Grande Consumo N.º 47-2017

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Mudam-se os tempos,

transformam-se os

momentos bebidas quentes nas

TEXTO Marta Santos, Client Director da Kantar Worldpanel Portugal Fotos Shutterstock

As bebidas quentes são uma categoria de destaque, em Portugal, já que entraram em 96% dos lares no último ano móvel (MAT) a terminar no segundo de trimestre de 2017, levando-os à compra destes produtos, em média, uma vez por mês. Uma categoria que ajuda à valorização dos Fast Moving Consumer Goods (FMCG), já que cresceu 5% em valor (versus o MAT homólogo), embora em volume se encontre menos positiva, mantendo estável a sua base de compradores.

Se, por um lado, quando olhamos para as bebidas quentes o cenário parece favorável, por outro lado, se olharmos mais em detalhe para as diferentes categorias de produtos, começamos a identificar realidades distintas. Existem, claramente, duas formas diferentes de comprar bebidas quentes: em cápsulas, o método que conquista novos compradores (mais 2,5 pontos percentuais de penetração versus o mesmo período de 2016), mas que ainda só chega a 64% dos lares portugueses, enquanto que os métodos “tradicionais”, com quase 90% de penetração, estão a perder o interesse do “shopper”.

“targets”. E é uma categoria onde a força da marca ainda está muito associada à qualidade, pelo que as marcas da distribuição (MDD) têm uma quota de mercado em valor abaixo da média em FMCG. Estas marcas estão a perder presença nos lares, exceto nas cápsulas, onde, para além de já terem os seus próprios sistemas fechados, oferecem também um portfólio compatível com as três principais marcas de fabricante (MDF) desta categoria, continuando, assim, a conquistar adeptos. Já nos chás e infusões é onde a MDD mais apresenta dificuldades em conquistar novos compradores, com uma fuga superior a três pontos de penetração, impedindo o seu crescimento.

Gráfico n.º2 | % Penetração da MDD por categorias de bebidas quentes Gráfico n.º1 | % Penetração de sistema de cápsulas vs sistema tradicional

Quando falamos de bebidas quentes, incluímos todos os tipos de café: cápsulas, grão, moído e solúveis, mas não só. Também bebidas de cereais, chás e infusões. O leque de bebidas quentes é realmente abrangente, tanto ao nível de mix de produto, como de marcas e de

No panorama geral, os chás e infusões estão a sentir uma maior dificuldade neste momento de pós crise. Nos últimos anos, tiveram uma tendência promissora, como resultado da aposta em inovação pelas marcas, mas encontram-se atualmente a perder compradores tanto por MDF como MDD. E nem o sistema de chá em cápsulas se


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