GAZETA DA ZONA LESTE
DESDE 1978 nº 1.960
SÃO PAULO, 17 DE AGOSTO DE 2025
MOOCA

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
gazetavirtual.com.br


DESDE 1978 nº 1.960
SÃO PAULO, 17 DE AGOSTO DE 2025
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Para homenagear a Mooca que comemora seu 469º aniversário, hoje, dia 17 de agosto, exploramos um pouco de sua fascinante história, sua origem, sua cultura, economia, infraestrutura que revelam o caráter multifacetado deste bairro que apesar de sua constante transformação preserva traços de seu passado. + PÁGINAS 4, 5 e 6
POR FILIPHE CURVELLO E YASMIN LOPES
Omercado de trabalho brasileiro passa constantemente por uma série de mudanças em suas regulamentações e legislações trabalhistas que visam trazer práticas mais saudáveis, incluindo a preocupação com a saúde mental e trabalho. A entrada em vigor da Lei nº 14.831/2024 e a atualização da NR-1 representam um marco fundamental para a temática. Muitas empresas deverão se adequar, mas para outras tantas essa não é uma novidade, e sim a validação de um caminho que já vinha sendo trilhado com convicção. Uma vez que uma cultura de cuidado com as pessoas deve buscar promover ambientes de trabalho saudáveis, seguros e emocionalmente sustentáveis. Essa loso a, que já permeava as ações de companhias diversas, ganha agora um reforço legal que, na nossa visão, chega em boa hora. Vale ponderar que historicamente, a segurança e saúde no trabalho focavam predominantemente nos aspectos físicos. No entanto, a complexidade do mundo contemporâneo e o reconhecimento da conexão entre mente e corpo impõem uma visão mais holística e ampla. Para muitas empresas, as novas regulamentações podem parecer um desa o, exigindo adaptações em processos e investimentos. Contudo, a experiência de organizações que já priorizavam a saúde mental demonstra que a proatividade é um diferencial estratégico. Empresas que anteciparam essa pauta, investindo em programas de apoio psicológico, mapeamento de riscos psicossociais e capacitação de lideranças, encontram-se em uma posição vantajosa.
Filiphe Curvello atua como Head Legal Compliance e RH; e Yasmin Lopes é coordenadora de BP, DHO e Recrutamento na Juntos Somos Mais
‘O povo come pão, não ideologia’
POR IVES GANDRA DA SILVA MARTINS
Durante anos, todo mês de julho, a Universidade de Coimbra promove um curso de férias. Eu fui durante muitos anos convidado para dar uma palestra neste evento, que contava com a presença de autoridades e professores de diversos países. Em um desses anos, minha palestra foi ao lado do ex-presidente de Portugal, Mário Soares. Após nossas apresentações, minha falecida esposa, a advogada Ruth Vidal da Silva Martins, aproveitou o almoço para questionar o ex-presidente. Ela perguntou: “Senhor presidente, como o senhor, que sempre defendeu teorias socialistas e marxistas conseguiu, ao assumir a presidência de Portugal, dialogar com todas as correntes políticas e ser considerado um presidente extremamente conciliador? Como o senhor conciliou sua ideologia com o exercício da presidência?”
A resposta do ex-presidente foi: “Minha senhora, o povo come pão, não come ideologia. Eu tive que ser presidente de Portugal, independente das minhas convicções, e tenho a sensação de que ocorre o mesmo no relacionamento com seu marido. Nós nos damos muito bem, apesar de termos correntes de pensamento diferentes. Eu sempre procurei dialogar, porque a política é feita de diálogo”.
A fala do ex-presidente de Portugal, Mário Soares, de que “o povo come
pão, não come ideologia”, é uma profunda reflexão e exatamente o que precisamos aplicar no Brasil. Atualmente, enfrentamos uma grave crise com o governo dos Estados Unidos. Estou convencido de que o principal fator para isso foram os discursos agressivos e gratuitos do presidente Lula contra o presidente Trump. Ao contrário, o presidente Milei, da Argentina, por exemplo, não sofreu nenhuma represália; e tem tido benefícios do governo estadunidense, inclusive em nível de tarifas. Nós poderíamos ter vantagens semelhantes por estarmos no mesmo continente, se nosso discurso fosse mais coerente com o de um país ocidental e de livre iniciativa, tal qual prevê a Constituição brasileira em seu artigo 170. Desse modo, não estaríamos vivenciando essa terrível crise. Sinto, ao conversar com cada empresário, as grandes dificuldades que eles enfrentam ao buscar canais próprios para solucionar a questão do tarifaço de 50% aos produtos brasileiros e convencer o presidente Trump a ouvir o Brasil, apesar dos ataques do presidente Lula. É fundamental que tentemos levar o governo a conversar e dialogar. Precisamos de diálogo. Como disse acima, a questão é econômica, não estando em discussão a soberania nacional. Vale, pois, refletirmos sobre isso.
Ives Gandra da Silva Martins é professor emérito das universidades Mackenzie, Unip, Unifieo e UniFMU
Aacupuntura é uma ciência que nasceu na China há aproximadamente 5.000 anos e consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo. Esses pontos são chamados de “Acupontos” ou pontos energéticos.
A acupuntura é uma técnica milenar que trabalha o corpo no seu aspecto energético equilibrando a função energética dos órgãos e por modulação neuronal estimulando substâncias dentro do cérebro para melhorar a dor, inflamação, alergias, alterações endócrinas, sistema imunológico e a regeneração tecidual, assim como a prevenção de doenças.
A acupuntura é uma técnica minimamente invasiva, onde são colocadas agulhas finas na pele e o organismo reconhece aquele estimulo e envia o mesmo ao cérebro e então ocorrerá a liberação de substâncias através dos neurotransmissores.
Substâncias como endorfinas, serotoninas, dopaminas, opiáceos endógenos, cortisol endógeno e muitas outras para que haja uma resposta imediata sobre qualquer agressão ou processo patológico que venha acometer o organismo.
Doenças da região lombar e membros inferiores: lombalgias agudas e crônicas, ciatalgia (dor ciática), artrose de joelho e quadril, fascite plantar e esporão de calcâneo, e dor pós-cirúrgica. Dores agudas e crônicas: fibromialgia, artrite reumatoide, dor devido ao herpes zoster, dor de cabeça, dor da ATM (articulação temporomandibular).
Sistema geniturinário: irregularidades menstruais, TPM, cistites, endometriose, menopausa e seus sintomas, ejaculação precoce, disfunção erétil, dor pélvica. Náuseas e disfunções do sistema gastrointestinal: gastrite, má digestão e problemas do fígado, síndrome do cólon irritável, náusea devido a quimioterapia, prisão de ventre, diarreia.
Alergias e aparelho respiratório: rinite, bronquite e sinusite. Dermatologia: coceiras, acne vulgar, alopecia, psoríase e alergias cutâneas.
Consultórios: Rua: Serra de Botucatu, 113, Tatuapé; Rua: Voluntários da Pátria, 654, Sala 317, Santana. Contato: Whatsapp: (11) 97372-3325 / www.rinaldinaturopata.com / dr.rinaldinaturopat
O que a acupuntura trata? Doenças da região cervical e membros superiores: ombro congelado, mialgias, cervicalgia, rigidez no pescoço, artrose cervical e do ombro, tendinites do ombro, síndrome do túnel do carpo.
gazeta há 20 anos O QUE ERA NOTÍCIA EM 21 de agosto de 2005 EDIÇÃONº 964
SISTEMA VIÁRIO - Verba para prolongamento da Jacu-Pêssego é suspensa
OTribunal de Contas da União (TCU) determinou a suspensão, em caráter liminar, o repasse de R$ 45 milhões do governo federal à Prefeitura para o prolongamento do Complexo Viário Jacu-Pêssego. Segundo informações, o motivo são irregularidades contratuais. De acordo com o Tribunal, aditamentos no contrato elevaram em 106% o valor da obra, sendo que o limite previsto por lei é de 25%. Outra questão apontada diz respeito a cessões irregulares de contratos entre as
empresas envolvidas na construção do complexo. Os problemas foram detectados após auditoria realizada nos meses de maio e julho.
A União repassou no governo petista R$ 22,6 milhões para a construção do sistema viário. Segundo a diretoria atual da Emurb, a administração anterior deixou pendências na prestação de contas desses recursos, o que estaria sendo cobrado agora. Somente depois a regularização da documentação é que o dinheiro seria liberado.
AMooca é um dos distritos mais tradicionais e carregados de história de São Paulo. Com cerca de 7,6 km², essa região, marcada pela forte presença da colonização italiana, preserva traços do passado industrial enquanto se adapta às demandas de uma metrópole em constante transformação. Em homenagem ao seu 469º aniversário comemorado hoje, 17 de agosto, exploramos aspectos de sua localização, origem, demografia, cultura, infraestrutura, economia e iniciativas de segurança, revelando o caráter multifacetado desse território.
BOA ACESSIBILIDADE
Situada bem próxima ao centro paulistano, a Mooca faz divisa com Tatuapé, Belém, Brás, Ipiranga e Vila Prudente. Suas vias expressas como a Radial Leste e as avenidas Paes de Barros e do Estado configuram seus principais corredores de tráfego, conectando-a rapidamente a outras regiões da cidade. A estação
Bresser-Mooca da linha 3–vermelha do Metrô e a estação Mooca da linha 10–turquesa da CPTM reforçam sua boa acessibilidade por transporte público.
No final do século XIX, a Mooca atraiu imigrantes, especialmente italianos, para trabalhar em indústrias têxteis e metalúrgicas que se instalaram na região. O nome “Mooca” tem origem no termo tupi “mʼooca”, que significa “lugar elevado” ou “lugar de subida”, referência ao relevo do terreno. Ao longo do século XX, fábricas, tecelagens e oficinas deram forma ao ambiente urbano. Muitas dessas construções, hoje desativadas, foram tombadas pela Prefeitura, preservando fachadas de alvenaria, vitrais e detalhes de ferro fundido que atestam o passado fabril.
Com população estimada em cerca de 83 000 habitantes (IBGE 2022), a Mooca apresenta equilíbrio entre faixas etárias: há famílias tradicionais com várias gerações morando no mesmo bairro, ao lado de jovens casais e profissionais liberais que optam pela qualidade de vida e proximidade ao centro. Embora os descendentes de italianos ainda se-
vindos de outras regiões do Brasil e de países vizinhos.
DAS RAÍZES
A influência italiana permanece viva na gastronomia local: cantinas e pizzarias, muitas delas familiares e centenárias, atraem não apenas frequentadores da Mooca, mas também visitantes de toda a cidade. No campo esportivo, destaca-se a sede social do Clube Atlético Juventus, na rua Javari, polo de eventos, partidas e atividades recreativas. Espaços como o Teatro Arthur Azevedo oferecem programação teatral e musical, enquanto a proximidade com o Sesc Belenzinho amplia as opções culturais. Festas tradicionais, como a Festa de São Vito e a Caminhada dos Imigrantes, reforçam o sentimento de pertencimento e valorização das raízes.
SEU COMÉRCIO
O comércio de rua, concentrado nas ruas da Mooca e Muniz de Souza, oferece desde padarias tradicionais até supermercados, farmácias e serviços de saúde.
A Mooca mantém atividade industrial em nichos especializados, como metalurgia leve, setor gráfico e alimentos. Ao mesmo tempo, o mercado imobiliário tem registrado crescimento: novos empreendimentos residenciais e espaços de coworking surgem para atender pro-
fissionais que buscam morar perto do centro, sem abrir mão de ambientes mais tranquilos. Pequenas e médias empresas de comércio e serviços formam uma base econômica diversificada e resiliente.
A presença constante de patrulhas da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana, aliada a projetos de vizinhança solidária e melhorias na iluminação pública, reforça a sensação de segurança. O Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) da Mooca organiza reuniões periódicas para mapear pontos críticos de perturbação do sossego e articular a instalação de câmeras de monitoramento do Programa Smart Sampa. Essas ações fortalecem o diálogo entre poder público e sociedade civil, criando canais oficiais de participação ativa.
A Mooca é um exemplo vivo de transformação urbana que preserva sua memória histórica ao mesmo tempo em que acolhe inovações. Sua rica herança cultural, infraestrutura robusta e espírito comunitário fazem dela um dos bairros mais emblemáticos de São Paulo. Seja pela gastronomia, pelas festas tradicionais ou pelo dinamismo econômico, a Mooca segue como símbolo de resistência e renovação na maior metrópole brasileira.
Sucesso de público e crítica, o musical Ney Matogrosso – Homem com H reestreia no Teatro Porto no dia 19 de setembro, sexta-feira, às 20h. As sessões seguem de sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 17h, até 7 de dezembro.
O espetáculo tem texto de Emílio Boechat e Marilia Toledo, vencedores do Prêmio Bibi Ferreira por este trabalho. Marilia também divide a direção da peça com Fernanda Chamma, enquanto a direção musical é assinada por Daniel Rocha. No palco, o camaleônico Ney Matogrosso — grande homenageado do musical — é interpretado por Renan Mattos (que venceu os prêmios Bibi Ferreira e DID 2022, além de ter sido indicado ao APCA)que é acompanhado por mais 16 atores e banda ao vivo composta por 6 músicos.
A montagem explora momentos e canções marcantes na trajetória do cantor sem seguir uma ordem cronológica. A história começa em um show do Secos & Molhados, em plena ditadura militar, quando uma pessoa da plateia o xinga de “viado”. Essa cena se funde com momentos da infância e adolescência do artista. E, dessa forma, outros episódios vão se encadeando na cena.
Para contar essa história, Marilia Toledo e Emilio Bo-
Espetáculo homenageia a trajetória de um dos artistas mais autênticos da cultura brasileira de oculto e explícito o tempo todo.
echat mergulharam nas três biografias já publicadas sobre Ney Matogrosso, além de matérias jornalísticas, vídeos e o próprio artista. “Com a ajuda do próprio Ney, tentamos ser fiéis aos fatos mais importantes de sua vida privada e profissional, mas com a liberdade lúdica que o teatro pede”, revela a diretora.
Quanto à encenação, as diretoras apostam em um ensemble potente, que irá apoiar o protagonista do começo ao fim – e praticamente sem sair de cena. As trocas de figurinos e até maquiagens, inclusive, são feitas na frente do público, brincando com as ideias
SERVIÇO
NEY MATOGROSSO –HOMEM COM H Temporada: 19/09 a 07/12/2025
Sessões: Sextas e sábados às 20h e domingos às 17h. Duração do espetáculo: 3h (com 15 minutos de intervalo)
Ingressos (Sympla): R$ 50, (ingresso popular) a R$ 250, (plateia principal)
Teatro Porto - Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos – Fone: (11) 3366.8700
Capacidade: 508 lugares. Estacionamento no local, grátis para clientes do teatro.