18 | Forum Estudante | jan+fev’20
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Debates universitários
Ganhar pela força das ideias O Torneio Nacional de Debates Universitários (Tornadu) realiza-se, no Porto, entre os dias 21 e 23 de fevereiro. Sabe mais sobre esta atividade, conhecendo os seus benefícios e a forma como podes participar. “A ideia é mostrar, a partir de uma certa premissa, se ela é boa ou má”, reforça.
Como “aprender a pensar”
A palavra “torneio” ou poderá ser facilmente associada a imagens de esforço físico. Contudo, desde 2012, o Torneio Nacional de Debates Universitários (Tornadu) mostra como nem todas as competições fazem suar uniformes. Neste exercício, o objetivo é simples, explica o Conselho Nacional de Debates Universitários (CNADU), no seu site: através de argumentos, defender uma moção que poderá “propor uma alteração” ou fazer “uma declaração” sobre qualquer tema. “De certa forma, é um desporto. Intelectual, mas um desporto. Temos regras e treinamos”, explica a Presidente da Comissão Executiva do CNADU, Ana Cláudia Freitas, que sublinha: “Como em qualquer desporto, há pessoas com mais talento e qualquer pessoa pode melhorar através do treino”. O torneio segue o modelo competitivo British Parliamentary – a forma mais utilizada de debate académico. Quatro equipas de duas pessoas debatem uma moção, sendo que metade é a favor e outra metade contra. Cada participante tem direito a uma intervenção de 7 minutos. Será a performance agregada de cada equipa que decide o vencedor. Os participantes conhecem a moção e o respetivo tema em debate (bem como a sua posição) apenas 15 minutos
antes do seu início – tempo que utilizam para se preparar, sem recurso a meios eletrónicos. “Os debates não se focam no conhecimento sobre determinado assunto”, realça Ana Cláudia Freitas, mas sim “sobre o raciocínio”.
A partir do momento em que entrei nos debates, comecei a refletir sobre a informação de uma outra maneira. Esta é uma ferramenta que se pode levar para a vida. Ana Cláudia Freitas, presidente do CNADU
Bianca Francisco tinha 18 anos quando, acabada de entrar no Curso de Relações Internacionais no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), soube que poderia participar num debate universitário. O desejo de experimentar esta atividade era já antigo. “Durante o Ensino Secundário, gostava de debater ideias nas aulas sempre que possível”, conta. Por essa razão, assim que alguns colegas de curso referiram a possibilidade, aceitou imediatamente o desafio. Durante o seu primeiro debate, estava “um pouco nervosa, mas sobretudo entusiasmada”. No final, a experiência foi muito positiva, conta: “Foi muito divertido e gostei logo imenso”. Nesse primeiro debate, rapidamente foi confrontada com a necessidade de defender ideias com que não concordava totalmente. Algo que
Esta é uma forma de ganhar ferramentas que permitem outro tipo de participação cívica e política, bem como desenvolver competências pessoais. Aprendemos a pensar nas coisas. Bianca Francisco, estudante do ISCSP