GAZETA DA ZONA LESTE
ZONA LESTE

A Prefeitura promove, entre os dias 25 e 28 de agosto, a quinta semana de rodada de oficinas presenciais para discutir os Planos de Ação das Subprefeituras. O CEU Carrão sediará o encontro da Subprefeitura Mooca. > VEJA + PÁGINA 5
Marcello Novaes celebra as complexidades do vilão Jaques
Marcello Novaes já viveu inúmeras vidas diante das câmeras ao longo de mais de 35 anos de carreira. Mocinhos, vilões, personagens dramáticos e cômicos se acumularam no currículo do galã. No ar como o inescrupuloso Jaques de “Dona de Mim”, o ator reúne alguns detalhes e características que o acompanham desde a estreia na tevê e nos palcos. > VEJA + PÁGINA 7
DR. CORSATO
Homenagem ao médico morto no RJ
Na manhã da última quarta-feira, dia 20, a família do Dr. Marcos de Andrade Corsato, médico que foi morto por engano no Rio de Janeiro, em outubro de 2023, visitou a Unidade Básica de Saúde (UBS) que foi batizada com seu nome em dezembro do ano passado. > VEJA + PÁGINA 6
Sabe aquele dito da roça, “inveja mata”? Pois lá nos antigamente mesmo, foi capaz de ser assim – Caim de olho no irmão, não deu outra: sangue no terreiro, o primeiro crime da história. A coisa era feia, não tinha papinho de perdão, não. Mas o tempo vai passando e, de grão em grão, a gente aprende um tanto.
Vê só o caso do José, aquele dos sonhos coloridos e casaco todo chique. O povo da família, roído de inveja, não teve coragem de acabar com o irmão feito Caim. Jogaram ele num buraco, venderam feito gado no leilão. Já melhorou um pouco: deu tempo de contar história depois. E olha que da desgraça saiu coisa boa. Virou gente grande lá no Egito, salvou meio mundo de passar fome. A vida tem dessas: aperta, mas ensina.
E nessa de viver, cada um com seu latifúndio. Nem precisa sonhar com prêmio grande igual Nobel. Dizia o professor Antônio Cândido — e ele sabia das coisas — que cronista de verdade só ganha prêmio do coração mesmo. Imagina, eu aqui, escrevendo, pensando que ninguém nota. Mas esses dias, recebi um chamado: uma criança de 9 anos, com jeito de quem cria esperança, me disse que minhas palavrinhas tinham dado força pra enfrentar a vida. Literatura, meu amigo, é igual pão de queijo quente: acolhe, alimenta e às vezes, salva até a alma.
Camões, que já errou mais que galinha nova cisca, redimiu-se na poesia. José achou a glória no fundo do poço. Eu, cronista de buteco, ganhei o maior prêmio com um telefonema de menino. No fundo, a gente só quer um tantinho de redenção — pra perdoar quem já foi Caim, quem já foi vendido, quem já andou meio perdido.
POR PATRÍCIA DE LUNA
Vamos começar essa jornada por uma viagem no tempo até o Banquete de Platão. A única mulher citada na história é Diotima, a sacerdotisa de Afrodite, que, segundo Sócrates, teria ensinado a ele tudo sobre o amor. Na ocasião, ela diz que Afrodite impulsionou Eros a buscar o belo e que o desejo seria uma busca por esse belo.
Freud também caiu nos encantos de Afrodite. Na sua sala em Londres, havia uma abundância de imagens e estátuas da deusa. Ele usava um anel com a deusa esculpida, inclusive sua paciente, a Princesa Maria Bonaparte, presenteou-lhe com uma Afrodite de bronze.
As linhas gerias da psicanálise foram amplamente usadas pela mídia como gatilhos para o inconsciente. Assim surgiu uma miríade de produtos usando esse arquétipo - pouco a pouco, a deusa foi sendo reduzida à beleza e ao desejo no sentido de satisfação pessoal. Os dons simbolizados por Afrodite em nosso mundo foram evanescendo e não uniam mais comunidades, mas serviam ao autoprazer.
Na antiguidade era diferente, consideravam-na a deusa que mistura tudo, para qual o amor não é gratificação, mas simbiose
da troca. O que nos sobrou após anos de patriarcado, propaganda e um amor romântico reeditado por Hollywood foi a distorção da beleza, do amor, do sexo e dos relacionamentos amorosos. As relações ficaram líquidas, o ghosting virou o ato heroico da falta de compromisso.
Num sentido afrodisíaco, a beleza vinha de um sentir-se bem na própria pele, de um prazer de estar em si. Porém, já não é mais assim. O que seria hoje de Helena Fourment, representando uma Vênus roliça e com leve papada para Rubens? Talvez mais uma na fila da plástica e da harmonização facial a buscar o mesmo perfil padronizado por uma indústria universal.
Afrodite enfrentou uma longa jornada desde o nascimento do seu mito como deidade no Oriente Médio até se tornar o ícone de garota glamourosa dos anos 1920, à mulher plastificada dos anos 2000.
Mas já é chegada a hora de um resgate do feminino: precisamos saber respeitar nosso corpo e vê-lo como um grande manancial de conexão entre a vulva, a mente e o coração, como também devemos retomar a sedução a partir de um prazer de estar na nossa própria pele sem importar o que a mídia determinou como belo.
Patrícia de Luna é escritora de romances inspirados em história mítica, analista junguiana
Não há acidentes, o que falta é precaução
POR MICHAEL PAUL ZEITLIN
Abro o jornal de minha cidade e me deparo com a notícia: Ciclista morre após ser atropelado em rodovia. Uma situação triste, mas que se repetirá inúmeras vezes, e não podemos chamá-la de acidente. É absoluta falta de precauções.
Quando assumi o cargo de Secretário de Transportes do Governo Covas, ouvi de um coronel da Polícia Militar, que nas estradas estaduais morriam em média 240 pessoas por mês. Duzentas e quarenta por mês! Isto equivale à queda de um Boeing todos os meses. Garanto que se envolvesse aeronaves, alguém faria alguma coisa.
Em suma, o que se fez foi lidar com o problema como se trata um acidente com avião. Criamos uma equipe capaz de analisar o local completamente. Um engenheiro verificava a condição da rodovia, enquanto um exame dos óbitos era realizado pela Polícia Militar e o registro das mortes.
Cada um dos eventos passou a ser indicado num mapa detalhado do Estado. Logo começaram a aparecer “pontos críticos”, onde se repetiam os mesmos eventos. Aprendemos que a maioria dos óbitos eram de pedestres atropelados quando
tentavam cruzar uma rodovia. O contrato de concessões passou a ter uma cláusula que obrigava a concessionária a construir uma passarela quando o número de pedestres passava de determinado nível. Criamos o prêmio Rodovia Viva para ser entregue mensalmente ao Presidente da Concessionária com o melhor resultado do mês – a análise era feita pelo grupo no gabinete do Secretário, este sempre presente.
A mensagem bem recebida por todos era que o assunto –óbitos nas rodovias – era considerado importante pelo Governo. Apesar do crescimento contínuo da frota de veículos, cinco anos depois, em 2002, a média de óbitos mensais havia caído continuamente para 180.
Temos hoje um enorme exército de novos prefeitos, eleitos ou reeleitos, e caso um deles se interesse em reduzir óbitos relacionados ao trânsito em seu município é só copiar e implantar. Garanto que a prática se espalhará para benefício de todos.
A colaboração da imprensa é fundamental para fiscalizar e cobrar, periodicamente, o número de vítimas fatais no trânsito, a fim de traçar um comparativo e deixar a população a par sobre práticas para redução desses casos.
há 20 anos O QUE ERA NOTÍCIA EM 28 de agosto de 2005 EDIÇÃONº 965
- Subprefeitura fecha barracas no Largo da Concórdia
Ocomércio de alimentos no Largo da Concórdia foi o alvo da fiscalização realizada por técnicos da Subprefeitura Mooca na quarta-feira, dia 24. Foram fechadas, durante a operação, sete barracas que apresentavam irregularidades como ausência de condições mínimas de higiene, manuseio inadequado dos produtos por parte dos ambulantes, entre outros. Foram apreendidos três Termos de Permissão de Uso-TPUS. Havia comerciantes que possuíam autorização para o comércio
DE BOTUCATU, 1.690 TELEFONE: 2095-8202 (PABX) E-MAIL: CONTATO@GRUPOLESTE.COM.BR
de vestuário que estavam vendendo alimentos, barracas que não possuíam pia e utilizavam água retirada das torneiras do banheiro público, alimentos armazenados em geladeiras apresentando mau funcionamento e ausência de luvas e vestimentas adequadas para o manuseio dos produtos, alimentos deteriorados eram inutilizados no próprio local de apreensão. A legislação prevê para os ambulantes que não possuem o TPU, emitido pela Subprefeitura, a apreensão de suas mercadorias e instalações.
DA REDAÇÃO
OComando de Policiamento de Área Metropolitana Onze (CPA/M-11) da Polícia Militar realizou na tarde da última quinta-feira, dia 21, o 1° Ciclo de Palestras com o tema “Acolhimento para vítimas de violência doméstica durante atendimento de ocorrência”. O evento, que ocorreu na sede do batalhão, na Rua Bento Quirino, 467, na Vila Talarico, aconteceu em comemoração aos 19 anos de criação da Lei Maria da Penha. Entre os palestrantes e convidados recepcionados pelo comandante do CPA/M-11, coronel Alex dos Reis Asaka, esteve a escritora e especialista em Lei Maria da Penha, major da Polícia Militar, Sandra Aparecida dos Santos; a comandante do 8º BPM/M, tenente-coronel Adriana Kimie; a delegada titular da Delegacia de Defesa da Mulher, Jacqueline Rose Silva Lopes Zajac; o 1º tenente Cruz e a cabo Tamires, ambos do serviço de acolhimento à mulher
Cabine Lilás; a comandante da IDMAS (Inspetoria de Defesa da Mulher e Ações Sociais) da GCM-SP, inspetora de Divisão Mary Cecília da Silva; a representante da Subprefeitura Penha, Maira Larissa Miranda; além de presidentes de vários Consegs, entre outros. O coronel Asaka abriu a reunião informando que a iniciativa do ciclo de palestras é o de ser um “difusor de conhecimento e uma forma de informar a população feminina sobre os canais disponíveis para ajudá-la a se proteger”.
ACOLHIMENTO
A cabo Tamires falou sobre o serviço intitulado Cabine Lilás, lançado em 8 de março de 2024, pelo Governo do Estado de São Paulo, onde policiais militares treinadas fazem o atendimento às mulheres, vítimas de violência doméstica, que entram em contato por meio do Copom (190) para denunciar abusos. Ela destacou sobre o impacto causado desde a implantação do serviço como aumento de 50% nos registros de ocorrências,
detenção de monitorados por descumprimento a medidas protetivas, entre outros.
ROMPIMENTO DO CICLO
A delegada Jacqueline Zajac salientou a importância do rompimento do ciclo da violência doméstica que, para muitas mulheres, parece não ter fim. Zajac mencionou a relevância a utilização do aplicativo SP Mulher, disponível em todas as plataformas de celular, que pode ser utilizado para registro de ocorrências, pedidos de socorro etc.
A major Sandra falou sobre o trabalho que desenvolve na Polícia Militar e a busca incessante pelos direitos das mulheres. Sandra mostrou a evolução dos direitos das mulheres no Brasil, os movimentos feministas e as conquistas significativas ao longo do tempo, desde a liberação para frequentarem a escola até o reconhecimento da igualdade jurídica na Constituição de 1988 e a criação de leis específicas para a proteção contra a violência.
DA REDAÇÃO
APrefeitura de São
Paulo promove, entre os dias 25 e 28 de agosto, a quinta semana de rodada de oficinas presenciais para discutir os Planos de Ação das Subprefeituras (PAS) 2026-2029 com os moradores da Zona Leste da cidade.
As oficinas acontecem nas seguintes datas e lo-
cais: Vila Prudente e Sapopemba (26/08) e Mooca (28/08). A iniciativa é coordenada pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL), Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB) e as próprias Subprefeituras. Os Planos de Ação das Subprefeituras são documentos estratégicos para orientar o desenvolvimento urbano local. Eles tradu-
zem as diretrizes do Plano Diretor Estratégico (PDE) e dos Planos Regionais das Subprefeituras (PRS) em ações específicas para cada região da cidade. Além disso, articulam as demandas e potencialidades identificadas nos territórios com o planejamento das diversas secretarias municipais, como saúde, habitação, mobilidade, cultura, entre outras.
Oficinas presenciais reúnem moradores da Zona Leste para debater prioridades e propor ações nos Planos das Subprefeituras 2026-2029
A metodologia prevê debates orientados com apoio de mapas impressos em grande formato, nos quais as pessoas participantes poderão identificar áreas com problemas e destacar locais bem avaliados em seus bairros.
Além disso, serão disponibilizadas fichas temáticas, para que os partici-
pantes possam registrar os principais desafios de suas regiões e sugerir propostas concretas dentro de cada tema discutido.
SERVIÇO
5ª Semana de Oficinas
Presenciais
Horário: das 19h às 22h
Subprefeitura Mooca
Data: 28/08 (quinta-feira)
Local: CEU Carrão - Rua
Monte Serrat, 380 – Tatuapé
Subprefeitura Vl. Prudente
Data: 26/08 (terça-feira)
Local: Subprefeitura Vila
Prudente - Av. do Oratório, 172 – Jardim Independência
Subprefeitura Sapopemba
Data: 26/08 (terça-feira)
Local: CEU Papa Francisco - Rua Antonio Lázaro, 113 – Jardim Iva
HOMENAGEM
DA REDAÇÃO
Na manhã da última quarta-feira, dia 20, a família do Dr. Marcos de Andrade Corsato, médico que foi morto por engano no Rio de Janeiro, em outubro de 2023, visitou a Unidade Básica de Saúde (UBS) que foi batizada com seu nome em dezembro do ano passado. Rita Corsato, viúva do médico estava acompanhada dos filhos e do coronel Marcelo Salles, atual subprefeito da Sé, e propositor da Lei 18.184/24, que tratou do batismo do equipamento na legislatura passada, quando era vereador da cidade de São Pau-
lo. Eles foram recepcionados pela diretora da unidade, Dra. Isabela Nobre Varotto. Durante a visita, houve plantio de uma muda de Ipê Branco na calçada à frente da UBS, que está localizada na Rua Serra de Jairé, 1400, na Água Rasa. INVESTIMENTO
Segundo o coronel Marcelo Salles, à época do batismo da unidade com o nome do médico, foi feita uma reforma e aparelhamento geral do equipamento, com um investimento da ordem de R$ 2 milhões. “A reforma era uma antiga demanda da população que foi nos apresentada pelo Conseg Alto da Mooca e pelo conselho gestor da unidade”, desta-
cou o ex-vereador. Ainda segundo ele, “a reforma contou com troca de todo o telhado, nova drenagem, tubulações, banheiros, elétrica, configuração, equipamentos, entre outras ações, sempre com o objetivo de dar mais qualidade no atendimento para toda a população”, finalizou Salles. RECONHECIMENTO
O Dr. Marcos de Andrade Corsato foi um renomado ortopedista que dedicou mais de três décadas à medicina e aos pacientes do bairro da Mooca. Nascido e criado no bairro, Dr. Corsato era conhecido por seu compromisso com a saúde da população, bem como pelo orgulho de ser juventino
Durante o evento foi plantada uma muda da árvore Ipê Branco na calçada da UBS
e um fervoroso torcedor do Corinthians. Corsato e os médicos Perseu Ribeiro Almeida e Diego Ralf de Souza Bomfim
morreram após serem atingidos a tiros, por engano, por pistoleiros de milícia que pensavam atacar rivais. A tragédia
aconteceu em 5 de outubro de 2023, no Rio de Janeiro, onde os amigos participavam de um congresso de medicina.
Marcello Novaes já viveu inúmeras vidas diante das câmeras ao longo de mais de 35 anos de carreira. Mocinhos, vilões, personagens dramáticos e cômicos se acumularam no currículo do galã. Mesmo se deparando com obras, autores e equipes diferentes, algumas coisas nunca mudaram para Marcello em um set de gravação. No ar como o inescrupuloso Jaques de “Dona de Mim”, o ator reúne alguns detalhes e características que o acompanham desde a estreia na tevê e nos palcos. “É um vilão debochado, irônico, e com uma construção boa de ser feita. Sempre me sinto engatinhando com o personagem. Tenho a sensação sempre de que estou iniciando minha carreira”, brinca.
Na história de Rosane Svartman, Jaques é um sujeito amargurado, ambicioso e orgulhoso. Ele se sente injustiçado por não ter sido o escolhido pelo pai para assumir a presidência da fábrica de langerie da família. Seu maior objetivo é tomar do irmão, Abel, de Tony Ramos, aquilo que acredita ser seu. Até hoje, gosta de tocar sua guitarra quando precisa desestressar – ou quer irritar a todos. “É um cara que carrega muitas mágoas, o que faz ele ser muito revoltado. Tem raiva. esse personagem traz um desafio muito grande. Essa novela tem uma coisa muito bacana porque fala de preservação, diversidade, uma colcha de retalhos que tem frente e verso. Estou feliz em estar com a Rosane agora”, afirma.
P – Sua última novela havia sido em 2022, quando integrou o elenco de “Além da Ilusão”. Qual detalhe chamou sua atenção no convite para “Dona de Mim” e retornar aos folhetins?
R – Eu gosto de viver um vilão. Honestamente? Acho mocinho mais fácil. O vilão é mais desafiador. O mocinho tem aquela linha tênue de fazer direitinho e não poder desagradar. O vilão dá espaço para ser mais arrojado. Se o público não gostar, a opção é essa mesma (risos). Além disso, o Jaques traz um complexo drama familiar por trás. Me instigou bastante.
P – Em que ponto?
R – É um personagem que carrega de-
boche e ironia. Ele não se conforma com a ideia de não assumir a presidência da família. Ele acha que merece esse lugar. Afinal, se preparou, estudou fora, tem ideias novas... Então, se ele não consegue convencer que merece esse lugar pelo bem, convence pelo mal.
P – Nos últimos capítulos, a vilania do seu personagem escalonou alguns níveis, quando Jaques sabota os freios do carro do irmão Abel. Como foi desenvolver essa parceria com Tony Ramos?
R – Trabalhar ao lado do Tony Ramos é sempre um privilégio. Mas antes eu gostaria de dizer que fico muito emocionado em ver que tenho um amigo como o Tony Ramos. Estava lembrando lá no começo da carreira que nunca imaginei ter como amigo pessoal o Tony. É algo incrível. Essa amizade ajudou a construir essa relação conturbada entre irmãos.
P – De que forma?
R – É um personagem muito interessante de fazer. É um vilão debochado, com
uma construção boa de ser feita. Ele volta ao Brasil para trabalhar na fábrica, mas se sente um injustiçado porque o irmão tem o controle total da fábrica. Ele tem uma frustração em achar que era preterido pela mãe e pelo pai por achar que o Abel é o filho preferido. Carrega muitas mágoas, o que faz ele ser muito revoltado. São sentimentos interessantes para explorar.
P – É seu primeiro trabalho com a Rosane na tevê. Como tem sido essa jornada até agora?
R – O texto da Rosane traz uma trama que me interessa muito. É uma novela com tramas que trazem forte identificação. Eu acredito que a identificação é o mais bacana da novela. Você pode até não gostar da novela, mas tem identificação. Acho que isso funciona e a Rosane faz muito bem. Essa novela tem uma coisa muito bacana porque fala de preservação, diversidade, uma colcha de retalhos que tem frente e verso.
P – Há alguns anos, você encerrou seu contrato fixo com a Globo. De que forma você reorganizou sua rotina profissional diante desse novo mercado?
R – Meu contrato acabou há dois anos. Acabou em dezembro, mas em janeiro eu já estava estudando para um seriado na Globo e, logo depois, me chamaram para mais um. Não parei. Acho apenas que, ao longo desse último tempo, eu consegui fazer mais cinema. Então, não posso falar que parei. Tive apenas o conforto de ter férias mais longas. Em 36 anos, eu só tive um período de férias grande. Com 62 anos, o pai merece umas férias maiores, né? (risos).
P – Recentemente, seu filho, Pedro Novaes, também começou a trilhar um caminho pelas novelas. Como tem sido acompanhar esse desenvolvimento profissional?
R – Sou fã dos meus filhos e me orgulho e me emociono quando as pessoas vêm falar bem deles para mim. Já me pararam para elogiar o Pedro, seu caráter, profissionalismo, humildade. Saber que fiz um homem de bem me deixa muito feliz. Sinto que minha missão foi cumprida. É minha maior alegria e emoção.