Livro Festival Multiplicidade_2008

Page 1


astrar para receber informações sobre o projeto multiplicidade. J @ fantastic….. CC @ que barato. parabéns pelo projeto. L @ ok, fechado OS RITMISTAS E EU. dia 14. Oba vou adorar!!!!!!!!!!!!!!!!! Beijos B @ m tempinho que não entrava. Tá lindo demais! Amei! Fiquei até emocionada de ver o projeto caminhando de vento em popa! A identidade, os vídeos, a navegação... tudo no site está perfeito! Parabéns para nou realidade e que agora só faz crescer, e crescer! Bom demais! Boa sorte sempre!!!!! Tô achando que esse é o seu ano, hein?! X @ Foi ótimo! O cara realmente é muito interessante e articulado. Me fez nte comigo. B @ Olá! gostaria de receber informações sobre o projeto e saber como posso participar. Valeu, JV @ A Palestra do Peter G foi sensacional! Abrs. MR @ Massa! Eu curto o Greenaway, engraçado do Sul. Massa! R @ Oh meu deus! Melhora o tempo todo! RM @ Olá Multiplicidade, adoro ver o Multiplicidade e gostaria de fazer parte da mala-direta de vocês para receber sempre informações. Como faço sucesso e tudo de bom!! Abraços, EL @ Eu consegui assistir aos dois eventos, a tempo e a hora. Melhor, impossível! Aproveito para elogiar a qualidade do evento. Além do palestrante ser brilhante tudo , projeção, tudo perfeito! Só queria saber como o pessoal conseguiu desmontar 5 telões depois das 23 hs e instalar um outro para as 10 h da manhã do dia seguinte. A equipe está de parabéns! Também enas de pessoas com conforto e segurança oferecendo um espetáculo de qualidade merece a nossa admiração. Congratulações a toda equipe e a Oi. JLL @ AMEI!!!! Saudades!!!! XN @ looks great, thanks aying Bluray from the projection both and Mat played audio live. MF @ Ola queridos! Tudo bem? Que máximo essa novidade, hein? Várias atrações internacionais, teatro novo... só coisas boas! Parabéns! dia 16 de dezembro, né? Mas saibam que vão contar com a nossa presença! Beijinhos XN @ Feliz 2009 para você tambem e parabens pelo sucesso em 2008. Foi ótimo ver o crescimento do Multiplicidade ndo desde inicio de dezembro, ja montando o cenario do nosso show do Cirque. G @ my brazilian friends! i hope you had a nice christmas and new years evening and that most of your wishes will come going back there is definitely on my wish-list for 2009! i hope we will stay in touch, and if you ever need a couple of clones in golden suits you know where to get them:-) best wishes. M/ PN @ Oi Batman! útimo final de semana. Ele disse que é bom demais! Vale dar uma olhada... e quem sabe ele não se apresenta no Multi. Beijos XN. Takagi Masakatsu > http://www.takagimasakatsu.com/ @ Se há alguém or conseguir trazer trabalhos importantes contando com muito esforço pessoal, em primeiro lugar. Quando fomos ao Rio, foi isso que vimos. Sentimos sua falta. Abcs que Tom Zé lhe manda e eu também, bemorar com os amigos queridos o meu niver no Barril, em Ipanema, a partir das 20H30M. La te espero! Beijo, A @ UAU! Que bárbaro! UAU! Fui abrir o meu e-mail e encontrei essa programação bár-ba-ra! e na Itália?) dá gosto ver essa turma do OI Futuro e seus parceiros. Êta gente danada de boa! Beijos, A @ Estamos todos muito orgulhosos pelo nosso show, conseguimos fazer tudo o que nos propusemos assistir o que foi gravado pelo pessoal da casa para podermos editar uns vídeos e mostrar pra todo mundo nosso showzão! EC @ Muito bom o retorno com o Arnaldo! Special. RI @ Que isso, hein? Peter dade no Casa Grande!!! Dá pra comprar adiantado? hoje a noite vou dar um pulinho no teatro pra comprar pro D-Fuse. LB @ Não consegui comprar pelo site... Ainda tem algum ingresso peu comprar?? Me iplicidade =) T @ Obrigado mais uma vez, nossa apresentação no Multiplicidade foi histórica, pena q perdi minha camera com as fotos. Outra coisa, como fazemos para ter acesso ao material gravado por ntem, triste por não poder ir pela situação caótica da cidade, como vocês devem ter visto nos jornais ontem e hoje. Já soube que foi MAIS um sucesso. Parabéns, parabéns, parabéns. Vocês são incríveis - e H @ Multiplicidade - Imagem - Som – Inusitados, Muito obrigada por me manter informada sobre vocês. Acho genial. Continuem mandando. GH @ Thank you too - for a wonderfull treat in Rio! I hope we oportunidade de participar do Multiplicidade, me amarrei muito em fazer a apresentação, como sempre disse e não canso de repetir: o Multiplicidade é o evento mais legal do Rio, parabéns mais uma vez! nto de encerramento, por favor poderia reservar um par de ingressos para o Casa Grande. MG @ e ai? quando vou tocar no Multiplicidade? ;-)))))))))) MM @ Repasso aqui uma boa dica para essa terça. zer que cheguei ao teatro às 20h45, como combinado, mas já estava a maior loucura e não deu pra encontrar ninguém. Te chamei pelo rádio uma vez, mas achei que não era conveniente insistir no meio o ótimo. Confesso que não gostei de tudo que vi, mas mesmo aquilo que de que não gostei, foi bom ter visto. Sacou? Se ainda quiser minhas impressões sobre este projeto adorável, é só me falar.…. realmente m recesso podemos até pensar em um vinho, não? Um beijo PF @ Estou indo finalmente para o Brasil em Maio e fico até Novembro. Até agora tenho workshops e gigs marcados em Brasília e Belo Horizonte. entre músicos, performers e visuais. Acho que pode ser muito interessante e ter resultados inesperado. Estou levando todo meu material e equipamento; ready to rock! Como estão seus planos? Poderia stão de calendário dos shows do multiplicidade. pode remandar em outro formato, por favor? recebeu a ficha técnica para inclusão no catálogo? obrigado, desde já, e abraço RG @ Muito boa a vinheta de os. Queria ver com você algumas ideias de grupos para este ano. Tentamos nos falar estes dias? abraços, PA @ Dear Batman, Thank you so much...Netmage was fantastic...Ciao to the whole family! AL @ arei de viagem na véspera do Peter Greenway, e estou há uns dois dias tentando comprar antecipado pela net. O site não fecha a compra, e estou vendo os lugares irem embora a cada dia. Cara, imagino er o saco com isso. Mas gostaria de saber se vc pode deixar dois ingressos RESERVADOS para mim. Faço questão de pagar, mas não consigo fazer a compra daqui, e estou a alguns mil km de distância. Se www.multiplicidade.com a de adquirir que não seja o ticketronic? Obrigado e grande abraço! B @ Dear Batman and Chico, First of all we wish you all a healthy & fruitful new year! You can download photographs (45 info@multiplicidade.com MB ZIP-file) k to our stay in Rio with great joy, and hope to come back! We are now working on the new Peter Greenaway VJ Performance, and will of course be happy to bring it to Rio. We are open for any additional ith your thoughts we would appreciate it. All the best from a freezing Amsterdam ;-)). Best regards, RK @ Olá……estou dentro! MC @ Our sincere thanks for your great hospitality and fantastic organisation. rn. Let’s shake Rio in 2009 again! PG @ Pena não ter tido mais tempo pra trocar figurinhas com vc e sua turma. Queria ter mandado esse email há séculos atrás, mas estou reestruturando a vida depois de vídeo. Agora estou como freelancer e portanto com muito mais flexibilidade de trabalhar em outros países e com outras pessoas. Estou vendo se vou ao Brasil pro Carnaval. Sei que é em cima da hora, vesse a possibilidade de uma colaboração entre nós. Aguardo sua resposta, Grande abraço, VR p.s. Adorei seu catálogo do Multiplicidade, muito bem pensado e montado! @ onde vai ser? PR @ how’s going member if I left you my material or not, dvds and infos folders, eventually I’d like to send it to you to show you my work and keep in touch for future projetcs... Please let me know as soon as you can and Good to hear from you. yes this is fine, do you want any other material from us? did you get the vj book in the end? MF @ great you are doing a Book-DVD!! I will check if sebastian has any copy in Buenos doesn t have we can ask to send a DVD to brazil no problem...when is the deadline? let s speak soon...CC @ Susanna, vcs chegaram a produzir o piloto? Posso ter uma cópia p/ nosso arquivo? Bjs BZ @ eu fico babando com a programação do Multiplicidades todas as vezes que recebo. Então, posso enviar pra vc uma mídia com algumas composições só que já alteramos muita coisa então não seria igual ao tado nos balões” ? não entendi direito...Se quiser me avise, ok? Grande abraço, GF @ Presença confirmada GM@ A minha amiga AL me passou o seu contato, ela nos apresentou na edição de reestréia do uito rapidamente. Então, gostaria de te enviar o CD da minha banda, o NAYAH, para sua apreciação, pois temos interesse em participar do evento. Achamos que o Multiplicidade se encaixa perfeitamente osso som e nosso show, um público que nos interessa e seria uma experiência interessante na nossa trajetória como artistas. Em anexo envio o release da banda, escrito pelo C do Globo. Para onde posso atenção, um abraço JP @ Acho muito importante a existencia de um projeto como esse, e gostaria de parabeniza-lo. Se possivel for, contribuir de alguma forma ao projeto, pode contar com a minha ajuda. sentar para conversar! Abs EC @ tudo bem? conforme conversamos, estamos produzindo um piloto para o canal GNT/Globosat chamado “A vida em Technicolor”. O programa vai abordar as mudanças otidiano. Nosso objetivo é realizar uma matéria no Oi Futuro sobre a proposta do espaço cultural que utiliza a tecnologia como suporte principal. A idéia é ouvir a opinião do público sobre o lugar e também obre uma nova forma de arte que surgiu com o aparecimento das tecnologias. Para ilustrar esse tema, queremos falar do Multiplicidade (conceito, forma de realização, bastidores e etc). Para isso, seria arquivo do evento em alta definição. Se você puder, para nós o ideal é gravarmos seu depoimento na terça-feira, 21( horário a combinar). E se for possível, gostaríamos que as imagens de arquivo do esta semana. Desde já agradeço por tudo! Aguardo seu retorno e me coloco à disposição para quaisquer esclarecimentos. abraços, SL @ Bacana, as fotos são bem legais! Estou providenciando o HD e vou m material muito interessante sobre o Multiplicidade. beijos e obrigada pela colaboração! C @ Olha fiquei triste com a falta de planejamento na tradução, nem todos tem um inglês tão fluente para entender Beijos, LK@ Oi, LK. Muito obrigado pelo comentário sincero. Na verdade, tivemos um tradutor de última hora obrigado a substituir um profissional que acabou cancelando conosco momentos antes do a partir de um determinado momento o próprio Peter Greenaway optou por continuar sem a tradução, nos deixando de mãos atadas. Sinto muito. Da próxima vez isso não irá acontecer. CL @ Dando uma eríamos 4 nomes: eu, Theiza, Marcela (minha filha) e Danielle. Se não der, ok. Compro na porta na hora do evento. RL @ acho o Multi do caráleeeo… Lagriminha escorrendo de saudade, BP @ Bonne Année x - Yes We can 09 GB @ Batman, se há alguém com motivos para bater palmas no final do ano é você. Parabéns por conseguir trazer trabalhos importantes contando com muito esforço pessoal, em primeiro


Curadoria

Batman Zavareze


S

ingular e plural. Ano após ano, é impressionante como o Multiplicidade_Imagem_Som_inusitados consegue fazer conviver esses opostos. Singular a cada encontro com o público. Plural, variado, múltiplo, na riqueza e diversidade da programação. O projeto entra em seu quarto ano de vida, conseguindo ainda fazer a diferença no panorama cultural carioca, sempre buscando novos ângulos sobre a relação entre música e arte digital. O ano de 2008 marcou a expansão do Multiplicidade para o teatro Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro. Mesmo em um teatro para quase mil espectadores, manteve-se outra característica especial do projeto: o equilíbrio entre um grande espírito de ousadia e um irresistível clima de audição. As edições especiais acabaram também por fazer diferença no calendário da temporada, cravando, sem exagero, marcos na história cultural recente do Rio, com apresentações do coletivo audiovisual inglês D-Fuse, da lenda multimídia Peter Greenaway e do grupo de noise e artes plásticas Chelpa Ferro – essa última com participação especial do maestro Jaques Morelenbaum. Neste livro, em edição bem cuidada, está um registro do que passou pelos dois palcos – o do Oi Futuro e o do Oi Casa Grande –, com imagens que atestam tudo o que falamos aqui. São flagrantes dos espetáculos que captam – até onde a imagem estática pode capturar – a singular pluralidade do projeto. Para quem esteve em algum deles, ótimo motivo para rever. Para quem não esteve, inspiração para se agendar para a nova temporada. Em 2009 o que o Multiplicidade tem a oferecer? “Nosso desafio como projeto cultural é não estagnar. É expandir e proporcionar espetáculos que experimentem sempre novas linguagens, explorando os limites da arte digital”, promete o designer Batman Zavareze. Palavra do curador. E compromisso do Oi Futuro.

Maria Arlete Gonçalves

Diretora de Cultura do Oi Futuro

05


Peter Greenaway


Sinestesia s.f.

(sXXcf.AGC) 1 PSIC relação que se verifica espontaneamente (e que varia de acordo com os indivíduos) entre sensações de caráter diverso mas intimamente ligadas na aparência ( p.ex., determinado ruído ou som pode evocar uma imagem particular, um cheiro pode evocar uma certa cor etc.) 2 ESTL cruzamento de sensações; associação de palavras ou expressões em que ocorrem combinação de sensações diferentes numa só impressão. ETIM gr. sunaísthesis, eos ‘sensação ou percepção simultânea’, prov. por infl. do fr. synesthésie (1865) PSIC ‘num mesmo indivíduo, fenômeno de associação constante de impressões vindas de domínios sensoriais diferentes’; ver 1sin-e-estesia. HOM cinestesia (s.f.) PAR cenestesia (s.f.) Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Objetiva, 2001, 1ª edição, Rio de Janeiro

O

Festival Multiplicidade_Imagem_Som_inusitados é um canal efervescente para disseminar ideias, espaço para vivenciar novos estímulos sensoriais. O contexto audiovisual aqui é palco para reflexões e redescobertas, em meio a uma abundância informativa à qual somos submetidos. A incorporação do “tudo” — na cena, na atitude, na performance, no comportamento, na criação e na execução — exige uma alta capacidade de reprocessamento. É constante revisão de conceitos. É absorção da soma de linguagens, estranhamentos e investigações.

09


Som

N

este momento, nos perguntamos a partir de uma temática recorrente em nosso ano de 2008, barulho é música? Os sons urbanos, os ruídos dos objetos ou as falas das pessoas são? O mundo tecnologizado oferece uma série de ferramentas sedutoras e capazes de emancipar alguns “sons” e gerar novas percepções. Um dos maiores desafios é ouvir um campo sonoro mais amplo e sensível.

É parar, fechar os olhos e ver até onde pode-se escutar. É ouvir a vibração do grave com a caixa toráxica. John Cage (1), compositor norte-americano (1912-1992), disse:

“Os sons que a gente ouve são... Música.”

1) John Cage foi um compositor musical cujo trabalho consistia principalmente em tentar nos livrar dos sons tradicionais, das harmonias, melodias e ritmos, oferecendo uma experiência do som livre, sem qualquer tipo de dependência. É o compositor da famosa peça 4’33”, pela qual ficou célebre. Composta em 1952, a peça consiste em 4 minutos e 33 segundos de silêncio absoluto, uma música sem uma nota sequer.

10

D

o silêncio ao barulho se estabelece o aproveitamento de uma paleta cognitiva ilimitada, imprecisa e infinita de rumos sonoros a serem observados. O Multiplicidade dialoga com curiosidade a questão sonora, da melodia ao abstrato.

Ao lado, “Silêncio”, poesia de Arnaldo Antunes.


Imagem

P

aradoxos sonoros à parte, o Multiplicidade não é menos ótico por mergulhar nesta discussão. É cinema, também, muito além da tela branca, pois é uma caixa preta de visualidades e interpretações. São paisagens do imaginário que suscitam novas sensações. O diretor francês François Truffaut assistia aos filmes das primeiras filas, o mais próximo possível da tela, porque sentia assim “poder entrar nos filmes”. Vendo (ver-vendar-vender) percepções subjetivas únicas, arrebatadoras, provocativas, maduras e muitas vezes inconclusas, sabemos que a busca é por experiências, sem pretensões de ser consenso, no gosto e na temática do que é exposto. É adentrar na diversidade.

Tom Zé disse:

“Corra riscos, seja como for.” João Cabral de Melo Neto disse:

“Fazer no extremo, onde o risco começa.”

O

Não É Estanque. É Vivaz. É Tátil/ Visual/ Auditivo. Vem ao encontro da tridimensionalidade dos sentidos, para quem quer dar sentido aos sentidos.

Multiplicidade é um laboratório artístico que busca romper distâncias entre palco-plateia. Ao contrário do que pode parecer, é inclusivo porque condensa a vontade de compreender e sentir novidades, alterando as leituras óbvias sentidas. 13


T

emos um formato de Festival incomum: de maio a dezembro produzimos espetáculos singulares intervalados, o que nos permite construir cenários, experiências inusitadas e criações artísticas únicas entre imagem e som. Tudo isso num repertório plural inclassificável. Estabelecemos um diálogo que reúne arte visual e experimentos sonoros em apresentações multimídia, já que a tecnologia e sua incessante renovação fazem parte conceitual de nosso DNA. No início, a ideia era propor um projeto cultural com regularidade no Rio de Janeiro para fomentar a produção artística de conteúdo digital. Inauguramos em 2005, junto com o espaço cultural Oi Futuro, o que nos permitiu evoluir arriscando. Hoje, anos depois, conquistamos um espaço importante na cena nacional e internacional. Em 2008, ampliamos nosso alcance em busca de conhecimento com participações especiais no Festival Netmage, em Bolonha, e no Festival Mapping, em Genebra. Porém temos consciência de que ainda temos muito a percorrer, principalmente quanto ao debate com nosso público, ao processo laboratorial dos espetáculos e à pesquisa tecnológica constante. Somos plataforma de uma cadeia produtiva entre artistas, público e produção. Trabalhamos com provocação, experimentação para sentir coletivamente a sustentabilidade do pensamento destas novas mídias. Sabemos que a arte digital pode gerar resultados surpreendentes. Este é o principal combustível do festival: vivenciar novas conquistas, amadurecer, crescer e oferecer um legado. Para isso, o parceiro Oi Futuro se posiciona de forma incomparável, apostando desde a primeira hora na inquietante busca por uma discussão sólida e duradoura da evolução da cultura digital. Neste momento queremos refletir uma única questão: não existem mais barreiras para a arte digital. É a época de ouro dos “ProAms”, citando o conceito cunhado pelos ingleses Charles Leadbeater e Paul Miller(2): profissionais que não conseguiram (ou nem desejam) ser cooptados pelo “mainstream” e recorrem a meios livres e independentes como YouTube e MySpace para divulgar suas produções. Tempos atrás, soava inverossímil imaginar que um dia a intocável indústria musical seria abalada por um garoto de 19 anos, quando em setembro de 1999 o americano Shawn Fanning criou um programa que popularizou o compartilhamento de arquivos MP3 entre internautas do mundo inteiro: o Napster. Esse é um dos muitos exemplos que confirmam usuários como os novos protagonistas da vez nos democráticos canais da mediasfera.

2) Charles Leadbeater é um autor inglês ligado à internet e à tecnologia da informação. Seu último livro, We-think, explora o novo fenômeno da criatividade de massa em sites como YouTube, Wikipedia e MySpace. O livro, que, numa versão preliminar, foi aberto para críticas e revisão do público, argumenta que a participação será a ideia-chave na sociedade do futuro.

15


O Multiplicidade se denomina assim porque é imerso na era em que vivemos, o reflexo do intercâmbio entre a rabeca e a pick-up, a poesia e o eletrônico, o lápis e a internet. Por isso, perseguimos ser plural e singular. As possibilidades da arte em busca de linguagens originais, autorais e autênticas geram uma discussão ilimitada, não para mudar o mundo, mas para transformar nossa percepção de como vê-lo. Em 2008, o festival recebeu artistas internacionais da Inglaterra, do País de Gales, da Dinamarca, da França, da Argentina e da Suíça, além das atrações nacionais de artistas de São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, representando nossa amplitude de linguagens. No teatro do espaço cultural Oi Futuro foram realizados dez espetáculos com conteúdos abrangentes, que contemplavam desde as poesias e as experimentações sonoras de Arnaldo Antunes junto às imagens da fotógrafa e artista plástica Marcia Xavier, estreia de 2008, até a complexa operação sonora dos brinquedos-instrumentos do Pan&Tone, gaúcho pioneiro na cena de circuit bending nacional. Em parceria com a artista visual e curadora Vivian Caccuri e o consulado dinamarquês, trouxemos o homem-banda Prins Nitram. O artista dialoga ao vivo, com humor e originalidade, com as próprias projeções, expondo o ponto de vista de um país pouco visto por nós. A paisagem musical dos nordestinos Cabruêra ilustrada pelo fotógrafo Augusto Pessoa; o balé digital interativo do coletivo francês Petahertz; a metalinguagem libertária, do cinema ao Second Life, proposta pela dupla suíço-brasileira Michel Favre e Fabiana de Barros, demonstram a riqueza de nosso repertório.

O

antropólogo Hermano Vianna(3) defende que a “TV do futuro” vai estar inserida entre muitas janelas, fragmentadas em discussões simultâneas, alimentada por novos autores que estarão compartilhando interesses comuns. A partir dessa prática, constrói-se um novo olhar em múltiplos meios. Peter Greenaway, convidado especial do festival em 2008, se diz extremamente seduzido pelas telas de celulares, porque vê ali a possibilidade de atingir milhões de espectadores numa velocidade ímpar, números inatingíveis no cinema convencional. Conclusões? Não há. Tudo ainda está por vir. “Estamos na pré-história da era tecnológica...”, reflete o advogado e pesquisador Ronaldo Lemos (4).

O Festival Multiplicidade_Imagem_Som_inusitados iniciou uma nova fase com as edições especiais de 2008, realizando grandiosos concertos no Teatro Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro. Sem abdicar da casa intimista de onde somos originários, o teatro Oi Futuro, ocupamos também um espaço dez vezes maior, para mil pessoas. O coletivo inglês D-Fuse, Peter Greenaway e Chelpa Ferro junto a uma orquestra regida especialmente por Jaques Morelenbaum inauguraram nosso mais novo desafio, reverberando nossa mensagem junto ao movimento artístico construído através de mais de 60 espetáculos, nos últimos quatro anos.

3) Um dos idealizadores do projeto colaborativo Overmundo, Hermano Vianna é antropólogo, curador de festivais de música, criador de programas para TV sobre o Brasil “real” e autor dos livros O Mistério do Samba e O Mundo Funk Carioca.

Multiplicidade é igual a: 91% Transpiração 09% Outros fatores (inspiração, criatividade, paixão e pura sorte)

4) Ronaldo Lemos é diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro. Especialista na questão dos direitos autorais, dirige o Creative Commons Brasil e é um dos idealizadores do Overmundo.

Batman Zavareze

curador artístico do Festival Multiplicidade_Imagem_Som_inusitados.

17


Chelpa Ferro


MULTI 0226 de junho CABRUÊRA & AUGUSTO PESSOA “VISAGEM”

Arthur Pessoa voz, escaleta, violão Chico Correa programações, sampler Leo Marinho guitarra Pablo Ramires bateria, percussão Edy Gonzaga baixo, voz Augusto Pessoa fotografias www.myspace.com/cabrueramusic www.augustopessoa.wordpress.com

I MULTI 0129 de maio ARNALDO ANTUNES & MARCIA XAVIER

A

presentando-se com o auxílio de efeitos, samplers e playbacks em algumas faixas, além do acompanhamento de Marcelo Jeneci na sanfona, violão e teclados, Arnaldo Antunes parece brincar com as palavras, essas que são a sua principal matéria-prima. Músico, compositor, poeta e artista plástico de meios e mídias variadas, Arnaldo declama, fala, berra, canta, entoa ou sussurra, acrescentando com esses recursos múltiplas sugestões de sentidos aos poemas que apresentou nesta performance inédita, diametralmente oposta à turnê de seu trabalho convencional. Dialogando com a ação, que também incluiu o uso de alguns objetos (letras de metal, cartazes, rádio de pilha, uma luminária mapa-múndi em forma de globo, tinta fluorescente), a fotógrafa e artista plástica Marcia Xavier produziu uma ambientação cênica com vídeos e imagens manipuladas ao vivo.

Arnaldo Antunes voz, programações Marcelo Jeneci sanfona, violão de aço, sintetizadores, programações Marcia Xavier cenário e projeções

nspirado no “Manifesto Antropofágico” (1928), de Oswald de Andrade (1890-1954), o grupo paraibano Cabruêra se propõe a absorver as mais diversas informações musicais, “digerindo-as e vomitando-as emolduradas com recursos tecnológicos”. Em outras palavras, Cabruêra é coco, embolada, ciranda, maracatu e outras influências do folclore sonoro do Nordeste brasileiro, misturados com tons contemporâneos de funk, rock e música eletrônica. Um bem azeitado caldeirão de ritmos que já os levou a dezenas de festivais de música na Europa. As pequenas bandeirolas geométricas agrupadas em camadas para criar profundidade foram o suporte encontrado para projetar as premiadas fotos de Augusto Pessoa, primeiro lugar no Prêmio Abril de Fotojornalismo 2008 na categoria Ensaio Fotográfico. As imagens eram trocadas somente com a mudança de cada uma das 12 músicas apresentadas, dando uma valoração ao registro imaginário, épico e lúdico do sertão, um lugar cheio de sensibilidade e diversidade cultural de seus personagens, com paisagens pitorescas que revelam uma paleta de cor marcada pela seca. As 2500 bandeirinhas brancas de papel, referência à tradicional Festa Junina da Paraíba, geravam uma visão mais abstrata do sertão, remetendo inclusive ao universo de Volpi (1896-1988), pintor modernista ítalo-brasileiro.

www.arnaldoantunes.com.br

Os vídeos eram projetados numa grande tela que, refletida em outras duas paredes laterais de espelhos medindo 4x4 metros, suscitava uma viagem ótica, um infinito jogo de imagens que se voltavam sobre elas próprias. A base da apresentação foi a performance “Nome”, de 1993, uma das principais referências de trabalhos multimídia naquela década no Brasil. Resultado da união entre livro, vídeo e disco, o projeto iniciava uma nova fase artística na carreira de Arnaldo e solidificou ainda mais seu viés experimental. Além do trabalho musical solo e suas composições, Arnaldo Antunes expõe em outros meios, como em antologias poéticas, nacionais e internacionais, e exposições de artes plásticas. Marcia Xavier trabalha com Arnaldo Antunes desde 2003, quando fez as imagens do livro de poesias “ET Eu Tu”, lançado pela Cosac Naify. Desde então, Marcia — que tem obras expostas em Cuba, México, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Bélgica e nas principais galerias de arte do Brasil — vem assinando suas capas de disco e cuidando do contexto visual dos seus shows. 22

23


MULTI 0324 de julho PRINS NITRAM (Dinamarca)

DOGMA DO CIRCUIT BENDING POR REED GHAZALA, CRIADOR DO MOVIMENTO

N

o dia em que sua banda não apareceu para ensaiar, o dinamarquês Prins Nitram tomou uma decisão que mudaria sua carreira para sempre. Multi-instrumentista, Nitram (Martin, seu real nome, ao contrário) demitiu os músicos e assumiu, com o apoio da tecnologia, todos os instrumentos musicais. Ao vivo, antes de iniciar cada canção, Nitram sampleia as batidas e os demais acompanhamentos. Com as bases devidamente prontas, o homem-banda assume os vocais, o baixo ou a bateria (algumas vezes assumindo esses dois instrumentos simultaneamente) e dialoga com imagens pré-gravadas dele mesmo no ciclorama tocando guitarra, xilofone, teclado, violão e uma sinfonia de assobios. Desse encontro entre o Prins real e seus vários “clones” projetados sai uma fusão bem grooveada (e humorada, por que não?) de jazz, rock e folk. A banda de clones virtuais faz uma composição complementar e precisamente sincronizada do que está sendo encenado no palco, explorando as dimensões acentuadas entre o real e o digital de forma surrealista, às vezes criando efeitos de seu rosto fragmentado como num caleidoscópio.

MULTI 0428 de agosto PAN&TONE

1 - Todos os projetos devem ser alimentados por bateria. 2 - Manter as coisas simples: trabalhe com um pequeno número de circuitos simples e conceitos que podem ser combinados com riqueza permutativa, fáceis de entender e rápidos de começar. A ideia é fazer sons interessantes o mais rápido possível. 3 - Manter o custo baixo: você não precisa de um laboratório de eletrônica completo, somente um ferro de solda, algumas ferramentas manuais e alguns brinquedos. Focando em brinquedos e outros equipamentos eletrônicos simples, nós também minimizamos a ameaça de “prejuízos” nos imprevisíveis dias iniciais de exploração. 4 - Não há um jeito certo.

A

utodidata, possuindo apenas frações de teoria eletrônica e um enorme senso de aventura, o gaúcho Cristiano Rosa, mais conhecido como Pan&tone, desenvolve e modifica instrumentos eletrônicos em busca de novas sonoridades, técnica conhecida mundialmente como circuit bending. Em poucas palavras, circuit bending é o ato de provocar curto-circuito em dispositivos audioeletrônicos de baixa voltagem. Pedais de guitarra, baterias eletrônicas, brinquedos infantis e até mesmo sintetizadores são manipulados e transformados com o objetivo de gerar sons especiais e exclusivos. Cada peça alterada se transforma num objeto único com programações que reproduzem o acaso. Em uma mesa de cinco metros de comprimento com dezenas de baterias de nove volts, um emaranhado de cabos P2 e P10, sucatas eletrônicas variadas, sintetizadores e muitos brinquedos — tanto os de R$1,99 de qualquer mercado popular quanto algumas peças raras adquiridas em leilões no eBay — Pan&tone criou uma verdadeira sinfonia abstrata onde não faltaram barulhos e ruídos, propondo uma nova percepção do que é ou pode ser música. Microcâmeras e câmeras operadas ao vivo transmitiam em close-up imagens para as telas translúcidas sobrepostas do cenário, revelando todo o detalhamento de movimentos de Cristiano nesta peça eletroacústica.

Prins Nitram voz, guitarra, baixo, bateria, violão, programações, samplers Martin Jorgensen vídeo www.prinsnitram.dk/nitram

24

Cristiano Rosa brinquedos que emitem sons, pedais e sintetizadores modificados sob circuit bending www.panetone.net www.myspace.com/panetone

25


MULTI 0525 de setembro RABOTNIK

MULTI 0630 de outubro PETAHERTZ (França) “AMIBES/ANOMALA”

Visualmente, o Rabotnik se utiliza de um sistema artesanal e analógico para promover a retroalimentação em TVs — câmeras de vídeo que filmam a própria TV. Outro objeto cenográfico de bastante impacto são os “pixeladores”: caixas de madeira com uma malha simétrica de pequenos retângulos, cobertas com papel vegetal aplicadas sobre telas de TVs de plasma, que, como o nome diz, tornam a imagem pixelada. Além dos pixeladores, o palco, num determinado momento coberto com uma tela de veludo vermelho, separava a banda do público com projeções ralentadas quase abstratas, ampliando a percepção de uma audição mais imersiva. 26

www.petahertz.eu

I

dealizado e dirigido pelo francês Stefáne Perraud, o Petahertz é um coletivo de arte digital que promove espetáculos interativos a partir de pesquisas nesta linha tecnológica. Suas performances e instalações já participaram de importantes festivais europeus como Emergence à La Villette, Les Nuits Blanches à Paris, Tilt Festival, além de mostras nos centros culturais Mains D’Oeuvres, Le Steim, La Scène National de La Chartreuse e Le Cube.

F

ormado em 2004 pelos membros do Binário, Eduardo Manso e Estevão Casé, o Rabotnik é um grupo de música que alterna apresentações ao vivo com a produção de trilhas sonoras. Além do repertório autoral que prima por músicas instrumentais viajantes e sensoriais na linha pós-rock, o grupo costuma homenagear em seus shows grandes compositores de trilhas sonoras cinematográficas, apresentando ao público algumas das obras de Ennio Morricone (Sergio Leone), Nino Rota (Federico Fellini), Angelo Badalamenti (David Lynch), Krzysztof Komeda (Roman Polanski), entre outros.

Stéfane Perraud som, vídeo, animações interativas Malena Beer dança

Eduardo Manso guitarra, sampler Estevão Casé guitarra, sintetizador, clarinete Bruno Di Lullo baixo Daniel Romano guitarra, sintetizador Rafael Rocha bateria Paulo Camacho iluminação e edição de vídeo PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: Silvia Machete voz www.myspace.com/rabotnikrabotnik

A interação entre homem e máquina é o tema principal de “Amibes/ Anomala”, espetáculo em dois atos que o Festival Multiplicidade trouxe com exclusividade ao Brasil. No primeiro ato, o público assiste a um vigoroso balé de dança contemporânea. No palco, os movimentos solitários e sensuais da dançarina argentina Malena Beer se complementam com as cenas urbanas projetadas. Já no segundo, o corpo nu de Malena Beer vira alvo de bolas vermelhas projetadas. Através dessa espécie de “vestido virtual”, a bailarina interage com outras formas, agora, projeções de bolas azuis, que incorporam formatos orgânicos diversos ativados por sensores que captam seus movimentos e reações. Mesmo em desenvolvimento, “Amibes/ Anomala” já aparenta uma linguagem amadurecida e bastante autoral. O projeto, que faz parte de uma residência no Le Cube, importante centro de arte digital francês, foi construído através do software Max/ MSP, que promove ambientes flexíveis para criação de áudio e multimídia. 27


MULTI 0727 de novembro FABIANA DE BARROS & MICHEL FAVRE (Brasil/Suíça) “ÇA VA? TUDO BEM? um ‘Remake’ De ‘One Plus One’, de Jean-Luc Godard” Fabiana de Barros arte, concepção e operação Second Life ao vivo Michel Favre arte, concepção e mixagem audiovisual ao vivo DJ Digital Francis DJ no Second Life VJ Raphael Jansen VJ no Second Life Ramiro Luis Torres realização no Second Life www.fiteirocultural.org

PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS: MC Rabú Gonzalez poesia Heitor Pitombo (Bulldog) voz, baixo Nino Grandi (Bulldog) vocal/ voz, guitarra André Bava (Bulldog) bateria

MULTI 0809 de dezembro TONY DE MARCO & MARCELLO ROSAURO “SÃO PAULO NO LOGO”

E

m “One plus one”, longa-metragem de 1968 do cineasta francês Jean-Luc Godard, as imagens capturadas em estúdio durante a gravação de “Sympathy for the devil”, clássico absoluto dos Rolling Stones, servem como pano de fundo para abordar de forma experimental toda a questão política que permeava o mundo no final dos anos 60, com discussões sobre a democracia, o papel da mídia tendenciosa, discriminação racial e sexual. Criado pela artista plástica Fabiana de Barros e pelo cineasta suíço Michel Favre, “Ça Va?” (Tudo bem?, em português) recria o universo de “One plus one” na plataforma 3-D virtual Second Life, provocando um instigante exercício de metalinguagem e discussão do que é real e do que é virtual. No palco, enquanto uma banda “cover” toca a música dos Stones como se estivesse ensaiando em seu estúdio (da mesma maneira que no filme), um MC de hip-hop adapta para os dias de hoje o texto original dos Panteras Negras presente na obra de Godard. Em paralelo, uma festa acontece ao vivo no Second Life com um DJ de Nova Iorque tocando para centenas de pessoas/ avatares que acompanham a performance em seus computadores. As imagens geradas pelas câmeras do teatro eram enviadas em “real time” para o Second Life. E vice-versa. Fabiana de Barros é artista plástica, e o seu atuar artístico tem características com um alto teor reflexivo pela forte expressividade e pelo uso de vários recursos multimídia, como fotografia, vídeo, colagem e internet. Michel Favre é cineasta e desenvolve obras que aproximam a representação do cinema clássico da arte contemporânea, extrapolando seus próprios meios.

28

A

té o início de 2007, a cidade de São Paulo era uma das megalópoles mais visualmente poluídas do mundo. A partir da implementação da polêmica Lei Cidade Limpa pela prefeitura da cidade, incontáveis letreiros foram retirados, toneladas de estruturas metálicas foram desmontadas, e milhares de outdoors, apagados. De uma hora para outra a cidade se tornou ausente de uma interferência descontrolada de publicidade e comunicativos visuais. O tipógrafo, fotógrafo, ilustrador e VJ Tony de Marco registrou esse momento histórico, e rapidamente suas fotos ganharam o mundo.

Tony de Marco VJ, grafite digital Marcello Rosauro DJ

No Multiplicidade, Tony apresentou a versão-espetáculo de “São Paulo No Logo”, projetando em três telas as fotos animadas do ensaio (com e sem efeitos de VJ, que eram manipulados ao vivo pelo software Modul8) e até mesmo grafitando digitalmente nas agora limpas empenas e fachadas através de uma caneta-laser especial. O acompanhamento sonoro ficou a cargo do designer interdisciplinar Marcello Rosauro, que, com um laptop rodando o software Ableton Live, realizou “mashups” de funk carioca com hits dos anos 90.

www.myspace.com/tony_de_marco www.myspace.com/copacabanafunkclube

Desde 2001, Tony de Marco atua na intervenção urbana através de experiências com stickers, grafite, LEDs e materiais alternativos. 29


MULTI 0910 de dezembro JOÃO BRASIL “CORTA&COLA”

J

oão Brasil é cantor, compositor, multi-instrumentista e produtor. Compulsivo pesquisador do universo pop, João faz músicas bem-humoradas e sarcásticas muitas vezes sob bases de funk carioca, uma de suas grandes influências.

Após ter lançado um disco em que utiliza mais de 130 samples diferentes em apenas nove músicas ou “mashups”, João Brasil desenvolveu especialmente para o Festival Multiplicidade um projeto audiovisual chamado “Corta & Cola”. Livremente inspirado nos quatro movimentos do cultuado disco “A love supreme”, obra maior do saxofonista americano John Coltrane, João mergulha em suas referências musicais eletroacústicas e minimalistas (Varese, Cage, Glass, Reich) desenvolvidas ainda como estudante na Berklee School of Music, em Boston, Estados Unidos, e realiza colagens sonoras e visuais com vídeos retirados do YouTube. Utilizando laptop (Ableton Live), uma MPC e controladores do videogame Wii, João Brasil vai do som mais atual, “cool” e “hipster” dos blogs de MP3 ao mais brega dos clássicos do hit parade nacional, sempre em versões inéditas. Literalmente um control C e control V. Para salientar a quantidade colossal de informação que absorvemos diariamente em sites como o YouTube, foi criado um mosaico em cada uma das cinco telas do cenário, reproduzindo em diferentes escalas cada um dos vídeos mostrados. Juntas, eram cerca de 500 imagens repetidas simultaneamente atraindo o olhar do espectador, referência direta à cacofonia visual dos tempos atuais que nos exigem ver – sentir – entre muitas janelas. João Brasil som, vídeo

30

www.myspace.com/joaobrasil

MULTI 1011 de dezembro LABORG “LIVELAB A/V”

L

aborg é formado por um grupo de profissionais ligados a vídeo e fotografia que se juntaram para experimentar uma forma de vj’ing analógico, ao vivo. Desde 2005, o coletivo vem realizando estudos imersivos a partir do tema “água”, controlando tecnicamente da captura de imagens até as projeções e evoluções causadas pela reação de substâncias comuns entre líquidos. Vestidos de jaleco branco tal qual cientistas químicos, os membros do Laborg montam um verdadeiro laboratório em cena, se utilizando de pepitas, tubos de ensaios junto a câmeras de vídeo digital com lentes macro, filtros diversos e kits de luz dedolight. Recursos para registrar e ampliar as imagens das combinações entre água, óleos, pigmentos, mercúrios e outros elementos fluidos. As paisagens que se formam e se modificam organicamente lembram ao mesmo tempo ambientes microscópicos, o interior de órgãos do corpo humano, assim como o macro de galáxias e buracos negros.

Charles de Oliveira Laborg Pablo Zurita Laborg Fernando Yuji Added Laborg Marcelo Zaccariotto Laborg Alexandre Gonçalves Laborg PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS: Rafael Define direção de fotografia Zé Nigro trilha ao vivo www.laborg.com.br


MULTIPLICIDADE EDIÇÕES ESPECIAIS


#1 LEFT SCREEN

AUDIO SET UP

VIDEO SET UP

MULTI 0114 de outubro D-FUSE (Inglaterra) “LATITUDE [31º10N/121º28E]”

#2 RIGHT SCREEN

13-14 GREAT SUTTON ST. LONDON EC1V 0BX. UK. [T]+44 [0]20 7253 3462 [W] WWW.DFUSE.COM [E] INFO@DFUSE.COM

2614 - MULTIPLICIDADE LATITUDE V1.0

KEY SUPPLIED BY RIO SUPPLIED BY D-FUSE OPTIONAL CABLES COMPOSITE S-VIDEO MISC CABLES SUPPLIED BY D-FUSE

MONITORS SUPPLIED BY RIO DVJ PREVIEW

MONITORS SUPPLIED BY RIO

V4 MIXER LEFT PREVIEW

V4 MIXER RIGHT PREVIEW

DVJ PREVIEW

DVD PREVIEW

COMPOSITE

COMPOSITE/S-VIDEO

AUDIO FEED FROM MIXER TO LAPTOP

S-VIDEO

1 2 3 4

21.0

20 51 81 300

P 12

1 2 3 4

P 12

100.10

21.0

231

20 51 81 300

100.10

231

3_DVD PLAYER

7_DVD PLAYER

SUPLIED BY D-FUSE -

11_AUDIO CARD SUPLIED BY D-FUSE

2_POWERBOOK SUPLIED BY D-FUSE

BASE L MASTER

SUPPLIED BY RIO 4_V4 MIXER LEFT SUPPLIED BY RIO

5_V4 MIXER RIGHT SUPPLIED BY RIO

-

1_PIONEER DVD-J SUPPLIED BY RIO

6_PIONEER DVD-J SUPPLIED BY RIO

BASE L MASTER

BASE R MASTER

PLAYS 1 MINUTE FAST

8_CD PLAYER B/U SUPPLIED BY RIO

9_AUDIO MIXER SUPPLIED BY RIO

10_POWERBOOK SUPLIED BY D-FUSE

RÉSUMÉ 1954, ASSINADO POR DEBORD E FILLON

(POTLATCH, N. 14, NOVEMBRO 1954):

F

undado nos anos 90 por Michael Faulkner, o trabalho multidisciplinar do coletivo inglês D-Fuse abrange diferentes mídias: design, arquitetura, instalação, fotografia e vídeo. Em comum a todas, o uso de alta tecnologia. O D-Fuse é considerado um dos fundadores da cultura VJ no mundo e é de sua autoria a mais importante obra impressa sobre o assunto: “VJ: Audio-Visual Art and VJ Culture”. Gerada a partir de um apoio do British Council e do Arts Council inglês, a performance audiovisual “Latitude” é uma exploração quase que cinematográfica do cotidiano da China. Filmada durante três meses nas cidades de Xangai, Cantão e Chongqing, a performance, claramente inspirada na prática situacionista da deriva* (técnica do andar sem rumo influenciado pelo cenário), vagueia por todo tipo de mapa urbano, do íntimo e mundano ao grandioso e tecnológico. Ao invés de uma edição frenética tão comum à cultura VJ, “Latitude” se apresenta com imagens plácidas e contemplativas. A performance busca a criação de um retrato de cidades em crescimento (Chongqing é hoje a megalópole que mais cresce no mundo) e nos aponta para a suspensão do olhar para novas descobertas, visto que a China é um país cheio de estereótipos e referências marcantes para o espectador ocidental. Num palco com 23 metros de abertura e sete metros de altura, foram dispostas no cenário duas telas que, somadas, tinham 12 metros de comprimento. Utilizando softwares e recursos de sincronia entre elas, as telas funcionavam com imagens distintas, porém complementares, e outras vezes como uma grande vista única em formato panorâmico. Extrapolando qualquer relação entre os limites de suporte do cinema tradicional, o coletivo inglês utilizou durante a narrativa de sua apresentação placas de Led fragmentadas nas paredes laterais do teatro, dispostas em até 12 metros de altura. O espetáculo vai além do que se vê, promovendo percepções sensoriais valorizadas por tonalidades sonoras graves que estremeciam o ambiente.

“As grandes cidades são favoráveis à distração que chamamos de deriva. A deriva é uma técnica do andar sem rumo. Ela se mistura à influência do cenário. Todas as casas são belas. A arquitetura deve se tornar apaixonante. Nós não saberíamos considerar tipos de construção menores. O novo urbanismo é inseparável das transformações econômicas e sociais felizmente inevitáveis. É possível se pensar que as reivindicações revolucionárias de uma época correspondem à ideia que essa época tem da felicidade. A valorização dos lazeres não é uma brincadeira. Nós insistimos em que é preciso se inventar novos jogos”.

Douglas Benford (si-cut.db) música Toby Harris projeções www.dfuse.com

35


P

eter Greenaway tornou-se conhecido mundialmente pelos filmes que realizou entre as décadas de 80 e 90, como “O Cozinheiro, o Ladrão, Sua Mulher e o Amante”, “Afogando em Números”, “O Livro de Cabeceira” e “8 Mulheres e Meia”. Sua plasticidade muito particular é alvo de inúmeras reflexões estéticas, além de várias teses acadêmicas sobre a sétima arte que reservam capítulos diferenciados para o imaginário barroco de Greenaway.

MULTI 0218 de novembro PETER GREENAWAY (País de Gales) “TULSE LUPER VJ PERFORMANCE”

Peter Greenaway projeções DJ Radar música

Mesmo possuindo um indiscutível currículo como cineasta, Greenaway foge de toda e qualquer especialização artística, o que ele chama de “uma aberração na história da criatividade”. Apesar da explícita inspiração em pintores renascentistas — Veermer, Caravaggio, Velázquez e Rembrandt — é na obra de “artistas multimídia” que Greenaway constrói seu pensamento. Em suas entrevistas, o galês sempre cita artistas que fugiam das restrições inventivas de suas criações e atuavam em diversas áreas, como Michelangelo (14751564) e Lorenzo Bernini (1598-1680), verdadeiros artistas multimídia muito antes de o termo ter sido popularizado. Dessa forma, Greenaway transita em diversas áreas e aposta num novo cinema que interage com o uso mais amplo das novas tecnologias. Segundo o multiartista, o cinema como nós o conhecemos está morto. Ele afirma que não faz mais sentido continuarmos sentados em salas escuras depois de mais de cem anos da invenção do cinema, absorvendo passivamente o que é projetado. Sempre transgressor — na forma e no conteúdo — ele defende um novo caminho para a “ideia da tela emancipada” e com isso promove uma peregrinação para discutir o desencanto com o cinema e o enfraquecimento do seu significado. Debates polêmicos se iniciam a partir de suas óperas-instalações, sempre ousadas e ambiciosas, onde se envolvem impacto visual e sofisticação intelectual. “Tulse Luper”, obra majestosa de Greenaway tida por críticos especializados como a grande obra multimídia do século XXI, é pintura, cinema, televisão, website, Second Life, vídeos para telefonia móvel, videogame, livro, exposição, ópera, palestra e performance de VJ, as duas últimas apresentadas no Multiplicidade e que correspondem precisamente ao espírito híbrido, inquieto e multifacetado do festival. Em “Tulse Luper VJ Performance”, Greenaway cria uma modalidade imersiva e eletrônica de cinema não linear, inspirada em sua inabalável confiança na arte do futuro, especialmente no diálogo com as novas tecnologias. Ele desafia o feio (o caótico parece exuberante) expondo o bizarro e o estranho sempre organizados pela obsessiva estrutura numérica de catalogação. Para contar a história de Tulse Luper (alter ego de Greenaway), escritor e projetista que nasceu em 1911 no País de Gales e desapareceu em 1989, depois de passar anos entre prisões, Peter Greenaway se utiliza de uma interface de alta definição “touch screen”. O sistema é um elaborado aparato tecnológico desenvolvido pela empresa holandesa BeamSystem para reelaborar ao vivo os filmes e histórias que envolvem o personagem, suas 92 malas e objetos pitorescos reunidos — e aparentemente desconexos. As apresentações de “Tulse Luper” não seguem padrões visuais na concepção cênica. No Multiplicidade, três telas foram posicionadas no palco e outras duas fora dele, na parte superior do teatro; todas elas curvas em pequenos ângulos como um semicírculo. As grandiosas telas recebiam imagens no formato 16:09 de projetores de alta definição com conteúdo HD (High Definition). No dia seguinte, o Multiplicidade promoveu uma palestra ministrada por Greenaway sob o tema: “O cinema está morto. Vida longa ao cinema”. Ali ficou clara toda a contextualização evidente em que o artista extrapola limites utilizando técnicas sofisticadas, narrativas complexas, desafiando o próprio meio no qual trabalha.

37


MULTI 0316 de dezembro CHELPA FERRO & JAQUES MORELENBAUM

“A AUTÓPSIA DA CIGARRA GIGANTE” UM ESPETÁCULO EM DUAS PARTES: 1ª PARTE “VALE O ESCRITO”

COLAGEM MUSICAL: CHELPA FERRO

2ª PARTE PERFORMANCE CHELPA FERRO

A

ssim como em 2005, ano de estreia do Multiplicidade, o Chelpa Ferro foi convidado pela curadoria a encerrar a programação do festival. Dessa vez, com a participação de uma orquestra regida especialmente pelo maestro Jaques Morelenbaum. As trajetórias individuais dos artistas plásticos Luiz Zerbini (pintura), Barrão (escultura, design gráfico e videografismos) e Sérgio Mekler (editor de filmes) formam a soma dessas habilidades distantes em busca por experiências limítrofes e convergentes, trabalhando com o transbordamento de estímulos sonoros e visuais. Referente às performances do Chelpa Ferro, o crítico e curador Moacir dos Anjos, no recente livro publicado sobre o coletivo, afirmou que: “O Chelpa Ferro não propõe uma unificação dos sentidos com que se apreende o mundo, limitando-se a indicar a possibilidade de traduzi-los uns nos demais, sem hierarquias definidas e de forma inescapavelmente truncada. Em vez de advogar o apagamento das diferenças entre as faculdades do olhar e da escuta, o que o grupo faz é oferecer, a quem se aproxime de seus trabalhos, um embaralhamento sensorial.” O grupo, que transita entre peculiares timbres ruidosos da música e a arte visual contemporânea, possui um extenso currículo ligado tanto a performances quanto ao circuito de artes plásticas, nacional e internacional, expondo objetos e instalações. A “Autópsia da Cigarra Gigante” é um espetáculo dividido em dois atos que reúne num primeiro momento desconstruções de música clássica – Schubert, Mahler, Mozart, Wagner, Beethoven, Mendelssohn, Mussorgsky – repaginadas numa colagem inusitada arregimentada pelo maestro Morelenbaum, que regeu uma orquestra de 16 virtuosos músicos tradicionalmente acostumados a palcos de grandes sinfonias. O segundo ato apresentou os três integrantes do Chelpa Ferro por detrás de uma cortina translúcida de vual preta de 8 x 6 metros, aumentando a imprevisibilidade e o panorama lúdico projetado neste suporte. As muitas projeções de trabalhos clássicos do Chelpa se unem a instrumentos-objetos, esculturas com estranhos nomes, como “Bina”, “Máquina de Costura”, “Guitarrinha” e “Ruim”, além de uma centena de incensos que acendem uma bateria gigantesca, a “Moby Dick” — escultura que com vários tambores, pratos e bumbos contrapõe simbolicamente tudo até então apresentado: a imagem da não emissão de som, de um providencial e instantâneo silêncio. Mesmo assim, o silêncio da “Moby Dick” não apaga o volume ofertado ao longo dos 40 minutos de perfomance, ficava ali, aberto, um novo espaço para um prenúncio de novo intenso barulho.

ORQUESTRA: Jaques Morelenbaum regência José Alves arregimentação Silvia Braga harpa Sérgio Naidin tímpano João Carlos Raimundo dos Santos trumpete Adriano Garcia de Lima trombone Eliézer Rodrigues da Silva tuba Kátia Pierre da Costa Medeiros flauta piccolo Eliezer Antonio dos Santos oboé e corno inglês Moisés Antonio dos Santos clarineta e clarone Marcio Zen fagote e contrafagote Philip Doyle trompa Daniel de Souza Filho trompa Bernardo Bessler violino Maria Christine Spriger viola Jorge Kundert Ranevsky violoncelo Denner de Castro Campolina contrabaixo Eliseu Moreira Costa percussão Barrão Chelpa Ferro Luiz Zerbini Chelpa Ferro Sergio Mekler Chelpa Ferro Jaques Morelenbaum orquestração e regência Automática produção Luiza Mello coordenação de produção Julio Callado assistente Chelpa Ferro Zé Luiz Joels iluminação Gustavo Moura vídeo Antoine Midane som Mauro Bianchi monitor Daniel Carvalho mixagem

39






“Visagem é a visão que transcende a imagem. Visagem é imaginário, imaginação e criatividade. Numa única palavra, visagem é o ver além da paisagem.” Augusto Pessoa













E

ntendemos por live media: 1) utilização de plataformas eletrônicas, digitais ou análogas para gerar interação de imagens e som consistente em elementos visuais e áudio. 2) inclusão do “ao vivo” (ou randomness) como em qualquer tipo de performance. 3) Jogando com estímulos, o que se cria na experiência live media é um “privilégio de variação” que, em primeira instância, vai do designer para o público e, em segunda, do público para o executante. A confrontação é direta, ditada pela lógica do evento. Para uma definição mais aprofundada: www.em.wikipedia.org/wiki/Netmage

///////////

SONORIDADES AVANÇADAS

///////////

CINEMA INQUIETO

///////////

ARTE CONTEMPORÂNEA

///////////

NOVAS MÍDIAS

///////////

R

epetimos a pergunta a cada ano. Ou melhor, o ano inteiro, como uma obsessão. Sem isso, o Netmage provavelmente não existiria. Em seguida, seja como for, cada impressão deixa espaço para o gosto e para a vontade de confrontar-se curatorialmente com os artistas, fazendo os imaginários contrastarem com a imagem e as representações que temos do hoje. A primeira coisa a dizer, apenas para desembaraçar o campo dos equívocos, é que o vj’ing entrou definitivamente num estado de letargia. Depois de quase uma década, a forma originalmente mais ligada ao clubbing e à cena dance exauriu seu ímpeto. Isso não quer dizer que deva ser deixada de lado. Ainda é um excelente exercício para os estudantes e futuros autores, além de um formidável observatório do gosto e dos avanços do mundo das videografias. Por outro lado, também as “ex-sonoridades avançadas” entraram em crise. De um lado, escancararam os diques dos rios de sonoridades derivadas; de outro, tornaram-se, elas mesmas, objeto de questionamento. No entanto, os pioneiros dos anos 1990, dos gêneros ligados ao IDM, estão se autorrecuperando depois de uma fase vintage: buscando suas próprias, às vezes inconscientes, raízes – e classicizando-se. Abrindose naturalmente, nos casos efetivamente “inteligentes”, às sonoridades mais atualizadas. Eu diria que o discurso vale sem dúvida para Carsten Nicolai e a sua Raster Noton, por exemplo. A propósito... Será mesmo verdade que as dinâmicas das músicas avançadas estão esgotadas? Se entendermos eletrônica como sinônimo de dance, talvez sim. Mas, se pensarmos em “avançado”, de jeito nenhum. O ponto é saber procurar e não se contentar nunca. Entre o mar negro das sonoridades noise, hardcore, doom e metal, existem veias novas e cheias de energia que se unem em estranhos casamentos tortos com os desvios weird e ecléticos, acabando por encontrar frenéticos e inquietos companheiros de estrada no dubstep e, em geral, em todo aquele magma que Simon Reynolds define como hardcore continuum. Os nomes? Talvez antes os lugares... O noise americano — de Providence a Portland —, toda a cena que se encontra ao redor do festival nova-iorquino No Fun, mas também as raízes japonesas, como Keiji Haino ou Merzbow, o impro-noise europeu e italiano, em particular (sediado

muitas vezes em Berlim, Rocchetti, Tricoli, Pilia...), todo Oren Ambarcho, os encontros improváveis entre Stephen O’Malley ou Sunn O))) e Pita, e assim por diante... Isso para não falar de mestiçagens tão autênticas que chegam a ser não icônicas e, no fundo, de puro entretenimento (ou, a bem dizer, populares), mergulhadas nos cones de sombra das culturas ocidentais ou primeiro-mundistas. Em suma, nunca se deve falar de cenas inexistentes. No máximo, estão sepultadas ou invisíveis. Mas, se realmente estiverem, continuam a abalar a terra como vulcões subterrâneos. Se o cinema, em relação a cinco anos atrás, parece certamente mais concentrado nas grandes narrativas e numa épica política — e, portanto, menos disponível para as experimentações —, também é verdade que uma geração mais jovem de cineastas ecléticos está tentando enfrentar o multiformato. O que no final das contas significa pensar em projetos que se formalizem sob várias formas (vídeo, videoclip, instalação multimídia, filme, livro, sem excluir o live...), no curso de um período mais ou menos longo de tempo (de um a dois anos). Se tivesse que dar alguns nomes, citaria Apichatpong Weerasethakul e Amar Kanwar. Paradoxalmente, talvez, mais do que se fazerem acompanhar por novas formas de invenção narrativa, a inovação e a pesquisa estão no campo do documentário, ou de suas transgressões, que é mais suscetível de ser arrastado para a dimensão live e/ou fora dos formatos da ficção mais convencional. No que diz respeito ao universo mais tipicamente new media, assistimos, por um lado, à consagração definitiva — desdobrando-se, porém, na escala pública e partilhada e, sobretudo, fora dos dispositivos de tela (PC, TV, plasma) ou espaços fruitivos tradicionais (teatro, sala de cinema, de concerto, museu) — das microtecnologias (wi-fi, satélite, smart objects) colocadas em rede e através de grandes receptores/emitentes (telão, mediabuilding...), dando vida a um cenário crossmidiático propriamente dito, geralmente mais lúdico e sempre mais difuso.

S

e esse é o panorama total, também é verdade que a dimensão “artística” e sua relação com o universo live media ainda estão para ser verificadas. Mesmo a arte contemporânea passa por um momento de refluxo, se não de reação. Com certeza, o mercado e a crise fazem seu jogo, e a disponibilidade para a experimentação, distante do resultado imediato e seguro, talvez esteja meio por baixo. Parte dos jovens artistas demonstra curiosidade pelas práticas live media. Mas a complexidade, as competências técnicas levam os mais audaciosos a verificar as próprias tensões em projetos coletivos temporários ou em experimentos com a cumplicidade da própria comunidade de amigos músicos ou companheiros de estrada visionários. É o caso, na Itália, de Nico Vascellari e suas várias colaborações, numa frente, e de uma realidade como Invernomuto, em outra, do alemão Florian Hecker, dos brasileiros Chelpa Ferro, e é o caso sobretudo de muitos projetos temporários norte-

americanos, com protagonistas coletivos como Paper Rad, os projetos Assum Astro Vivid Focus, Cory Arcangel, Mudboy, David Russom ou as bandas — na diversidade dos estilos e dos mundos a que pertencem – Growing, Wolf Eyes/Demons, Black Dice, Gang Gang Dance... O que temos, então, que já não fosse conhecido? Sem dúvida, um fenômeno de recuperação de esplendores e excelências provenientes da grande tradição do cinema experimental que se difundiu entre o final dos anos 1960 e a época dos primórdios da videoarte (talvez fosse melhor dizer da explosão do uso do mixer-vídeo). Foi assim que as tradições do psicodelismo ampliado de Joshua Light, do noise estrutural de Bruce McClure, dos drones e do documental de Phill Niblock nos EUA ou as tradições seminais de Guy Sherwin, Roland Lethem, OM Production e muitos outros na Europa, além do vídeo de Charles Atlas ou Ira Cohen, são recolocadas em jogo com bandas noise eletrônicas ou weird contemporâneas (The Skaters, Sunburned Hand of the Man...) por curadores sensíveis e ousados — destacam-se o Palais des Beaux Arts de Bruxelas, o festival Kill Your Timid Nation, o próprio Netmage — para um crash de imaginários do presente sempre fértil e estimulante.

E

m suma, o que olhamos, para onde olhamos, o que imaginamos que virá? A resposta está num tecido muito forte de relações que orienta, endereça e sobretudo narra e convida a olhar, sem desnudar. Está na curiosidade por uma forma que sabemos ser instável – o live media, que, aliás, nunca se estabilizará, o que talvez seja a sua maior virtude –, frágil, falimentar, mas profícua e sempre propensa a ser colocada em dúvida e estressada. Está antes no ato de escavar eventualmente os mundos e os imaginários atrás de sons, do que na ação de enganchar forçosamente os sons às próprias imagens. Está na capacidade de explorar muito para trás (frequentemente mais do que à frente), onde os achados ligados às artes mais imateriais e obsoletas possíveis (sem memória, sem testemunhos, sem possibilidades de reprodução) se oferecem muitas vezes como extraordinários paradigmas para o presente. Está em ousar desafiar os preconceitos e não ter medo de procurar atrás das cortinas das coberturas da mídia de cunho ocidental. Está, enfim e sobretudo, numa dimensão da autenticidade, da emergência e da necessidade – de apresentar obras, mostrar pesquisas, experimentar formas e formatos por parte de artistas habitados por imaginários profundos e mutantes – que, quando rastreada e proposta, garante qualidade segura, empatia e acima de tudo caleidoscópios de visões que, por sua vez, reverberam indubitavelmente em reflexos de futuros possíveis. Andrea Lissoni curador do festival italiano de live media Netmage. www.netmage.com 73







U

ma das razões pelas quais digo que o cinema está morto é a enorme transformação tecnológica. Sinto-me fascinado por um conceito que chamo de estética tecnológica. Soa um tanto pomposo, mas toda mídia nova cria uma linguagem nova, e sempre há inevitavelmente um período de transição porque a humanidade e com certeza os artistas são pessoas muito cautelosas. Eles se movem muito lentamente. Já temos 113 anos de cinema em celuloide, se considerarmos que o cinema começou em 1895. Isso representa três gerações de pessoas: os inventores, os consolidadores e os que extrapolaram seu uso. E isso sempre acontece com a estética tecnológica depois de um período de três gerações, mas com o passar do tempo fica cada vez mais rápido. Há a sensação de que existe uma demanda para novas tecnologias. E com esta nova tecnologia é preciso que haja uma nova estética. Você não pode ter sucesso colocando vinho novo em garrafas velhas. Você tem que colocar vinho novo em garrafas novas. Acho que posso precisar, e acredito que isso seja significativo, a data da morte do cinema. O cinema morreu no dia 31 de setembro de 1983, que é reconhecido oficialmente como o dia no qual o controle remoto foi introduzido nas salas de estar do mundo. É isso. É este o momento-chave, porque antes disso o cinema era passivo. Você se sentava no escuro, olhava para uma única direção, ficava diante da tela. E, quando é um filme convencional, deve ficar sentado na mesma posição durante 120 minutos. Esta definição de como apreciar um espetáculo audiovisual chegou ao fim. Porque, assim que você introduz alternativas, tudo muda. Os enquadramentos se deslocam do diretor para o espectador. Deve haver um futuro para o cinema, algum tipo de metacinema, devemos encontrar um nome novo para ele. Devemos considerar duas ideias. Uma é interatividade, e a outra é multimídia.

PETER GREENAWAY 2008, 18 de novembro Depoimento exclusivo concedido ao documentarista Bebeto Abrantes 84

O conceito de multimídia não é novo. Ele tem nos acompanhado por milhares de anos. A maioria dos artistas tem sido multimídia. Se você pensar no grande triunvirato do Renascimento tardio — Da Vinci, Rafael e Michelangelo —, os três são grandes artistas multimídia. No início do barroco, que foi um fenômeno total de uma experiência total, você encontra artistas italianos como Bernini, que trabalhou em Roma. Eles fizeram de tudo. Eu considero que a ideia de um artista isolado trabalhando com um único meio é provavelmente uma aberração, basicamente não é algo verdadeiro.

Então, multimídia é um termo muito antigo. Não pense nele como um termo contemporâneo, ele tem nos acompanhado há muito tempo. Mas acho que a mudança importante é que agora temos instrumentos que nunca tivemos antes. E esses instrumentos estão se tornando mais baratos, mais fáceis de serem usados e onipresentes. Estou numa posição muito privilegiada. Tenho formação de pintor, possuo uma educação oratória bastante articulada em termos de literatura, e tenho experiência como editor de filmes. E edição de filmes é a melhor maneira de organizar os fenômenos agora. O rei agora é o editor. O que vem a seguir necessariamente deve ser interativo e deve ser multimídia.

P

or oito mil anos, por todo o mundo, mas principalmente no mundo ocidental, a organização da civilização e da cultura tem sido conduzida por aqueles que detêm os textos, aqueles que podem manejar os textos, as palavras. Todas as escrituras, toda a jurisprudência, toda a nossa civilização, toda a nossa literatura estão evidentemente nas mãos daqueles que controlam os textos. Mas agora, com esta revolução tecnológica, o texto cedeu lugar para a imagem. Então o futuro será organizado não pelos senhores do texto, mas pelos senhores da imagem. E eu acho que esta é uma proposição interessante e fascinante, mas também uma preocupação, porque a maioria das pessoas é visualmente analfabeta. Poucas pessoas são treinadas para produzir imagens, e um número ainda menor – e isso é muito perigoso — pode realmente compreendêlas. Borges, o famoso escritor sul-americano, disse que é muito mais difícil ser um leitor do que ser um escritor. Minha sensação é que é muito mais difícil compreender uma imagem do que produzir uma. Por isso eu sempre digo: só porque você tem olhos não quer dizer que saiba ver. Temos aqui uma situação dupla. Mas acredito que o cinema, o novo cinema, seja o meio educacional ideal para encorajar as pessoas a se tornarem visualmente alfabetizadas. Todos nós temos laptops, somos todos capazes de manipular imagens, mas existe uma enorme ignorância em como fazê-lo. Portanto, temos uma situação paradoxal.


A

credito que a psique humana tenha sempre demandado um vasto fenômeno audiovisual. Os antigos gregos tinham uma maneira de fazê-lo. Se você pensar em termos da cultura europeia, os romanos tinham uma outra maneira. A primitiva igreja cristã possuía todos os tipos de litanias e ladainhas, todo um cerimonial que evoluiu para o barroco. Acredito que o grande fenômeno dos séculos XVI, XVII, XVIII e mesmo do século XIX foi a ópera. De fato, toda a parte ocidental do mundo tinha um teatro para óperas – embora sua origem fosse essencialmente na Itália e na Alemanha. A noção de som e imagem sempre existiu. O final da Primeira Guerra Mundial foi também basicamente o fim da ópera. Ainda existem óperas, mas hoje ela é uma arte minoritária. E, não tanto interessante, porque ninguém está fazendo nada de novo, o repertório é todo do século XIX. Então a ópera saiu de cena, e o cinema surgiu. E, como gosto de sugerir, agora o cinema acabou, e temos que procurar outra coisa. Essa excitação audiovisual sempre foi parte da demanda humana, mas cada civilização histórica e geograficamente abordou-a de forma diferente. É interessante, no entanto, que o cinema possa, se pensarmos particularmente sobre música, operar sem música. Famosos diretores franceses, como Bresson, por exemplo, odiava a ideia de música no cinema e sempre dispensou-a. Mas acho que isso é empobrecedor. Certamente existe uma relação particular entre o cinema e o som. E isso é muito amplo porque inclui noções de efeitos sonoros, assim como a própria noção de música. Meu cinema tem sido incrivelmente rico em termos de arranjos e colaborações musicais. Não acredito que tenha existido um dia algo chamado cinema mudo; não é verdade, isso nunca existiu. Os diretores sempre quiseram colocar som. Então, nos primeiros tempos, quando não podíamos usar sons magnéticos ou faixas óticas, havia, é claro, as orquestras. Na Alemanha havia narradores, pessoas que diziam o que estava acontecendo no filme. Sempre houve – mesmo que fosse uma pianola no canto de uma sala escura – uma associação entre música e cinema.

E

u, como cineasta, preciso basicamente lidar com olhos e ouvidos, porque o cinema é um produto audiovisual. Mas agora podemos explorar os cinco sentidos.

A

tecnologia se move tão rapidamente que é quase impossível identificá-la. Temos que encontrar uma forma inteligente de utilizá-las. Talvez isso cause alguma ansiedade, mas o excitamento e as possibilidades parecem agora não ter fim. Certamente em termos de cinema, a tecnologia está se movendo tão rapidamente que virtualmente poderíamos fazer um filme novo com uma tecnologia nova a cada seis meses. Então, não é nada que devemos temer, está relacionado com nossa capacidade de usar máquinas, que nós sempre tivemos.

P

or muito tempo um dos meus heróis culturais tem sido John Cage, compositor americano, mas também um grande pensador sobre novas mídias, novas metodologias e novas tecnologias. Ele disse que se você introduz 20% de novidade em qualquer trabalho artístico, tome cuidado, porque perderá 80% da sua audiência. Há uma tendência de se acreditar que a arte deva sempre estar um passo adiante.

P

osso agora falar por oito horas sobre “Tulse Luper”. Para mim seria importante produzir uma grande obra, um Magnum Opus, como eu poderia chamar, para amarrar tudo, para colocar tudo no mesmo lugar. Estamos agora na era do pensamento lateral, não linear. Temos jornais que você certamente não começa a ler na primeira página e lê tudo até o final. Não é para isso que os jornais servem. Temos enciclopédias que começam no A e acabam no Z, mas creio que ninguém lê uma enciclopédia como uma novela. Então as noções de folhear ou do que eu chamaria de cinema invasivo ambulatório, no qual você pode entrar e sair, se tornaram parte do nosso ambiente. Não precisamos mais de teatros, salas de concerto, festivais de cinema ou salas de cinema, porque estamos agora nos movendo para uma era de atividade ambiental.


O

que nós artistas devemos fazer é assegurar que as pessoas possam compreender e se comunicar através dessas conexões.

Outro fato social incrível é o YouTube. É uma das grandes coisas que aconteceram nos últimos dez anos, porque destrói o elitismo, destrói Hollywood, destrói Bollywood, dá ao artista os meios de distribuição. 97% do YouTube são besteiras, é claro, mas isso não importa. Há uma verdadeira exposição agora, há a possibilidade de todos serem capazes de se relacionarem com o negócio de comunicar a imaginação. Nos tempos de Cristo, acredito que deveria haver um artista para cada 10 milhões de pessoas. No momento da Revolução Francesa, deveria haver dez artistas para cada 10 milhões de pessoas. No final da Segunda Guerra Mundial, havia talvez cem artistas para cada milhão de pessoas. Agora a equação está se tornando cada vez melhor. Existem provavelmente 50 mil artistas para cada milhão de pessoas, e podemos antecipar agora, depois de todas essas noções de distribuição, será um artista por pessoa. Então já não há uma divisão entre a noção do receptor e a do recipiente. Você sabe que os franceses têm discutido há algum tempo sobre a morte do autor. Acho que a morte do autor é algo que deveríamos ambicionar.

É

um grande projeto certamente sobre minha velha história biográfica, social e política, mas o mundo é uma vila global, por isso é preciso conter noções do mundo e é conduzido por um forte olhar para o futuro. Mas é também importante para mim, pois essencialmente estou interessado em estética, e não em política, estou interessado nos meios de projeção, nos meios da mídia, McLuhan: o meio é a mensagem. Então este é também deliberadamente o primeiro filme, ou a primeira série de atividades multimídia para a era da informação. Ninguém ainda fez um filme para a era da informação. Este projeto está evidentemente relacionado ao cinema convencional, mas é também um enorme fenômeno interativo que recebe 16 mil visitas por dia, é ópera, é literatura, são DVDs, e televisão de toda parte do mundo. Assim, a audiência ideal para este projeto deve ir ao cinema, assistir na televisão, comprar 92 DVDs, ler 92 livros, ir ao teatro e se tornar um usuário ávido dos serviços de internet do mundo.





Luigi Russolo foi um compositor italiano ligado ao movimento futurista (1909) que desenvolveu uma série de técnicas de produção sonora não convencionais. Em The Art of Noises, de 1910, propôs a composição musical a partir de fontes sonoras do meio ambiente das máquinas e das fábricas em busca de novos sons. Para isso, construiu uma série de intonarumori (entoadores de ruídos), máquinas com as quais produziria estampidos, estalos, roncos, rangidos e zumbidos em seus concertos.

97



JAQUES MORELENBAUM 2008, 16 de dezembro 30 minutos antes da apresentação de “Vale o Escrito”.

101







Pages 04 and 05

Pages 08 to 17

Year after year, it’s impressive how Multiplicity_Unique_Image_ Sound is able to bring this pair of opposites together. Singular in each meeting with the public. Plural, varied, multiple in the diversity and richness of its programming. The project reaches its fourth year of existence, still able to make a difference in Rio de Janeiro’s cultural scene, always looking for new angles for the relationship between music and digital art.

Synesthesia. 1. Physiol. sensation felt in one part of the body when another part is stimulated 2 Psychol. a process in which one type of stimulus produces a secondary, subjective sensation, as when a specific color evokes a specific smell sensation.

SINGULAR AND PLURAL.

SYNESTHESIA

Webster’s New World Dictionary. David B. Guralnik (editor in chief) William Collins + World Publishing Co. Cleveland OH, 1976.

The year 2008 marked the expansion of Multiplicity to the Oi Casa Grande theater in Rio de Janeiro. Even in a theater with almost a thousand seats, another special trait of the project was kept: the balance between a great daring spirit and an irresistible listening atmosphere. The special editions also ended up making a difference in the season’s calendar, with no exaggeration leaving a mark in Rio de Janeiro’s recent cultural history, with presentations by the British audiovisual group D-Fuse, the multimedia legend Peter Greenaway and the noise and visual arts group Chelpa Ferro – the last with the special participation of the maestro Jaques Morelenbaum.

The Multiplicity_Unique_Image_Sound Festival is a vibrant channel for the dissemination of ideas, a space to experience new sensorial stimulus.

This carefully edited catalog documents what happened in the two stages – the one at Oi Futuro and the one at Oi Casa Grande – with images that testify our words. There are snapshots of the shows that capture – as long as a static image is able to – the project’s plural singularity. For those who were present in some of them, a great opportunity to revive. For those who missed it, an inspiration to join us in the new season.

It’s a constant revision of concepts.

What Multiplicity has to offer in 2009? “Our challenge as a cultural project is not to become stagnated. It is to expand and to offer spectacles that always experience new languages, exploring the limits of digital art”, promises the designer Batman Zavareze. The curator’s word of honor. And Oi Futuro’s commitment.

Maria Arlete Gonçalves

Oi Futuro Culture Director

Here the audiovisual context serves as stage for reflections and rediscoveries, amidst an informative abundance to which we are exposed. The incorporation of “all”: in the scene, in attitude, in performance, in behavior, in creation and implementation demands a high reprocessing capacity. It’s the absorption of the sum of languages, distances and investigations.

SOUND At this moment, we ask ourselves, based on a recurrent theme in the year of 2008: Is noise music? Urban sounds, noises produced by objects of by people speaking – are they music? The technologized world offers a series of seductive tools able to emancipate some “sounds” and generate new perceptions. One of the greatest challenges is to hear a broader and more sensitive sound field. It’s to stop, close the eyes and see to which point one can hear. It’s is to hear the bass vibration with one one’s chest. The American composer John Cage* (1912-1992), said “The sounds we don’t hear are… Music.” From silence to noise is established the employment of a limitless, indefinite and infinite cognitive palette of sound paths to be observed.

Tom Zé said: “Take risks, whether it takes.” João Cabral de Melo Neto said: “Make it in the extreme, where risk starts.” Multiplicity is an artistic lab that seeks to break distances between stage and public. Contrary to what it may seems, it’s inclusive because it brings together the desire to understand and the desire to feel novelties, altering obvious readings. It’s not stanch. It’s lively.

Peter Greenaway, the special guest of the festival in 2008, says he feels extremely seduced by cell phone screens, because he sees in them the possibility of reaching millions of spectators in an unparallel speed, unthinkable numbers for conventional cinema. Conclusions? None. All is still to become. “We are in the pre-history of the technological era…”, ponders the lawyer and researcher Ronaldo Lemos.*

It meets the tri-dimensionality of the senses, for those who want to grant meaning to the senses.

THE FESTIVAL IN 2008

The possibilities of art in search of original, authorial and authentic languages generate a limitless discussion, not to change the world, but to transform our perception of it.

We have an uncommon Festival format: from May to December we produce singular shows at intervals, which allow us to build sceneries, inimitable experiences and unique artistic creations between sound and image. All this in an unclassifiable plural repertoire. We establish a dialogue that gathers visual arts and sound experiences in multimedia presentations, since technology and its constant renovation are a conceptual part of our DNA. In the beginning, the idea was to propose a cultural project in Rio de Janeiro with regularity, in order to encourage artistic production of digital content. We began in 2005, along with the Oi Futuro cultural center, which allowed us to evolve taking risks. Today, a few years later, we achieve an important space within the national and international scene. In 2008, we expanded our reach in search of knowledge with special participations at the Netmage Festival, in Bologna, and at the Mapping Festival, in Geneva. Nevertheless we are aware there is still a long way in front of us, especially in relation to the debate with our public, the laboratorial aspect of our shows and the ongoing technological research. We serve as a platform of a productive chain among artists, public and production. We work with challenging and experimentation in order to collectively feel the thought sustainability of these new mediums. We know that digital art may generate surprising products. This is the festival’s main fuel: to experience new conquests, to mature, to grow and to offer a legacy. For all this, our partner Oi Futuro takes an incomparable stance, from the very beginning betting on the restless search for a lasting and sound debate about the evolution of digital culture.

IMAGE

At this moment we want to reflect on a single issue: no longer there are barriers for digital art. It’s the golden age of the “ProAms”, quoting a concept coined by the British Charles Leadbeater and Paul Miller*: professionals who weren’t able (or didn’t want) to join the mainstream and employed independent and free mediums such as the YouTube and MySpace to disseminate their productions.

Seeing, unveiling subjective perceptions that are unique, striking, provocative, mature and often inconclusive, we know we look for experiences, not hoping to reach consensus, whether in the taste or theme of whatever is exhibited.

cussions, fed by new authors who will be sharing common interests. From this practice, a new regard in multiple mediums is built.

Multiplicity is so called because it’s immersed in our times, the reflex of the interchange between a fiddle and a pick-up, poetry and the electronic, a pencil and the Internet. For this reason, we strive in being plural and singular.

It’s tactile/ visual/ auditive.

Multiplicity dialogues with the sound issue with curiosity, from the melody to the abstract.

Never mind the sound paradoxes; Multiplicity is no less optical by diving into this discus sion. It’s also cinema, quite beyond the white screen, for it’s a black box of visualities and interpretations. Landscapes of the imaginary triggering new sensations. The French filmmaker François Truffaut watched movies seated in the first row, the closest possible to the screen, because in this way he could “enter the movies”.

112

It’s to enter diversity.

A few years ago, it would sound unbelievable that one day the unassailable recording industry would be challenged by a 19 year-old boy when in September 1999 the American Shawn Fanning created a program that allowed Internet users all over the world to share MP3 archives: the Napster. This is one of the many examples that confirm users as the new protagonists in the democratic channels of the mediasphere.

In 2008, the festival received international artists from England, Wales, Denmark, France, Argentina and Switzerland, besides national artists from the States of São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Sul and Rio de Janeiro, representing our amplitude of languages. The theater of the Oi Futuro cultural center housed ten shows with broad contents, featuring from Arnaldo Antunes’ poems and sound experiments along with the images of the photographer and visual artist Marcia Xavier, the 2008 debut, to the complex audio operation of the instrument-toys of Pan&Tone, a Rio Grande do Sul artist pioneer in the national scene of circuit bending*. In partnership with the visual artist and curator Vivian Caccuri and the Danish consulate, we brought the one-man-band Prins Nitram. With humor and originality, he artist dialogues with his own projections, revealing the point of view of a country little known by us. The musical landscape of Cabruêra illustrated by the photographer Augusto Pessoa, from the Brazilian Northeastern region; the interactive digital ballet of the French art group Petahertz; the libertarian metalanguage, from cinema to Second Life, proposed by the Swiss-Brazilian duo Michel Favre and Fabiana de Barros, demonstrates the richness of our repertoire. The Multiplicity_Unique_Image_Sound Festival started a new phase with the 2008 special editions, offering grandiose concertos at the Oi Casa Grande theater, in Rio de Janeiro. Without giving up the intimist hall that we come from, the Oi Futuro theater, we also occupy a space ten times larger, fit for a thousand people. The British art group D-Fuse, Peter Greenaway and Chelpa Ferro - along with an orchestra especially conducted by Jaques Morelenbaum - inaugurated our most recent challenge, reverberating our message along with the artistic movement built through over 60 shows in the last four years. Multiplicity equals to: 91% Transpiration 09% Other factors*** *** (inspiration, creativity, passion and plain luck)

Batman Zavareze,

artistic curator of the Festival Multiplicity_Unique_Image_Sound.

The anthropologist Hermano Vianna* argues that “future TV” will be inserted between many windows, fragmented in simultaneous dis-

113


Pages 20 to 31

MULTIPLICIDADE 2008 YEAR 4 OI FUTURO THEATRE MULTI 01May 29th ARNALDO ANTUNES & MÁRCIA XAVIER

P

resenting himself with the support of special effects, samplers and playbacks in some tracks, besides the accompaniment of Marcelo Jeneci at the accordion, guitar and keyboards, Arnaldo Antunes seems to play with words, which actually are his main working material. A musician, composer, poet and visual artist who employs a variety of mediums, Arnaldo recites, talks, shouts, sings, hums and whispers, adding with such resources multiple suggestions of meanings to the poems he presented in this unique performance, radically different from the tours of his conventional work. Dialoguing with action, which also included the use of some objects (metal letters, posters, a battery radio, a world-map luminary in the shape of a globe, fluorescent paint), the photographer and visual artist Marcia Xavier produced a scenic ambience with videos and images manipulated at live. The videos were projected on a large screen that, reflected in other two side walls of mirrors measuring 4x4meters, instigated an optical trip, an infinite play of images that turned to themselves. The basis for the presentation was the 1993 performance “Name”, one of the main references of multimedia works of that decade in Brazil. The result of the union between book, video and CD, the project began a new artistic phase in Arnaldo’s career and further established his experimental side. Besides his lyrics and solo musical work, Arnaldo Antunes exhibits in other mediums, such as national and foreign poetical anthologies and visual arts exhibitions. Marcia Xavier works with Arnaldo Antunes since 2003, when she created the images of his poetry book “ET Eu Tu”, published by Cosac Naify. Since then, Marcia – who has exhibited in Cuba, Mexico, United States, Portugal, Spain, Belgium and the main art galleries in Brazil – has been signing his CD covers and taking care of the visual context of this shows. Arnaldo Antunes voice, programs Marcelo Jeneci accordion, stainless steel guitar, synthesizers, programs Marcia Xavier scenario and projections www.arnaldoantunes.com.br

MULTI 02June 26th CABRUÊRA & AUGUSTO PESSOA

MULTI 04August 28th PAN&TONE

I

S

nspired in Oswald de Andrade’s Anthropophagous Movement (1928), the proposal of the group Cabruêra, from Paraíba, is to absorb the most diversified musical information “digesting and vomiting them framed by technological resources”. In other words, Cabruêra is coco, embolada, ciranda, maracatu and other influences of the musical folklore of the Brazilian Northeastern region, mixed with contemporary funk, rock and electronic music tunes. A goodseasoned pot of rhythms that took the group to dozens of music festivals in Europe. The small geometric banners grouped in levels in order to create depth were the chosen support for the projection of Augusto Pessoa’s prized photographs, the recipient of the 1st Prize of Abril 2008 Photojournalism Prize, category Photographic Essay. The images were changed with each new song – there were 12 songs in total – adding value to the imaginary, epical and ludic documentation of the backlands, a place full of the sensibility and cultural diversity of its inhabitants, with striking landscapes that reveal a color palette marked by drought. The 2500 small white paper flags, a reference to Paraíba’s traditional June festivities, granted a more abstract view of the backlands, making as well a reference to the universe of Volpi (1896-1988)*, an Italo-Brazilian modernist painter. Arthur Pessoa voice, melodica, guitar Chico Correa programs, samples Leo Marinho electric guitar Pablo Ramires drums, percussion Edy Gonzaga bass, voice Augusto Pessoa photographs www.myspace.com/cabrueramusic www.augustopessoa.wordpress.com

MULTI 03July 24th PRINS NITRAM (Denmark)

T

he day his band didn’t show up for rehearsal, the Danish Prins Nitram took a decision that would change his career forever. A multi-instrumentalist, Nitram (Martin, his real name, written the other way around) fired the musicians and, with the support of technology, took on all the instruments. Live, before beginning each song, Nitram samplers the beats and other accompaniments. When all is ready, the One Man Band takes on the vocals, the bass or the drums (at times taking on both these instruments simultaneously) and dialogues with previously recorded images of himself in the cyclorama playing electric guitar, xylophone, guitar and a symphony of whistles. Of this meeting between the real Prins and his several projected “clones” comes a quite groovy (and humored, why not?) fusion of jazz, rock and folk. The band of virtual clones offers a complementary and precisely synchronized composition of what is happening on stage, exploring the highlighted dimensions between the real and the digital in a Surrealist way, at times creating effects of his fragmented face as in a kaleidoscope. Prins Nitram voice, guitar, bass, drums, electric guitar, programs, samplers Martin Jorgensen video www.prinsnitram.dk

114

elf-taught, possessing only fractions of electronic theory and a huge sense of adventure, the Rio Grande do Sul artist Cristiano Rosa, better-known as Pan&tone, develops and modifies electronic instruments in search of new sounds, a technique worldly known as circuit bending. In a few words, circuit bending is the act of generating short-circuits in low voltage audio-electronic devices. Guitar pedals, electronic drums, children’s toys and even synthesizers are manipulated and transformed in order to produce special and exclusive sounds. Each altered piece is transformed into a sole object with programs that reproduce pure chance. On a five-meter length table with dozens of nine volts batteries, a mesh of p2 and p10 cables, a variety of electronic waste, synthesizers and many toys – both the US$ 1.99 objects found in any popular market and some rare pieces bought in eBay auctions – Pan&tone created a true abstract symphony including noises and clatters, proposing a new perception of what music is or could be. Micro-cameras and live-operated cameras transmitted close-up images to the scenario’s translucent juxtaposed screens, revealing in details all Cristiano’s movements in this electro-acoustic piece.

CIRCUIT BENDING DOGMA BY REED GHAZALA, THE MOVEMENT’S CREATOR

1 - All projects must by battery-fed. 2 - Keep it simple: work with a small number of simple circuits and concepts that may be combined with permutable richness, easy to understand and quick in starting. The idea is to produce interesting sounds as fast as possible. 3 - Keep a low budget: you don’t need a full electronic lab, only a solding iron, some hand tools and some toys. Focusing on toys and other simple electronic devices, we as well minimize the risk of losses during the unpredictable first days of exploring. 4 - There is not a right way. Cristiano Rosa toys that produce sounds, pedals and synthesizers modified under “circuit bending” www.panetone.net www.myspace.com/panetone

MULTI 05September 25th RABOTNIK

covered by vegetal paper applied under screens of plasma TVs, which “pixel the image”. Besides the pixelators, the stage, covered in a given moment with a red velvet screen, separated the band from the public with almost abstract squandering images, expanding the perception of a more immersive listening. Eduardo Manso guitar, samples Estevão Casé guitar, synthesizer, clarinet Bruno Di Lullo bass Daniel Romano guitar, synthesizer Rafael Rocha drums Paulo Camacho lights and edition of video SPECIAL PARTICIPATION Silvia Machete voice www.myspace.com/rabotnikrabotnik

MULTI 06October 30th PETAHERTZ (France) “AMIBES/ ANOMALA”

C

onceived and directed by the French Stefáne Perraud, Petahertz digital art group that promotes interactive shows from researches in this technological line. Their performances and installations were part of important European festivals such as Emergence à La Villette, Les Nuits Blanches à Paris and Tilt Festival, besides exhibitions at the cultural centers Mains D’Oeuvres, Le Steim, La Scène National de La Chartreuse and Le Cube. The interaction between man and machine is the main theme of Amibes/ Anomala, a two-act show that the Multiplicity Festival brought with exclusivity to Brazil. During the 1st Act, the public watches a powerful ballet of contemporary dance. On the stage, the solitary and sensuous movements of the Argentinean dancer Malena Beer are complemented by the projected urban scenes. In “Amibes”, Malena Beer’s naked body becomes the target of projected red balls. Through this kind of “digital dress”, the dancer interacts with other forms, like projections of blue balls that embody diversified organic shapes activated by sensors that capture her movements and reactions. Even under development, Amibes/ Anomala already displays a mature and quite authorial language. The project, part of a residency at Le Cube, an important French digital art center, was build with the software Max/ MSP, that promotes flexible environments for audio and multimedia creation. Stéfane Perraud sound, video, interactive animations Malena Beer dance www.petahertz.eu

F

ormed in 2004 by Binario members Eduardo Manso and Estevão Casé, Rabotnik is a music group that alternates live presentations with the production of soundtracks.

Besides an authorial repertoire marked by sensorial and spacey instrumental post-rock music, the group uses to pay homage in its shows to great composers of cinema soundtracks, presenting to the public some works by Ennio Morricone (Sergio Leone), Nino Rota (Federico Fellini), Angelo Badalamenti (David Lynch) and Krzysztof Komeda (Roman Polanski), among others. Visually, the Rabotnik employs an artisanal and analogical system in order to promote a retro feedback in TVs – video cameras that film the TV itself. Other stage objects of great impact are the “pixelators”: wooden boxes with a symmetric mesh of small rectangles,

115


MULTI 07November 27th FABIANA DE BARROS & MICHEL FAVRE (Brazil/ Switzerland) “ÇA VA? HOW YOU DOING? - a ‘remake’ of Jean-Luc Godard’s One Plus One”

I

n “One plus one”, a 1968 movie by the French filmmaker JeanLuc Godard, studio captured images during the recording of “Sympathy for the devil”, a Rolling Stones’ absolute classic, serve as a background to experimentally approach the whole political discussion the permeated the world at the end of the 1960’s, with discussions about democracy, the role of biased media, and sexual and racial prejudice. Created by the visual artist Fabiana de Barros and by the Swiss filmmaker Michel Favre, Ça Va? (How you doing?, in English) recreates the universe of “One plus one” in the 3-D virtual platform Second Life, generating an instigating exercise of meta-language and a discussion about what’s real and what’s virtual. On the stage, while a cover band plays the Stones’ song as if they were rehearsing at their studio (as it happened in the movie), a hip-hop MC adapts to present days the original text of the Black Panthers present in Godard’s work. In parallel, a live party happens in the Second Life with a New York DJ playing for hundreds of people/ avatars that follow the performance in their computers. The images generated by the cameras in the theater were sent in real time to Second Life, and vice-versa. Fabiana de Barros is a visual artist, and her artistic action is characterized by a high degree of reflection, a strong expressivity and the use of several multimedia resources such as photography, video, collage and the internet. Michel Favre is a filmmaker who develops works that bring together the representation of classic cinema and of contemporary art, transgressing their own mediums. Fabiana de Barros art, conception and live Second Life operation Michel Favre art, conception and live audiovisual mixing DJ Digital Francis Second Life DJ VJ Raphael Jansen Second Life VJ Ramiro Luis Torres Second Life SPECIAL PARTICIPATIONS MC Rabú Gonzalez poetry Heitor Pitombo (Bulldog) voice, bass Nino Grandi (Bulldog) vocal, voice, electric guitar André Bava (Bulldog) drums www.fiteirocultural.org

MULTI 08December 9th TONY DE MARCO & MARCELLO ROSAURO “SÃO PAULO NO LOGO”

U

ntil the beginning of 2007, the city of São Paulo was one of the most visually populated megalopolis of the world. Since the enforcement of the polemic Clean City Bill by the city’s mayor, numberless signs were taken off, tons of metallic structures were put down, and thousands of outdoors were turned off. In a moment the city was freed from an uncontrolled interference of advertisements and visual information. The typographer, photogra-

116

pher, illustrator and VJ Tony de Marco documented this historical moment, and soon his photos gained the world. In Multiplicity, Tony presented a show-version of “São Paulo No Logo”, projecting on three screens the animated photos of the essay (with and without VJ effects, that were live manipulated by the software Modul8) and even digitally graffiting on the now clean gables and facades with a special laser pen. The soundtrack was the work of the interdisciplinary designer Marcello Rosauro, who, with a laptop running the software Ableton Live, performed mashups of Rio de Janeiro’s funk with hits from the 1990’s. Since 2001, Tony de Marco acts in urban intervention through experiences with stickers, graffiti, LED and alternative materials. Tony de Marco VJ, digital graffiti Marcello Rosauro DJ www.myspace.com/tony_de_marco www.myspace.com/copacabanafunkclube

MULTI 09December 10th JOÃO BRASIL “CUT & PASTE”

J

oão Brasil is a multi-instrumentalist, singer, composer and producer. A compulsive researcher of the pop universe, João creates sarcastic and good-humored songs often based on Rio de Janeiro’s funk, one of his greatest influences. After having launched a CD in which he employs over 130 different samples in only nine songs or mashups, João Brasil specially developed for the Multiplicity Festival an audiovisual project called “Cut & Paste”. Freely inspired by the cult CD “A Love Supreme”, the greatest work of the American saxophonist John Coltrane, João dives into his electroacoustic and minimalist musical references (Varese, Cage, Glass, Reich) developed while still a student at the Berklee School of Music, in Boston, USA, and makes visual and audio collages with videos taken from the YouTube. Employing a laptop (Ableton Live), a MPC and Wii videogame controllers, João Brasil travels from the more actual, cool and hipster sounds of mp3 blogs to the most kitsch classics of Brazilian hit parade – always in new versions. Literally, a control C and control V. In order to stress the huge quantity of information we absorb daily in sites like the YouTube, a mosaic was created for each one of the five screens of the scenario, reproducing in different scales each one of the videos shown. Together, there were about 500 images simultaneously repeated attracting the spectator’s regard, a direct reference to the visual cacophony of our times that demand us to see – to feel – among many windows. João Brasil audio, video www.myspace.com/joaobrasil

MULTI 10December 11th LABORG “LIVELAB A/V”

L

aborg is formed by a group of professionals connected to video and photography that came together to experience a form of live analogical VJing. Since 2005, the group has been performing immersive studies departing from the theme “water”, technically controlling the whole process from the capture of images to the projections and evolutions caused by the reaction of common substances in liquids. Wearing white lab coats like chemical scientist, the members of Laborg set on stage a true lab, employing pipettes and test tubes along with digital video cameras with macro lens, diversified filters and dedolight lighting kits: resources to register and expand the images of the combination of water, oils, pigments, mercury and other fluid elements. The landscapes that are organically formed and modified remind us at the same time of microscopic environments and the inside of human body organs as well as of the macro spaces of galaxies and black holes. Charles de Oliveira Laborg Pablo Zurita Laborg Fernando Yuji Added Laborg Marcelo Zaccariotto Laborg Alexandre Gonçalves Laborg SPECIAL PARTICIPATIONS Rafael Define direção de fotografia Zé Nigro trilha ao vivo www.laborg.com.br

Pages 32 to 39

SPECIAL EDITIONS TEATRO OI CASA GRANDE MULTI 01October 14th D-FUSE (England) “LATITUDE [31º 10N/121º28E]”

F

ounded in the 1990’s by Michael Faulkner, the multidisciplinary work of the British art group D-Fuse encompasses different mediums: design, architecture, installation, photography and video, which share in common the use of high-technology. The D-Fuse is considered as one of the founders of VJ culture in the world and they are the authors of the most important printed work on the subject: VJ: Audio-Visual Art and VJ Culture. Created with the support of the British Council and the British Arts Council, the audiovisual performance “Latitude” is an almost cinematographic investigation of China’s daily life. Filmed during three months in the cities of Shanghai, Canton and Chongqing, the performance, clearly inspired by the Situationist practice of wandering *

(a technique of aimless strolling influenced by the scenery) wanders through all kinds of urban map, from the intimate and mundane to the grandiose and technological. Instead of a frenetic edition, so common to VJ culture, “Latitude” displays placid and contemplative images. The performance aims to create a portray of growing cities (Chongqing is today the fastest growing megalopolis of the world) and points to a suspension of our regard towards new discoveries, since that for a Western spectator China is a country full of strong stereotypes and references. Two screens with 12meter added length were set in a scenario on a 23meter width and 7meter height stage. Employing softwares and synchrony resources between them, the screens functioned at times with distinct, but complementary images, while sometimes displaying a single panoramic view. Transgressing any relation with the support limits of traditional cinema, the British art group used during the narrative of its presentation fragmented LED sheets on the theater’s side walls, positioned up to 12meter height. The show goes beyond what is seen, offering sensorial perceptions heightened by a range of low-pitched sounds that made the environment tremble. Douglas Benford (si-cut.db) music Toby Harris (*spark) projections www.dfuse.com

RÉSUMÉ 1954, SIGNED BY DEBORD AND FILLON (POTLATCH, N. 14, NOVEMBER 1954):

“Large cities are favorable to the distraction we call by wandering. Wandering is a technique of aimless strolling. It is mixed to the influence of the scenery. All houses are beautiful. Architecture should become fascinating. We wouldn’t know how to consider smaller types of building. The new urbanism is inseparable from the fortunately inevitable economic and social transformations. It is possible to believe that the revolutionary claims of an epoch correspond to this epoch’s idea of happiness. The increased value of leisure is not a joke. We insist that it is necessary to invent new games.” Taken from the text A brief history of the International Situationist – IS (1)”, published by the architect and Paola Berenstein Jacques at the site Vitrivius www.vitruvius.com.br

MULTI 02November 18th PETER GREENAWAY (Wales) “TULSE LUPER VJ PERFORMANCE”

P

eter Greenaway became known throughout the world by the movies he made in 1980’s and 1990’s such as “The Cook the Thief His Wife & Her Lover”, “The Pillow Book” and “8 ½ Women”. His unique plasticity is the target of numberless aesthetical reflections, besides the many academic theses about the seventh art that reserve special chapters for Greenaway’s baroque imaginary. In spite of enjoying an undisputable curriculum as a filmmaker, Greenaway escapes all and any artistic specialization, which he calls “an aberration in the history of creativity”. Despite being explicitly inspired by Renascence painters – Veermer, Caravaggio, Velazquez and Rembrandt - it is based on the works of “multimedia artists” that Greenaway builds his thought. In his interviews, the Welshman always quotes artists who escaped the inventive restrictions of their creations and acted in many fields, such as Michelangelo (1475-

117


1564) and Lorenzo Bernini (1598-1680), true multimedia artists way before the term became popularized. In this way, Greenaway acts in several areas and bets on a new cinema that interacts with a broader use of new technologies. According to the multi-artist, cinema as we know it is dead. He says it makes no sense we keep being seated in dark rooms after over a century of cinema’s invention, passively absorbing whether is projected. Always transgressing – in both form and content – he defends a new path for the “idea of emancipated screen” and with this promotes a peregrination to discuss the disenchantment with cinema and the weakening of its meaning. Polemical debates are started with his always daring and ambitious opera installations, which involves visual impact and intellectual sophistication.

MULTI 03December 16th CHELPA FERRO & JAQUES MORELENBAUM “THE AUTOPSY OF THE GIANT CICADA”

Tulse Luper, Greenaway’s majestic work taken by specialized critics as the greatest multimedia work of the 21st century, is painting, cinema, television, website, Second Life, videos for mobile cell phones, videogame, book, exhibition, opera, talk and VJ performance, the last two presented in Multiplicity, precisely corresponding to the hybrid, restless and multifaceted spirit of the festival.

2ND PART: CHELPA FERRO PERFORMANCE

In Tulse Luper VJ Performance, Greenaway creates an electronic and immersive modality of non-linear cinema, inspired by his unshakable confidence on the art of the future, specially on the dialogue with new technologies. He challenges the ugly (the chaotic seems exuberant) exhibiting the bizarre and the odd organized always by the obsessive numerical structure of cataloguing. In order to tell the story of Tulse Luper (Greenaway’s alter ego), a writer and planner who was born in Wales in 1911 and disappeared in 1989, after spending years in prisons, Peter Greenaway employs a high definition touch screen interface. The system is a sophisticated technological apparatus developed by the Dutch company BeamSystem in order to live manipulate the films and stories that involve the character, his 92 suitcases and strange and apparently unrelated objects. The presentations of “Tulse Luper” do not follow scenic visual standards. In Multiplicity, 3 screens were placed on the stage and other 2 outside it, in the upper section of the theater; all of them slightly bent into a semi-circle. The huge screens received 16:09 format images from high definition projectors with HD content. On the next day, Multiplicity held a Greenaway talk entitled “Cinema is dead. Long live cinema”. In it became clear the whole evident contextualization in which the artist extrapolates limits employing sophisticated techniques and complex narratives, challenging the very medium he works. Peter Greenaway projections DJ Radar music

A TWO-PART SPECTACLE 1ST PART: “AS THE WRITING GOES”

MUSICAL COLLAGE: CHELPA FERRO

A

s it happened in 2005, the first year of Multiplicity, the art group Chelpa Ferro was invited by the curators to close the festival’s program. This time with the participation of an orchestra especially conducted by Jaques Morelenbaum. The solo careers of the visual artists Luiz Zerbini (painting), Barrão (sculpture, graphic design and videographics) and Sérgio Mekler (film editor) form the sum of these distant abilities in search of converging and bordering experiences, working with the overflowing of audio and video stimulus. Writing about Chelpa Ferro’s performances, the art critic and curator Moacir dos Anjos, in a book recently published about the group, affirms that: “Chelpa Ferro does not propose a unification of the senses with which the world is apprehended, limiting to indicating the possibilities of translating one into the others, without defined hierarchies and in an unavoidable truncated way. Instead of arguing for the erasing of the differences between the faculties of sight and hearing, the group offers, to whoever approaches its works, a sensorial enmeshment”. The group, that transits between peculiar noisy timbres of contemporary music and visual arts, enjoys an extensive curriculum in both Brazilian and international performance and visual arts circuits, exhibiting objects and installations. The “Autopsy of the Giant Cicada” is a two-act spectacle that in the first part gathers deconstructions of classic music - Schubert, Mahler, Mozart, Wagner, Beethoven, Mendelssohn, Mussorgsky - reworked into a unprecedented collage arranged by the maestro Morelenbaum, who conducted an orchestra of 16 virtuosi musicians traditionally used to large symphony halls. The second act presented the three members of Chelpa Ferro behind a translucent 8 x 6meter curtain of black cotton vual, increasing the unpredictability and the ludic panorama projected onto this support. The many projections of Chelpa’s classic works are joined to objecttools, sculptures with weird names, such as Bina, Sewing Machine, Little Guitarrrr and Bad, besides a hundred incenses that lit a gigantic set of percussion instruments, the “Moby Dick” - a sculpture with several drums, cymbals and bumbo drums that symbolically counterbalances everything presented so far: the image of a nonemission of sound, of a providential and instantaneous silence. Nevertheless, the silence of “Moby Dick” does not turn off the volume offered throughout the 40minute performance, lingering there, open, a new space for the presage of a new intense noise.

118

ORCHESTRA: Jaques Morelenbaum conductor José Alves regimentation Silvia Braga harp Sérgio Naidin kettledrum João Carlos Raimundo dos Santos trumpet Adriano de Lima trombone Eliézer da Silva tuba Kátia Pierre Medeiros piccolo flute Eliezer dos Santos oboe and English horn Moisés dos Santos clarinet and clarone Marcio Zen bassoon and counter-bassoon Philip Doyle trumpet Daniel de Souza Filho trumpet Bernardo Bessler violin Maria Christine Spriger viola Jorge Ranevsky violoncello Denner Campolina counterbass Eliseu Costa percussion Barrão Chelpa Ferro Luiz Zerbini Chelpa Ferro Sergio Mekler Chelpa Ferro Jaques Morelenbaum arrangement and conduction Automática production Luiza Mello production coordination Julio Callado Chelpa Ferro assistant Zé Luiz Joels lights Gustavo Moura video Antoine Midane sound Mauro Bianchi assistant Daniel Carvalho mixing

Pages 48 and 49 “Visage is a vision that transcends the image. Visage is imaginary, imagination and creativity. In a nutshell, visage is to see beyond the landscape”

Augusto Pessoa Pages 72 and 73

ADVANCED SOUNDS ///////////

RESTLESS CINEMA ///////////

CONTEMPORARY ART ///////////

NEW MEDIA 1. We understand by live media: 1) the employment of electronic plataforms, whether digital or analogical, to generate an interaction of images and sound consistent in visual and audio elements. 2) Inclusion of “live” (or randomness) as in any type of performance. 3) Playing with stimulus, that which is created in the live-media experience is a “variation privilege” that, at first, goes from the designer to the public and, then, from the public to the actor. The confrontation is direct, dictated by the logic of the event. For a more comprehensive definition: www.em.wikipedia.org/wiki/Netmage Every year we repeat the question. Or better, the whole year, as an obsession. Without this, the Netmage probably wouldn’t exist. Whether it is, following that, each print allows space for the pleasure and the will to curatorially confront the artists, making the imaginaries to contrast with the image and the representations we have of today. The first thing to say, just to disentangle the field of misunderstandings, is that vj’ing definitely entered a state of lethargy. After almost a decade, the form originally most connected to clubbing and the dance scene exhausted its impetus. This doesn’t mean it should be set aside. It is still an excellent exercise for students and future authors, besides being an incredible observatory of the tastes and

advancements of the videographic world. On the other hand, also the “ex-advanced sonorities” are in crisis. On one hand, the dams of rivers of derivate sonorities were blown-up; on the other, they themselves turned into an object of investigation. Nevertheless, the pioneers of the 1990’s, of the genres linked to IDM, are recovering themselves after a vintage phase: looking for their own, and at times unconscious, roots – and classifying themselves. Naturally opening, in the effectively “intelligent” cases, to more updated sonorities. I would say the discourse is valid without a doubt for Carsten Nicolai and his Raster Noton, for instance. By the way… is it really true that the dynamics of advanced music are exhausted? If we understand electronic as a synonymous of dance, perhaps. But if we think of “advanced”, no way. The point is to know how to look and never be satisfied. Between the dark sea of noise, hardcore, doom and metal sonorities, there are new veins full of energy that are joined in strange twisted marriages with eclectic and weird variations, ending up finding frenetic and restless road companions in the dubstep and, in general, in that whole magna that Simon Reynolds defines as hardcore continuum. The names? Perhaps the places before… The American noise – from Providence to Portland –, the whole scene surrounding the New Yorker festival No Fun, but also the Japanese roots, like Keiji Haino or Merzbow, the European and, particularly, Italian impro-noise (often housed in Berlim, Rocchetti, Tricoli, Pilia...), the whole Oren Ambarcho, the improbable meetings between Stephen O’Malley or Sunn O))) and Pita, and so forth... Not to mention some so authentic mixings that they are non-iconical, and, in the bottom, pure entertainment (or, better saying, popular), diving in the cones of shadow of Western or first-world cultures. In short, we should never speak of non-existing scenes. At the most, they are buried or invisible. But, if they really are, they still shake the earth like underground volcanoes. If the cinema, if compared with it five years ago, certainly seems to be more concentrated on the great narratives and a political epic – and, therefore, less available for experimentations – it is also true that a younger generation of eclectic filmmakers is trying to face the multi-format. What after all means to think of projects formalized under several forms (video, videoclip, multimedia installation, film, book, and not excluding the live…), in the course of a more or less long period of time (from one to two years). If I had to give some names, I would mention Apichatpong Weerasethakul and Amar Kanwar. Paradoxically, perhaps, more than being accompanied by new forms of narrative invention, innovation and research are in the field of documentary, or of its transgressions, which is more susceptible of being dragged to a live and/or outside the formats dimension of the more conventional fiction. In relation to the more typically new media universes, we see, on one hand, the definitive consecration – unfolding, though, in public and shared scale and, above all, outside the screen dispositive (PC, TV, plasma) or traditional spaces of fruition (theater, museum, cinema or concerto halls) – of the micro-technologies (wi-fi, satellite, smart objects) set in network and through large receptors/emissaries (large screen, mediabuilding...), granting life to a cross-mediatic scenario, generally more ludic and always more diffuse. If this is the whole panorama, it is also true that the “artistic” dimension and its relationship with live media universe are still to be verified. Even contemporary art is in a period of reflux, if not of reaction. Certainly, the market and the crisis play their part and the availability for experimentation, far from an immediate and secure result, is perhaps a bit low cast. Some of the young artists show curiosity for live media practices. But the complexity, the technical abilities, lead the most daring ones to verify their own tensions in temporary collective projects or in experiences with the complicity of their own community of friends who are musicians or visionary road companions. This is the case, in Italy, of Nico Vascellari and his many collaborations, in a front; and of a reality like Invernomuto, in

119


another, of the German Florian Hecker, the Brazilian Chelpa Ferro, and is especially the case of many American temporary projects, with collective protagonists like Paper Rad, the Assum Astro Vivid Focus projects, Cory Arcangel, Mudboy, David Russom or the bands – in the diversity of styles and worlds to which they belong –Growing, Wolf Eyes/Demons, Black Dice, Gang Gang Dance... What do we have, then, which was not already known? Doubtless, a phenomenon of recovery of splendors and excellences emerging from the great tradition of experimental cinema that was disseminated from the end of the 1960’s to the beginnings of video art (perhaps it would be better to say the explosion of the use of mixer-video). It was in this way that the traditions of expanded psicodelism of Joshua Light, of the structural-noise of Bruce McClure, of the drones and the documental of Phill Niblock in the US, or the seminal traditions of Guy Sherwin, Roland Lethem, OM Production and many others in Europe, besides the video of Charles Atlas or Ira Cohen, are back to the game with electronic noise or contemporary weird bands (The Skaters, Sunburned Hand of the Man...) by daring and sensitive curators – highlighting the Palais des Beaux Arts of Bruxells, the festival Kill Your Timid Nation, and Netmage itself – for a crash of always fertile and stimulant crash of imaginaries of the present. In short, what we look at, where we look at, what do we imagine will come? The answer is in a very strong fabric of relations that guide, address and, above all, narrates and invites the glance, without unveiling. Is in the curiosity for a form that we know is invisible – the live media, that, by the way, will never be stabilized, which is perhaps its greatest virtue – fragile, falimentary, but prolific and always willing to be questioned and stressed? It is more in the acts of eventually excavating the worlds and the imaginaries after sounds than in the action of forcefully dragging sounds from images. It is in the ability of exploring way back (often more than ahead), where the findings connected to the most immaterial and obsolete arts (with no memory, no witnesses, no possibilities of reproduction) are often offered as extraordinary paradigms for the present. It is in daring to challenge prejudices and not fearing to search behind the curtains of the coverage of Western-like media). It is, finally and above all, in a dimension of the authenticity, of the emergence and the need – of presenting works, show researches, experiment forms and formats, of the artists inhabited by mutant and deep imaginaries – that, when tracked and proposed, insures a secure quality, empathy and above all kaleidoscopes of visions that, on their turn, doubtlessly reverberate in reflexes of possible futures.

Andrea Lissoni Curador do Festival Netmage

Pages 84 to 89

PETER GREENAWAY november 18, 2008

Greenaway in conversation with Documentary Filmmaker Bebeto Abranches. I suppose that I have spent the last 25 years with core activity at the cinema. But now I’m totally convinced that the cinema is dead, it’s finished, and we need to move on to new things. One of the reasons it’s dead is because the huge technological change. I’m fascinated by a concept which I call the technological aesthetic. That sounds rather pompous, but every new media creates a new language, and it’s always inevitably a transition period because mankind and certainly artists are very cautious people. They move very slowly. So we’ve had 113 years of celluloid cinema, if you believe cinema began in 1895. It represents virtually 3 generations of people: the inventors, the consolidators and the people that had thrown it away. And I suppose it always happens with aesthetic technology that it sees a period of 3 generations, but as time goes on it gets faster and faster. There’s a sensation that there’s a demand for a new technology. And with that new technology there needs to be a new aesthetic. You can’t successfully put new wine in old bottles. You’ve to put new wine in new bottles. I think that I can give you, and I think this is rather important, a date for the death of cinema. Cinema died on September 31st 1983, which is the date officially recognized when the “zapa”, or the remote control, was introduced into the living rooms of the world. That’s it. That’s the key moment, because before that cinema is passive. You sit in the dark; you face one direction; you look at the parallelogram. And if you’re watching a feature film you’re supposed to seat still for 120 minutes. That definition of how to appreciate an audiovisual spectacle is finished. Because as soon as you introduce choice everything changes. The time frames moves from the director back to the spectator. There must be a future of cinema, some notion of meta-cinema, we’ve got to find a new name for it We’ve had to prefigure 2 ideas. One is interactivity and the other is multimedia. The concept of multimedia is not new. It has been with us for thousands of years. Most artists have been multimedia artists. If you think of the great Triumvirate of the late Renaissance: Da Vinci, Raphael and Michelangelo, these are the big three multimedia artists. In the beginning of the Baroque, which was a total phenomenon of total experience, you get Italians like Bernini, who worked in Rome. And they did everything. I always think the idea of a single artist acting on his own associated with one medium is probably an aberration, it’s basically not true. So multimedia is a very old term. Don’t think of it as a contemporary term, it has been with us for a long time. But I think the important change is that now we have tools that we’ve never had before. And these tools are getting cheaper, easier to use and omnipresent. I’m in a very fortunate position. I’m trained as a painter, I have a very literary articulated oratorial background in terms of literature, and I’m trained as a film editor. And film editing is the supreme way of organizing phenomena now. The editor is now the king. That next has to be interactive and it has to be multimedia. For 8.000 years all over the world but primarily across the Western world, the organization of civilization and culture has been done by

120

the text masters, the people who can handle text, words. All our holy books, all our jurisprudence, all our civilization, all our literature is obviously handled by the people who control text. But now, after 8.000 years, with this technological revolution the text has to move aside and the image has to come forward. So the future is going to be organized not by text masters but by image masters. And I think that’s both an interesting and fascinating preposition but also a worry, because most people are visually illiterate. Very few people are trained to make images and even fewer people – and this is very dangerous – can actually understand images. Borges, a very famous South-American writer, said it’s far more difficult to be a reader than it is to be a writer. My feelings are that it’s far more difficult to understand an image than to make one. And it’s always my tenant: just because you got eyes it doesn’t mean to say that you can see. But I do think cinema would be the ideal educational medium to encourage people to become visually literate. We all have laptops now, we’re all capable of manipulating images, but there’s an enormous ignorance of how to do it. So we’re sitting here on a paradox. I suppose there’s always been a demand from the human psyche for a grand spectacular experience, a vast audiovisual phenomenon. The ancient Greeks had a way of doing it, if you think about European culture, the Romans had a different way of doing it, and the early Christian Church had all forms of litany and lethargy and ceremonial which developed into the Baroque. And I suppose the big phenomenon of the 16th, 17th, 18th and even 19th century was Opera. So virtually all the Western part of the world – although of course it originated essentially in Italy and Germany – had an Opera House. So again a big ability to put and to manipulate the notion of sound and image had always gone along hand in hand. After the end of the 1st World War that’s the end of the opera basically. There’re still Opera Houses but that’s a minor, not very interesting art anymore because nobody is making anything, it’s all 19th century repertoire. Then Opera had to stand down and cinema came up. And as I like to suggest, cinema is now finished and we have to look for something else. So this particular audiovisual excitement has always been part of a human demand, but each civilization historically and geographically had tackled it in different ways. It’s interesting though that cinema can, if you think particularly about music, operate without music. Very famous French directors like Bresson for example hated the idea of music in cinema and always threw it away. But I think that’s very impoverishing. I think there is certainly a particular relationship with musical sound, and that’s very wide because includes notions of sound effects as well as the actual notion of music, which is very much part of what we understand as cinema to be. Certainly my cinema has been incredibly rich in the notions of musical arrangements and collaborations. I don’t think that ever was such a thing called silent cinema; it’s untrue, it never existed. Film makers had always wanted to put sound. So in the early days when we couldn’t play with magnetic sound or optical tracks, of course there’d to be orchestras. In Germany there used to be tellers, people who would tell you how the film was going. There’s always been – even if only a tiny piano in the corner of a dark cinema – an association between music and cinema. Certainly me, as a cineast, I basically have to deal with eyes and ears because cinema is an audiovisual subject. But now we can deal with the body and use all the five senses

Technology is moving so fast that it’s almost impossible to pin it down. So if you ask me what the new technology is it would be very difficult to find you a supply. Let me repeat, with the new technologies we have to find a new way to use them. Maybe that causes some anxiety, but the excitements and the possibilities seem now to be never ending. Certainly in terms of the cinema the technology is moving so fast we can virtually make a new film with a new technology every six months. So it’s nothing to be frightened about, it’s relative to our ability to use machines, which we always had. For a long time one of my cultural heroes has been John Cage, American composer, but also a great thinker about new mediums, new methodologies, and new technologies. He said that if you introduce 20% of novelty into any artwork, watch out, because you’re going to loose 80% of your audience. There’s an ability that art should always be ahead of the game I can now talk for 8 hours Tulse Luper. I think it’s important for me to make a big work, one I might call a Magnum Opus, to wrap everything up, to put everything in the same place. We’re now in the age of lateral thinking, not linear thinking. We have newspapers where you certainly don’t start reading on page 1 and read all the way through the end. That’s not what newspapers are for. We have encyclopedias that again start at A and finish in Z, but I don’t think anybody reads an encyclopedia like a novel. So the notions of browsing or of what I would call ambulatory invasive cinema where you can go and come back became part of our environment. So we don’t need theaters anymore, we don’t need concerts halls anymore, we don’t need film festivals anymore, we don’t need cinemas anymore, because we’re moving now to an era of environmental activity. So this is a big project certainly about my old biographical, social and political history, but the world is a global village, so it has to contain notions of the world and it’s predicated by a very strong look towards the future. But also what I think is important for me, since primarily I’m interested in aesthetics, not politics, in the means of projection, the means of the media, McLuhan: the medium is the message. So this is also deliberately the first film, or the first series of multimedia activities for the information age. Nobody has ever made a film yet for the information age. This is a project of course related to old-fashioned cinema, but is also a huge interactive phenomenon that has16.000 hits per day, it’s Opera, it’s literature, it’s DVDs, it’s television from all over the world. So the ideal audience for this project should go to the cinema, watch it on the television, buy 92 DVDs, read 92 books, go to the theater and become an avid member of the Internet services of the world. But what we artists need to do now is to make sure people can understand and can communicate through these connections. Another amazing social fact is YouTube. It is one of the greatest things that could have happened in the last ten years, because it destroys elitism, it destroys Hollywood, it destroys Bollywood, it takes away the means of distribution to the artist. 97% of YouTube is crap, of course, but that doesn’t matter. There’s a true view now, there’s a possibility of everybody beinh able to be related to the business of communicating the imagination. In the time of Christ I think there must have been 1 artist for every 10 million people. By the time of the French revolution there could have been 10 artists for 10 million people. In the ending of the 2nd World War there could be maybe 100 artists for a million people. Now the equation is getting better and better. There are probably 50.000 artists for

121


1 million people, and the way we should look forward now post all these notions of distribution is one artist for one person. So there’s no division anymore between the notion of the receiver and the recipient. You know the French have been arguing for a long time about the death of the author. I think the death of the author is something we should aim for. Interview done by documentarist Bebeto Abrantes. The full text is on our website: www.multiplicidade.com

Pages 100 to 103

JAQUES MORELENBAUM 2008,16 de dezembro

30 minutes before the “Vale o Escrito” concert. When I learned of Chelpa’s invitation, of the idea of the performance “As the writing goes”, I thought it would be fun, a fantastic challenge. An idea that would take me through “seas never sailed before”, in spite of the lack of novelty of the material we would work with. Chelpa’s proposal was to take an already existing material, most of it hundreds years old, a Humanity’s cultural treasure, and do whether we pleased with this treasure. Truly, they took this material and worked on it with great skill… Truly there is a lot of art in it… It was mostly Barrão who organized the audio part per se, editing everything with great skill, with amazing good taste. It’s like a milkshake, you add two Beethoven beats and then a Stravinsky comes up, and then you go for a Mendelssohn and turn into a Mussorgsky, and then… Only Villa-Lobos was missing. The musicians were fantastic, and since we are Brazilians, we only rehearsed twice. The guys are so incredible that regardless of this they assimilated a completely new material. Despite the elements were both old and known, the merging and these new editions crazily put together demanded a huge musical maturity, concentration and equipoise. To play a Beethoven symphony is already complicated. But to play two Beethoven beats and jump to Stravinsky, in other epoch, other spirit, other environment… or, also, to jump from a Beethoven classic orchestra, with much less instruments, to the modern orchestra of Mussorgsky. All this is a challenge, because, besides conducting the performance per se, there is a whole preparation work. My function was to create a practical form for us to travel through these epochs, styles and environments with ease. I had to transform these symphonic orchestras. In order to understand the process, notice that musical writing is nothing but sound scientifically and mathematically represented. So a method, a symbology was created to represent the several musical phenomena. In order for a large group of musicians to play together a system of time marking was conceived, defining a division of space, of spatial time or temporal space, in pulsations.

were able to do this with 16 musicians. When I found out I would count with only 16 musicians, I thought: how am I going to do with the extremely rich Stravinsky orchestration, which employs over 20 different instruments, not to mention that in a symphonic there are 40 violins, 10 violas, 10 violoncellos and 9 counterbasses? I had 16, how to do it? So, the idea I had, since I couldn’t count with the whole orchestra anyway, was to play, taking an instrument of each. The only repeated instrument is the trumpet, because in a symphonic orchestra the trumpet works in group, and eventually there is a trumpet solo, as it happens with the violin. I don’t consider it a highly symphonic instrument, but you hear a trumpet and say that a Brahms symphony is beginning. So there are 15 different instruments, including harp, cymbals… In the strings, a symphonic orchestra normally has 60 people, and we have four here. So it is different from a symphonic, here we have 80% of wind instruments, and the rest is formed by a variety of strings.

For me, Multiplicity is my purpose of existing as an artist.

If the Internet allows this to me, it would be a waste to live without knowing what is being produced in Sri Lanka. What music people hear in Angola’s countryside? What kind of music is made in Siberia, in the Mongolian plains?... What inspires artists from the most diversified origins, in the most diversified rhythms of their music? So this is what I search for in art, this is what I search for in music, which is my specialty. For this reason I feel quite at home by participating in this event here.

BIBLIOGRAFIA FOTOGRAFIA ADICIONAL

• Augusto Pessoa (pág. 48 e 49) • Desenhos Chelpa Ferro (pág. 39 e pág.160)

LIVROS

• Poesia de Arnaldo Antunes: “Silêncio” (1990) ANTUNES, Arnaldo. Tudos. SP: Iluminuras Ed., 1990 • Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Objetiva, 2001, 1ª edição, Rio de Janeiro • “Chelpa Ferro”. SP: Imprensa Oficial Ed., 2008 • “Manifesto L’Arte dei Rumori” (“A arte do ruído”, 1913), escrito por Luigi Russolo • FLUSSER, Vilém. “O mundo codificado: por uma filosofia do design e da comunicação”. SP: Cosac Naify, 2007.

SITE

• John Cage: pt.wikipedia.org/wiki/John_Cage • Tom Zé: tomze.blog.uol.com.br • João Cabral de Melo Neto: pt.wikipedia.org/wiki/João_Cabral_de_Melo_Neto • Pro-Ams: en.wikipedia.org/wiki/Pro-Ams • Overmundo: www.overmundo.com.br • Mapping Festival: www.mappingfestival.com • Netmage Festival: www.netmage.it • Circuit bending: en.wikipedia.org/wiki/Circuit_bending • Alfredo Volpi: pt.wikipedia.org/wiki/Alfredo_Volpi • Reed Ghazala: www.anti-theory.com • Jean-Luc Godard: pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Luc_Godard • A love supreme: en.wikipedia.org/wiki/A_Love_Supreme • Site Vitrius www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp176. asp • Texto “Breve histórico da Internacional Situacionista – IS (1)”, publicado pela arquiteta e urbanista Paola Berenstein Jacques: pt.wikipedia.org/wiki/Luigi_Russolo

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

SPECIAL ACKNOWLEDGEMENTS

Mirian e Luca Peruch, para sempre. Meus pais, Waldir Marques e Marília Zavareze. AGRADECIMENTOS

ACKNOWLEDGEMENTS

Especialmente aos amigos e parceiros Bebeto Abrantes, Chico Linhares, Roberto Bianchi, Leonardo Eyer, Maria Arlete, Samara Werner, Roberto Guimarães, Dani Boclin e toda a equipe do Oi Futuro nos momentos mais intensos e claudicantes, da doença ao sucesso; Aragão e Magalhães no esforço e apoio de nosso crescimento; Flora e Marcela pela doação; Andrea Lissoni e toda a produção do Festival Netmage/Itália; Fabiana de Barros e Michel Favre junto à produção do Festival Mapping/Suíça; Heloisa Buarque de Holanda, Elisa Ventura, Camila Savoia, Alberto Saraiva, Mara Lobão, Carlos Casas, Adriano Motta, Julia Rocha, Fabio Ghivelder, Nado Leal, Renata Carneiro, Grégoire Basdevant, Lucas Werthein, Marcio Barros, Marcio Zavareze, Bruno Zavareze, José Carlos Barbosa, Márcia Niemeyer, Andrea Pessoa, Luiza Mello, Mara Lobão, Sarah Argollo, Daniel Koatz, José Camarano e Fabiano Moreira (Gema TV), aos Cenografia.net, aos Miam Miam e à parceira de primeira hora Andrea Leblon.

Based on this thought, within this pulsation I have the possibility to measure it in half time, a third… (he shows it by cracking his fingers). I can divide it in up to 5 parts, and such is the mechanics of how a symphonic orchestra musician understands what the conductor is saying, and 120 people, 120 souls say the same thing together. For instance, a Stravinsky orchestra originally has 120 musicians, and, coming back to our Brazilian reality, I think it is wonderful we

122

123


OI FUTURO

MULTIPLICIDADE 2008

presidência / president JOSÉ AUGUSTO DA GAMA FIGUEIRA

EQUIPE FESTIVAL MULTIPLICIDADE / OI FUTURO

EQUIPE FESTIVAL MULTIPLICIDADE / OI CASA GRANDE

vice-presidência / vice-president GEORGE MORAES

Batman Zavareze (27 +1) Concepção, Direção e Curadoria / Conception, Direction and Curatorship Chico Linhares Produção e Assistência de Direção / Production and Direction Assistant Flora Pessanha Produção 1º Semestre / Production 1st Semester Lucas Werthein Assistente de Produção 2º Semestre / Production Assistant 2nd Semester Gabriel Becker Estágio de Produção / Production Trainee Leonardo Eyer (Caótica) Direção de Arte / Art Direction Adriano Motta (Caótica) Projeto Gráfico e Site / Graphic Design and Site Júlia Rocha (Caótica) Projeto Gráfico / Graphic Design Cenografia.net Cenografia / Scenography Alex Augusto Silva (Oi Kabum!) Cenotécnico / Stage Setting Leandro Santos (Oi Kabum!) Cenotécnico Assistente / Stage Setting Assistant Robson Luiz M. Nascimento Cenotécnico Assistente / Stage Setting Assistant Emanuel Jesus (Oi Kabum!) Documentação Videográfica / Videographic Documentation Leonardo Santos (Oi Kabum!) Documentação Fotográfica / Photographic Documentation Grégoire Basdevant Documentação Fotográfica / Photographic Documentation Lucas Werthein Documentação Fotográfica / Photographic Documentation Eduardo Baldi Técnico de Som / Audio Technician Humberto Medeiros Iluminador / Lighting Elemar Vieira Iluminador Assistente / Lighting Assistant Edson de Souza Iluminador Assistente / Lighting Assistant All Business Projeções e Instalações Tecnológicas / Projections and Technological Installations Triplex Divulgação / Mailing Azul Smith (Oi Futuro) Coordenação Técnica / Technical Coordination Eduardo Nobre (Oi Futuro) Coordenação Técnica/ Technical Coordination Mirian Peruch (27+1) Produção Executiva e Administração / Executive Production and Management

Batman Zavareze (27 +1) Concepção, Direção e Curadoria / Conception, Direction and Curatorship Roberto Bianchi Coordenador de Produção / Production Coordination Chico Linhares Produção e Assistência de Direção / Production and Direction Assistant Marcela Silveira Assistente de Produção / Production Assistant Bruna Carvalho Assistente de Produção / Production Assistant Lucas Werthein Assistente de Produção e Documentação Fotográfica / Production Assistant and Photographic Documentation Gabriel Becker Estágio de Produção / Production Trainee Priscilla Alves de Moura Estágio de Produção / Production Trainee Leonardo Eyer (Caótica) Direção de Arte / Art Direction Adriano Motta (Caótica) Projeto Gráfico e Site / Graphic Design and Website Julia Rocha (Caótica) Projeto Gráfico / Graphic Design Marcio Barros Direção de Palco / Stage Direction Fabio Ghivelder Coordenação Tecnológica / Technological Coordination Nado Leal Coordenação Sonora / Audio Coordination

direção de cultura / director of culture MARIA ARLETE GONÇALVES direção de educação / director of education SAMARA WERNER direção administrativo-financeira / financial and administrative direction FLAVIO COPELLO curadoria de artes cênicas / scenic arts curator ROBERTO GUIMARÃES curadoria de artes visuais / visual arts curator ALBERTO SARAIVA desenvolvimento de comunicação / communication development DANIELA BOCLIN SABRINA CANDIDO arquitetura / architecture TAISSA THIRY assessoria de imprensa / press liaison GRACIELA URQUIZA MENDES MARCIO BATISTA MARIA FERNANDA DE FREITAS equipe cultura / culture team BRUNA COSTA CLAUDIA LEITE LUCIA NASCIMENTO MARIA DE FATIMA SANTANA RENATA FONTANILLAS VICTOR D’ALMEIDA

124

MULTIPLICIDADE FESTIVAL / OI FUTURO TEAM

MULTIPLICIDADE FESTIVAL / OI CASA GRANDE TEAM

MNiemeyer Ass. de Comunicação Assessoria de Imprensa / Press Liaison Emanuel Jesus (Oi Kabum!) Documentação Videográfica e Edição / Videographic Documentation and Edition Grégoire Basdevant Documentação Fotográfica / Photographic Documentation Cenografia.net Cenografia / Scenography Alex Augusto Silva (Oi Kabum!) Cenotécnico / Stage Setting Eduardo Baldi Técnico de Som / Audio Technician Luiz Pardal (Teatro OCG) Técnico de Som / Audio Technician Bruno Barreto (Teatro OCG) Técnico de Luz / Lighting Technician Dirceu Bellizze (Teatro OCG) Supervisão Técnica / Technical Supervision João Luiz Azevedo (Teatro OCG) Coordenador de Operações / Coordination of Operations All Business Projeções e Instalações Tecnológicas / Projections and Technological Installations Mirian Peruch (27+1) Produção Executiva e Administração / Executive Production and Management

LIVRO Curadoria / Curatorship Batman Zavareze Assistência de Direção / Direction Assistant Chico Linhares Coordenação Editorial / Editorial Management 27 Mais 1 Comunicação Visual Ltda. Produção Executiva / Executive Production Mirian Peruch

Direção De Arte / Art Direction Leonardo Eyer Projeto Gráfico / Graphic Design Adriano Motta Júlia Rocha Assistente de Design / Design Assistant Juliana Azevedo Fotos / Photos Lucas Werthein Leonardo Santos Gregoire Basdevant Revisão / Proofreading José Figueiredo 125


DVD IMAGEM E SOM IMAGE & SOUND

ORDEM DE APARIÇÃO / IN ORDER OF APPEARANCE 1 – Augusto Malboisson + Gustavo Lacerda Performance audiovisual 2 – Chelpa Ferro & Jaques Morelenbaum Colagem sinfônica Jaques Morelenbaum / regência José Alves / arregimentação Silvia Braga / harpa Sérgio Naidin / tímpano João Carlos Raimundo dos Santos / trumpete Adriano Garcia de Lima / trombone Eliézer Rodrigues da Silva / tuba Kátia Pierre da Costa Medeiros / flauta piccolo Eliezer Antonio dos Santos / oboé e corno inglês Moisés Antonio dos Santos / clarineta e clarone Marcio Zen / fagote e contrafagote Philip Doyle / trompa Daniel de Souza Filho / trompa Bernardo Bessler / violino Maria Christine Spriger / viola Jorge Kundert Ranevsky / violoncelo Denner de Castro Campolina / contrabaixo Eliseu Moreira Costa / percussão 3 – Peter Greenaway Performance audiovisual Peter Greenaway / imagens DJ Radar / som 4 – Chelpa Ferro Performance audiovisual Barrão / Chelpa Ferro Luiz Zerbini / Chelpa Ferro Sergio Mekler / Chelpa Ferro 5 – Mediasana Performance audiovisual Gabriel Furtado / Música, VJ Igor Medeiros / Música, VJ Queops de Lima / Multimídia 6 – Uakti “Trenzinho do Caipira” - Heitor Villa-Lobos “O Ovo da Serpente” - Marco Antônio Guimarães (Tudo e Todas as Coisas, Polygram, 1984) “Allegro da Sonata em Lá Maior” - W. A. Mozart “Krishna I” – Artur Andrés (Trylobite, Point-Music,1997) Paulo Sérgio dos Santos / percussão Décio de Souza / percussão Artur Andrés / sopros 7 – D-Fuse Performance audiovisual Toby Harris / imagem Douglas Benford / som Michael Faulkner / imagem 8 – Pan&tone Performance audiovisual Cristiano Rosa 9 – Duplexx “Cosmotor” - Bartolo Leo Monteiro / som Bartolo / som Vídeos editados contém fragmentos de trabalhos de Jodele Larcher e Marquinhos de assis. 10 – Arnaldo Antunes + Marcia Xavier “Momento VIII” - Arnaldo Antunes (O Corpo, BMG, 2000) Arnaldo Antunes / voz, samples Marcelo Jeneci / teclados, sannfona

126

Marcia Xavier / imagens 11 – Tato Taborda & Alexandre Fenerich “Coleção de Inutilezas” - Tato Taborda e Alexandre Fenerich Tato Taborda / som Alexandre Fenerich / som Fernanda Ramos / imagem 12 – Prins Nitram Música não indentificada “Cats Life” - Martin Dahl (Whiteout Music, 2008) “Bomty-Bomty (Happy)” - Martin Dahl (Whiteout Music, 2008) Prins Nitram / som Thomas Høst / video Martin Jørgensen / video 13 – Hurtmold + Fabio Ghivelder “Mestro” (Mestro, Submarine Records, 2004) “Halijscar” (Hurtmold, Submarine Records, 2007) Fernando Cappi / guitarra Guilherme Granado / teclado, vibrafone, escaleta Marcos Gerez / baixo Mário Cappi / guitarra Mauricio Takara / bateria, vibrafone, trompete Rogério Martins / percussão, clarinete 14 – Chelpa Ferro & Jaques Morelenbaum Colagem sinfônica Jaques Morelenbaum / regência José Alves / arregimentação Silvia Braga / harpa Sérgio Naidin / tímpano João Carlos Raimundo dos Santos / trumpete Adriano Garcia de Lima / trombone Eliézer Rodrigues da Silva / tuba Kátia Pierre da Costa Medeiros / flauta piccolo Eliezer Antonio dos Santos / oboé e corno inglês Moisés Antonio dos Santos / clarineta e clarone Marcio Zen / fagote e contrafagote Philip Doyle / trompa Daniel de Souza Filho / trompa Bernardo Bessler / violino Maria Christine Spriger / viola Jorge Kundert Ranevsky / violoncelo Denner de Castro Campolina / contrabaixo Eliseu Moreira Costa / percussão 15 – Peter Greenaway Performance audiovisual Peter Greenaway / imagens DJ Radar / som 16 – Augusto Malboisson + Gustavo Lacerda Performance audiovisual 17 – Siri “Caxambu” - Ricardo Siri ”Trombada” - Ricardo Siri Siri / percussão André Moreno / percussão Leonardo Souza / percussão João Gabriel / percussão Paulo Pardo / trombone Marcos Tramontana / trombone Luis Carlos / trombone Denner Campolina / contrabaixo Fernando Morello and Luciano Correa / cello Glauco Fernandes and Marcio Sanchez / violino Rodrigo Sebastian / baixo Deborah Engel / Imagens 18 – Tom Zé “Xique Xique” - Tom Zé (Com Defeito de Fabricação, Luaka Bop, 1998) Tom Zé / voz, violão, instrumentos especiais Lauro Lélis / bateria Daniel Maia / baixo, voz Cristina Carneiro / teclado, voz Sérgio Caetano / guitarra, voz Jarbas Mariz / viola, cavaquinho, voz Luanda / voz

19 – Chelpa Ferro Performance audiovisual Barrão / Chelpa Ferro Luiz Zerbini / Chelpa Ferro Sergio Mekler / Chelpa Ferro 20 – João Donato & Donatinho + Belisario Franca “Não tem nada, não” - João Donato, Marcos Valle e Eumir Deodato. Lançada originalmente em 1973, no disco “Previsão do tempo”, de Marcos Valle João Donato / piano Donatinho / teclado, samples Robertinho Silva / percussão Alberto Continentino / baixo Belisario Franca / imagens Leandro Joaquim / flugelhorn Gilmar Ferreira / trombone 21 – Peter Greenaway Performance audiovisual Peter Greenaway – imagens DJ Radar – som 22 – Fausto Fawcett & Os Robôs Efêmeros “Robôs em Favelost” - Fausto Fawcett (letra) e Laufer (música) Fausto Fawcett / Voz Laufer / Baixo e programações Dado Villa-Lobos / Guitarra Barrão / imagem Marta Jourdan / imagem 23 – Xplau “Romance Deprê” – Antônio Sartori “Galapagos Twins” – Antônio Sartori Sartori / piano, programações DJ Rari /scratches Jovi Joviniano /percussão Marcello Rosauro / imagens 24 – Arnaldo Antunes + Marcia Xavier “Nome” - Arnaldo Antunes (Nome, BMG, 1993) Arnaldo Antunes / voz, samples Marcelo Jeneci / teclados, sannfona Marcia Xavier / imagens 25 – Carlos Casas + Sebastian Escofet Performance audiovisual 26 – Petahertz Performance audiovisual 27 – Rabotnik “Novamente” - Eduardo Manso, Estevão Casé, Bruno Di Lullo, Rafael Rocha (Rabotnik, Bolacha Discos, 2008) Eduardo Manso / guitarra, samples Estevão Casé / guitarra, sintetizador, clarinete Bruno Di Lullo / baixo Daniel Romano / guitarra, sintetizador Rafael Rocha / bateria Paulo Camacho / iluminação e edição de vídeo

EQUIPE DVD DVD TEAM Bebeto Abrantes e Batman Zavareze Direção / Direction Chico Linhares Assistente de Direção / Direction Assistant Marcio Zavareze Cameraman / Cameraman Pedro Urano Cameraman / Cameraman André Rondineli Cameraman / Cameraman Emanuel de Jesus Cameraman / Cameraman Pablo Ribeiro Edição (imagem e som) / Edition (image and sound) Seblen Montovani Assistente de Câmera e Operador de Áudio / Camera Assistant and Audio Operator Magno Gomes Assistente de Câmera e Operador de Áudio / Camera Assistant and Audio Operator Alessandra Marfisa Autoração / Autoration Marcelo Antônio Videografismo / Motion Graphics Stânio Soares Videografismo / Motion Graphics Caótica Direção de Arte / Art Direction Panorâmica Comunicação Apoio/ Support 27 Mais 1 Comunicação Visual Ltda Produção e Realização / Production Nehemias Gueiros Jr Assessoria Jurídica / Legal Counsel Ao tempo de prelo deste catálogo, todos os recursos foram empenhados pela produção do evento MULTIPLICIDADE 2008 para obter as necessárias autorizações e créditos de todos os artistas, músicos executantes, fotógrafos e demais profissionais envolvidos nos espetáculos. Qualquer falha ou omissão terá ocorrido unicamente por impossibilidade de localização da(s) pessoa(s) ou erro/ inexistência nas informações fornecidas pelos respectivos contatos. A produção do evento desde já coloca-se à inteira disposição para corrigir eventuais erros e/ ou conferir créditos porventura faltantes aos efetivos titulares. Todos os livros contendo o DVD encartado do evento “Multiplicidade 2008”*, estão sendo distribuídos gratuitamente, sem qualquer finalidade comercial e todas as apresentações e performances constantes do referido DVD foram realizadas durante o referido evento e incluídas com estrita finalidade de divulgação do mencionado evento, conforme disposto no inciso VIII do artigo 46 da lei brasileira de direitos autorais – Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

* O DVD não será posto à venda e somente será oferecido em forma gratuita, nos 80% da tiragem dos livros, sendo os restantes 20% dos livros destinados à venda desprovidos desta mídia.

127


Copyright © Batman Zavareze, 2009 curadoria Batman Zavareze

Realização:

coordenação editorial 27 Mais 1 Comunicação Visual Ltda. produção executiva Mirian Peruch projeto gráfico Leonardo Eyer fotos Lucas Werthein, Leonardo Santos, Grégoire Basdevant revisão José Figueiredo revisão tipográfica José Figueiredo

Patrocínio:

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ M926 Multiplicidade / org. Batman Zavareze. - 1.ed. - Rio de Janeiro : Aeroplano, 2009. 128p. : il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-7820-021-3 1. Multiplicidade (Projeto cultural). 2. Espaço Cultural Oi Futuro. 3. Teatro Oi Casa Grande. 4. Arte e tecnologia. 5. Multimídia (Arte). I. Zavareze, Batman. 09-1274. 23.03.09

CDD: 700.105 CDU: 7.021 27.03.09

011684

opps :-) NL @ Parabéns!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! MB @ Oi, Gostaria de me cadastrar para receber informações sobre o projeto multiplicidade. J @ fantastic….. CC @ que barato. parabéns pelo projeto. L @ ok, fechado PARABENS!!!! Acabei de entrar no site do Multiplicidade... tinha um tempinho que não entrava. Tá lindo demais! Amei! Fiquei até emocionada de ver o projeto caminhando de vento em popa! A identidade toda a equipe!! Fico ainda mais feliz por você. Um sonho que se tornou realidade e que agora só faz crescer, e crescer! Bom demais! Boa sorte sempre!!!!! Tô achando que esse é o seu ano, hein?! X @ Foi muito bem respirar Apoio:outros ares e dar um gás na nossa parceria. Conte comigo. B @ Olá! gostaria de receber informações sobre o projeto e saber como posso participar. Valeu, JV @ A Palestra do Peter G foi que ele tá velhão e taí se metendo com novas tecnologias e América do Sul. Massa! R @ Oh meu deus! Melhora o tempo todo! RM @ Olá Multiplicidade, adoro ver o Multiplicidade e gostaria de fazer parte da para me cadastrar? MTV Pode adicionar o meu email no mailing? Muito sucesso e tudo de bom!! Abraços, EL @ Eu consegui assistir aos dois eventos, a tempo e a hora. Melhor, impossível! Aproveito para elo transcorreu sem qq percalço. A técnica estava impecável. Som, luz, projeção, tudo perfeito! Só queria saber como o pessoal conseguiu desmontar 5 telões depois das 23 hs e instalar um outro para as 1 O GLOBO irreparável foi o pessoal de apoio e segurança. Enfim, receber centenas de pessoas com conforto e segurança oferecendo um espetáculo de qualidade merece a nossa admiração. Congratulações a toda e OI INTERNET here are some picts from our imax performance..... we ended up playing Bluray from the projection both and Mat played audio live. MF @ Ola queridos! Tudo bem? Que máximo essa novidade, hein? Vári OI KABUM! Bom, acho que ainda eh muito cedo para confirmar presença para o dia 16 de dezembro, né? Mas saibam que vão contar com a nossa presença! Beijinhos XN @ Feliz 2009 para você tambem e parabens p MIAM MIAM mesmo de longe. Eu estou de molho aqui na neve em Montreal, caindo desde inicio de dezembro, ja montando o cenario do nosso show do Cirque. G @ my brazilian friends! i hope you had a nice christm CENOGRAFIA.NET true! my trip to brazil is for me one of the high lights of 2008, and going back there is definitely on my wish-list for 2009! i hope we will stay in touch, and if you ever need a couple of clones in golden sui TRIPLEX Segue o link de um artista que o Ap viu no Off em Barcelona nesse útimo final de semana. Ele disse que é bom demais! Vale dar uma olhada... e quem sabe ele não se apresenta no Multi. Beijos XN. Takag com motivos para palmas no final do ano é você. Parabéns por conseguir trazer trabalhos importantes contando com muito esforço pessoal, em primeiro lugar. Quando fomos ao Rio, foi isso que vi ALL bater BUSINESS outros a Mirian, N @ Querido amigo e parceiro, hoje a noite, vou bebemorar com os amigos queridos o meu niver no Barril, em Ipanema, a partir das 20H30M. La te espero! Beijo, A @ UAU! Que bárbaro! U OI FM Daqui, do alto desse maravilhoso far niente ( é assim que se escreve na Itália?) dá gosto ver essa turma do OI Futuro e seus parceiros. Êta gente danada de boa! Beijos, A @ Estamos todos muito orgulhos RONCA RONCA graças à dedicação de todos da equipe e da banda. Gostaríamos de assistir o que foi gravado pelo pessoal da casa para podermos editar uns vídeos e mostrar pra todo mundo nosso showzão! EC @ Muito Greenaway no mês que vem, voces tão com tudo!!! Viva o Multiplicidade no Casa Grande!!! Dá pra comprar adiantado? hoje a noite vou dar um pulinho no teatro pra comprar pro D-Fuse. LB @ Não consegu ajuda, pelo amor de deus! Hehehe. JE @ Adorei esta nova fase Multiplicidade =) T @ Obrigado mais uma vez, nossa apresentação no Multiplicidade foi histórica, pena q perdi minha camera com as fotos. Designpor Gráfico: vcs ? C @ Parabéns TUDO! Fiquei morta de inveja da festa de ontem, triste por não poder ir pela situação caótica da cidade, como vocês devem ter visto nos jornais ontem e hoje. Já soube que foi MAIS múltiplos! MN @ Nunca tinha ido no seu evento. Adorei, viu ?!?!? IH @ Multiplicidade - Imagem - Som – Inusitados, Muito obrigada por me manter informada sobre vocês. Acho genial. Continuem manda can do it again some time in the future... MD @ Muito obrigado pela oportunidade de participar do Multiplicidade, me amarrei muito em fazer a apresentação, como sempre disse e não canso de repetir: o M JB @ Gostaria de viajar ao Rio amanhã exclusivamente para o evento de encerramento, por favor poderia reservar um par de ingressos para o Casa Grande. MG @ e ai? quando vou tocar no Multiplicid Chelpa Ferro e Jaquinho LC @ Bom dia, querido. Olha, eu queria dizer que cheguei ao teatro às 20h45, como combinado, mas já estava a maior loucura e não deu pra encontrar ninguém. Te chamei pelo daquele tumulto e desisti. Bem, obrigada pelo convite, achei o evento ótimo. Confesso que não gostei de tudo que vi, mas mesmo aquilo que de que não gostei, foi bom ter visto. Sacou? Se ainda quiser minhas ele é uma pessoa que inspira mil idéias. Agora que vocês entram em recesso podemos até pensar em um vinho, não? Um beijo PF @ Estou indo finalmente para o Brasil em Maio e fico até Novembro. Até ag Adoraria realizar aquele projeto do qual falamos, uma colaboração entre músicos, performers e visuais. Acho que pode ser muito interessante e ter resultados inesperado. Estou levando todo meu mater me dar uma posição? SU @ oi, não estou cosneguindo abrir a sugestão de calendário dos shows do multiplicidade. pode remandar em outro formato, por favor? recebeu a ficha técnica para inclusão no c lançamento do catálogo 2007 PR @ Feliz ano novo e muitos sucessos. Queria ver com você algumas ideias de grupos para este ano. Tentamos nos falar estes dias? abraços, PA @ Dear Batman, Thank yo Por favor coloque esses e-mails na lista: …………..MB @ beleza? Voltarei de viagem na véspera do Peter Greenway, e estou há uns dois dias tentando comprar antecipado pela net. O site não fecha a compr que vc esteja louco de trabalho por aí, e peço desculpas por te encher o saco com isso. Mas gostaria de saber se vc pode deixar dois ingressos RESERVADOS para mim. Faço questão de pagar, mas não con não puder, não há problema. Porém pode me dizer uma outra forma de adquirir que não seja o ticketronic? Obrigado e grande abraço! B @ Dear Batman and Chico, First of all we wish you all a healthy & here: www.xxxxx.com/downloads/greenaway_rio.zip. We look back to our stay in Rio with great joy, and hope to come back! We are now working on the new Peter Greenaway VJ Performance, and will o ideas for extended performances/events, so if you can provide us with your thoughts we would appreciate it. All the best from a freezing Amsterdam ;-)). Best regards, RK @ Olá……estou dentro! MC @ Our s We all enjoyed it very much, and we will certainly be happy to return. Let’s shake Rio in 2009 again! PG @ Pena não ter tido mais tempo pra trocar figurinhas com vc e sua turma. Queria ter mandado es de ter saido da agencia onde eu trabalhava com criadora e editora de vídeo. Agora estou como freelancer e portanto com muito mais flexibilidade de trabalhar em outros países e com outras pessoas. Est mas queria ver se está programando algum evento por aí onde houvesse a possibilidade de uma colaboração entre nós. Aguardo sua resposta, Grande abraço, VR p.s. Adorei seu catálogo do Multiplicidade in beautifull Rio...Here I’ve been full on the next projects. I don’t remember if I left you my material or not, dvds and infos folders, eventually I’d like to send it to you to show you my work and keep in tou thank you again for the great time in Rio + baci alla famiglia. CS @ Good to hear from you. yes this is fine, do you want any other material from us? did you get the vj book in the end? MF @ great you are Todos os direitos reservados Aires...I hope AEROPLANO so , since EDITORA I am in ELa Paz already...in CONSULTORIA LTDA. case sebastian doesn t have we can ask to send a DVD to brazil no problem...when is the deadline? let s speak soon...CC @ Susanna, vcs chegaram a p Av. são Ataulfo de Paiva, 658 /MN@ sala 401 | Leblon Queridos, Vocês o MÁXIMO!!! Tudo bem contigo. Por aqui eu fico babando com a programação do Multiplicidades todas as vezes que recebo. Então, posso enviar pra vc uma mídia com algumas co Rio de Janeiro – RJ – cep: 22440-030 que apresentamos aí. Outra coisa: o que você quis dizer com “projetado nos balões” ? não entendi direito...Se quiser me avise, ok? Grande abraço, GF @ Presença confirmada GM@ A minha amiga AL me Tel: (21) 2529-6974 | Fax: (21) 2239-7399 evento com João Donato e Donatinho em 2007. e-mail: aeroplano@aeroplanoeditora.com.br Mas nos falamos muito rapidamente. Então, gostaria de te enviar o CD da minha banda, o NAYAH, para sua apreciação, pois temos interesse em participar com a imagemwww.aeroplanoeditora.com.br da banda, tem um formato moderno assim como o nosso som e nosso show, um público que nos interessa e seria uma experiência interessante na nossa trajetória como artistas. Em anexo enviar o CD, ou como faço para entregar-lhe em mãos? Grato pela atenção, um abraço JP @ Acho muito importante a existencia de um projeto como esse, e gostaria de parabeniza-lo. Se possivel for, cont PC @ exatamente isso o que quero fazer!, me avisa qnd podemos sentar para conversar! Abs EC @ tudo bem? conforme conversamos, estamos produzindo um piloto para o canal GNT/Globosat chama comportamentais que surgiram com o uso da tecnologia em nosso cotidiano. Nosso objetivo é realizar uma matéria no Oi Futuro sobre a proposta do espaço cultural que utiliza a tecnologia como suporte p mostrar as modernas instalações. A abordagem principal é falar sobre uma nova forma de arte que surgiu com o aparecimento das tecnologias. Para ilustrar esse tema, queremos falar do Multiplicidad fundamental sua entrevista e também a obtenção de imagens de arquivo do evento em alta definição. Se você puder, para nós o ideal é gravarmos seu depoimento na terça-feira, 21( horário a combi Multiplicidade fossem disponibilizadas para nossa produção ainda esta semana. Desde já agradeço por tudo! Aguardo seu retorno e me coloco à disposição para quaisquer esclarecimentos. abraços, SL @ deixar hoje mesmo no endereço indicado! acho que podemos fazer um material muito interessante sobre o Multiplicidade. beijos e obrigada pela colaboração! C @ Olha fiquei triste com a falta de planejamen uma palestra de mais de duas horas. Realmente deixou a desejar. Beijos, LK@ Oi, LK. Muito obrigado pelo comentário sincero. Na verdade, tivemos um tradutor de última hora obrigado a substituir u espetáculo. Por causa disso, o ritmo da palestra seguiu mais lento e a partir de um determinado momento o próprio Peter Greenaway optou por continuar sem a tradução, nos deixando de mãos atadas. Si de folgado: dá pra pegar carona na lista de convidados? Caso sim, seríamos 4 nomes: eu, Theiza, Marcela (minha filha) e Danielle. Se não der, ok. Compro na porta na hora do evento. RL @ acho o Multi do 2009 - Bonne Année du Boeuf - Feliz Ano Novo - Happy Year of the Ox - Yes We can 09 GB @ Batman, se há alguém com motivos para bater palmas no final do ano é você. Parabéns por conseguir trazer traba



Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.