PATER | PAI, DÁ-ME ASAS EXPOSIÇÃO COLECTIVA PINTURA | ESCULTURA | FOTOGRAFIA
PATER | PAI, DÁ-ME ASAS EXPOSIÇÃO COLECTIVA PINTURA | ESCULTURA | FOTOGRAFIA dEZ 2019 - FEV 2020
Antonino Neves António De Matos Ferreira Fernando Barros Lauren Maganete Marcia Ruberti Margarida Santos Nuno Fonseca Paper - Paulo Pereira Pedro D’Oliveira Victor Costa Xavier Carlos Dias Frederico Ferreira Júlia Côta Júlia Ramalho Prazeres Côta Sérgio Amaral
CAFÉ COM ARTE AV. DR. ELÍSIO DE MOURA 3030-183 COIMBRA
a um Pai * Minha espada baixa a guarda… Num mar de calma, quando as vinhas me beijam Minha espada baixa a guarda… E, as uvas maduras de tua boca me fazem sonhar Ante a serenidade de teu olhar doce Vinho maduro de uma reserva do Douro Rio de oiro nos socalcos do teu sonho Teu perfume onde me envolvo, nos versos do mistério Que guardas contigo, o enigma da tua raça São a terra onde brotaste, roseiras bravas Nas encostas das águas das fontes de onde bebeste A seiva da terra que reivindicas Na nobreza sóbria com que lutas e te sacrificas Amas a Vida, mas conheces tão bem a finitude… Desejas a imortalidade e a omnisciência Bebes das fontes da Poesia, os teus olhos de vida Minha espada baixa a guarda… E, amo-te voraz, num misto de fúria e fortaleza Num louco e rendido abandono de mar Sob um manto de estrelas no plenilúnio da Lua Onde teu olhar se fecha em fantasia E, imagino teu alvo ventre fecundo pululando em flor Borboleta de desejo remanescente na nascente Onde nasceste e despertas a Vida… E, o sonho eterno de adolescente Meu sorriso abismado em teus olhos Minha espada baixa a guarda… E, digo-te sussurrando: Eu também, na verdade de meus olhos Amo-te… E, baixo a guarda Nas asas rasantes de um Anjo Que nunca está ausente Baixo a guarda… E, uma folha seca diz-me: A Vida renasce no húmus da Terra… E, amo-te na luz eterna de uma estrela E, meus lábios pronunciam no silêncio do vazio: Amo-te… E, abro a caixa dos segredos do jardim da fraga Que existe em mim… onde a Excalibur aguarda… E, baixo a guarda da minha espada No malmequer que desfolhas E, baixo a guarda Na infinitude do beijo que dou! PauloMarçalo *do Miguel, António Duque
Pater. Para ti, para todos, a Arte deve falar, inquietando e despertando o sentir das relações transpessoais. Pela Arte percorremos caminhos humanos e divinos que se conjugam na sobriedade do viver as emoções. Esta exposição colectiva, tão pessoal e identitária nas técnicas, suportes e estéticas, é visceralmente transgressora da privacidade da Saudade, mostra-se tal antologia poética sobre o Pai: Como introito, os flashes de Lauren Maganete, numa fotografia feita Arte pela Arte do corpo masculino que dialoga... e a sensualidade sentida do quase toque, demiurgo quiçá, em objectos auto-transferidos da Márcia Ruberti. O exórdio de Nuno Fonseca, Ó Pai dá-me asas, colmatado com os transordinários cristos de Pedro d’Oliveira; a Paternidade que se reclama e urge num Tempo actual de reivindicação da pluralidade e singularidade que exige a premissa: Liberdade! Assim, chega-nos a Paternidade e os Bons Demónios, com os entes do de Matos Ferreira que se nos projectam, em pinceladas circulares, entes seus que também se tornam nossos... Obrigado. Mas se de duas consoantes se tratassem estas obras, o Peixe de Xavier seria tão-só o anaptíctico, adensando Memória da sua infância resgatada pela fantasia, que graciosamente desnuda... de si... num Tempo, entre pescarias e afectos, dando-se em formas e num esmalte singular, no plasmar resgatado do passado e de um País. E eis o In Nomine de Victor Costa: nominar numa corrente abstracta e figurativa, de um experiencialismo latente, onde o objecto interage com o leitor e o interroga! E sempre Abraxas, imagem gnóstica. E o Mundo observado pelo Criador... Antonino Neves remete-nos para a mística, num segundo de dúvida. Com ele, predicativos de uma apoteose do olhar: a mão do artista e a observação de cada um, desafiando-nos com melodias de uma prosa poética, despojada de artifícios ocos, narrando-nos Caminhos. Agora a Paternidade fecunda... o Amor, a sedução, o Segredo partilhado... Margarida Santos convocanos pela sensualidade de uma narrativa corporal ao mais íntimo... puro... num léxico sussurrado das Almas que inflamam para dar Vida, num despertar com rufos que a ninguém deixa ileso ou indemne. Deparamo-nos, em seguida, pela poesia do Experiencialismo, metáforas líricas, em Paper – Paulo Pereira – no existente minimalismo do Universo que edifica as grandes construções da Humanidade. O ponto final pertence à Arte Bruta em Fernando Barros: dilacera! O Rosto que confirma, reafirma, a tosca heroicidade do Homem. Qual Identidade. Pater! Pater! Dá-me asas...! J. M. Vieira Duque, 2019
Ó pai dá-me umas asas, 2014 Nuno Fonseca Acrílico sobre tela 1000X1000
Cristo, o pássaro e o arco-iris, 2017 Pedro d’Oliveira Óleo s/tela 1000x810
Cristo na Cruz, 2017 Pedro d’Oliveira Óleo s/tela 1000x810
Bons demónios 1, 2015 António de Matos Ferreira Acrílico s/tela 1200x800
Bons demónios 2, 2015 António de Matos Ferreira Acrílico s/tela 1200x800
Sem título, 2007 Xavier Cerâmica 430x490x280
In Nomine, 2016 Victor Costa Óleo s/tela 1000x1000
Criador, 1994 Antonino Neves Ă“leo s/tela 2000x1500
Segredo, 2002 Margarida Santos Escultura em bronze 700x580x250
Regra d’Ouro, 2019 Paper - Paulo Pereira Grafite s/tela 1000x800
AtĂŠ que a morte nos ampare 2, 2017 Lauren Maganete Fotografia com retoque e tratamento digital 780x1000
AtĂŠ que a morte nos ampare 1, 2017 Lauren Maganete Fotografia com retoque e tratamento digital 780x1000
Ex-Votos, 2019 Marcia Ruberti Objectos escultĂłricos em resina sintĂŠtica
“I’m not an abstractionist. I’m not interested in the relationship of color or form or anything else. I’m interested only in expressing basic human emotions: tragedy, ecstasy, doom, and so on.“ Mark Rothko
Na infinitude do beijo que dou, 2019 Fernando Barros Escultura sobre castanho e policromia a acrĂlico 440x395x255
Ficha Técnica: Organização: Vieira Duque Galeria de Arte e Cultura, Coimbra Curadoria: Vieira Duque, Conservador e Membro da Comissão Executiva Edição: Fundação Dioníso Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro Design: Joel Almeida Fotografias: Lauren Maganete Fundação Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro Artistas em exposição: Antonino Neves António De Matos Ferreira Fernando Barros Lauren Maganete Marcia Ruberti Margarida Santos Nuno Fonseca Paper - Paulo Pereira Pedro D’Oliveira Victor Costa Xavier Arte Popular: Carlos Dias Frederico Ferreira Júlia Côta Júlia Ramalho Prazeres Côta Sérgio Amaral Textos: Paulo Marçalo Vieira Duque
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