Curso: O pensamento de Bourdieu Professor: Clóvis de Barros Filho Número de aulas: 5
Aula 2: Dominantes e Dominados Páginas: 34
DOMINANTES E DOMINADOS Pragmatismo de Maquiavel Dentro daquela reflexão sobre o campo, faltou esticar um pouquinho a ideia da ética, né? Então, é claro, que se você imaginar que num primeiro momento você tem um fulano chamado Platão, né? E que no final das contas o que é que Platão vai nos ensinar? Que, é, o certo e o errado da vida e da convivência dependem de idéias que transcendem a vida e, portanto, são ideias absolutas, quer dizer, não são relativas a nada, e, portanto, o que é justiça é justiça cinco séculos antes de Cristo, como hoje, como em Assunção no Paraguai, em Vladivostok, para burgueses e proletários, bichas e tarados, não importa, não é relativo a nada, né? Perspectiva, então, de um mundo ideal, não é? E de um mundo sensível onde os problemas aparecem. Se você imaginar que ele vai pari um discípulo, que é mais um aluno do que um discípulo, que vai propor que os problemas éticos do cotidiano, eles devem ser regidos por uma harmonia cósmica, né? Colocar-se em harmonia com um universo, você percebe que daqui pra cá, é, a referência baixou de degrau né? Por quê? Porque isso aqui, o mundo das ideias, se caracteriza por quê? Pelo fato de não depender, não é? Dos encontros materiais, né? O mundo das ideias transcende a matéria. Ora, esse cosmos grego, espécie de mundo harmônico que nos convida a que nos harmonizemos com ele, esse cosmos grego já é o mundo da matéria. Então a referência é uma referência transcendente em relação ao homem, mas imanente em relação ao mundo. Aqui é transcendente em relação ao homem e em relação ao mundo. Então, descemos um degrau. Aristóteles, digamos, nos propõe uma referência, é ética mais próxima de nós. Vento venta, maré mareia, o sapo sapeia, eu dou aula e você assisti a minha aula, e tudo em ordem, né? Já tá mais próximo de nós do que uma certa definição de justiça ser buscada, né? A ser
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