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EM FLORIPA

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Reedin

Reedin

Hoje vamos falar um pouco sobre o clima da região de Florianópolis. Quais são os principais eventos climáticos que controlam o clima local e geram ondas e ventos para a prática dos esportes aquáticos nas praias expostas da região leste e sul da Ilha de Florianópolis?

As praias da Ilha de Florianópolis são um importante palco para a prática de esportes aquáticos como okitesurf, o surf de pranchinha, longboard e bodyboard, bodysurf, natação, travessias, canoagem, standup paddle, entre outros. Para cada uma destas modalidades se requer uma condição minimamente boa para que a prática possa ocorrer. A intensidade e direção do vento, a altura, período e direção de ondas, a direção e intensidade das correntes, precipitação, descargas elétricas e até a temperatura da água são algumas das condições que precisamos estar atentos quando vamos praticar esporte aquáticos em praias expostas. Os sites e aplicativos de previsão são ótimas ferramentas para o planejamento do seu esporte, contudo, sozinhas, sem um conhecimento prévio sobre o que estas representam e as consequências locais destas condições, estas informações acabam sendo rasas e podem levar a erros de interpretação e escolha de locais. A busca pelas melhores condições para a prática de seu esporte preferido pode ser otimizada quando você passa a compreender como ocorre a interação

Oceano-Atmosfera, a dinâmica costeira, a influência da geomorfologia e o relevo da região costeira.

O litoral do Estado de Santa Catarina é considerado uma zona de transição climática por sua exposição às influências do clima temperado meridional, subtropical e tropical. Os ventos norte e nordeste são os mais frequentes e os do quadrante sul, os mais intensos. As ondulações provindas dos quadrantes leste e sul predominam na ilha e, eventualmente, ondas de sul podem apresentar altura significativa superior a 4 m (1).

O clima de Florianópolis é controlado por diversos sistemas atmosféricos semi-permanentes e efêmeros gerados em diferentes regiões do Atlântico Sul e continente Sul Americano. Neste artigo iremos falar sobre apenas dois sistemas, considerados os mais frequentes e importantes para a geração das ondas e ventos locais para a prática do KiteSurf: Os Ciclones Extratropicais do Atlântico Sul e o Anticiclone do Atlântico Sul ou Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS).

Os ciclones extratropicais são centros de baixa pressão atmosférica que se formam fora dos trópicos, em médias e altas latitudes. No Atlântico Sul, os ciclones extratropicais possuem sentido horário e costumam se formar no extremo sul do continente americano. Em geral, estes eventos são os responsáveis pelo vento sul forte que atua no litoral de SC e pelas grandes ondulações de sudeste e sul que chegam em nossa costa. Estes ciclones são efêmeros, com duração média de três dias e ocorrem ao longo de todo o ano. No entanto, durante o inverno, estes eventos são mais frequentes e intensos e o centro de geração se aproxima mais da região do Uruguai e Rio Grande do Sul, se deslocando em direção ao nordeste. Por serem efêmeros, intensos e geralmente formados mais próximos a nossa costa, as ondas apresentam períodos mais baixos, não sendo caracterizadas como Swell, mesmo quando possuem alturas significativas altas. Quando mais consistentes e intensos, estes podem gerar ondas de sudeste durante seu deslocamento em direção ao oceano com períodos um pouco maiores, acima de 10 segundos, caracterizando-as como Swell.

Já o Anticiclone do Atlântico Sul ou Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) é um grande sistema de alta pressão, com circulação anti-horária, que ocorre em caráter semipermanente sobre o sul do oceano Atlântico e exerce influência decisiva sobre o tempo e o clima em todo o Brasil. Durante o inverno, as temperaturas são menores sobre o continente, em consequência, a ASAS migra mais para o norte e fica mais próxima ao continente, exercendo pouca influência direta sobre SC. No verão, as temperaturas sobre o continente são maiores e a ASAS se desloca mais para a região sudeste-sul do país, se posiciona mais distante do continente e sua forma fica melhor determinada. Nesta época do ano, a ASAS possui grande influência sobre SC, gerando ondulações e ventos dos quadrantes Leste e Nordeste (2). A ASAS pode representar até 80 % das ocorrências de vento do quadrante Norte-Nordeste na zona costeira catarinense ao longo do ano (1).

Pessoalmente, gosto de acompanhar diariamente os eventos atmosféricos de grande escala (geradores das ondulações) utilizando o aplicativo Windy (windy.com). Neste aplicativo é possível verificar a previsão através de imagens geradas pelos principais modelos de previsão globais e também analisar as informações sobre pressão, ventos, ondas, temperatura, precipitação, entre outras por até 5 dias gratuitamente, mais que isso, o modelo perde bastante seu poder de previsibilidade.

Ao observar um sistema sendo formado é interessante verificar, com os diferentes modelos numéricos, a intensidade e direção dos ventos, o tamanho e tempo de duração da pista de atuação sobre o oceano, o deslocamento do sistema e a distância da costa. Esta análise prévia é bastante interessante, pois os modelos de ondas são gerados a partir dos modelos de vento, os quais são alimentados por dados de vento coletados. Ou seja, as informações sobre o vento são em geral, mais precisas que as informações sobre as ondas. Posteriormente, faço a análise numérica e gráfica dos dados no Windy e nos sites Windguru, Surfguru e Surfline. Cada um destes apresenta as informações de forma diferente, mas a base de dados é a mesma. Todas estas informações permitem que se tenha uma boa noção do que esperar para os próximos dias e auxiliam em muito o planejamento das atividades aquáticas em praias expostas de forma mais assertiva. Mas, lembrando sempre que são modelos de previsão numérica com base em dados coletados e, por vezes, pode haver alteração nas condições previstas.

Referências: BASTOS, C. C.; FERREIRA, N.J. 2000. Análise climatológica da alta subtropical do Atlântico Sul. INPE. Disponível em: http://mtc-m16b.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/ris@1915/2005/03.15.19.20/doc/Bastos_Analise%20climatologica.pdf MAZZER, A. M.; DILLENBURG, S. 2009. Variações temporais da linha de costa em praias arenosas dominadas por ondas do sudeste da Ilha de Santa Catarina (Florianópolis, SC, Brasil). Pesquisas Em Geociências, 36(1), 117–135. https://doi.org/10.22456/1807-9806.17880

Alex: – Estamos com a Alessandra Audino, uma das mais antigas velejadoras de Kitesurf de Floripa, que vai contar a sua história neste 20 anos de Kite, Ale?

Ale: – 21 anos de Kite vou fazer este ano. O Kite começou na minha vida faz 21 anos e comecei no WindSurf que velejei por 7 anos e quando eu conheci o Kitesurf não saí mais dessa vida e tornou-se uma paixão que faz parte da minha história, e faz mais da metade de minha vida que pratico esportes, e o Kitesurf mudou completamente o meu estilo de vida. O Kitesurf me faz rejuvenescer, ser criança novamete e é uma coisa que só sabe quem pratica o esporte, porque é uma sensação de bem estar, de prazer, de alegria, de felicidade e muitas coisas boas.

Alex: – E você dá uns voos muito altos e vira de cabeça pra baixo (referindo-me a foto da capa desta edição) e o que você sente quando faz essas manobras radicais assim?

Ale: –É uma sensação de liberdade, a sensação de poder voar num estado de “Flow” é o meu momento em que eu entro em conexão com o vento, com omar, com a onda e esse momento só eu sei o que está acontecendo ali por isso eu voo e gosto de voar!

Alex: – Você voa mas também gosta de velocidade, você é bicampeã do Floripa Foil Festival, você também gosta dessa adrenalina do KiteFoil?

Ale: – Faz 4 anos que eu pratico KiteFoil e já participei de vários eventos e competições e é realmente alta performance e velocidade, são campeonatos de regata, de quem chega primeiro. Participei do Campeonato Brasileiro de KiteFoil, na Praia Brava de Itajaí e fiquei em 3º lugar e no Floripa Foil Festival fui bicampeã na categoria feminina e fiquei em 3º lugar no geral, entre os homens de Kite tubular.

Alex: – Uau você em termos de velocidade também se supera...

Ale: – São duas modalidades tem o KiteFoil e o Kite Tubular, a diferença é que o KiteFoil parece o Parapente e o Kite Tubular é oKite normal que a gente usa com as bexigas pra inflar e ele é bem diferente. A minha categoria é no Kite Tubular.

Alex: – E qual foi o número do Kite que você usa na competição?

Ale: – Dependendo do vento vai Kite 10, 9 pra Foil, e com a bidirecional o Kite coringa é o meu 9 metros.

Veja o vídeo dessa entrevista que traz muito conteúdo sobre a velejadora AleKite, Coordenadora das Kitegirls Floripa!

Veja o Video da entrevista da Ale Kite, na Casa Di Praia Layback, numa conversa com uma amante do Esporte Kitesurf a Ale também criou e é a Coordenadora do @kitegirlsfloripa e Colaboradora da FLORIPAKITE

O Kitesurf e suas variações agrada desde a primeira sensação de andar sobre as águas do mar, de lago e o estilo de vida de quem veleja, segue os melhores ventos e momentos!

“ E o vento a Lê vou”

Veja essa série, da Alê Kite, de 13 Capítulos que mostram o Life Style (estilo de vida) de uma Avó, Mãe, Atleta, Campeã que se acostumou a se superar no Kitesurf e na sua vida. A direção é do Fotógrafo e Filmmaker Eduardo Campos.

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