Informativo Mais Mulher - Sistema Fiems

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Minas daMina Mulher no volante, veículo rosa-chocante Motorista personalizou betoneira na indústria onde trabalha

SENAI e Vale oferecem curso de operadora de mina apenas para mulheres


Lugar de mulher é

onde ela quiser Foi-se o tempo em que piadas dizendo que lugar de mulher era em casa ou na cozinha eram engraçadas – ainda bem! Em mais um 8 de março, sabemos que a luta continua para que as mulheres sejam respeitadas e aceitas nas mais variadas ocupações de trabalho, inclusive naquelas conhecidas como de predominância masculina, apesar de todos os avanços que tivemos até aqui. Segundo o Radar Industrial da FIEMS, na indústria de Mato Grosso do Sul, as mulheres conquistaram aproximadamente 5 mil novas vagas de emprego nos últimos anos. Neste período, o total de mulheres ocupadas na indústria sul-mato-grossense aumentou 18%, enquanto o número de trabalhadores homens cresceu 11%, na mesma comparação. Atualmente, a mão de obra feminina representa 25% de todo contingente ocupado nas atividades industriais que são desenvolvidas em Mato Grosso do Sul. São mais de 34 mil mulheres diretamente empregadas na indústria estadual e, em 25 municípios, a participação da mão de obra feminina é superior à participação média observada para o conjunto da atividade industrial em Mato Grosso do Sul. Com destaque para os município de Dourados, Sidrolândia, Aparecida do Taboado, São

Gabriel do Oeste, Itaquiraí, Bataguassu e Paranaíba. Para que esse número cresça ainda mais, algumas ações são necessárias. Neste informativo para “comemorar” o Dia Internacional da Mulher, mostramos a parceria entre a Vale e o SENAI de Corumbá para oferecer o curso de operadora de mina exclusivamente para mulheres, com a promessa de que as alunas que mais se destacassem pudessem conseguir uma vaga de emprego. Há ainda uma matéria sobre a “batoneira”, uma mistura de batom com betoneira, mostrando que mulher pode, sim, buscar a profissão que quiser, inclusive de ser motorista de betoneira e trabalhar numa empresa em que a maioria dos profissionais contratados é homem. Por fim, temos os desafios enfrentados pelas cinco gerentes do Sistema FIEMS. Mulheres que lideram equipes, trabalham incansavelmente para apresentar bons resultados e ajudar a desenvolver o setor industrial de Mato Grosso Sul. O que todas elas têm em comum? Sabem que lugar de mulher é onde ela quiser.


Lugar de

mulher é na indústria SENAI e Vale oferecem curso de operadora de mina apenas para mulheres. Primeira turma já formou 20 novas profissionais. Lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive na indústria. Foi com esse pensamento que a Vale procurou o SENAI de Corumbá para abrir a primeira turma do curso de operadora de mina, exclusivamente para mulheres. Dentro da carga-horária de 258 horas, as alunas aprendem desde as competências nas operações de movimentação de produto em mina, até a segurança nas operações. Além disso, recebem treinamento específico na condução de caminhões. Segundo a gerente do SENAI de Corumbá, Silvana Araújo de Barros, o curso é uma proposta inédita que tem como objetivo fortalecer a atuação das mulheres à frente de cargos operacionais dentro das indústrias. “Foi uma formação que trouxe oportunidade para alunas dentro de uma área de trabalho ainda pouco exercida por mulheres. Como foi um sucesso, ainda abriremos novas turmas em 2022”, afirma. O gerente executivo da Vale em Corumbá, Romulo Rovetta, afirma que uma das propostas da empresa em relação à qualificação de mão de obra feminina é promover a inclusão e a diversidade. De acordo com ele, há pelo menos dois anos isso vem sendo trabalhado de maneira mais eficaz na empresa, especialmente em relação aos postos femininos.


“Hoje, temos mulheres liderando setores importantes e sentíamos falta de mais operadoras. As mulheres têm uma atuação muito eficiente nesse aspecto e o apoio do SENAI tem sido crucial. É uma parceria importante e a empresa faz questão de participar de todo o processo, desde a capacitação, o acompanhamento dessa candidata até a contratação”, ressalta Rovetta. Ainda segundo o gerente executivo, em 2019, a mineradora em Corumbá anunciou a meta de dobrar a representatividade de mulheres na força de trabalho até 2030, passando de 13% para 26%. E aumentar a presença de mulheres em cargos de liderança sênior de 12% para 20%. No entanto, em 2022 as mulheres já representam 18,3% nas posições de liderança sênior e 18,1% do total da força de trabalho da Vale. Além de 41% das contratações de 2021 terem sido de mulheres, outro avanço foi a redução em 48% da taxa de desligamento voluntário de mulheres entre dezembro de 2019 e junho de 2021. “Isso indica que estamos construindo um ambiente de trabalho melhor para as mulheres, com mais possibilidade de desenvolvimento aqui na região”, destaca Rovetta. MAIOR PARTICIPAÇÃO - Os números revelam que o ambiente industrial tem se tornado aos poucos mais atrativo para as mulheres. De acordo com o Radar Industrial da FIEMS, atualmente, a mão de obra feminina representa 25% de todo contingente ocupado nas atividades industriais desenvolvidas em Mato Grosso do Sul. São mais de 34 mil mulheres diretamente empregadas na indústria estadual. Apenas nos últimos dez anos, as mulheres conquistaram aproximadamente 5 mil novas vagas na indústria. Nesse período, o total de mulheres ocupadas na indústria sul-matogrossense aumentou 18%, enquanto a mão de

obra masculina cresceu 11% na mesma comparação. No segmento da mineração, houve um aumento significativo da participação feminina durante a última década. Elas eram 8% do total de trabalhadores e hoje representam 11% da força de trabalho. Em números absolutos, saíram de 155 trabalhadoras para mais de 300. Somente Corumbá representa 55% do total de mulheres trabalhando na mineração. ORGULHO QUE VIRA INCENTIVO – Entre as formandas da primeira turma do curso de operadora de mina, oferecido pelo SENAI de Corumbá em parceria com a Vale, Gabriela Maria Silva é uma das que mais se destacou e, de quebra, garantiu uma colocação na mineradora na função de operadora de equipamentos pesados na área operacional. Profissional, mãe, esposa e apaixonada pela vida, ela sempre sonhou em ser motorista de caminhão e viu a oportunidade aparecer com a formação. “Fui selecionada entre as 19 alunas que concluíram o curso e agora faço parte de uma empresa que acreditou em mim e em outras mulheres que também sonhavam em atuar nessa área. Me sinto muito feliz e realizada, honrada por fazer parte desta família. A cada dia cresço mais como profissional e como mulher guerreira que sou”, declara. Com o lema “lugar de mulher é onde ela quiser”, Gabriela incentiva outras mulheres com seu exemplo, e complementa dizendo que vale a pena acreditar nos sonhos e lutar por cada um deles. “Digo a todas as mulheres para nunca desistirem dos seus sonhos. Estudem, se qualifiquem e busquem o crescimento a cada dia. A mineração um tempo atrás era uma área onde havia mais homens e hoje é diferente, as mulheres também atuam e estão cada vez mais presentes na indústria, com seu trabalhado e dedicação reconhecidos e valorizados”, finaliza.


Mulher no volante,

veículo rosa-chocante Lidiane da Silva sempre sonhou em ser motorista e personalizou betoneira na indústria onde trabalha Imagine a cena: você vira a esquina e se depara com um caminhão rosa-choque transitando na avenida. E não é um caminhão qualquer, é uma betoneira com cabine estilizada em cores vibrantes – o que torna tudo ainda mais inusitado. A curiosidade pela história nos leva a conhecer Lidiane da Silva, que dirige a betoneira pelas ruas de Campo Grande. Aliás, betoneira não, “batoneira” – apelido carinhoso que surgiu da junção de betoneira com batom. Lidiane tem 43 anos e é motorista profissional com habilitação categoria “D” para conduzir caminhões, tratores e outros veículos. Há cinco meses trabalha na Concreteira Bramix, atendendo canteiros de obras com concreto pronto na capital sul-mato-grossense. Ela conta que a paixão por caminhões vem desde a infância, por influência da família. “Meu pai é motorista, e eu fui criada praticamente dentro da cabine do caminhão. Sempre que podia, eu estava na estrada com meu pai, e toda vez que podia, eu pegava o caminhão. Acho que daí que surgiu todo esse amor que eu tenho”. Apesar de Lidiane ter conquistado por méritos próprios seu espaço profissional, não são raras as vezes que enfrenta desconfiança, preconceito e machismo em um universo tão masculino. Mulheres representam apenas 0,5% do total de caminhoneiros do país, segundo


estimativa da CNT (Confederação Nacional do Transporte). “Já escutei muitos questionamentos, como ‘seu lugar não é esse, ‘o que você está fazendo aqui?’. Alguns param para ver se eu vou conseguir estacionar o caminhão, se vou conseguir colocar na posição certa. Os que estão mais próximos de mim são os que mais criticam. Mas como eu gosto dessa profissão e é algo que vem do coração, então eu sigo em frente”. Lidiane não se intimida com os olhares atravessados e exerce a profissão com orgulho. Os colegas de trabalho e o patrão reconhecem a competência dela na função, algo que a faz se sentir acolhida na empresa. “Ela é bastante dedicada, a gente percebe que o acabamento do trabalho é mais caprichoso”, conta o diretor da empresa, Paulo Honório. Foi ele quem teve a ideia de personalizar o caminhão com a pintura rosa-choque, após procurar por quase dois anos uma motorista para ocupar a cabine. A propósito, também foi Paulo Honório quem apelidou o veículo de batoneira. “Todo mundo pode ter um caminhão rosa, mas só nós temos a ‘batoneira’”, diz o diretor. Quando convidada a refletir sobre o papel da mulher no mundo do trabalho, Lidiane é taxativa: “Lugar de mulher é onde ela quiser. O céu é o limite”. Ela aproveita a data para deixar uma mensagem de empoderamento a todas as mulheres. “Não deixem ninguém te segurar. Vá em frente, mesmo que você escute inúmeros nãos. Vá em frente, siga o seu sonho, procure os seus objetivos, não olhe para trás, porque se você olhar para trás, você volta. Um passo de cada vez. Você consegue”.


Poderosas

chefonas Elas fazem a diferença! Cláudia Pinedo Zottos Volpini, Lenise de Arruda Viegas, Milene de Oliveira Nantes e Silvana Gasparini são empresárias e ocupam cargos na Diretoria da FIEMS, contribuindo ativamente para o desenvolvimento do setor industrial de Mato Grosso do Sul.

Diretoras e gerentes do Sistema FIEMS comentam sobre os desafios de ser mulher em cargo de liderança

Além delas, o Sistema FIEMS também conta com muitas outras mulheres que se desdobram para apresentar bons resultados e, assim, apoiar a indústria do Estado, como as gerentes Ana Elizabete de Lima Garcia, Ana Paula Dantas, Cecilia Fraga Rezina, Jackeline Magalhães e Silvana Barros.

Apesar de ocupações bastante diferentes, todas têm em comum o desafio de liderar equipes. Confira como cada uma entende como é ser mulher no ambiente de trabalho:

Estou na administração da Cerâmica Volpini desde 1986, depois que me casei, a convite do meu marido. Não era algo que eu almejava, mas foi uma forma de ajudá-lo e se tornou minha profissão. Ainda hoje acho engraçado a surpresa das pessoas quando falo que sou dona de uma indústria de cerâmica, porque costumam pensar que eu produzo artesanato, já que não é comum vermos mulheres administrando grandes empresas. No entanto, acredito que competência não depende de gênero e qualquer um pode ocupar a posição que desejar, com dedicação, disciplina e vontade.” Cláudia Pinedo Zottos Volpini, vice-presidente da FIEMS e proprietária da Cerâmica Volpini

Pude acompanhar todas as transformações pelas quais a sociedade passou com relação ao papel da mulher no mercado de trabalho e me alegra ver o espaço que conquistamos. As mulheres estão presentes em praticamente todos os setores do mercado. Formam-se, capacitam-se e especializam-se. Empreendem e assumem cargos de liderança. Com isso, participam cada vez mais ativamente do crescimento econômico do país. Que nesse Dia da Mulher todos possam refletir sobre o papel crucial da mulher na sociedade e se solidarizar pelas lutas e desafios que enfrentam. Todos só têm a ganhar com isso” Lenise de Arruda Viegas, diretora da FIEMS e proprietária da Confecção Universal


Milene Nantes, diretora da FIEMS e proprietária do Laticínio Tradicional Desde pequena, sempre fui estimulada a ser independente. Isso me deu a força necessária para que hoje eu assuma as negociações na empresa. O setor do leite sempre foi dominado por homens. Já sofri preconceito, mas também já recebi muitos elogios, e com o tempo fui ganhando o respeito de todos. Vejo que houve uma mudança. Já faço negócios com produtoras rurais e empresárias. As mulheres se superaram, conseguem desempenhar qualquer atividade e são independentes. Acredito que isso só tem a aumentar”

Comecei no IEL há 10 anos como estagiária. Ao longo dos anos tive a oportunidade de passar por todas as áreas, participando de diversos projetos. Trabalhei com profissionais maravilhosos que são parte da profissional que sou e hoje tenho o privilégio de gerenciar o IEL”

Jackeline Guimarães, gerente de Gestão e Negócios do IEL

Nós mulheres temos condições de trabalhar e cumprir os desafios de qualquer profissão, lembrando que ninguém faz nada sozinho. Eu sou o que sou porque tenho comigo pessoas competentes e o apoio de todas as áreas do Departamento Regional. Isso faz toda diferença”

Silvana Barros, gerente do SESI e do SENAI de Corumbá

Silvana Gasparini Pereira, primeira-secretária da Diretoria da FIEMS e proprietária do Laticínio Imbaúba Sou de uma geração de transformações políticas, sociais, econômicas e familiares. Nesse cenário, a mulher vem ganhando espaço rapidamente. A adaptação não foi fácil. Um verdadeiro desafio! Minha formação é na área da psicologia e precisei buscar conhecimento na área financeira e administrativa. Abracei, junto com meu marido, a ideia de investir na indústria acreditando no crescimento do setor e buscando minha própria realização. A psicologia nunca foi esquecida. Apesar de trabalhar com números, o olhar feminino sensível e empático está sempre presente: olhar para o outro”

Eu prezo muito pela gestão de pessoas e sempre tive um excelente relacionamento com todas as equipes das quais eu fui líder. Aqui no SENAI não é diferente. Lidero com compromisso e dedicação ao nosso trabalho, então é maravilhoso estar no comando das equipes. Sinto-me realizada e tenho prazer de fazer o que faço”

Ana Elizabete de Lima Garcia, gerente de Gestão e Negócios do SENAI de Aparecida do Taboado

Sinto que represento uma parcela das mulheres, porque não é fácil estar no cargo que estou, em um ambiente onde a maioria dos cargos de chefia são ocupados por homens. Então, acredito que estou representando todas que almejam chegar ao mesmo lugar que eu”

Ana Paula Dantas, gerente de Comunicação e Marketing da FIEMS

Não é difícil alcançar uma liderança. É preciso escolher um espaço de trabalho em que haja equidade, ser consciente das suas qualidades, do seu potencial e, claro, ter sabedoria e equilíbrio”

Cecilia Fraga Rezina, gerente de Mercado do Sistema FIEMS


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