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Saudade na pandemia

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Heróis de verdade

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Pandemia afastou idosos da convivência com familiares e amigos em Brodowski e Ribeirão

Foto: Lar da Fraternidade

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Idosa em uma das atividades do Lar da Fraternidade de Brodowski

RAFAEL RABELLO

Uma frase que escutamos bastante neste ano de 2020 foi “fique em casa’’. Um recado que chegou assustando milhares de pessoas, visto que tiveram que mudar suas rotinas e ficar em casa por conta do avanço do novo coronavírus, responsável por causar a doença covid-19, resultando no isolamento social, pois trata-se de uma doença altamente contagiosa. Com isso, crianças não estão indo às escolas, grande parte da população no geral parou, pessoas do grupo de risco sendo expostas, como aquelas que têm mais que 60 anos, redobrando ainda mais os cuidados com a saúde. O mundo tentando flexibilizar e voltando aos poucos, uma batalha de cada dia para voltar tudo ao normal.

Para algumas pessoas, se distrair e esquecer a pandemia tem sido um desafio. É o que acontece, por exemplo, com aqueles que vivem nos lares de idosos e que, por pertencerem ao grupo de risco, ficaram sem a visita dos familiares nesse período.

É o que fez Claudia Celeguim, diretora do Lar da Fraternidade, em Brodowski, que abriga mais de 28 idosos na cidade. Ela comenta que eles vêm sofrendo muito com a falta de visitas e sempre procuram animá-los no dia a dia.

“Aqui, procuramos muito como mudar essa rotina deles, evitando que fiquem apenas sentados e esperando seus familiares. Usando a tecnologia a nosso favor, como o uso dos smarthphones para realizar as chamadas de vídeo.”

Ela relata que os idosos estão interagindo mais e ficando mais felizes e acredita que o trabalho e amor fazem a diferença nessa questão. Com a ajuda financeira de um deputado, o lar acabou comprando mais roupas, camas, aparelhos e tendo acompanhamento de profissionais para ajudar os idosos. Tomando todos os cuidados necessários em relação ao vírus. Claudia comentou que todos que trabalham fazem a higienização corretamente, usando luvas, máscaras, roupas especiais e até os profissionais que moram lá fazem isso.

No Fiusa Day Care, em Ribeirão Preto, um lar para convivência de idosos, muitos idosos tiveram sua interação e convivência com outros idosos prejudicadas, pois precisaram voltar para casa. Lá eles costumavam fazer exercícios diários, alongamentos e ginásticas em grupo, academia, aulas de artesanato, musicoterapia, dança, jogos lúdicos e leitura. A fisioterapeuta Raquel Zotti Rocha Servidão, dona do estabelecimento, fala que tiveram que se readaptar por conta da pandemia e inovar no jeito de ficar perto dos idosos, disponibilizando aulas via videochamada, com outras dinâmicas e conversando com eles para que não se sintam sozinhos.

Jandira, uma das idosas que frequenta o Day Care, diz que sente falta do convívio com todo mundo, das atividades que fazia lá e de como era bem acolhida no local. Ela conta como está sendo as atividades a distância.

“Três vezes durante a semana nos encontramos para fazer as atividades, fazemos as nossas conversas diárias, até pratiquei alguns exercícios com a ajuda da minha filha. Sinto muita saudade do pessoal e gostaria de voltar logo.”

No começo, para Raquel e o pessoal que trabalha lá foi bem difícil, pois muitas pessoas estavam com dificuldades para acessar os aplicativos. Mas atualmente, ela conta que a grande maioria conseguiu utilizar a plataforma e está fazendo as aulas corretamente. Aqueles que estão com dificuldade, diz, estão recebendo um tratamento especial.

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