8 | Forum Estudante | nov’19
/Saberes
Clima
Xiuhtezcatl Martinez 19 anos, EUA
A greve estudantil pelo clima começou com Greta Thunberg e um cartaz, em agosto de 2018. Durante os meses que se seguiram, milhões de estudantes e simpatizantes da causa saíram à rua, solidarizando-se com a mensagem do movimento. Anos antes, em junho de 2015, o adolescente americano Xiuhtezcatl Martinez, então com 15 anos, discursava perante as Nações Unidas, alertando para a necessidade de “ação imediata” relativamente às alterações climáticas: “O que está em causa, agora mesmo”, realçou o jovem, “é a existência da minha geração”. Desde 2014, Xiuhtezcatl é o diretor do projeto “Earth Guardians” (Guardiões da Terra) – uma plataforma internacional que se define como um conjunto de “ativistas, artistas e músicos de todo o Mundo” com o objetivo comum de “colaborar para defender o nosso planeta”. De acordo com o site do projeto, existem equipas locais em 54 países, num total de 450 campanhas de ação direta que chegaram a um total de 53 milhões de pessoas. A organização ganhou notoriedade em 2015, quando 21 dos seus membros processaram o governo federal dos Estados Unidos da América, “exigindo mais esforços no que diz respeito à mudança climática”. A música é uma parte importante da ação deste adolescente: juntamente com o seu irmão (Itzcuauhtli Martinez) forma a dupla de hip-hop “Earth Guardians”. O seu primeiro álbum – Generation Ryse – assume como objetivo “emancipar a juventude para uma Terra sustentável”.
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Saúde
Amika George 19 anos, Reino Unido
@amikageorge @amikageorge
Em abril de 2017, a adolescente Amika George leu um estudo que revelava que, no Reino Unido, 1 em cada 10 jovens mulheres não tinha acesso a produtos de higiene íntima feminina – um fenómeno conhecido como period poverty (pobreza menstrual, numa tradução à letra). “Ainda há raparigas a faltar à escola devido este fenómeno”, escreveu Amika George, no início deste ano, numa coluna de opinião que assina no Guardian. Foi por essa razão que Amika decidiu começar o projeto #FreePeriods. Inicialmente, o objetivo passava por angariar 10 assinaturas numa petição para entregar à então primeira-ministra britânica Theresa May. Passadas algumas semanas, havia 2000 signatários da petição. Depois de um ano, o número de assinaturas aproximava-se dos 200 mil. Recentemente distinguida pela revista Time como uma das 25 adolescentes mais influentes do Mundo, Amika George continua a dinamizar a #FreePeriods, pressionando o governo britânico a implementar uma solução permanente (distribuindo tampões e pensos gratuitamente nas escolas). Em 2018, o governo britânico aplicou cerca de 1.700.000 para este objetivo. Um número que Amika diz “não ser suficiente”. Em entrevista ao jornal britânico Evening Standart, sublinha: “Precisamos de normalizar as conversas sobre menstruação, temos de aceitar os nossos períodos e de perceber que os nossos corpos devem ser celebrados por todas as coisas maravilhosas que fazem”.