(des)Envolver - A Vivência do Luto: um Olhar Fenomenológico

(des)

ENVOLVER EDIÇÃO ESPECIAL:

A Vivência do Luto: Um Olhar Fenomenológico

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA - CAMPUS GUAJAJARAS

Perspectivas Fenomenológicas, Existenciais e Humanistas Profª. Henriqueta Regina Pereira Couto Prof. Luiz Felipe Viana Cardoso

Alunos: Cláudia Regina Moreira de Paiva Eraly Alves Silva Estefani Vieira Lopes da Silva Filipe Silva Pinho Medeiros Jéssica Barbosa Teixeira Luzia Maria Silva dos Santos Sônia Raquel Cravez Siqueira Victoria Lemos

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O Luto na Clínica Contemporânea (p. 08) Contribuição da perspectiva fenomenológica existencial no enfrentamento ao luto O acolhimento do luto no contexto atual

As 5 fases do Luto (p. 16) Entrevista com o Psicólogo (p. 22) Mário Sérgio

Análise do Filme (p.26) Beleza Oculta

Vamos Praticar? (p. 30) Para Seguir a Conversa (p. 32)

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Prezado leitor, A Revista eletrônica (Des)Envolver - Edição: O LUTO na fenomenologia, tem como principal objetivo apresentar aos graduandos em psicologia, a forma fenomenológica, no tratamento do luto. Sendo assim, você terá acesso a um artigo que trará consigo definições e explicações sobre o LUTO, assim como uma entrevista com o psicólogo Mário Sérgio, que atua em sua área utilizando a abordagem Fenomenológica e trabalha efetivamente com este tema.

Essa entrevista possibilitará contato próximo com importantes formas concepções no tratamento de um paciente enlutado dentro de um consultório.

Além disso, receberá dicas de como praticar a epoché, também denominada suspensão fenomenológica, nos atendimentos psicoterapêuticos nessas circunstâncias. Mais adiante, terá como indicações alguns conteúdos, como podcasts, livros e sites. Por último, esperamos que a análise crítica do filme “Beleza Oculta” inspire e ajude na preparação para um melhor acolhimento aos futuros pacientes. Que a partir das leituras feitas você construa conhecimentos favoráveis ao crescimento profissional.

Nossa equipe editorial é composta por: Cláudia Regina M. De Paiva, Eraly Alves Silva, Estefani Vieira Lopes da Silva, Filipe Medeiros, Jessica Barbosa Teixeira, Luzia Maria Silva dos Santos, Sônia Raquel Carvez Siqueira e Victoria Lemos Coelho Silva.

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Luto na Clínica Contemporânea: Análise de Experiência Clínica e Convite a Novos Olhares

O

acolhimento

do

sujeito

enlutado na prática clínica é uma desafiante tarefa para o profissional Psicólogo e impõe constante estímulo para a escuta compassiva, empática e acolhedora. As diversas abordagens da clínica

psicológica

apresentam,

em

suas especificidades, modos particulares de escuta, acolhida e intervenção, na busca por amparar o sujeito e orientá-lo rumo à possibilidade de seguir o caminho da sua existência

“

O acolhimento ao sujeito enlutado requer percepção de sua condição humana em todas as suas singularidades e realidades.

lidando de forma sustentável com os sentimentos e conflitos próprios da sua subjetividade.

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O luto é um processo vivenciado por grande parte das pessoas ao longo da vida. O apoio psicológico para essa vivência de forma segura e confortável abre possibilidades de prosseguimento da existência com mais confiança e consciência.

Conforme Freitas (2018), a compreensão do luto em seus aspectos teóricos e práticos é mutável, sendo atualizado pela cultura e pela prática clínica.

O Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais em sua versão 5 - DSM-5 (APA, 2014) apresenta o luto normal como um episódio onde:

- o afeto predominante inclui sentimentos de vazio e perda; - a disforia relacionada pode diminuir de intensidade ao longo de dias a semanas, ocorrendo em ondas, conhecidas como “dores do luto” associadas a pensamentos ou lembranças do falecido; - a dor relacionada pode vir acompanhada de emoções e humor positivos; - o conteúdo do pensamento associado geralmente apresenta preocupação com pensamentos e lembranças do falecido; - a autoestima do sujeito enlutado é preservada; - a ideação autodepreciativa tipicamente envolve a percepção de falhas em relação ao falecido (p. ex., não ter feito visitas com frequência suficiente, não dizer ao falecido o quanto o amava); - ideação de morte no enlutado costuma ter o foco no falecido e possivelmente no desejo de “se unir” a ele.

Além destas caracterizações, o luto é definido no DSM-5 como transtorno complexo persistente à partir de tempo de duração (12 meses em adultos e 6 meses em crianças) da apresentação de sintomas como sentimento de saudade, choros frequentes, preocupação com o falecido, raiva com relação à perda, lembranças angustiantes, sensação de isolamento, dificuldade em engajar em atividades, dentre outros, e vincula a natureza e a gravidade do luto às normas esperadas para o contexto cultural relevante, grupo religioso ou estágio do desenvolvimento do sujeito.

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Esta referência ao DSM-5 é uma das diretrizes possíveis para guia de discussão sobre as formas de compreensão e proposição de técnicas psicoterapêuticas de apoio ao enlutado. Freitas (2018) aponta que, apesar das divergências atuais no modo de compreender e atuar diante do luto, ele “é uma condição vivida por alguém e que é experimentado dentro de uma história e, portanto, inteligível apenas quando pensado a partir do âmago de uma vida”.

Essa é a seta que nos move nesta reflexão.

Como

entender

para,

então,

acolher o enlutado em sua realidade psíquica determinada pelo seu contexto de vida de forma integral? De que modo podemos propor acolhimento psicoterapêutico ao sujeito que chora a morte de alguém do seu campo afetivo com a consciência do que esta perda o impacta em toda a sua integralidade como pessoa humana?

Uma síntese de experiência de acolhimento do luto na abordagem fenomenológica existencial é apresentada a seguir. Não se objetiva inferir julgamento de valor sobre a experiência clínica, mas propiciar o alargamento, ainda que limita-

Na sequência, um importante convi-

do ao alcance deste trabalho, do olhar

te à consideração do luto em sua condição

sobre o acolhimento e compreensão do

de mais que perda do corpo por aqueles

luto em sua diversidade e complexidade.

que, no contexto pandêmico, são os mais devastados pela morte de mais de 600 mil pessoas no nosso país, lançando um desafio à prática psicoterapêutica, independente da sua base teórica e suas técnicas de manejo.

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Contribuição da perspectiva fenomenológica existencial no enfrentamento ao luto O luto pode ser definido como um conjunto de sensações, reações e sentimentos perante uma perda. Por seu caráter de irreversibilidade e por atingir indistintamente a todas as pessoas ao longo da vida, falar sobre perdas e sobre a morte não costuma ser uma tarefa fácil, visto que essas temáticas geralmente evocam sentimentos de angústia, dor ou sofrimento.

De acordo com Tada: Falar sobre a morte implica lidar com sentimentos de tristeza, pela constatação da nossa finitude e do medo do desconhecido [...]. Os medos aqui relatados relacionam-se ao medo da própria extinção e da interrupção de sonhos para o futuro, podendo gerar na pessoa, sentimentos de impotência por não se poder evitar a morte” (TADA; KOVÁCS, 2007, p. 125).

Contudo, a partir do viés fenomenológico, a morte e o luto são enxergados

como

fenômenos

próprios

do

humano. Logo, deveriam ser vistos com maior naturalidade por parte das pessoas. Segundo Abbagnano (1962) o existencialismo busca dar sentido ao existir. Ou seja, para o viés existencialista, a morte é entendida como uma condição humana, podendo, então, ser ressignificada, vivida e enxergada de forma saudável pelas pessoas, por mais que seja também um fenômeno marcado pelo sofrimento e pela perda de sentido para a grande maioria dos sujeitos.

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O

existencialismo

localiza

a

morte no centro da existência, a finitude é o que lhe confirma sentido e valor.

A morte não é determinada como uma fase distanciada do ciclo vital, ela é um episódio

mantido

cotidianamente,

bem como uma maneira de existir.

Negar a existência da morte é exaurir a própria realidade (ERTHAL, 1989). Segundo Freitas (2013), não há uma receita para enfrentar os fenômenos da morte e do luto, a partir do ponto de vista fenomenológico-existencial, e sim “capacidades de modificação de um campo fenomenológico, do mundo existido, com base nessa ausência-presente do outro, do 'tu' em 'mim'".

A psicologia Existencial não utiliza uma metodologia cristalizada para promover a defrontação das perdas, da morte e do luto. Entretanto, não desconsidera o valor da sua colaboração frente a esses acontecimentos, visto que a Psicologia Existencial leva as pessoas a refletirem sobre temas e questões humanas de considerável importância para o existir. Além disso, o viés fenomenológico-existencial

oferece

fundamentos em seus estudos que podem favorecer bastante o enfrentamento ao processo de luto e os danos que a morte estabelece aos que ficam.

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O acolhimento do luto no contexto atual A pandemia Covid-19 certamente nos trouxe um novo cenário do enlutamento, não somente nos termos quantitativos dos acometidos direta e indiretamente, mas também pelos enquadres social e político em que se configurou e se desenvolve especialmente no Brasil.

Dados apresentados por Silva e Silva em 2020 apontam que a população que mais sofre os impactos da pandemia é composta essencialmente por negros e empobrecidos. Em relação a morbimortalidade pela Covid-19 segundo raça/cor/etnia, Araujo et al (2021) explicitam que, apesar da baixa qualidade da informação em saúde referente à morbimortalidade da população negra por Covid-19, os resultados desvelam iniquidades raciais em saúde para essa doença, ratificando o racismo estrutural/institucional no Brasil e nos Estados Unidos.

A forma, portanto, que esta camada empobrecida da população pressionará a prática clínica nos ambientes de acolhimento e apoio se configura não somente como pela tristeza ou comportamento depressivo pela perda corpórea do ente querido que se foi, mas também pela angústia da realidade de restrições econômicas que se impôs com a perda daquele que, em muitos casos, era a fonte principal da renda familiar, garantindo o sustento e provendo as possibilidades de realizações aos demais membros da família.

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Neste contexto, o tema do luto vivenciado pela população atingida pelo Covid-19 configura-se como como uma oportunidade de aprendizagem e reflexão, em uma leitura fenomenológica em que se pretende submeter à epoché proposta por Husserl (Cardoso, 2014), uma das bases da abordagem da Gestalt terapia, com a consciência de que não somente o corpo foi subtraído, mas também, em muitos casos pessoais dos atingidos, a única fonte do sustento e apoio financeiro de uma família ou comunidade empobrecida pela realidade social injusta e desigual.

Portanto, é de fundamental importância para a formação pessoal e atuação profissional o convite que este trabalho propõe para a percepção do tema luto na atualidade moldado e atualizado também pelo viés social em que estamos expostos, de modo que seja possível a dialógica pessoa a pessoa centrada na realidade determinada pelo evento pandêmico que em muito vem transformando e ceifando vidas. O futuro que se impõe na clínica atual é moldado por esta realidade, e a realidade futura se moldará nos espaços de acolhimento comprometidos com a esta realidade.

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As 5 fases do luto

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O luto é compreendido pela literatu-

futuros ameaçados.

ra psicológica como uma reação frente a perdas significativas. Do ponto de vista existencial pode ser compreendido como uma vivência típica em situações de transformação abrupta nas formas de se dar do ser em uma relação eu-tu.

Frequentemente associamos o luto à morte de alguém a quem se ama, pois, a morte é o rompimento mais definitivo de um laço de amor que podemos viver. No entanto, o processo de luto também se dá por outros motivos como uma separação, pela perda do animal de estimação, por

É importante colocar que o luto é um processo individual e singular, isto é, somente quem passa por uma situação de perda pode avaliar o que ela significa e o quanto dói em si.

O sentimento de luto foi e ainda é alvo de muitos estudos científicos, um deles resultou no chamado estágios do luto, proposto pela psiquiatra suíço-americana Elisabeth Kübler-Ross (1926-2004), que se especializou em cuidados paliativos e em situações próximas da morte.

diagnósticos de doença, quando a estabili-

Com base na experiência profissio-

dade física é ameaçada ou em casos onde

nal, Kübler-Ross definiu cinco estados

o corpo foi realmente afetado por algum

mentais que são referências para enten-

tipo de intervenção, como a perda de um

der como acontece a evolução do enluta-

membro, cicatrizes, etc.

do: negação, raiva, barganha, depressão e

Além disto, o luto também pode acontecer, quando uma pessoa perde seu emprego ou vive uma falência financeira, tendo

sua

“

vida

modificada

e

aceitação. São etapas que possibilitam conceituar de forma mais simples o modo como se administra o luto.

planos

O luto é um processo individual e singular, isto é, somente quem passa por uma situação de perda pode avaliar o que ela significa e o quanto dói em si.

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1.

negação

Normalmente, a reação imediata ao ouvir a notícia

da morte de alguém amado é rejeitá-la. A pessoa enlutada não acredita nem quer tentar acreditar na possibilidade de ter perdido um ente querido, então, rejeita a própria realidade. “É impossível!”, ela pensa constantemente.

A negação, neste caso, tem como objetivo protegê-la de uma verdade inconveniente, a qual pode desestruturá-la psicologicamente. Deste modo, esse estágio do luto pode demorar minutos, dias ou semanas para passar. É comum que a pessoa enlutada busque o isolamento social e o distanciamento de tudo que lembre o indivíduo que partiu neste período.

2.

raiva

Sentimentos de raiva, angústia, desespero, medo, culpa e frustração se manifestam constantemente. Este turbilhão domina a mente da pessoa enlutada, fazendo-a ter condutas ríspidas e desagradáveis. Quando alguém tenta trazê-la para realidade, ela reage com agressividade, ainda incapaz de aceitar a perda. É possível que a pessoa em luto expresse a sua raiva por meio de atitudes autodestrutivas, como beber exageradamente, brigar com desconhecidos e destruir propriedade alheia. Como está transtornada, ela não compreende a gravidade de suas ações.

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3.

barganha

Esta fase do luto se constitui por negociações. A pessoa enlutada negocia consigo mesma ou com a entidade superior em que acredita na tentativa desesperada de aliviar a sua dor. Diversos pensamentos de “e se eu tivesse feito isso” ou de “se eu fizer X coisa, posso reverter a situação” rondam a mente da pessoa em luto. Mesmo que ela tenha consciência da impossibilidade desses feitos, ela os alimenta para consolar a si mesma.

4.

depressão

Uma das cinco fases do luto mais intensas é a depressão.

A pessoa é acometida por um grande sofrimento, o qual pode se prolongar por semanas ou meses. Ela se apega à dor causada pela partida do ente querido, usando-a como combustível para permanecer em estado depressivo.

Assim, a pessoa enlutada chora copiosamente, repensa as suas decisões e experiências de vida, se isola de familiares e amigos, tem crises de saudade e não consegue retomar à vida normal da mesma maneira que antes.

Este estágio do luto requer muita conversa e apoio de pessoas próximas, além de acompanhamento psicológico. A pessoa em luto pode acabar desenvolvendo um transtorno de depressão profundo e não conseguir chegar ao estágio de aceitação da morte.

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5.

aceitação

A aceitação é o último estágio do luto, mesmo quando a experiência não é linear. É neste momento que a pessoa enlutada compreende a sua nova realidade, constituída pela ausência de quem partiu. Os sentimentos e angústias já foram externalizados, resultando em uma sensação de paz interior.

Aceitar a perda não significa seguir a vida como se a pessoa amada nunca tivesse existido. Não é esquecer os momentos bons partilhados com ela nem enterrar lembranças calorosas em um canto da mente. A saudade ainda vai mexer com as emoções e a pessoa amada ainda vai visitar os pensamentos, mesmo anos após a sua partida.

Aceitar significa conviver pacificamente com a perda. É o mesmo que se lembrar da pessoa que partiu com carinho, ser grato por ela ter participado de sua vida, compreender que é preciso continuar a viver mesmo sem a presença dela e compreender a finitude da vida.

A aceitação pode ser trabalhada muito antes do luto começar. Apesar de ser difícil aceitar que a vida cessará algum dia, precisamos fazê-lo para lidar melhor com as nossas perdas. Afinal, nada está escrito. Embora seja comum esperar pelo fim somente ao chegar a uma idade avançada, todos nós estamos suscetíveis a encontrá-lo a qualquer momento.

Por isso, abrace, beije, diga “eu te amo”, se apaixone, perca a vergonha e viva de acordo com seus anseios e valores para não se arrepender depois. Além disso, converse sobre a morte sem medo para se acostumar com a partida iminente de pessoas queridas.

20

“

As 5 fases do luto não são paradas obrigatórias em uma ‘linha do tempo da tristeza’. Não existe necessariamente uma ordem entre elas e nem todas as pessoas passam por todas as fases.

A dor é única, assim como cada um de nós também é único.

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ENTREVISTA COM O PSICÓLOGO

MÁRIO SÉRGIO CRP 04/59498 E-PSI 213236

GRUPO: Primeiramente, gostaríamos de agradecer a disponibilidade e apoio em nossa formação. E gostaríamos de saber um pouco mais sobre sua trajetória diante da abordagem fenomenológica existencial.

MÁRIO: “Eu sou Mário Sérgio, Psicólogo, e me formei no ano de 2020. Tive contato com a fenomenologia há 14 anos. E encantei-me ao saber da ideia de que o ser humano é livre e dotado de possibilidades.”

[Mário iniciou a psicoterapia na mesma abordagem da fenomenologia depois de começar a estudar psicologia, direcionou também seu estágio clínico para a mesma abordagem.]

MÁRIO: “Hoje eu sou bem mais existencialista do que humanista, a pesar de eu me identifique com ambas as abordagens e tenha vindo de uma base forte e muitas leituras sobre a abordagem humanista.”

GRUPO: Como as perspectivas humanistas trabalham a forma que o sujeito entende e vê a morte? E dentro dessa perspectiva, quais são as técnicas de manejo para o enfrentamento ao luto que possibilitem ao cliente encontrar sentido em sua caminhada de vida?

MÁRIO: “Existe uma coisa que precisamos saber quando trabalhamos com a morte e também com o luto, que são os cinco estágios segundo a teoria de Elisabeth Kübler-Ross.”

[Mário também falou sobre a teoria do apego de John Bowlby (psicólogo, psiquiatra e psicanalista). Para Bowlby, os seres humanos são seres de vínculos, então nós somos seres que iremos criar vínculos.]

MÁRIO: “E em qualquer situação que eu possa quebrar ou perder esse vínculo, eu vou ter o luto. A questão do luto especificamente para o existencialismo segundo o livro, “Ser e tempo” de Hidegger, quer dizer que somos seres para a morte, por tanto isso quer dizer que nós iremos morrer. Entretanto esse ser para a morte nós só encontramos com a morte do outro, e quando entramos em contato com a morte do outro, entramos em contato com a nossa própria morte.

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MÁRIO: ““É como se a morte sempre estivesse além, nunca está em mim, sempre está no outro.

[Mário cita a música de Gilberto Gil - Não Tenho Medo da Morte] MÁRIO: “A música diz ”eu não tenho medo da morte, tenho medo de morrer, porque na minha morte eu vou estar presente”. Isso é existencial.

MÁRIO: Em relação a forma de trabalhar com uma pessoa enlutada, primeiramente se trabalha como a pessoa vivencia a morte e depois do luto, como é isso para ela, que pessoa é essa que ela está vivendo. Segunda o existencialismo, não tratamos a doença e sim a pessoa que tem essa vivência, e podemos fazer o mesmo com relação ao luto. Então esse é o nosso manejo.

MÁRIO: Como psicoterapeutas existenciais, nosso objetivo é auxiliar o cliente a descobrir a vivência dela, o que faz sentido para ela. Não há uma regra e não é da mesma forma o tratamento e intervenção com todas as pessoas, pois são pessoas diferentes. Precisamos acolher e verificar como está sendo essa vivência para a pessoa. há também o luto pelo divórcio, de como a pessoa vai se posicionar diante disso. O luto não reconhecido, por exemplo, por pet, por famoso, ele cita novamente sobre o vínculo e quando esse vínculo é quebrado há o luto, O grande manejo do existencialismo é validar aquilo que a pessoa está sentindo.

GRUPO: Segundo Elisabeth Kübler-Ross, existem 5 fases de enfrentamento ao luto (negociação e isolamento, raiva, barganha, depressão e aceitação). A partir da sua atuação clínica, você identifica tais fases no acompanhamento terapêutico dos clientes enlutados?

MÁRIO: “Sim, acompanho, são identificadas essas fases no cliente.

Essas fases não acontecem especificamente nessa sequência, então pode haver uma sequência diferente como por exemplo; a raiva pode vir primeiro a barganha pode vir depois e assim sucessivamente. Vou relatar pra vocês sobre uma cliente que eu acompanhei e também atendi quando a mesma perdera o filho de forma trágica.

Citou um exemplo da barganha, nas sessões essa mesma cliente se questionava “se fosse melhor na vida dela, o filho não tinha morrido”. Ela pensava e sentia isso, e nesse caso era necessário que o psicólogo a deixasse sentir e validar os sentimentos dela. “

GRUPO: Como lidar com a pessoa que está num nível avançado do luto e pensa em tirar a própria vida, pois não consegue seguir sem aquela pessoa/coisa?

[Mário começa a resposta citando diferentes tipos de luto, como o “luto complicado” e o “luto não reconhecido”.]

MÁRIO: “É importante que o psicólogo auxilia a pessoa a viver esse luto. E, ao perceber que a pessoa possa fazer algo contra a própria vida, é importante encaminhar o cliente ao psiquiatra. Mas também trabalhar com essa pessoa o que ela está querendo matar, como, por exemplo, questionar: “Que dor é essa que você está querendo matar?”.

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MÁRIO: “Também é importante entender que pode acontecer do luto surgir depois de vários anos e reaparecer como uma depressão, um transtorno de ansiedade generalizada. É importante que a pessoa sinta a dor e deixe a dor acontecer. E, como psicólogos, não podemos achar que devemos trazer alívio imediato para a dor do outro, a dor precisa ser vivida e experienciada. Devemos fazer perguntas pontuais e auxiliar a pessoa no processo dela, deixar que ela chore se quiser chorar, ficar em silêncio quando necessário. É preciso saber escutar o silêncio da pessoa. Então, a forma de ajudar é dar espaço para que essa pessoa possa ser ela mesma.

GRUPO: Como se manifesta a angústia existencial diante da certeza da morte em sua prática clínica?

MÁRIO: “Olha essa angústia existencial existe como já falei pra vocês, é o ser para a morte. Entretanto, ela não costuma ser apresentada e vivenciada diretamente na clínica. Dificilmente uma pessoa diz que tem medo da morte ou que a morte a incomoda. Na clínica, isso aparece quando acontece a morte de alguém próximo, e a possibilidade da morte causa impacto nas pessoas. As pessoas tendem a pensar na própria morte diante desses momentos. ”

GRUPO: Quais seriam os diferenciais da prática clínica para crianças e adolescentes em relação ao luto?

MÁRIO: “Eu costumo dizer que depende muito da família, de como a família lida com aquela morte.

Acredito que, primeiramente, é importante que os adultos procurem psicoterapia para poder lidar com a questão da morte em relação a criança. É importante deixar que a criança participe deste momento, ela pode não entender a irreversibilidade da morte, mas ela sente que tem algo acontecendo.

Com as crianças é preciso entender a fase que ela está vivendo. O trabalho com crianças é lúdico, é sentar no chão e atender. A criança fala do luto dela por meio de um desenho ou pintura.

[Mário citou o livro “O Vovô Não Vai Voltar].

MÁRIO: “No atendimento é necessário brincar com a criança, buscando entender como ela está em relação àquela dor e sofrimento. E deixar que ela expresse por meio das brincadeiras o que ela está sentindo.

O trabalho com adolescentes é mais “fácil” porque eles têm uma linguagem própria. Pode-se usar jogos, como o baralho das emoções e o jogo da memória, para entender como eles estão lidando com o luto para poder falar. É importante também que os adultos e a família dessa criança ou adolescente façam terapia e sejam tratados também diante do luto. Até porque, a família irá sempre refletir o que está acontecendo.

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GRUPO: Quais dicas você poderia deixar para futuros psicólogos, em relação ao atendimento do paciente enlutado na abordagem fenomenológica?

MÁRIO: “Excelente pergunta, o que eu posso falar para vocês? Pessoas, existe um tripé que é importante para a nossa vivência enquanto profissionais de psicologia, em qualquer abordagem.

[No final da entrevista, Mário fala da sua satisfação em ser psicólogo.]

MÁRIO: “Ser psicólogo vale muito a pena, é um desafio novo a cada dia! É uma profissão muito bacana, são vários tipos de clientes. Cada pessoa é única.”

[Mário indica que façamos terapia, de preferência na abordagem que escolhermos, e supervisão clínica.]

MÁRIO: “Não dá para ser psicólogo sem fazer terapia.”

[Indica também que façamos estudo contínuo sobre os assuntos que gostaríamos de entender.

Que compremos vários livros, principalmente obras de referência.]

MÁRIO: “Usem o Instagram de acordo com o conteúdo que lhe interessa.

Façam cursos, participem de congressos; Façam trabalhos voluntários. Leiam livros de autores cde referência, como Claudia Lins Cardoso, José Paulo Giovanetti e Miguel Mahfoud.

Mário cita duas autoras brasileiras que são de extrema importância sobre o tema luto: Karen Scavacini (Instituto Vita Alere) e Karina Fukumitsu.

MÁRIO: “A nossa profissão se faz por indicação. E, além disso tudo, precisamos nos planejar financeiramente.

#DICASDELEITURA Vitor Frankl - Em busca de sentido Carl Rogers - Tornar-se pessoa Heidegger - Ser e tempo Gilberto Gil - Não tenho medo da morte. (Música) William Worden (teórico do luto) Julia Rocha (médica do SUS) Pacientes que curam O vovô não vai voltar CPH - Centro de psicologia humanista

Outra questão importante é que, no início dos atendimentos, logo depois de formados, temos a ideia de que não podemos errar, porém erramos sim.

Precisamos entender que não estamos errando de propósito, por isso o melhor a se fazer é estudar e atender sempre.

Assim vamos ganhando experiência. ” 25

Beleza Oculta Análise do filme

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A História do filme Beleza Oculta

atores que interpretam a morte, o amor e o

apresenta de forma esclarecedora o que

tempo – três instâncias subjetivas impor-

pode vir a acontecer com uma pessoa enlu-

tantes para o personagem, para as quais

tada.

ele escreve cartas em seu processo de luto Nesta história, Howard, personagem

interpretado pelo ator Will Smith, demonstra bastante dificuldade em lidar com a morte da filha de seis anos.

No enredo do longa, Howard é o

e a quem o personagem responsabiliza pela a morte da criança.

Apesar de não se basear num esforço terapêutico formal ou consciente, essa interação forjada força o personagem a

dono de uma agência de publicidade e

encarar as próprias dores e angústias. E,

divide a sociedade da empresa com outros

talvez por causa disso, Howard procura

três amigos. Porém, desde a morte da filha,

auxílio em um grupo de apoio formal para

o personagem é tomado por uma profunda

pais e mães enlutados. A partir daí, o perso-

apatia em relação à vida, divorciando-se da

nagem passa a fazer progressos em relação

esposa e não demonstrando mais interesse

ao seu processo de luto e o telespectador

pela empresa e amigos. Howard foge de

termina o filme anseando para que aquele

tudo, aparentando viver um grande vazio

pai encontre paz de espírito e aprenda a

existencial, que os espectadores podem

lidar com a ausência da filha em sua vida.

entender como um caso de depressão

Na literatura psicológica, o luto é

(apesar desse diagnóstico não ser abertamente apresentado pelo filme).

compreendido como uma reação frente a perdas significativas, rompendo os senti-

A história se desenrola a partir do

dos habituais na relação eu-tu. Deste

esforço dos amigos em fazer com que

modo, o luto é uma vivência que aparece

Howard saia do estado de apatia em que se

com uma forte exigência de ressignificação

encontra. Para isso, eles contratam três

para o ser humano, ou seja, a exigência de

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encontrar um novo sentido para seguir em frente. O que é perdido pelo enlutado não é apenas um ente querido ou um elemento da sua vida, mas também uma forma própria de ser-no-mundo. O luto evoca a condição mortal do ser humano, assim como a condição da inevitabilidade e irreversibilidade da morte.

Os ficam

fatores

claros

no

acima filme

apresentados Beleza

Oculta

quando comparamos as características do protagonista antes e depois da morte da filha. A sua personalidade muda, ele passa a se comportar de uma forma diferente, e as pessoas à sua volta percebem isso. Ao perder a filha, Howard parece perder também o seu modo de ser no mundo, seja como pai, marido ou colega de trabalho.

Na abordagem fenomenológica existencial é destacada a importância da vivência do luto, uma vez que a finitude é inerente à vida. Dessa forma, entende-se que é importante que as pessoas encarem a experiência do luto sem subterfúgios, pois só dessa forma a perda pode ser elaborada pelo sujeito, de modo que o sofrimento cesse em algum momento, ou pelo menos seja ressignificado.

que o fato de Howard se dirigir todos os dias

a

um

parque

que

lhe

evoca

lembranças, escrever cartas para entidades subjetivas e não falar diretamente sobre a morte da filha, são sinais de loucura e perturbação. Contudo, no desenrolar da história, fica claro para o espectador os elementos que desencadeiam cada uma dessas atitudes. Em um momento de alta tensão da história, por exemplo, uma das mães enlutadas provoca o personagem até

No filme, a forma com que o

que ele cite o nome da filha, a causa da sua

personagem lida com o seu luto é fonte de

morte e como ele se sentiu nessa ocasião,

estranheza por parte das pessoas que

coisas que o personagem se recusava a

convivem com ele. Os amigos acreditam

esclarecer

até

então.

Contudo, 28

provavelmente se o personagem estivesse em

#VEJAMAIS

um processo formal de terapia, tais fatores e motivações apareceriam e seriam trabalhadas de forma muito mais estruturada por um

Ficou interessado pela história?

Assista ao trailer do filme!

psicólogo, uma vez que elas dizem respeito ao contexto

específico

de

vivência

do

fenomenológica

visa

personagem.

A

investigação

compreender

os

fenômenos

que

se

apresentam como intencionais e não enquanto individuais (Giorgi & Sousa, 2010). Entretanto, ao lidar com o sofrimento no cotidiano do trabalho,

o

psicólogo

precisa

articular

os

aspectos gerais e invariantes com os aspectos específicos da vivência dos sujeitos em seus sistemas de referências, a saber, os horizontes histórico e subjetivo. Portanto, não se deve ignorar que a experiência vivida é sempre implicada pelo horizonte, que se constitui como um sistema de referência subjetiva, onde o sentido da aparição do fenômeno é nele e por meio dele articulado (Geniusas, 2010).

Tomando por base esse raciocínio, os fenômenos apresentados pelo protagonista de Beleza Oculta são condizentes com o contexto e as experiências pelas quais o personagem passou.

Para

Howard

faltava,

talvez,

um

acompanhamento psicológico formal (para além da peça não-terapêutica orquestrada pelos amigos), para que ele fosse acolhido e pudesse elaborar o seu sofrimento com apoio e de forma mais estruturada.

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Vamos praticar?

Como seria uma sessão de terapia com o protagonista de ‘Beleza Oculta’?

- Boa noite Howard. *Silencio e movimento de sim com a cabeça* - Como vai ?

- Estou aqui.

- E o que e motiva a estar aqui?

- Minha sócia me convenceu a procurar outro psicologo.

- Não é de sua vontande estar aqui? *Breve silêncio* - Sim, também é minha vontade.

- E o que te traz até aqui? Gostaria de compartilhar algo comigo?

- Bem, é que... minha filha, ela...

- Está tudo bem em não conseguir dizer. Estou aqui para te ajudar, no seu tempo.

- Bem, eu escrevo cartas. Mas não para pessoas... para coisas.

- E quais são essas coisas?

- Veja, eu preciso disso! Precisava dizer para alguém o que sentia, então escrevia para elas, mas não imaginava que teria as respostas. Doutora, será que eu estou louco?!

- O que você precisava dizer ?

- Eu escrevia cartas para o tempo, para o amor e para a morte. Eu costumava dizer, que essas três abstrações conectam cada pessoa neste mundo. Mas por que elas levaram a minha filha? O amor não existe mais, ele estava nos olhos da minha filha, e ela se foi. E de que vale o tempo? Se não vou poder usufruir dele com ela? E a morte ? Ah.. a morte... ela não aceitou a minha troca, ela não aceitou me levar.

- Então, a sua filha faleceu? *Em tom de choro Howard diz que sim* - Howard, é totalmente compreensivel a dor pela perda de sua filha. E estou entendendo que você ache que o tempo, o amor e a morte sejam culpados pela morte de sua filha, é isso?

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- Bem, não sei. É dificil.

- Ok, entendo que seja dificil tocar nesse assunto. Mas você tinha me dito que elas te responderam. Quem te respondeu?

- Por isso estou aqui, creio que não esteja bem da cabeça. Elas apareceram para mim! Primeiro foi a morte. Depois aquele estupido do tempo. E por ultimo o amor.

- O estupido do tempo?

- Sim, ele disse que eu o estou disperdiçando, que ele é uma dádiva, um presente para mim. Presente?! Pra que eu vou querer mais tempo? Que motivo eu teria?

- E você acha que de fato esta desperdiçando tempo? *Breve silêncio* - Bem, ele me fez pensar. Talvez sim, mas eu não me importo.

- Não se importa com o quê?

- A vida não tem mais sentido. Meu casamento também acabou, me divorciei. Não teria sentido o casamento.

- Realmente entendo que você está sentindo dor. Mas, se me permitir, vou estar aqui para te ajudar a voltar a enxergar o sentido da vida sem a sua filha. Não é um caminho fácil Howard. E a dor não passa, porque essa dor é sua. Ela é verdadeira, assim como o amor por sua filha. Se quiser, podemos construir e trilhar um caminho para que você volte a viver com a ausência dela.

- Eu quero. Encontrei com Naomie há alguns dias, ela participa de um grupo de apoio a pais que perderam seus filhos. Mas eu não consigo! Não consigo falar o nome dela, não consigo dizer o que aconteceu, me dói muito!

- Entendo. Juntos vamos construir esse caminho, tudo bem? Quem é Naomie?

- Desculpe, minha esposa. Minha ex-esposa, a mãe da . . . desculpe.

- Quando diz que não consegue dizer o nome dela, é o nome de sua filha que você não consegue pronunciar ?

- Sim. - Tudo bem, você não precisa dizer o nome dela. Não enquanto não se sentir confortável.

- Obrigado.

- Por hoje, o nosso tempo esta se encerrando. Podemos deixar marcado um horario para você vir na semana que vem?

- Sim, posso vir na semana que vem, no mesmo horario. Obrigado.

- Vou estar te esperando, Howard.

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Para continuar a conversa Dicas de conteúdos sobre luto

PODCAST - Vidas interrompidas pela Covid-19 O impacto da quantidade de vidas perdidas com a pandemia da Covid-19 e o processo de luto vivido no atual cenário afeta a saúde mental e dinâmica da vida em sociedade. Para debater o tema, o CFP realizou o debate on-line “Vidas interrompidas pela Covid-19: o papel da Psicologia no processo de luto”.

SITE - Vamos Falar Sobre o Luto?

Esse projeto é um convite para quebrar o tabu. Um canal de inspiração e de informação para quem vive o luto e para quem deseja ajudar.

PODCAST - Para Dar Nome às Coisas: Luto O processo do luto não é linear, nem reto, nem plano, nem um caminho só para frente.

Mas

uma hora, a gente consegue acomodar o novo mundo dentro da gente e ser feliz de novo.

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PODCAST - Compreendendo o luto por COVID-19

Auxiliando pessoas a conviver com a perda dos seus entes queridos quando a morte é causada pela COVID-19

PODCAST - O luto de quem fica

Uma visão sobre o luto e suas vertentes.

Código de Ética Profissional do Psicólogo

Código de Ética Profissional do Psicólogo - CFP

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Referências Bibliográficas ABBAGNANO, N. Introdução ao existencialismo. Preâmbulo e tradução de João Lopes Alves. Lisboa: Editorial Minotauro, 1962.

American Psychiatric Association - APA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5.

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