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EDITORIAL DIRETORES Sônia Inakake Almir C. Almeida

Caro leitor,

EDITORA Rosali Figueiredo

A diretora de uma escola estadual da periferia de São Paulo, Capital, relatou que em princípios deste ano

PÚBLICO LEITOR DIRIGIDO Diretores e Compradores

recebeu pelo menos 20 estudantes diagnosticados como portadores de deficiência mental, para frequen-

PERIODICIDADE MENSAL exceto Junho / Julho Dezembro / Janeiro cuja periodicidade é bimestral

contrário, sua escola trabalha com equipe enxuta para lidar com as próprias demandas do dia a dia, como,

tarem as turmas do ensino regular. Mas não obteve qualquer estrutura física ou profissional de apoio. Pelo por exemplo, um único inspetor por turno, um dos quais chega a comportar mais de uma dezena de turmas do Ensino Médio. Salas de apoio, especialistas e professores capacitados para trabalhar com a inclusão são

TIRAGEM 20.000 exemplares

recursos que passam ao largo da unidade. Diante da ausência do suporte necessário e assim como outras

JORNALISTA RESPONSÁVEL Rosali Figueiredo MTB 17722/SP espacodoleitor@grupodirecional.com.br

escolas da rede, ela procura se virar com o que tem, muitas vezes ajudando os familiares a fazerem o enca-

ESTAGIÁRIO Rafael Lima (Jornalismo)

Nas escolas particulares, a situação é um pouco melhor, mas não menos complexa. Instituições mais estru-

CIRCULAÇÃO Estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais

Outras adquirem capacitação para determinados casos, encaminhando para demais instituições aqueles que

DIREÇÃO DE ARTE Jonas Coronado

ou nada conseguem auxiliar estes estudantes, senão administrar da forma possível cada jornada escolar. turadas conseguem investir em equipe e recursos, de forma a poder realizar de fato um trabalho inclusivo. fogem de sua possibilidade de fazer uma abordagem adequada. De qualquer maneira, entretanto, a palavra inclusão não deixa de soar como grande desafio, já que a prática demanda a flexibilização do currículo e da organização do ensino, a revisão dos métodos de trabalho e a ampliação da equipe, entre muitas outras

ASSISTENTE DE ARTE Fabian Ramos Rodrigo Carvalho

mudanças que a inclusão enseja. É um desafio que faz repensar o próprio modelo escolar, conforme apontam especialistas ouvidos pela revista

ASSISTENTE DE VENDAS Emilly Tabuço

Direcional Escolas para a reportagem Especial desta edição. Também foram entrevistadas escolas, duas delas especializadas em inclusão, temas de nosso Perfil da Escola. Conforme apurou a reportagem, o processo de

GERENTE COMERCIAL Alex Santos alex@condominio.inf.br

inclusão inserido no formato tradicional gera grande risco de se produzir um engodo, criando expectativas pouco realistas junto aos pais e, até mesmo, um quadro de segregação dentro do grupo de estudantes. “Ad-

DEPARTAMENTO COMERCIAL Alexandre Mendes Francisco Grion Paula De Pierro Sônia Candido

mitir seu despreparo frente a uma necessidade específica pode ser um ato de amor e coragem, agora estar despreparado para qualquer necessidade especial é desrespeito à lei e, principalmente, à essência da condição de educadora”, pontuou, entretanto, Edimara de Lima. Para os especialistas, é preciso abrir a discussão e rede-

ATENDIMENTO AO CLIENTE João Marconi Juliana Jordão

finir as responsabilidades que competem às escolas, ao Estado e à sociedade na organização de uma estrutura capaz de acolher a diversidade preconizada pela legislação brasileira.

IMPRESSÃO Prol Gráfica

Uma boa leitura a todos,

Conheça também a Direcional Condomínios e Direcional Educador www.direcionalcondominios.com.br www.direcionaleducador.com.br

Para anunciar, ligue: (11) 5573-8110 Filiada à

minhamento clínico de seus filhos. É um quadro dramático, pois na verdade, nessa situação, as escolas pouco

Tiragem auditada por

Rosali Figueiredo Editora SORTEIO DA PESQUISA EM 2 DE DEZEMBRO Prezado leitor, envie-nos o formulário preenchido da pesquisa publicada na página 4 desta edição e concorra a prêmios! nOVO ESPAÇO DO lEITOR

Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias, sujeitando os infratores às penalidades legais. As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião da revista Direcional Escolas. A revista Direcional Escolas não se responsabiliza por serviços, produtos e imagens publicados pelos anunciantes. Rua Vergueiro, 2.556 - 7ª andar cj. 73 CEP 04102-000 - São Paulo-SP Tel.: (11) 5573-8110 - Fax: (11) 5084-3807 faleconosco@direcionalescolas.com.br www.direcionalescolas.com.br

Queremos nos aproximar mais de você, leitor, conhecendo suas opiniões, expectativas, sugestões e necessidades. Por isso criamos um novo canal de contato, o endereço de email espacodoleitor@grupodirecional.com. br. Envie seus comentários e lembre-se de deixar nome completo, escola ou empresa em que atua, profissão e telefones para contato, nos informando ainda se autoriza a publicação total ou parcial da mensagem.

cOnFIRA nO SITE WWW.DIREcIOnAlEScOlAS.cOM.BR O nOTIcIÁRIO ATUAlIZADO DA ÁREA DA EDUcAÇÃO, AlÉM DE InFORMAÇÕES EXclUSIVAS PRODUZIDAS PElA DIREcIOnAl EScOlAS. AcOMPAnhE-nOS nO

E

Direcional Escolas, Novembro 11

Tiragem de 20.000 exemplares auditada pela Fundação Vanzolini, cujo atestado de tiragem está à disposição dos interessados.

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WWW.DIRECIONALESCOLAS.COM.BR

no site da Direcional Escolas, você encontra grande acervo de informações e serviços que o auxiliam na gestão administrativa, pedagógica e da sua equipe de colaboradores. Acesse e confira. VERSÃO cOMPlEMEnTAR DA EDIÇÃO DE nOVEMBRO InclUSÃO:

MATRIZ LEGAL

A pedagoga Magali Bussab, mestre e doutora em Educação Especial pela Universidade de São Paulo, ex-coordenadora pedagógica da Associação para o Desenvolvimento Integral do Down (Adid), comenta os dispositivos legais que preveem a inclusão dos estudantes com necessidades educativas especiais e/ou diferenciadas no âmbito do ensino regular.

RAIO X

Informações compiladas pelo Instituto Rodrigo Mendes revelam o perfil da população com necessidades especiais ou diferenciadas em idade escolar. Magali Bussab, por sua vez, apresenta uma síntese dos casos de maior demanda junto às escolas.

INCLUSÃO/ ENTREVISTAS

Educadoras com experiência na área, Edimara de Lima, Jane Patrícia Haddad e Márcia Icléa Bagnatori avaliam, em entrevistas separadas, o quadro da inclusão escolar no Brasil.

INCLUSÃO/ESCOLAS

Direcional Escolas, Novembro 11

O Colégio Rio Branco e o Colégio Viver, ambos de São Paulo, Capital, disponibilizam um relato de seu trabalho com a inclusão de crianças e adolescentes portadoras de síndromes, déficit de atenção, transtornos ou mesmo com quadro de superdotação, entre outras manifestações.

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ACESSIBILIDADE

A arquiteta Guiomar Leitão apresenta, em reportagem exclusiva da Direcional Escolas, os mais variados aspectos do ambiente escolar relacionados à acessibilidade. Conselheira do CREA, ex-integrante da Comissão Permanente de Acessibilidade da Prefeitura de São Paulo e membro do Grupo de Trabalho de Acessibilidade do Instituto dos Arquitetos do Brasil em São Paulo (IAB/SP), Guiomar realizou em 2010 a avaliação de uma escola pública, observando aspectos como pisos, instalações (banheiros, portarias, escadas, rampas, piscinas etc.), equipamentos (mobiliário, bebedouros, iluminação, entre outros) e sinalização. Confira os detalhes em nosso site, bem como a legislação pertinente ao tema. E MAIS ....

COLUNAS

Os especialistas Jane Patrícia Haddad, Márcia Regina do Carmo Claro Oliveira, Reinaldo Domingos, Reinaldo Passadori e Waldir Ciszevski compõem o time de colaboradores regulares do site da Direcional Escolas e abordam temas de interesse do gestor.



SUMÁRIO

10 GESTÃO PlAnEJAMEnTO TRIBUTÁRIO PARA 2012

Prevista para entrar em vigor em 1º de janeiro do próximo ano, a majoração em 50% na tabela do Simples Nacional irá beneficiar escolas antes excluídas do regime por superarem o teto de receita anual de R$ 2,4 milhões. Ela irá ainda atualizar as faixas de incidência do imposto, gerando economia para as mantenedoras que operam com o sistema. Outra novidade deverá ser o parcelamento dos débitos tributários para os optantes do Simples. Os valores da tabela não mudavam havia cinco anos.

16 ESPECIAL

Foto Weber Furtado

OS DESAFIOS DA InclUSÃO

Em dezembro próximo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) completará 15 anos, mas o período não foi suficiente para que a rede pública e privada cumprisse a contento com um de seus principais avanços: a inclusão de alunos com necessidades educativas especiais no ensino regular, “assegurando-lhes currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos”. Escolas e especialistas ouvidos pela Direcional Escolas avaliam a situação atual e apontam caminhos.

20 PERFIL DA ESCOLA GRAPhEIn E nAnE

Especializados em inclusão, os colégios Graphein e Novo Ângulo Novo Esquema (NANE), ambos de São Paulo, Capital, desenvolveram metodologias próprias de ensino, que lhes permitem trabalhar com grande diversidade de alunos, com ou sem necessidades educativas especiais. O que vale é o olhar individualizado sobre as potencialidades de cada um e de que maneira isso pode contribuir para a construção de um trabalho coletivo.

Direcional Escolas, Novembro 11

CONFIRA AINDA

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DIcAS PSIcOMOTRIcIDADE .......................................................................................15 SElO InMETRO E nORMAS ABnT ........................................................... 22 SISTEMA DE SEGURAnÇA: PERÍMETRO ................................................ 26 FIQUE DE OlhO QUADROS E lOUSAS ..................................................................................... 24



GESTÃO: PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO PARA 2012

ORÇAMENTO PODERÁ SER BENEFICIADO

COM NOVA TABELA DO SIMPLES

Prevista para vigorar a partir de 1º de janeiro de 2012, a nova tabela deverá trazer grande alívio às instituições de ensino. O limite do faturamento anual será ampliado para R$ 3,6 milhões. Os valores não sofriam mudanças havia cinco anos, o que obrigou muitas escolas a pagarem alíquotas maiores ou mesmo a migrarem de regime. O planejamento para o próximo ano deverá levar em conta a nova realidade.

Direcional Escolas, Novembro 11

10

IGP – M, Índice Geral de Preços do Mercado medido pela Fundação Getúlio Vargas, acumulou quase 7,5% entre setembro de 2010 e o mesmo mês deste ano. No último quinquênio, a variação anual do IGPM oscilou entre índices próximos do 7,5% ao 11,3%, tendo desempenho negativo apenas em 2009 (- 1,7%). As elevações médias dos preços deixam uma boa medida do quanto as escolas tiveram alterada sua composição financeira relacionada aos custos de insumos e mão de obra, e aos padrões de mensalidade e faturamento no período. Entretanto, desde que o atual formato do Simples Nacional entrou em vigor em 2007, dentro do Estatuto Nacional das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, o teto de receita bruta anual para operar no sistema permaneceu em R$ 2,4 milhões, obrigando muitas instituições a saírem do regime. O advogado Célio Muller observa que a notícia de majoração da tabela em 50% “é muito bem-vinda”, não apenas porque “grande número de escolas inscritas no Simples poderão obter alíquotas mais vantajosas”, com o teto até R$ 3,6 milhões, mas ainda pela inibição de uma prática a que muitas instituições recorreram para não estourarem os limites e usufruírem do regime: elas acabaram abrindo duas ou mais pessoas jurídicas dentro de um mesmo grupo. “Com o aumento das faixas, poderá haver diminuição dessa prática e consequente redução de custos com registros e manutenção de mais empresas”, aponta Célio. A mudança da tabela foi aprovada pelo Senado Federal em princípios de outubro passado e aguardava sanção da presidente Dilma Rousseff até o fechamento desta edição. A majoração de 50% no faturamento bruto beneficiará o empreendedor individual, as microempresas e as organizações de pequeno porte. Foi aprovado o parcelamento da dívida tributária para os optantes do Simples, por um prazo de até 60 meses. É outra boa notícia, aponta Célio Muller, lembrando que “muitas escolas particulares com débitos fiscais acumulados, que estavam próximas de serem excluídas do regime, terão agora condições de manter os benefícios”. Segundo a gestora Márcia Regina do Carmo Claro Oliveira, mantenedora do Colégio Ômega, da Baixada Santista, Litoral de São Paulo, haverá também impacto positivo sobre as próprias alíquotas incidentes em cada faixa de receita. Conforme projeções feitas pela Adef Contabilidade, empresa que presta serviços às duas unidades do Colégio Ômega, uma escola que tenha faturado R$ 1,2 milhão, em vez de recolher 13,68%, com a nova tabela passará a pagar 12,54%. A Adef avalia o Simples como o regime mais indicado para as instituições de ensino, especialmente aquelas em que a folha de pagamentos ultrapassa 40% do faturamento. E destaca que o regime facilita a gestão tributária, já que o Simples reúne impostos e contribuições em uma única guia de recolhimento. É o DAS (Documento de Arrecadação do Simples), que deve ser pago todo dia 20 do mês subsequente ao faturamento apurado, e incorpora os montantes devidos ao PIS (Programa de Integração Social), Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido), IRPJ

(Imposto de Renda Pessoa Jurídica), Previdência (Alíquota referente à parte do empregador), ISS ( Imposto Sobre Serviços) e ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços). Neste caso, o Imposto refere-se somente a vendas diretas, pela instituição, de material escolar, uniforme ou exploração de cantina. A Adef e a gestora Márcia Regina acreditam que os novos valores irão facilitar o planejamento tributário para 2012, entretanto, ressaltam que o regime de apuração deve ser avaliado anualmente pelas instituições de ensino.

Foto Weber Furtado

O

Por Rosali Figueiredo

Com mais de 20 anos de experiência nas áreas contábil, tributária e financeira, além de forte trabalho entre as instituições de ensino, o gerente executivo da Meira Fernandes, Vanderlei Ferreira Machado, avalia em entrevista abaixo os reflexos das mudanças do Simples Nacional sobre as escolas da rede privada. E orienta os gestores a realizarem simulações anuais sobre o melhor regime tributário a ser adotado para o ano seguinte, já que uma escolha errada pode aumentar significativamente o ônus dos impostos e das contribuições, que pode variar de 6% a 35% do faturamento. Direcional Escolas – Qual o impacto da majoração em 50% da tabela do Simples Nacional para as escolas de educação básica? Vanderlei F. Machado – Estima-se que cerca de 1,2 milhão de micro e pequenas empresas sejam beneficiadas com a ampliação do limite de faturamento de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões, que refletirá na permanência daquelas que já estão no sistema, no ingresso das que se encontravam impedidas e no retorno de outras que foram excluídas por terem excedido o limite anteriormente vigente. Em síntese, muitas instituições de ensino acabarão beneficiadas, com certeza é um alívio para as escolas, pois a tabela do Simples Nacional não tinha sofrido nenhum reajuste desde o início de sua vigência, em 1º de julho de 2007. Para elucidar, vislumbremos uma escola que em 2007 tinha 400 alunos com mensalidade média, por aluno, de


R$ 400,00. Neste exemplo, chegaremos a um faturamento mensal de R$ 160.000,00 e anual de R$ 1.920.000,00 (considerando 12 parcelas). Aqui, somente o fator reajuste das mensalidades nos anos 2008, 2009, 2010 e 2011 excederia aquele limite introduzido em 2007, quando do início de vigência da lei. Direcional Escolas – Quanto ao parcelamento de dívidas tributárias, havia demanda do segmento por esse tipo de medida? Vanderlei F. Machado – Há tempos algumas instituições de ensino clamam pela possibilidade de parcelar débitos apurados na sistemática do Simples Nacional. Essa autorização para parcelar os débitos em até 60 meses beneficiará mais de 500 mil empresas que se encontram devedoras com os fiscos federal, municipal e estadual. Nesse sentido, muitas instituições de ensino, não sendo diferentes dos demais segmentos, irão demandar o parcelamento. Direcional Escolas – Além do Simples, temos dois outros regimes tributários, o Lucro Presumido e Lucro Real. Quando não puderem atuar pelo Simples, qual o mais indicado para as escolas? Vanderlei F. Machado – A opção por um ou outro regime tributário, Lucro Presumido ou Lucro Real, poderá resultar em maior ou menor ônus tributário para a instituição de ensino. A legislação que disciplina o Lucro Presumido determina que o lucro da atividade educacional é de 32% (trinta e dois por cento). Em outras palavras, 32% do faturamento é lucro e sobre ele incidirá o IRPJ, inclusive adicional, e a CSLL. Partindo dessa premissa, podemos concluir que se o lucro da atividade for inferior a 32%, a melhor opção tributária é o Lucro Real. Todavia, em se tratando de carga tributária cada caso é um caso. Direcional Escolas – Como fazer a organização dos tributos e encargos incidentes sobre a atividade empresarial? Vanderlei F. Machado – A primeira medida a ser adotada para fins de organização tributária empresarial é mapear todas as incidências tributárias (qual tributo, qual a base de cálculo, qual a alíquota aplicável e suas datas de vencimento) que recaem sobre a folha de pagamento, sobre o faturamento e sobre o lucro da atividade. Esse mapeamento permitirá visualizar mais de 90% da carga tributária das instituições de ensino. Exemplificando, relacionamos a seguir os principais tributos, suas bases de cálculo e respectivas alíquotas: a) Contribuições Previdenciárias Patronais (GPS): a alíquota, ao final, é de 25,50% sobre as remunerações – Folha de pagamento; b) Imposto sobre Serviços (ISS): incide sobre o faturamento e a alíquota varia entre os municípios (na cidade de São é de 2%); c) Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS): incide sobre o faturamento (com alíquota de 0,65%); d) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS): incide sobre o faturamento (com alíquota de 3%); e) Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ): para as empresas tributadas pelo Lucro Real. A base de cálculo é resultado contábil ajustado segundo as normas fiscais (com alíquota 15%); f) Adicional do Imposto de Renda Pessoa Jurídica: para as empresas tributadas pelo Lucro Real, a base de cálculo é o valor que exceder a R$ 20.000,00 mensais da base de cálculo do IRPJ (com alíquota de 10%); g) Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL): para as empresas tributadas pelo Lucro Real, a base de cálculo é resultado contábil ajustado segundo as normas fiscais (com alíquota de 9%); h) Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ): para as empresas tributadas pelo Lucro Presumido, a base de cálculo é encontrada mediante a aplicação de 32% sobre o faturamento e sobre o valor encontrado

deverá ser adicionado às demais receitas (com alíquota de 15%); i) Adicional do Imposto de Renda Pessoa Jurídica: para as empresas tributadas pelo Lucro Presumido, a base de cálculo é o valor que exceder a R$ 20.000,00 mensais da base de cálculo do IRPJ (com a alíquota 10%); j) Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL): para as empresas tributadas pelo Lucro Presumido, a base de cálculo é encontrada mediante a aplicação de 32% sobre o faturamento e sobre o valor encontrado deverá ser adicionado as demais receitas (com alíquota de 9%); k) Simples Nacional (DAS): a base de cálculo é o faturamento – as alíquotas são progressivas na proporção do faturamento acumulado dos últimos 12 meses, variam de 6,0 a 17,42%. Direcional Escolas – Qual a melhor forma de planejar o recolhimento de tantos impostos e contribuições? Vanderlei F. Machado – Ao final de cada ano, a instituição de ensino preocupada com a gestão tributária eficiente e eficaz, a qual representa, na maioria dos casos, seu segundo maior gasto financeiro, deve identificar a melhor opção tributária para o período seguinte. É um processo muito simples, conforme mostra a tabela de simulação (Confira na pág. 12). Verifica-se que o regime tributário adotado também influencia na carga tributária. No exemplo, constatamos que o Simples Nacional resultou em uma carga tributária de 17,13%, enquanto que o Lucro Presumido de 24,23% e o Lucro Real de 20,61%. Logo, o montante do faturamento, o total da folha de pagamento e o regime tributário adotado guardam relação direta com a carga tributária, que pode variar de 6% a 35% do faturamento. Após realizada a opção tributária, as instituições devem se atentar para as particularidades do regime escolhido, para fins de reduzir o montante devido. Existem diversas previsões legais que reduzem essa carga tributária, que passam despercebidas por muitas escolas. A título de exemplo, podemos citar que o Simples Nacional e o Lucro Presumido permitem apurar os tributos federais por regime de caixa, ou seja, recolherão os tributos sobre os valores efetivamente recebidos. Direcional Escolas – Quem deve recolher os impostos relativos aos serviços dos prestadores autônomos (arquitetos, decoradores, consultores educacionais, professores de música, artes, esportes, carpinteiros, jardineiros etc.?) Vanderlei F. Machado – A legislação tributária impõe ao contratante de serviços profissionais a responsabilidade de reter do contratado determinados tributos e repassar aos cofres públicos. Neste caso, o contratante passa a ser o responsável tributário, é o sujeito passivo indireto da obrigação tributária. Exemplo: ao contratar uma pessoa jurídica que presta serviços de engenharia, o contratante ficará com a obrigação de reter o IR Fonte, cuja alíquota é de 1,5%, e as contribuições para o PIS, COFINS E CSLL, quando o valor pago for superior a R$ 5.000,00, mediante aplicação da alíquota de 4,65%. Por outro lado, se o contratado for pessoa física, o contratante tem a obrigação de reter o IR Fonte mediante aplicação da tabela progressiva do Imposto de Renda Pessoa Física, que pode chegar até 27,5%, além do Imposto Sobre Serviço, cuja alíquota varia de um município para outro, a retenção da Contribuição Previdenciária mediante aplicação da alíquota de 11,0% e, estará sujeita ainda, em sendo optante pelo Lucro Presumido ou Real, ao encargo da Contribuição Previdenciária à alíquota de 20,0%. (Por Rosali Figueiredo)

Direcional Escolas, Novembro 11

GESTÃO: PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO PARA 2012

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GESTÃO: PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO PARA 2012 SIMUlAÇÃO cOMPARATIVA EnTRE OS REGIMES TRIBUTÁRIOS DEScRIÇÃO

SIMPlES nAcIOnAl

lUcRO PRESUMIDO

lUcRO REAl

Faturamento

2.150.000,00

2.150.000,00

2.150.000,00

Salários/Férias/13º Salário

752.500,00

752.500,00

752.500,00

Despesas gerais

631.364,80

631.364,80

631.364,80

RESUlTADO AnTES DOS TRIBUTOS

766.135,20

766.135,20

766.135,20

PIS

0,00

13.975,00

13.975,00

COFINS

0,00

64.500,00

64.500,00

ISS - SP

0,00

43.000,00

43.000,00

INSS

0,00

191.887,50

191.887,50

SIMPLES NACIONAL

368.295,00

0,00

0,00

IRPJ/ADCIONAL

0,00

148.000,00

89.193,17

CSLL

0,00

61.920,00

40.749,54

TOTAl TRIBUTOS

368.295,00

523.282,50

443.305,21

RESUlTADO lÍQUIDO

397.840,20

242.852,70

322.829,99

cARGA TRIBUTÁRIA

17,13%

24,23%

20,61% Fonte: Vanderlei F. Machado

cROnOGRAMA DOS IMPOSTOS E cOnTRIBUIÇÕES TRIBUTO

PERIODIcIDADE

VEncIMEnTO

Simples Nacional/DAS

20

Contribuições Previdenciárias/GPS

20

PIS

Mensal

25

COFINS

25

ISS

Varia de acordo com o município.

IRPJ/Adicional - Lucro Presumido CSLL/Lucro Presumido IRPJ/Adicional - Lucro Real Trimestral

Trimestral

CSLL /Lucro Real Trimestral IRPJ / Adicional - Lucro Real Anual

Último dia útil do mês subsequente ao período de apuração.

Mensal

CSLL - Lucro Real Anual

Direcional Escolas, Novembro 11

Fonte: Vanderlei F. Machado

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ATEnÇÃO As empresas optantes pelo Simples estão isentas do recolhimento para Previdência dos serviços tomados de autônomos e cooperativas. Fonte: Adef Contabilidade SAIBA MAIS cÉlIO MUllER celio@advocaciaceliomuller.com.br

MÁRcIA REGInA DO cARMO c. OlIVEIRA marciarccoliveira@hotmail.com

VAnDERlEI FERREIRA MAchADO weber@meirafernandes.com.br




DICA: PSICOMOTRICIDADE

SUPORTE AO DESENVOLVIMENTO INFANTIL das, canções e outras atividades lúdicas e divertidas, que ajudam a conscientizar a criança de seu próprio corpo. Entre as estratégias ou recursos disponibilizados aos alunos, estão os brinquedos, deixados em sala de aula próximos das crianças para que desenvolvam a autonomia de escolher e pegar o objeto de sua preferência, massas de modelar e papéis de diferentes texturas, utilizados nas rasgaduras. A psicomotricidade é área ainda recente na Educação Infantil e anos iniciais do Fundamental e, conforme observa a especialista Vânia Maria Cavallari, poucas escolas públicas e privadas manifestaram interesse em implantar projetos dessa natureza. Mas para quem estiver interessado em incorporar o movimento de forma mais sistematizada em seu projeto pedagógico, Vânia recomenda capacitar os professores ou contratar um psicomotricista. “O profissional atua na potencialização da via do movimento, amplia as possibilidades de comunicação e incentiva o brincar, a partir de articulações de diversas atividades em grupo”, afirma Vânia. Outra possibilidade, destaca a especialista, é iniciar um trabalho psicomotor como conteúdo na escola, trabalhando uma noção maior dos alunos em esquema e imagem corporal, “o que auxiliará muito na alfabetização”. (Com reportagem de Rafael Lima) SAIBA MAIS Maria Rocha apice@allnet.com.br VÂnia Maria Cavallari vmcavallari@hotmail.com Na Próxima Edição: Informática: Administrativo e Pedagógico

Direcional Escolas, Novembro 11

O

movimento do sobe e desce de árvores ou de terrenos íngremes há muito deixou de fazer parte do dia a dia das crianças brasileiras, especialmente nas grandes cidades. Mas o exercício físico é fundamental para o autoconhecimento e o desenvolvimento do equilíbrio, da confiança, da afetividade e da força, pressuposto adotado pelo Colégio Ápice de Educação Infantil para programar diferentes atividades relacionadas à coordenação motora ampla e fina das crianças. Localizado no bairro do Morumbi, zona Sul de São Paulo, o Ápice tem cerca de cem alunos entre 0 e 5 anos e colocou o movimento como um de seus componentes curriculares básicos, incorporando conceitos da psicomotricidade. Segundo a coordenadora pedagógica Maria Rocha, a abordagem favorece o desenvolvimento neurológico das crianças. “Essas atividades também contribuem para a percepção do outro, por meio do afeto. O resultado são seres mais confiantes, saudáveis, autônomos e expressivos”, observa Maria Rocha. “O que fazemos é olhar para cada estágio que o aluno está e promover exercícios para aperfeiçoar os movimentos”, conforme um plano de atividades pertinente à idade e às necessidades psicomotoras das respectivas faixas etárias. As atividades voltadas à coordenação motora ampla, por exemplo, começam desde cedo e envolvem caminhadas, subir escadas ou exercícios de equilíbrio. Os alunos mais novos percorrem circuitos com obstáculos, como passar por dentro de pneus, pular objetos ou se arrastar. Os mais velhos trabalham atividades mais complexas, como danças. Já na coordenação motora fina, estão envolvidos movimentos delicados como escrever, pegar objetos, rasgar folhas de papel ou recortar revistas. Todo o trabalho é complementado por brincadeiras de amarelinha, ro-

15


ESPECIAL: INCLUSÃO

UM LONGO CAMINHO DE APRENDIZAGEM PARA AS ESCOLAS A revista Direcional Escolas consultou especialistas, escolas e o Instituto Rodrigo Mendes para que relatassem um pouco do que têm observado ou realizado como experiência de inclusão na educação básica brasileira. É um desafio que mexe com a própria estrutura curricular e faz repensar a educação em seu conjunto.

Ilustração: Fabian Ramos

Por Rosali Figueiredo

Q

Direcional Escolas, Novembro 11

uinze anos após a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), prevendo a inclusão de crianças e adolescentes com necessidades especiais no ensino regular, a situação das escolas permanece “muito controversa e discutida”, aponta Márcia Icléa Bagnatori, pedagoga e especialista em educação de portadores de deficiência mental. Ex-coordenadora da Associação para o Desenvolvimento Integral do Down (Adid), mestre em educação e autora de projetos pedagógicos para escolas inclusivas, Márcia observa que as instituições - “mais as privadas que as públicas” - estão “em busca de conhecimento e soluções para o dia a dia”, mas ainda o fazem para “resolver o seu problema” e não para realizar “o processo da inclusão como um todo”. Nesse período, ou seja, desde 1996, especialistas e educadores mudaram um pouco a própria abordagem sobre a inclusão, gradativamente extrapolando-a da situação de necessidade educacional especial, e ampliando-a para o campo das diferenças, da heterogeneidade. Também consolidaram a perspectiva de que não há uma receita pronta, senão o investimento em uma construção pedagógica individualizada e diária dentro de um ambiente coletivo, o qual demanda, sobretudo, apoio e estrutura profissional. E perceberam que os pilares centrais da educação inclusiva se assentam na flexibilização do currículo, na formação dos educadores e na parceria com os pais. Por fim, começaram a questionar se o próprio currículo tradicional e competitivo já não seria excludente, por natureza.

16

REVENDO PRESSUPOSTOS

O Brasil está “engatinhando rumo a um projeto educativo inclusivo”, observa a psicopedagoga Jane Patrícia Haddad. Durante conferência realizada no Congresso do Saber 2011, no último mês de setembro, em São Paulo, Jane defendeu ampla revisão do processo de inclusão pelas escolas. “Há uma tentativa bem intencionada de fazer a inclusão,

um bom começo, mas só boa intenção não resolve o problema”. Ou seja, não evita os riscos de uma “pseudo-inclusão” ou mesmo de “segregação”, diz. “Nossas escolas estão sustentadas em tradições homogêneas, os professores ainda fundamentam suas teorias e práticas em modelos fechados, em que só entram alunos bons e produtivos. Trabalhar a diversidade e a diferença é um longo caminho a ser percorrido”, observa Jane. Como assegurar a inclusão se o próprio currículo ainda é “classificatório”, “excludente” e estimula a “competição pela competição?”, questiona a psicopedagoga. Segundo ela, o ponto de partida é “repensar o currículo, levando em conta que crianças e jovens ‘diferentes’ apreendem de formas diferentes, usam habilidades que nem sempre nós educadores conhecemos”. “Começaria pensando um currículo que contemple os sentidos, o lúdico, a sensibilidade, o estético, alicerçado na forma de olhar e reconhecer a importância da diversidade e que favoreça um debate entre todos os envolvidos na comunidade educativa.” Para a psicopedagoga Edimara de Lima, diretora pedagógica da Escola Prima Montessori, de São Paulo, as escolas que atuam sem uma expectativa de desempenho padrão por parte dos alunos “construíram estruturas mais flexíveis e podem dar melhor atendimento às diferentes modalidades de aprendizagem em seus diferentes ritmos”. Isso não significa, ressalva a diretora, que se abra mão da excelência acadêmica. São instituições que lidam com o conjunto das diferenças individuais normais no timing da aprendizagem, além de situações como superdotação, hiperatividade, déficit de atenção e variados níveis de comprometimento motor e/ou intelectual. Nesse sentido, “não há obstáculos advindos da legislação, a heterogeneidade é muito rica e desafiante e não é empecilho ao desenvolvimento de projetos pedagógicos bem estruturados”, observa Edimara. “A diversidade é mal vista por projetos educacionais que partem do princípio de homogeneidade”, que considerem que “todas as crianças de seis


ESPECIAL: INCLUSÃO anos devem ser alfabetizadas no primeiro semestre letivo do 1º ano do Ensino Fundamental. Ora, existem crianças que podem ser alfabetizadas aos quatro ou cinco anos, assim como outras que só atingirão este patamar aos oito ou nove. Agora se eu parto do princípio da singularidade do ser humano, a diversidade será bem vinda, pois enriquecerá as relações sociais e o aprendizado”, analisa a diretora.

A RELAÇÃO COM OS FAMILIARES

A parceria com os pais representa o terceiro pilar do processo inclusivo e, sobretudo, demanda transparência, conforme anota a especialista Márcia Icléa. “Com a lei da inclusão, muitos pais colocam seus filhos na escola como se ela tivesse o poder de sanar todas as dificuldades que a criança apresenta. Porém, quase ninguém diz a estes pais a realidade de tudo o que o filho vai necessitar para que a aprendizagem se concretize. E mais, não informam que esta criança talvez não consiga aprender tudo, porém, com a parceria família e escola, fazendo um trabalho bem feito e dedicado de ambas as partes, a criança poderá atingir seu potencial máximo de desenvolvimento”, analisa a especialista. Segundo Márcia, é preciso “ser transparente quanto às possibilidades do aluno, ao trabalho que será desenvolvido, ao interesse da escola pela aprendizagem, pois, somente assim, os pais se sentirão seguros e confiarão na escola”. nO WWW.DIREcIOnAlEScOlAS.cOM.BR, lEIA - BALANÇO SOBRE A LEGISLAÇÃO REFERENTE AO TEMA; - AS ENTREVISTAS NA ÍNTEGRA DAS EDUCADORAS EDIMARA DE LIMA, JANE PATRÍCIA HADDAD E MÁRCIA ICLÉA BAGNATORI; - REPORTAGEM SOBRE A ACESSIBILIDADE DAS INSTALAÇÕES FÍSICAS E DOS EQUIPAMENTOS NO AMBIENTE ESCOLAR.

FILOSOFIA INCLUSIVA, UM PONTO DE PARTIDA

O Instituto Rodrigo Mendes acaba de lançar o Projeto Diversa, um portal na internet – o www.diversa.org. br – que pretende oferecer às escolas artigos de especialistas e relatos de boas práticas de inclusão. Durante o ano de 2010, quatro escolas brasileiras foram observadas pelo Instituto, que agora descreve esta experiência na web. Uma quinta escola está sendo acompanhada no momento, afirma o coordenador do projeto, o psicólogo Augusto Valery. O Instituto Rodrigo Mendes desenvolve outros dois trabalhos de suporte em inclusão, o Programa Singular (de educação através da arte) e o Programa Plural (de formação de educadores). Segundo Augusto Galery, há dois conceitos que ainda devem ser incorporados pelas escolas e a sociedade: o de que cada aluno aprende de um jeito, portanto, quanto mais recursos se disponibilizar em sala de aula, mais alunos irão se beneficiar; e o de que, portanto, o convívio com a diferença não fragiliza o ensino, pelo contrário, o fortalece. Mas a inclusão somente acontece “quando consigo colocar a mentalidade inclusiva na equipe pedagógica”. Neste caso, “o que diferencia um aluno do outro acaba se tornando um detalhe, pois a escola com esse perfil irá buscar os recursos necessários”, desenvolvendo suas próprias ferramentas ou buscando apoio tecnológico ou especializado, diz. O coordenador afirma ainda que parcerias com instituições especializadas surgem como grande facilitador, mas que o fundamental é justamente trabalhar a filosofia inclusiva, entendendo que a partir do contato com o aluno torna-se possível “descobrir o que ele precisa e ir atrás do recurso”. (R.F.)

Direcional Escolas, Novembro 11

A necessidade de se investir na formação dos professores também é peça-chave da inclusão. “Parâmetros são necessários e não engessam o trabalho do professor”, destaca Edimara. A diretora observa que os cursos de graduação ignoram, por exemplo, as “necessidades educativas especiais”. “Não há informação sobre como fazer o encaminhamento clínico de alunos, o que observar”, nem “como analisar o observado para se chegar a conclusões eficientes”. O que não representa desempenhar um papel clínico, senão ter instrumentos para identificar a origem das dificuldades. Nesse aspecto, Edimara defende que cabe ao poder público oferecer centros de apoio à escola e à família. “Exames simples como a audiometria ou testes de acuidade visual não são obrigatórios na maioria das escolas”, mas ajudariam a eliminar “grande número de dificuldades de aprendizagem confundidas com necessidades educacionais especiais”. Entretanto, Edimara deixa um alerta: “A legislação fala de inclusão irrestrita, mas a prática nos faz ver que esta posição é utópica; tudo e todos possuem um limite. Adolescentes bipolares que não estejam acompanhados clinicamente podem em momento de raiva descontrolada machucar um colega ou um professor”, observa, para em seguida, arrematar: “Não acredito em regra única. Escolas possuem estruturas físicas e humanas diferenciadas, e uma pode dar acolhimento ao que outra não consegue. Competências são diferentes por inúmeras razões e a discriminação não está necessariamente entre elas; admitir seu despreparo frente a uma necessidade específica pode ser um ato de amor e coragem. Agora, estar despreparado para qualquer necessidade especial é desrespeito à lei e principalmente à essência da condição de educador.”

Ilustração: Fabian Ramos

OLHARES SOBRE A PRÁTICA

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ESPECIAL: INCLUSÃO

COMO ELAS FAZEM Uma das mais tradicionais instituições de ensino de São Paulo, o Colégio Rio Branco formará neste ano sua primeira turma de Ensino Médio com alunos surdos na unidade da Granja Viana. Vinculado à Fundação de Rotarianos, o Rio Branco implantou há três décadas a Escola para Crianças Surdas, que atende desde bebês a alunos que completam o Ensino Fundamental I, em salas de aula bilíngues (ministradas em Libras e na versão escrita da Língua Portuguesa). A partir do 6º ano, os estudantes são inseridos nas classes dos alunos ouvintes e acompanhados por um tradutor intérprete de Libras. Entretanto, esse não é o único trabalho de inclusão do Rio Branco, que desenvolveu uma estratégia própria para atuar em face de distúrbios como déficit de atenção, dislexia e Síndrome de Asperger, entre outros. “Aprender a trabalhar com dificuldades específicas tem sido um desafio para as instituições de ensino como um todo”, observam as principais responsáveis pelo processo na instituição, a diretora geral Esther Carvalho, as orientadoras dos Núcleos de Apoio, Carla Marquart e Cinthya Nagasse, a supervisora pedagógica na unidade da Granja Viana, Carolina Sperandio, e a coordenadora de inclusão dos alunos surdos, Mirian Caxilé. “Com o passar do tempo temos vencido desafios com o auxílio das equipes envolvidas que se debruçam na busca de soluções para os problemas que surgem e discutem estratégias para aprimorar cada vez mais o trabalho”, dizem. Pois é na prática diária que o projeto pedagógico da inclusão acaba sendo formatado pelas instituições de ensino, independente de qual seja o seu perfil. O Colégio Viver, por exemplo, que optou por uma estrutura curricular mais flexível em sua proposta geral de ensino, parte do

pressuposto que a escola já representa por si um “exercício dessa convivência com a diferença”, “compreendendo que a diversidade é uma característica fundamental do ser humano e deve ser respeitada”, segundo a coordenadora, Anna Maria Ferreira. A partir daí, sua própria organização de ensino, focada nas necessidades e demandas do aluno, no exercício de sua autonomia e individualidade dentro de um coletivo, abre possibilidades de se trabalhar também com crianças com dificuldades de aprendizagem ou que necessitem de cuidados especiais. Também a Escola Prima Montessori possui uma estrutura pedagógica que facilita os processos de inclusão. “Não temos seriação, o andamento do currículo é feito em pequenos grupos ou até individualmente quando necessário, com isso as diferenças são a regra, não a exceção. Por exemplo, um garoto de 9º ano que tenha altas habilidades em Matemática não necessita da quantidade de exercícios de sistematização que outras crianças precisam. Então pensamos num currículo de Matemática desafiante para esse aluno”, relata a diretora pedagógica, Edimara de Lima. Na Prima Montessori, que possui 200 alunos no Ensino Fundamental I e II, entre os quais 30 com necessidades diferenciadas, os agrupamentos são feitos a cada dois anos, os quais, por sua vez, são subdivididos conforme as afinidades (como nas aulas de Artes e Música), porte físico (Educação Física) ou competências (Inglês). Entretanto, segundo Edimara, há situações que demandam trabalho de uma escola especializada. Ela reconhece, porém, que existe uma linha forte de pensamento “que não admite o trabalho da escola especializada, nem que uma escola regular se diga impossibilitada de atender a algum tipo de demanda”. (R.F.)

EM WWW.DIRECIONALESCOLAS.COM.BR, CONFIRA OS RELATOS, NA ÍNTEGRA, DAS EXPERIÊNCIAS DO COLÉGIO RIO BRANCO E DO COLÉGIO VIVER.

Direcional Escolas, Novembro 11

SAIBA MAIS

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AnnA MARIA FERREIRA coordenacao@colegioviver.com.br

EDIMARA DE lIMA edimara@primamontessori.com.br

AUGUSTO GAlERY www.diversa.org.br augusto@institutorodrigomendes.org.br comunicação@institutorodrigomendes.org.br

ESThER cARVAlhO assessoriaimprensa@frsp.org JAnE PATRIcIA hADDAD janepati@terra.com.br

MÁRcIA IclÉA BAGnATORI miclea@ig.com.br



PERFIL DA ESCOLA: GRAPHEIN E NANE - ESPECIALIZAÇÃO EM INCLUSÃO

PRÁTICA COLETIVA COM OLHAR INDIVIDUALIZADO Por Rosali Figueiredo

Instituições de ensino regular especializadas em trabalhar necessidades especiais educativas ou diferenciadas em face da escolarização, os colégios Graphein e Novo Ângulo Novo Esquema (NANE) desenvolveram metodologias próprias para atender às especificidades de cada aluno no exercício dos projetos coletivos.

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Foto Rafael Lima

Direcional Escolas, Novembro 11

urgido há 35 anos no bairro de Perdizes, em São Paulo, o Colégio Graphein adquiriu há pouco mais de duas décadas a nomenclatura e o modelo de ensino atualmente implantado, posicionando-se como “colégio regular especializado no atendimento de estudantes que apresentam singularidades no processo de escolarização”. Mas seus gestores podem dizer que desde o princípio começaram a colher subsídios para desenvolver uma metodologia própria de trabalho, voltada a explorar os potenciais de cada aluno, independente de seu perfil. Segundo relata a diretora e mantenedora Nívea Maria de Carvalho Fabrício, sua experiência começou com berçário, depois houve a implantação gradual da Educação Infantil e Ensino Fundamental, ao mesmo tempo em que se iniciou o trabalho de inclusão. Em um primeiro momento, foram estruturadas salas separadas, depois unificadas, entretanto, a escola percebeu que ambas as alternativas não atendiam às necessidades da inclusão. Nívea revela que um novo modelo foi discutido e gestado ao longo de 1988, para que em 1989 surgisse a proposta em curso: o Projeto Singular, baseado em 18 módulos semestrais, o qual prevê um planejamento educacional e pedagógico específico para cada aluno. Mesmo que a organização curricular atenda ao padrão das séries estipuladas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), o processo de ensino-aprendizagem acontece em grupos reunidos por afinidades de interesse, habilidades e repertórios, com no máximo doze estudantes. De acordo com a orientadora educacional Paula Virgínia Viana Cantos, esta organização não abre mão do objetivo de se chegar ao final do ano com o domínio do conteúdo previsto. De outro modo, porém, trabalha concomitantemente ao conteúdo para que o estudante adquira, de maneira gradual, condição de gerir com autonomia sua vida social e acadêmica. Ou seja, outro forte objetivo de uma instituição como o Graphein é propiciar a conquista da autogestão, “em que o aluno consiga lidar com muitas de suas características positivas, mas que também saiba trabalhar com as negativas, buscando alternativas a ela”, define Paula. Na verdade, a orientadora observa que o ideal seria que toda escola trabalhasse desta maneira com o conjunto dos estudantes. No Graphein, o ponto de partida para a construção da metodologia própria foi dada pelo paradigma dos sociogramas, ferramenta exploratória e de diagnóstico que propõe trabalhar os grupos conforme centros de interesses comuns, constituindo-se, desta forma, coletivos mais harmônicos.

As salas correspondentes aos 18 módulos semestrais são trabalhadas coletivamente, mas com planos de aula individualizados, que se modificam conforme o desenvolvimento do aluno nas atividades realizadas em grupo. São “redes de ‘ensinagem’”, em que o professor trabalha temas comuns, mas com desafios específicos a cada um, explica a diretora Nívea. Segundo ela, o propósito é reunir turmas que reconheçam “o que o outro (colega) tem e lidem com as diferenças sem colocar juízo de valor”. Nesta dinâmica aberta e em movimento, Nívea e Paula admitem que o dia a dia do professor “não é fácil”. “Sua missão diária é observar, planejar e ‘replanejar’ o tempo todo”, comenta Paula, lembrando que isto exige, sobretudo, um profissional com grande disponibilidade emocional e pessoal para repensar continuamente seu trabalho em função da criança, jovem ou adolescente. Por outro lado, exige que a escola faça um acompanhamento sistemático da prática pedagógica, incluindo esse corpo a corpo também na relação com os pais, para que entendam “a dinâmica e o prognóstico desse aluno e ajustem as expectativas”. A equipe de educadores do Graphein está composta por 18 professores polivalentes ou especialistas, uma coordenadora (responsável pelo acompanhamento em sala de aula), duas orientadoras (que atuam mais próximas aos pais), além de 12 monitores, a maior parte deles exercendo a função de auxiliares de ensino. Na direção, além de Nívea, outro mantenedor responde pela parte administrativa. A escola desenvolve um trabalho semanal com os professores, intercalando encontros individuais e coletivos e, quando necessária, orientação com especialistas da área mais clínica. Mas Nívea deixa uma ressalva importante. “Não temos o perfil clínico, trabalhamos com educadores e psicopedagogos com foco na escolarização. A criança tem direito a ser escolarizada.” Se há necessidade de um atendimento clínico, isso é repassado à família. “Claro que se precisar trabalhar a psicomotricidade, a escola irá se preparar e proporcionar isso a ele”, acrescenta Nívea. A diretora faz questão de destacar que há preocupação em se fazer cumprir com os propósitos da escolarização, mesmo porque, muitos dos alunos do Graphein concluem o Ensino Médio e prosseguem em sua trajetória escolar, nas universidades. E para aqueles que preferem se inserir no mercado de trabalho, a escola implantou em 2009 atividades para qualificação profissional, nas áreas de designer gráfico, reciclagem e artesanato. O Graphein atende a 104 alunos, distribuídos entre os anos finais da Educação Infantil e o Ensino Médio.


PERFIL DA ESCOLA: GRAPHEIN E NANE - ESPECIALIZAÇÃO EM INCLUSÃO

Foto Miriam A. Moraes

ESCOLA NOVO ÂNGULO NOVO ESQUEMA “É POSSÍVEL APRENDER SEMPRE”

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iretora pedagógica há quase 30 anos do Colégio Novo Ângulo Novo Esquema (NANE), 26 deles como uma de suas mantenedoras, Rita de Cássia Rizzo Lima parte do pressuposto de que “todo mundo pode aprender, o que a Neurociência só veio para comprovar”. Também acredita que não existe modelo pronto “em lugar nenhum”, pois o trabalho com a inclusão resulta da “construção de muitos anos”. No caso do NANE, sua metodologia de abordagem com o aluno “nasceu da prática, do sentir e entender a necessidade do aluno ao longo do tempo”. Posicionado como escola regular especializada em inclusão, não apenas para alunos com necessidades especiais, mas para todos aqueles que demandam uma proposta diferenciada de ensino, o NANE surgiu em 2000 após a união das escolas Novo Ângulo e Novo Esquema. Está localizado no bairro de Moema, em São Paulo, em um ambiente acolhedor, com instalações em grande parte adaptadas para cadeirantes e demais situações de comprometimento físico ou motor. Sua organização de ensino é também seriada, mas a prática escolar acontece por meio da progressão por ciclos, em que os alunos são reunidos em grupos pelo critério de afinidades. “É um olhar individualizado sobre crianças e jovens, com dificuldades de aprendizagem ou não”, de-

fine Rita. A estratégia de intervenção com os alunos se divide em três tipos de atividades: o “método da roda”; as oficinas de áreas temáticas como Português, Artes, Matemática e Educação Física; além de aulas mais convencionais para os demais conteúdos, em classe. Na dinâmica da roda, o professor trabalha com o grupo ou subgrupos correspondentes a um determinado ciclo, sob o pano de fundo do conhecimento, para que o conjunto defina um tema comum a ser trabalhado. “Chegar ao foco de interesse do grupo é uma forma de estabelecer um vínculo e ensinar o aluno a se posicionar, conhecer e a defender ideias, argumentos. E sob esse pano de fundo se introduz o conhecimento, sem estarmos presos a áreas temáticas específicas, que são trabalhadas conforme surgem as oportunidades”, relata a diretora. Os temas abordados ao longo do ano são sistematizados e apresentados em um evento aberto à comunidade, o Projexpo. Já as oficinas “organizam o conteúdo acadêmico de forma linear”, pois o aluno as frequenta de acordo com o seu desenvolvimento. O NANE disponibiliza ainda dois formatos de Ensino Médio, o convencional e o prático (baseado na metodologia OPTE - Orientação Profissional, Empregabilidade e Empreendedorismo). E criou o Programa de Emprego Apoiado, para ex-alunos que queiram ingressar no mercado de trabalho via política de cotas. A escola possui hoje 103 alunos no Ensino Fundamental I e II e Médio, e uma equipe composta por quatro diretoras mantenedoras, três coordenadoras, duas auxiliares de classe, 29 professores e cinco funcionários da área administrativa e operacional.

Foto Rosali Figueiredo

nÍVEA MARIA DE cARVAlhO FABRÍcIO fabrinivea@terra.com.br PAUlA VIRGÍnIA VIAnA cAnTOS paula@graphein.com.br RITA DE cÁSSIA RIZZO lIMA ritarlima@uol.com.br

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SAIBA MAIS

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DICA: SELO INMETRO E NORMAS ABNT

SEGURANÇA NAS INSTALAÇÕES E MATERIAIS ESCOLARES

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sta fase do ano é marcada como um período de compra de materiais escolares para o próximo período letivo, bem como são programadas as reformas a serem realizadas durante as férias dos alunos e professores. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) possui manuais específicos para instalações e artigos escolares, desde playgrounds, móveis, uniformes, até cadernos e lápis, por exemplo. E está elaborando regras de desempenho para canetas esferográficas. A ideia é assegurar não apenas sua qualidade, mas a segurança no uso dos materiais e equipamentos. Por isso, é importante que o gestor atue com produtos que contenham o selo do Inmetro, certificação voluntária e com validade de um ano, emitida no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade (SBAC). As normas, em geral, contemplam a segurança dos artigos escolares destinados às crianças menores de 14 anos. Para que a qualidade seja garantida, o Inmetro realiza ensaios em laboratórios, baseando-se nas normas da ABNT. A NBR 15.236/2009 aponta, por exemplo, que massa de modelar, tinta e guache devem evitar altos índices de chumbo, arsênio, selênio, entre outras substâncias nocivas às crianças. Já a NBR 15.733/2009 indica que cadernos devem possuir o arame bem posicionado, sem pontas salientes, além do papel com a espessura correta, para não causar cortes e outras complicações. Quanto às canetas, o engenheiro Marcos Romero, especialista no assunto, observa que a ABNT está elaborando uma norma para desempenho do produto em relação a falhas e borrões na escrita. “Iremos medir quantos metros um modelo de caneta (gel, roller e esferográfica) tem a capacidade de escrever, respeitando um padrão de qualidade aceitável”, afirma. No geral, os testes também

verificam e orientam o gestor quanto aos potenciais inflamáveis, de riscos elétricos e de migração de elementos, à presença de requisitos biológicos, aos efeitos da queda do produto, além de deixar advertências e identificação da faixa etária indicada para o uso. Também é verificada a espessura da embalagem unitária, para que não causem asfixia em crianças pequenas. No caso dos playgrounds, o arquiteto Fábio Namiki afirma que a norma vigente e em revisão, a NBR 14.350/1999, evita que armadilhas sejam colocadas nos brinquedos. Por exemplo, partes móveis que podem prender ou beliscar a criança, espaços no piso onde a criança possa prender o pé, parafusos expostos, farpas em madeira. Observa ainda a resistência e integridade estrutural do brinquedo, ou seja, ele deve aguentar as crianças brincando, e mesmo que seja submetido a um esforço extra, deve resistir. O arquiteto chama atenção ainda para os pisos, que devem atender a especificações diferenciadas conforme a natureza do material (areia ou borracha, por exemplo), de forma a amortecer quedas. (Com reportagem de Rafael lima) SAIBA MAIS ABnT / cERTIFIcAÇÃO DE PRODUTOS atendimento.sp@abnt.org.br 11 2344-1734

FÁBIO nAMIKI fabionamiki@nkfarquitetura.com.br

MARcOS ROMERO marcos.romero@romeroconsultores.com.br

OUVIDORIA DO InMETRO www.inmetro.gov.br/ouvidoria/falecom.asp 0800 285 1818 Na Próxima Edição: Formação Superior em Processos Escolares



FIQUE DE OLHO: QUADROS E LOUSAS

QUALIDADE, INTERATIVIDADE E CONFORTO EM SALA DE AULA Por Rafael Lima

Quadros e lousas funcionam como facilitadores do processo de ensino-aprendizagem, instrumento de interatividade e de

anotações importantes, sejam os modelos tradicionais de giz ou as digitais. Confira neste Fique de Olho empresas com tradição de mercado, que valorizam a qualidade de seus produtos.

EDUCATECA

A Educateca é a distribuidora exclusiva da empresa canadense Smart Technologies, presente no mercado há mais de 20 anos. No Brasil desde 1998, completou o marco de dois milhões de lousas vendidas este ano. Segundo o gerente de produtos Sérgio Pantaleão, os principais produtos oferecidos são a lousa SMART Board SB600 e a SB800. A primeira é uma lousa digital com superfície sensível ao toque. Já a SB800 é a primeira lousa multitouch do mundo, pois permite que duas pessoas trabalhem juntas e escrevam em qualquer lugar da superfície, utilizando os dedos ou uma caneta com tinta digital. “A SMART Technologies possui duas décadas de pesquisa e desenvolvimento de colaboração para uma ampla gama de soluções integradas fáceis de usar, que libertam as pessoas de suas mesas e telas de computador, de modo a colaborar e aprender com os recursos digitais de forma muito mais natural e intuitiva”, ressalta Pantaleão. Fale com a Educateca 11 3031-3303 www.educateca.com.br atendimento@educateca.com.br

QUADROS & CIA

Desde 1990 no mercado, a Quadros & cia é especializada na fabricação de lousas diversas e quadros de aviso. Segundo o empresário Haylton Roberto de Araújo, o carro-chefe da empresa são as lousas verdes quadriculadas. “Elas são ‘sonho de consumo’ de muitos professores, pois, apesar de serem para giz, produzem muito pouco pó em relação às de alvenaria”, diz. Outro diferencial, segundo Haylton Roberto, é que a utilização de moldura de alumínio anodizado impede o escurecimento do material. “Temos um conhecimento técnico muito avançado, o que nos possibilita desenvolver projetos específicos para os clientes e também soluções adequadas”, conclui. A empresa oferece garantia de dois anos nos produtos e possui equipe especializada para a instalação das lousas. Fale com a Quadros & Cia: 11 5041-8683 www.quadrosecia.com.br quadrosecia@fasternet.com.br

QUALITY

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MOVPLAN

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Empresa com 17 anos no mercado, a Movplan apresenta como um de seus principais destaques a lousa Quadriline Pro. Ela é formada por módulos laterais com curvatura parabólica, inibindo a formação de reflexos, dando uma visão melhor ao aluno, conforme destaca o diretor executivo Esdras Santana. “Também possui módulo de projeção interativo compatível com qualquer lousa digital, porta pincel, entrada para microfone com regulagem, além de um fino acabamento com design arrojado”, afirma. Outro destaque da Movplan é o Charge Mate - um carro portátil que transporta tablets para recarga e armazenamento. “Após o término das atividades, os alunos devolvem os equipamentos no Charge Mate, garantindo um controle mais apurado”, diz o empresário. Posicionada como empresa de alta tecnologia, a Movplan atua com mão de obra especializada, frota própria de caminhões e carros, além de uma equipe de consultores treinados em todo Brasil. “Temos mais de 4.800 lousas Quadriline instaladas no país, a marca é nosso maior orgulho”, finaliza o empresário. Fale com a Movplan 16 3976-3239 www.movplan.com.br vendas@movplan.com.br

A Quality oferece soluções em tecnologia educacional há 21 anos, e entre seus principais produtos, destaca-se a Lousa Digital Interativa. “Somada à criatividade do professor, ela traz o mundo para dentro da sala de aula”, afirma a especialista em vendas da empresa, Carolina Gomes. Com a lousa é possível, por exemplo, criar conteúdos, editar, salvar e disponibilizar as informações aos alunos, contando-se, para tanto, com o suporte de um computador e um projetor multimídia. Segundo Carolina, o produto acompanha um exclusivo pacote de software com jogos, dispositivos e ferramentas que contribuem para uma aula dinâmica e agradável. “Conteúdos em 3D, imagens, compassos virtuais, réguas, jogos e internet - tudo isso pode ser facilmente acessado pelo professor como ferramenta”, ressalta. Outro material que merece destaque é a lousa ENO ONE, que recebe um sistema de som acoplado, além de rodas para facilitar o transporte e ajuste de altura. A Quality desenvolve projetos personalizados para cada escola, de acordo com suas necessidades e condições. Oferece também suporte e vendas com uma equipe treinada na área técnica e pedagógica. Fale com a Quality 11 5632-3666 www.qualityts.com.br vendas@qualityts.com.br



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Ilustração: Fabian Ramos

DICA: SISTEMA DE SEGURANÇA – PERÍMETRO

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PREVENÇÃO E PROTEÇÃO COMEÇAM PELO OLHAR EXTERNO

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ocalizado no bairro do Morumbi, zona Sul de São Paulo, um dos bairros mais presentes no noticiário sobre assaltos na cidade, o Colégio Pio XII, escola tradicional e conceituada, com 1.320 alunos e circulação diária de 2.500 pessoas, acabou implantando um sistema integrado de segurança, com o objetivo de proteger e cobrir não apenas o fluxo de pedestres e veículos, mas o próprio perímetro externo às suas instalações. Segundo o coordenador administrativo da instituição, Vicente Barbedo Brandão Neto, a segurança do colégio está composta hoje por um sistema que integra identificação individual de veículos por selo personalizado; guaritas e portões eletrônicos com procedimento de entrada permitida apenas com a identificação do condutor; estacionamento interno, fechado e próprio, com supervisão de porteiros e seguranças que fazem parte do quadro de funcionários; vigilância patrimonial terceirizada de 24 horas diárias; CFTV com cobertura dos espaços externos, internos e áreas de circulação; e utilização de rádio comunicadores entre porteiros, seguranças e auxiliares de classe. Para o diretor de marketing da Abese (Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança), Oswaldo Oggiam, o sistema de segurança de uma edificação deve contemplar o conceito de “anéis de segurança”, em que a observação do perímetro constitui um de seus elementos-chave. A ele devem ser somados o controle de acesso e o monitoramento interno, utilizando-se de equipamentos de CFTV e sensores de presença, interligados a alarme eletrônico. “Muitas escolas instalam esses recursos somente em alguns ambientes, como salas de informática, situação bastante comum na rede

pública, mas é preciso realizar hoje uma cobertura integrada e planejada de todos os aspectos que envolvem a segurança”, destaca Oggiam. No Colégio Pio XII, o sistema foi implantado gradativamente e levou a um aumento de 11% no quadro de funcionários envolvidos com a área (totalizando dez homens), além de investimentos de R$ 157 mil em equipamentos, R$ 40 mil em treinamento e R$ 8 mil mensais para o monitoramento externo, contratado junto à empresa terceirizada (que disponibiliza mais oito profissionais). Já no Colégio Franscarmo, localizado na zona Leste de São Paulo e também vinculado à rede das Irmãs Franciscanas, mesma do Pio XII, o sistema de segurança comporta área de embarque e desembarque de veículos dentro da escola; monitoramento interno e externo com 32 câmeras de CFTV; portão de pedestres separado do de veículos e contra portão para funcionários; armários externos para guarda de material dos visitantes; reforço de grades internas no pátio de embarque e desembarque; porta de acesso ao prédio principal com fechadura eletrônica; e o espaço da Educação infantil separado fisicamente dos demais segmentos. Segundo o diretor Flávio Eura, a escola optou por não terceirizar os serviços. (Por Rosali Figueiredo) SAIBA MAIS FlÁVIO EURA direcaoadjunta@franscarmo.com.br

OSWAlDO OGGIAM www.abese.org.br abese@abese.org.br

VIcEnTE BARBEDO BRAnDÃO nETO colegiopioxii@pioxiicolegio.com.br Na Próxima Edição: Soluções em Layout



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ACESSÓRIOS, ASSESSORIA CONTÁBIL, AUDITORIA, AUDITÓRIO, BRINQUEDOS EDUCATIVOS

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GRテ:ICA

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GRÁFICA, INFORMÁTICA, LABORATÓRIO

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Direcional Escolas, Novembro 11

LOUSAS, RADIOCOMUNICAÇÃO

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LOUSAS

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Direcional Escolas, Novembro 11

MANUTENÇÃO PREDIAL, MÁQUINAS MULTIFUNCIONAIS, MÓVEIS

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Direcional Escolas, Novembro 11

PLAYGROUNDS

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Direcional Escolas, Novembro 11

PLAYGROUNDS

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PLAYGROUNDS

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Direcional Escolas, Novembro 11

PISOS, QUADRAS, SISTEMAS DE SEGURANÇA, TERCEIRIZAÇÃO

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Direcional Escolas, Novembro 11

SINALIZAÇÃO, TOLDOS

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