Filosofia dos mitos, aula 2 os mitos e as fraquezas do homem

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Curso: Mitologia Professor: Clóvis de Barros Filho Número de aulas: 3

Aula 2: Os mitos e as fraquezas do homem Páginas: 31

OS MITOS E AS FRAQUEZAS DO HOMEM Literatura, Poesia e Mito Ontem eu comecei dizendo que há uma certa disputa pela apropriação legítima da reflexão sobre os mitos. E eu destaquei a História, a Filosofia e as Letras. E no intervalo uma aluna ponderou que eu deveria incluir nesta disputa a Psicologia, Psicanálise, Jung e a ponderação é totalmente pertinente e certamente muitos outros aqui também poderiam reivindicar essa disputa. Eu me lembro de um professor na faculdade de Direito que estudava teoria do Direito, filosofia do Direito, e que fazia tudo através dos mitos. Ele talvez também reivindicasse a parcela jurídica do estudo dos mitos. Eu dizia também ontem que os mitos se caracterizam por uma despreocupação de autoria e, de certa maneira, essa característica dos mitos tem que ser explicada. Para os gregos o valor de beleza de qualquer coisa reside na comparação com a ordem cósmica. Em outras palavras, o belo é aquilo que pode representar o cosmo. E, portanto, tudo o que é desordenado, desarmônico, desorganizado, enfim, tudo o que não combina com o cosmo é feio. Sendo assim, a arte para os gregos é um tipo de manifestação humana de imitação do cosmo. É a representação do cosmo em miniatura, em pequenos pedaços de matéria. Representação do cosmo na pintura, na escultura, mesmo na música e assim por diante. Então é claro, que se a beleza está na comparação com uma referência cósmica, pouco importa o autor. Tá me entendo? Em outras palavras, a “desimportância” da autoria tem a ver com o tipo de paradigma de beleza.

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