o desmame. Por outro lado, a exposição à luz UVB foi eficiente em garantir altas concentrações de 25(OH)D3 ao desmame.

Nosso estudo avaliou o impacto de diferentes estratégias de suplementação de vitamina D para leitões pré e pósdesmame sobre o metabolismo da vitamina D, marcadores de saúde e crescimento.

Duas estratégias de suplementação de vitamina D foram utilizadas para leitões lactentes e na fase de creche:

CTR – sem suplementação durante o período de lactação + 2000 UI/kg de vitamina D na forma de colecalciferol após o desmame, e,

VD – solução oral de 25(OH)D3 (nos dias 2, 8 e 21) e exposição à luz UVB (nos dias 14, 16, 18 e 20) durante o período de lactação + 2000 UI/kg de vitamina D na forma de 25(OH)D3 após o desmame.

Ao desmame (dia 21) e nos dias 28 e 35, amostras de sangue e tecido foram coletadas para a determinação das concentrações de vitamina D e a expressão de genes de interesse.

A eficiência da exposição à luz UVB em manter uma alta concentração de 25(OH)D3 e 1,25(OH)2D3 já foi demonstrada anteriormente em suínos assim como já foi relatado que a 25(OH)D3 na dieta é melhor absorvida no nível intestinal e apresenta maior biodisponibilidade em comparação com outras fontes de vitamina D.

De acordo com Galliot et al., a suplementação oral com 25(OH)D3 nos dias 2 e 8 após o nascimento aumentou rapidamente a concentração sérica de 25(OH)D3 em leitões lactentes, mas esses níveis não foram mantidos até o desmame.

No entanto, leitões expostos à luz UVB por 15 minutos a cada dois dias, a partir do segundo dia de vida, apresentaram as maiores concentrações séricas de 25(OH)D3 ao desmame.

Em nosso estudo, a estratégia combinada de suplementação com 25(OH)D3 oral + UVB durante o período de lactação aumentou em 2,8 vezes a concentração sérica de 25(OH)D3 dos leitões ao desmame, em comparação com leitões não suplementados, mas esses níveis diminuíram ligeiramente para 2,2 vezes no dia 35 (Figura 1).

Considerando que qualquer efeito residual da exposição à UVB sobre a vitamina D sérica teria desaparecido até o dia 35, a diferença de 2,2 vezes entre os tratamentos nesse dia reforça a melhor absorção/ biodisponibilidade do 25(OH)D3 na dieta em comparação ao colecalciferol.

De acordo com os nossos resultados de expressão gênica, essas diferenças nas concentrações séricas de vitamina D entre os tratamentos seriam devido a alterações na produção da forma ativa da vitamina nos rins e não à produção da forma circulante de vitamina D pelo fígado.

Concentrações séricas de 25(OH)D3 (ng/ml) em leitões de acordo com os tratamentos e a idade.

Figura 1.

Na realidade, a combinação da suplementação com 25(OH)D3 + UVB parece estabelecer um melhor equilíbrio entre a utilização e a degradação da forma ativa da vitamina D.

Apesar das maiores concentrações de vitamina D circulante nos leitões do grupo VD, no desmame (dia 21), o gene relacionado à degradação da forma ativa da vitamina estava regulado negativamente, enquanto no dia 28 o gene relacionado à sua síntese estava regulado positivamente.

No dia 35, quando os efeitos residuais da exposição à UVB provavelmente já haviam desaparecido, nossos resultados sugerem uma menor utilização e uma maior degradação da forma ativa da vitamina D.

Embora muitos estudos tenham descrito os efeitos da vitamina D, especialmente na forma de 25(OH)D3, sobre diferentes aspectos da resposta imune em vários tecidos, nosso estudo de expressão genética não detectaram tais efeitos, o que pode ser atribuído às condições experimentais otimizadas que não forneceram estímulo suficiente ao sistema imunológico.

No entanto, nossos resultados mostram efeitos benéficos no equilíbrio redox hepático, bem como na produção de ATP nas mitocôndrias, sugerindo um melhor estado de saúde nos leitões VD devido a níveis mais baixos de estresse oxidativo e maior energia disponível em nível celular.

Apesar do maior status de vitamina D nos leitões VD, não foi detectado nenhum efeito benéfico do tratamento sobre o desempenho de crescimento de leitões ao desmame e durante o período pós-desmame.

No entanto, a suplementação direta dos leitões lactentes parece não ser a forma mais eficiente para impactar o desempenho de crescimento dos leitões, mas sim a suplementação materna de vitamina D.

Apesar do maior status vitamínico nos leitões VD, a concentração sérica de 25(OH)D3 nos animais CTR aumentou ao longo do tempo, indicando que o uso de 2000 UI/kg de vitamina D, independentemente da fonte, pode atender às exigências dessa vitamina em leitões saudáveis.

Conclusões

Os resultados gerais indicam que 2000 UI de vitamina D/kg de dieta, independentemente da fonte, atendem às exigências de leitões no período pós-desmame para essa vitamina. No entanto, o uso de 25(OH)D3 na dieta pode promover benefícios adicionais à saúde.

Durante o período pré-desmame, a suplementação oral com 25(OH)D3 combinada com exposição à luz UVB aumentou os níveis séricos de 25(OH)D3 ao desmame enquanto no pós-desmame a suplementação com 2000 UI/kg de 25(OH)D3 foi mais eficiente que o colecalficerol em níveis semelhantes.

O maior status de vitamina D nos leitões VD aparentemente melhoraram a resposta antioxidante desses animais mas tiveram efeitos limitados sobre o crescimento e o sistema imunitário em leitões saudáveis.

Modulação do metabolismo da vitamina D e marcadores de saúde em leitões desmamados sob diferentes estratégias de suplementação de vitamina D BAIXAR EM PDF

Referências sob consulta junto ao autor

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