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JUSCELINO KUBITSCHEK

Uma fotobiografia
Juscelino Kubitschek 1956

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

B719j Borba, Fábio Chateaubriand.

Juscelino Kubitschek : uma fotobiografia / Fábio Chateaubriand Borba. – 1. ed. – São Paulo : Fundação Padre Anchieta, 2022.

304 p. : il. ; 38 cm

ISBN 978-85-8028-094-4

1. Kubitschek, Juscelino, 1902-1976. 2. Políticos. 3. Presidentes - Biografia. 4. Presidentes - Brasil. I. Título.

CDD 923.181

Bibliotecária Responsável: Eliana Barboza de Oliveira Silva - CRB 8/8925

JUSCELINO KUBITSCHEK

Uma fotobiografia

FÁBIO CHATEAUBRIAND BORBA

PUBLICAÇÃO FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA

SÃO PAULO • BRASIL

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Imagens de um democrata

A missão da Fundação Padre Anchieta, de contribuir para a formação crítica do cidadão, é cumprida no instante em que leva conteúdo relevante ao público, incluindo a própria história de seu país. E contar a trajetória de Juscelino Kubitschek de maneira singular, por meio de uma fotobiografia com dezenas de imagens inéditas, também propicia uma viagem pela Democracia, pela Cultura e pela Educação.

A Democracia sempre foi o norte de Juscelino. Ele acreditava que a imprensa deveria ser livre, sem mordaças. E também era consciente da importância da Educação e da escola na vida do povo.

Em recente pesquisa sobre quem foi o melhor presidente do Brasil, JK foi lembrado por apenas 4% dos entrevistados. Ficou claro que a população, especialmente a nova geração, não sabia quem era o político.

Como mantenedora da TV Cultura, a principal emissora pública de televisão do país, a FPA quer retratar por meio de imagens não somente a trajetória de um dos principais políticos brasileiros, mas também um dos capítulos importantes da República brasileira, como a construção de Brasília, com a intenção de ocupar o interior do Brasil; o difícil período da implantação da ditadura militar em 1964, quando Juscelino teve seu mandato de senador cassado; a Copa de 58; o surgimento do Cinema Novo e da Bossa Nova; e o país que se urbanizava.

Seu governo também foi marcado por forte oposição política, especialmente no campo da Economia. JK não tinha muito apreço a orçamentos e disponibilidade de caixa para os gastos necessários para finalizar a primeira parte da construção da capital federal. Ele, simplesmente, mandava tocar a obra em frente, deixando uma grande dívida a ser paga pelos governos subsequentes e causando alta inflação, difícil de ser debelada.

Para compilar a maior pesquisa iconográfica já realizada sobre Juscelino, a TV Cultura percorreu lugares significativos da vida e carreira política do ex-presidente, como a cidade natal, Diamantina, e pesquisou mais de 12 mil documentos iconográficos em arquivos públicos e particulares nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal, além de Estados Unidos e França, que guardam importantes acervos de suas viagens internacionais como presidente eleito. Juscelino Kubitschek, uma fotobiografia reúne 350 fotos, muitas inéditas, com legendas explicativas, além de manuscritos inéditos e quadros em óleo sobre tela de grandes pintores que retrataram JK. Certamente, esta é uma obra que servirá como referência bibliográfica para pesquisadores, estudantes e sociedade em geral. E, assim, a Cultura segue cumprindo seu papel, contando e fazendo história.

JOSÉ ROBERTO MALUF

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DA FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA – RÁDIOS E TV CULTURA
PRESIDENTE
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o grande livro de jk

A fotografia serve de apoio à interpretação e revisão historiográfica há algumas décadas, mas nesta obra a imagem foi pensada como protagonista, de modo a contar, de forma consciente e de uma perspectiva inédita e intermidiática, a trajetória de Juscelino Kubitschek.

Tem-se a impressão de que tudo já foi dito sobre Juscelino, a começar por sua autobiografia, séries de TV, várias biografias, publicações jornalísticas, filmes, série televisiva, documentários, exposições e até musical. Mas jamais a história do personagem que construiu a sua imagem pública entre fotografias e fotogramas foi essencialmente contada por meio da representação visual.

Juscelino Kubitschek – brinco, mas não duvido – construiu a sua imagem com farto material iconográfico imaginando que um dia publicariam sua vida por meio de fotos. Por isso, o critério adotado neste livro foi conjugar imagens representativas, incontornáveis para a história, com retratos de sua intimidade, da vida em família e de suas origens.

Em suas memórias JK mensura a sua exposição midiática no palco da política nacional: “Enquanto os inconformados se digladiavam no Brasil, numa desprimorosa manifestação de provincianismo político, eu estava no exterior em contato com os chefes de Estado e com os líderes das grandes nações realizando entendimentos sobre os recursos que pudessem ser facilitados para a execução do meu programa de metas. Haveria, além disso, outra vantagem ao realizar aquela excursão: os brasileiros só tomariam conhecimento do que ocorria comigo através da imprensa. Seria uma maneira de estar presente na memória do povo, não em ligação pessoal e direta, mas de uma maneira simbólica, por intermédio de uma imagem.”

O ex-presidente aqui representado é considerado por muitos estudiosos um personagem transformador, um líder, um herói que propôs e levou à frente uma epopeia e que, apesar dos seus feitos e da sua popularidade, ou por isso mesmo, teve cassado o seu mandato de senador, se exilou e foi perseguido pelo regime militar.

E, num país que descuida de sua memória, Juscelino Kubitschek, uma Fotobiografia vai cumprir o importante papel de mostrar a história de um dos principais políticos brasileiros, que se confunde com o período da nossa formação como Nação no século XX, e poderá também aproximar jovens leitores da vida política do país – é um dos atributos da fotografia tornar o mundo mais próximo e familiar.

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“Se uma imagem vale mais que mil palavras, então diga isso com uma imagem.”
Millôr Fernandes

Lembrar JK nesta fotobiografia representa menos um culto a uma fascinante personalidade que sintetiza as virtudes e os defeitos do brasileiro do que um contato com uma vida plenamente realizada em ações. O objetivo é registrar todos os capítulos da vida de JK. Não só pela epopeia de Brasília, mas também por sua escalada de vida, de menino pobre de Diamantina a pai do Brasil moderno.

Falar de Juscelino por meio de imagens era uma visão já madura na minha cabeça quando convidei o jornalista e escritor José Antônio Severo para o projeto. Intelectual de notável trajetória e meu compadre de ideias, Severo não pensou duas vezes e topou o desafio de me acompanhar nesse caminho juscelinista, mas ele foi embora antes dos primeiros esboços.

Foi então que a Fundação Padre Anchieta assumiu a responsabilidade de, nestas páginas em preto e branco – e por vezes em cores – contar a vida de Juscelino Kubitschek e, consequentemente, os capítulos da República brasileira no século XX.

Esta fotobiografia é símbolo de um robusto empório de informações oriundas de muito trabalho e de pesquisa de campo. Diamantina, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo, Goiânia e o exterior serviram como gabinete de pesquisa rigorosa e meticulosa nos últimos meses.

As 340 fotografias que compõem este livro aparecem divididas em períodos consagrados da trajetória de Juscelino: Infância em Diamantina, Doutor Juscelino, Prefeito Furacão de Belo Horizonte, Governador de Minas Gerais, Presidente da República, Família Kubitschek, Brasília, Senador da República, Cassação e Perseguição, Exílio e Morte na Rodovia Presidente Dutra. Essa foi a maneira encontrada para se organizar os temas, articulando-os sem o compromisso do encadeamento linear.

É desse acervo de imagens que o leitor encontrará um caleidoscópio de fotografias criadas por lentes brasileiras e estrangeiras atraídas pelo fenômeno político JK.

De Juscelino Kubitschek pode-se, em muitas coisas, discordar, sem se deixar, porém, de reconhecer a magnitude do espaço que ocupou entre nós.

FÁBIO CHATEAUBRIAND BORBA

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A vida civil de JK: de cima para baixo, o documento de identidade, a Carteira Nacional de Habilitação e o título de eleitor, cancelado durante a ditadura militar
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JK, o empreendedor de obras e sonhos

Diamantinense de 12 de setembro de 1902, órfão de pai aos 3 anos, infância pobre. Estudioso e determinado, trabalha como telegrafista a noite inteira para, sempre exausto, cursar Medicina em Belo Horizonte. Formado, vai para Paris especializar-se em Urologia. Casa-se, em dezembro de 31, com Sarah Lemos, de tradicional e abastada família mineira. A vida pública começa em 1933, como secretário de Governo de Benedito Valadares. Deputado federal em 34, perde o mandato em 37, com a ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas. Nomeado prefeito de Belo Horizonte em 40, faz tanto movimento e obras que é chamado de “Prefeito-Furacão”. Elege-se deputado federal constituinte em 46 e governador de Minas em 50. Conduz o estado para o desenvolvimento e a modernidade.

Assume a Presidência da República em 31 de janeiro de 1956. Seu primeiro ato é acabar com o estado de sítio. “Governar sob estado de sítio, não o farei.” A partir do legado de Vargas, seu governo acelera a história do país. Cria e executa o ambicioso Programa de Metas, com foco em energia e transportes, indústrias de base, alimentação, educação, comunicações e construção de nova capital. Valoriza o diálogo e as articulações políticas. Prioriza, equaciona, negocia, leva o desenvolvimento ao Brasil de dentro, visando à ocupação e à integração nacional. Constrói Brasília em 42 meses. Atrai investimentos diretos internacionais, implanta poderosa indústria automotiva, lança a naval, atiça a siderúrgica, a de cimento e muitas outras. Concretiza grandes hidrelétricas, rasga mais de 13 mil quilômetros de rodovias. Inclusive a Belém-Brasília dos sonhos e da morte do herói Bernardo Sayão, primeira estrada que varou a temida selva amazônica. Apesar da Guerra Fria e da frágil estabilidade política interna, democracia, crescimento rápido, sólidas mudanças estruturais, integração, clima de otimismo e confiança. Parecia que o Brasil finalmente dava certo. Liberdade, inserção na modernidade, autoestima em alta, afirmação da capacidade do setor público, do empresário do trabalhador, do engenho e arte dos brasileiros.

Janeiro de 61. Sai JK, assume seu adversário Jânio Quadros. Recebe um país democrático, em patamar de desenvolvimento muito superior ao de 1955, com a economia apreciavelmente diversificada e 50% maior, o emprego em nível jamais alcançado, as instituições em funcionamento. Opositores falavam em corrupção. “Comparado com o que tivemos depois, foram respingos”, afirmou a professora Maria Victoria Benevides, da USP, referência superior em governo JK. Na economia, batiam principalmente na inflação, que avançou de 12%, em 1955, para 31%, em 1960. Hélio Jaguaribe, cientista político, escritor, homem público: “Ele topou uma discreta ampliação complementar da capacidade de financiamento do governo que gerou, em todo o quinquênio, uma infla-

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ção média muito tolerável, de 20%”. De JK, em dezembro de 1960: “Outros governos poderão empreender a revalorização da moeda, com os aplausos e o apoio de toda a nação. Mas não poderiam fazê-lo, de forma alguma, se encontrassem o país atado a uma situação colonial, sem estradas, sem energia, sem obras de base”.

Além do mar de realizações, deixou exemplos e lições fundamentais, como a essencialidade da liberdade, de visão do futuro, de dar esperança e proporcionar melhores condições de vida ao povo. De clareza de rumos, prioridades, objetivos, projetos e metas. Do planejamento como método de governo. Governar democraticamente, com a melhor equipe possível. Amar e acreditar no Brasil, agir enérgica e eficazmente pelos seus interesses. Respeitar o povo, não pensar pequeno, lutar por grandes sonhos e causas. Não dar missão sem dar os meios.

O novo governo termina com a shakespeariana renúncia de Jânio em 25 de agosto de 1961. Depois vem parlamentarismo híbrido, crescente instabilidade política, volta ao presidencialismo em plebiscito de janeiro de 63, queda do governo Goulart em março de 64, seguida de 21 anos de governos autoritários.

Corte para junho de 64. O poder militar suspende os direitos políticos de Juscelino e cassa seu mandato de senador por Goiás, conquistado em junho de 61. Por quê? Porque poderosas lideranças militares e políticas viam sua volta ao Palácio do Planalto como revogação do regime de 64. E ele, já candidato oficial a presidente pelo PSD às eleições de 65, era considerado imbatível. Tinha até slogan: “JK-65: cinco anos de agricultura para 50 de fartura”.

Amarga três anos de exílio, retorna definitivamente em 67. É preso na sexta-feira 13 de dezembro de 68, durante o parto do AI-5. Tenta a vida empresarial, escreve memórias. Compra tosca fazenda no cerrado bruto de Luziânia, perto de Brasília, onde vive os dois últimos anos.

Eugenio Gudin, engenheiro, economista ortodoxo, homem público: “Juscelino, coitado, Deus o tenha em boa guarda, mas era uma calamidade”. Carlos Lacerda, jornalista, escritor, líder da UDN e demolidor político, sobre a construção de Brasília: “Aquele Juscelino não é de nada! Isso aí vai é desmoralizá-lo”. João Guimarães Rosa, escritor, diplomata: “JK é o poeta da obra pública”. Afonso Arinos de Melo Franco, jurista, escritor, político: “JK é o poeta da ação”. Nelson Rodrigues, dramaturgo, romancista, cronista, jornalista: “A partir de Juscelino, surge um novo brasileiro. Aí é que está o importante, o monumental, o eterno na obra do presidente. Ele potencializou o homem do Brasil”. Augusto Frederico Schmidt, poeta, empresário: “O presidente da aventura, o primeiro presidente e descobridor do Grande Brasil”. Professora Maria Victoria Bene-

Croquis do arquiteto Oscar Niemeyer, parceiro de toda a vida de Juscelino Kubitschek: no alto, à esquerda, Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha, em Belo Horizonte, à direita, o Congresso Nacional, em Brasília, e, na página anterior, o Palácio do Planalto

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vides: “Não existe nenhum outro governante brasileiro que tenha deixado a marca que ele deixou. Mesmo Getúlio, que eu considero o grande estadista da República, tem a mancha da ditadura do Estado Novo”. Novamente Hélio Jaguaribe: “Recebeu uma sociedade agrária e devolveu uma sociedade industrial. Uma coisa extraordinária! As duas mudanças mais notáveis da História do Brasil foram a chegada da família real ao Rio de Janeiro, com D. João VI, quando passamos de colônia a sede do Império, e com JK, quando passamos de sociedade agrária a sociedade industrial”. Walther Moreira Salles, empresário, homem público: “Se fosse paulista, queria uma estátua de Juscelino em todas as cidades. Afinal, ele foi o criador da São Paulo moderna”.

Dizem em Minas que JK foi o melhor presidente que o Brasil teve e Tancredo Neves o melhor presidente que o Brasil não teve.

Final da tarde cinzenta de 22 de agosto de 1976, quilômetro 165 da Via Dutra, município de Resende. Desgovernado, o carro em que Juscelino viaja de São Paulo para o Rio invade a pista oposta e é colhido por enorme carreta com 30 toneladas de gesso. Vira um amontoado de ferros retorcidos, vidros espatifados, assentos destruídos, sangue por todo lado. JK e seu fiel amigo e motorista Geraldo Ribeiro morrem instantaneamente. A tragédia abala e comove o país, repercute mundo afora, desperta suspeitas de atentado, ainda sem provas. Oficialmente, foi acidente de estrada. Mas a morte de JK ainda busca um final.

Gilberto Freyre, sociólogo, escritor: “Ele foi para a atividade pública o que Mauá representou para as atividades empresariais”. Walther Moreira Salles: “Com imensa dor, tive a confirmação logo em seguida: perdera um irmão, um amigo. E o Brasil perdia um estadista”. Afonso Arinos: “Ele não acabou. Explodiu como uma estrela, e a luz das estrelas mortas fica brilhando no céu muito tempo depois que elas se estinguem. Deu no The New York Times: “O homem de visão do Brasil. Uma das personagens políticas mais ricas dos últimos tempos, um homem que fez coisas impressionantes”.

Sua historinha predileta é feita de sonho, beleza e grandeza. Dois dedicados operários trabalham lado a lado. O mais velho sempre produz mais. Ninguém sabe por quê. Certo dia, um menininho perguntou o que estavam fazendo. O mais jovem: “Assentando tijolos”. O outro: “Construindo uma catedral”.

Palmas prolongadas para a TV Cultura pela pesquisa, resgate, organização e propagação de parte significativa do rico e vasto tesouro iconográfico de JK e de sua história.

RONALDO COSTA COUTO ECONOMISTA, ESCRITOR, BIÓGRAFO DE JUSCELINO KUBITSCHEK

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O sorriso no poder

O mineiro de Diamantina Juscelino Kubitschek de Oliveira, 21º presidente do Brasil, abriu várias portas para entrar na História. Inventou e inaugurou Brasília, criou com seu “Plano de Metas” uma nova forma de gerir políticas públicas, mudou a face do país com a implantação da indústria automobilística, foi cassado e combateu a ditadura militar de 1964. Fez tudo isso sempre, sempre com um sorriso no rosto. E JK viveu tempos em que não era fácil sorrir: sua eleição foi contestada, tentaram impedir que tomasse posse e, por fim, que governasse.

Para ficar em uma analogia que caberia aos seus maiores inimigos militares, o pessoal da Força Aérea Brasileira, tudo que JK não encontrou em sua gestão foi um céu de brigadeiro. Contestado desde a campanha eleitoral por ser o candidato associado ao presidente Getúlio Vargas, tornado inimigo da pátria em seus últimos anos de governo e que encerrou a tentativa de putsch militar com um tiro no coração (JK, à frente de Minas Gerais, foi o único governador presente ao velório além de Amaral Peixoto, o genro de Vargas que comandava o Rio de Janeiro), quase teve sua posse impedida por uma manobra político-militar, abortada pelo general Teixeira Lott – a insatisfação da caserna durou todo o período de sua presidência. Quando se olha para o legado de Juscelino, porém, não são os embates que aparecem. É seu otimismo, seu compromisso com a democracia, seu dinamismo. Durante seu governo, enquanto candangos chegavam de todas as partes do Brasil para levantar as paredes dos edifícios da futura Brasília, o resto do país não ficou em compasso de espera. JK chacoalhou o que um de seus admiradores, o dramaturgo Nelson Rodrigues, chamava de “complexo de vira-lata”. Em seu período como presidente, o Brasil foi, enfim, campeão mundial de futebol, em 1958, com a dupla Pelé e Garrincha, viu os primeiros movimentos da revolução estética do Cinema Novo, ouviu com gosto a música de jovens da Zona do Sul do Rio de Janeiro misturar o samba com o jazz e se tornar referência mundial,com a Bossa Nova, assistiu ao movimento concreto e neoconcreto nas artes plásticas e na literatura – era como se tudo de importante acontecesse aqui, sob a batuta de JK, embaixo das curvas traçadas por Oscar Niemeyer. Um dos apelidos mais queridos de Juscelino foi o de “presidente bossa nova”. A bossa era nova, nossa e muito, muito boa.

Se o Brasil teve um antes e depois em sua História, a data mais provável da passagem é o dia 21 de abril de 1960, a inauguração de Brasília, que foi de sonho a cidade em pouco mais de três anos. A nova capital trouxe novas utopias e a crença de que o futuro seria majestoso para o país – não fosse interrompido pelo golpe militar de 1964.

Diz a lenda que João César, o pai que Juscelino perdeu antes de completar 2 anos de idade, vaticinou quando viu o filho recém-nascido, em 12 de setembro de 1902: “Este vai ser presidente do Brasil”. Deve ter sido motivo de riso na vizinhança. Não havia nem estrada para se chegar a Diamantina – o trajeto era feito a cavalo depois de Curvelo (Curralinho, no começo do século XX). Havia, sim, uma tradição política do lado materno da família, mas a condição de viúva da professora Júlia, com dois filhos pequenos, deixava os arroubos para a parte mais rica da família Kubitschek.

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Juscelino vivia na escola onde a mãe lecionava. Gostava de jabuticaba, de angu e de frango ao molho pardo. Era uma criança querida que sonhava grande. Queria ser doutor. Frequentou seminário para poder estudar e tentou a sorte em uma cidade planejada, recém-inaugurada e que atraía talentos de todo o estado – Belo Horizonte. Lá, vivendo em pensões, trabalhando à noite como telegrafista e se dedicando ao puxado curso de Medicina, conviveu com gente que também deixaria sua marca no Brasil. Para ficar em um exemplo da vida de estudante, seu colega de sala de aula era o memorialista Pedro Nava.

O jovem recém-formado logo se viu diante de um grande desafio. Acabara de estourar a Revolução Constitucionalista de 1932 e lá foi Juscelino para o hospital militar na divisa com São Paulo, alinhado às tropas do governo federal, na condição de tenente-coronel-médico. Trabalhou ao lado do futuro general e presidente Gaspar Dutra na cidade de Passa Quatro. Ali conheceu o chefe de polícia local, Benedito Valadares. Guerra terminada, paulistas derrotados, Valadares foi nomeado interventor em Minas Gerais por Getúlio Vargas. Raposa política mineira, procurou alguém que não lhe fizesse sombra para ser o prefeito da capital – e escolheu JK. Foi o início de sua trajetória.

A carreira política foi meteórica. Deputado federal, prefeito de Belo Horizonte em 1940, deputado constituinte em 1946, governador de Minas Gerais a partir de 1951, presidente da República em 1956. Quando entregou o governo em Brasília a Jânio Quadros, era o concorrente mais forte ao cargo no pleito planejado para 1965. Elegeu-se senador por Goiás e teve seu mandato cassado pela ditadura em 8 de agosto de 1964. Pouco antes, fez seu maior pronunciamento no Congresso, justo ele, homem de ação, pouco afeito aos discursos. “Meu sacrifício, exigido pelo ódio e pela incompreensão, servirá para ajudar, numa nova luta em favor da paz e da dignidade do povo brasileiro. Muito mais do que a mim, cassam os direitos políticos do Brasil. Sei que nesta terra brasileira as tiranias não duram.”

Cassado e exilado, viveu na França, em Portugal e nos Estados Unidos. Mas gostava mesmo de sua terra. Sofreu no exterior. Sofreu de saudades, pensou em suicídio, enfrentou crises depressivas. Só recuperou os direitos políticos dez anos depois, e de modo parcial: poderia votar, não ser votado. A ditadura lhe devotava tanto ódio que até sua candidatura a imortal da Academia Brasileira de Letras foi sabotada, a única eleição que perdeu na vida.

Retirou-se para a pequena fazenda comprada em Luziânia, em Goiás, perto o bastante de Brasília para encetar passeios furtivos pela capital que construiu. Não tinha nenhum pendor para as coisas da roça – e sabia bem disso. Na virada de 1975 para 1976, escreveu em seu diário: “O céu carregado de estrelas atraiu os meus olhos. O que procurava eu nos mundos infinitos que piscavam para mim? O que trará 76? Até a morte pode trazer”.

No domingo, 22 de agosto, seguiu de carro de São Paulo para o Rio de Janeiro com o motorista Geraldo Ribeiro, quando seu Opala, desgovernado, invadiu a pista oposta e bateu de frente com um caminhão. Seu velório passou por Rio e Brasília. O corpo foi velado na catedral da capital, onde cem mil pessoas acorreram, e seguiu depois em carro de bombeiros até o cemitério Campo da Esperança. A multidão tomou o caixão perto do cemitério e o levou nos ombros. JK estava outra vez, e eternamente, nos braços do povo.

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RetRato de Juscelino KubitscheK, candido PoRtinaRi, 1960
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“Nasceu Juscelino Kubitschek de Oliveira!, futuro presidente do Brasil!”

Frase atribuída a João César de Oliveira, pai de JK, em 12 de setembro de 1902, dia do nascimento do filho

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À direita., a construção mais baixa, na esquina, é a casa onde Juscelino nasceu e viveu até os 2 anos, em Diamantina s/d
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O avô paterno Teófilo César de Oliveira com a família; João César, pai de Juscelino, filho do primeiro casamento de Teófilo, com cerca de 20 anos, aparece de pé, ao fundo 1888
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O avô materno Augusto Elias Kubitschek: a mãe de Juscelino, Júlia, está à esquerda 1893

Juscelino, aos 3 anos, ao lado da irmã e amiga de toda a vida Maria da Conceição, a Naná; no banco, o chapéu do pai, João

César: infância pobre, mãe viúva e vontade de aprender e melhorar

1905

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Adolescente, com os primos Dolores e Milton Vasconcelos; Naná está sentada no canto direito 1916
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Estudante de Medicina em Belo Horizonte. De pé, o memorialista Pedro Nava, colega de turma, é o quarto da esquerda para a direita. Na mesma fila, Juscelino é o penúltimo 1926 De quepe, servindo como médico do 1º Batalhão da Força Pública de Minas Gerais, legalista, na região do Túnel da Mantiqueira, em combate à Revolução Constitucionalista: na guerra, Juscelino criou relações que o levariam à política 1932
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Juscelino atuou na linha de frente do combate aos rebeldes da Revolução de 1932 como capitão-médico da Força Pública mineira 1932
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Juscelino como deputado federal: o Congresso foi fechado por Getúlio Vargas com a decretação do Estado Novo em 1937 e o jovem parlamentar quase abandonou a carreira política Década de 1930

“Médico sou, e título nenhum reputo mais belo, mais edificante. Investi-me desse sacerdócio impelido pelo sentimento”, disse uma vez JK. A Medicina inspirou sua carreira política. Em sentido anti-horário, a partir da página ao lado, momentos de encontro de sua paixão de toda a vida, a Medicina: em seus primeiros anos de urologista; já presidente, paramentado em centro cirúrgico; em Paris, visitando seu professor, o renomado urologista Maurice Chavassu

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jovem prefeito de Belo Horizonte discursa ao lado de militares: nomeado pelo governador Benedito Valadares, de quem foi chefe de gabinete, para o primeiro cargo no Executivo Década de 1940

Em visita ao bairro da Pampulha em construção: as obras espalhadas pela cidade lhe renderam o apelido de “Prefeito Furacão” Década de 1940

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Juscelino, à direita, de terno claro e sapato bicolor, em seus tempos de prefeito, com o governador Benedito Valadares, no centro da foto Década de 1940
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Juscelino KubitscheK, FRedeRico bRacheR, 1953
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Cartaz da campanha ao governo mineiro: estradas e energia a serviço da industrialização do estado 1950

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Na sacada do Palácio da Liberdade, na posse como governador de Minas Gerais: vitória na primeira eleição para cargo executivo 1951
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JK assina o termo de posse como governador de Minas Gerais, ao lado do presidente da Assembleia Legislativa Feliciano Pena 1951
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No dia da posse, com o elegante terno risca de giz e a Serra do Curral ao fundo, em Belo Horizonte 1951
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Diante das obras do Hotel Tijuco, projetado por Oscar Niemeyer em Diamantina: Juscelino levou a arquitetura moderna para a cidade colonial 1951 Juscelino na Câmara Municipal de Uberlândia recebe a saudação do promotor Cyro Franco (à esquerda) 1951
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O “Governador Furacão”, mesmo apelido dos tempos de prefeito de BH: mais tempo vistoriando obras do que no gabinete 1951
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Em cima do trator com o empreiteiro Flávio Gutierrez: JK prometeu 2 mil quilômetros de rodovias e entregou 3.087 1952
Com o amigo dom Serafim Gomes Jardim, arcebispo emérito de Diamantina 1952
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Inauguração da Usina de Itutinga, com Tancredo Neves ao fundo: transformando promessas de campanha em realidade 1954

Ao lado da esposa, Sarah, durante trabalhos de engenharia depois do rompimento de barragem da Pampulha que gerou centenas de desabrigados. Sem tempo para almoçar e jantar: “Vamos reconstruir em tempo recorde” 1954

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Ao lado de Sarah, testemunha a primeira ligação telefônica feita em Diamantina, na Rua São Francisco, perto da casa onde cresceu 1954
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Getúlio Vargas cumprimenta Juscelino durante visita a Minas Gerais 1954
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Funeral de Getúlio Vargas no Palácio do Catete: JK e Amaral Peixoto, governador do Rio de Janeiro e genro do presidente, foram os dois únicos governadores a comparecer à cerimônia 1954
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Chegada a Belo Horizonte, a caminho do palanque na Praça da Liberdade, indicado candidato a presidente da República pelo PSD; ao fundo, Affonso Heliodoro, um dos auxiliares mais próximos de JK no governo mineiro e na Presidência 1955 O governador Juscelino em cerimônia da Força Pública Mineira, em Belo Horizonte 1955
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Primeiro discurso em praça pública após a indicação pelo PSD: início da campanha à Presidência da República 1955

Nos braços dos correligionários do PSD, JK é carregado depois de ser escolhido candidato

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à Presidência pelo partido 1955
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Convite para o primeiro comício do candidato à Presidência Juscelino Kubitschek em Jataí, Goiás 1955

Em cima da carroceria do caminhão em Jataí (GO), o candidato do PSD assume que vai mudar a capital federal, respondendo a uma pergunta de Antônio Soares Neto, o Toniquinho da Farmácia, morador da cidade; a Constituição de 1946 já previa a transferência, compromisso fundamental do então deputado constituinte Juscelino Kubitschek 1955

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Campanha em Vitória, no Espírito Santo: proximidade com a população 1955 Palanques pelo Brasil: campanha no interior do Pará, estado que ganharia ligação terrestre com o resto do país em seu governo com a Belém-Brasília 1955
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JK chega de trem a Bragança, no Pará: campanha amazônica 1955
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Com Ulysses Guimarães, da chamada “ala moça do PSD”, em comício na Cinelândia, Rio de Janeiro 1955

Adesivo primitivo da candidatura de JK, com a mesma cola usada em selos no verso; ao lado, material de campanha da dobradinha JK-Jango

A cédula eleitoral do pleito de 1956, com votos separados para presidente e vicepresidente: o sobrenome do candidato do PSD foi grafado errado, com ck no final 1955

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Saindo da cabine de votação: escolhido por 35,6% dos eleitores em uma época em que não havia segundo turno; a oposição, liderada pela União Democrática Nacional (UDN), tentou invalidar o pleito alegando que não havia sido obtida maioria absoluta, algo que não constava na Constituição 1955
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JK
“na velha e querida diamantina eu era o nonô, menino pobre, filho da dona Júlia, que andava descalço e não tinha onde estudar”
61 Na janela de seu quarto de criança: origem humilde e determinação 1956
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Com a mãe, dona Júlia, e as duas filhas, Maria Estela e Márcia, em Belo Horizonte 1955
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João César, o pai que Juscelino perdeu antes de completar 2 anos: para JK, o velório paterno foi sua “lembrança mais antiga, companheira de toda a vida” s/d
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Colhendo jabuticaba no pé, no quintal da casa em que cresceu: lembranças de menino 1956
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Feliz diante da fruta preferida: bacia cheia de jabuticabas s/d
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No quarto em que passou a infância, em visita a Diamantina 1956
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JK em viagem a Diamantina, com seminaristas da escola religiosa onde estudou: na época, os alunos usavam batina 1956
68
Entre o banqueiro Walther Moreira Salles e a sanfoneira Angelina MacCarthy, e ao lado do engenheiro Thales da Rocha Viana, em Diamantina 1957

Diante da casa em que cresceu em Diamantina: poucos dias antes de morrer, JK pediu a Serafim Jardim, seu secretário pessoal, que comprasse o imóvel da Rua São Francisco 241, que pertencia à família Lages; o negócio só se concretizou anos depois. Em 12 de setembro de 1985, ela foi reaberta como Museu Casa de Juscelino. Na foto, JK aparece ao lado de moradores, do prefeito de Diamantina, Joubert Guerra, e do primo-irmão Carlos Murilo, deputado federal por Minas Gerais 1957

69

PResidente Juscelino KubitscheK, di cavalcanti, 1957

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A caminho do exterior, depois de eleito, nas asas da Varig, ao lado de Ruben Berta, presidente da companhia aérea; périplo pela Europa e Estados Unidos mirando parcerias estratégicas para o Brasil 1956
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Nos Estados Unidos, presidente eleito, JK se reúne com o então vice-presidente norte-americano Richard Nixon 1956
74 Em
1956
visita à Casa Branca, JK acena para populares
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Presidente eleito, em visita ao Congresso dos Estados Unidos, ao lado do chefe de segurança da Câmara dos Representantes 1956
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JK em Nova York após visita à sede da ONU, ao fundo: articulações pela Operação Pan-Americana, lançada por ele, o embrião do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) 1956

Assis Chateaubriand, jornalista, empresário, escritor

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“A única realidade nacional é o perfil de Juscelino Kubitschek atarefado numa obra que ninguém lhe pode negar: a de providenciar botas de sete léguas para um gigante caminhar”
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De saída do Palácio de Buckingham, após quebrar o protocolo e visitar Elisabeth II na condição de presidente eleito; por tradição, a rainha da Inglaterra só recebe chefes de Estado 1956
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JK com o primeiro-ministro britânico Anthony Eden, recebido em jantar na Downing Street, 10th: no encontro anterior com a rainha Elizabeth II, o presidente eleito recebeu a Grande Cruz de Cavaleiro do Império Britânico 1956
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Em Paris, JK participa de cerimônia em homenagem às vítimas da Primeira Guerra Mundial e deposita coroa de flores no túmulo do soldado desconhecido, sob o Arco do Triunfo 1956
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Escapada para a loja de perfumes Payot, em Paris, com Osvaldo Maia Penido, futuro chefe de gabinete da Presidência 1956
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No Vaticano, durante giro europeu antes da posse, recebe bênção do papa Pio XII 1956 Com Sarah, em visita às galerias do Vaticano 1956
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Em Pisa, assinando o livro de celebridades da cidade: viagem turística e política antes da posse 1956
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Juscelino é recebido pelo ditador espanhol Francisco Franco na residência oficial de El Pardo, em Madri, em seu tour pela Europa 1956 A chegada do presidente eleito depois da viagem pelos Estados Unidos e Europa: multidão à espera no aeroporto do Rio de Janeiro 1956
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Traje e faixa presidencial usados por JK na posse 1956
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Juramento de respeito à Constituição, diante do Congresso, no Palácio Tiradentes, no Rio de Janeiro 1956
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Saída do Congresso, no centro do Rio de Janeiro, com destino ao Palácio do Catete: desfile em carro aberto 1956
90
No desfile, cidadão dribla os Dragões da Independência e entrega bilhete a JK 1956

“O Brasil vai viver cinquenta anos em cinco.”

91
JK
92
Transmissão de cargo, com Nereu Ramos, então presidente em exercício, e João Goulart, o vice-presidente: apesar de revoltas militares localizadas, a ação do marechal Henrique Teixeira Lott em novembro de 1955 garantiu a posse de JK 1956
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JK na capa da revista norte-americana Time: descrito como líder arrojado, com capacidade e projetos para alterar os rumos do país 1956
94
JK ordena que os portões do Palácio do Catete sejam abertos para receber os cidadãos que desejavam saudar o novo presidente 1956
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Na festa de posse, com a primeira-dama Sarah Kubitschek 1956
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No volante, durante a inauguração da fábrica de chassis da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, São Paulo 1956
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No bonde Cascadura-Madureira, inaugurando viaduto na Zona Norte do Rio 1956
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ACIMA E NA PÁGINA AO LADO: Nas primeiras férias como presidente da República, após um ano de gestão, JK passeia pelo jardim do Palácio de Brocoió, na ilha do mesmo nome, um paraíso escondido na Baía de Guanabara: “Sinto-me em paz com minha consciência” 1956

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Família presidencial: com Sarah e as filhas, Márcia e Maria Estela 1956 Tutu à mineira e política à mesa: com a família e o amigo Tancredo Neves 1956
101
Com a filha Márcia, em disputa posada de pingue-pongue 1956
102
Com o marechal Cândido Rondon: militar pediu ao presidente para salvar o Serviço de Proteção ao Índio, atacado por parlamentares oposicionistas devido a denúncias de corrupção 1956
103
Visita ao Planalto Central: JK ao lado do governador baiano Antonio Balbino, Israel Pinheiro e o general Henrique Teixeira Lott 1956
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JK faz a viagem inaugural do submarino Humaitá, veterano da Segunda Guerra no Pacífico e recém-incorporado à flotilha brasileira 1957
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JK foi o primeiro presidente eleito pelo voto a quebrar a barreira do som, a bordo de um jato, a 1.300 km/h, durante solenidade na Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro 1957

Com o jornalista, editor e senador Assis Chateaubriand (à esquerda) e o diretor do Museu de Arte de São Paulo Pietro Maria Bardi (no fundo, à esq.): JK o nomeou embaixador em Londres e salvou várias obras do acervo do Masp em exposição no Metropolitan Museum de Nova York de sequestro judicial por dívidas do empresário, em operação envolvendo a Caixa Econômica Federal; Chatô ameaçou ”suicidar-se” no gabinete do presidente caso o governo não agisse 1957

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JK, o republicano, coroado pelo carnavalesco Evandro de Castro Lima s/d Com a filha Maria Estela e a atriz norte-americana Kim Novak, tal como JK, de origem tcheca, no Rio de Janeiro: descalços para a posteridade 1957
108
Com o compositor Ary Barroso, o pai do samba-exaltação 1957 Com o artista plástico Candido Portinari: a parceria do prefeito Juscelino com o artista na capela da Pampulha, em Belo Horizonte, não se repetiu em Brasília 1957

Jk entre gigantes negros da cultura: Louis Armstrong, Pixinguinha, Grande Otelo e Ataulfo Alves 1957

Com Nat King Cole ao piano, na biblioteca do Palácio das Laranjeiras: encontro com grandes ídolos internacionais na residência oficial 1959

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Reunião do Gabinete para tratar da epidemia de gripe asiática, envolvendo todos os setores do governo, coordenados pelo presidente: “Empenhado em promover, por todos os meios ao meu alcance, a defesa do povo brasileiro contra essa irrupção epidêmica, declaro que não pouparei esforços no sentido de articular as providências, coordenar as equipes, empregar os recursos disponíveis e tudo fazer, com decisão e pontualidade, para enfrentar o mal, evitando-o se possível, ou pelo menos impedindo que se alastre”, discursou

110
JK 1957
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Ao lado de dom Helder Câmara, na inauguração do Centro Municipal de Abastecimento, projeto da Cruzada São Sebastião, comandada pelo religioso, no Rio de Janeiro 1957
112
Descobrindo os segredos da cabine de comando de um avião ao lado de Ruben Berta, presidente da Varig: JK gostava de voar 1956
113
Embarque em helicóptero da Força Aérea: aeronaves utilizadas como marca de governo 1958
114
Despacho aéreo, ao lado de Israel Pinheiro (sentado, à dir.): idas noturnas quase diárias a Brasília s/d
115 A
bordo de aeronave militar: crises com setores da Aeronáutica antes e durante o governo s/d
116
Com o governador Jânio Quadros e o ministro da Indústria Ulysses Guimarães em visitas a poços de prospecção da Petrobras no interior de São Paulo 1958
117
Nas oficinas da Editora Manchete, no Rio de Janeiro, aprendendo os segredos do linotipo: amizade com o empresário Adolpho Bloch durou toda a vida s/d
118
Com Jânio Quadros, em São Paulo: no mesmo trem, olhando para trilhos diferentes s/d
119

Ligado na final da Copa do Mundo e no primeiro título do Brasil ao lado de colaboradores que dividem um rádio no Brasília Palace Hotel, projetado por Oscar Niemeyer e que só seria inaugurado oficialmente no dia seguinte 1958

120
JK comemora o primeiro título mundial de futebol na saída do Palace Hotel 1958

Com Pelé, no Catete, celebrando a Copa: “Recebo a taça não para mim, mas para a nação brasileira (...), como a afirmação de uma raça que inicia uma fase de novas conquistas”. 1958

121
JK celebra a conquista da taça Jules Rimet com o lateral Nilton Santos, “a Enciclopédia”, no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro; o presidente saudou a conquista como a “afirmação de uma raça” 1958
122
Com o secretário de Estado norte-americano John Foster Dulles, no Rio de Janeiro 1958
123
Com as raposas da política do PSD mineiro, senador Benedito Valadares e José Maria Alkmin, ministro da Fazenda 1958
124
Família KubitscheK, candido PoRtinaRi, 1961
125
126
NAS FOTOS ACIMA: As filhas Márcia e Maria Estela em dois momentos: na primeira comunhão e, adolescentes, ao lado do pai s/d
127
Família Kubitschek no Palácio das Laranjeiras: o supersticioso JK não quis permanecer no Palácio do Catete após o suicídio de Getúlio Vargas. s/d
128
JK e Israel Pinheiro, presidente da Novacap, empresa responsável pela construção da nova capital, vistoriam obras ao lado de candangos: primeiros passos de Brasília
129 JK
acompanha as obras da nova capital, em almoço no Brasília Palace Hotel
1958
130 JK visita as obras do túnel-canal Engenho Novo-Macacos a bordo de uma vagonete, no Rio de Janeiro 1958
Com Bernardo Sayão (de frente, no centro), encarregado da construção do trecho norte da rodovia Belém-Brasília, e Israel Pinheiro (à direita) 1958
131
Equilíbrio na canoa, com Israel Pinheiro, na inauguração da Hidrelétrica José Ludovico de Almeida, em Goiás: energia para o Planalto Central 1959 Conferência na Escola Superior de Guerra: no gráfico, o retrato de um país costeiro; em discussão, a interiorização do Brasil 1959
132
Com o presidente norte-americano Dwight Eisenhower, em carro aberto no Rio de Janeiro 1960

Por insistência de JK, Einsenhower alterou os planos e visitou Brasília ainda em construção (na foto, o pôster oficial): o primeiro presidente norte-americano a conhecer a nova capital lançou a pedra fundamental da embaixada dos Estados Unidos 1960

133

JK recebe título de doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra: “Tudo era difícil para quem quisesse estudar. Os livros vinham da França e seu custo era bem elevado”, disse o presifdente 1960

134
Desfile de rabelos, barcos típicos da cidade, em homenagem a JK no Porto, em Portugal, durante visita oficial 1960
135
JK ouve cantora de fado a bordo do navio Vera Cruz, em Portugal 1960
136 JK
autografa sua fotografia no capô de Mercedes: popularidade permanente s/d

que o Juscelino

entusiasmo pelo amor; à admiração pela afeição.”

Afonso Arinos de Melo Franco, jurista, professor, escritor, homem público

137
“Acho
leva ao
138
Com a neta recém-nascida Jussarah, filha de Maria Estela e Rodrigo Lopes, em Belo Horizonte 1963
139
Com o neto João César, filho de Maria Estela, que recebeu o nome em homenagem ao bisavô, no Rio de Janeiro 1964
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Os avós Juscelino e Sarah, com as filhas Márcia e Maria Estela, os genros Rodrigo de Pádua Lopes e Baldomero Barbará e os netos João César, Jussarah e Anna Christina 1966 Juscelino conhece a neta Marta Maria, terceira filha de Maria Estela, a caçula da família 1968
141

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