Gatilho Nº18 @ Maio 2015

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GATILHO#Nยบ18.MAIO.2015



Gustavo Carvalho Numa altura em que me encontro todos os dias abraçado por música, músicos ou conversas que envolvem música ou Artes em geral, admito que é difícil selecionar um disco ou uma banda, um livro e um filme. Em tom de sugestão, aqui seguem as minhas:

Album: Foo Fighters - Sonic Highways Sou suspeito, pois sou ouvinte incondicional de tudo que o Dave Grohl faz ou se relaciona. Desperto neste disco, assim como em “Sound City”, o nível dos músicos, compositores, produção e engenharia. O espaço é todo preenchido com alto nível de musicalidade, técnica, profissionalismo e sentimento. Sabes tocar e a fita grava. Não sabes tocar, então também não há computadores com ferramentas para corrigir falta de dedicação. Recordo a frase de um baterista que me ensinou: “queres fazer um ritmo difícil, não deixes o computador dominar - treina muito até conseguires. O computador e suas ferramentas devem ser auxiliares de gravação e não um < toca por ti >”. Dedicação, Paixão e muito trabalho!

Livro: Siddartha - Hermann Hesse Numa altura da Vida, onde o consumismo e o materialismo imperam sobre o verdadeiro ou verdadeiros valores que nos trazem e deviam conduzir cá na Terra, as minhas indicações de leitura passam por livros de Conhecimento Interior, o nosso verdadeiro Eu Interior. A inspiração no Amor, na pratica de fazer o Bem, de ser-mos potenciadores do Bem em nós e no próximo, Respeitar e Ser-mos Felizes porque somos um Bem e a Magia da Vida está no Ser, Criar, Construir e Partilhar. “A locomotiva da Vida é abastecida com Amor”.

Filme: A melodia do Adeus de Julie Anne Robinson Tanto em filmes como em livros, como antes disse, a minha preferencia está no Conhecimento Interior. Automaticamente desperta-me para Romances. Este Romance inspira a relação de um pai com uma filha, que após o divorcio não conseguiram uma relação de proximidade. Aliás, cartas eram evitadas, aquelas que constantemente o pai enviava a sua filha que morava numa cidade longe de onde este habitava. Devido a uma situação mais complicada que o pai se encontrava, desperta na filha o Amor que sentiam deixando de lado todo o orgulho que apesar de errado, insistia em manter seus olhos vendados.


Um poema. Um sentir. A Subversão! 25 de Abril e o “medo”, na Gatilho “A poesia é melhor do que uma arma”. Numa sociedade que sofre de “anestesia na sua actividade crítica”, esta foi a mensagem que ficou de John Bagt em “Petiscos literários”, promovidos pela Gatilho, nas celebrações de “Abril”. Leram-se poemas de Alexandre O'Neill, Cesariny, Sophia de Mello Breyner, Natália Correia e Teixeira de Pascoaes. Construi-se um real paralelo durante todo o recital! A viagem poética, foi selecionada tendo em conta a temática do “medo: o receio das pessoas se libertarem das cordas do medo!”, diz John Bagt no final, à Gatilho. “Serem livres de dizerem o que pensam”, insistindo na nuclear necessidade humana de liberdade de expressão. A percepção é clara, quando escutamos a “bater” intensamente, “o medo vai ter heróis”, em “pouco Original”, de Alexandre O'Neill. O conceito do “homem-rato” sempre presente na atmosfera. Pretendeu-se avivar a memória para a repressão dos regimes ditatoriais. A tentativa de aniquilar o Eu. Da Imaginação. A arte, torna-se, então, subversão e “um poema é um animal”, dizia Aristóteles. Homens tornados poetas, numa tarde de profundidade de sentir, porque estes homens-poetas, são Sonho! E, “livres habitamos a substância do tempo”, diz Sophia. Bagt acrescenta, à maneira de um criacionismo que dizia que a Ideia era Pensamento, ou um sensualista, atormentado pela Sensação que levaria ao Pensar, “um olhar é um Pensamento”. Sim. A linguagem é outra. Numa tarde de revolução, mergulhados na poesia da Liberade…. Dá que pensar !!! por Carla Vera Bento

Festa do Livro, II edição apresentada mais uma vez no Campo da Feira

A literatura esteve mais acessível ao bolso de todos os Amarantinos durante "A Festa do Livro", que teve lugar no Largo Sertório de Carvalho, Campo da Feira, entre os dias 23 e 30 de abril. Organizada pelo Município de Amarante, através da colaboração entre a Biblioteca Municipal Albano Sardoeira e a União de Freguesias de Amarante (S. Gonçalo), Madalena, Cepelos e Gatão, o certame contou com a presença de vários nomes da literatura infanto-juvenil, entre eles António Mota, Rui Rodrigues, Anabela Borges, António Torrado e Manuela Ribeiro. O grande Teixeira de Pascoaes, foi ainda um dos autores destados nas noites de teatro apresentadas pelo grupo de teatro T'amaranto, onde não faltaram ainda as maravilhosas violas Amarantinas. Contudo o momento alto da festa deu-se aquando da atuação do músico e escritor Pedro Barroso, na noite de 29 de Abril, em que segundo membros da organização, "faltou espaço para tanta gente e azáfama". Para o ano há mais. por Iolanda Silva Fotografias Carlos Moura


“Sul” , exposição de fotografia de Catarina Almeida, retrata o quotidiano das gentes da Guiné-Bissau. Esteve patente, até ao final do mês de abril, na Biblioteca Municipal Albano Sardoeira a exposição fotográfica "Sul" de Catarina Almeida. A Gatilho esteve presente na inauguração da mesma que contou com a presença de várias figuras do panorama artístico Amarantino e ainda com membros representantes da Câmara Municipal de Amarante. O vereador André Magalhães atribui, durante o discurso inaugural, inúmeras qualidades ao trabalho exposto dizendo tratar-se de "uma obra de grande qualidade, cheia de sentido e beleza. " Por sua vez Catarina Almeida agradeceu a presença de todos e desejou que os presentes apreciassem através das fotografias, os momentos que esta

teve o prazer de partilhar com as pessoas retratadas durante a sua estadia na Guiné Bissau. "Sul" cruza imagens de tons quentes tipicamente presentes nas paisagens e cultura Africanas com registos a preto e branco, ambos captados por um olhar sensível e atento, revelador do grande potencial artístico de Catarina Almeida. Esperam-se assim mais e novos olhares fotográficos sobre a realidade em novas exposições. por Iolanda Silva Fotografias Carlos Moura


por Carla Vera Bento


levasse ao sublime. Não usa pauta! Na plateia, cheia, há pessoas em pé, experimenta-se o conceito do Belo, através do que viria a ser uma experiência estético- contemplativa, que emana da combinação destes dois instrumentos clássicos: o toque “doce” da marimba e o “encanto” da flauta resulta numa fusão “inesperada destes mundos distintos” e que, no fundo, ajuda a manter vivos os sonhos no interior humano. A envolvência é profunda. Ou não fosse o tema da noite a Liberdade. E, “uma revolução não se faz sem arte” diz no final, o percussionista de serviço da Casa da Música, que transmite intensos delírios no instrumento que executa no concerto. “Continua a haver, atualmente, música de intervenção e lutas que valem a pena. E a luta faz-se todos os dias. Sim, foi uma “noite de Intervenção”, remata, deixando o mistério em mentes inquietas. Caso para dizer, depois de momentos assim, “Devolvam-nos Abril!! Já!”!!


E, quando a busca da cultura luso-galega assenta na criação de “uma mesma pátria espiritual”, entre estes dois povos historicamente irmanados? Assim, “para fortalecer as relações culturais e artísticas, necessitadas pelo intelecto”, como alguém diria, desde o dia 02 de Maio que Amarante é palco vivo da “Cultura que nos Une 2015”, que até ao final deste mês reúne dezenas de artistas galegos e portugueses, em exposições que raiam o “delírio” ou a “vertigem”, ou não estivéssemos perante criadores que estimulam o emocional, desde a “Loucura das pinceladas mais expressionistas” de Mário Peixoto, pintor amarantino, ou da escultura da belga Karin Somers, sua companheira, num “percurso”, talvez Humanista, com o sugestivo título: “A recusa da Derrota”, em exibição na Porta 43, numa coletiva de artistas originais, que fascinam a Sensação estética! No Café Bar, Miguel Karballo apresenta trabalhos como Primavera e Outono, que parecem emanar do mais recôndito da fantasia da “mente” (Fresco em acrílico sobre madeira). A Luz parece ser a única ordem do universo … Na Doçaria Mária, há exposição de fotografias artísticas que marcadas pelo Belo induzem à ficção! Estão ainda agendados, encontros com poetas, contadores de histórias, tudo a acontecer em vários locais da cidade, como a Casamarela, Café Bar, Doçaria Mário, Porta 43, Doçaria Mário, Biblitoteca Municipal Albano Sardoeira e Claustros da Câmara, destinados a acolher o concerto do grupo de câmara Ensemble Hotteterre, às 22:00, no dia 29. A organização é da Associação para a Criação do Museu Eduardo Teixeira Pinto, presidida pela “ativista cultural” Verónica Teixeira Pinto, filha do fotógrafo, e da Fundação Vicente Risco, sedeada em Alhariz. Risco foi contemporâneo de Teixeira de Pascoaes, com quem manteve correspondência durante dez anos… A Fundação aposta, agora, na obra fotográfica de Eduardo (ver edição anterior da Gatilho), que tem vindo a conquistar a irmã Galiza… Vicente Risco, demonstrava um alto sentimento de “fraternidade” para com o que ele chamava, a “Galicia Bracarense” ou o Norte de Portugal. Nacionalista que pretendia demonstrar cientificamente as semelhanças entre o povo galego e o povo português, ”desde a Geografia ao Sentimento”. A ver “Do Saudosismo ao Atlantismo”, na Biblioteca Municipal, na cidade.


É de lembrar, que nas primeiras décadas do séc.XX, registou-se um intensificar no processo de aproximação cultural entre estes dois territórios que têm em comum a mesma língua: o português e o galego seriam dialetos de um mesmo idioma, enquanto que o espanhol era uma língua totalmente desconhecida para as comunidades da Galiza. Intelectuais e criadores de ambos os lados falavam da necessidade do “reencontro”, entre eles, o pioneiro literário do saudosismo, Teixeira de Pascoaes, Leonardo Coimbra, Hernâni Cidade, Rodrigues Lapa, Vicente Risco, Noriega Varela e outros. Atualmente, em conversa “meteorito” com Alfonso Monjardim, tesoureiro da Fundação de Alhariz, e Luis Risco, presidente desta instituição, denotamos que “o carinho” pelo Norte de Portugal mantém-se, e até há a ideia profunda de uma inscrição na Lista Representativa do Património Imaterial da Humanidade da Unesco, e “todos os esforços devem ser feitos nesse sentido “na redescoberta de um património cultural comum”. “Impedir que a macro economia absorva estas semelhanças de identidade regionais” diz-nos Luis Risco, antes da Mesa Redonda, “A intelectualidade da Galiza e do Norte de Portugal”. Espera também, que “seja o embrião de atividades futuras”, desejando “mais encontros sectoriais, como um encontro de livreiros, como agentes dinamizadores”. Para já, na Porta 43 e no Café Bar, está agendada uma exposição e venda de livros galego portugueses, de 29 a 31 de Maio, para todos os que desejam “uma aproximação das energias criadoras” entre estes povos! Desde 1981, que este território “irmão” tem o estatuto de “Nacionalidade Histórica”, um termo que se usa para designar “as comunidades autónomas com uma identidade linguística e cultural coletiva diferenciada do resto da Espanha”, tendo Santiago de Compostela como capital política. A temática é apaixonante e citando Vicente Risco diríamos no fim que, “A Galiza é irmã e mãe de Portugal. Portugal saiu dos seios da Galiza; depois abandonou a mãe e foi por esses mares fora; fuguiu com o fillo pródigo. Mas, é chegado o tempo do seu regresso ao lar materno. Assim, o exige o destino das nossas Pátrias que ainda não está cumprido. Esse destino é como disse muito bem a creação da Civilização Atlântica”. Posição que encantou Pascoeas e que deve ser uma base para as gerações futuras e atuais. “Cultura que Une”, viaja até à Corunha de 10 a 13 de Junho! por Carla Vera Bento Fotografias Adriano Santos


Eu Também E Tu? Não combino com promessas. Combino com surpresas. Não combino com garantido. Combino com cultivar. Não combino com morno. Combino com quente e frio. Não combino com imutável. Combino com transformação. Combino com Amor, Fluir, Acreditar.

eutambemblog.blogspot.pt


Tropas de Okinawa, o novo single do rapper amarantino


E quando a denúncia social ou de extremismos religiosos é feita pelo movimento musical do Hip Hop? Será caso “sério” de Intervenção? O objectivo, segundo Fábio Pinto aka Full, originário de Amarante é “sensibilizar, despertar”… em última instância, levar à acção. O rapper esse, rima a realidade num tom nú e crú, com “knowledge, skill e alma”, nuclear na cadência do rimar, diz-nos! Depois de Kalash, segue-se Tropas de Okinawa, uma abertura no fosso do conservadorismo e povo ainda “tradicional”. Para breve, está projectada a saída de um EP… “Essencial” para os que lutam no dia a dia com atitude de vida! Em entrevista, Full! Projecção … Gatilho - A tua recente “Tropas de Okinawa” é um aviso final ao sistema ou ao “credo sombrio religioso? Desvenda lá a jogada da Música, meramente arte, ou insinuadora do real?!Às vezes, o hip hop dá a entender que vai para além da mera contemplação estética e provoca um despertar de consciência e atitude? Full - A música pretende levar á reflexão em termos sociais e religiosos principalmente no que tem a ver com o fanatismo e a devoção. Hiphop é um despertar, nao é contemplação estética, nem foi criado com esse intuito. Se a música que ouvir lhe der a entender isso a palavra "hiphop" nao deve ser referida . Gatilho - A realidade social humana, inspira-vos como se fossem mensageiros provocadores, em rimas irónicas e satíricas… No fundo, qual é o papel “sociológico” do Hip Hop que fazes?! Full - A minha música tem um papel interventivo e provocador tentando despertar a sociedade em que estou inserido,


Gatilho - Que mensagem nuclear esperas transmitir a quem te ouve? Full - Espero que os ouvintes tomem consciencia dos perigos da sociedade onde eles vivem e apartir daí sejam capazes de observar o que até agora tenham apenas visto. Gatilho - Há tempos, falamos sobre Kalash, uma das tuas músicas mais conhecidas! Quais são os objectivos de Fábio Pinto aka Full, no mercado da música nacional ou internacional?! Full - O meu próximo passo vai ser conseguir lançar um "ep" . Algo original ,concreto que possa mostrar toda a minha essencia. Gatilho - Actualmente, este movimento é um estilo de vida e tem uma Identidade, em Portugal?! Full - Claro que sim, embora hoje em dia muita gente confunda a verdadeira identidade deste movimento. Gatilho - Nomes artísticos que te inspiram e uma música que tenha marcado a tua vida, ou há várias. Porquê?! Full - Penso que Racionais, Dmx, Tyler the creator, Valete, Xeg, Kacetado, Allen, Stk e Nga são os artistas que mais me inspiram. Quanto à música que possa ter marcado a minha vida, não me é possível escolher apenas uma "malha", mas o álbum "praticamente " de Sam the kid e o "educaçao visual" de Valete foram e continuam a ser, de certa forma, os mais marcantes.

"Rimar no hiphop é dar ritmo á vida com "knowledge, skill e alma ".

Gatilho - Alguns filósofos e pensadores diziam que o respirar, tão fundamental no hip hop, não (?) seria uma fusão com o universo divino, uma espécie de encontro com o nosso Eu divino …. Rimar no hip hop, é dar ritmo a versões de vida quotidianas?! Full - Rimar no hiphop é dar ritmo á vida com "knowledge,skill e alma ". Tratam-se de situaçoes do dia a dia pelas quais o artista pode ou nao ter passado com intuito de sensibilizar quem ouve.


Gatilho - Eleva a consciência?! Full - De muita gente, por todo o mundo. Gatilho - Como é ser músico “underground” em Amarante?! Existem dificuldades? Full - É um meio pequeno que nunca apostou muito no Rap, no Rock, nem em outros géneros musicais. Umas das dificuldades que existem é que o povo, hoje em dia, ainda é muito conservador e tradicional. Gatilho - Há quem diga que o hip hop é um estilo de rua … Como diferencias uma “malha” comercial de uma “underground”? Full - O que distingue uma da outra é que a segunda é a forma mais pura e genuína de arte e trata-se de fazer música com os objetivos iniciais desta cultura , " sem deixar que os fins justifiquem os meios" . Como disse Keidje Lima: " underground é quando estás a fazer música sem sequer pensar no que a palavra underground quer dizer". Gatilho - O Hip hop, em Portugal já atingiu a maioridade? Consequências?

“...o Hiphop ainda nao atingiu a maioridade, embora neste momento tenhamos mais estilos de "Rap" que anteriormente eram impensáveis."

Full - Na minha opinião, o Hiphop ainda nao atingiu a maioridade, embora neste momento tenhamos mais estilos de " Rap" que anteriormente eram impensáveis. Por um lado é positivo que surjam mais artistas porque este género musical adquire mais ouvintes, por outro lado, a definição de "hiphop" fica mais turba, sendo que o termo "hiphop" engloba por exemplo : breakdance,graffiti,rap . Gatilho - Algo que gostavas de fazer com o som que ainda não fizeste? Full - Cada música que eu faço tem sempre um impacto diferente em mim do da anterior . Isso faz-me ganhar mais motivação e com ela a inovaçao está sempre presente daí o facto de o som que vou criando seja sinal de progresso.


FLIP

I Mostra de Cinema de Animação

Amarante em Flip Injecção de noites psicadélicas. One man Music cheio de Groovy. A liberdade não se dá não se pede, Conquista-se”. “Superamos as expectativas!” Foi assim, que Joana Antunes, fez o encerramento do Flip, depois de 4 dias de Imaginario, onde decorreram workshops vários de cinema, fotografia e de animação nas diferentes vertentes, ou não fosse o mundo sagrado da fantasia um alvo da Gatilho e de todos os parceiros e instituições que nos apoiaram, como o Centro Cultural de Amarante Amélia Laranjeira e a Câmara Municipal de Amarante!!! A loucura da realidade; o existencialismo, a solidariedade outras curtas, cheias de psicadelismo, e a resultar numa multiplicidade de sensações e o real assim nunca se esgota, foram algumas das temáticas captadas! E num rasgo posterior de romantismo atravemo-nos a destacar “Sem querer” de João Fazenda, em que a produção plástica adquire alma essência, trata se de transmudação de Sentimento talvez, ou o Desespero que recai sobre a atenção em Alda, de Ana Cardoso, Filipe Fonseca, Liliana Sobreiro e de Luís Catalo, exibido no âmbito do Prémio Nacional de Animação, os filmes premiados em 2013/2014 pela Casa de Animação do Porto! De ressalvar a participação de uma turma de 30 alunos do Colégio de S. Gonçalo de Amarante, no Workshop de Animação Básica, dirigido por Diogo Cardoso, na Porta 43. Algo que vem de encontro “ à necessidade das várias instituições ligadas à educação, à cultura ou à Arte, colaborarem com um projecto quase Ideal “por cá, a cultura é, normalmente grátis, ou o valor simbólico para que os artistas possam progredir, e assim trazer novos conhecimentos”, explica Gilberto Bento, um dos mentores da Gatilho. E, num processo que se quer continuum, em nome do “teu” desenvolvimento, e na exploração das capacidades que tens em ti,” na descoberta dos teus “EU” artístico, e claro na nossa satisfação de contribuir para o colectivo, a Gatilho apresentou a Amarante 4 dias de Flip, ou “uma realidade paralela, onde o Espírito fala mais alto, até porque se trata de uma arte altamente imaginativa e visionária, em que possibilita a suavização de sentimentos duros ou anti criativos, ou até a própria rotina quotidiana, embelezada”. Há muitos sorrisos. E palmas e ovações de p! Um programa bem alternativo ao quotidiano e à rotina! Cerca de meio milhar de pessoas participaram nesta “aventura que acima de tudo, tem como objectivo descobrir novos talentos amarantinos, e não só, por extensão natural do nosso activismo na cidade de Amarante”, explicam! A noite, destinada às curtas era apenas o inicio de mais um estado de criatividade latente, em que o Sentir comanda! Falou-se de cinema, de fotografia também em


que o “Sentir comanda o Pensamento”! Sobre ética na arte… Aqui menciona-se a fotografia da criança em vias de ser devorada por um abutre. “Ajudar ou fotografar” interrogamo-nos! Havia milhares delas já mortas. Não interessa. O autor da fotografia suicidou-se! “Interessante”, diríamos e “pedagógico, já que faz pensar”, atrevemo-nos a escrever. À noite, houve concertos alternativos, novos valores como o espectáculo no Centro Cultural de Amarante, que esteve em parceria com a Gatilho, de Francisca Vilaça, “dando a conhecer novos nomes que transportam em si a originalidade, algo de diferente” , explica Gilberto Bento. Uma luta que já há quase dois anos pretende uma maior abertura de mente! “O preconceito é um passo para impedir o conhecimento”, diriam os filósofos existencialistas franceses. E nem a propósito do “subliminar belo” da arte, ou não, houve espaço para conhecermos o novo projecto de Rui Pintado. “Desligado”, em que um baixo com cordas de guitarras e pedais e pedaleiras, entre eles o Random Motor Generator, uma “máquina acessível e baratinho” diz a rir Rui, “ que cria delayers, repetições, atrasando ou acelerando o tempo”… Afinal é um “one man band”, como se define. Sozinho em palco, torna se o mentor de uma viagem Cinemática, um road movie mental, em que as emoções se libertam até ao recôndito da consciência…. Ou a miúda inquieta que parece saída de Woodstock, de vestido curto cor-de-rosa, e violão, nos leva numa espiral de emoções divertidas e inteligentes. Francisca Vilaça bebe a inspiração, para o “seu diário” musical, da arte e das viagens de violão e mochilão que fez pela América do Sul ! Obrigado a todos. Respirou-se Liberdade.

A Caricatu surge em 2004, quando Frederico Lencastre descobre que para além de ilustrar. caricaturar pessoas, também era algo que o fascinava. Desde então foi aumentando o seu portfólio, começando por caricaturar família, amigos e celebridades. O que começou por ser um projecto que tinha como objectivo a estampagem de caricaturas e ilustrações em tshirts, passou a desenvolver outros suportes personalizados, como convites de casamento, baptizado, aniversário, cartazes, telas, entre outros. O mais recente trabalho desenvolvido pela Caricatu foi precisamente a caricatura de Fábio Pinto aka Full, rapper amarantino que é capa de revista desta edição da Gatilho. Fiquem a saber mais sobre a Caricatu através do facebook: www.facebook.com/caricaturas.caricatu.


NA NOSSA RUA A 3 DE JUNHO_21H30


SERUSHIO Blues e Intervenção! Serushio editam com “charme” em vinil. E se a música extravasa o quotidiano, numa espécie de “choro melodioso” profundo que marca os blues dos Serushio, banda com concerto ao vivo no próximo dia 30, na Gatilho/Porta43 e que lançou o último albúm em vinil, resultado de uma “condução astral” segundo Sérgio Silva. “I’m not lost … just don't want to be found” ou sempre que criar é um ato espiritual, ou não fosse esta base nuclear de um som que nasceu nos tempos da escravatura na América do Norte. Música para dinamizar, no “Social” Gatilho - “I´m not lost…. Just don't want to be found”… Trata-se de uma apresentação artística dos Serushio? Seruhsio - “I´m not lost... Just don't want to be found” É titulo do nosso mais recente trabalho que está disponível para venda em edição em Vinil e também download digital. É um trabalho, do qual que estamos muito orgulhosos e onde sentimos poder transmitir o que FOI, É e SERÁ os Serushio.

Como é cantar blues em Portugal? Há entendimento por parte do povo português?! Por enquanto tem sido muito bom. A culpa pode ser do próprio “Blues”!! Blues é mais que um estilo de musica, é um expressão de sentimentos através do veiculo da musica. E a comprova-lo, temos tido excelente aceitação do público português. Achamos também, que hoje em dia a “aldeia global” faz com que mais livremente se possa entender e apreciar qualquer género musical.


G - Blues é rock e liberdade? Sociologicamente, as raízes levam-nos aos escravos da América do Norte! É música de intervenção social? S - O Blues é liberdade de expressão. É verdade que reconhecemos a origem desse estilo musical nos escravos dos campos de algodão da América do Norte. É curioso como a vivência humana por vezes se apresenta através de mundos paralelos. Se calhar será mais fácil lutar contras a repressões quotidianas se ouvirmos as palavras, lamentos e expressões dos grandes músicos que lidaram com a escravatura. Quando a expressão de um individuo se torna pública, essa expressão cria automaticamente um potencial de intervenção social. Não necessariamente directo.

G - O vosso recente trabalho “I m not lost” saiu em vinyl. Quais os motivos e que diferenças entre o cd e o vinyl, no caso…. Que finalidade esta edição? S - O Vinil tem características técnicas que se encaixaram, quase por condução astral, ao nosso ultimo trabalho. O Vinil permite um registo dinâmico maior que o Cd, e para os Serushio que são um dueto, possibilita-lhes transportar até ao ouvinte, a qualidade e experiencia de um concerto ao vivo. Soa também bem em CD, e podem fazer o download digital e gravar o próprio CD mas o Vinil tem mais charme! documentando a sociedade da altura, em que o lado humanista não deixava de se


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«O Blues pode ser considerado como uma “casa” que conhecemos e passamos a confiar.»

G - Gostavam de experimentar uma remix electrónica?! Que música poderia ser boa atraente para explorar? Porquê? S - Sim, um remix é sempre óptimo porque permite a ouvintes de diferentes estilos musicais ouvirem a nossa musica e interpreta-la com um ponto de vista mais acessível.O tema teria de ser escolhido pela pessoa a remixar… essa é a lei da química musical. G - “Quem canta pop nunca cantará rock”?! Como é que veêm o cenário mundial da música?! S - Quem canta por necessidade não pensa em títulos, rótulos os estilos… cantar é como chorar! Os elementos que os regem estão além da consciência. O mundo musical é como o clima… há dias em que chove, outros indecisos e ainda outros que está um sol resplandecente e tudo é necessário. G - No público, é importante uma fruição “estético-contemplativa”? Como enquadrar esta “sublimação” no ritmo dos blues ?!


S - Sentimos e acreditamos que a parte estética tem sempre um contributo elevado, é importante que os nossos ouvidos gostem ou fiquem alerta para a nova música. O Blues pode ser considerado como uma “casa” que conhecemos e passamos a confiar. Como tal, ao sentirmos o seu “cheiro” automaticamente permitimos que as portas se abram, e depois mais relaxadamente avaliamos o que ouvimos. Isto acontece mesmo! Por vezes o nosso pé começa a bater ao ritmo da música sem nossa ordem! nos nossos concertos vemos pessoas que parecem dançar por “ordem” transcendental. G - Bandas que admirem? S - Tom Waits, Son House, Mark Lanegan, Led Zeppelin G - Há criação musical original em Portugal?! S - Achamos que sim a criação original não escolhe países, nem datas nem climas.

«Gostamos de acreditar que a nossa música permite ao ouvinte uma viagem pela qual o seu mundo se pode tornar melhor »

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G - Música é …. Crescimento e “revolução”, no sentido de contrariar a mente conformista e passiva? Há participação na transformação do real ?! E do indivíduo fruidor do vosso som?! S - Stravinsky dizia que “a musica não expressa nada, apenas exalta” ; isso faz sentido… não é o que a música nos faz, mas o que nos fazemos com ela. A música pode-nos transportar para um mundo futuro e facilmente quebrar com estados de dormência. Quando a sua escuta se torna algo social, a experiencia pode ser ritualística. Gostamos de acreditar que a nossa música permite ao ouvinte uma viagem pela qual o seu mundo se pode tornar melhor G - Tendo em conta, o carácter profundo e intensamente emotivo do blues, qual seria a melhor frase para caracterizar a música dos Serushiô? S - Canções com um pé a bater ao ritmo do Blues e o outro Rockar com um espirito irreverente. G - Há espaço para a cultura em Portugal?! S - Enquanto existirem pessoas, haverá sempre espaço para a cultura. Obviamente o tamanho desse espaço é relativo ao número de pessoas associadas. G - E, espiritualidade nos Serushiô?! S - Existe Fé que o mundo é um local lindo e que vale a pena lutar por…


Amizade e hip hop na Porta 43

O leopardo deixou a pele no CCA Na quarta-feira, 30 de Abril, o Centro Cultural de Amarante recebeu o concerto de apresentação da banda de hard rock/blues Leopardskin. A banda liderada por Pedro Fidalgo surgiu com uma nova formação, jovem e ansiosa por mostrar os seus talentos colectivos e individuais. Por volta das 22h, Pedro Fidalgo (voz e guitarra), Gonçalo Salta (bateria), Ricardo Fidalgo (baixo), Gonçalo “Gonzo” Fidalgo (guitarra), Bernardo Barra (teclas) e as double trouble Marta Fidalgo e Joana Amorim (vozes) subiram ao palco para fazer magia! O auditório do Centro Cultural lutou para ouvir estas jovens promessas e claro, os familiares e amigos de Pedro Fidalgo (o único amarantino da banda) não poderiam faltar. O desfile dos temas (que já estão gravados) começou com Rock All Night e terminou com Get the Fuck Away como encore mas foi, sem sombra de dúvidas, o tema Blues for My Baby que mais emoção e intensidade teve! Pedro Fidalgo cantou acompanhado por Orlanda Guilande e todo o público presente ficou arrepiado com aquela voz, aquela presença, aquela aura que transbordava Gospel! Terminado o espectáculo, a festa do rock continuou no D'arcos bar com Fábio Silva a comandar as hostes e com a presença dos elementos da banda e da equipa técnica. Depois deste concerto no CCA, a banda já actuou no Porto e tem já outros espectáculos agendados. A Gatilho gostaria de felicitar os L e o p a rd s k i n e d e s e j a r- l h e s q u e conquistem o seu merecido lugar nos palcos nacionais! por Gabriela Teixeira fotografia Miguel Basto

A Porta 43 recebeu no passado dia 9 de Maio um concerto de hip hop que juntou Gonçalo Equilíbrio e João Pinheiro (aka Pinetree). Numa amena noite de sábado, o pátio das laranjeiras encheu-se para ouvir temas de cariz existencialista e político com rimas fortes e atitudes bem positivas na perfeita simbiose entre duas vozes que, à partida, poderiam parecer tão distantes. Equilíbrio é já um nome forte na cena hip hop amarantina, mas João Pinheiro surge como uma surpresa (muito positiva) na medida em que se mostra um óptimo exemplo de como o gosto pelo heavy metal e pelo hip hop não são incompatíveis. Quer como vocalista dos Oath of Putrefaction, quer a soltar rimas, o que se sente é que Pinheiro é genuíno! Ao longo do concerto, foram vários os amigos que partilharam o microfone com Equilíbrio e, quem por lá passou, certamente gostou do que ouviu e da partilha que por lá houve. Haja mais noites assim! por Gabriela Teixeira fotografia Miguel Basto



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