GUI À SARZEDO


Construções simpáticas numa paisagem bucólica, de concreto de vez em quando em buracos. Arquitetura artesanal, por vezes espaçosa, ou então, improvisada.
Templos e ruinazinhas. Estilo de vida excelente para se espiar: janelas profundas, portões abertos, conversas altas. Entre com tempo e contemple.
Linhas de trem que não carregam pessoas e que seriam ideias para quem mal pisa no chão da cidade. Mas linhas não levam ninguém a lugar nenhum. Tratores, skates, caminhões, bicicletas para dar um charme eventualmente.
Radiotransmissões, gritos de socorro, sinais de evacuação, buzinas de carros, barulhos de naves espaciais no meio da noite em cima do campinho de futebol, conexões ruins de internet, telepatia, televisões antigas, sinos de igrejas e intervalos nas escolas.
Há uma falta de profundidade nos lagos temporários dessa cidade, mal dá pra molhar os pés ou ver algum peixe. Peixe mesmo só se for dentro de um aquário dentro de uma casa, aí sim pode se criar o que quiser.
Condensação de uma cidade inteira em um objeto apenas. Marque a destruição do tempo, ou do templo ou o tempo eterno que acredita se que virá, todos são muito bons para se esquecer das verdadeiras histórias por trás, e criar novas narrativas, a partir do visual apenas.