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Honda CB 750 Four automática

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Pelo Mundo

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galo, versão eua

teve até uma honda CB 750 com transmissão automática

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A primeira Honda 750 automática foi a CB 750A, de 1976. Tinha rodas e para-lamas da Honda Gold Wing e 4-em-1

Pode parecer estranho para alguns, mas, para mim, a história da Honda CB 750 mesmo levando os seus protótipos para testes em locais quase públicos (disfarçados, logicamente). Que diga Four tem mesmo muitos pontos em comum com a do Fusca. É claro que o Fusca é muito mais antigo e seu passado tem alguns pontos obscuros e polêmicos, diferentemente da Honda CB 750 Four, que tem sua saga acompanhada de perto pelos entusiastas desde seu lançamento, com muitas informações disponíveis.

Isso hoje, pois os japoneses, na época, como em tudo que fazem, conseguiram guardar por um bom tempo o grande segredo industrial, a Kawasaki, que teve a maior surpresa de todos. A história da Honda CB 750 Four tem, sim, alguns pontos de dúvidas, mas credito esse fato aos muitos mercados nos quais que ela foi comercializada, no início ainda nas mãos de grupos de importadores independentes. A exemplo do Brasil, que só foi ter uma subsidiária oficial Honda em 1971, que passou a importar seus próprios produtos do Japão. Isso até 1976.

Isso explica – ou não explica – o fato de eu não ter encontrado em nenhum lugar uma tabela de cores oficiais que incluísse o prata metálico. Todos sabemos que ela existe, inclusive a K2 que meu pai comprou zero km era dessa cor.

Mas voltemos ao Fusca. Em 1968, interessados em vender mais Beetles para os americanos, os alemães da Volkswagen “inventaram” um Fusca automático, que era uma tremenda gambiarra. Caixa de câmbio convencional, embreagem convencional (sem pedal), mudanças manuais e um pesado conversor de torque hidráulico adicional faziam o carro se mover. Não convenceu o motorista norte-americano, que não gostava de mudar marchas. Ele, pelo menos, não precisava nem saber que o carro tinha, sim, embreagem, mas acionada automaticamente por um solenóide.

E a Honda? Fez a mesma coisa em 1976 com a CB 750 Four, criando a Hondamatic. A Honda CB 750A ganhou um enorme conversor de torque hidráulico e o câmbio de cinco marchas foi substituído por um de apenas duas marchas. Lembra os Chevrolet Powerglide, não? 

Assim como o Fusca automático, a CBA era para os EUA

A ironia é que, da mesma forma que o Fusca automático, a Hondamatic não mudava essas duas marchas automaticamente, era o piloto que tinha que cambiar. Só não precisava acionar a embreagem, já que o conversor hidráulica se incumbia de modular as velocidades dos eixos principal e secundário da transmissão. No pedal esquerdo, para baixo era a marcha reduzida “L”, de Low, no meio “N”, de neutro e para cima “D”, de drive, para uso em estradas.

Nem é preciso dizer que o modelo não vingou. A Honda CB 750A Hondamatic foi produzida por apenas três anos, vendida apenas nos Estados Unidos e no Japão, onde era conhecida como Eara.

A Honda CB 750A tinha o mesmo motor da CB 750, mas com potência reduzida de 67 cv para apenas 47 cv, devido ao uso de carburadores menores e com menos taxa de compressão. Era, também, visualmente diferente da versão convencional, utilizando o tanque de combustível parecido com o que viria equipar a K7 do ano seguinte, escapamento quatro-em-um da Honda CB 750F e para-lamas e rodas de alumínio da Honda Gold Wing.

Em 1977, a Honda CB 750A1 passou a ter escapamento quatroem-dois e o banco em dois níveis. No seu último ano, 1978, a Honda CB 750A2 ganhou as rodas Comstar estampadas de alumínio.

No último ano de produção, 1978, a Honda CB 750A2 passou a ter rodas Comstar de alunínio estampado

Quatro décadas depois, a Honda mostrou que a ideia da motocicleta automática não era um sonho de verão, apenas estava um pouco adiantada. Além de a tecnologia ter evoluído assustadoramente desde então, permitindo a produção de sistemas automáticos extremamente eficientes – muitas vezes até mais prazerosos do que a transmissão convencional – a mentalidade do motociclista também mudou, em especial aos novos adeptos do transporte individual em duas rodas.

Isso significa que muitas pessoas estão migrando para as motocicletas e os scooteres buscando eficiência e praticidade. nada melhor que a própria Honda para provar essa tese, equipando alguns de seus modelos com o moderníssimo câmbio DCT de duas embreagens. As atuais Honda GL 1800 Gold Wing, Honda CRF 1100L Africa Twin, Honda NC 750X e o divertido Honda X-ADV são bons exemplos da aplicação dessa tecnologia. Seus câmbios com tecnologia DCT podem funcionar tanto de modo automático quanto manualmente, com seleção eletrônica de marchas. l

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