Revista Combustíveis & Conveniência Ed.229

Page 1


REPORTAGEM DE CAPA

Monofasia do etanol: primeira etapa é concluída

ENTREVISTA

Carlos Eduardo Borges | Gerente de Projetos em Educação Executiva da Fundação Dom Cabral

08

51 • Evolução dos Preços do Etanol

52 • Formação de Preços

53 • Formação de Custos do S10

54 • Ajustes nos preços da Petrobras

55 • Preços de Revenda e Distribuição

n MERCADO

18 • Ampliação da oferta de gás natural e estímulo à mobilidade renovável foram temas de evento

24 • Agência promove workshop para debater Medida Reparadora de Conduta

n REVENDA EM AÇÃO

35 • Sindipetro Serra Gaúcha realiza tradicional feira de conveniência

36 • Evento do Nordeste é destaque em Alagoas

n CONVENIÊNCIA

46 • Loja de Inconveniência traz tabu para o Web Summit Rio

n OPINIÃO

15 • James Thorp Neto

A Fecombustíveis representa nacionalmente 33 sindicatos, defendendo os interesses legítimos de mais de 45 mil postos de serviços, 453 TRRs e cerca de 61 mil revendedores de GLP, além da revenda de lubrificantes.

Nossa missão é acompanhar o mercado de revenda de combustíveis, com a meta de fomentar o desenvolvimento econômico e social do setor, contribuindo assim para melhorar a qualidade de vida da nação.

Presidente: James Thorp Neto

1o Vice-Presidente: Carlos Eduardo Mendes Guimarães Jr.

2o Vice-Presidente: Alfredo Pinheiro Ramos

3o Vice-Presidente: João Carlos Dal’Aqua

4º Vice-Presidente: Mário Luiz P. Melo

5o Vice-Presidente: Manuel Fonseca da Costa

6o Vice-Presidente: Paulo Roberto Correa Tavares

1o Secretário: José Camargo Hernandes

2o Secretário: Wilber Silvano de Souza Filho

3o Secretário: Julio Cezar Zimmermann

1o Tesoureiro: Antônio Cardoso Sales

2o Tesoureiro: João Batista Porto Cursino de Moura

3o Tesoureiro: José de Faro Rollemberg Nascimento

Conselheiro Fiscal Efetivo: Walter Tannus Freitas

Conselheiro Fiscal Efetivo: Adriano Costa Nogueira

Conselheiro Fiscal Efetivo: Márcio Martins de Castro Andrade

Diretoria:

Claudyson Alves, Paulo Fernando da Silva, Luiz Antônio Amin, José Carlos da Silva, Maxwel Nunes Paula, Rafael Milagres Macedo Pereira, Álvaro Rodrigues Antunes de Faria, Omar Hamad FIlho, Vicente de Sant’Anna Neto, Arildo Persegono Filho, Jefferson Davi de Espindula, Vilson Luiz Pioner, Waldemar Locatelli, José Victor Capelo, Maxwell Flor de Oliveira, Leopoldo Correa

Conselho Editorial:

Marciano Francisco Franco, José Alberto Miranda Cravo Roxo, Mario Melo, Ricardo Hashimoto e José Carmargo Hernandes

Edição: Mônica Serrano (monicaserrano@fecombustiveis.org.br)

Redação: Rosemeire Guidoni (roseguidoni@uol.com.br) , Isabela Palmeira e Paulo José de Carvalho

Capa: Alexandre Bersot (Com imagem da iStock)

Publicidade: Fernando Polastro comercial.revista@fecombustiveis.org.br

Telefone: (11) 5081-6681 | 99525-6665

Programação visual: Girasoli

Fecombustíveis

Av. Rio Branco 103/13° andar - Centro-RJCep.: 20.040-004

Telefone: (21) 2221-6695

Site: https://www.fecombustiveis.org.br/edicoes-revista

E-mail: revista@fecombustiveis.org.br

Etanol hidratado avança para simplificação tributária

Um dos principais pleitos do setor sempre foi estabelecer o regime monofásico do ICMS para todos os combustíveis. A Lei Complementar 192/2022 foi o primeiro avanço nesse sentido. Somente em meados de 2023 o sistema monofásico ad rem tornou-se realidade para gasolina, etanol anidro, diesel, biodiesel, gás liquefeito de petróleo (GLP) e derivados de gás natural. No entanto, o etanol hidratado, um dos combustíveis mais visados para as fraudes, continua no modelo ad valorem, com arrecadação dividida entre produção e distribuição, cuja cobrança considera o percentual de alíquotas diferentes nas fronteiras entre os estados. Outro avanço aconteceu neste mês de maio, com a inclusão do etanol hidratado na monofasia tributária do PIS/Cofins, que inclui a arrecadação somente no primeiro elo da cadeia, para produtores e importadores, que equiparou a mesma cobrança para etanol anidro e hidratado. Agora, o segmento anseia que a monofasia tributária contemple também o ICMS do hidratado, colocando assim todos os combustíveis no mesmo modelo de tributação, que trará simplificação e, principalmente, fechará a janela para os fraudadores de plantão, que se beneficiam das diferentes alíquotas para fazer contrabando de produto entre os estados, passeio de nota, com o fim de obterem ganhos ilícitos com o não pagamento de impostos. Confira a repercussão do setor em relação ao sistema tributário do biocombustível que está passando por mudanças, na Reportagem de Capa

Nesta edição, trazemos a cobertura de alguns eventos do setor. Na seção Mercado, o revendedor poderá ficar por dentro das principais sugestões dos agentes regulados sobre a Medida Reparadora de Conduta, que está em processo de mudança e foi discutida em workshop online pela ANP.

Também abordamos em Mercado outra reportagem sobre o 21o Seminário de Gás Natural promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), que mostrou os projetos em andamento que visam aumentar a produção do gás natural e os movimentos de empresas, que já iniciaram o processo de substituição do óleo diesel por gás natural ou biometano, em diferentes estados do país.

Outro destaque é a reportagem sobre a Loja de Inconveniência (seção Conveniência), apresentada em um box, dentro do evento Web Summit, pela Vibra Energia, para trazer conscientização ao público sobre o combate à exploração sexual de crianças e adolescentes, iniciativa do movimento Violência Sexual Zero.

Em Revenda em Ação, confira a cobertura completa do 17o Encontro de Revendedores de Combustíveis do Nordeste, que aconteceu em Alagoas. Também na mesma seção, confira outra reportagem sobre a ExpoConveniências, tradicional evento do Sindipetro Serra Gaúcha, que ocorreu em Garibaldi (RS).

Na Entrevista do mês o destaque é Carlos Eduardo Borges, gerente de Projetos em Educação Executiva da Fundação Dom Cabral, que coordenou um programa de aperfeiçoamento de gestão, direcionado a revendedores de combustíveis.

Boa leitura!

Mônica Serrano

Editora

ACRE

SINDICATOS

Sindepac

Delano Lima e Silva Rua Pernambuco nº 599 - Sala 4

Bairro: Bosque Rio Branco-AC Fone: (68) 3226-1500 sindepac@hotmail.com www.sindepac.com.br

ALAGOAS

Sindicombustíveis - AL

James Thorp Neto

Av. Jucá Sampaio, 2247, Barro Duro Salas 93/94 Shopping Miramar Maceió-AL Fone: (82) 3320-2902/1761 scvdpea@uol.com.br www.sindicombustiveis-al.com.br

AMAZONAS

Sindicombustíveis - AM

Eraldo de Souza Teles Filho

Rua Rio Içá, 26 - quadra 35 Conj. Vieiralves Manaus-AM Fone: (92) 3584-3707/3728/99446-2261 sindicombustiveisam@gmail.com

BAHIA

Sindicombustíveis - BA Walter Tannus Freitas

Rua Arthur de Azevedo Machado, 1459. Sala 712

Ed. International Trade Center – ITC

Bairro Stiep Salvador - Bahia

Fone: (71) 3342-9557

Cel. (WatsApp): (71) 99905-9017 sindicombustiveis@sindicombustiveis.com.br www.sindicombustiveis.com.br

DISTRITO FEDERAL

Sindicombustíveis - DF Paulo Roberto Correa Tavares

SHCGN-CR 704/705, Bloco E Entrada 41, 3º andar, sala 301 Brasília-DF Fone: (61) 3274-2849 sindicato@sindicombustiveis-df.com.br www.sindicombustiveis-df.com.br

ESPÍRITO SANTO

Sindipostos - ES

Maxwel Nunes Paula Av. Nossa Senhora dos Navegantes, 955 / 21º - salas 2101 e 2102

Ed. Global Tower - Enseada do Suá Vitória - ES Fone: (27) 3322-0104 sindipostos@sindipostos-es.com.br www.sindipostos-es.com.br

GOIÁS

Sindiposto

Marcio Martins de Castro Andrade 12ª Avenida, 302 Setor Leste Universitário Goiânia-GO Fone: (62) 3218-1100 sindiposto@sindiposto.com.br www.sindiposto.com.br

MARANHÃO

Sindicombustíveis - MA

Magnólia Rolim Av. dos Holandeses - Ed. Tech Office - sala 226 - 2o andar

Ponta D’Areia - São Luís-MA Fone: (98) 98740-1700 / 98453-7975 gerencia@sindcombustiveis-ma.com.br

MATO GROSSO

Sindipetróleo

Claudyson Alves R. Manoel Leopoldino, 414, Araés Cuiabá-MT Fone: (65) 3621-6623 contato@sindipetroleo.com.br www.sindipetroleo.com.br

MATO GROSSO DO SUL Sinpetro

Waldemar Locatelli

Rua Bariri, 133 Campo Grande-MS Fone: (67) 3325-9988 / 9989 sinpetro@sinpetro.com.br www.sinpetro.com.br

MINAS GERAIS

Minaspetro

Rafael Milagres Macedo Pereira Rua Amoroso Costa, 144 Bairro Santa Lúcia Belo Horizonte-MG Fone: (31) 2108- 6500/ 2108-6530 minaspetro@minaspetro.com.br www.minaspetro.com.br

PARÁ

Sindicombustíveis - PA

José Carlos da Silva Av. Duque de Caxias, 1337

Bairro Marco

Perímetro: Trav. Mariz e Barros/Trav. Timbó

Belém-PA

Fone: (91) 3224-5742/ 3241-4473 secretaria@sindicombustiveis-pa.com.br www.sindicombustiveis-pa.com.br

PARAÍBA

Sindipetro - PB

Omar Aristides Hamad Filho Av. Minas Gerais, 104 Bairro dos Estados João Pessoa-PB Fone: (83) 3221-0762 contato@sindipetropb.com.br www.sindipetropb.com.br

PARANÁ

Paranapetro - PR

Paulo Fernando da Silva

Rua Vinte e Quatro de Maio, 2.522

Curitiba-PR

Fone: (41) 3021-7600

E-mail: paranapetro@paranapetro.org.br

PERNAMBUCO

Sindicombustíveis - PE

Alfredo Pinheiro Ramos

Rua Desembargador Adolfo Ciriaco,15 Prado Recife-PE Fone: (81) 3227-1035 recepcao@sindicombustiveis-pe.org.br www.sindicombustiveis-pe.org.br

PIAUÍ

Sindipostos - PI

Alexandre Cavalcanti Valença Av. Tancredo Neves 8570, Lourival Parente Teresina-PI Fone: (86) 3227-4996 sindipostospi@gmail.com

RIO DE JANEIRO

RJ Postos

Adriano Costa Nogueira Av. Presidente Franklin Roosevelt, 296 São Francisco

Niterói–RJ Fone: (21) 2704-9400 sindestado@sindestado.com.br www.sindestado.com.br

RIO DE JANEIRO - MUNICÍPIO Sindcomb

Manuel Fonseca da Costa Rua Alfredo Pinto, 76 - Tijuca Rio de Janeiro-RJ Fone: (21) 3544-6444 secretaria@sindcomb.org.br www.sindcomb.org.br

RIO GRANDE DO NORTE Sindipostos - RN Maxwell Flôr

Rua Raposo Câmara, 3588 Bairro Candelária Natal-RN Fone: (84) 3217-6076 sindipostosrn@sindipostosrn.com.br www.sindipostosrn.com.br

RIO GRANDE DO SUL

Sulpetro

João Carlos Dal’Aqua Rua Cel. Genuíno, 210 - Centro Porto Alegre-RS Fone: (51) 3930-3800 presidencia@sulpetro.org.br www.sulpetro.org.br

RIO GRANDE DO SUL – SERRA GAÚCHA

Sindipetro Serra Gaúcha Vilson Pioner Rua Ítalo Victor Berssani, 1.134 Caxias do Sul-RS Fone: (54) 3222-0888 sindipetro@sindipetroserra.com.br www.sindipetroserra.com.br

RONDÔNIA

Sindipetro - RO Arildo Persegono Filho Travessa Guaporé, Ed. Rio Madeira, 3º andar, salas 307/308 Porto Velho-RO Fone: (69) 3229-6987 sindipetrorondonia@gmail.com www.sindipetro-ro.com.br

RORAIMA

Sindipostos - RR José Pereira Barbosa Neto Av. Major Williams, 436 - sala 01- São Pedro Boa Vista-RR Fone: (95) 3623-9368/ 99132-2776 sindipostosrr@hotmail.com

SANTA CATARINA

SCPetro

Luiz Antonio Amin Rua Porto União, 606

Bairro Anita Garibaldi

Joinville-SC Fone: (47) 3433-0932 /0875 sindipetro@sindipetro.com.br www.sindipetro.com.br

SANTA CATARINA - BLUMENAU

Sinpeb

Julio César Zimmermann

Rua Quinze de Novembro, 550/4º andar Blumenau-SC Fone: (47) 3326-4249 sinpeb@gmail.com www.sinpeb.com.br

SANTA CATARINA - FLORIANÓPOLIS

Sindópolis

Vicente Sant’Anna Neto

Av. Presidente Kennedy, 222 - 2º andar

Campinas São José Florianópolis-SC Fone: (48) 3241-3908 sindopolis@sindopolis.com.br

SANTA CATARINA – LITORAL CATARINENSE E REGIÃO

Sincombustíveis

André Heusi Machado

Rua José Ferreira da Silva, 43 1º andar – sala 7 Itajaí-SC Fone: (47) 3241-0321 sincombustiveis@sincombustiveis.com.br www.sincombustiveis.com.br

SÃO PAULO – CAMPINAS

Recap

Emílio Roberto Chierighini Martins

Rua José Augusto César, 233 Jardim Chapadão Campinas-SP

Fone: (19) 3284-2450 recap@financeiro.com.br www.recap.com.br

SÃO PAULO - SANTOS

Resan

Sindicombustíveis

José Camargo Hernandes

Rua Dr. Manoel Tourinho, 269 Bairro Macuco

Santos-SP

Fone: (13) 3229-3535 secretaria@resan.com.br www.resan.com.br

SERGIPE

Sindpese

Jose de Faro Rollemberg Nascimento

Rua Dep. Euclides Paes Mendonça, 871

Bairro Salgado Filho

Aracaju-SE

Fone: (79) 3214-4708 secretaria@sindpese.com.br www.sindpese.com.br

SINDILUB

Adriano Silva Rua Trípoli, 92, conj. 82 Vila Leopoldina

São Paulo-SP

Fone: (11) 3644-3439/ 3645-2640 sindilub@sindilub.org.br www.sindilub.org.br

TOCANTINS

Sindiposto - TO Wilber Silvano de Sousa Filho

Quadra 303 Sul Av. LO 09 lote 21 salas 4 e 5 Palmas-Tocantins Fone: (63) 3215-5737 sindiposto-to@sindiposto-to.com.br www.sindiposto-to.com.br

TRR

Álvaro Rodrigues Antunes de Faria

Rua Lord Cockrane, 616 8º andar, salas 801/804 e 810 Ipiranga-SP

Fone: (11) 2914-2441 info@sindtrr.com.br www.sindtrr.com.br

Entidade associada

ABRAGÁS (GLP) José Luiz Rocha Fone: (41) 98897-9797 abragas.presidente@gmail.com

VIROU NOTÍCIA

MME contra as fraudes do segmento

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, propôs criar uma força-tarefa com os órgãos de fiscalização para coibir as fraudes e a atuação do crime organizado no setor de combustíveis, durante reunião realizada em 28 de maio.

A reunião contou com a participação de representantes da ANP, da Secretaria Nacional do Consumidor, do Conselho Administrativo de Desenvolvimento Econômico (Cade), do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e da Polícia Federal.

Silveira destacou que o fortalecimento da fiscalização e da regulação são fundamentais para assegurar a integridade do mercado, proteger o consumidor e garantir a credibilidade de políticas públicas estratégicas, como o RenovaBio.

Confira abaixo as principais medidas divulgadas para combater as fraudes.

1. Criminalização da inadimplência no RenovaBio

Empresas que descumprirem metas de descarbonização poderão responder criminalmente por crime ambiental, com multas de até R$ 500 milhões.

2. Bloqueio à venda de diesel a distribuidores inadimplentes

Fornecedores não poderão comercializar diesel com empresas que não comprovarem os estoques mínimos de biodiesel exigidos por norma.

3. Regulamentação da intimação eletrônica pela ANP

A medida agiliza notificações, reduz brechas legais e moderniza os procedimentos de fiscalização da agência.

4. Doação de equipamentos para detectar fraudes na mistura de biodiesel

Equipamentos serão fornecidos à ANP, em parceria com o setor privado, para reforçar a detecção de irregularidades na composição do diesel.

5. Apoio a projetos que aumentam punições por furto e roubo de combustíveis

O MME se manifestou favorável a propostas legislativas que endurecem penas contra crimes recorrentes no transporte e armazenamento.

6. Convênio entre ANP e Secretarias Estaduais de Fazenda

Acordo aprovado no Confaz autoriza compartilhamento de documentos fiscais eletrônicos, ampliando o cruzamento de dados e a identificação de fraudes.

7. Defesa da aplicação única do tributo devido em toda cadeia de um produto ou serviço

Sugestões foram apresentadas para a regulamentação da reforma tributária, com foco na simplificação de tributos e redução de espaço para evasão.

8. Apoio aos PLs 284/2017 e 164/2022 contra devedores contumazes

Projetos estabelecem regras para suspender rapidamente operações de empresas reincidentes no não pagamento de tributos.

9. Perda de autorização para quem descumprir o RenovaBio

Distribuidores que não atenderem às metas de descarbonização podem perder a permissão para atuar no mercado de combustíveis.

10. Ações contra pirataria nas hidrovias da Amazônia

O MME coordena plano de segurança em parceria com a Casa Civil, Polícia Civil, Polícia Federal e operadores logísticos para atuar nos rios da Região Norte.

Agência Brasil/ Fabio Rodrigues

Reforma do setor elétrico prevê abertura do mercado

Em 21 de maio, o governo federal publicou a Medida Provisória (MP) 1300/2025, que reforma o setor elétrico brasileiro. Entre outras coisas, a MP propõe a mudança da Tarifa Social, a abertura de mercado, trazendo liberdade de escolha do fornecedor, e a distribuição mais justa do pagamento de encargos.

No caso da liberdade de escolha do fornecedor de energia elétrica, por meio do Mercado Livre de Energia, a MP fala em abertura gradual do setor: indústrias e comércios a partir de agosto de 2026 e demais consumidores a partir de dezembro de 2027. Atualmente, a opção pelo Mercado Livre só é permitida para consumidores de alta tensão, que façam parte do grupo A.

Para o setor de combustíveis, a possibilidade de comprar de outros fornecedores, fora do

mercado cativo, representa uma oportunidade de redução de custos, além de viabilizar a aquisição de energia proveniente de fontes renováveis, contribuindo para a descarbonização.

Ao divulgar a iniciativa, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, explicou que um dos grandes benefícios, para o mercado, é o aumento da concorrência e, consequentemente, a redução de preços. “A mudança acaba com o monopólio apenas de uma fonte para poder fornecer energia para o mercado regulado. Com a geração distribuída, todos podem escolher a fonte geradora, criando naturalmente uma concorrência e, com isso, igualando os demais consumidores aos consumidores livres, que hoje pagam em média 23% a menos do que o consumidor regulado”, explicou.

CARLOS EDUARDO BORGES | GERENTE DE PROJETOS EM EDUCAÇÃO EXECUTIVA DA FUNDAÇÃO DOM CABRAL

Nível de maturidade

Aconstatação é de Carlos Eduardo Borges, gerente de Projetos em Educação Executiva da Fundação Dom Cabral (FDC), principal escola de negócios da América Latina e uma das dez principais no mundo. O especialista, que é economista, com mestrado em Administração de Empresas e duas pós-graduações em negócios (MBA), com especialização em Negócios, Estratégia, Planejamento Empresarial, Desenvolvimento de Pessoas, Desenvolvimento Organizacional e Governança Corporativa, foi coordenador de cursos realizados pela FDC em parceria com o Minaspetro, entre 2017 e 2019, com o objetivo de aperfeiçoar as estratégias de gestão dos empresários de revenda. Vale explicar que a FDC, como escola de negócios, tem em seu corpo docente profissionais com experiência executiva e empresarial de mercado. A equipe responsável pelo curso, que foi totalmente customizado, foi direcionada pela diretoria do Minaspetro e conheceu a fundo o mercado de revenda, respeitando questões de compliance específicas (como preços). O Programa de Desenvolvimento Empresarial de Varejistas Minaspetro não ficou restrito à revenda mineira, atraindo participan-

tes de todo o Brasil, mas não tem novas edições programadas.

Em entrevista exclusiva à Combustíveis & Conveniência, Carlos Eduardo fala sobre algumas dores do segmento e como esse processo de mentoria e gestão contribuiu para a melhoria dos negócios dos participantes. “Os revendedores, geralmente, têm um perfil empreendedor e de fato um conhecimento do negócio, muitas vezes familiar. E acertam até de forma intuitiva, mas o entendimento de novas ferramentas amplia os horizontes e contribui para uma gestão mais equilibrada”, explicou.

Segundo ele, o curso atraiu muitos empreendedores experientes, mas também seus filhos, uma vez que a nova geração tem um olhar diferenciado para os negócios e enfrenta um novo momento de mercado, com novas exigências e concorrência acirrada. “Essa transição de gerações também foi um dos pilares do curso. Os novos gestores precisam ser cada vez mais competitivos e qualificados para garantir a perenidade dos negócios familiares”, afirmou.

Acompanhe, a seguir, os principais trechos da entrevista exclusiva.

CARLOS EDUARDO BORGES | GERENTE DE PROJETOS EM EDUCAÇÃO EXECUTIVA DA FUNDAÇÃO DOM CABRAL

O problema da escassez de mão de obra, ou alta

rotatividade,

não é exclusivo deste setor.
Em todos os segmentos encontramos esse tipo de problema, alguns até com situações

mais críticas

Combustíveis & Conveniência: Quais são os erros mais comuns de gestão em um posto de combustíveis?

Carlos Borges: Bem, primeiramente eu não chamaria de erros, mas sim de práticas empíricas adotadas pelos empresários. O dono de um posto de combustíveis geralmente é um empreendedor nato, tem uma vocação comercial e feeling para o negócio. Porém, alguns aprendizados contribuem para a melhoria da gestão. Um exemplo disso é a gestão financeira. Apesar deste espírito empreendedor, muitos revendedores não compreendem

a lógica sistêmica da gestão financeira empresarial, que vai muito além de somente medir o lucro ou a rentabilidade. A gestão do capital de giro é um ponto muito importante para estes empreendimentos, uma vez que os postos fazem grandes investimentos em aquisição de combustíveis junto a seus fornecedores e normalmente o recebimento dos produtos vendidos não segue a mesma lógica. O cliente paga com cartão de crédito, existe uma taxa cobrada pela administradora do cartão, muitas vezes, o recebimento se dá em 60 dias. Então, essa lógica precisa ser entendida para que a empresa tenha saúde financeira. O revendedor tem compromisso com a distribuidora, tem prazo para recebimento do cartão, e precisa equalizar isso para que a empresa não tenha problemas.

C&C: O que o revendedor pode fazer para melhorar isso?

CB: Na verdade, o empresário do segmento já sabe disso. O que falta é entender como fazer a gestão de uma forma mais processualizada, organizada. É importante ter uma metodologia de gestão financeira, de gestão de risco financeiro. Mas, não podemos dizer que isso é um erro. Muitos empresários do mercado fa-

zem isso de forma empírica, e fazem muito bem. Porém, correm mais riscos de ter o negócio desestabilizado quando ocorre algum imprevisto.

Então, quando a gente leva a metodologia, um conceito consistente, a ideia passa a fazer muito sentido para o revendedor. No curso de formação de revendedores, esse tipo de insight sempre resultava em comentários como “preciso implementar isso em minha empresa”. É uma questão de maturidade do negócio.

E existem softwares no mercado que ajudam na gestão financeira. Porém, se o empresário não compreende a base conceitual, a chance de correr riscos é maior.

Mas, trouxe um exemplo de gestão financeira porque é algo de entendimento muito claro. Mas há outros pontos importantes, como gestão de pessoas, liderança, processo, estratégia de negócio, marketing , vendas etc. Quanto mais o empresário conhecer as ferramentas adequadas de gestão, melhor será o desempenho e saúde financeira do seu negócio.

C&C: Falando em gestão de pessoas, alguns empresários do segmento reclamam que não há mão de obra, que existe dificuldade em contratar

funcionários, principalmente para o trabalho de frentista. Essa dificuldade existe em outros segmentos?

CB: O problema da escassez de mão de obra, ou alta rotatividade, não é exclusivo deste setor. Em todos os segmentos encontramos esse tipo de questão, alguns até com situações mais críticas. Porém, um ponto importante é esclarecer que a retenção não se dá somente por salário, mas sim por uma série de fatores. Em diversas pesquisas, o salário não é o primeiro fator de retenção de colaboradores. Claro que ele é importante, mas há elementos como perspectiva de crescimento dentro da empresa, clima agradável, respeito, pagamento em dia, concessão de benefícios, entre outros. Um empresário que faz tudo corretamente como manda a legislação trabalhista oferece previsibilidade ao empregado. Junto a isso, uma política de reconhecimento é um diferencial. Isso cria um ambiente positivo do ponto de vista do colaborador.

Como ações extras, um treinamento, uma política de motivação pode fazer sentido. O cuidado que o empresário precisa ter, neste caso, ao oferecer bonificações, é não inflar sua folha de pagamento, o que também pode acarretar desequilíbrios.

ENTREVISTA

CARLOS EDUARDO BORGES | GERENTE DE PROJETOS EM EDUCAÇÃO EXECUTIVA DA FUNDAÇÃO DOM

CABRAL

C&C: Essas estratégias devem ser diferentes dependendo do perfil do colaborador (que atua na pista, na loja de conveniência ou no escritório, por exemplo)?

CB: Entendo que isso seja geral, atendendo às exigências e acordos de cada categoria. É preciso seguir as regras e convenções coletivas para cada categoria de trabalhadores, mas a correção legal, pontualidade nos pagamentos e reconhecimento são fatores-chave, que não se alteram.

C&C: Do ponto de vista de marketing, quais as dicas para fazer uma gestão melhor? Muitos postos embandeirados não têm estratégias próprias, adotando apenas as ações indicadas pela distribuidora. Qual sua avaliação sobre isso? Estes empresários deveriam implementar ações próprias, de forma a tornar a empresa mais conhecida dos clientes?

CB: Acredito que pensar estratégias coletivas, até mesmo por meio dos sindicatos do setor, seja uma boa forma de organizar o mercado, torná-lo mais ético e saudável. Então, a partir disso, preços justos e produtos de qualidade já são um diferencial para o cliente, ao lado do bom atendimento. O consumidor que vai ao posto espera agilidade, bom atendimento e o básico, que é um combustível de qualidade. Muitas ve-

zes, isso está atrelado à imagem da distribuidora, mas em um universo menor, um bairro ou cidade pequena, por exemplo, a tendência é de que o entorno conheça o estabelecimento, saiba o nome do frentista, muitas vezes conheça o dono.

Pequenas ações básicas também são diferenciais de marketing: limpeza (das instalações, incluindo sanitários) e dos uniformes dos colaboradores, gentileza no atendimento, agilidade, proatividade ao oferecer outros itens ou serviços, por exemplo.

C&C: Como fazer isso no caso de postos com bandeira, que têm loja de conveniência independente?

CB: Acredito que da mesma maneira, sempre mantendo o bom atendimento, agilidade, boa oferta de produtos. No caso da loja independente, que não fica presa ao mix de produtos da bandeira, vale inclusive inovar com itens regionais, ou serviços que atendam ao público da região. Por exemplo, se não existe uma padaria próxima, a loja pode ter uma oferta maior de pães, doces e bolos. Se não há uma adega, ter uma seleção de bebidas diferenciadas. Mesas para consumo no local, itens frescos, instalações arejadas, entre outros, são fatores que podem diferenciar os postos e atrair mais clientes para um deles.

Pequenas ações

básicas também são diferenciais de marketing: limpeza (das instalações, incluindo sanitários) e dos uniformes dos colaboradores, gentileza no atendimento, agilidade, proatividade ao oferecer outros itens ou serviços, por exemplo

C&C: Qual sua visão sobre os aplicativos de fidelidade das distribuidoras, como ferramenta de marketing e atração de clientes para os postos?

CB: Os aplicativos são das distribuidoras e reforçam a marca delas, não dos postos. Para a revenda, pode ser um instrumento que ajuda a atrair mais público, mas daí a conquistar estes clientes existe um outro caminho, que passa pelo que falamos: preço jus-

to, atendimento bom e ágil, com produtos de qualidade. Entendo que esses aplicativos criem um ambiente de tensão entre distribuidoras e postos, mas se o posto participa da iniciativa e atende clientes por meio de tais programas de fidelidade, deve aproveitar a oportunidade para conquistar aquele consumidor e mostrar que por trás da bandeira existe um negócio com vários diferenciais.

C&C: E quais as dicas de marketing para um posto de marca própria?

CB: As mesmas dicas para postos embandeirados. No caso dos postos com bandeira, muitas vezes o cliente acredita mais na marca do que na revenda. Postos de marca própria têm esse trabalho extra, de conquistar a credibilidade do público. Então, ética, correção, preço justo e bom atendimento sempre serão os diferenciais. Também existe a possibilidade de criar uma política de fidelidade exclusiva do posto. Penso que cada um tem que analisar o seu ambiente, o seu entorno, e buscar ofertas que façam sentido para os clientes em potencial. O básico é a qualidade, preço justo e atendimento.

C&C: Para efeitos de marketing ou para marcar presença junto ao consumidor e manter a comunicação com o

ENTREVISTA

CARLOS EDUARDO BORGES | GERENTE DE PROJETOS EM EDUCAÇÃO EXECUTIVA

DA FUNDAÇÃO DOM CABRAL

cliente, as redes sociais se tornaram essenciais para o negócio?

CB: Acho que o posto pode até ter uma rede social, para ajudar a divulgar suas ofertas e ações estratégicas, mas isso não pode ser entendido como uma “bala de prata”. Não é o Instagram que vai levar o cliente ao seu posto. Muitas vezes, o consumidor abastece no estabelecimento que está no seu caminho, é perto de casa ou do trabalho. O que muda, por exemplo, é que talvez ele escolha um determinado posto no caminho de volta do trabalho para casa para fazer uma compra na conveniência, levar um pão quentinho…

Nos cursos que realizamos, essa questão das redes sociais foi muito discutida. De modo geral, acho que contribui para a visibilidade, mas não é o diferencial principal. Até porque, no caso, a rede social precisaria ter uma estratégia de distribuição bastante precisa, chegar ao público que circula ou reside na região do posto. Ninguém vai guiar até outro bairro para abastecer só porque viu postagens da revenda no Instagram.

C&C: Poderia falar um pouco sobre como foi criado o curso em parceria com o Minaspetro?

CB: Tivemos três ou quatro turmas, antes da pandemia, e chegamos inclusive a levar um

grupo de revendedores para o Vale do Silício, para conhecer algumas inovações. O curso foi ministrado pela FDC, no campus de Nova Lima (MG), mas recebeu alunos de várias cidades do Brasil. Normalmente, fazíamos uma imersão de alguns dias, então as pessoas de outras localidades vinham e ficavam em um hotel ao lado do campus, o que teve também um aspecto relevante, de promover a interação e a troca de experiências entre os empresários.

Esse curso foi customizado para o setor, com apoio da diretoria do Minaspetro e do seu então presidente, Carlos Eduardo Mendes Guimarães Júnior, que considero ter sido “visionário” ao propor a iniciativa. Isso porque, como falamos, muitas vezes, o empresário já sabe o que fazer, de forma empírica, mas não analisa detalhes do negócio, não formula estratégias e não pensa de acordo com uma metodologia. Percebemos, na organização do curso, que o nível de maturidade de gestão no setor ainda é baixo, especialmente quando observamos pequenas redes, e por isso o treinamento e a troca de informações foi um diferencial e um divisor de águas para os participantes.

C&C: Estão previstas novas edições?

CB: Por enquanto não, mas a FDC está aberta a novas iniciativas para este setor. n

A força da união

No final de maio, tivemos a satisfação de cumprir com mais um compromisso para o revendedor, com a realização do 17o Encontro de Revendedores de Combustíveis do Nordeste. Como estou à frente do Sindicombustíveis Alagoas e da Fecombustíveis, foi um período de muito trabalho, para oferecer uma programação de qualidade, que atendesse à necessidade de conteúdo do revendedor da nossa região. Outra preocupação era com relação aos fornecedores do setor, pois contamos com as principais companhias nacionais e regionais, fabricantes de bombas e serviços, que mostraram as novidades e tendências do setor.

O evento proporcionou fortalecimento do networking entre os revendedores, ampliou a interação do setor com as autoridades locais e com a ANP e contou com a presença dos presidentes de sindicatos da revenda, que vieram dos estados mais diversos para prestigiar o encontro.

São momentos especiais como esse que vemos a força do nosso setor e a importância do associativismo. O nosso segmento ainda é formado, em sua maioria, por famílias, que passam o negócio de geração em geração e que trabalham com afinco, gerando emprego e renda ao país.

Com união, com o apoio da revenda em cada região do país, buscamos manter um mercado saudável. Somos 45 mil revendedores e, desse total, estima-se que cerca de 1.000 estão envolvidos com o crime organizado.

Contamos com a união dos agentes do setor, como as distribuidoras nacionais e regionais (representadas pelo Sindicom, IBP e Brasilcom), os importadores (Abicom), os Transportadores-Revendedores-Retalhistas (TRRs) e o Instituto Combustível Legal (ICL), no combate às fraudes. Também oferecemos apoio e informações à ANP e aos órgãos fiscalizadores, para que cumpram seu papel assertivamente.

Nessa luta, a mais recente conquista que tivemos foi a monofasia do etanol hidratado no PIS/ Cofins, mas buscamos aprovar o sistema mono-

fásico do ICMS, que é o que mais atinge o nosso setor, para minimizar as fraudes tributárias e fechar as brechas para o chamado devedor contumaz. Além disso, será também fundamental aprovar o projeto de lei do devedor contumaz, para identificar e penalizar esse agente que deve, não paga e sobrevive no mercado por anos, por meio de liminares, até não ter mais recursos jurídicos, encerrando as atividades. Porém, esses mesmos devedores contumazes abrem uma nova empresa, com outro CNPJ, em nome de laranjas, em outro local, e começa o ciclo novamente, com o não pagamento de impostos, o que causa um grande estrago à competitividade e aos empresários que trabalham de forma íntegra no setor.

O ministro Alexandre Silveira também tem acompanhado e apoiado o combate às fraudes do setor. Recentemente, o Ministério de Minas e Energia divulgou dez medidas para combater as irregularidades, que incluem o combate às questões sobre o menor teor do biodiesel no diesel, tipificar, como crime ambiental, as empresas que não cumprem as metas de compra dos Créditos de Descarbonização (CBIOs) do programa RenovaBio, promover ações integradas entre os órgãos fiscalizadores contra a pirataria nas hidrovias da região Norte, entre outras iniciativas.

Acompanhamos todas as ações com atenção, nos mantemos sempre disponíveis para colaborar e apoiar as medidas que visam combater os agentes irregulares e o crime organizado, mas faço um alerta para que haja uma clara identificação do que é uma fraude e o que é uma não conformidade. Atualmente, não existe um tratamento distinto para esse tipo de ocorrência na Lei de Penalidades e nas regulamentações da ANP. Qualquer não conformidade no combustível, que pode ser um componente químico com teor abaixo (ou acima) das especificações, seja por erro operacional ou uma não homogeneização do combustível, deve ser identificada e tratada com equilíbrio e justiça.

OPINIÃO James Thorp Neto| Presidente da Fecombustíveis

Se sua marca o mercado, 2026. Garanta especiais até empresa entre

A ExpoPostos & Conveniência 2026 reúne os segmentos que estão moldando o futuro dos postos e conveniências no Brasil.

Com mais de 70% da planta preenchida, restam as últimas oportunidades para garantir presença no evento mais estratégico da América

Latina para empresas que atuam em setores como:

marca abastece, inova ou transforma ela precisa estar na ExpoPostos

Garanta agora seu espaço com condições até junho de 2025 e posicione sua entre os líderes do setor.

Abastecimento e infraestrutura para postos

Lojas de conveniência e varejo de proximidade

Food service e soluções em alimentação

Mobilidade, recarga veicular e serviços automotivos

Equipamentos, tecnologias e soluções de gestão inteligente

Franquias, serviços e produtos complementares

FALAR COM O TIME COMERCIAL

Ampliação da oferta de gás natural e estímulo à mobilidade renovável foram temas de evento

Seminário reuniu especialistas do setor e mostrou os principais projetos de produção e depoimentos de empresas que buscam a adoção do energético para cargas pesadas

POR MÔNICA SERRANO

Considerado como energético com papel fundamental para transição energética, o gás natural foi tema de debates ao longo de dois dias (15 e 16 de maio), no 21o Seminário de Gás Natural promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), no Rio de Janeiro.

Um dos principais destaques da programação foi o painel Crescimento da oferta nacional de gás natural: perspectivas e desafios, que reuniu grandes investidores de gás natural, como a empresa internacional Equinor, que investe há mais de 20 anos no país, a Petrobras, o maior player de gás natural, a Prio, produtora indepen-

Cris Vicente Fotografia
Divulgação
Painel sobre aumento da oferta de gás natural apresentou os projetos em andamento, desde players internacionais a empresas independentes

dente, e a Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP), entidade que representa os interesses de pequenos produtores, que são, em sua maioria, empresas brasileiras que investem em campos maduros.

Segundo Sylvie D’Apote, moderadora e diretora-executiva de gás natural do IBP, para manter os projetos que levam longos anos de planejamento, a equação tem que fechar entre os custos e o que o mercado pode pagar. Nesse aspecto, Claudia Brun, vice-presidente da Equinor, abordou os desafios do projeto Raia, que envolve o montante de investimentos de US$ 9 bilhões no país.

Segundo ela, o projeto Roncador, que foi uma experiência anterior, ajudou a empresa a iniciar a exploração de gás no mercado nacional. Ela destacou que foi um instrumental que trouxe aprendizado entre erros e acertos.

“Raia é um projeto cuja primeira descoberta foi em 2011 e estamos tentando desenvolver há muitos anos. Toda a cadeia de valor precisa estar preparada para efetivamente trazer o gás para a costa e assegurar que ele tenha um destino 24 horas. É um projeto de grande escala que justifica os investimentos”, disse.

A Petrobras também está desenvolvendo projetos para aumentar a produção de gás natural no país.

De acordo com Álvaro Tupiassu, gerente-executivo de gás e energia da Petrobras, a empresa tem o plano de negócios atualmente em curso, com investimentos da ordem de US$ 7 milhões para aumentar a oferta de gás e mais US$ 768 milhões para exploração de novas reservas.

O chamado Rota 3 é um dos projetos para elevar a oferta do produto para a região Sudeste. “Este projeto está na fase final e dará mais segurança ao sistema brasileiro, aumentando a competitividade e, principalmente, otimizando a produção de gás do pré-sal, porque ele finaliza toda a infraestrutura que estava originalmente planejada para poder otimizar a produção”, disse Tupiassu.

Outros dois projetos são o Raia já citado, uma parceria entre Petrobras e Equinor, e o Projeto Sergipe Águas Profundas (SEAP), de exploração e produção de petróleo e gás natural em águas ultraprofundas na Bacia de Sergipe-Alagoas, previsto para entrar em operação em 2030, para atender à demanda da região Nordeste, equilibrando a oferta do produto no país.

Em relação ao SEAP, a Petrobras enfrenta desafios. Além dos elevados custos, Tupiassu relatou que a reserva tem lâmina d’água de 2.900 metros, 640 quilômetros de linha submarina prevista, por exemplo,

e um grupo submarino também de grande porte para 140 quilômetros. “Há toda uma necessidade de sinergia e operações logísticas offshore, que ainda não têm uma infraestrutura instalada, bem diferente da Bacia de Santos”, comentou. No aspecto positivo, Tupiassu citou a evolução do marco regulatório do gás natural, trazendo segurança para os investimentos.

Também participou do painel a Prio, uma das empresas independentes de óleo e gás, representada por Gustavo Hooper, head of trading & shipping. Ele contou que o projeto Ahu é o primeiro desenvolvimento da empresa. A reserva foi descoberta há 20 anos, mas somente agora foi viabilizada para iniciar a exploração. “Foi possível fazer o desenvolvimento desse campo porque ele vai ser conectado a uma infraestrutura já completamente existente. Então, o Ahu vai utilizar toda a infraestrutura em torno do Campo de Frade”, disse.

Hooper destacou que a expectativa da empresa é que a atual produção, que gira em torno de 200/300 mil m³, vai saltar para 1 milhão de m³.

De acordo com Marcio Felix, presidente da ABPIP, a perspectiva é de que a diversidade de produção de gás onshore (campos terrestres) no país adicione volume à

produção. “Temos a previsão de produzir 29 milhões de m³ de gás natural em 2028, quase uma Bolívia em terra”.

DESCARBONIZAÇÃO A GÁS

NATURAL NO TRANSPORTE

A realidade do país mostra que já existem alguns movimentos na direção de fazer uma mudança para matriz energética mais limpa no transporte de carga ou de passageiros. “Essa nova demanda já é realidade, substituindo o combustível caro, fóssil, importado, que é o diesel, seja pelo gás natural, seja pelo biometano ou uma combinação dos dois”, disse Gabriel Kropsch, fundador Sinergás, que moderou o painel Novas demandas: gás natural e biometano para frotas pesadas.

Um dos exemplos práticos foi apresentado por Vinicius Reiter Pilz, diretor-presidente da Reiter Log, empresa que investiu em logística verde. “Tivemos a visão de sair do tradicional diesel para algo que polui menos. No primeiro veículo, pagamos 35% a mais no caminhão movido a gás do que no modelo a diesel. Hoje, a Reiter tem 300 caminhões movidos 100% a gás natural comprimido (GNC) não convertidos”, contou.

A meta da empresa é até 2035 descarbonizar toda a frota. “Vemos o gás natural

como um combustível transitório e super necessário. O biometano é indiscutível, que é uma emissão biogênica, então a gente tem uma vantagem muito grande perante o diesel nas emissões”, comentou.

A busca pela transformação para uma matriz mais limpa também está em projetos de frota urbana em Goiânia. Laercio Ávila, CEO do Consórcio do Sistema Metropolitano BRT, disse que a ideia nasceu com a intenção de promover um sistema sustentável, voltado para o cidadão. Então, essa transformação começou a ocorrer no pós-pandemia, por meio da eletri-

ficação. Depois, num segundo momento, em alinhamento com a vocação da economia de Goiás, com o agronegócio, possibilitou a produção de biogás já existente no estado, de modo a ser escalada. “O governo do estado entendeu isso como uma oportunidade de política econômica e deu a diretriz de eletrificar a frota, mas também investiu no biometano como uma alternativa a mais para essa diversificação. E essa missão, então, ficou sob nossa responsabilidade”, relatou.

A jornada está apenas iniciando, segundo Ávila. A meta do Consórcio BRT é atingir

Divulgação Raízen
Discussão entre diferentes participantes do setor mostra nova realidade que começa a se desenhar no país, impulsionada pela substituição de diesel por gás natural ou biometano para veículos pesados
Cris Vicente Fotografia

500 veículos movidos a biometano. Atualmente, há um veículo em operação. Até o final do ano serão 16 e até 2026 mais 16.

O grande desafio é que Goiás não tem sequer um metro de gasoduto. No entanto, Ávila está otimista para viabilizar o projeto. “Já estamos mapeando, junto com o governo estadual, uma série de possibilidades. Estamos fortemente confiantes de que essa é uma jornada que está iniciando e vai virar case para o Brasil”, declarou.

Já Giselia Ponte, diretora comercial da Naturgy, abordou um estudo da empresa realizado em parceria com outras duas distribuidoras do estado de São Paulo para mapear as principais rodovias do Sudeste, justamente para identificar onde há necessidade de implementar infraestrutura de gás para que os caminhões possam circular com total autonomia de abastecimento. “O Rio de Janeiro já está muito bem preparado, tanto que hoje já temos dois corredores sustentáveis, com carros que circulam no eixo Rio-São Paulo e transitam pelas rodovias

Dutra e Washington Luiz”, disse.

Giselia conta que a ideia é fazer mais 16 corredores, para que todos os caminhões que passam pelo Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo consigam transitar com total autonomia de abastecimento.

E sobre o mercado de transporte de ônibus urbano, o Rio de Janeiro é o município mais preparado, pois as 37 garagens estão equipadas para abastecer os veículos com gás natural.

Apesar de o Rio de Janeiro estar à frente de outros estados em relação ao consumo e estímulo ao gás natural, ainda há espaço para crescer na matriz de transportes. “A gente consome cerca de 13 milhões de litros de diesel, então, ainda temos potencial para avançar na descarbonização”, disse Giselia.

Apesar de atuar com foco na distribuição de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), Érik Trench, diretor de gases renováveis da Ultragaz, conta como a empresa passou a considerar a mudança na frota movida a diesel para o gás natural veicular, após ouvir cerca de 60 mil clientes empresariais. Ao longo do planejamento, ele relata que a empresa passou a avaliar o biometano, que além de ser menos poluente, também tem uma condição favorável, pela produção descentralizada. “Por exemplo, uma rota de uma empresa que tem tanto embarcadora quanto transportadora, que tem que chegar do Rio Grande do Sul até o Triângulo Mineiro, não adianta ela ter um ponto de abastecimento. Entendemos que seria uma oportunidade fazer a com-

pra desse combustível, ou desse energético (biometano), de forma descentralizada, e conseguir conectar os diversos pontos para criar essa infraestrutura”, relatou.

Trench compartilhou também uma dúvida que várias empresas têm ao ingressar nesse mercado de mobilidade de carga pesada. “O que é melhor: antes montar a infraestrutura, com os postos e pontos de abastecimento, e depois adquirir o caminhão, ou ter o caminhão e depois montar infraestrutura?”, questionou.

O executivo também observou que o mercado de mobilidade já pode contar

com as montadoras, com a disponibilidade de caminhões com tecnologia para o uso do combustível tanto de gás natural quanto biometano para frotas pesadas.

Apesar das boas perspectivas, vencer os desafios é uma constante. “Ainda é um mercado novo que carece de uma série de coisas. A regulação está evoluindo, com a Lei do Combustível do Futuro, que vai ser favorável ao setor. Porém, é preciso ter coragem para dar o primeiro passo, pois o mercado está se transformando e é necessário haver uma certa garantia na infraestrutura de abastecimento”, concluiu. n

Agência promove workshop para debater Medida Reparadora de Conduta

Em etapa preliminar à proposta de minuta de resolução, órgão regulador busca construir diálogo com os agentes do segmento para manter a regra atualizada

POR ISABELA PALMEIRA

AANP iniciou o processo de revisão da Resolução nº 688/2017, que institui a Medida Reparadora de Conduta (MRC). Em um workshop online, a Agência ouviu sugestões de mudança de acordo com as necessidades do

setor, que serão utilizadas como subsídios para a realização da Análise do Impacto Regulatório (AIR).

“O objetivo com a atualização da norma é acompanhar a evolução regulatória do downstream e das novas ferramentas tecnológicas, sem comprome -

Júlio Nishida, superintendente de Fiscalização do Abastecimento da ANP, conduziu o evento e ouviu as sugestões dos participantes

ter a manutenção das informações relevantes ao consumidor e a eficiência do planejamento das ações de fiscalização. Estamos em uma etapa preliminar nesta revisão. Isso é bom, porque a ideia é trazer o setor e a sociedade para dar suas contribuições logo no início da discussão, e não quando já temos uma minuta pronta. Queremos essa construção conjunta”, afirmou Júlio Nishida, superintendente de Fiscalização do Abastecimento da ANP.

Ao longo de três dias, o workshop tratou de temáticas de todos os agentes regulados, sendo o primeiro dia reservado para a revenda. Simone Marçoni, consultora jurídica da Fecombustíveis, trouxe os principais pontos a serem considerados na MRC em relação aos postos de combustíveis. Um deles foi a questão do erro no preenchimento da planilha do diesel, instituída como autuação pela Agência desde 2024.

“Quando o revendedor se depara com a situação de ter que drenar, retirar e descartar as impurezas do fundo do tanque de diesel, ele deve contratar uma empresa especializada em fazer esta limpeza, e isso estará registrado. Porém, se houver um simples preenchimento com algum erro na planilha, nós entendemos que seja passível de aplicação da MRC”, relatou.

Outro ponto apresentado foi a questão do registro diário no Livro de Movimentação dos Combustíveis (LMC). A Portaria DNC n° 26/1992 instituía um prazo de 24 horas para que o agente, se houvesse algum erro de editoração, pudesse retificar a anotação do LMC e apresentar a versão correta, evitando uma autuação. Entretanto, na Resolução n° 844/2022 não há prazo para esta adequação devido a algum problema pontual que o revendedor possa enfrentar, como o sistema do posto estar fora do ar e, muitas vezes, a revenda é autuada por isso.

Além desta questão, hoje a MRC contempla a possibilidade de o revendedor apresentar, dentro de um prazo, os boletins de conformidade e os registros de análise quando estes não estão disponíveis no posto, no ato da fiscalização. Em alguns casos, porém, a ANP notifica a empresa pela não apresentação das notas fiscais ou por estarem ilegíveis.

“A situação relativa às notas fiscais não está prevista na MRC. Solicitamos que isto seja revisto para que o revendedor tenha um prazo para apresentação”, destacou.

Ainda foi trazido o problema referente à atualização cadastral, hoje con -

templada pela MRC, exceto no caso da marca comercial. Para acessar o sistema SRD-PR, da ANP, o revendedor precisa anexar três documentos obrigatórios, além de ter o certificado digital do posto. Quando o documento está próximo do vencimento, a ANP aceita um documento substitutivo — o protocolo do pedido de renovação dentro do prazo de vencimento determinado pelo órgão competente. Porém, no caso da licença ambiental, o revendedor dá entrada na renovação e recebe um termo de ajustamento de conduta (TAC), no qual está escrito que ele substitui provisoriamente a licença ambiental. Porém, muitas vezes, o TAC é indeferido pela ANP.

“É um grande problema. O próprio órgão afirma que aquele TAC substitui a licença ambiental, e a ANP tem negado, por vezes, a validade deste documento. Sendo assim, o revendedor deixa de cumprir a MRC por falha no sistema”, ressaltou.

Simone abordou ainda que a MRC contempla a questão das exibições dos certificados de aprovação e verificação dos instrumentos de análise e solicitou que isto seja estendido também para a ausência do selo de verificação do bal -

de aferidor da medida padrão de 20 litros. Ela destacou que, em muitos casos, o fiscal da ANP visita o posto, mas a fiscalização do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) não esteve no local para trocar o selo de verificação referente ao ano.

“A medida-padrão está aferida, lacrada, em perfeita condição de uso, o que pode ser avaliado pelo próprio fiscal. Uma simples concessão de prazo da MRC bastaria para ajustar esta questão”, ponderou.

Sobre o painel de preços, ele deve estar localizado na entrada do posto, de forma visível, iluminada, tanto de dia quanto à noite, mas, por vezes, a extensão do estabelecimento é grande, ele está em uma rodovia, e o revendedor, por questões regulatórias do município, não pode colocar o painel onde a fiscalização determina.

“Neste caso, o painel está na entrada do posto, não é no fundo, não é de forma obscura, não é na parede do escritório, mas o fiscal autua o posto, porque entende que a entrada teria que ser no primeiro momento ali e não na extensão da entrada. Em se tratando de painel de preços, nesta questão de localização pontual, entendo que caberia a MRC”, afirmou.

Algumas medidas adicionais foram colocadas por Claudio Baethgen, advogado do Sulpetro, sindicato que representa parte da revenda do estado do Rio Grande do Sul. Uma das sugestões foi a ampliação do prazo do cumprimento da MRC, para além dos atuais cinco dias úteis, uma vez que, em determinadas regiões, os postos não conseguem fazer as devidas adequações a tempo de atender à regra.

Outra sugestão foi em relação a estabelecer uma padronização em relação a determinadas transgressões, tendo em vista os diferentes órgãos fiscalizadores, como Procons, Ipems e Inmetro, para que não haja autuação em relação ao mesmo aspecto. “Nos pontos de competência concorrente, sugerimos criar uma medida reparadora para evitar dupla punição”. Na terceira colocação, o advogado abordou a possibilidade de adoção de tecnologia, por meio de arquivo eletrônico, para armazenar documentos de outorga que não necessitam de atualização constante.

REVENDA DE GLP

A revenda de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) foi representada por José Luiz Rocha, presidente da Associa -

ção Brasileira das Entidades de Classe das Revendas de Gás LP (Abragás), que também solicitou a extensão do prazo de cinco para dez dias úteis para as placas e sinalizações e 30 dias úteis para documentação que está em processo de renovação.

Segundo Rocha, muitas vezes, o revendedor dá entrada no novo documento dentro do prazo previsto, mas nem sempre os órgãos públicos respondem à solicitação no tempo exigido para apresentar à fiscalização da ANP. Ele ainda levantou outros pontos, como alteração de endereço da revenda — desde que as novas instalações estejam dentro das normas de segurança e com vistoria do Corpo de Bombeiros; pinturas de demarcações do piso em áreas de armazenamento; revendas vinculadas com marcas diferentes de GLP; e problemas relativos à balança em regiões onde os órgãos competentes não fazem a aferição.

De acordo com a ANP, as próximas etapas serão a elaboração da Análise de Impacto Regulatório (AIR) e a apresentação da minuta da resolução, seguidas de consulta e audiência públicas. A previsão é que a nova resolução seja publicada até o final deste ano. n

Divulgação Raízen

Monofasia do etanol: primeira etapa é concluída

Desde 1º de maio, os tributos federais (PIS e Cofins) incidentes sobre o etanol hidratado passaram a ter cobrança monofásica, ou seja, em apenas um elo da cadeia. A medida é considerada relevante para reduzir a sonegação no setor. Porém, para o combate às fraudes, o mercado ainda aguarda a mudança na tributação estadual, no sistema ad rem, com cobrança única em todo o país (em reais por litro)

Implantação da monofasia do etanol hidratado vai concentrar a arrecadação dos impostos federais no início da cadeia, em usinas e importadores do produto

Em 1º de maio deste ano, a tributação federal do etanol hidratado passou a ser monofásica, concentrando a cobrança do PIS e da Cofins na produção e importação do combustível. A medida, estabelecida pela Lei Complementar nº 214/2024 e também prevista na Reforma Tributária, unificou as alíquotas para o etanol anidro e hidratado em R$ 0,1920 por litro. O objetivo foi simplificar o sistema tributário e combater práticas fraudulentas no setor de combustíveis.

“Ao concentrar a tributação em um único ponto da cadeia, o modelo reduz significativamente as brechas para sonegação e inadimplência, como aquelas praticadas por empresas fictícias conhecidas como ‘barrigas de aluguel’”, disse Emerson Kapaz, presidente do Instituto Combustível Legal (ICL). Em sua avaliação, a medida fortalece a previsibilidade tributária, simplifica o sistema e contribui para um ambiente de negócios mais ético e isonômico.

No entanto, segundo Kapaz, essa alteração não é suficiente para combater as irregularidades tributárias do mercado. “É necessário estender o modelo aos tributos estaduais, especialmente o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)”, afirmou. Isso porque a diversidade de alíquotas do imposto entre os estados,

que segue sendo tributado pelo modelo do Preço Médio Ponderado para o Consumidor Final (PMPF) definido por cada unidade federativa, dificulta a fiscalização e estimula a concorrência desleal. As perdas são estimadas em R$ 14 bilhões anuais, o que prejudica não apenas o setor, mas também o próprio consumidor.

Em abril de 2025, por exemplo, o ICMS sobre o etanol era de 13,3% em São Paulo e 32% no Rio de Janeiro. Essa diferença de carga tributária cria margens artificiais para empresas irregulares operarem com preços inferiores aos praticados por aqueles que seguem a legislação fiscal. “A diversidade de alíquotas de ICMS entre os estados segue sendo um dos principais estímulos à guerra fiscal e à prática de fraudes estruturadas no setor”, disse o presidente do ICL, reforçando ser urgente ampliar o uso do regime monofásico com alíquota uniforme e mecanismos como o princípio da solidariedade tributária, que já têm apresentado resultados positivos em alguns estados.

MUDANÇA NOS TRIBUTOS FEDERAIS NÃO É SUFICIENTE

Na visão da Fecombustíveis, a mudança para o sistema monofásico e ad rem é importante para todo o setor. “Há décadas, a Federação defende a monofasia tributária

do ICMS para todos os combustíveis. Conseguimos celebrar uma parte dessa vitória com a Lei Complementar 192/2022, que aprovou a incidência uma única vez do imposto estadual sobre gasolina, etanol anidro, óleo diesel, biodiesel, GLP e derivados de gás natural, em todo o país, no início da cadeia. O imposto é cobrado uma única vez, em reais por litro, no primeiro elo de produção, de forma uniforme em todo o país. Essa mudança trouxe grande alívio ao setor, que enfrentava um cenário de concorrência desleal devido às alíquotas diferenciadas entre os estados”, disse James Thorp Neto, presidente da entidade. “Agora, nossa luta se concentra na inclusão do etanol hidratado neste modelo.

Todos no setor sabem que o etanol é alvo frequente de irregularidades e descaminho, devido às diferenças de alíquotas tributárias entre os estados”.

De toda forma, existe um consenso de que o primeiro passo para solucionar os problemas do setor de etanol foi dado, com a alteração na forma de cobrança dos tributos federais. Além do sistema monofásico, a carga tributária também foi reduzida, diminuindo a atratividade de eventuais fraudes.

“Passado quase um mês após a mudança para a monofasia, começamos a perceber mudanças em alguns mercados. Em

Goiás e em Minas Gerais, por exemplo, pudemos constatar que algumas distribuidoras regulares aumentaram, mesmo que discretamente, seu volume de vendas de etanol, o que demonstra que o mercado irregular ‘encolheu’”, disse Martinho Seiti Ono, CEO da SCA, consultoria especializada no segmento. No entanto, em sua avaliação, o maior problema decorrente de agentes irregulares acontece no estado de São Paulo. “Não percebemos mudança no mercado paulista, e inclusive algumas empresas que atuam regionalmente informaram que, a despeito das mudanças, vão permanecer ‘agressivas’”, disse.

Ono destacou que, além de fraudes já conhecidas (como o “passeio de nota fiscal”, vendas interestaduais fictícias e outras), no caso do ICMS, ainda existem irregularidades relacionadas à substituição tributária. “Dependendo do preço de pauta, isso pode representar de R$ 0,07 a R$ 0,09 por litro, em média, trazendo desequilíbrio ao mercado. Não sei se a monofasia dos tributos federais será suficiente para trazer a regularidade do mercado, por isso a revisão do ICMS é essencial”, reforçou.

Vale explicar que, desde meados de 2023, a monofasia dos tributos foi implementada para gasolina, diesel, etanol anidro e biodiesel, mas a mudança para o etanol hidrata-

do está demorando mais a acontecer, por envolver um número maior de agentes, especialmente devido à complexidade das cadeias de produção e distribuição, além da resistência dos governos estaduais — são 27 unidades federativas, com cargas tributárias e benefícios distintos, o que faz com que essa equação seja considerada bastante complexa.

UNIFICAÇÃO DE ALÍQUOTAS TAMBÉM VISA REDUÇÃO DE FRAUDES

A diferença entre o etanol hidratado e o anidro é sua destinação. Enquanto

O etanol hidratado ainda permanece no sistema tributário do ICMS no modelo ad valorem, que cobra diferentes alíquotas por estado, o que atrai o chamado devedor contumaz

o anidro é obrigatoriamente misturado à gasolina A, para formar a gasolina C, o hidratado é comercializado diretamente nas bombas para o consumidor. Além desses dois produtos, existe ainda o etanol para outros fins, como a fabricação de produtos farmacêuticos, cosméticos e bebidas.

Esse tratamento diferenciado entre os produtos vinha sendo explorado para práticas irregulares, como o redirecionamento indevido de volumes para aproveitar vantagens tributárias. Embora o hidratado seja o maior alvo de fraudes

Divulgação
Unica

tributárias, o etanol anidro também foi envolvido em ações de fiscalização — e, mais recentemente, tem sido utilizado em esquemas envolvendo o chamado “etanol molhado”, ou seja, com adição irregular de água.

Segundo o ICL, fraudes como a emissão de notas fiscais frias e a tredestinação (alteração do destino de um bem desapropriado pelo Poder Público) impactam diretamente a arrecadação e a concorrência. As empresas chamadas de “barrigas de aluguel”, por exemplo, são usadas para emitir documentos fiscais fraudulentos. “Essas práticas afetam a competitividade dos postos que operam legalmente, além de gerar desequilíbrios no mercado de revenda de combustíveis”, reforçou Kapaz.

O ICL cita diversos casos investigados por órgãos estaduais em que empresas simulavam operações interestaduais para pagar menos ICMS ou deixar de recolher o imposto. Um exemplo foi a atividade de uma distribuidora registrada em Goiás, que faturava etanol para o Mato Grosso do Sul, mas entregava o produto em São Paulo. Essa prática reduzia artificialmente o custo do combustível, prejudicando quem paga os tributos corretamente, e também desequilibrando a concorrência.

A definição de um valor único de cobrança, segundo Ono, veio de um cálculo que considerou o valor do metro cúbico do hidratado (que até então era de R$ 130,90/m³ pagos pelo produtor e R$ 110,90/m³ pagos pela distribuidora) e do anidro R$ 130,90/m³ pagos pelo produtor e R$ 0,13/m³ pagos pela distribuidora). Houve uma equalização, considerando todo o volume atualmente comercializado do hidratado e do anidro, que resultou no valor médio de R$ 192/m³, de forma que o Governo não perdesse a arrecadação. “Em termos de competitividade, isso é bom para o hidratado. No caso do anidro, como se trata de um percentual adicionado à gasolina, o impacto é mínimo. Mas essa mudança evita usos irregulares de um se passando por outro”, explicou.

Do ponto de vista de preços finais, um dos possíveis reflexos dessa mudança seria a redução do preço do hidratado. No caso do anidro, que atualmente representa 27% da composição da gasolina C, o impacto foi pequeno.

Apesar desta perspectiva, divulgada pelo executivo no início de maio, logo nos primeiros dias após a mudança na tributação, revendedores de diversas localidades informaram que houve aumento de preços praticados por seus fornecedores.

Setor de combustíveis acumula perdas tributárias em torno em R$ 14 bilhões por ano

“Na verdade, as empresas têm grandes estoques e fizeram compras antes do início do novo regime de monofasia. Então, esta avaliação sobre os preços só poderá ser feita quando esses estoques se exaurirem”, disse Ono.

Caso as distribuidoras possam ter absorvido parte dessa redução dos tributos federais como margem, na visão do executivo da SCA, boa parte dos benefícios ao mercado serão “neutralizados”. “Ainda não temos os dados da ANP, compilados em maio. Essa avaliação só poderá ser feita de forma precisa depois disso”, afirmou ele (em entrevista realizada em 28 de maio).

DEVEDOR CONTUMAZ

Embora seja um instrumento muito importante, a monofasia sozinha não é suficiente para controlar as irregularidades do setor. “As barrigas de aluguel se aproveitam de brechas legais e das dificuldades na fiscalização para operar, muitas vezes reabrindo sob novos CNPJs logo após acumularem dívidas impagáveis”, pontuou Kapaz.

Assim, em sua visão, é essencial avançar com projetos complementares — como o devedor contumaz e o princípio da solidariedade tributária — além de intensificar a atuação integrada entre os órgãos de controle e fiscalização.

Agência Brasil/ Marcello Casal

Para o ICL, dentre os projetos sobre o devedor contumaz em tramitação, o PLP 164/2022 merece atenção prioritária. “Ele define como devedor contumaz quem deixa de pagar tributos por quatro períodos consecutivos ou seis alternados dentro de um ano, desde que o débito supere R$ 15 milhões ou represente mais de 30% do faturamento anual da empresa”, explicou. A proposta, segundo ele, prevê o estabelecimento de regimes especiais de fiscalização e tributação, com o objetivo de impedir a geração de novos débitos, além de sanções como cancelamento de benefícios fiscais, restrições a contratos com o poder público e até liquidação extrajudicial.

Outro projeto relevante é o PLP 125, que propõe a criação de um Código de Defesa do Contribuinte. A versão atual, relatada pelo senador Efraim Filho, caracteriza o devedor contumaz com base em dívida reiterada, substancial e injustificada. Em resumo: é quem deve muito, há muito tempo, sem justificativa plausível. Ambos os projetos estão previstos para votação ainda em 2025.

MAIS PREVISIBILIDADE TRIBUTÁRIA

Embora a mudança no preço final não tenha sido significativa, Ana Man -

delli, diretora de downstream do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), destacou que a monofasia contribui para dar mais previsibilidade tributária e menos brechas para irregularidades. “A mudança é benéfica para todas as empresas que atuam de forma leal na cadeia de distribuição, pois fundamentalmente vai mitigar a capacidade de sonegação de impostos, promovendo condições concorrenciais mais justas”, ressaltou. Ela acrescentou que a medida permite que empresas que operam de maneira séria e regular passem a competir em igualdade de condições — ou seja, a monofasia “encurta” possíveis oportunidades para agentes irregulares.

O ICL lembrou, ainda, que o combate às fraudes no setor de combustíveis exige um esforço permanente e multifacetado. Além da monofasia e da tipificação do devedor contumaz, o setor defende a modernização das ferramentas de fiscalização, o uso de inteligência de mercado e a atuação coordenada com órgãos como ANP, Receita Federal, Procons, Ministérios Públicos, secretarias estaduais e municipais — além de punições adequadas aos ilícitos do setor para o estabelecimento. n

Sindipetro Serra Gaúcha realiza tradicional feira de conveniência

Nova disposição do espaço, com proximidade dos estandes e local dos painéis, promoveu sinergia e facilidade de acesso para circulação dos visitantes

POR ANDRÉ COSTAMILAN

A8ª Expo Conveniências contou com várias inovações em relação às edições anteriores. Pela primeira vez foi realizada fora de Caxias do Sul, cidade-sede do Sindipetro Serra Gaúcha, entidade organizadora do evento. Mais de 30 expositores mostraram produtos e serviços no dia 21 de maio, no Plaza Hotel e Boulevard Convention Vale dos Vinhedos, em Garibaldi (RS).

Outra novidade da feira ocorreu na grade de programação, que contou com palestras apenas à tarde. Segundo o presidente do Sindipetro, Vilson Pioner, a intenção foi dar mais espaço para interação entre revendedores e fornecedores.

“Estávamos receosos, mas, pelo resultado e feedback inicial, percebemos que foi uma decisão acertada. Recebemos vários elogios pela iniciativa”, disse Pioner. Além dessas alterações, os organizadores da feira optaram pela montagem dos estandes com um conceito aberto, sem divisórias entre os

expositores, tornando os espaços mais amplos e com melhor circulação de pessoas. O local escolhido pela organização do evento também proporcionou que a área de palestras ficasse ao lado da feira – diferente de outras edições -, facilitando o acesso dos visitantes. No início da tarde, mais de 200 pessoas acompanharam a pedagoga, consultora e escritora Erika Linhares discorrer sobre o tema: “A Transformação pela Liderança Positiva”. Ao final da tarde o mestre e doutor em Comunicação Dado Schneider apresentou “O Paradoxo da Geração Z e a Alta Performance”. Finalizada a oitava feira, o Sindipetro começa a projetar a próxima, que será em 2027. n

Palestra de Erika Linhares sobre liderança positiva lotou o auditório
André
Costamilan

Evento do Nordeste é destaque em Alagoas

Encontro levantou pautas sobre assuntos relevantes do setor, como o combate às fraudes, acentuou a necessidade de planejamento financeiro e de aprimoramento à gestão do negócio, iniciou o debate sobre o self-service e prestou homenagens aos revendedores de referência na região

POR MÔNICA SERRANO

Após um período de mais de uma década, Alagoas sediou o 17o Encontro de Revendedores de Combustíveis do Nordeste, promovido pelo Sindicombustíveis Alagoas e demais sindicatos da revenda do Nordeste, que aconteceu entre 22 e 24 de maio, no Vila Galé Resort, na Barra de Santo Antônio (AL).

O evento foi considerado um sucesso e reuniu revendedores de todos os estados brasileiros, além de autoridades regionais e nacionais, ANP e especialistas do setor.

Na cerimônia de abertura, o anfitrião James Thorp Neto, presidente da Fecombustíveis e do Sindicombustíveis Alagoas, destacou o momento especial. “Esse evento foi orga-

nizado com muito carinho, elaboramos uma programação especial, com palestrantes nacionais, fornecedores diversos, pensando em você, revendedor, para lhe proporcionar boas oportunidades de negócios”, disse.

Thorp ressaltou as atrações da programação, que contou com referências do setor e palestrantes de renome, e destacou a presença de fornecedores nacionais e regionais na feira de exposições.

Autoridades políticas estiveram presentes na abertura. Bruno Toledo, vice-presidente da Assembleia Legislativa do estado de Alagoas, representou Marcelo Victor, presidente da entidade. Ele enfatizou a liderança na figura do presidente James Thorp Neto, a força de trabalho e a abertura ao diálogo para tratar dos assuntos do setor.

Já o secretário de estado do Governo de Alagoas, Vitor Pereira, que representou o governador Paulo Dantas, destacou a relevância do segmento para a economia, oferecendo apoio às demandas da revenda.

“As pautas do setor também são de nosso interesse, vocês conseguem alavancar a economia, gerar emprego e renda”, disse.

Luciano Amaral, deputado federal, disse que teve oportunidade de presenciar, em Brasília (DF), a defesa de pautas importantes do setor de combustíveis e também ofereceu apoio aos empresários do segmento.

No discurso do vereador Chico Filho, presidente da Câmara Municipal de Maceió, foi acentuada a importância do empresariado para a economia local. “Nossa cidade é referência no país e queremos continuar crescendo. Para isso, temos que oferecer as condições para que vocês, empresários, cresçam”, disse.

Também marcaram presença Cecilia Wanderley, presidente do Procon de Maceió, Paulo Amorim, comandante-geral da Polícia Militar de Alagoas, e Flávio Morgado, diretor Técnico e Comercial da Algás.

LUTA CONTRA AS IRREGULARIDADES

Do ponto de vista do setor, as medidas para minimizar as fraudes do segmento foram explanadas por Emerson Kapaz,

presidente do Instituto Combustível Legal (ICL). Para ele, apesar de todas as dificuldades, o combate à ilegalidade e ao crime organizado tem sido bem-sucedido.

“Essa é uma luta de todos nós, brasileiros, que estamos preocupados com a infiltração das facções não só na cadeia de combustíveis, mas em vários setores da economia”, disse.

Ele citou um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que mostra que o crime organizado fatura, em quatro principais setores (combustíveis, bebidas, cigarro e ouro), aproximadamente R$ 160 bilhões ao ano, dos quais R$ 60 bilhões referem-se aos combustíveis. “Eles entram no segmento, sonegam impostos, adulteram combustíveis e falsificam marcas”, disse.

Entre as ações de combate às organizações criminosas, Kapaz citou o convênio firmado entre ANP e 15 estados da federação, dando acesso a notas fiscais de ICMS das vendas de combustíveis para a fiscalização. Ele também relatou a recente implementa-

Emerson Kapaz, presidente do Instituto Combustível Legal (ICL), destaca que crime organizado fatura R$ 60 bilhões com fraudes no setor combustíveis

ção da monofasia do etanol hidratado no PIS/Cofins, pauta que o setor tem buscado há anos. “Agora, estamos em parceria com a União da Indústria da Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica) construindo a monofasia do ICMS do etanol”, enfatizou.

“Temos uma série de mudanças importantes, mas sempre vai faltar alguma coisa. Acredito na força de quem trabalha do lado do bem, que é maior do que os que querem ruir o setor. Nós somos a maioria em prol do segmento”, disse.

As principais dores do mercado e o impacto negativo das irregularidades foram detalhadas por Carlo Faccio, diretor do ICL, em painel após a cerimônia de abertura. Para o instituto, o combate mais assertivo das fraudes demanda obter a simplificação tributária, com a inclusão do etanol hidratado na monofasia via sistema ad rem, no ICMS, a aprovação do projeto de lei do devedor contumaz e a elevação do fortalecimento da fiscalização, entre outras.

Leonardo Linden, presidente da Ipiranga, também enfatizou as dificuldades do setor em relação às fraudes. “Estamos perdendo espaço para quem não cumpre as obrigações e não trabalha direito. Temos uma agenda em comum. Somos sérios. Se vocês, revendedores, querem deixar um negócio saudável para as próximas gerações,

têm que dedicar tempo e esforço para combater o mercado irregular”, disse.

Em relação às ilegalidades do setor, Julio Nishida, superintendente de Fiscalização do Abastecimento da ANP, contribuiu ao explanar o trabalho que a agência reguladora tem feito, que conta com apoio e articulação dos agentes do setor e utiliza a tecnologia de forma integrada entre as áreas.

O papel da ANP tem sido desafiador para manter as fiscalizações em meio à redução de recursos do orçamento pelo governo federal. No entanto, de acordo com Nishida, apesar do período difícil, a taxa de acerto da ANP em relação às fraudes de qualidade foi 40% maior em 2024 na comparação com o ano anterior. Isso se deve ao sistema integrado de fiscalização, que foi implementado no ano passado.

“Hoje, temos um sistema que acessa todas as bases de dados e faz os cruzamentos, consegue estabelecer probabilidades sobre o perfil e comportamento das empresas. O preço também sinaliza se há algo errado, se compra por preço muito próximo do que vende”, citou o superintendente.

DISTRIBUIDORAS BUSCAM

APRIMORAMENTO DO RENOVABIO

Um dos painéis abordou o programa RenovaBio e as necessidades de aprimo-

ramento dos Créditos de Descarbonização (CBIOs). Henry Hadid, vice-presidente Jurídico da Vibra Energia, Guido Silveira, vice-presidente Jurídico da Ipiranga e Marcelo Besteiro, vice-presidente Comercial da Raízen, demonstraram as principais fragilidades dos CBIOs, que são títulos emitidos pelos produtores de biocombustíveis, negociados em Bolsa de Valores (B3), com compra obrigatória por parte das distribuidoras.

Uma das distorções ocorre porque algumas empresas do segmento não compram os certificados, ocasionando desequilíbrio ao mercado de combustíveis. Para combater a questão, foi aprovado o Decreto

12.437/2025, que trata com mais rigor os agentes que não cumprem as obrigações do RenovaBio, tipifica essa falta como crime ambiental e não dá acesso a aquisição do combustível fóssil. “É necessário complementar a regulamentação com a publicação da ANP, com a listagem mostrando quem não cumpriu as metas”, disse Silveira.

ECONOMIA E POLÍTICA EM FOCO

Os três dias de evento tiveram amplo conteúdo, com análises econômicas e políticas. No dia 22 de maio, o painel “O Brasil deu certo”, conduzido pelo jornalista Adalberto Piotto, apresentou o crescimento do país, que é alavancado pelo se-

Felipe Tavares, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), e o comentarista Caio Coppolla foram destaques do cenário econômico-político nacional
Divulgação

tor do agronegócio, com destaques à soja, carne e milho.

De acordo com Piotto, se houver força de vontade e investimento, o país progride. “Somos a maior potência alimentar do mundo e somos o maior país com produção energética. O mundo fala de energia limpa, nós já fazemos isso desde os anos 70. O ponto que é preciso reverter é o discurso anti-Brasil, que vai movendo o país para baixo”, comentou.

Em relação à política do país, Piotto criticou o atual governo pelo elevado endividamento. Ele avalia que a reeleição não é saudável. Em relação ao processo eleitoral, que irá ocorrer no ano que vem, ele acredita que o presidente Lula não irá se candidatar e, na impossibilidade de Bolsonaro tentar a presidência, o candidato mais provável seria Tarcísio de Freitas.

Dentro da mesma linha de pensamento, a palestra do comentarista político Caio Coppolla foi mais incisiva, com críticas ao atual sistema político. A reeleição, segundo ele, acaba se tornando um ciclo vicioso, que desemboca na corrupção. “Para uma democracia saudável, é necessário promover alternância de poder. A perpetuação do poder convida à corrupção”, enfatizou.

A melhora da situação do país, prevista por Coppolla, será oriunda de uma crise

que ele chamou de apagão do orçamento. “Já estamos chegando no mesmo cenário da hiperinflação, que teve o Plano Real como medida de solução. Somente uma crise produz mudança”, previu.

Coppolla aposta na mudança por meio das eleições, em 2026, com a troca de governo, implantação do conservadorismo e alteração da política econômica.

A análise técnica sobre o panorama macroeconômico global e o cenário nacional foi tema do painel conduzido por Felipe Tavares, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). “Estamos vendendo o almoço para pagar a janta”, disse, referindo-se ao endividamento do governo federal.

Tavares apontou o ciclo de baixo crescimento do Brasil, que se perpetua há anos, e, em 2025, ficará abaixo do PIB do mundo.

“Em 2024, o mundo cresceu 3,3% e o Brasil 3,4%, mas está muito endividado. Neste ano, o mundo deve crescer 2,8% e o Brasil 2,0%”, disse. Tavares destacou que a inflação é um problema mundial, sendo uma consequência do pós-pandemia. A previsão deste ano é que a inflação nacional atinja 5,5%, mais alta que a do Chile, Rússia, Índia, e só não perde da Argentina. “Não

adianta o PIB crescer, se a inflação está neste nível”, analisou.

Outra fragilidade nacional apontada pelo economista é a elevada carga tributária do país, hoje em 35%. “É a sétima maior do mundo em relação ao consumo, que continuará bastante elevada mesmo após a reforma tributária, com o IVA (Imposto sobre Valor Agregado) e o Imposto Seletivo. A perspectiva é de que será de 28%”.

PARA A REVENDA

O Encontro de Revendedores do Nordeste também apresentou uma programação especial para o negócio do revendedor, desde a gestão financeira até a sucessão familiar.

Nesse contexto, um dos destaques foi a palestra de Ricardo Pires, fundador do Clubpetro e vice-presidente do Minaspetro, sindicato que representa a revenda de combustíveis de Minas Gerais.

Pires faz parte da terceira geração do Grupo Família Pires, em Minas Gerais. Ele contou como nasceu o projeto-piloto do Clubpetro em 2010, programa de fidelidade que se tornou conhecido em todo o país. Com o lema de transformar um posto de passagem para um posto de destino, esse foi o princípio da formatação do programa. Além dis -

so, o foco no cliente e não no concorrente fortaleceu cada vez mais a proximidade do posto com os frequentadores, tendo como reflexo o relacionamento e a fidelização.

“Em nosso grupo, depois que conectamos o posto à loja de conveniência, o fluxo da loja passou a ter 1.144 vendas e 1.100 veículos por dia”, disse.

Outro empresário da revenda, Ibsen Pinto, proprietário do Grupo J.Pinto, apresentou a palestra “O melhor sócio do Brasil”, que criou uma metodologia para conectar pessoas para melhoria, crescimento e implementação de novos negócios. Ele também mostrou algumas ferramentas que auxiliam a revenda a detectar dificuldades e aproveitar oportunidades, com a leitura do balanço patrimonial, avaliação gerencial mensal e aprimoramento do acordo societário.

Com amplo conhecimento de gestão financeira, a palestra de Arlindo Lins, CFO da rede Pichilau, ofereceu uma aula sobre capital de giro, com aplicação de exemplos práticos para escolher a melhor forma de reinvestir no negócio.

A principal mensagem que Lins transmitiu foi como o empresário pode equilibrar as suas finanças, se deve constantemente investir no negócio. Entre as

opções, é possível fazer a antecipação de recebimento dos pagamentos com cartões, ampliar os prazos de pagamento com os fornecedores ou, ainda, disponibilizar capital próprio para reinvestir no negócio. “Façam as contas, não existe forma melhor ou pior. O negócio precisa de dinheiro e é preciso optar pela forma mais econômica. É preciso descobrir como maximizar os resultados de seu posto”, disse.

SUCESSÃO FAMILIAR

Os advogados Dayane Araújo e Ruy Amaral abordaram a difícil situação de lidar com a morte do patriarca ou matriarca da família, à frente da gestão do posto, e enfrentar o doloroso processo da sucessão familiar. Se a transição não for planejada com antecedência, as dores podem ultrapassar o luto, a partir dos conflitos e perdas financeiras dos familiares.

“Meu convite é que se gaste tempo e energia, conversem com as suas famílias sobre sucessão, para que vocês consigam fazer um planejamento com sucesso”, aconselhou Amaral.

SELF-SERVICE VOLTA À TONA

O sistema de self-service em postos de combustíveis foi o tema da palestra de Ro-

berto James, consultor de varejo e criador do Blog Errejota. No entanto, o autosserviço, no Brasil, é proibido pela Lei 9.956/2000.

Pelos mais diversos motivos, como a dificuldade de encontrar mão de obra para os postos ou adotar as tendências mundiais, a discussão sobre o tema tem sido proposta por diversos projetos de lei no Congresso Nacional.

Roberto James aborda o polêmico tema do self-service na revenda e mostra que é hora de refletir sobre prós e contras
Divulgação SindicombustíveisAL

“Quando se pensa amplamente no mercado, é necessário refletir sobre o autoatendimento no Brasil”, disse James.

Homenagens aos revendedores locais

Para finalizar o evento, o presidente James Thorp Neto homenageou os revendedores de Alagoas, com a entrega do troféu “Raízes do Combustível”, em reconhecimento a empresários tradicionais do estado.

O primeiro premiado foi o revendedor Vinicius Cansanção Filho, com mais de 60 anos de dedicação à revenda, mas que faleceu há dois meses e a filha Ana Cristina Cansanção recebeu a homenagem póstuma. Também foram escolhidos Antônio Albuquerque Melo, com 57 anos de atuação no negócio, e José Pinto de Araújo, referência no mercado da revenda, com 53 anos de empresa, e mesmo com 90 anos, continua ativo, dando palpites no negócio.

Segundo o palestrante, antes de tudo, o revendedor tem que avaliar os prós e contras. Ele alertou sobre a possibilidade de verticalização pelas distribuidoras e também que o sistema não vai resolver todos os problemas da revenda, quando se pensa em custos fixos. A palestra teve como intuito iniciar a discussão sobre este tema, levando informação e reflexão para que tudo seja pensado com cautela. “Cabe ao revendedor decidir o que será viável para o seu negócio”, disse.

LOJA DE CONVENIÊNCIA

Além das palestras técnicas direcionadas aos postos, também foi dedicado espaço à loja de conveniência. Giselle Valdevez, fundadora e sócia da Valsa Consultoria, especializada em lojas de conveniência, abordou os principais aspectos do atual mercado de conveniência. Dados de 2021, apresentados pela palestrante, demonstram que há 8.100 lojas em postos de serviços. Segundo Giselle, o conceito de conveniência está associado à revenda, pela localização estratégica dos pontos comerciais e pela facilidade de abastecer e, ao mesmo tempo, aproveitar para comprar algo na loja.

“Eu acompanho as mudanças deste canal há muitos anos. Com a pandemia, houve necessidade de adaptação e o avanço tecnológico, as compras online, os aplicativos, delivery, self checkout , meios de pagamento sem atrito, entre outras”, exemplificou.

Outro aspecto importante é a adoção das tecnologias, investir na experiência de compra do cliente, principalmente com as novas gerações, como a Geração Z.

Para ter resultados positivos, Giselle recomendou à revenda ter maior foco nas vendas e margens das principais categorias, investir no food service , ter uma loja limpa, organizada, avaliar o mix de produtos, ter atenção ao cliente e investir em programas de fidelização, dar atenção e treinar a equipe, manter uma loja com eficiência operacional, investir em tecnologia, entre outras iniciativas.

Também houve momento para descontração, com a palestra de Dado Schneider, que apresentou o tema “Geração Z e o Futuro do Trabalho”.

CARROS ELÉTRICOS

Outro tema apresentado abordou as vantagens e desvantagens do veículo elétrico, painel conduzido por Cesar

Urnhani, apresentador do Autoesporte, e Flávio Carneiro Filho, CEO da BR Super Carga, empresa especializada em recarga de veículos elétricos.

Na visão de Urnhani, o veículo elétrico é uma boa solução, mas o sistema elétrico deveria estar melhor preparado para receber essa demanda. “Uma coisa é fazer energia elétrica e outra coisa é distribuir energia. Temos um problema com infraestrutura de distribuição”, disse. Além disso, ele também apontou as dificuldades com baterias, custos dos veículos e infraestrutura.

Carneiro reconheceu a dificuldade da infraestrutura de recarga, mas defendeu que os postos podem aproveitar essa oferta para ampliar o negócio. A justificativa é de que o consumidor precisará aguardar um tempo para carregar a bateria de seu veículo, o que representa uma oportunidade de consumo em outras áreas do posto, como loja de conveniência, franquias de alimentação, lavanderias, entre outros.

Thorp passou a mensagem ao final do painel: “não podemos perder a oportunidade, temos as melhores esquinas e pontos comerciais do país. Não podemos perder o protagonismo, seja qual for a opção da matriz energética”. n

Mensagens para os visitantes sobre a conscientização do combate à exploração sexual de crianças e adolescentes foram transmitidas no box

Loja de Inconveniência traz tabu para o Web Summit Rio

Vibra Energia reproduziu conceito em um estabelecimento que simula uma loja de conveniência, com diversas mensagens para conscientização ao combate à exploração sexual contra crianças e adolescentes

POR PAULO JOSÉ DE CARVALHO

Entre lançamentos tecnológicos, startups e tendências para o mercado de varejo, o Web Summit Rio 2025 apresentou uma denúncia inquietante no box da “Loja de Inconveniência”. À primeira vista, o anexo ao estande da Vibra Energia representava um estabelecimento com itens habituais encontra-

dos em lojas de conveniência em todo o Brasil, com prateleiras e cores chamativas. No entanto, ao adentrar ao local, o visitante era surpreendido com dados preocupantes sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes no país. A campanha, desenvolvida pela Vibra Energia em parceria com a agência PROS, esteve pre-

Paulo
José de Carvalho

sente como um anexo que fazia parte do estande da empresa no evento.

Durante três dias, a Loja de Inconveniência atraiu centenas de visitantes, que formaram uma grande fila no box. O estabelecimento induzia o visitante a imaginar que ele ganharia itens, simulando uma compra em uma loja de conveniência, o que atraiu grande parte do público.

Ainda na fila, eles recebiam cestos de compras que colaboravam para esse entendimento. Mas, ao entrar na Loja de Inconveniência, o público era surpreendido com itens com dados sobre crimes sexuais cometidos contra menores de 18 anos.

Trazer a discussão sobre violência sexual contra crianças e adolescentres de forma imersiva em uma loja de conveniência simulada, e com grande impacto visual, cria mais conectividade com o participante. A Loja de Inconveniência serviu para promover a denúncia desse tipo de crime, ao mesmo tempo em que conscientizou os participantes sobre o papel de cada um, segundo explicou a psicóloga Juliana Santos, que esteve no box

“Desde os sites e canais de televisão aos postos de combustíveis, abordar esse tema não é fácil. Além da violência, restam traumas para quem passou por isso que podem durar por toda a vida. A Loja de

Inconveniência é uma verdade necessária para a nossa sociedade, que precisa estar ativa como um canal de denúncia. Como os próprios produtos mostraram, a maioria dos casos não chega até as autoridades. Tenho certeza de que quem entrou aqui, saiu diferente, não vai se calar diante de qualquer atitude suspeita, de crianças e adolescentes que estejam nessa situação”, disse Juliana.

VIOLÊNCIA SEXUAL ZERO

Essa ação integra o movimento Violência Sexual Zero, promovido pela organização Childhood Brasil, que conta com o apoio do grupo Mulheres do Brasil, Instituto Liberta e Vibra Energia. O movimento tem adesão de 150 empresas e organizações da sociedade civil, entre elas a Fecombustíveis, para enfrentar uma das mais graves e silenciosas violações da infância e do adolescente.

A Polícia Rodoviária identificou pelo menos 17 mil pontos de risco de exploração sexual infantil no Brasil. Dentre eles, 4.791 estão localizados em postos de combustíveis. Para combater essa realidade, a Vibra Energia utiliza mais de 8.350 serviços licenciados com a bandeira Petrobras, para disseminar informações e e agir contra esse tipo de crime.

Inovação e varejo

O Web Summit Rio 2025 aconteceu no Riocentro, entre os dias 27 a 30 de abril de 2025. O evento reuniu cerca de 1,4 mil startups, número recorde de novas empresas participantes.

Além disso, o evento recebeu mais de 34 mil visitantes durante os quatro dias de programação. Considerado o maior evento de tecnologia do mundo, essa é a terceira edição do Web Summit no Brasil. Além da Loja de Inconveniência, a conferência trouxe inovações para o setor de combustíveis e varejo.

Lucas Herscovici, diretor-chefe para consumo da Ab InBev, discursou sobre o futuro do mercado de varejo. O executivo explicou que o aplicativo Zé Delivery, que faz parte do grupo Ab InBev, utiliza o conceito de conveniência para proporcionar uma experiência de consumo que une rapidez e eficiência da venda física com o espaço digital.

“A nova disputa no varejo parece estar mudando do ‘último quilômetro’ para o ‘último minuto’. Tudo volta à tendência de conveniência, que há anos é extremamente relevante para os consumidores — e que se intensificou durante a pandemia. O foco sempre foi a conveniência: fazer com que o consumidor consiga o que precisa, de forma rápida e fácil”, disse Lucas Herscovici.

Quase 1,4 mil startups estiveram no evento, com soluções tecnológicas que também integram inovações para o setor.

A próxima edição do Web Summit Rio 2026 acontecerá em junho do próximo ano, com data ainda a definir. Antes disso, Lisboa sediará mais uma edição da conferência de tecnologia, prevista para acontecer entre os dias 10 a 13 de novembro de 2025. Vancouver, no Canadá, e o Catar também recebem uma edição anual, assim como o Brasil.

A cada dez casos que envolvem violência sexual contra menores de idade, menos de um é denunciado no Brasil. Segundo dados de pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em 2023, apenas 8,5% deles formalizaram-se em denúncias. O mesmo estudo evidenciou que, a cada hora, oito crianças e adolescentes são vítimas de violência sexual, o que representa mais de 70 mil vítimas todos os anos. Na maioria dos casos (71,5%) as agressões são cometidas por pessoas próximas da vítima. Informações como essas foram transformadas em rótulos e produtos na loja de Inconveniência. Um dos itens exibidos, um pano de chão, trazia a mensagem “não passe pano para parentes”. A Vibra Energia escolheu o Web Summit Rio 2025 para dar visibilidade a um tema frágil, mas que carece de atenção urgente por parte da sociedade.

Entre os diversos produtos expostos, o pano de chão trazia o alerta, que precisa ser encarado pela sociedade

Em outro item que reproduzia um maço de cigarros, uma criança aparece com a mensagem “eles sofrem”. O item ainda fala que “quem não denuncia permite que o crime continue acontecendo”, em uma reprodução dos alertas de saúde que estampam o verso dos maços de cigarro atualmente.

Adriano Abdalla, chief creative officer da PROS, agência de publicidade responsável pela criação das peças, explicou que a iniciativa representa um tema sensível, e, por isso, eles apostaram na literalidade da Loja de Inconveniência para abordar a violência sexual contra crianças e adolescentes.

Dessa forma, ele afirmou que o conceito do box é visual, e buscou chamar a atenção dos visitantes do Web Summit Rio 2025. Além disso, a ideia era provocar um sentimento de

ação e colaboração dos participantes, estimulando a denúncia e cooperação com a causa.

“Em ações ligadas a temas sensíveis como este, a literalidade é essencial para entregar a mensagem de forma clara para diferentes públicos. Nesse sentido, a Loja de Inconveniência é um ‘tapa na cara’, muito do bem dado, que traz luz ao tema da violência sexual contra crianças e adolescentes de uma forma bastante visual, com compreensão instantânea e convite imediato à ação, no caso, denúncias”, disse.

Além de itens comuns em lojas de conveniência, o box exibia quadros com imagens de pessoas que combatem esse tipo de crime. O visitante, no final do espaço, também era abordado com um espelho, que o mostrava como mais um aliado da campanha. n

Paulo José de Carvalho

AGENDA

Junho

Workshop do Setor de Combustíveis do Mato Grosso

Data: 05 e 06

Realização: Sindipetróleo - MT

Informações: (65) 3621-6623

Simpósio com a Revenda

Data: 11

Realizaçao: Sindpese - SE

Informações: (79) 3214-4708

Workshop da Revenda do Ceará

Data: 26

Realizaçao: Sindipostos - CE

Informações: (85) 3244-1147

Julho

Revenda Integrada

Data: 17 e 18

Realizaçao: Sindipostos - RN

Informações: (84) 3217-6076

Caminhada e Corrida de Posto em Posto

Data: 20

Realizaçao: Sindicombustíveis - PE

Informações: (81) 3227-1035

Ciclo de Encontros Regionais de Revendedores da Bahia

Data: 24

Realização: Sindicombustíveis Bahia

Informações: (71) 3342-9557

ExpoRevenda 2024 - Encontro dos Revendedores de Combustíveis do Sudeste

Data: 31 a 01/08

Realização: Sindipostos - ES

Informações: (27) 3322-0104

TABELAS

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO ETANOL (Centro-Sul)

Período São Paulo Goiás

28/04/2025 - 02/05/2025 3,099 2,926 05/05/2025 - 09/05/2025 3,123 2,960 12/05/2025 - 16/05/2025 3,131 2,923

- 23/05/2025 3,107 2,876

28/04/202530/05/2025 -1,4% -2,7%

Variação maio de 2025 x maio de 2024 17,1% 12,0%

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO ETANOL ANIDRO (em R$/L)

Fonte: CEPEA/Esalq

Nota 1: Sem Pis/Cofins produtor (R$ 0,1309)

Nota 2: Preço para vendas interestaduais.

Período São Paulo Goiás

- 16/05/2025

- 23/05/2025

- 30/05/2025

Variação 28/04/202530/05/2025 -4,0%

Variação maio de 2025 x maio de 2024 15,9% 15,0% em R$/L

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO ETANOL HIDRATADO (em R$/L)

TABELAS

FORMAÇÃO DE PREÇOS

Convênio ICMS 127/2024 (Gasolina) e 126/2024 (Diesel) - Referência 01/06/2025

FORMAÇÃO DE PREÇOS

Nota (1): Corresponde ao preço da usina/produtor sem acréscimo do PIS/COFINS, incluso frete

Nota (2): Decreto 8395, de 28/01/2015, para Gasolina e o Decreto 9391/2018 para o Diesel - Alíquota reduzida a zero

Nota (3): Decreto 9101, de 20/07/2017, para Gasolina e a Lei 10.865/2004 para o Diesel

Nota (4): Base de cálculo do ICMS = Ad rem (Gasolina - Convênio ICMS 127/2024- e Diesel - Convênio ICMS 126/2024)

Nota (5): Média ponderada considerando o volume comercializado no ano de 2023

Nota (6): Lei 11.116/2005

Obs: preços com base nas Tabelas Petrobras (refinarias) de 06/05/2025 para Óleo Diesel e 09/07/2024 para Gasolina - ICMS Base -Convênio ICMS 127/2024 (Gasolina) e Convênio ICMS 126/2024 (Diesel)

Preços para o Estado da Bahia (S.Fco do Conde, Candeias, Jequié e Itabuna - Refinaria Acelen) - ref. 29/05/2025 e para Região Norte (Refinaria REAM)ref. 30/05/2025 e Rio Grande do Norte (Guamaré - BRAVA) - ref. 29/05/2025

Esta planilha é elaborada com os dados públicos e oficiais previamente divulgados ao mercado pela Petrobras, Governo Federal e Governos Estaduais e pelo CEPEA/ESALQ.

Utilizamos as tabelas públicas fornecidas pela Petrobras (Refinarias), a composição de tributos divulgada pelo Governo Federal e pelo CONFAZ (Ato Cotepe), além dos custos dos biocombustíveis (Fonte: Biodiesel = ANP e Etanol Anidro = Cepea/Esalq).

A Fecombustíveis se isenta de quaisquer erros nos dados fornecidos pelas fontes acima citadas e ressalta que esta planilha se destina exclusivamente a colaborar com a transparência do mercado e com a efetivação da competitividade do setor.

TABELAS

AJUSTES NOS PREÇOS DA PETROBRAS

Fonte: Petrobras

Nota: As tabelas e informações sobre a composição de preços estão disponíveis no site da empresa, seção Nossas Atividades/ Preços de Vendas de Combustíveis (https://petrobras.com.br/pt/nossas-atividades/precos-de-venda-de-combustiveis/)

PREÇOS DE REVENDA E DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS

Período: 01/01/2021 à 25/05/2025 - (Preço Médio Brasil)

Gasolina comum:

Óleo Diesel S10:

Etanol Hidratado comum:

Obs:

1 - A partir de 17/08/2020 os dados de distribuição de etanol hidratado NÃO contemplam a parcela de ICMS/Substituição

2 - Desde a semana iniciada em 23/08/2020 os preços de distribuição são informados pelas distribuidoras à ANP através do SIMP

Fonte: ANP – Painel Dinâmico de Preços de Combustíveis e Derivados do Petróleo, em 01/06/2025

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.