2 minute read

Sensação de liberdade

Next Article
Mulheres fortes

Mulheres fortes

Idosa de 84 anos de Jaboticabal planeja novo salto de paraquedas e afirma que dobrou, fora da academia, rotina de treinos diários de corrida

LAYNE GRAZY

Advertisement

Atleta e moradora de Jaboticabal, Therezinha Nazario Martucci, 84, pratica exercício físico desde 1989. Entrou para a corrida com o propósito de se desligar das atividades do dia a dia.

O mundo está vivendo uma nova realidade devido à pandemia de covid-19. A quarentena é um resultado disso. Muitos idosos tiveram ou têm sua saúde mental afetada por conta do medo e da solidão. Mas este não é o caso de Therezinha, que na quarentena dobrou a rotina de corridas. “Os treinamentos andam muito bons, gastei um tênis”, diz a atleta que se adaptou a uma nova rotina de exercícios em meio à pandemia.

Como presente de aniversário no ano de 2017, em comemoração aos 81 anos de idade, dona Therezinha realizou seu sonho mais radical: o de saltar de paraquedas. Hoje com 84 anos, conta que seu sonho seria saltar de novo. “Quero saltar de novo, a sensação é de liberdade.” Apesar de fazer parte do grupo de risco, a idosa não tem medo. Além da corrida, ainda faz academia e natação, porém, devido à quarentena, as academias estiveram fechadas, e mesmo assim dona Therezinha não desanimou das corridas de rua. “Tenho que lutar, não posso pensar no que está acontecendo. Comecei a treinar o dobro do que eu treinava na academia, corro até na rodovia. Aos sábados, faço uma série de exercícios que aprendi na fisioterapia. Faço na cama uma hora e 15 minutos, sem parar”, afirma.

Devido à necessidade do uso de máscaras durante as corridas e ao atrito causado pela mesma, Therezinha teve que realizar uma pequena cirurgia no nariz. “O elástico da minha máscara pegava, fiquei muitas horas correndo com ela, mas eu não parei não, treinei a mesma coisa”, afirma.

Apesar do momento delicado que a sociedade está vivenciando, a atleta da terceira idade encontra a motivação nas pessoas para manter a rotina diária de treinos.

“Vejo que as pessoas estão ficando piores por causa do medo e da insegurança, mas sinto-me realizada todos os dias. Quando alguém me para na rua e se inspira em mim por conta dos exercícios, sinto que estou ajudando e me ajudando também.”

Hoje em dia, dona Therezinha se dedica à cozinha. Vive da renda de suas massas, cujo trabalho concilia com os treinos. No começo da pandemia a procura por massas diminuiu. Mas ela não parou de produzir.

“Tinha três frízeres cheios de comida e, no começo dessa pandemia, as vendas caíram muito, mas eu não desanimei, acreditei que ia ter melhora. A pessoa que não acredita, adoece”, declara.

This article is from: