Edicao 70

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entrevista

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na Secretária Nacional, nós temos uma preocupação, uma presença muito forte, até uma vocação também das nossas ações do semiárido brasileiro. E então, primeiro nós estamos presentes com os programas de acesso à água, isso tem possibilitado, por exemplo, depois eu vou comentar mais na frente. Vamos agora só fazer uma rodada, pra identificar os programas, depois a gente aprofunda. Mas, o programa, nós temos um programa de cisternas, onde a gente possibilita acesso à água das famílias pobres rurais no semiárido, a gente tem possibilitado, por exemplo, com o acesso a água, com as cisternas, às mães, às famílias, as pesquisas que nós temos contratado demonstram, que há um tempo, antigamente, era usado duas horas, várias horas na família pra buscar água, hoje as famílias tem usado para atividades produtivas, para ocupação produtiva, tanto é que, a partir dessa experiência de garantir cisternas para água, para o consumo, mas agora tomo com uma segunda área, que é segunda cisterna e com resultados belíssimos. As famílias estão produzindo alimento para o seu próprio consumo, inclusive com excelente (qualidade), aumentando sua renda, aumentando a dieta alimentar, enfim. Então assim, colocar, um mais evidente, pra gente fazer uma rodada, depois eu posso voltar e precisar mais. Mas, esses são os principais programas que tem demonstrado um enfrentamento da pobreza rural no semiárido brasileiro e resto das outras realidades, diversas realidades no norte do Brasil, enfim, Sul e Sudeste. Ronaldo Garcia: Bom, no que se refere ainda aos programas de transferência de renda, vale registrar que o Bolsa Família (BF) pode transferir recursos em valores variados dependendo da condição das famílias. Se a família tem filhos de idade escolar, aumenta a transferência. Hoje, o valor do benefício varia de R$36,00 ao máximo de R$ 200,00 reais. Já o Benefício de Prestação Continuada (BPC), transfere um salário mínimo mensal para idosos e deficientes muito pobres, podendo atender até duas pessoas por família. Realmente é uma transferência muito significativa, que altera a condição sócio–econômica e as condições de existência das famílias que recebem. Nós inclusive constatamos que idosos recebendo benefícios

de prestação continuada chegam a atrair de volta a casa os seus filhos e netos que não tem uma renda estável. Além do BF e do BPC, temos outro benefício de menor expressão, mas muito importante do ponto de vista de alterar condições para construir um futuro diferente, que é o Projovem Adolescente. O Projovem é um programa em implantação, executado por diversos Ministérios, a parte de atendimento aos adolescentes cabe ao Ministério do Desenvolvimento Social e alcança a mais de 600 mil jovens, sendo que até o final do ano devemos chegar a um milhão de jovens com uma bolsa de até R$ 100,00 reais, que permite que eles estudem e não se dediquem a atividades nefastas. Em janeiro de 2010 foi criada no MDS a Secretaria de Articulação para Inclusão Produtiva (SAIP). A Secretaria tem a pretensão de auxiliar o conjunto do governo na formulação de propostas e no desenvolvimento de umas poucas ações, com vistas a conceber métodos e estratégias viabilizadoras da inclusão no mundo do trabalho de forma mais estável e sustentável. O público das ações do MDS tem encontrado enormes dificuldades de ingressar no mercado de trabalho. O mercado de trabalho no Brasil é hoje muito exigente, seletivo, no mundo rural e, principalmente, no mundo urbano. O mundo rural cada vez mais exige conhecimento para operar máquinas complexas; assegurar a sustentabilidade ambiental implica também um volume crescente de conhecimento e informações. Nós estamos apoiando alguns poucos projetos de caráter tentativo, um processo de aprendizado, para termos metodologias apropriadas e podermos ofertá-las com vistas a conseguir uma boa articulação para a promoção de inclusão produtiva. Estamos pensando em percorrer diversos caminhos: apoiando produtor individual; as economias familiares; os empreendimentos alto-geridos e eventualmente capacitação para o mercado de trabalho, que é uma atribuição mais específica do Ministério do Trabalho. Nós temos hoje a seguinte situação: o Ministério do Trabalho cuida bem de emprego no mercado formal e todos aqueles que se encontram fora dessa condição de trabalhador formal ainda estão precisando ser devidamente apoiados www.iicaforumdrs.org.br OUTUBRO 2010

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