ÍNDICE
JANTAR DE NATAL EDUCAR PARA AS EMOÇÕES
PSICOMOTRICIDADE NA SAÚDE MENTAL WORKSHOP “COMO FALAR DA SEXUALIDADE” RESTRIÇÃO DE MOVIMENTOS
PREPARAÇÃO INDIVIDUALIZADA DA MEDICAÇÃO (PIM) AUTOMÁTICA EM SAQUETAS CUIDADOS PALIATIVOS
RESIDÊNCIA SÃO DOMINGOS D’ALGERAZ A IMPORTÂNCIA DO CUIDADO INDIVIDUALIZADO NO IDOSO INSTITUCIONALIZADO
COACHING E NEUROCIÊNCIAS
CENTRO DE TRATAMENTO DE FERIDAS ÚLCERAS DE PERNA
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JANTAR DE NATAL
Dar e receber abraços, partilhar momentos e solidificar a união entre os colaboradores. Este foi o mote do Jantar de Natal. Um momento de convívio realizado na Quinta do Barreiro, no dia 16 de dezembro, que envolveu os colaboradores da Residência São Domingos d’ Algeraz e da Valebesteiros, num ambiente de retrospeção, alicerçado numa analogia de aviões, detentora de gargalhadas e memórias revividas.
A ideia partiu de Paulo Matias, um dos CEOs da Valebesteiros, com o objetivo de apresentar a evolução e o crescimento das entidades do Grupo de Saúde, distintas entre si e com muitas histórias para contar. Começando pela Artenf24, uma estrutura criada para colmatar as necessidades na área dos serviços de saúde e no acompanhamento domiciliário, que teve início em 2009, foi construída por Nuno Oliveira e Paulo Matias, assente no lema “A arte de cuidar” e comparada a um avião de papel que descolou cheio de sonhos e propósito.
Seguiu-se a Clínica Médica de Campo de Besteiros, que começou a operar como uma pe-
quena empresa em 2004, tendo atravessado um período de fragilidades que, posteriormente, foi superado pelo trabalho do exterior nas instituições e casas particulares. Um avião que estava naufragado e que apenas precisou de uma revisão mecânica para obter o crescimento desejado.
De seguida, a Residência São Domingos d’ Algeraz, uma Residência Sénior composta por uma equipa multidisciplinar altamente qualificada, equiparada a um avião com uma lotação superior (dado o aumento de colaboradores efetuado) e pronto para levantar voo 24 horas por dia para atender às necessidades dos residentes.
Seguiu-se a fase pandémica da Covid-19, onde o avião anterior foi trocado por um caça F-14 para responder a todas as frentes que surgiram. A equipa Valebesteiros dispersou-se por 50 locais diferentes para substituir os respetivos profissionais chegando a dar apoio em 10 locais em simultâneo. Uma fase difícil, com poucas horas de sono, trabalho à velocidade da luz, mas
com uma força tal capaz de superar limites. O registo de mais de 1000 testes Covid realizados em apenas um dia é um dos exemplos que comprovam isto mesmo.
Por fim, surgiu um novo espaço em Viseu, na Avenida Monsenhor Celso Tavares da Silvaa Clínica Médica de Viseu. Um sonho tornado realidade inaugurado a 1 de agosto de 2022 que, no fundo, é a concretização de “uma aspiração antiga” de Nuno Oliveira e Paulo Matias, dois amigos enfermeiros e atuais sócios do Grupo de Saúde. Um espaço inovador com uma equipa multidisciplinar que dispõe de serviços clínicos com múltiplas especialidades médicas. No fundo, recebeu toda a estrutura que já possuía e, com margem de envergadura, ainda a aumentou de forma significativa. Fica assim evidenciado um avião com uma tecnologia de vanguarda, capaz de suportar bagagens mais pesadas, com mil e uma rotas traçadas que vão dar sempre ao mesmo destino: prestar um serviço de excelência e cuidar de todos, juntos.
Em suma, a mensagem passou para os pre-
sentes e ficou clara: as empresas são como aviões prontos a voar: só precisam de ter os líderes, os conhecimentos e os instrumentos certos para que cada voo seja sempre realizado com sucesso.
Educar para as emoções
A ciência tem aprofundado imensamente os seus conhecimentos sobre o papel e a importância das emoções na vida do ser humano. Os investigadores afirmam que a consciência emocional e a capacidade em gerir os sentimentos são muito mais determinantes que o Quociente de Inteligência (QI) para o sucesso e a felicidade em todas as fases da vida (Gottman & DeClaire, 2000).
Esta qualidade de “Inteligência Emocional”, como é amplamente conhecida, define-se pela capacidade de o ser humano identificar os seus próprios sentimentos e os dos outros, de se motivar e de gerir as emoções dentro de si e nas relações que estabelece com os outros (Goleman, 1995). Ter inteligência emocional favorece o relacionamento com os outros e consigo mesmo, influencia positivamente a disponibilidade do ser humano para a aprendizagem, facilita a resolução de problemas e promove o bem-estar pessoal e social (Alzina et al, 2010).
De facto, sem estas capacidades trabalhadas, como vamos ter crianças disponíveis emocionalmente para a apreensão dos conteúdos escolares? Tal como indica Goleman (2012) “Alunos ansiosos, mal-humorados ou deprimidos não aprendem (...) não absorvem eficientemente a informação, nem a elaboram devidamente.”
A família é um contexto privilegiado para o desenvolvimento desta competência. Como refere Daniel Goleman, psicólogo e autor do livro Inteligência Emocional, “A vida familiar é a nossa primeira escola para a aprendizagem emocional”.
Gottman e DeClaire (2000) reforçam também a importância de uma orientação emocional na parentalidade, que se traduz na consciencializa-
ção da emoção na criança, no reconhecimento da emoção como uma oportunidade para a intimidade e para a aprendizagem, na escuta com empatia e validação dos sentimentos da criança, na ajuda dada à criança para o encontro das palavras certas na classificação da emoção vivenciada e no estabelecimento de limites, enquanto procuram a definição de estratégias para a resolução do problema em causa. Os autores verificaram que as crianças conseguem estabelecer relações mais saudáveis com os pares, revelam menos problemas de comportamento e tornam-se mais resilientes perante eventuais vicissitudes, ou seja, têm uma maior saúde emocional, quando os pais mantêm uma prática constante da orientação emocional.
Precisamos de refletir sobre isto e investir esforços para a consciencialização da importância de uma educação para as emoções, pois só assim teremos uma sociedade futura mais feliz e produtiva.
Psicomotricidade na Saúde Mental
“O corpo é o espelho de todas as transformações a que a pessoa está sujeita no contacto com os diversos contextos de vida”
Fonseca, um autor de referência em Portugal, refere que a Psicomotricidade auxilia o indivíduo a adaptar-se e a responder a variadas situações, pressupondo a estimulação nos domínios comportamental, cognitivo, simbólico, motor, afetivo, social e psicolinguístico, associando o pensamento com a ação, as emoções com os símbolos, e o gesto com a palavra, através da elaboração e controlo psíquico de movimentos inteligentes. No que respeita ao perfil de competências do profissional desta área, considera-se que psicomotricista é um especialista no campo da intervenção orientada para o corpo e movimento, com o objetivo de melhorar o funcionamento psicossocial e da saúde mental. O psicomotricista realiza a sua intervenção no âmbito da prevenção, educação, reabilitação e terapia psicomotora.
A Psicomotricidade permite, através da mediação corporal, estudar, observar e avaliar os movimentos, as posturas e as mímicas da pessoa, uma vez que o corpo em movimento expressa a personalidade e revela os sentimentos e as emoções. Esta área de intervenção utiliza o corpo como instrumento para tornar consciente a causa da problemática diagnosticada e pretende (re)encontrar sensações de prazer e bem-estar através da perceção e (re)elaboração da imagem corporal, a forma como a pessoa vê e sente o seu corpo.
No campo da saúde mental a psicomotricidade tem um caráter preventivo e ao mesmo tempo terapêutico, dirigindo-se a variadas perturbações psicopatológicas: (1) perturbações da ansiedade;
(2) perturbações do humor; (3) perturbações do comportamento alimentar; (4) perturbações do esquema corporal; (5) problemas psicomotores específicos e (6) demências.
O objetivo da intervenção é: (1) Tomar consciência do corpo como meio de expressão e comunicação; (2) Favorecer o relacionamento com o outro num espaço corporal e espacial; (3) Reconstruir e organizar as perceções e ações, adaptadas à realidade; (4) Proporcionar experiências corporais, com enfoque na consciencialização do movimento e da respiração; (5) Melhorar a autoestima por meio da vivência positiva da sua imagem corporal, estimulando o equilíbrio, a coordenação, o planeamento motor, a capacidade de relaxação e do controlo respiratório; (6) Reduzir os níveis de angústia e os sintomas corporais associados à problemática, possibilitando a estruturação e gestão das emoções.
Esta intervenção é sustentada pela estimulação de sete fatores psicomotores: tonicidade, equilíbrio, lateralidade, noção de corpo, estruturação espaciotemporal, praxia global e praxia fina. Estes são trabalhados com recurso a métodos e técnicas específicas: (1) Técnicas de relaxação terapêutica e consciencialização corporal - permitem o próprio controlo dos gestos, das posturas e das emoções, a eliminação das tensões musculares, a elaboração e organização da imagem e esquema corporal; (2) Técnicas de educação gestual, postural e reeducação gnoso-práxica - envolvem uma relação entre as
“A Psicomotricidade oferece a possibilidade de intervir ao nível do desenvolvimento da capacidade de sentir e pensar o corpo”
capacidades cognitivas (como a perceção, representação, antecipação e planeamento) e a qualidade da praxia (ato motor), permitindo ao mesmo tempo trabalhar a coordenação e a postura; (3) Técnicas de expressão corpo-
ral e exteriorização - utilização de diferentes mediadores que permitam exteriorizar sentimentos e refletir sobre os mesmos, de forma a exprimir o estado interior e a criatividade da pessoa.
Esta área permite a atribuição de significado emocional a um sintoma físico e atua sobre as suas causas.
WORKSHOP
COMO FALAR DA SEXUALIDADE
“A sexualidade é um mundo e cada um tem o seu” Mariana Reis Sarmento
O poder do diálogo
No dia 10 de dezembro de 2022, o Centro de Desenvolvimento da Criança (CDC) da Vale Besteiros Grupo de Saúde realizou o workshop ‘Como falar da Sexualidade’ - uma ação dirigida a profissionais de educação, saúde, famílias e adolescentes, que comportou dois momentos distintos: um direcionado exclusivamente a profissionais e famílias e outro a adolescentes.
Esteve connosco, na partilha e transmissão de conhecimento, a Dra. Mariana Reis Sarmento, psicóloga clínica da PIN – Partners in Neuroscience.
O workshop decorreu nas instalações do Centro Sócio Pastoral da Diocese de Viseu, parceiros e amigos da ValeBesteiros, que gentilmente nos acolheram e permitiram a realização desta ação. No período da manhã, Mariana Reis Sarmento abordou a questão de o diálogo ser a ferramenta básica no processo de educar para a sexualidade, ao ter mostrado estratégias importantes e ter
esclarecido várias questões. “A sexualidade é um mundo e cada um tem o seu”. Identidade de género, orientação sexual, intimidade, reprodução, prazer, relações, atitudes e comportamentos foram alguns dos temas abordados. A cada faixa etária foi orientado o respetivo discurso e informações precisas.
Este e outros temas importantes para o saudável desenvolvimento das nossas crianças e adolescentes serão novamente debatidos em abril, no Seminário que está a ser organizado pelos membros do CDC e que vai decorrer na Clínica de Viseu com nova presença da Dra. Mariana Reis Sarmento.
Restrição de movimentos
Ainda sou do tempo em que se tivesse algum tipo de dor era-me recomendado ficar de repouso, limitar o movimento daquela região durante algum tempo até deixar de doer. Quem se lembra disto? Porém, como sempre fui uma “má doente” e a energia me percorria cada fibra muscular (os chamados bichos carpinteiros), nunca consegui estar parada para o designado restabelecimento da estrutura com dor. E sabem que mais? Rapidamente percebi que o movimento controlado, cuidado e estruturado permitia uma recuperação mais rápida do que o repouso exagerado. Perguntam-me agora, mas é sempre assim? Claro que não, existem situações em que o repouso é de todo necessário e obrigatório.
Agora pensem comigo: se a maioria das pessoas tiver um trabalho sentado durante cerca de 8 horas por dia a uma secretária, sujeita a stress constante, a equipamentos pouco ou nada ergonómicos adaptados a cada indivíduo, se não praticarem qualquer tipo de exercício físico, como acham que se irão sentir?
Quase todos os dias me surgem estes tipos de casos, altamente sedentários, com péssimas posturas e com muita dor e desconforto. De toda esta panóplia de sintomas advêm outros problemas, tais como a obesidade, a perda de massa muscular, a degeneração precoce das articulações, problemas de sono, entre outros.
Em consulta, após uma anamnese do paciente, é realizada uma avaliação estrutural e inicia-se o tratamento adequado ao padrão. São utilizadas muitas técnicas musculares de forma a inibir alguns grupos musculares, ativar outros, aumentar amplitudes e melhorar o movimento. Todas estas técnicas são executadas nunca ultrapassando a barreira e o limiar da dor. São também recomendados alguns exercícios para executar em casa como forma de ganharem alguma
mobilidade articular e alongamento muscular. Também existem outros casos em que os indivíduos já praticam exercício físico, mas que desenvolvem patologias musculares por má postura e, muitas vezes, condicionam até o crescimento muscular. Quase sempre o tratamento é tão eficaz que é possível reverter alguns posicionamentos menos corretos, ensinar a execução correta do movimento e aconselhar grupos de exercícios para realizarem no treino ou até mesmo em casa.
Pratiquem exercício, mas não se esqueçam de realizar uma avaliação e, se necessário, efetuar os ajustes adequados para movimentos saudáveis.
Preparação Individualizada da Medicação (PIM) automática em saquetas
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que em cada dois cidadãos sujeitos a terapêutica crónica, um deles não a toma adequadamente, o que se traduz num aumento da morbilidade e mortalidade precoces.
É neste contexto que surge o serviço de Preparação Individualizada da Medicação (PIM), que consiste na preparação e organização dos medicamentos, com recurso a um sistema manual ou robotizado, num dispositivo multicompartimentado.
O serviço de PIM deverá cumprir estritamente as prescrições médicas estabelecidas e seguir criteriosamente as Boas Práticas para a Farmácia Comunitária, as Normas publicadas pela Ordem dos Farmacêuticos e a legislação aplicável, permitindo:
• Reduzir erros na toma dos medicamentos;
• Melhorar a adesão à terapêutica e evitar os esquecimentos de tomas;
• Reduzir o desperdício e gerar poupança.
Trata-se de um serviço particularmente útil para utentes institucionalizados, pela economia de tempo e recursos, mas também para utentes
em ambulatório, que tenham dificuldade em gerir a sua medicação, especialmente idosos polimedicados.
A Farmácia da Lajeosa dispõe de um Serviço de PIM automatizado e robotizado, produzido através de um equipamento de referência, com uma equipa especializada e empenhada na prestação de um serviço de excelência.
Este equipamento conjugado com um avançado software de gestão da terapêutica possibilita assegurar a rastreabilidade de todo o processo de produção, permitindo que a medicação de cada utente esteja disponível em saquetas seladas onde consta toda a informação sobre as tomas de medicação, designadamente o nome do medicamento, a sua forma farmacêutica, lote e validade.
A segurança do utente, a garantia de estabilidade do medicamento e a estreita articulação com outros profissionais de saúde envolvidos no circuito do medicamento são basilares para o sucesso deste serviço.
Cuidados Paliativos
“Cuidar de pessoas doentes e ajudá-las a viver a sua vida”
Cuidados Paliativos (CP): um tema tão atual, mas ainda algo controverso, difícil de encarar e colocar em prática na sociedade. Torna-se por isso essencial desmistificar e explicar do que se trata. Em primeiro lugar, define-se o que é Paliar: Paliar significa atenuar, aliviar.
Os CP destinam-se a promover qualidade de vida entre os doentes em situação de sofrimento. Este pode ser decorrente de doença incurável ou grave, em fase avançada e progressiva. Além do apoio fundamental ao doente, promove-se também o apoio às suas famílias. Posto isto, importa salientar que o principal objetivo é promover o bem-estar do doente, aliviando eventuais sintomas, quer sejam físicos (dor, náuseas, delírio, agitação, falta de ar…), psicológicos (depressão, antecipação do luto…), sociais (perda da imagem e autonomia social, destruturação da rede de suporte social…), e espirituais (desesperança, perda do sentido da vida, perda da dignidade…), visando aumentar a sua qualidade de vida ao máximo. Com vista nesta premissa é prestado apoio psicossocial, espiritual e emocional, e ainda, apoio à família, inclusive no luto, mitigando todas as vertentes do sofrimento. O seu objetivo não é curar a doença, mas sim cuidar das pessoas doentes e ajudá-las a viver a sua vida, enquanto lidam com a doença. Todos estes cuidados devem respeitar a autonomia, a vontade, a individualidade, a dignidade da pessoa e a inviolabilidade da vida humana.
Os CP são cuidados de saúde holísticos, ativos, necessários para as pessoas de todas as idades em sofrimento por todos os tipos de doenças. Torna-se, por isso importante clarificar que os CP não antecipam, nem prolongam o processo de morte.
As equipas de CP são multidisciplinares e promovem a comunicação interdisciplinar e a escuta ativa. Isto é fundamental para a humanização dos cuidados. É importante envolver ativamente membros da família/cuidadores, que são um elemento-chave na tomada de decisão, no planeamento dos cuidados, na gestão de expectativas, na prevenção/resolução de conflitos, que acabam por ser normais nesta fase da vida dos doentes e das famílias. No cuidado ao doente é fulcral, capacitar os familiares de modo a garantir a integração e continuidade de cuidados ao longo de todo o percurso da doença.
Os CP podem ser prestados em contexto de internamento hospitalar ou institucional, e/ou no domicílio. Neste momento, porém, o número de equipas comunitárias de cuidados paliativos está aquém do desejável e sem capacidade de abranger todos os doentes que delas beneficiariam. Face a esta problemática, a ValeBesteiros considerou fundamental criar uma equipa de prestação de CP. É no domicílio e nas instituições, como nas estruturas residenciais para idosos, que a nossa atuação tem um papel crucial. Dispomos de uma equipa multidisciplinar composta por Médicos, Enfermeiros, Assistentes Sociais, Nutricionista, Fisioterapeuta, Terapeuta Ocupacional, Psicólogo, disponível para intervir e proporcionar cuidados de excelência. Importa ainda salientar que a equipa médica e de enfermagem se encontra disponível 24 horas dia para prestar apoio ao doente e à família.
“Promover o bem-estar através do alívio da dor física e emocional. cuidamos juntos”
RESIDÊNCIA SÃO DOMINGOS D’ALGERAZ
RESIDÊNCIA SÉNIOR“Vivemos como se houvesse um tempo extra para colocar em dia a ajuda negada a alguém, o trabalho feito às pessoas, o amor que nos recusamos doar, ou a oportunidade passada despercebida. E nos esquecemos que os dias não são devolvidos.
O tempo extra é hoje. A vida é feita de agoras.”
Com o aumento da esperança média de vida cada vez mais se verifica a institucionalização da pessoa idosa quando esta atinge uma fase que já não reúne as condições para, autonomamente, gerir as suas atividades de vida diárias.
Bem sabemos que, há algumas gerações atrás, era muito comum os idosos serem cuidados pelos seus descendentes. Contudo, atualmente a grande maioria das pessoas tem uma vida profissional ativa que não lhes permite fazê-lo. Apesar desta ser a principal razão das institucionalizações de familiares, não é a única. Cada vez mais há quem reconheça que para se cuidar de uma pessoa na fase idosa é necessário determinados conhecimentos e competências e, por isso, reconhecem a necessidade de recorrer à ajuda de profissionais, nomeadamente as ERPI’s – Estruturas Residenciais para Idosos.
Estas são a resposta social mais antiga, cuja origem se perde nos tempos. Porém, é consensual uma desconsideração generalizada na Europa por estas instituições, de tal forma que são vistas como último recurso e raramente encaradas como projeto de vida (Pereira, 2012).
Ao longo do tempo tem-se desenvolvido investigações nesta área gerando-se assim novas disciplinas tais como a gerontologia. Contudo, no que respeita à institucionalização ainda existe alguma escassez de estudos e os existentes acabam por se focar nas preocupações genéricas do envelhecimento e não nas potencialidades deste grupo etário (Mimoso, 2020).
Como forma de mudar mentalidades e facilitar este processo, tanto para os cuidadores como para a pessoa idosa, observa-se uma maior preocupação em marcar a diferença por parte de um crescente número de instituições seniores. O foco no cuidado individualizado e personalizado é a base para se fazer um bom trabalho nesta área, pois facilita a fase de adaptação assim como contribui para um dia a dia mais feliz. Cuidar de
uma pessoa idosa de forma individualizada significa respeitar todas as suas opiniões, gostos, hábitos e crenças, e, por outro lado, exercer as respetivas funções para satisfazer as suas necessidades e promover a sua saúde e bem-estar. Ou seja, o idoso institucionalizado não só se adapta à nova realidade como esta também se adapta a ele, porque cada um deles é um ser único. Na Residência Sénior São Domingos (RSD) trabalhamos para que todos os dias consigamos proporcionar um ambiente cada vez mais acolhedor aos nossos 22 residentes, focando-nos no empoderamento de cada um. Contamos com uma equipa multidisciplinar que agrega a formação em diversas áreas tais como a gerontologia, enfermagem, animação sociocultural, fisioterapia, medicina, entre outras. Sensibilizamos colaboradores através de formação e transmissão de conhecimento contínuo para que estes possam aplicar as melhores práticas no seu trabalho. Cada minuto conta e, portanto, é desde o primeiro momento que aplicamos a delicadeza no cuidado atendendo ao “pormenor”. E este é algo individual. Este é o fator que faz a diferença!
A importância do cuidado individualizado no idoso institucionalizado
Coaching e Neurociências
“Há verdadeiramente duas coisas diferentes: saber e crer que se sabe. A ciência consiste em saber; em crer que se sabe reside a ignorância.” Hipócrates
O Coaching é uma metodologia de atingimento de objetivos que ao dia de hoje, em Portugal, ainda não é considerada uma profissão. Todavia, devemos procurar alinhar práticas e procedimentos por uma conduta irrepreensível, ética e moral para que, em breve, possamos chegar ao patamar da profissionalização.
Esse caminho passa primeiramente por ter uma correta definição do âmbito de intervenção e um conhecimento forte e consubstanciado na ciência e, por último, regular a atividade por um código de ética.
O estudo de matérias no âmbito das Neurociências e do Neurodesenvolvimento são estruturantes na edificação do perfil do coach e permitem-lhe ter uma abordagem mais profissional.
As Neurociências são um conjunto de ciências que se ocupam da anatomia, fisiologia e patologia do sistema nervoso e dos resultados das suas investigações advêm informações preciosas que permitem ao coach compreender as funções, estruturas, processos e alterações que podem ocorrer no modo de desenvolvimento humano. Conhecer a estrutura e funcionamento do córtex é fundamental para compreender as relações dinâmicas e complexas da aprendizagem de novas competências. No fundo, o processo de mudança de um estado de funções nervosas inferiores para funções nervosas superiores, incorporando novas funções tais como as funções executivas e as funções académicas. É um processo desenvolvido por um excecional gestor de recursos hu-
manos ou melhor gestor de recursos neuronais que, consciente de que é imprescindível sermos eficazes e atingir os resultados pretendidos, investe num processo de recrutamento de neurónios altamente especialistas, com o objetivo de ter o neurónio certo no lugar certo.
Para se ser um Coach mais eficaz é necessário entender o funcionamento cerebral e como é que este dá suporte à mudança. As Neurociências são responsáveis por fornecer informações sobre o funcionamento do córtex cerebral e, com isso, os Coaches conseguem criar atividades mais ajustadas ao desenvolvimento das competências que o coachee (cliente do Coache) necessita.
O Neurodesenvolvimento é o processo de desenvolvimento do sistema nervoso assente em diferentes fatores biológicos psicológicos e sociais que nos permite compreender a formação do sistema nervoso. É uma construção morfológica e funcional excecional projetada por dois arquitetos fundamentais: genes e experiência/ atividade.
É graças a eles que as conexões neuronais se desenvolverão. Geralmente, os genes e o ambiente em que o indivíduo se desenvolve interagem entre si e influenciam o desenvolvimento em conjunto. No entanto, o grau de participação de cada um parece variar de acordo com o estágio de desenvolvimento em que estamos. Há duas fases específicas no Neurodesenvolvimento que são a neurogénese e a maturação cerebral: primeiro formam-se as partes mais primitivas e básicas do sistema nervoso e, depois, são formadas as outras funções de maior complexidade de forma progressiva. De seguida novas conexões surgirão na sequência do processo de adaptação ao contexto histórico e cultural em que o indivíduo está inserido.
“O Coaching é uma metodologia muito eficaz neste caminho.”
Coaching e Neurociências
Essas alterações plásticas cerebrais são o resultado da interação entre os genes neuronais e o meio ambiente - conhecido como epigenética - e que nos permite afirmar que o nosso lifestyle (nutrição, higiene do sono, exercício físico, mindfulness, entre outros) influencia a saúde mental.
Tracey Tokuhama-Espinosa conduziu estudos para identificar falsas conceções sobre o cérebro. Através de um painel De lphi foram aceites 6 conceitos como princípios comuns a todos os seres humanos e que estão subjacentes ao estudo efetuado com este trabalho:
1 - O cérebro modifica-se com a experiência;
2 - A aprendizagem é influenciada por experiências prévias;
3 - Não existe aprendizagem sem uma forma de memória ou atenção;
4 - O cérebro é único como a face humana;
5 - A plasticidade do cérebro acontece ao longo da vida;
6 - O cérebro de cada indivíduo está preparado de maneira diferente para aprender tarefas diferentes.
A plasticidade cerebral ou neuroplasticidade é a capacidade que o cérebro tem de se reorganizar e de modificar internamente as suas estruturas, e decorre ao longo da vida: o cérebro está em constante mudança. Para que a neuroplasticidade ocorra consistentemente o indivíduo deve, por isso, correr atrás dos seus objetivos e, com o apoio de um Coach, viver o respetivo propósito.
A existência humana só fará sentido se o sujeito for feliz. Para que isso aconteça o indivíduo deve sentir-se bem, isto é, ter uma boa dieta emocional, experimentado emoções positivas
como o amor, a generosidade, o otimismo, a esperança, o humor; ser funcional ao utilizar o seu potencial e, por fim, desenvolver um espírito de contribuição.
Em suma, o propósito é sempre maior que o ser humano. A contribuição é a dimensão mais transcendente da felicidade. Somos responsáveis por criar condições para que a felicidade seja uma experiência de bem comum. O Coaching é uma das valências da Keep Corporate - empresa que ambiciona ser um exemplo de contribuição para uma sociedade, futuro e mundo melhores.
Por último, termino com uma mensagem pessoal:
Todos temos uma missão. Por vezes, podemos não estar conscientes dela, mas todos temos. Essa missão é a pegada que vamos deixar no mundo. É o nosso propósito. Aquilo que nos diferencia e que permite perceber que acrescentamos valor ao mundo. A sociedade global em que hoje vivemos está em permanente mudança exigindo cada vez mais de nós e não nos dando muitas vezes o tempo necessário para pensarmos sobre nós e sobre aquilo que queremos. Mas temos de pensar o futuro com paixão e ousadia e alicerçá-lo em valores que promovam a criação de sociedades sustentáveis. Responder aos desafios do presente com os olhos postos no futuro.
“A prevalência de úlceras de perna está a aumentar, coincidindo com o envelhecimento.”
As úlceras de perna de origem venosa são um problema clínico significativo que afeta aproximadamente 1% da população e 3% de pessoas com mais de 80 anos nos países ocidentais.
Estima-se que 93% das úlceras de perna demorem cerca de 12 meses em média a cicatrizar e 7% permanecem sem cicatrização após cinco anos. Além disso, a taxa de recidiva a 3 meses após o encerramento da ferida é cerca de 70%. Estes dados provam que são necessárias estratégias e serviços de tratamento diferenciados para ajudar a cicatrizar estas lesões e prevenir recidivas.
As úlceras de perna têm impacto social e pessoal com custos financeiros elevados para o doente e sistemas de saúde.
Existem doentes que não recebem o tratamento adequado e atempado por défice de conhecimento e formação dos profissionais de saúde e, por outro lado, por ausência de recurso a materiais adequados nas unidades de saúde para abordar estes doentes de forma eficaz.
A terapia compressiva é o tratamento de primeira linha na abordagem da úlcera de etiologia venosa e mista, com ganhos comprovados tanto na evolução favorável da ferida, como no tratamento da dor associada, e na qualidade de vida dos doentes. Este método consiste na aplicação de compressão no membro inferior (utilizando para tal ligaduras específicas, meias de compressão ou sistemas ajustáveis de velcro) e desencadeia diversos efeitos fisiológicos e bioquímicos
complexos que afetam o sistema venoso, arterial e linfático, melhorando o retorno venoso e reduzindo o edema.
Uma unidade de saúde diferenciada deve disponibilizar os seguintes recursos para tratar este tipo de doentes:
• Profissionais altamente diferenciados com vasta experiência profissional na área; • Terapia Compressiva nas várias opções; • Enxertos; • Tratamento com Agregados Plaquetários; • Terapia por Pressão Negativa;
A correta avaliação clínica da pessoa é fundamental para delinear a estratégia terapêutica adequada, e exige ao profissional de saúde conhecimentos teórico-práticos no âmbito da fisiopatologia, avaliação e tratamento da pessoa com dor por presença de úlcera de perna, no sentido de garantir cuidados de elevada qualidade e segurança.
A Valebesteiros dispõe de um Centro de Tratamento de Feridas na Clínica de Viseu orientado por Manuel Cruz, Enfermeiro conceituado e especialista em reabilitação, e Patrícia Pinto, licenciada em Enfermagem. Um espaço dotado de uma abordagem proativa no tratamento de feridas existentes e prevenção de novas feridas, que ambiciona ser um exemplo de contribuição para uma sociedade, futuro e mundo melhores.
Centro de tratamento de feridas - Úlceras de perna
Casos Clínicos:
B i B liografia
Abejas, Abel Garcia (2022). Cuidados paliativos: promover o alívio do sofrimento e a dignidade da pessoa. https://www.lusiadas.pt/blog/ doencas/doencas-cronicas/cuidados-paliativos-promover-alivio-sofrimento-dignidade-pessoa
Alzina, R. B., Escoda, N. P., Bonilha, M. C., Cassà, È. L., Guiu, G. F, & Soler, M. O. (2010). Actividades para o desenvolvimento da inteligência emocional nas crianças. Lisboa: Arteplural edições.
Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, (2022)
Direção Geral de Saúde. (2005). Programa Nacional de Cuidados Paliativos. Lisboa.
Cardoso, F., Turpin, E. and Valente, R. (2021) “Percepções Sobre Cuidados Paliativos,” Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, Vol. 28, n.º 2, abril/ junho
Capelas, M. L. (2010). Equipas de cuidados paliativos domiciliários: quantas e onde são necessárias em Portugal. Cadernos De Saúde, 3(2), 21-26. https://doi.org/10.34632/cadernosdesaude.2010.2807
Fonseca, Vítor da. Psicomotricidade. 2ª ed, Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
Goleman, D. (1995). Emotional intelligence. New York: Bantam books.
Goleman, D. (2012). Inteligência emocional: a teoria revolucionaria que redefine o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva.
Gottman, J. & DeClaire, J. (2000). A Inteligência Emocional na Educação. Cascais: Editora Pergaminho.
Mimoso, S. (2020) Cuidados de saúde e bem-estar prestados em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas.
Pereira, F. (2012). Teoria e prática da gerontologia: um guia para cuidadores de idosos. Lisboa: Psicosoma
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