O Experimento do Gesto Infinito Número 1

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O EXPERIMENTO DO GESTO INFINITO NÚMERO 1

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MBARALHADOR

O GESTO SURRUPIADOR

O GESTO INDIGESTO

O GESTO ABSURDO por DENIS I.

O GESTO TRADUTOR

O GESTO ICONOCL

Denis Primeiro tem esse nome pois não carrega o mesmo nome que o pai. Também é o primeiro artista da própria família. Também é filho único. É o primeiro em muitas coisas, até mesmo o primeiro desta publicação.

Os trabalhos de Denis I. são envoltos pelo absurdo. Alguns podem dizer que é pelas suas imagens escandalosas e pornográficas, o artista diria que o absurdo é quem acha arte absurda.

Ficou conhecido principalmente por Seu nome não era Caravaggio, sua série de fotografias que imitavam alguns quadros do famoso pintor italiano, com modelos que eram prostitutos na vida real. Também ficou muito conhecida a sua série Bombom, onde Denis transformava os beijos gays de filmes pornográficos em fotografias cobertas por demãos de tinta rosa

translúcida, criando um aspecto de embalagem de bombom.

Mais conhecido que esses dois trabalhos foi a censura que ele sofreu na última exposição que participou, quando, por incrível que pareça, nem mesmo utilizou do artíficio da nudez, mas foi alvo de críticas pelo “uso inadequado de um crucifixo”.

No seu gesto absurdo, ele censura todos os elementos da imagem exceto pelo céu.

SURRUPIADOR

O GESTO INDIGESTO

O GESTO ABSURDO

O GESTO TRADUTOR por Magno de Talles

O GESTO ICONOCLASTA

O GESTO

O trabalho de Magno de Talles acontece no trânsito entre a fotografia e a pintura; ele fotografa pintando e pinta fotografando.

Longe de estar interessado no hiper-realismo, ele diz que sua busca diz respeito à experiência fotográfica através da tinta.

No gesto tradutor, ele faz o inverso.

A partir da imagem fotográfica, de Talles borra o real, usa do pixel como tinta, tira a precisão da cena para que ela se aproxime da mancha. Para isso, operou em duas etapas: primeiro reduziu a imagem à miniatura e depois a ampliou ao tamanho original. É possível também dizer então que a tradução não toca apenas no jogo fotografia e pintura, mas também minúsculo e enorme. Ao conhecer mais do trabalho de Magno é possível ver que esse é também um aspecto importante para ele: todo detalhe é um mundo.

Ou ainda: Deus está nos detalhes.

Diante dessa frase, o artista provavelmente vai balançar a cabeça e dizer algo do tipo: o místico não me cai bem, sou um homem do cotidiano.

E de fato, Magno é uma pessoa que valoriza as pequenas coisas do dia-a-dia. Ir à padaria, conversar durante o jantar, ler seus jornais e revistas depois do café da manhã.

Foi de suas revistas matinais, por sinal, que saiu um de seus trabalhos mais recentes, Grandes Coisas, que tranforma fragmentos de fotografias de revistas em pequenas naturezas mortas que cabem na palma da mão.

“Não há nada mais mágico que tirar do bolso uma obra de arte.”

INDIGESTO

O GESTO ABSURDO

O GESTO TRADUTOR

O GESTO ICONOCLASTA por Oto t.

O GESTO REFLEXIVO

O GESTO

Oto T. não acredita em ideias originais, o mundo inteiro é uma grande cópia de si mesmo, feita pela nossa cabeça. Sempre foi muito fascinado por mim e meu irmão gêmeo, e uma vez disse durante uma reunião da sociedade: “Eu sou todos nós e nós todos aqui somos a mesma pessoa.”

Iniciou sua carreira fazendo colagens. Sua primeira série a ser exposta em uma galeria foi a Linha Tênue, com peças que consistiam em duas páginas diferentes de uma mesma revista cortadas ao meio verticalmente e unidas pela linda do corte. Anos depois começou a utilizar do xerox e seus ruídos para fazer seus zines que chamava de Cópias Raras, pois, segundo ele, tudo era o mesmo, mas cada cópia era única.

No gesto iconoclasta, ele desgasta a imagem através da repetição dela própria.

Até que ponto esta imagem é a mesma do início?

O ABSURDO

O GESTO TRADUTOR

O GESTO ICONOCLASTA

A

O GESTO REFLEXIVO por M. Rosa

O GESTO DIAGRAMADOR

O GESTO

É tão difícil tentar colocar M. Rosa em palavras. Ao longo dos anos, M. foi se tornando tão visual que até mesmo começou a abandonar seu nome. Por incrível que pareça, eu também não me lembro do que vinha depois do M. Mesmo o aspecto visual é inconstante. Seu traço, sempre feito com giz pastel magenta, se desfaz quando a lateral de sua mão desliza sobre o papel. Seus traços variam de acordo com as estações, quando as roupas acentuam ora uma parte do seu corpo, ora outra.

Há algum tempo resolveu que não escreveria ou falaria sobre seu trabalho, então a leitura possível por meio desse texto é feita a partir da minha própria leitura.

No gesto reflexivo, M. passou um bom tempo em meu ateliê, observando a fotografia original que deu inicio à proposta.

Deve ter demorado por volta de meia hora, mas não tenho certeza, quando retornei ao cômodo não havia ninguém.

No dia seguinte, M. me entregou o desenho que tinha feito, com giz pastel magenta, e pediu que eu sobreposse à uma versão P&B da imagem digital. Deduzo eu que o desenho tenha sido feito a partir de memória, já que M. não teria outro meio de receber a imagem.

Não é possível citar o nome de outros trabalhos para além da sociedade, porque nenhum deles tem nome (reflexivo foi batizado por mim, com permissão de M.) Sem contar que por não serem fixados, os desenhos vão desaparecendo, caindo para fora do papel.

Ano passado, leu seu livro favorito, Orlando de Virginia Woolf, até o ponto de decorar a história, para nunca mais precisar ler outra vez na vida.

TRADUTOR

O GESTO ICONOCLASTA

O GESTO REFLEXIVO

O GESTO DIAGRAMADOR por Uriel Hemg

O GESTO EMBARALHADOR

O GESTO

Meu irmão gêmeo e eu somos tão iguais quanto diferentes. Um exemplo: ambos somos apaixonados por modos de organização, mas enquanto eu estou mais próximo do colecionismo, ele é aficcionado pela diagramação.

Uriel Hemg, o meu irmão gêmeo, dedicou mais tempo da sua vida à diagramação de peças relacionadas à arte (catálogos, livros didáticos e de artista), do que criando obras de arte propriamente ditas.

Sua trajetória como artista visual se resume à duas pinturas em duas exposições diferentes, de quando ele era mais jovem, mas que ele nem mesmo permite a menção dos títulos porque não diz mais respeito à sua poética.

Em seu gesto diagramador, gesto artístico se confunde com diagramação e ele apenas faz um espelhamento vertical da imagem, o que segundo ele, “trouxe o equilíbrio que faltava para tornar tal fotografia em obra.”

ICONOCLASTA

O GESTO REFLEXIVO

O GESTO DIAGRAMADOR

R

O GESTO EMBARALHADOR por Bya Garbur W.

O GESTO SURRUPIADOR

O GESTO

Bya Garbur W. tem prática peculiares: lê livros de rabo a cabo, assiste televisão intercalando canais freneticamente e conta casos mesclados, cara de um, focinho de outro, deixando tudo meio sem pé nem cabeça.

Seu primeiro trabalho exposto foi o Definição, onde apresentava objetos com nomes que não lhes pertenciam, uma escova de dente recebeu o nome de pássaro, um copo d’água foi chamado de telefone e assim por diante.

Já em Coloque-se no seu lugar, ela desenvolve um livro de artista com fotografias de dois homens diferentes, ambos de terno, no seu cotidiano. Ela então explica seu ato: trocou a calça social do marido com a do pai, sem que eles soubessem, depois de uma briga em que a frase do título foi pronunciada. Quando acompanhou cada homem a seu respectivo local de trabalho, portando uma camêra fotográfica,

não deu muitos detalhes sobre o projeto, mas ambos já estavam acostumados com as esquisitices de Bya. Com o gesto embaralhador, ela realiza outra vez o que faz de melhor: desconcerta a realidade.

REFLEXIVO

O GESTO DIAGRAMADOR

O GESTO EMBARALHADOR

R

O GESTO SURRUPIADOR por Vrnc Gmrs Frrr

O GESTO INDIGESTO

O GESTO AB

Jean-Luc Godard, François Truffaut, Agnès Varda, Sophie Calle, Marcel Duchamp, Diane Arbus, Édouard Manet, Claude Monet, Pablo Picasso, Andy Warhol, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Gordana Manic, Ad Reinhardt, Kazimir Malevich, Rosângela Rennó, Marilá Dardot, Nuno Ramos, Nelson Leirner, Waltércio Caldas, Kanye West, Gus Van Sant, Piero Manzoni, Vincenzo Peruggia.

A partir do roubo de um detalhe da fotografia, Vrnc Gmrs Frrr faz seu gesto, transforma um pedaço de uma imagem estática em um frame de um filme, imagem em movimento, tão rápida quanto um batedor de carteiras.

DIAGRAMADOR

O GESTO EMBARALHADOR

O GESTO SURRUPIADOR

R

O GESTO INDIGESTO por Guilherme etc.

O GESTO ABSURDO

O GESTO T

Prefiro não discorrer sobre meu próprio trabalho.

O INFINITO NÚMERO 1

O EXPERIMENTO DO GESTO INFINITO NÚMER