Oficinas de Contos Populares Brasileiros

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© 2018 Edições Guairacá Divisão de Publicações da Guairacá Cultural Produção Editorial Gehad Ismail Hajar Design de Capa, Projeto Gráfico e Arte-Final Adriane Baldini Todos os direitos reservados. Autorizada a cópia de parte ou totalidade da obra desde que citada a fonte. Impresso no Brasil.

P659 Pinto, Andrea Stockler Oficina de Contos Populares Brasileiros / Andrea Stockler Pinto. 1.ed – Curitiba: Edições Guairacá, 2018. 28p. 14,8cm x 21cm ISBN: 978-85-67060-13-5 1. Contos Brasileiros. 2. Histórias Populares. 3. Folclore Brasileiro. 4. Oficina formativa. 5. Literatura Brasileira I. Oficina de Contos. II. Pinto, Andrea Stockler. III. Título. CDD: 781.5 CDU: 785.7 (816.2)

Índice para catálogo sistemático: 1. Literatura brasileira: B869 2. Ficção e contos brasileiros: B869.3 3. Usos e costumes, etiqueta e folclore: 390 4. Música: 780 5. Artes: 700

PROJETO REALIZADO COM O APOIO DO PROGRAMA DE APOIO E INCENTIVO À CULTURA FUNDAÇÃO CULTURAL DE CURITIBA E DA PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA


1 iNTRODUÇÃO O livro Contos Paranaenses: Fatos da Vida, de Inami Custódio Pinto é um livro totalmente autoral, é formado por 18 contos com temas da literatura e que retratam o folclore local paranaense. Acompanha também, um CD com as narrações dos mesmos / audiobook. Esta Oficina de Contação está fundamentada no conteúdo deste livro, o que permitirá aos participantes conhecerem o conteúdo do Folclore em uma das suas fortes manifestações: a Literatura Oral/ Contos. O repertório está configurado com contos paranaenses e que seguem as classificações do mestre folclorista Luís da Câmara Cascudo, reunidos em Contos Tradicionais do Brasil, no Dicionário do Folclore Brasileiro do mesmo autor e o Conto Tradicional no Brasil de Veríssimo de Melo, em que utiliza a classificação de Câmara Cascudo. E para composição das variações de temas seguem-se estas: 1. Contos de encantamento: contos de fadas, contos da carochinha ou histórias da carochinha. Suas características são a magia e o sobrenatural, o miraculoso; 2. Contos de exemplos: são contos morais, há sempre a intenção doutrinária, casos edificantes; 3. Contos de animais: fábulas, histórias de animais; 4. Contos religiosos: presença ou interferência divina como principal característica e não se localiza como a lenda; 5. Contos etiológicos: os que explicam a origem de um aspecto, forma, hábito, disposição de um animal, vegetal ou mineral; 6. Contos de adivinhação: A vitória do herói depende da solução da adivinhação, do enigma. Pode ser a tradução de gestos e o decifrar de objetos;

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7. Contos acumulativos: contos em que os episódios são sucessivamente encadeados. Incluem nessa seção os contos que nunca acabam. Os trava- línguas, histórias de encadeamentos e articulações; 8. Faceias: piadas e anedotas, gracejos; 9. Contos de natureza denunciante: o ato criminoso é revelado inesperadamente, pelos ramos pedras, flores, frutos, aves. A denúncia é feita pelos elementos da natureza; 10. Contos do demônio logrado: ciclo em que o diabo é sempre vencido pela astúcia do homem ou da mulher, com ou sem interferência divina; 11. Ciclo da morte: intervém a morte, a morte pode ser aliada ou inimiga, porém sempre vencedora. Ao contrário do demônio logrado, a morte é sempre vencedora; 12. Conto de tradição: nos contos populares o que não é lenda e nem história, mas que mantém as citações das narrativas tradicionais. ¹(Pesquisa: acervo de Inami Custódio Pinto)²

1 MELLO, Veríssimo de. O Conto Folclórico no Brasil. Cadernos do Folclore 11- Mistério da Educação e Cultura. Departamento de Assuntos Culturais-Fundação Nacional de Arte. Rio de Janeiro, Americ-Edit, 1946. P.3, 4, 11, 12,13. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) MELLO, Veríssimo de. O Conto Folclórico no Brasil. Cadernos do Folclore 11. In: CASCUDO, Luís da Câmara. Contos tradicionais do Brasil: folclore. Rio de Janeiro: Ediouro, 1985. (não cita a página). (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) CASCUDO, Luís da Câmara. Contos Tradicionais do Brasil.13ª Edição. São Paulo. Global Editora. 2004. p.21,22. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. Editora Brasileira de Ouro -Editora Techno- Print, Rio de Janeiro. S/D. Primeira Edição 1954. P. 305, 306, 307. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) 2 PINTO, Inami Custódio. Manuscritos Contos Paranaenses. Curitiba. Paraná. PINTO, 2012, no prelo.

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2 CONTOS Os contos fazem parte do conteúdo do folclore (Folcklore Society1876- Londres)- dentro da classificação narrativa tradicional, então os contos populares que são dos heróis, das baladas e canções, lendas, em que, as suas principais características são a imaginação, a criatividade, o real e o fictício. É o fabuloso em que se contam os fatos da vida.³ Para o autor Barbosa, pesquisado por Inami, para escrever sobre contos, entendeu, o que disse o autor, em que o conto é uma narrativa curta, ou uma pequena história em prosa e de tradição oral. São os contos populares, infantis, o galante, o conto- fábula e o conto moral. 4 O autor Lima, em Conto popular e comunidade narrativa e pesquisado por Inami, diz de, Luís da Câmara Cascudo que, o conto popular, dentre os materiais folclóricos, é o mais expressivo e amplo e também o menos examinado, reunido e divulgado, constituindo-se um índice revelador de informação histórica, etnográfica, sociológica, jurídica e social, além de guardar estreitas relações com a Psicologia. 5 3 PINTO, Inami Custódio. Curso de Introdução aos Estudos do folclore. Museu Paranaense Secretaria da Cultura e do Esporte Curitiba .1983. Curitiba. Paraná. P.1. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) PINTO, Inami Custódio. Folclore no Paraná. 2ª ED. Editora SEED. Curitiba. Paraná.2010.P.497. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) PINTO, Inami Custódio. Manuscritos Contos Paranaenses. Curitiba. Paraná. PINTO, 2012, no prelo. 4 LIMA, Sobrinho, Barbosa. Os Precursores. Panorama do Conto Brasileiro. Rio de Janeiro. 1960. Editora Civilização Brasileira. S.A.P.01. . (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) e PINTO, Inami Custódio. Manuscritos Contos Paranaenses. Curitiba. Paraná. PINTO, 2012, no prelo.

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Para Lima, em análise a Cascudo e destacado nos estudos de Inami, observa que a visão sobre o conto decorre diretamente de uma concepção do Folclore, curiosa, mais muito genérica, uma vez que ele é assinalado, enquanto Ciências, um espaço de pesquisa do domínio comum da Psicologia coletiva, da cultura geral no homem, da tradição e do milênio na atualidade, do heroico no cotidiano, constituindo-se uma verdadeira história normal do povo, articulando-se, praticamente, a todas as disciplinas humanísticas, sem, no entanto, discriminar tais correlações, nem penetrar no conteúdo crítico das diversas escolas. 6 Destaca Inami, sobre Lima que, em relação ao repertório e o jeito como é transmitido, o conto se define junto ao público. Os recursos encontrados pelo autor, sua postura corporal e ao falar, os traços de humor ou drama, as suas sugestões e efeitos nas narrativas, de mistério ou êxtase, farão parte da técnica de transmissão e da diversidade de apresentar–se o contador. 7 “Narrar histórias é sempre a arte de as continuar contando e esta se perde quando as histórias já não são mais retidas. Perde-se por que já não se tece e fia enquanto elas são escutadas”. 8 LIMA. 1984. 5 LIMA, Francisco de Assis Souza. Conto popular e comunidade narrativa. Rio de Janeiro: Funarte/ Instituto Nacional do Folclore, 1985.p.12 Premio Silvio Romero 1984. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) e PINTO, Inami Custódio. Manuscritos Contos Paranaenses. Curitiba. Paraná. PINTO, 2012, no prelo. 6 LIMA, Francisco de Assis Souza. Conto popular e comunidade narrativa. Rio de Janeiro: Funarte/ Instituto Nacional do Folclore, 1985.p.12 Premio Silvio Romero 1984. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) e PINTO, Inami Custódio. Manuscritos Contos Paranaenses. Curitiba. Paraná. PINTO, 2012, no prelo. 7 LIMA, Francisco de Assis Souza. Conto popular e comunidade narrativa. Rio de Janeiro: Funarte/ Instituto Nacional do Folclore, 1985. P.55. Premio Silvio Romero 1984. . (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) e PINTO, Inami Custódio. Manuscritos Contos Paranaenses. Curitiba. Paraná. PINTO, 2012, no prelo. 8 LIMA, Francisco de Assis Souza. Conto popular e comunidade narrativa. Rio de Janeiro: Funarte/ Instituto Nacional do Folclore, 1985. P.56. Premio Silvio Romero 1984. . (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) e PINTO, Inami Custódio. Manuscritos Contos Paranaenses. Curitiba. Paraná. PINTO, 2012, no prelo.

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Entende o folclorista Inami Custódio Pinto que a literatura oral quando passa a ser escrita ela têm como características a ficção e/ou a verdade.9 Lembrem-se daquela expressão — do folclore — “Quem conta um conto, aumenta um ponto!”, pois, sim o porquê das características ficção e/ou a verdade. Inami observou os estudos de Câmara Cascudo quando este diz que, na Literatura Oral, a memória e a imaginação do povo é que vai fazer a construção do conto. Ora conservando traços gerais, modificando informações, abandonando detalhes. Ora revelando informações da História, dados etnográficos, costumes e ideais, trazendo a tona fatos sociais, julgamentos e decisões. Em que, os finais e inícios não se sabem a autoria e são modificados da história real. 10 Câmara Cascudo em Contos Tradicionais do Brasil adota a classificação das características dos - contos populares- folk-tale-, do professor Antti Aarne e a tradução de professor Stith Thompson (professores das Universidades da Califórnia e que se dedicaram ao estudo dos contos populares) e entende que seus motivos são os que correspondem ás constantes de cada conto popular. Então para Cascudo, as características do conto popular são: 1- a antiguidade -velho na memória do povo; 2- anonimato -- que não se prenda em falar quem contou, pois é passado de um para outro e já não se sabem que contou; 3- divulgação -- divulgado em seu conhecimento; 4persistência -- que apareça, persista sempre nos repertórios orais. Por isso, assim transcorrem as sua narrativas de contos. 11

9 PINTO, Inami Custódio. Manuscritos Contos Paranaenses. Curitiba. Paraná. PINTO, 2012, no prelo. 10 CASCUDO, Luís da Câmara. Contos Tradicionais do Brasil. 13ª Edição. São Paulo. Global Editora. 2004. P.12. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) 11 CASCUDO, Luís da Câmara. . Contos Tradicionais do Brasil. 13ª Edição. São Paulo. Global Editora. 2004. P.13. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto)

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Em concordância, Francisco de Assis Souza Lima, pesquisado por Pinto, cita Aarne - The Types Of The Folk-Tale, da escola de classificação dos contos, em que registram (12 países da Europa) a presença de superstição, costumes, crenças religiosas, adivinhações provérbios, presentes nas narrativas populares. As narrativas eram a base e seu desdobramento a literatura do folclore oral a cima citado. Formavamse então as narrativas históricas, de animais, anedotas, entre outras. 12 Em mesma pesquisa de Inami Custódio Pinto, este enfoca o que Lima diz sobre Stith Thompson, pesquisador que também teve a tarefa de classificar os contos, ou os motivos dos contos (Motif – index of folk Literature), e assim os classifica com base nos motivos simples e que integram as narrativas e que são determinados pela subjetividade. Pode-se assim observar que, na obra de Thompson e Aarne, as primeiras classificações dos contos são: de animais, pilhérias (gozação, zombaria, algazarra) e anedotas, os contos propriamente ditos (histórias maravilhosas, mágicas), religiosas (sobrenaturais), histórias românticas, os contos relativos ao ogro estúpido, que seria o bicho papão brasileiro. 13 Sobre os contos no Brasil, aponta o folclorista Inami, em que há que se concordar com o pesquisador Lima que não se pode deixar de falar sobre os escritos de Silvio Romero, Luís da Câmara Cascudo e Théo Brandão, pois, estes ao estudarem Aarne, introduziram no Brasil a classificação dos contos, como método de trabalho. 14 12 LIMA, Francisco de Assis Souza. Conto popular e comunidade narrativa. Rio de Janeiro: Funarte/ Instituto Nacional do Folclore, 1985.p.13 Premio Silvio Romero 1984. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) e PINTO, Inami Custódio. Manuscritos Contos Paranaenses. Curitiba. Paraná. PINTO, 2012, no prelo. 13 LIMA, Francisco de Assis Souza. Conto popular e comunidade narrativa. Rio de Janeiro: Funarte/ Instituto Nacional do Folclore, 1985.p.13 Premio Silvio Romero 1984. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) e PINTO, Inami Custódio. Manuscritos Contos Paranaenses. Curitiba. Paraná. PINTO, 2012, no prelo. 14 LIMA, Francisco de Assis Souza. Conto popular e comunidade narrativa. Rio de Janeiro: Funarte/ Instituto Nacional do Folclore, 1985. p.20. Premio Silvio Romero 1984. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) e PINTO, Inami Custódio. Manuscritos Contos Paranaenses. Curitiba. Paraná. PINTO, 2012, no prelo.

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Sobre o conto e a literatura do folclore, conclui Inami que a transmissão oral é uma característica do fato folclórico, pois é transmitido de boca em boca, por imitação, ou por ouvir dizer. Assim sendo, divulga-se o conhecimento, persiste ás gerações, é divulgado amplamente e, na maioria das vezes, desconhecida é a autoria do fato, pois este já ficou antigo. Contar é uma das mais antigas formas de se expressar, ou seja, de transmitir o fato folclórico. 16 O fato folclórico é transmitido pela literatura oral, que aparece escrita ou impressa nos livros, bares, botequins, vendinhas, nos panos de parede, nas frases dos para-choques de caminhões, nos epitáfios de túmulo, da poesia e do cordel, das músicas que passam a ser escritas e impressas e de tudo aquilo que é recitado em rádios, TVs, computadores, mas que revela o requinte literário e artístico do povo por mais humilde e inculto que seja. 17 Inami Custódio Pinto diz que: “[...] entendo por literatura oral aquilo que é obra de todos...” Enquanto eu conversava com pessoas, anotava também seus dizeres. ” 18 Ainda, para este autor, fazem parte da Literatura Oral: provérbios, refrãos e ditados ao qual o conjunto se denomina paremiologia e que constitui a síntese da sabedoria de muitos á disposição de quem quiser utilizar. Incluem os provérbios e frases feitas, adivinhas e enigmas, 15 PINTO, Inami Custódio. Curso de Introdução aos Estudos do folclore. Museu Paranaense Secretaria da Cultura e do Esporte Curitiba. 1983. Curitiba. Paraná. P.4. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) 16 PINTO, Inami Custódio. Manuscritos Contos Paranaenses. Curitiba. Paraná. PINTO, 2012, no prelo. 17 PINTO, Inami Custódio. Curso de Introdução aos Estudos do Folclore. Museu Paranaense Secretaria da Cultura e do Esporte Curitiba .1983. Curitiba. Paraná. P.17,18,19,20,21. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) 18 PINTO, Inami Custódio. Folclore no Paraná. 2ª ED. Editora SEED. Curitiba. Paraná.2010.P.487.

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fórmulas sociais, juras, trava línguas, contos acumulativos, prece, histórias, causos, narrativas, parlendas, fórmulas de jogos, réplicas, eufemismo, disfemismos, gesto /mímica, xingamentos, apelidos e alcunhas. 19 E para compor o grupo da Literatura Oral/Escrita, citam-se as antigas narrativas, que são as lendas, os mitos e os contos. Esses três com a mesma base de formação, a oralidade e a escrita, o real e o imaginário.20 [...] “as manifestações folclóricas se mantêm tradicionalmente em vários pontos do mundo e entre as mais diversas culturas”. Inami Custódio Pinto 21 Nos manuscritos de Inami, encontram-se as citações de Lima e este diz que, o mundo do conto não poderia ser outro, senão o mundo mesmo do popular.22 A Tradição Oral, a cotidianidade e as preferências temáticas na transmissão são o que classificarão o conto popular. 23 Para este autor, a narração do contador é importante para delimitar o seu gênero, ou sua classificação. Por exemplo, se nos deparamos com: o que é o quê?, ou, essa história tem um recado do herói para a menina, ou ainda, no tempo dos meus avós, lá em Minas. 24

19 PINTO, Inami Custódio. Folclore no Paraná. 2ª ED. Editora SEED. Curitiba. Paraná.2010.P.487,488,489,490. 20 PINTO, Inami Custódio. Curso de Introdução aos Estudos do Folclore. Museu Paranaense Secretaria da Cultura e do Esporte Curitiba. 1983. Curitiba. Paraná. P.7, 8, 9,10. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) 21 PINTO, Inami Custódio. Curso de Introdução aos Estudos do Folclore. Museu Paranaense Secretaria da Cultura e do Esporte Curitiba .1983. Curitiba. Paraná. P.3. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto)e PINTO, Inami Custódio. Manuscritos Contos Paranaenses. Curitiba. Paraná. PINTO, 2012, no prelo. 22 LIMA, Francisco de Assis Souza. Conto popular e comunidade narrativa. Rio de Janeiro: Funarte/ Instituto Nacional do Folclore, 1985. p.56 e 57. Premio Silvio Romero 1984. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) e PINTO, Inami Custódio. Manuscritos Contos Paranaenses. Curitiba. Paraná. PINTO, 2012, no prelo.

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Para este mesmo autor em pesquisas de Inami, sobre as características do contador pode-se dizer que, estes são agentes privilegiados da transmissão oral de um ambiente humano e que cada contador compartilha de acordo com sua expressividade, com seus talentos e com sua sabedoria. Então, suas características hão de ser conhecidas, enquanto o expectador ouve ou lê. 25 Como bem relata Inami, para Lima a prática de contar histórias equivale a um despojamento, também em um nível das relações materiais que sua circulação, transmissão, envolve. 26 “A personalidade do narrador se afirma e se alarga na hora de contar. Não se pode separar o conto do narrador, do seu universo e do seu público”. 27 LIMA, 1984. 23 LIMA, Francisco de Assis Souza. Conto popular e comunidade narrativa. Rio de Janeiro: Funarte/ Instituto Nacional do Folclore, 1985. p.56 e 57. Premio Silvio Romero 1984. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) e PINTO, Inami Custódio. Manuscritos Contos Paranaenses. Curitiba. Paraná. PINTO, 2012, no prelo. 24 LIMA, Francisco de Assis Souza. Conto popular e comunidade narrativa. Rio de Janeiro: Funarte/ Instituto Nacional do Folclore, 1985. p.56 e 57. Premio Silvio Romero 1984. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) e PINTO, Inami Custódio. Manuscritos Contos Paranaenses. Curitiba. Paraná. PINTO, 2012, no prelo. 25 LIMA, Francisco de Assis Souza. Conto popular e comunidade narrativa. Rio de Janeiro: Funarte/ Instituto Nacional do Folclore, 1985. p.53. Premio Silvio Romero 1984. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) e PINTO, Inami Custódio. Manuscritos Contos Paranaenses. Curitiba. Paraná. PINTO, 2012, no prelo. 26 LIMA, Francisco de Assis Souza. Conto popular e comunidade narrativa. Rio de Janeiro: Funarte/ Instituto Nacional do Folclore, 1985. p.55. Premio Silvio Romero 1984. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) e PINTO, Inami Custódio. Manuscritos Contos Paranaenses. Curitiba. Paraná. PINTO, 2012, no prelo. 27 LIMA, Francisco de Assis Souza. Conto popular e comunidade narrativa. Rio de Janeiro: Funarte/ Instituto Nacional do Folclore, 1985. p.55. Premio Silvio Romero 1984. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) e PINTO, Inami Custódio. Manuscritos Contos Paranaenses. Curitiba. Paraná. PINTO, 2012, no prelo.

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Muitos mestres pesquisou Inami, para conhecer as características da Literatura Oral, suas variedades, seus desmembramentos e classificações e, para então, escrever seus contos folclóricos. Dentre estes destacou Maynard, Azevedo, Câmara Cascudo, Couto de Magalhães, Pinto de Aguiar e Souza, Silvio Romero, Théo Brandão. O autor Inami, sobre literatura oral colhe do o autor Alceu Maynard Araújo, em Ritos, Sabença, Linguagem, Artes e Técnicas, os apontamentos de Luís da Câmara Cascudo a dizer que, a linguagem oral é descrita por ser expressa na poesia social, nas formas infantis, nas histórias, nos adágios, nas anedotas, na reprodução dos autos dramáticos, nas cantigas anônimas, nas modinhas e nas canções, timbres e idiomas que compõem o repertório nacional. 28 Ainda este autor, diz que a literatura oral tem como característica a persistência da oralidade, porém, tem duas fontes que as mantem vivas. A primeira exclusivamente oral, (história, canto popular e tradicional, danças cantadas e danças de divertimento coletivo, rodas e cantigas infantis, acalantos, músicas em geral) e a segunda, em que a literatura oral passa a ser escrita, porque esta é representada em livros antigos vindos de Portugal ou da Espanha. 29 Para o mesmo autor, a presença da literatura oral se dá no preenchimento das horas de lazer, quando tem a função de despertar a ludicidade e o poder catártico (o ato de contar, as adivinhas, os trava línguas, os provérbios, o cordel, dentre outros), tem também a função 28 ARAÙJO, Alceu Maynard. Folclore Nacional: Ritos, Sabença, Linguagem, Artes e Técnicas. VolIII. Edição Melhoramentos. São Paulo. 1964 .P. 128 129 e 130. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) 29 ARAÙJO, Alceu Maynard. Folclore Nacional: Ritos, Sabença, Linguagem, Artes e Técnicas. VolIII. Edição Melhoramentos. São Paulo. 1964. P. 128 129 e 130. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) 30 ARAÙJO, Alceu Maynard. Folclore Nacional: Ritos, Sabença, Linguagem, Artes e Técnicas. VolIII. Edição Melhoramentos. São Paulo. 1964. P. 128 129 e 130. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto)

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de estabelecer a comunicabilidade entre as gerações e exerce a função integradora na cultura religiosa (as adivinhas de cunho religioso -- catecismo, romarias-versos impressos em laudas, narrativas sobre santos e seus milagres). 30 Inami se reporta ao autor Pinto de Aguiar, no livro Contos Regionais Brasileiros, em que os contos, como literatura oral, relatam a conquista do solo, a poesia, o drama e as lutas, os acordos e as ações culturais, a vida dos garimpeiros, dos aventureiros, as lideranças intelectuais, políticas e econômicas. Nos contos encontram-se as paixões e os sentimentos, as emoções e os núcleos psicológicos. Esse modelo de narrativa também proporciona conhecer os costumes, modismos e linguajar e feições típicos de cada localidade. 31 Com isso, o folclorista Inami e seus mestres estudiosos do Folclore nos fazem repensar sobre as peculiaridades regionais, as já citadas acima e outras, como por exemplo as condições ecológicas, geográficas e climáticas, as atividades, os tipos de cultura regional bem presentes na literatura. 32 [...] “os contos regionais eles servem como meio de fixação de ambientes e definição de espírito que só a literatura pode proporcionar. “ Pinto de Aguiar 33 34

31 AGUIAR, Pinto de Aguiar. Contos Regionais Brasileiros. 2ª Edição. Editora: Progresso S/D. P.5-13. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) e PINTO, Inami Custódio. Manuscritos Contos Paranaenses. Curitiba. Paraná. PINTO, 2012, no prelo. 32 AGUIAR, Pinto de Aguiar. Contos Regionais Brasileiros. 2ª Edição. Editora: Progresso S/D. P.5-13. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) 33 AGUIAR, Pinto de Aguiar. Contos Regionais Brasileiros. 2ª Edição. Editora: Progresso S/D. P.5-13. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto) 34 PINTO, Inami Custódio. Manuscritos Contos Paranaenses. Curitiba. Paraná. PINTO, 2012, no prelo.

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3 CONTAÇÃO Contar causos, histórias, ao pé do fogo, na cama antes de dormir, com os amigos, e repassada pelos pais, avós e professores é um processo intuitivo de resgate da literatura oral. Em casa e na sociedade dedicamse à contação aos momentos de lazer e na escola, dentro do contexto pedagógico procura-se resgatar a linguagem ao que diz respeito à oralidade, à concentração, à expressão corporal, à articulação e à entonação das palavras e da voz. Quando adentramos no mundo dos contos folclóricos esse resgate à linguagem oral, vai mais além, existe o resgate da emoção, dos sentimentos, do pertencimento (sentimento que pode fazer destacar características culturais e étnicas). Todos nós podemos nos transformar em um bom contador porque já quando começamos a falar, já começamos a contar. Para isto, basta deixar fluir os sentimentos, a imaginação e a livre expressão. Estas são as características mais espontâneas de que precisa o narrador, e é o que dá vida a história para o deleite de quem as ouve. A literatura do folclore nos permite entender ao mesmo tempo o que é racional e lógico e o que é imaginário. E nesta conexão misturam-se e separam-se de acordo com o envolvimento de quem os ouve ou de quem os lê. Ao ouvir o contador, a plateia cria imagens, formas, sons, movimentos, personagens.

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Quando deixamos de ser um bom contador (lembre-se de que já nascemos bons contadores) e passamos a ser um ótimo, é quando conseguimos atrair os ouvintes ao universo grandioso da literatura. Na escola, por meio da contação colaboramos para a formação de novos leitores. Agora, as características de um ótimo contador, se estabelecem por meio da prática em contar. Então depende de como nos colocamos corporalmente, se parado, caminhando, em pé, sentado ou deitado, de um lado para o outro, ou colocando força na voz e no movimento, ou deixando-os leves e baixos. Mais para frente o contador sente a necessidade de adaptar a história e implementar recursos (fantoches, sombra, instrumentos sonoros e musicais, ilustrações, animações), para torná-la distinta e atraente.

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4 CONtador OFICINA DE CONTAÇÃO (4h curso) 4.1 OBJETIVO O objetivo desta oficina é estimular a formação de um novo grupo de contadores do folclore local. Por meio da linguagem oral/escrita resgatar aspectos da nossa cultura. Consequentemente, estabelecer em nossa prática a hora do conto, da leitura, a hora para descobrir acervos, divulgar novas literaturas e autores, expressar-se oralmente.

4.2 DESENVOLVIMENTO • • • •

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Participar ouvindo contos; Participar interpretando os contos, seja cantando, contando, dramatizando, desenhando, escrevendo; Conhecer os contos folclóricos/ populares, suas características e classificações. Produzir um conto para enaltecer o folclore local- Paraná.


4.3 METODOLOGIA (slides/ pdf) *Parte 1 •

Iniciar ouvindo a Lenda da Gralha Azul (domínio público) e depois ouvir a mesma lenda contada por meio da música Gralha Azul, de Inami Custódio Pinto. Por fim, escutar a mesmo texto narrado por uma criança. (Despertar o interesse para obter a compreensão dos conceitos de contos folclóricos / populares, suas características e classificações e suas diversas formas de ouvir, interpretar, repassar e conhecer autores locais e características do folclore do Brasil e principalmente do Paraná/ Curitiba.);

Conceitos de folclore e seu conteúdo, literatura oral/ escrita, contos folclóricos / populares, suas características e classificações, exemplos dos contos de Luís da Câmara Cascudo (Folclore do Brasil) e de Inami Custódio Pinto (Folclore do Paraná). (Apresentação no data - show).

Jogo: dominó ou memória -- atividade em grupos -- classificação do conto (contos de exemplo: Maria de Oliveira contada por Luísa Freire- Ceará Mirim- RN retirados do livro Contos Tradicionais do Brasil de Luís da Câmara Cascudo e Contos Etiológicos -Acudam! Fogo! de Inami Custódio Pinto – Contos Paranaenses: Fatos da Vida). OBS: 10 contos de cada autor – ver material de apoio – fichas plastificadas.

Cada grupo escolhe um conto e a sua classificação do mesmo para contar. Posteriormente irão produzir objetos plásticos, criar trilhas sonoras, produzir cenários, figurinos, construir personagens (material disponível);

*O objetivo desta atividade é unir o lado artístico dos participantes com a literatura e desta maneira apresentar os contos de maneira diversificada e interessante;

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*Parte 2 Algumas técnicas usadas para contar: 1-Leitura e /ou contar intuitivamente a história que já se conhece. Isso depende da voz e da expressão corporal do contador; 2-Contação utilizando gravuras (livro gigante-caixa de papel, avental de cozinha que será usado pelo contador, flanelógrafo, projeção, o próprio livro); 3- Narrativas com fantoches, deboches, sombra – destacam-se os personagens da história, eles serão o núcleo do contador, tudo por eles e para eles; 4-Contação a partir do cenário ou maquete -- o núcleo do contador será o local onde acontece a narrativa; 5- Contação por meio do desenho -- o narrador vai contando a história espontaneamente, buscando uma sequência de traços que irão delinear o conto; 6-Contação com enquete e interferência -- o contador para a sua trama e faz perguntas aos ouvintes e, dependendo da sua resposta, improvisa ou cria mais texto até voltar do ponto de onde parou para se chegar ao final da história; 7- história cantada (mostrar exemplo Gralha Azul, de Inami Custódio Pinto, O cravo brigou com a rosa); história sonorizada (com música de fundo e sonoplastia); 8-Roda de Histórias: coloca cada criança que está na roda numa estação da história que irá dizer em forma de gravura a ação e /ou parte da história que ela deverá narrar. 9- Sequência de fotos: é pegar uma foto sua, de amigos, familiares, de locais, de épocas diferentes e os contadores pegam na sequência que quiserem e criam /improvisam seu conto ou alguém ordena as fotos como desejar, colocando uma foto em frente de cada participante da atividade de contação, com um número de sequência, e assim começa a contação e /ou a improvisação de um conto; 10- Contação com animação e modelagem: ao mesmo tempo em que vai modelando a argila ou massa de modelar o contador cria elementos que servem para contar histórias; 11- Contação com cartões consiste na elaboração de cartões com objetos, locais e personagens e depois é só selecionar a ordem dos os cartões para narrar os contos; 12-Contos em quadrinhos: cria-se um roteiro com desenhos em quadrinhos para contar histórias. Os contos são narrados a partir dos desenhos e do que está escrito nos “balões” das cenas destes desenhos.

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OBS: sempre se preocupar com que técnica se adapta cada conto. Por exemplo: Contos da Carochinha caem bem para técnica de leitura, o avental por sua vez deve ser usado aos contos com poucos fatos e ainda os contos com enquetes e interferência cabem aos contos que tem adivinhações, trava-línguas, como as faceias. Aos contos em quadrinhos – desenhos podem ser aqueles ricos em detalhes.

Atividade:

Das técnicas apresentada, cada grupo deverá escolher uma técnica e um conto para apresentar. Como montar uma aula de contação de histórias: / Estrutura da aula: 1- Justificativa: O conteúdo do Folclore e principalmente a literatura oral é próxima à criança, faz parte de suas vivências e de suas experiências, por isso é importante para a criança ouvir e contar muitas histórias. Por meio dos contos folclóricos/ populares, a criança resgata a sua cultura e se identifica, torna-se criativa com o advento da imaginação e fantasia e faz aflorar seus sentimentos e emoções; 2Objetivos: Proporcionar a leitura, interpretação e diálogo, desenvolver a oralidade, resgatar a cultura local e se tornar um multiplicador cultural; estimular a criatividade, valorizar a produção individual e em grupo; saber escolher e utilizar os recursos existentes; desenvolver o hábito de ler e interpretar histórias; socializar ideias, criações, autores e bibliotecas. 3-Metodologia: Ler / Contar uma história, desenvolver uma técnica para contar, selecionar materiais para contar a história, conversar sobre os aspectos culturais e sociais da história, divulgar a hora do conto e da leitura na escola, convidar ouvintes, trabalhar com a Leitura Compartilhada, que é uma parceira entre a família e escola, proporcionando a interação da família com a escola no processo de ensino e de aprendizagem e com o objetivo de desenvolver atitudes favoráveis à leitura e à escrita. Essa estratégia poderá culminar com uma apresentação mensal e/ou bimestral de contação de histórias. Para esta atividade deve-se contar com livros na sala de aula e em casa, em que, o aluno escolhe o conto que terá que levar para casa. Posteriormente, encaminhar um convite para as famílias participarem das apresentações nos dias estipulados e que culminará na leitura

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do conto por um familiar e /ou o aluno. Devem preparar, de forma criativa, a sua contação de história no espaço escolar. Trabalhar com a “Ciranda do Livro”, que consiste em escolher os livros de contos, ou da literatura oral/ escrita conforme o número de alunos. Colocar cada livro dentro de uma pasta e uma vez na semana ou cada 15 dias ou um mês, levam as pastas com livros diferentes dos seus. 4-Avaliação: Verificar se os objetivos da aula foram alcançados pelos alunos, se os alunos entenderam sobre os contos folclóricos / populares que foram narrados, se compreenderam o conteúdo do conto, se houve a transmissão oral, e se aprenderam os gêneros discursivos da Língua Oral (contos, narrativas, fábulas, poemas, anedotas, notícias,...), se desenvolveram a prática de leitura, se foram alfabetizados, se aprenderam produzir textos- contos. 5- Duração das atividades -- atividades diversificadas e curtas para Educação Infantil, atividades de curta a média duração para as séries iniciais e se optarem por atividades longas, que sejam desmembradas em forma de projetos e para serem desenvolvidas em diferentes disciplinas. 6-Recursos de aula: Caixas de contar histórias, deboches, fantoches, bonecos de papel- dobradura, avental, cenário de papelão. *Para as oficinas de inclusão (cegos) as atividades serão adaptadas: - O Jogo de Dominó e Memória serão feitos a partir do recurso do audiobook , em que ouvido os contos formarão pares. - Escolherão os contos para apresentarem-se por meio do ouvir. Nos grupos escolher voluntários para ler. -Escolher dentre as técnicas as que mais se sentirem a vontade. Serão direcionados os recursos e materiais.

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Atividade final 1 Debate ou Seminário com o tema: *A arte de contar histórias Contar histórias é convidar alguém para conversar com a imaginação. E apresentar o desconhecido e talvez conhecido, o real e o imaginário. Existem as contações de amor, guerra, bichos, fadas e fatos, épocas e paisagens. Existem as contações de causos, as cantadas ou desenhadas, as fabricadas, porém há sempre uma história para ser contada. Contar histórias é uma maneira de agregar, transmitir, informar, acolher, seja por meio dos livros, da dramatização, das poesias e das canções, da história e da vida. O inusitado a saber é que sempre haverá quem conte. Somos todos contadores, os que contam quando falam, os que contam quando leem e os que gostam de contar. Mas é preciso saber que temos que aprender a contar histórias e tem um jeito para isso. De outro modo a melhor fala é a que cala. Se você gosta de contar histórias dê um jeito de percorrer os caminhos indicados, as técnicas apresentadas, as experiências e vivências já alcançadas e as dificuldades presenciadas. Observo muita gente preocupada, enfadada e até cansada de ler e da leitura. Mas estão procurando a biblioteca errada, o acervo em outra estrada, de nada adianta. Nada! De outra forma não serão contadores. Mas o bom contador lembram? Esse já somos! E o ótimo contador? Esse buscamos. E o perfeito contador? Esse nunca encontramos! Então ouse, use e abuse do seu talento, fermento e temperamento e venha contar os sonhos, contar os pesadelos, os amores e dessabores, contar histórias e, contar da vida. Venha contar conosco. Andrea Stockler Pinto

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Atividade final 2 Debate ou seminário com o tema: *Sugestões de atividades de contação de histórias 1. Contação de história e origami – vão se fazendo as dobraduras e contam-se as histórias; 2. Saco de histórias - colocam-se no saco objetos que farão parte da história. Na sequência que retirar o objeto ele tem que fazer parte desta história. Essa atividade poderá ser feita individualmente ou em grupo. 3. Diga a voz do mestre: o narrador de olhos vendados começa a narrar o conto e, por sua vez, escuta a voz do mestre (estipulado antes de começar a contação) que conduzirá o narrador a mudar sua postura enquanto narra. Por exemplo; voz macia, sussurrando, alta, gritando, com raiva, com amor, o corpo de forma relaxada, abraçando, em posição de alerta, lento, rápida; 4. Objeto imaginário: criar um objeto imaginário e num círculo de pessoas, umas passam para as outras de mão em mão este objeto. Depois joga o objeto para o alto e quem quiser vai pegar e transformá-lo no que quiser. Cada vez que pega o objeto deve encaixá-lo na história que começa com um narrador que é aquele que primeiramente escolhe o objeto imaginário. Casa vez que muda o objeto, muda o narrador e assim por diante, até que todos os presentes da atividade participem e que irão continuando a história até o seu final. 5. Varal dos contos: escreva um conto em letras grandes e fixe-o em um ponto da sala. Ocupe um espaço e leia normalmente, andando e mudando de direção. Leia: andando devagar e falando rápido; com entonação de alegria; com entonação de tristeza; com entonação de dor; obedecendo a pontuação, do texto; como se estivesse numa feira-livre; imitando um personagem de sua simpatia, como se

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estivesse dando uma notícia; cantando; em forma de poesia e/ou rimas. 6. Contação com mímica: O Narrador contará a história, sem falar, apenas usando mímicas. Quem descobrir que história é, apresentase e conta a sua versão do da história. 7. História com fio: o narrador inicia a história e quem sabe continua daquele ponto, participa sem avisar, inesperadamente. O objetivo é que não perca o “fio” ou a continuidade do conto.

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5 CONTAÇÃO NO TEATRO PRÁTICA DA OFICINA CONTOS FOLCLÓRICOS 5.1 Fixação contos populares 5.2 Fazer fichas com os contos do livro: Contos Paranaenses: Fato da Vida, de Inami Custódio Pinto, e fazer fichas com um exemplo de cada conto brasileiro de Luís da Câmara Cascudo para poder fazer a sua equivalência em classificação. * Material para separá-los para a prática no teatro-oficina. O objetivo é fazer uma relação com os contos dos dois autores citados em relação à classificação dos contos folclóricos e suas principais características. 5.3 Montar uma apresentação de contação no Teatro. 5.4 Escolher alguns contos do livro Contos Paranaenses: Fato da Vida de Inami Custódio Pinto, para apresentar no teatro.

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6 MATERIAIS 6.1 Material de papelaria

Papel bobina cola, tesoura, papel crepom, barbante, fita crepe, cartolina colorida, giz de cera, papel celofane, papel de seda e lustro, cola colorida, T.N. T, E.V. A caixas de papelão, fantoches, arame, massinha.

6.2 Quantidade

5 oficinas – 50 pessoas

6.3 Tecnologia

Datashow, telão e caixas de som.

6.4 Livro

Livros: Contos Paranaenses: Fatos da Vida -- Inami Custódio Pinto

6.5 Fichas - Atividades 6.6 Livros

* Livros: Contos Paranaenses: Fatos da Vida -- Inami Custódio Pinto (10 contos). * O Conto Folclórico no Brasil - Luís da Câmara Cascudo (10 contos).

6.7 Slides para aula

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7 CONCLUSÃO O ato de contar é cultural, desde o contador épico e erudito, ao popular e ao não letrado. A humanidade, desde os primórdios, gosta de ouvir e contar histórias. Os contos folclóricos/ populares relatam a maneira de pensar, agir e sentir de um povo. Na criação dos contos folclóricos/ populares a maior preocupação está em revelar o gosto de uma coletividade, seus valores e ideias, sua cultura e outras culturas, que não a sua. Contar é aprender e ensinar. Contar é fazer com que o outro acredite que tudo existe.

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8 REFERÊNCIAS 1. AGUIAR, Pinto de Aguiar. Contos Regionais Brasileiros. 2ª Edição. Editora: Progresso S/D. P. 255. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto). 2. ARAÙJO, Alceu Maynard. Folclore Nacional: Ritos, Sabença, Linguagem, Artes e Técnicas. Vol. III. Edição Melhoramentos. São Paulo. 1964. P.426 . (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto). 3. CASCUDO, Luís da Câmara. Contos Tradicionais do Brasil. 13ª Edição. São Paulo. Global Editora. 2004. P 310. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto). 4. CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. Editora Brasileira de Ouro -Editora Techno- Print, Rio de Janeiro. S/D. Primeira Edição 1954. P.930. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto). 5. LIMA, Francisco de Assis Souza. Conto popular e comunidade narrativa. Rio de Janeiro: Funarte/ Instituto Nacional do Folclore, 1985. P.286. Prêmio Silvio Romero 1984. 6. LIMA, Sobrinho, Barbosa. Os Precursores. Panorama do Conto Brasileiro. Rio de Janeiro. 1960. Editora Civilização Brasileira. S.A.P.296. 7. MELLO, Veríssimo de. O Conto Folclórico no Brasil. Cadernos do Folclore 11 - Mistério da Educação e Cultura. Departamento de Assuntos Culturais-Fundação Nacional de Arte. Rio de Janeiro, Americ-Edit, 1946. P16. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto). 8. MELLO, Veríssimo de. O Conto Folclórico no Brasil. Cadernos do Folclore 11. In: CASCUDO, Luís da Câmara. Contos tradicionais

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do Brasil: folclore. Rio de Janeiro: Ediouro, 1985. P 16. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto). 9. PINTO Inami Custódio. Manuscritos Contos Paranaenses. Curitiba. Paraná. PINTO, 2012, P.100, no prelo. 10. PINTO Inami Custódio. Curso de Introdução aos Estudos do Folclore. Museu Paranaense Secretaria da Cultura e do Esporte Curitiba. 1983. Curitiba. Paraná. P.120. (Pesquisa: Acervo de Inami Custódio Pinto). 11. PINTO, Inami Custódio. Folclore no Paraná. 2.ª ED. Editora SEED. Curitiba. Paraná. 2010.P.599 .

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