Congresso Internacional de Educação Física, Saúde e Sustentabilidade –Experiência Acadêmica
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Congresso Internacional de Educação física, Saúde e Sustentabilidade (1 : 2024 : Manaus, AM)
I Congresso Internacional de Educação Física, Saúde e Sustentabilidade [livro eletrônico] : experiência acadêmica / organização Jefferson Jurema. – 1. ed. –Manaus, AM : Livre, 2024. PDF
Vários autores.
Bibliografia.
DOI: 10.29327/5399650
ISBN: 978-65-85771-02-3
1. Educação física 2. Saúde 3. Sustentabilidade I. Jurema, Jefferson. II. Título.
24-206194
Índices para catálogo sistemático:
CDD-613.706
1. Educação Física: Congressos: Promoção da saúde 613.706
Avaliação do aplicativo Fitschool para Educação Física: opiniões e sugestões de professores e acadêmicos
Thiago Oliveira Souza
CAPÍTULO 6
Avaliação do nível de atividade física em idosos com dor lombar crônica inespecífica do Programa Idoso Feliz Participa Sempre: Estudo observacional transversal
Lilian Regiani Merini, Silvania da Conceição Furtado, Leylane Rodrigues Bentes, Poliana Nunes de Sousa, Rafaela Airi Yoshida
CAPÍTULO 7
Badminton: uma nova modalidade esportiva de rede no espaço escolar
João Neto Praia Pinto, Carla Azevedo Dias, Thyana Aurora Cardoso de Araújo
CAPÍTULO 8
Fungos Endofíticos Produtores de Enzimas com Potencial Biotecnológico
Zilma Queiroz Nattrodt, Paula Estefany Batista Silva, Gabriel Cursino Calheiros e Oliveira
CAPÍTULO 9
Impacto da lombalgia crônica inespecífica em adultos brasileiros: Uma revisão integrativa
Lilian Regiani Merini, Silvania da Conceição Furtado, Lydia Aguiar Delmond, Hellen do Carmo Franco Fernandes, Matheus de Assis Furtado e Silva, Alessandra Alves da Silva Magalhães
CAPÍTULO 10
Impactos da alimentação na síntese e metabolismo do hormônio do crescimento
Lucas Queiroz de Sousa, Caroline Cristine Almeida Balieiro, Ulisses Arjan Cruz dos Santos, Zilma Queiroz Nattrodt, Lorena Costa da Silva, Jennifer Mitouso Carvalho
CAPÍTULO 11
Inovações tecnológicas e o futuro com foco nos atendimentos em saúde
Alexandrina de Lima Barroso
CAPÍTULO 12
Marco Temporal: um embargo aos direitos dos povos originários
Camila de Souza Rojas, Leonara Martins Oliveira, Sofhia Letícia Félix Rodrigues, Thales da Cruz Brasil
CAPÍTULO 13
Perfil cognitivo e independência motora funcional dos idosos residentes na sede do Município de Iranduba-AM
Raquel Rodrigues da Silva, Cristian Batista de Azevedo, Antônia Mara Santos de Souza, Myrian Abecassis Faber
CAPÍTULO 14
Saúde bucal: importância sobre os cuidados bucais na Universidade, estudo com os alunos do 1º período de Odontologia da UEA
Lilian Regiani Merini, Silvania da Conceição Furtado, Lydia Aguiar Delmond, Hellen do Carmo Franco Fernandes, Matheus de Assis Furtado e Silva, Alessandra Alves da Silva Magalhães
CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, SAÚDE E SUSTENTABILIDADE – EXPERIÊNCIA ACADÊMICA
Silvia Borges
Professora Especialista Universidade da Madeira e-mail – silviaborges72@gmail.com
Élvio Rúbio Quintal Gouveia
Professor Doutor Universidade da Madeira e-mail - erubiog@staff.uma.pt
Jefferson Jurema
Professor Doutor
Universidade do Estado do Amazonas e-mail - jjurema@uea.edu.br
RESUMO
Objetivos: Determinar a prevalência de quedas em pessoas idosas no Estado do Amazonas; (2) investigar as características das quedas, i.e, o local, as razões, as atividades associadas e (3) comparar a realidade da prevalência de quedas entre pessoas idosas brasileiras com outros contextos internacionais.
Métodos: Este estudo enquadra-se no projeto “Saúde, Estilo de Vida e Aptidão em Adultos e Adultos Idosos do Amazonas (SEVAAI)”. Esta investigação com um delineamento transversal, foram avaliados 701 idosos, 268 homens e 433 mulheres, entre os 60 aos 92 anos de idade, residentes em três municípios do Estado do Amazonas: Apuí, Fonte Boa e Manaus. A atividade física, a qualidade de vida e as variáveis sociodemográficas e de saúde foram avaliadas através de questionários validados para a população brasileira (entrevistas face-to-face). Resultados: A prevalência de quedas entre os idosos foi de 32,4%, sendo mais comum a causa de queda escorregar 16,4%, quando estavam a caminhar em plano 17,3%, fora de casa 14,1%. Estas pessoas idosas, situavam-se, na sua maioria, nos 69,2 anos de idade e eram do sexo feminino 34,4%. Conclusão: Este estudo mostrou que as quedas estão associadas ao escorregar enquanto andando em local plano fora de casa em idosos na faixa etária de 69,2 anos do sexo feminino. Assim, deixa-se como reflexão a importância da discussão sobre a temática, e futuros estudos para avaliar fatores de risco, prevenção, aconselhamento e cuidados relacionados a quedas na população de idosos do Amazonas.
Palavras-chave: Idoso; Quedas acidentais de idosos; Local de quedas; Causa das quedas.
1. INTRODUÇÃO
Omundo, e o Brasil em particular estão envelhecendo e a proporção de pessoas com 60 anos ou mais está crescendo mais rapidamente do em que qualquer outra faixa etária. Segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2030 os idosos representarão (19%) da população brasileira, em 2040 serão 24%, em 2050 serão 28% e em 2060 estima-se que esse número chegará à 32% da população, ou seja, 73 milhões de idosos (IBGE, 2020). As projeções mostram ainda que o número de brasileiros com 60 anos ou mais ultrapassará o de crianças, e para cada 100 crianças de 0 a 14 anos, haverá 172,7 idosos em 2050 (CUNHA et al., 2016). Para o Estado do Amazonas as projeções indicam que em 2030, 28,51% da população amazonense serão idosos e que em 2050 serão 71,1% (IBGE, 2018).
Hoje não existem dúvidas que o aumento dos anos de vida é uma conquista da humanidade, mas ao mesmo tempo um desafio, já que “o envelhecimento desencadeia alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas, que vão alterando progressivamente o organismo, tornando-o mais vulnerável” (ABDALA et al., 2017, p.27), e mais exigente em termos de cuidados de saúde, e entre os fatores que mais nos preocupam destaca-se uma série de situações que elevam o risco de desequilíbrio e quedas.
As quedas e suas consequências são hoje muito debatidas entre gerontologistas e profissionais do exercício físico uma vez que “para muitos idosos têm consequências devastadoras” (KENNY et al., 2017, p. 28). “Globalmente cerca de um terço dos adultos residentes em comunidade com 65 anos ou mais caem em cada ano” (HORNE et al., 2014, p. 2), o que representa um grande desafio para a saúde pública de muitos países. As quedas têm sido “causa frequente da perda funcional, ingresso precoce em instituições de longa permanência para idosos e aumento da morbidade e da mortalidade” (ANTES et al., 2015, p. 770). De acordo com Abreu et.al. (2018, p.1132), “no Brasil as quedas representam um problema de saúde pública em ascensão, são um dos principais motivos de internações entre idosos”.
Segundo a definição dada pela WHO, a queda “é o deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, com incapacidade de correção em tempo hábil, determinada por circunstâncias multifatoriais”(VIEIRA et al., 2018, p. 2). Usualmente definida também como qualquer evento que levou a um movimento não planejado e inesperado no solo ou para um nível inferior, ou ainda como um evento de queda que ocorre quando alguém se levanta, se senta, se deita ou caminha, independentemente de suas causas subjacentes ou com base em um mesmo nível ou inferior (TAHERI-KHARAMEH et al., 2019; TSAI et al., 2020).
As quedas são acidentes que ocorrem em qualquer idade, mas revelam ser mais complexas na população idosa, podem levar a graves consequências sociais e de saúde, incluindo hospitalização, incapacidade permanente, mudança de residência, perda de independência, isolamento e depressão (BELONA, 2021; WATERMAN et al., 2016). São a “causa mais frequente de lesões não intencionais em idosos” (KENNY et al., 2017, p.28), tendo efeitos negativos tanto na qualidade de vida quanto na independência funcional e “estão associadas ao aumento da morbidade, mortalidade e custos de saúde” (MONTERO-ODASSO et al., 2021, p. 1501). Estas, contribuem substancialmente para a carga global de doença, estão entre os agravos que mais acometem a população idosa (ABREU et al., 2018; BJERK et al., 2019). A queda tem natureza multifatorial, ou seja, a sua frequência e suas consequências dependem de múltiplos fatores intrínsecos e extrínsecos à pessoa idosa e por essas razões, representam um grave problema de saúde pública crescente em vários países (FALSARELLA et al., 2014; FRANKLIN et al., 2018). As consequências econômicas das quedas são significativas, “podendo ir desde a hospitalização ou institucionalização resultando num aumento de custos para os serviços de saúde e familiares” (ANTES et al., 2015, p.770). Do nosso conhecimento, a informação sobre a prevalência de quedas em pessoas idosas no Estado do Amazonas é escassa, sendo que os estudos que abordam essa temática são dispersos e apresentam amostras desequilibradas. Por outro lado, pouco se sabe sobre as características das quedas, i.e., o local, as razões, as atividades associadas. Esta informação é de particular relevância para a implementação de programas destinados à prevenção de quedas na comunidade.
Assim, o objetivo deste estudo de base populacional foram (1) determinar a prevalência de quedas em pessoas idosas no Estado do Amazonas; (2) investigar as características das quedas, i.e., local, as razões, as atividades associadas e (3) comparar a realidade da prevalência de quedas entre pessoas idosas brasileiras com outros contextos internacionais.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de natureza transversal, desenvolvido com idosos do projeto de investigação: “Saúde, Estilo de Vida e Aptidão em Adultos e Adultos Idosos do Amazonas” (SEVAII). Os adultos idosos eram residentes da comunidade de Apuí, Fonte Boa e Manaus (Municípios do Estado do Amazonas, Brasil). A amostra incluiu 701 adultos idosos, 268 homens e 433 mulheres, envolvendo (n = 250) idosos de Fonte Boa, (n = 300) idosos de Manaus, (n = 151) idosos de Apuí, com a média de idade e 71.4 anos de idade (SD = 7.0) nos homens e 69.7 anos de idade (SD = 6.7) nas mulheres.
A pesquisa iniciou-se com a seleção dos participantes através das avaliações iniciais para identificação dos critérios de inclusão. Num segundo momento, decorreram as avaliações dos parâmetros clínicos e a aferição da pressão arterial. Num terceiro momento, ocorreu a implementação de um conjunto de questionários que foram preenchidos em formato de entrevista direta, e posteriormente foram realizados todos os testes de aptidão funcional.
Os critérios de inclusão da amostra considerados neste estudo foram: (1) ser homem ou mulher residente na comunidade de Fonte Boa, Apuí, e Manaus com idade compreendida entre os 60 e os 90 anos de idade; (2) ser autónomo e independente na realização das atividades de vida diária, e (3) não reportar problemas de saúde que fossem considerados contraindicações absolutas à prática de atividade física. Os critérios de exclusão, foram: (1) apresentar um baixo nível de funcionalidade física [avaliado pelo questionário de funcionalidade física (RIKLI & JONES, 2013); score do questionário de funcionalidade física ≤ 12/24 pontos]; (2) apresentar deficits cognitivos severos [(avaliado através do Mini Mental Teste (MMST)] (FOLSTEIN et al., 1975), score do MMST ≤ 15/30 pontos]; e (3) possuir alguma comorbilidade que pudesse comprometer a participação em atividades físicas (doença aguda, doenças neurológicas progressivas, acidente vascular cerebral, condições crônicas instáveis (ACSM, 2014), ou qualquer uma das seguintes condições: a) pessoas que tenham sido avisadas pelo seu médico para não fazerem exercício físico devido a condições médicas; b) pessoas que tenham insuficiência cardíaca congestiva; c) pessoas que estejam a experienciar dor nas articulações, no peito, tonturas ou que tenham angina de peito, e, d) pessoas que tivessem a pressão arterial incontrolada (superior a 160/100) (RIKLI & JONES, 2013).
As avaliações tiveram lugar em cada um dos Municípios em articulação com as instuições locais: Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia
do Amazonas; Centro de Referência em Assistência Social; Biblioteca Municipal Oscar de Paulo Portela.
A equipa de campo do estudo foi composta por 21 elementos: 4 alunos do curso de Mestrado em Atividade Física e Desporto da Universidade da Madeira, Portugal, 15 alunos do curso de Licenciatura em Educação Física da UEA, 1 aluno do curso de Fisioterapia da Uninorte e 1 aluno do Curso de Licenciatura da UFAM. Esta pesquisa seguiu os princípios éticos presentes na Resolução nº 466/12, do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde do Brasil, aprovado pelo Comitê de Ética para Seres Humanos da Universidade do Estado do Amazonas, com parecer Consubstanciado nº 1.599.258. O projeto foi inclusive apresentado e aprovado pela Comissão Científica do Departamento de Educação Física e Desporto, Faculdade de Ciências Sociais, Universidade da Madeira, Portugal. A participação foi voluntária e os participantes foram recrutados através de contactos diretos efetuados pela equipa de investigadores responsáveis pelo estudo e todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre esclarecido.
2.1.2. VARIÁVEIS EM ESTUDO
Baseado na escolha de dados utilizado pelo programa (SEVAAI) e para desenvolver argumentos fidedignos e relativos com o estudo em questão foi analisada a informação do questionário do estado de saúde em geral, uma versão modificada do questionário de saúde utilizado no programa FallProof! Programme (ROSE, 2010). Neste instrumento, é contemplada a informação demográfica e a história de saúde, incluindo questões de saúde gerais relacionadas com a vida, visão, audição, idas ao médico, internamentos, perda de peso e falta de apetite. Contempla também questões relacionadas com hábitos de vida: fumo, álcool, número de horas de sono e comportamento sedentário. Finalmente, o questionário apresenta ainda um bloco de informação relacionado com os fatores de risco, sintomatologias e medição e, um último bloco de informação sobre o medo e a ocorrência de quedas. Neste último bloco de informações referentes às quedas, contemplamos as seguintes questões: número de quedas no último ano, o local da queda (dentro de casa, à entrada da casa ou no quintal, fora de casa no exterior, fora de casa num espaço fechado), as razões das quedas (escorregou, tropeçou, perdeu os sentidos, teve uma tontura, sentiu fraqueza nas pernas, outras causas), e as atividades associadas (caminhava, caminhava a subir, caminhava a descer, subia escadas, descia escadas, baixava ou levantava, ultrapassava obstáculo e outros).
2.2. RESULTADOS
Neste estudo 61.76% (n=433) da amostra é composta pelo sexo feminino, a mediana de idade entre os idosos é de 69,2 anos. Aproximadamente 32% (n=227) das pessoas idosas referiram ter tido pelo menos um episódio de queda, atingindo 34,4% no sexo feminino e 29,1% no sexo masculino e, entre os caidores, 31,2% são de idosos mais jovens e 33,5% de idosos mais velhos (ver Figura 1).
Figura 1 - Prevalência de quedas por gênero e idade.
Fonte: próprio autor (2022).
Foi verificado que 20,4% dos idosos caíram uma vez, 6,3% caíram duas vezes e 3,6% caíram três vezes e 2,1% quatro ou mais vezes (ver Figura 2).
Figura 2 - Prevalência de episódios de quedas.
Fonte: próprio autor (2022)
Ao analisar o local da queda, 14,1% dos idosos revelaram que caíram fora de casa, 12% caíram dentro de casa à entrada de casa ou no quintal, 4,7% no exterior da casa, e 1,4% fora de casa em espaço fechado (ver Figura 3).
Figura 3 - Local da queda dos idosos.
Fonte: próprio autor (2022).
Quando perguntado por que razão caíram 16,4% dos idosos referiram que escorregar foi a causa da queda, 10,6% tropeçou, 1,1% sentiu fraqueza nas pernas, 1,0% teve uma tontura, 0,3% perdeu os sentidos e 2,7% por outras causas (ver Figura 4).
Figura 4 - Motivo da queda dos idosos.
Fonte: próprio autor (2022).
Em relação a o que estava a fazer quando caiu, 17,3% dos idosos afirmaram que estavam a caminhar em plano, 2,4% estavam a subir (rampa, ladeira, outro), 1,3% a descer (rampa, ladeira, outro), 0,7% subir escadas, 1,4 % descer escadas, 1,7% baixar ou levantar, 1,9% ultrapassar um obstáculo e 4,9% outros (ver Figura 5).
Figura 5 - Atividade realizada no momento da queda.
Fonte: próprio autor (2022).
A prevalência de quedas em pessoas idosas reportada neste estudo é elevada (32,4%) e se assemelha com a realidade da prevalência de quedas entre pessoas idosas brasileiras com outros contextos internacionais (ver Figura 6).
Muitos estudos produziram resultados semelhantes de prevalência de quedas em termos de incidência por gênero e idade aos encontrados no Amazonas, as altas taxas de quedas foram também encontradas em mulheres em comparação aos homens e essas taxas continuam a aumentar com a idade.
Figura 6 - Prevalência de quedas entre pessoas idosas brasileiras e outros contextos internacionais.
Fonte: próprio autor (2022).
2.3. DISCUSSÃO
O presente estudo possibilitou adentrar na realidade da população idosa da Região Amazônica, é o primeiro a apresentar a prevalência e as características das quedas em pessoas idosas incluindo três municípios (Manaus, Apuí e Fonte Boa) do Estado do Amazonas – Brasil.
Neste estudo a prevalência de quedas foi de 32,4%, que se assemelha a resultados encontrados em estudos da região do Sudeste Asiático que relatam 31% para os chineses, na América Latina (incluindo a região do Caribe) referem que a proporção de idosos que caíram a cada ano variou de 22% em Barbados para 34% no Chile (MONTERO-ODASSO et al., 2021), outros 37,4% no Equador (ORCES et al., 2013). No Canadá, um estudo recente mostrou que a prevalência de quedas no último ano foi de 34,5% (PIRRIE et al., 2020), outros estudos mostraram que a prevalência de quedas entre os idosos na Arábia Saudita foi de 31,6% (ALABDULLGADER et al., 2021), e em Portugal 80,1% (LAGE et al., 2022). Porém, difere de outras regiões do Brasil que apresentam valores superiores de quedas em seus estudos. Por exemplo, na Região Norte 53,2% dos idosos entrevistados relataram terem sofrido algum episódio de queda nos últimos 12 meses (ARRUDA et al., 2020), na Região Centro-Oeste 75,0% dos idosos caíram no último ano (LOPES et al., 2019), na região Sudeste episódios de queda foram relatados por 55,2% dos idosos entrevistados (NETO et al., 2017) e na região Sul por 28,1% dos idosos (VIEI-
RA et al., 2018) e na Região Nordeste um estudo demostrou que 73,8% dos idosos já tinha sofrido quedas (ARAÚJO et al., 2016). Prevalências menores de quedas foram encontradas entre os idosos do Reino Unido (28,4%), Irlanda (19,4%) (PIMENTEL et al., 2018). Nos Estados Unidos da América do Norte, aproximadamente 30% dos adultos morando na comunidade e com idade a partir de 65 anos sofreram uma queda, e na Nigéria a proporção de idoso que caíram foi de 23% (CUNHA et al., 2014).
Em relação à quantidade de quedas o presente estudo identificou que 20,4% dos idosos caíram uma vez, 6,3% caíram duas vezes e 3,6% caíram três vezes e 2,1% quatro ou mais vezes. Estudos similares realizados com idosos em outras regiões do Brasil identificaram números variáveis entre 27,91% apenas uma queda, 9,3% duas quedas e 18,6% três quedas (ARAÚJO et al., 2019). Da mesma forma em outro estudo brasileiro, reportou que 15% dos idosos tiveram uma queda, 52,5% tiveram entre duas a cinco quedas e 7,5% tiveram mais de cinco quedas (LOPES et al., 2019). Ainda outro estudo reportou que 73,8% dos idosos já tinham sofrido quedas, e destes, 72,9% tiveram entre um a três eventos anteriores e 27,1% quatro ou mais (ARAÚJO et al., 2016). Nos estudos revistos do Reino Unido o proporção de pessoas que sustentam pelo menos uma queda ao longo de um ano variou entre 28% e 35% entre idosos com idade igual e/ou maior que 65 anos, e 32% e 42% nos idosos com mais de 75 anos (KENNY et al., 2017). No Equador as quedas recorrentes (duas ou mais) ao ano ocorreram em 23% dos participantes (ORCES et al., 2013), e na Holanda quase um terço dos idosos 32,2% relataram pelo menos uma queda e duas ou mais quedas em 11,5% dos participantes (DE VRIES et al., 2013).
De forma geral as quedas são prejudiciais à saúde do idoso. Porém, quando ocorrem de forma recorrente, elas possuem um significado ainda mais preocupante, “gera déficits que impactam fisicamente no processo de fragilização e compromete aspectos psicossociais do indivíduo idoso” (GASPAROTTO et al., 2014, p. 202), e ainda resultar em uma síndrome pós-queda que inclui dependência, perda de autonomia, imobilização, isolamento e depressão, o que levará a uma maior restrição nas tarefas diárias.
Quanto à faixa etária, existe um consenso na literatura que em idosos com idades mais avançadas a ocorrência de quedas é maior (ANTES et al., 2015; GASPAROTTO et al., 2014; THOMSEN et al., 2022), uma vez que o avanço da idade aumenta a predisposição à perda de massa muscular e densidade óssea. Adicionalmente existem alterações nas componentes da aptidão funcional, com implicações na instabilidade postural, alterações na marcha e no equilíbrio (PIMENTEL et al., 2018).
No nosso estudo a média de idade encontrada para uma maior prevalência de quedas foi os 69,2 anos, com 34,4%, dos episódios de quedas entre o sexo feminino. Os valores também encontrados noutros estudos no Brasil revelam a média de idade 70,6 anos, com quedas prevalecendo no sexo feminino (NETO et al., 2017). Ainda outro estudo evidenciou média de idade 70,3 anos e 51,7% das quedas entre o sexo feminino (PEREIRA et al., 2013). No contexto internacional, como por exemplo na Arábia Saudita a idade média para a ocorrência de quedas foi de 70,3 anos e volta-se a confirmar que as mulheres caíram com mais frequência do que os homens (34,5% versus 28,5%) (ALABDULLGADER et al., 2021). Na Holanda os participantes apresentaram uma idade média de 75,6 anos sendo que 51,8% das quedas foram verificadas no sexo feminino (DEVRIES et al., 2013). Nos Estados Unidos alguns estudos sublinham que as quedas são a principal causa de lesão entre os idosos, aumentando com a idade, passando de 70% entre as pessoas de 65 a 69 anos para 92% entre as pessoas com 90 anos ou mais (DE GRAUW et al., 2016).
No que respeita ao local onde ocorrem as lesões alguns estudos estimam que “60 a 70% das quedas em idosos ocorrem dentro de seus lares e esta proporção pode aumentar com o passar da idade” (GASPAROTTO et al., 2014, p. 203). Os resultados de pesquisas nos Estados Unidos mostram que 61,9% de todas as lesões relacionadas a quedas entre mulheres idosas ocorreram dentro de casa, enquanto 32,8% ocorreram ao ar livre (TSAI et al., 2020).
Na Arábia Saudita, a maioria das quedas 84,7% ocorreram dentro de casa e 15,3% ao ar livre (ALABDULLGADER et al., 2021). Em Portugal, 57,4% dos idosos que caíram estavam em casa (36,1% dentro e 21,3% fora ou quintal) e 33,6% na rua (LAGE et al., 2022). No Sudeste do Brasil episódios de queda no domicílio foram relatados por 55,2% dos idosos (NETO et al., 2017). Neste estudo os resultados apontam que a maioria dos idosos da amostra 14,1% caíram fora de casa, seguidos de 12% das quedas dentro de casa à entrada de casa ou no quintal, revelando números que contrariam aos achados em vários estudos analisados.
Em relação ao que estava a fazer quando caiu, 17,3% dos idosos do presente estudo afirmaram que estavam a caminhar em plano, 2,4% estavam a subir (rampa, ladeira, outro), 1,3% a descer (rampa, ladeira, outro), 0,7% subir escadas, 1,4% descer escadas, 1,7% baixar ou levantar, 1,9% ultrapassar um obstáculo. Thomsen et al. (2022) afirmam que a atividade mais frequente de idosos dinamarqueses antes da queda foi a deambulação, definida como andar, virar e ficar em pé, que foi observada em 56,5% da amostra. Os dados de um estudo no Brasil também revelou que 54% dos idosos estavam an-
dando quando caíram, 17% estavam realizando atividades domésticas, 17% abaixando para pegar algum objeto (PINHEIRO et al., 2013). Os resultados dos estudos foram semelhantes para a atividade de caminhar em plano que antecederam as quedas.
No que se refere as causas das quedas encontrada neste estudo, a prevalência foi escorregar, correspondendo a 16,4% da amostra, seguido de tropeçar representando 10,6 % das causas de quedas, 1,10% fraqueza e 1,0% tontura. Da mesma forma, Lopes et al. (2019), ao desenvolverem uma pesquisa com idosos brasileiros em relação as causas das quedas os achados, revelaram que 20% escorregaram, 22,5% tropeçaram, 5% torceram o pé e 2,5% sentiram-se fracos. Em um estudo na Dinamarca os valores obtidos foram 15,8% para escorregar e 61,9% para os tropeços, movimentos rápidos e perda do saldo (THOMSEN et al., 2022). Como mostrado acima os nossos resultados assemelham-se aos de outros estudos que identificaram com causas mais frequentes de quedas entre os idosos escorregar e tropeçar. Ainda de acordo com Gasparotto et al. (2014), as evidências na literatura apontam que 50% dos casos de quedas em idosos são precedidos por escorregões ou tropeções; 20-30% estão relacionados a alterações no equilíbrio; 10% associam-se a vertigem; e 10% são decorrentes de desmaios.
A feminização do envelhecimento observada na nossa amostra 61,76% são mulheres, é paralela a outros achados no Brasil, com 61,3% dos idosos da amostra sendo do sexo feminino (ARRUDA et al., 2020). Outro estudo aponta 61,0% com prevalência de mulheres (FIORITTO et al., 2020) respectivamente. As descobertas em estudos na Europa, África e Ásia também apoiam os resultados do gênero feminino como prevalente. Na Espanha os achados foram de 60,3% (LAVEDÁN et al., 2018), na África do Sul 77,9% (KALULA et al., 2016), e na China 78,89% de idosos da amostra para o sexo feminino (JIANG et al., 2015).
A feminização da velhice identificada nos achados das pesquisas merece destaque, pois mundialmente as mulheres são a maioria da população, possuem expectativa de vida superior à masculina, caracterizam-se por serem mais preocupadas com o autocuidado e por buscarem mais os serviços de saúde, e talvez por essa razão sejam encontradas maiores prevalências de quedas nas mulheres, comparativamente aos homens.
2.4. CONCLUSÃO
Este estudo é o primeiro a fornecer estimativas sobre a prevalência de quedas em pessoas idosas residentes em três regiões (Apuí, Fonte Boa e Manaus) do Estado do Amazonas. Identificou que a prevalência de quedas foi de 32,4%, e que estes eventos estão associados ao escorregar enquanto andando em local plano fora de casa em idosos na faixa etária de 69,2 anos. As mulheres idosas caíram com mais frequência do que os homens idosos (34,4% versus 29,1%), além disso houve uma forte associação entre a idade e as quedas, sendo que os idosos mais velhos reportaram mais episódios de quedas do que os idosos mais jovens (33,5% versus 31,2%).
Assim, deixa-se como reflexão a importância da discussão sobre a temática, pois apesar de ser um assunto bastante conhecido, pesquisas adicionais são recomendadas para avaliar fatores de risco, programas de prevenção, aconselhamento e cuidados relacionados a quedas para a população de idosos do Amazonas.
2.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, SAÚDE E SUSTENTABILIDADE – EXPERIÊNCIA ACADÊMICA
CAPÍTULO 2
Raquel Rodrigues da Silva rrds.edf19@uea.edu.br1
Cristian Batista de Azevedo cbda.edf19@uea.edu.br2
Antônia Mara Santos de Souza amsds.edf19@uea.edu.br3
Myrian Abecassis Faber mfaber@uea.edu.br4
1 Acadêmica do 7º período do Curso de Educação Física do Núcleo de Iranduba.
2 Acadêmico do 7º período do Curso de Educação Física do Núcleo de Iranduba.
3 Acadêmica do 7º período do Curso de Educação Física do Núcleo de Iranduba.
4 Professora Orientadora Doutora em Biotecnologia para a Saúde
RESUMO
O aumento da população idosa deve ser acompanhado pela melhoria da saúde e qualidade de vida sendo, assim, um desafio para a saúde pública no Brasil. A promoção do envelhecimento saudável e a manutenção da máxima capacidade funcional do indivíduo que envelhece pelo maior tempo possível, são diretrizes da Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSI). Esta pesquisa teve uma abordagem quantitativa e qualitativa de caráter descritivo e foi um estudo exploratório que utilizou dados primários da mensuração da massa corporal, estatura, perímetros musculares e dobras cutâneas, da antropométrica seguindo as diretrizes da bateria de testes da Short Physical Performance Battery – SPPB (GURALNIK et al., 1994), Força de Preensão Manual (FPM), Mini Exame do Estado Mental (MEEM)( FOLSTEIN; FOLSTEIN; MCHUGH,1975), IVCF20 (Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional do Idoso) (versão do profissional de saúde), que apresenta considerável correlação com a Avaliação Multidimensional do idoso e alto grau de sensibilidade considerável especificidade para identificação do idoso de risco. Foram avaliadas 24 pessoas entre envelhecentes e idosos de ambos os sexos (de 50 a 76 anos de idade). O presente estudo identificou no grupo pesquisado o perfil cognitivo com comprometimento leve e moderado e quanto à independência motora funcional na população avaliada verificou-se a presença potencial para fragilidade e fragilidade, assim como redução na força de preensão manual, caracterizando os indivíduos em pré-sarcopênicos e sarcopênicos, com uma maior predominância para o sexo feminino.
The increase in the elderly population must be accompanied by improvements in health and quality of life, thus representing a challenge for public health in Brazil. The promotion of healthy aging and the maintenance of the maximum functional capacity of the aging individual for as long as possible are guidelines of the National Health Policy for the Elderly (PNSI). This research had a quantitative and qualitative approach of a descriptive nature and was an exploratory study that used primary data from the measurement of body mass, height, muscle perimeters and skinfolds, anthropometric measurements following the guidelines of the Short Physical Performance Battery
– SPPB test battery. (GURALNIK et al., 1994), Hand Grip Strength (HGS), Mini Mental State Examination (MMSE)(FOLSTEIN; FOLSTEIN; MCHUGH,1975), IVCF20 (Clinical-Functional Vulnerability Index for the Elderly) (professional version of health), which presents considerable correlation with the Multidimensional Assessment of the elderly and a high degree of sensitivity, considerable specificity for identifying elderly people at risk. 24 elderly people of both sexes (aged 50 to 76 years) were evaluated. The present study identified in the researched group the cognitive profile with mild and moderate impairment and regarding functional motor independence in the evaluated population, the potential presence of frailty and frailty was verified, as well as a reduction in handgrip strength, characterizing individuals in pre- sarcopenic and sarcopenic, with a greater predominance of females
Ocrescente aumento da população idosa deve ser acompanhado pela melhoria ou manutenção da saúde e qualidade de vida sendo, assim, um desafio para a saúde pública no Brasil. A promoção do envelhecimento saudável e a manutenção da máxima capacidade funcional do indivíduo que envelhece pelo maior tempo possível, são diretrizes da Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSI).
Por essa política, capacidade funcional é definida como a capacidade de manter as habilidades físicas e mentais necessárias para uma vida independentemente autônoma (BRASIL, 1999).
A população idosa do Amazonas tem um dos menores percentuais do país, no período entre 2012 e 2021, a parcela de pessoas com 60 anos ou mais saltou de 7,0% para 9,3% da população amazonense. Em números absolutos, esse grupo etário passou de 249 mil para 381 mil, crescendo 34,7% no período. O aumento desse seguimento populacional e o conhecimento incipiente sobre a sarcopenia e fragilidade são fatores que tornam necessário um maior entendimento dos fenômenos de envelhecimento.
Como a saúde funcional na velhice está relacionado ao resultado dos efeitos cumulativos de doenças e de alterações fisiológicas que ocorrem com a idade (CESARI, 2013), uma pesquisa de caráter exploratório (GIL, 2008) proporcionará maior familiaridade com o problema e permitirá identificar a presença de ambas as síndromes de modo a favorecer o estabelecimento de estratégias e intervenções que minimizem os efeitos deletérios da longevidade.
Este estudo transversal configura-se como uma pesquisa de métodos mistos, de caráter exploratório, que analisará os aspectos cognitivos e as capacidades físicas que permitem independência funcional, componentes importantes na identificação da dinapenia e no rastreio precoce da síndrome de sarcopenia. E visa auxiliar no planejamento de ações estratégicas de saúde destinadas a essa população e na implementação de políticas públicas contribuindo para com as investigações no município de Iranduba-AM para a identificação do idoso pré-sarcopênico, sarcopênico e ou frágil, ponderando-se as características loco regional.
Este trabalho objetivou identificar precocemente a presença da sarcopenia no Iranduba-AM por meio da análise dos indicadores da sarcopenia, de acordo com o género, por meio da identificação e validação de marcadores da sarcopenia na população de Iranduba. A pesquisa de métodos mistos “é uma abordagem de inves-
tigação que combina ou associa as formas qualitativa e quantitativa” (CRESWELL, 2007). Embora essas abordagens possuam características antagônicas, elas se combinam de forma que podem se complementar na apresentação de resultados. O diagnóstico da sarcopenia, pode ser classificado em pré-sarcopenia sarcopenia e sarcopenia grave. Indica-se que o diagnóstico da sarcopenia siga alguns critérios pré-confirmação e esteja baseado na baixa quantidade de massa muscular (critério 1), adicionado a alguma das seguintes opções: baixa força muscular (critério 2) ou baixo desempenho funcional (critério 3). Ademais, aconselha-se analisar e a ponderar sobre a classificação em diferentes estágios de acordo com Cruz-Jentoft et al. (2010): pré-sarcopenia (critério 1), sarcopenia (critério 1+2 ou 3) e sarcopenia grave (critério 1+2+3). A Identificação precoce do risco através do rastreio da Sarcopenia, relacionada à independência funcional e ao comprometimento cognitivo em Iranduba-AM alertará para a implementação de intervenções preventivas e mitigadoras de condições pertinentes ao avanço da idade.
METODOLOGIA
Esta pesquisa teve uma abordagem quantitativa e qualitativa de caráter descritivo e foi um estudo exploratório que utilizou dados primários da mensuração da massa corporal, estatura, perímetros musculares e dobras cutâneas, da antropométrica seguindo as diretrizes da bateria de testes da Short Physical Performance Battery – SPPB (GURALNIK et al., 1994), que avalia o equilíbrio estático em pé, a velocidade da marcha e a força de membros inferiores, avaliou-se também a força de preensão manual (FPM) por meio de um dinamômetro, utilizou-se ainda o Mini Exame do Estado Mental (MEEM)( FOLSTEIN; FOLSTEIN; MCHUGH,1975) para avaliar vários domínios (orientação espacial, temporal, memória imediata e de evocação, cálculo, linguagem-nomeação, repetição, compreensão, escrita e cópia de desenho) e aplicou-se o IVCF20 (Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional do Idoso) (versão do profissional de saúde), que apresenta considerável correlação com a Avaliação Multidimensional do idoso e alto grau de sensibilidade considerável especificidade para identificação do idoso de risco. Proporciona diagnosticar o risco de vulnerabilidade clínico-funcional e das principais dimensões de saúde alteradas. Estes testes foram aplicados em 24 (100%) dos frequentadores do Centro de Convivência do Idoso Honorina Lopes, situado à Avenida Auton Furtado, 228, bairro Cidade Nova em Iranduba-AM. Essa população é composta por envelhecentes e idosos com idades entre de 50 e 76 anos de idade.
Em junho, mais precisamente no dia 15, foi protocolado um requerimento à Secretaria Municipal de Assistência Social, solicitando autorização e anuência à realização da pesquisa no Centro de Convivência do Idoso Honorina Lopes.
Todos os indivíduos incluídos concordaram em participar da pesquisa, mediante prévia explicação e esclarecimento de dúvidas e assinatura do Termo de Conhecimento Livre e Esclarecido (TCLE). O período da coleta de dados realizada por meio da aplicação dos testes supracitados ocorreu no turno matutino, três vezes por semana, no período compreendido entre julho e setembro do corrente ano; 2023.
Esta pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas com o CAAE: 04553018.9.0000.5016 e aprovada sob o Parecer n°. 6.209.420 e está em consonância às diretrizes da Resolução 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde, que faz referências às normas regulamentadoras e aos aspectos éticos das pesquisas envolvendo seres humanos.
Foi analisado por meio do programa SPSS (Statistical Package for Social Sciences), versão 21 e os resultados encontram-se apresentados em percentuais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram avaliadas 24 pessoas entre envelhecentes e idosos de ambos os sexos (de 50 a 76 anos de idade). Ao analisar os dados coletados, por meio do teste Miniexame do Estado Mental, IVCF-20, FPM, e SPPB aplicados, obteve-se os seguintes resultados:
A bateria do Miniexame do Estado Mental (MEEM) considera como normal, o indivíduo avaliado que alcança mais de 25 pontos. Suspeita-se de perda cognitiva leve quando o escore está entre 21 e 24 pontos, moderada, entre 10 e 20 e grave menor ou igual a 9. verificou-se que 48% das pessoas avaliadas apresentam leve comprometimento cognitivo (21 e 24 pontos), 24% comprometimento cognitivo moderado (entre 10 e 20 pontos) e 28% com a cognição intacta (25 pontos).
A avaliação do Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional do Idoso (IVCF20) apresenta o seguinte escore como pontos de corte: Idoso Robusto 0 a 6, Idoso Potencialmente Frágil 7 a 4 Idoso Frágil ≥ 15. A análise dessa avaliação revelou que 37% dos idosos avaliados apresentaram pontuação entre 7 e 4 pontos, o que os classifica como potencialmente frágeis, 34% apresentaram entre 0 e 6 pontos, são robustos, e 29% dos idosos avaliados pontuaram ≥ 15, o que os classifica como frágeis.
A aferição da força de preensão manual (FPM) mostrou que 25% das mulheres avaliadas apresentaram força de preensão palmar <20 kg, 8% dos homens avaliados apresentaram força de preensão palmar <35,5 kg. Comparando-se esses resultados aos Pontos de corte para força máxima de preensão de acordo com a Sarcopenia Definitions and Outcomes Consortium (SDOC) que para homens é <35,5 kg e mulheres <20 kg; assim como o Grupo de Trabalho Europeu sobre Sarcopenia que propôs valores de corte revistos para a definição de baixa força de preensão (EWGSOP2). Nas últimas diretrizes do Grupo de Trabalho Europeu sobre Sarcopenia em Pessoas Idosas (EWGSOP2), a baixa força de preensão é o parâmetro principal, associado à baixa massa muscular, para o rastreio e diagnóstico da sarcopenia.
A avaliação dos testes da Short Physical Performance Battery – SPPB, bateria composta por 3 testes para avaliar o equilíbrio, a velocidade de marcha e a força muscular; o resultado global (soma da pontuação dos 3 testes, max. 12 pontos) é utilizado para avaliar a mobilidade. A soma da pontuação de cada um dos testes ≤ 8 pontos caracteriza limitação da mobilidade e a pontuação máxima alcança 12 pontos. Considera-se existir limitações da mobilidade quando o resultado global é igual ou inferior a 8 pontos. Em caso de limitação de mobilidade, a pessoa apresenta sarcopenia severa, uma vez que a avaliação da mobilidade é implementada quando a força muscular e a massa muscular também estão diminuída. O resultado da avaliação do SPPB, mostrou que 79% apresentaram bom desempenho, 16% mostraram ter desempenho moderado e 4% exibiram baixo desempenho.
De acordo com Cruz-Jentoft et al. (2010): pré-sarcopenia (critério 1), sarcopenia (critério 1+2 ou 3) e sarcopenia grave (critério 1+2+3). Ao associar-se os elementos avaliados e os critérios presentes nos testes aplicados, pode-se identificar a presença de comprometimento cognitivo moderado, potencial para fragilidade e fragilidade, força de preensão manual diminuída, embora a maioria tenha apresentado bom desempenho funcional.
CONCLUSÃO
O presente estudo identificou no grupo pesquisado o perfil cognitivo com comprometimento leve e moderado e quanto à independência motora funcional na população avaliada verificou-se a presença potencial para fragilidade e fragilidade, assim como redução na força de preensão manual, caracterizando os indivíduos em pré-sarcopênicos e sarcopênicos, com uma maior predominância para o sexo feminino.
REFERÊNCIAS
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CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, SAÚDE E SUSTENTABILIDADE – EXPERIÊNCIA ACADÊMICA
RESUMO
Objetivo: Investigar a influência da gestão da sala de aula, nos cursos de formação inicial, na visão dos docentes de Educação Física da Rede Municipal de Educação de Jacareí – SP. Métodos: Foi um estudo de caso qualiquantitativo, exploratório, aprovado pela CONEP-Parecer N° 5.634.016, que aplicou questionários com perguntas abertas e fechadas a 34 professores de Educação Física (26 experientes e 8 inexperientes) do Ensino Fundamental I, nas 29 escolas da SEMED de Jacareí – SP. Resultados: Sobre a formação inicial, dos 08 inexperientes, 4 responderam boa e 4, ruim; dos experientes, 06 responderam ruim, 02 péssima, 09 boa, 07 muito boa qualidade e 02 responderam que a qualidade foi excelente. Após a conclusão da licenciatura, sobre a habilitação no ensino teórico e prático da gestão da sala de aula, dos 08 inexperientes, 01 respondeu muito, 03 parcialmente, 04 pouco habilitado, 03 muito. Dos experientes, 02 sentem-se extremamente habilitados, 18 parcialmente e 03 pouco habilitados a desenvolver a gestão da sala de aula. Quanto à competência para trabalhar com gestão após a conclusão do curso de formação inicial, 02 julgam-se pouco competentes, 01 muito competente e 05 parcialmente. Dos 26 experientes, 05 se consideram pouco competentes, 15 parcialmente, 05 muito e 01 extremamente. Conclusão: Constatou-se que a aquisição insatisfatória do conhecimento sobre gestão da sala de aula impossibilita os professores de Educação Física a gerenciarem seus alunos e suas salas de aula de forma apropriada, pois a capacitação dos professores das escolas municipais de Jacareí-SP reflete na qualidade da formação dos estudantes.
Palavras-chave: Gestão em sala de aula; professores de Educação Física; Formação inicial.
ABSTRACT
Objective: To investigate the influence of classroom management, in initial training courses, from the perspective of Physical Education teachers at the Municipal Education Network of Jacareí – SP. Methods: It was a qualiquantitative, exploratory case study, approved by CONEP-Opinion N° 5.634,016, which applied questionnaires with open and closed questions to 34 Physical Education teachers (26 experienced and 8 inexperienced) from Elementary School I, in the 29 SEMED schools in Jacareí – SP. Results: Regarding initial training, of the 8 inexpe-
rienced ones, 4 responded good and 4 said bad; of those experienced, 06 responded bad, 02 poor, 09 good, 07 very good quality and 02 responded that the quality was excellent. After completing the degree, regarding qualification in theoretical and practical teaching of classroom management, of the 08 inexperienced, 01 responded a lot, 03 partially, 04 little qualified, 03 very much. Of the experienced ones, 02 feel extremely qualified, 18 partially and 03 little qualified to develop classroom management. Regarding the competence to work in management after completing the initial training course, 02 consider themselves to be not very competent, 01 to be very competent and 05 to be partially competent. Of the 26 experts, 05 consider themselves to be somewhat competent, 15 partially, 05 very competent and 01 extremely competent. Conclusion: It was found that the unsatisfactory acquisition of knowledge about classroom management makes it impossible for Physical Education teachers to manage their students and their classrooms appropriately, as the training of teachers in municipal schools in Jacareí-SP reflects on the quality of student training.
Alguns investigadores educacionais demonstraram a necessidade de programas de formação de professores que enfatizem a gestão da sala de aula; os programas de formação de professores em alguns países, como os Estados Unidos, o Reino Unido, a Austrália, o Canadá, os Países Baixos e a Alemanha, não proporcionam competências eficazes de gestão de sala de aula (WUBBELS, 2011).
Numa análise de 31 programas de formação de professores na cidade de Nova Iorque, Hammerness (2011) descobriu que 5% dos programas analisados exigiam um curso de gestão de sala de aula. Um estudo semelhante em Israel mostrou que a maioria dos cursos (89%) oferece pelo menos um curso para isso; porém não é obrigatório (BEN-PERETZ, EILAM e LANDLER-PARDO, 2011). Stough (2006) explica que há pouca pesquisa sobre o conteúdo da formação inicial de professores, pesquisas sobre desenvolvimento e treinamento para o gerenciamento de sala de aula (OLIVER & RESCHLY, 2010).
Um estudo realizado e publicado pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP) em 2016 identificou a falta de conexão entre teoria e prática
como o principal problema da formação de professores no Brasil, causando uma desconexão que afeta as estratégias de mudança (PESSI, 2019).
Tanto a formação inicial quanto a continuada contribuem muito para a carreira e identidade profissional do professor, visto que é algo inacabado, em constante construção e reconstrução, algo que precisa ser atualizado diante das mudanças e desafios das rotinas escolares (GADELHA, 2022).
Este artigo apresenta os resultados da investigação realizada durante seis meses do ano de 2022 sobre a relevância da gestão da sala de aula, nos cursos de formação inicial, na visão dos docentes de Educação Física da Rede Municipal de Educação de Jacareí – SP. Para tal, elencou-se como objetivos apurar as consequências da gestão da sala de aula, ensinada e aprendida de maneira teórica e prática no curso de graduação, na visão dos docentes em durante os anos de formação de professor, mencionar e demonstrar o nível da habilidade e os efeitos na competência adquirida após a graduação inicial sobre a prática da gestão da sala de aula, na visão desses mesmos docentes.
Refletir sobre o ensino na rede municipal de Jacareí-SP devido à formação inicial dos docentes de Educação Física, induz aos seguintes questionamentos: O curso de formação inicial, graduação, habilita os professores a gerenciarem suas salas de aula? A gestão da sala de aula aprendida no curso de graduação capacita os professores inexperientes, e mesmo os experientes, a atuarem de modo adequado? Quais as consequências, nos professores inexperientes, e mesmo nos experientes, quanto à sua prática da gestão da sala de aula aprendida na formação inicial?
Havendo conhecimento específico e prático da gestão da sala de aula, insuficiente na formação dos professores das escolas municipais de Jacareí-SP, haverá um déficit considerável na aquisição de estratégias práticas adequadas, no ato de gerenciar os alunos em sala de aula; ações abordadas em reuniões pedagógicas.
Ricci; Ponte e Tomkelski (2019) não duvidam em afirmar que o ensino da gestão da sala de aula é marginalizado na formação de professores, apesar de essa temática seja importante para a gestão da sala de aula. Assim sendo, é importante investigar como o ensino teórico-prático da gestão da sala de aula, nos cursos de formação inicial, impactam na docência dos professores inexperientes, e mesmo os experientes, quanto à sua prática de gerenciarem suas salas de aula e atuarem de modo adequado, de modo a atenderem às exigências educacionais contemporâneas.
MÉTODOS
Foi um estudo de caso com abordagem mista, por permitir combinar a metodologia de coleta, análise e combinação de técnicas quantitativas e qualitativas em um mesmo desenho de pesquisa (CRESWELL, 2012), como números e indicadores, analisados com auxílio da Estatística, e as técnicas qualitativas, como questionário com pergunta abertas e semiabertas a serem analisadas pela análise de conteúdo (BARDIN, 2011), oferecem distintas interpretações sobre o tema: Gestão da Sala de Aula.
A pesquisa aplicada foi realizada de forma exploratória e descritiva, onde o objetivo foi produzir conhecimento para aplicações práticas voltadas à resolução de determinados problemas utilizando verdades e interesses locais.
A coleta de dados foi através de um questionário online com quinze perguntas abertas e oito semiabertas, criado na Plataforma Google Forms, aplicado a 34 professores de Educação Física (26 experientes e 8 profissionais inexperientes) atuantes no Ensino Fundamental I, e por meio de um caderno de registros das observações participantes sistemáticas. nas 29 escolas da Secretaria Municipal de Educação de Jacareí – SP. A observação foi aplicada sistematicamente semanalmente durante o período em que transcorreu a pesquisa, para colher todas as informações necessárias para analisar a rotina escolar, observando a mediação de conflitos de interesse em sala de aula (Gestão da sala de aula), identificando a presença do vínculo afetivo; olhar inclusivo; postura apreciativa (Gestão da interação pessoal), acompanhando as habilidades e competências na mediação e na avaliação (Gestão da aprendizagem); observando e registrando o controle da conduta dos alunos (Gestão da conduta).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os gráficos de 1 a 3 apresentam dados que permitem analisar as respostas aos questionários, aplicados aos professores, envolvendo a temática gestão da sala de aula, os níveis de conhecimento, habilidade e competência adquiridos na formação inicial (graduação). Esses gráficos mostram além da participação, o investimento dos professores em seu desenvolvimento profissional, assim como a avaliação da qualidade de sua formação Técnico-biológica.
GRÁFICO 1 Nível de Qualidade da Graduação: Profissionais da área de Educação Física
Elaboração: os autores, 2023
Analisando-se os resultados apresentados nos gráficos 1 referentes ao nível de qualidade do ensino teórico e prático sobre gestão da sala de aula, recebida no curso de formação inicial, graduação, pelos profissionais de Educação Física, pode-se inferir pela percepção pelos profissionais da boa qualidade da formação inicial recebida.
GRÁFICO 2 Nível de habilidade e capacitação adquiridas nos cursos de GRADUAÇÃO: Professores de Educação Física
Elaboração: os autores, 2023
A análise dos gráficos 2 permite inferir que esses profissionais se sentiam parcialmente habilitados. Pessi (2019) afirma que a maioria dos 2,2 milhões
de professores que trabalham nas escolas brasileiras carece de competências devido a muitas deficiências estruturais nos programas de licenciamento do país, revelando um grande problema na formação de professores no Brasil.
GRÁFICO 3 Nível de competência, sentido para trabalhar com o ensino teórico e prático da gestão da sala de aula, após a Graduação - Especialistas em Educação Física
Elaboração: os autores, 2023
Diante da análise dos resultados apresentados nos gráficos 3 referentes às respostas dos profissionais de Educação Física, pode-se inferir que os professores inexperientes e experientes se sentiam parcialmente competentes. Essas informações podem ser combinadas com as informações do Quadro l que mostra os resultados do ENADE em 2008, 2011, 2014 e 2017 e representa a realidade dos nossos futuros professores (SÁ, 2021).
Quadro 01: Notas dos alunos dos cursos de Licenciaturas Conceito 2008 2011 2014 2017
Fonte: INEP/MEC – Resultados do Enade dos anos de 2008, 2011, 2014 e 2017
DISCUSSÃO
Dos três questionários aplicados aos 34 professores de Educação Física, sendo 08 professores inexperientes e 26 experientes, um foi destinado a conhecer os níveis de conhecimento, habilidade e competência adquiridos na formação inicial (GRADUAÇÃO).
Interrogados sobre o nível de qualidade do ensino teórico e prático da gestão da sala de aula, que receberam durante o curso de formação inicial (GRADUAÇÃO), dos 08 (24%) professores inexperientes, 4 (50%) responderam boa e 4 (50%) ruim; dos 26 (76%) experientes, 06 (23%) responderam ruim, 02 (8%) péssima, 09 (35%) boa, 07 (27%) muito boa qualidade e 02 (8%) responderam que a qualidade foi excelente.
Consultados através da questão: Após a conclusão do curso de formação inicial (GRADUAÇÃO) sobre o ensino teórico e prático da gestão da sala de aula, em qual nível de habilidade, sentem-se capacitados para trabalhar com esse recurso; 08 dos 34 (24%) professores de Educação Física; os inexperientes, 01 (12%) respondeu muito, 03 (38%) parcialmente, 04 (50%) pouco habilitado, 03 (38%) muito, sendo que dos 26 experientes, 02 (8%) sentem-se extremamente habilitados, 18 (69%) parcialmente e 03 (12%) sentem-se pouco habilitados a desenvolver a gestão da sala de aula. Nesta direção, questionando-se os licenciados em Educação Física, encontrou-se que dos 08 (24%) professores inexperientes, apenas 02(25%) julgam-se pouco competentes, 01(12%) muito competente e 05 (62%) parcialmente, sendo que, dos 26 (76%) experientes, 05 (19%) consideram pouco competentes, 15 (58%) parcialmente, 05(19%) muito e 01(4%) extremamente.
A partir da análise dos questionários, associada às observações, pôde-se constatar a carência sobre o conhecimento específico e prático de gestão da sala de aula na formação dos professores das escolas municipais de Jacareí-SP, o que torna verdadeiras as hipóteses de que havendo conhecimento específico e prático da gestão da sala de aula, insuficientes na formação dos professores das escolas municipais de Jacareí-SP, haverá um déficit considerável na aquisição de estratégias práticas adequadas, no ato de gerenciar os alunos em sala de aula; ações abordadas em reuniões pedagógicas.
Apesar de haver um déficit considerável na aquisição de estratégias práticas adequadas, por parte dos professores no ato de gerenciar os alunos em sala de aula, as reuniões pedagógicas prezam por abordar essa questão.
Silva, Silva & Padilha (2014) e Silva (2013) concluíram após uma pesquisa realizada entre acadêmicos de Educação Física que para uma gestão bem-su-
cedida, o professor deve conciliar atividade práticas com a teoria para ater a atenção da turma voltadas ao conteúdo que está sendo exposto.
CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Embora o ensino teórico e prático da gestão da sala de aula tenha sido de boa qualidade, na visão dos docentes de Educação Física em início de carreira, as consequências dessa aprendizagem realizada de maneira teórica e prática no curso de graduação não lhes permitiu sentirem-se seguros quanto à sua habilidade e competência. Tanto os docentes experientes quanto os inexperientes não são habilitados a ponto de gerenciar turmas de alunos, desde o início de sua carreira como professor.
A análise dos dados permitiu inferir que, por causa do nível dos cursos de formação continuada extensão – capacitação –, o ensino teórico e prático da gestão da sala de aula recebido pelos profissionais experientes e inexperientes na área da Educação Física foram percebidos como ruins e de boa qualidade. Os impactos da realização da gestão da sala de aula estão refletidos no conhecimento parcialmente adequados e na formação incompleta e inadequada do gerenciamento dos alunos em classe.
Já com relação aos cursos de formação continuada pós-graduação lato sensu, a pesquisa mostra que, por motivo do nível de qualidade do ensino teórico e prático do tema – gestão da sala de aula – ter sido de boa qualidade, essa qualificação formou docentes com sabedoria parcialmente adequada. A aquisição insuficiente dessa especificidade de ensino incapacitou tanto os professores experientes quanto os inexperientes da área Educação Física a gerenciar seus alunos e suas salas de aula de forma apropriada.
Diante do apresentado, e ao analisar as respostas dos professores experientes e inexperientes, referentes à gestão da sala de aula, abordada nas reuniões pedagógicas escolares, foi possível inferir que os professores de Educação Física dizem que o nível de qualidade de ensino recebido foi bom e muito bom. Relatam também satisfação com uma capacitação que propiciou muito conhecimento, mas parcialmente adequado, relacionado aos estudos teóricos e práticos do tema – gestão da sala de aula. Segundo a visão dos educadores pesquisados, as reuniões pedagógicas lhes proporcionaram conhecimento adequado para gerenciar suas turmas.
Pode-se inferir a partir da análise que os resultados revelam aos gestores acadêmicos e coordenadores escolares que a falta do ensino teórico-prático da gestão da sala de aula na forma inicial e continuada pode provocar consequências prejudiciais ao ato de ensinar dos professores, tanto aos iniciantes quanto aos experientes, e consequentemente na aprendizagem dos alunos, pois a capacitação dos professores reflete na qualidade da formação dos estudantes.
AGRADECIMENTOS
Aos Professores (as) Formadores (as) e Supervisoras da Rede de Ensino Fundamental da Secretaria de Jacareí-SP, que ajudaram na aplicação dos questionários, a todos os colegas e amigos pelo apoio durante o longo período da pesquisa.
REFERÊNCIAS
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CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, SAÚDE E SUSTENTABILIDADE – EXPERIÊNCIA ACADÊMICA
Talita de Albuquerque Ferreira Gomes tdafg.edf19@uea.edu.brl9
Myrian Abecassis Faber mfaber@uea.edu.br10
7 Acadêmico do 7º período do Curso de Educação Física do Polo de Iranduba
8 Acadêmica do 7º período do Curso de Educação Física do Polo de Iranduba
9 Acadêmica do 7º período do Curso de Educação Física do Polo de Iranduba
10 Professora de Educação Física, Orientadora, Doutora em Biotecnologia para a Saúde
RESUMO
Este trabalho visa apresentar o resultado de uma pesquisa de campo que estudou a inserção da modalidade esportiva de invasão Flag Football, nas aulas de Educação Física Escolar, como uma alternativa ao futebol, handebol, basquete e vôlei que dominam o cenário dos esportes oferecidos e praticados nas escolas. Foi uma pesquisa de iniciativa do Laboratório de Pesquisas e Estudos em Motricidade Humana – LPEMH, que teve abordagem mista (CRESWELL, 2009), quanto à natureza, foi aplicada a pesquisa ação, pois visou gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos, neste caso; implantação de uma nova metodologia esportiva. Quanto aos procedimentos foi uma pesquisa-ação, experimental (GIL, 2007), que utilizou o ensino da aprendizagem motora da modalidade esportiva, envolvendo alunos do Ensino Médio que frequentam regularmente às aulas de Educação Física, os quais, segundo Gallahue; Ozmun (2005) encontram-se na 4ª fase da aprendizagem motora; caracterizada por um período em que as habilidades estabilizadoras, locomotoras e manipulativas fundamentais que são progressivamente refinadas, combinadas e elaboradas para o uso em situações crescentemente exigentes. Nesse sentido, foi ensinado aos alunos, a modalidade esportiva de invasão Flag Football, regras e seus fundamentos. Por conseguinte, foi realizada a coleta de dados: observação participante por meio de questionários e entrevistas semiestruturadas, assim como também foi realizado o primeiro torneio (eliminatórias simples) e campeonato (sistema de rodízio) Flag Football no CETI- Maria Izabel Desterro- Iranduba/AM. Com isso, pode-se obter dados qualiquantitativo que foram submetidos à análise estatística descritiva e estatística inferencial para descrever e fazer inferências sobre a população estudada e a modalidades esportiva realizada; as análises foram feitas pelo programa SPSS (Statistical Package for the Social Science) 2020 com intuito de analisar a implementação do Flag Football. Palavras-chave: Flag Football; repertório escolar; aulas de Educação Física.
ABSTRACT
This work aims to present the results of a field research that studied the inclusion of the invasion sports modality Flag Football, in School Physical Education classes, as an alternative to football, handball, baske -
tball and volleyball that dominate at the school scenario of sports offered and practiced. It was a research initiative by the Human Motricity Research and Studies Laboratory – LPEMH, which had a mixed approach (CRESWELL, 2009), in terms of nature, action research was applied, as it aimed to generate knowledge for practical application, aimed at solving problems specific, in this case; implementation of a new sporting methodology. Regarding the procedures, it was an experimental action research (GIL, 2007), which used the teaching of motor learning in sports, involving high school students who regularly attend Physical Education classes, who, according to Gallahue; Ozmun (2005) are in the 4th phase of motor learning; characterized by a period in which fundamental stabilizing, locomotor and manipulative skills are progressively refined, combined and elaborated for use in increasingly demanding situations. In this sense, the students were taught the sport of invasion Flag Football , rules and their fundamentals. Therefore, data collection was carried out participant observation through questionnaires and semi-structured interviews, as well as the first tournament (simple knockouts) and championship (rotation system) Flag Football at CETI- Maria Izabel Desterro- Iranduba/ AM. With this, it is possible to obtain qualitative and quantitative data that were subjected to descriptive statistical and inferential statistical analysis to describe and make inferences about the population studied and the sports modalities performed; the analyzes were carried out using the SPSS (Statistical Package for the Social Science) 2020 program in order to analyze the implementation of Flag Football .
Keywords: Flag Football; school repertoire; Physical Education classes.
INTRODUÇÃO
Este estudo de campo foi uma iniciativa do Laboratório de Pesquisas e Estudos em Motricidade Humana – LPEMH- UEA, pelo qual visa apresentar os resultados da implantação da modalidade Flag Football, esporte adaptado do Futebol Americano, no CETI- Maria Izabel Desterro- Iranduba/AM, através de vivências práticas nas aulas de Educação Física presentes nas ações integradoras que oferecem as condições para que haja uma avaliação das competências estudadas pelos estudantes no transcorrer do curso de graduação. A partir disso, a pesquisa buscou responder as seguintes premissas- uma nova
modalidade esportiva conseguirá romper com a tradicional hegemonia dos esportes vivenciados nas aulas de Educação Física Escolar? Será possível realmente vivenciar Flag Football, na escola? O método científico aplicado foi o dedutivo, o qual neste estudo conheceu, interpretou e interveio na realidade, tendo como diretriz a aplicação e renovação de uma nova modalidade esportiva, Flag Football, supracitada às aulas de Educação Física Escolar, com regras e ações adequadas à constituição do conhecimento tanto prático como teórico.
Conduziu-se a inserção do Flag Football em ação extensiva, de intervenção participante, caracterizada pelo envolvimento e identificação dos acadêmicos intervencionistas com os alunos participantes, e professores da Escola, com abordagem qualiquantitativa. Quanto à natureza, o estudo aplicado possibilitou o ganho de conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução em romper o “quarteto fantástico” composto pelos seguintes esportes coletivos: futebol, handebol, basquete e o vôlei que dominam a cena das aulas de Educação Física.
Além disso, o presente estudo teve cunho exploratório, quanto ao seu objetivo primário foi proporcionar via um esporte de invasão, Flag Football, integrador e inovador do Laboratório de Pesquisas e Estudos em Motricidade Humana – LPEMH- UEA, a inserção de nova modalidade esportiva de invasão Flag Football às aulas de Educação Física escolar como uma alternativa aos esportes que domina o cenário das aulas de Educação Física. Por conseguinte, possuiu como intuito secundário o ensino dos fundamentos e as regras da modalidade de invasão, Flag Football, às aulas de Educação Física; a caracterização dos objetos de pesquisa do Laboratório de Pesquisas e Estudos em Motricidade Humana – LPEMH- UEA, requeridos na prática (FREIRE; SCAGLIA, 2003) das modalidades esportivas de invasão; a avaliação dos resultados alcançados a partir das alterações no cenário das aulas de Educação Física escolar, com a inserção do Flag Football no cenário das aulas de Educação Física e; a avaliação das competências estudadas pelos estudantes participantes do grupo de pesquisa, do Laboratório de Pesquisas e Estudos em Motricidade Humana – LPEMH- UEA no transcorrer do curso de graduação, através do Flag Football.
Quanto aos procedimentos foi aplicado o de caráter experimental (GIL, 2007), consistindo em determinar como o objeto de estudo, o Flag Football, pôde selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciar a aprovação da modalidade ao definir as formas de controle e de observação dos efeitos
que a variável produz nos objetos. Será aplicado em campo escolar (onde foram criadas as condições de manipulação dos alunos nas escolas e em pequenos grupos).
A realização deste estudo possibilitou a ampliação do repertório motor e cognitivo dos acadêmicos envolvidos por meio do estudo, conhecimento e aplicação de diferente modalidade esportiva de invasão adaptadas aos espaços e à realidade de cada escola. Para a escola, este trabalho renovou a dinâmica das aulas, fazendo com que os alunos e professores reconheçam a existência do Flag Football a qual pôde ser vivenciada no âmbito escolar.
METODOLOGIA
As estratégias de ação envolveram ensinar aos 55 alunos, das turmas do 1º 2 e 1º 4 do ensino médio do CETI- Maria Izabel Desterro- Iranduba/Am, no período compreendido entre agosto de 2022 e julho de 2023, a modalidade esportiva de invasão Flag Football, seus fundamentos e regras da modalidade. As etapas do desenvolvimento da pesquisa-ação (FRANCO, 2005) foram adaptadas ao horário das aulas de Educação Física da Escola e à anuência dos professores em aceitar a intervenção dessa nova modalidade esportiva, em seus planejamentos. As estratégias envolveram os seguintes elementos: conceitos técnicos – teórico/prático; flag 11 x 11 e flag 5x5; conceitos técnicos – teórico/prático posições dos jogadores: armador/ lançador, centro, receptor, corredor, defensor; táticas de jogo: teórico/prático, empunhadura, execução, terminação, recepção, alta, recepção baixa, entrega da bola, corrida com a bola, remoção da flag; snap longo; snap curto; as táticas de jogo; tática ofensiva, os padrões de deslocamentos para recebimentos de passes; as combinações de deslocamentos da ofensiva; estratégias de simples: masculino & feminino estratégias de duplas: masculino & feminino estratégias de duplas mistas, torneios, campeonato.
As estratégias tiveram sua eficiência avaliada através dos seguintes instrumentos de coleta de dados: a observação participante em questionários e entrevistas semiestruturadas (aplicados no início, durante e na finalização da pesquisa-ação), torneios, que foram disputados em sistemas de eliminatórias simples e campeonato onde todas as equipes se enfrentaram num sistema de rodízio (realizados durante e ao final do estudo). Os resultados foram re-
gistrados em súmulas, documentos descritivos sobre o resultado, envolvidos, condições e ocorrências de uma partida desportiva.
Visando ampliar a compreensão da nova situação, foi elaborado um questionário, no qual se utilizaram os construtos Envolvimento dos acadêmicos, Interesse do Estudante, Interação Alunos/pesquisador, Demandas do Flag Football, Organização do Flag Football e Satisfação Geral do Flag Football, no modelo de equações estruturais de Paswan e Young (2002). A esse modelo foi acrescentada a variável Satisfação Geral do Flag Football, a fim de verificar se a satisfação dos estudantes em relação ao Projeto pode ser explicada pelos construtos.
O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário composto de 41 questões, aplicado à população-alvo deste estudo. O modelo de equações estruturais foi alterado procurando-se adequá-lo às demandas dos objetivos do estudo. Os itens do modelo de mensuração revelam a veracidade dos construtos Envolvimento do Professor, Interesse do Aluno, Interação Professor-aluno e Organização e desenvolvimento do estudo. O modelo estrutural testou as seis hipóteses.
Fez-se uma pesquisa-ação de caráter qualiquantitativo, os instrumentos de coleta de dados e as análises foram feitas pelo programa SPSS (Statistical Package for the Social Science) 2020. Para a análise de dados qualitativos oriundos da observação participante, questionários e entrevistas semiestruturadas utilizou-se a análise de conteúdo de Bardin (2011) e a escala de Likert (cinco pontos) para a quantificação de dados qualitativos, tais como a quantificação das respostas dadas por entrevistados.
Os resultados da realização das análises qualitativas e quantitativas (CRESWELL, 2009) permitiram inferir sobre o proceder aos mesmos passos para a nova situação prática. Sendo assim, na realização deste trabalho utilizou-se da metodologia de pesquisa-ação, no qual ocorreram transformações de sentido, ressignificações das modalidades esportivas, sobre a nossa prática docente, como fazemos ou pensamos, no qual houve tempo e espaço para que cada elemento envolvido no processo (acadêmicos, alunos, professores e a Escola) entendesse e absorvesse as mudanças que se operam e adotem a reflexão como prática cotidiana, pois a realidade transforma-se continuamente (FRANCO, 2005).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com Faber (2001a), mover-se é uma capacidade valorosa para o desenvolvimento humano e se expressa por meio de diversos funcionamentos (caminhar, dançar, praticar esporte, brincar, pedalar etc.), com significados diferentes para as pessoas em suas vidas. Nesse sentido, é válido pontuar que as variedades de práticas esportivas colaboram para o desenvolvimento motor dos alunos envolvidos nas atividades (FABER, 2001b).
Em vista disso, a promoção da saúde pode ser entendida como uma estratégia na qual os sujeitos são todos partícipes do processo de produção e de cuidado. Como não há como entender uma mente desconectada de seu corpo. Uma não existe sem o outro (FABER, MOTA, JUREMA, 2008).
Assim, a adesão à prática do Flag Football, oportuniza uma alternativa de modo a inovar e incrementar a aquisição de novas habilidades motoras, (GENTILE, 1972; MAGIL, 2011) a qual é somada as que os alunos já possuem. Além disso, de acordo com Pereira (2011), a prática de Flag Football fomenta valores de cooperação, ao quais os alunos devem adotar uma série de padrões ou esquemas táticos coletivos, perceptivo, e com rápida tomada de decisão e execução.
Nesse sentido, os resultados obtidos através do questionário aplicado, constatou a aceitabilidade da modalidade esportiva por parte dos participantes, isso pode ser visto através da avaliação de satisfação geral do Flag Football, mostrando que a modalidade pode fazer parte do repertório de prática esportiva escolar (FABER, 2001b). Além disso, a análise sobre a Satisfação Geral dos alunos em relação ao Flag Football comprova que o Envolvimento dos pesquisadores e Interesse do aluno influenciaram positivamente a Satisfação Geral do aluno, colaborando para aprovação da modalidade, Flag Football, nas aulas práticas de Educação Física.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Infere-se, portanto, que a inserção do Flag Football, para as turmas 1º 2 e 1º 4 do ensino médio do CETI - Maria Izabel Desterro - Iranduba/AM, proporcionou aos alunos, vivências benéficas com aquisições de novas funções psicomotoras e especialização das já existentes. Para a Escola, e para o Laboratório de Pesquisas e Estudos em Motricidade Humana – LPEMH, os resultados da alteração do cenário das aulas de Educação Física escolar e as exigências cognitivas-motoras requeridas na prática das modalidades esportivas de invasão trouxeram novos conhecimentos a serem agregados aos já existentes.
REFERÊNCIAS
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FABER, Myrian Abecassis; MOTA, V. S.; JUREMA, J. O MOVIMENTO CORPORAL E OS ESPORTES: SEU SIGNIFICADO PESSOAL, SOCIAL E CULTURAL COMO REFLEXO DA INTENCIONALIDADE DO SUJEITO. In: 23º Congresso Internacional de Educação Física - FIEP 2008, 2008, Foz do Iguaçu. The Fiep Bulletin, 2008. v. 78. p. 288-292.
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GENTILE, A. M. A working model of skill acquisition with application to teaching. Quest, v. 17, p. 2-23, 1972.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
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CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, SAÚDE E SUSTENTABILIDADE – EXPERIÊNCIA ACADÊMICA
Thiago Oliveira Souza
Doutor em Ciências da Educação
Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar-SEDUC/AM thgoliveirasouza@gmail.com
RESUMO
Este estudo tem como principal objetivo reunir opiniões e recomendações de professores e acadêmicos que tiveram a oportunidade de utilizar o aplicativo Fitschool. O desenvolvimento do aplicativo ocorreu em três fases distintas: implementação do aplicativo, curso de formação, e coleta de opiniões por meio de questionário específico. 45 pessoas participaram da formação enquanto 23 responderam o questionário, dentre eles acadêmicos e professores da rede estadual, municipal e privada e de Instituições de Ensino Superior. Como principal resultado da pesquisa, destacamos que houve uma aceitação da tecnologia como recurso pedagógico do componente curricular Educação Física, independentemente do tempo de formação ou experiência profissional. Visando a melhoria do aplicativo, foi levada em consideração as sugestões dos entrevistados. As respostas dos participantes indicam uma recepção positiva em relação ao aplicativo FITschool, com amplo reconhecimento de seu valor pedagógico e potencial para melhorar a qualidade das aulas de Educação Física e o desempenho e motivação dos alunos.
This study aims to effectively gather the perceptions and opinions of the participants regarding the Fitschool application. It was conducted in three distinct phases: the implementation of the application, a training course, and the collection of opinions through a specific questionnaire. Forty-five people participated in the training, while 23 responded to the questionnaire, including academics and teachers from state, municipal, and private educational institutions. The main result of the research highlights that there was an acceptance of technology as a pedagogical resource in the Physical Education curriculum, regardless of the participants’ years of experience or professional background. The suggestions provided by the interviewees were taken into consideration for the improvement of the application. The participants’ responses indicate a positive reception of the FITschool application, with broad recognition of its pedagogical value and potential to enhance the quality of Physical Education classes and students’ performance and motivation.
A disciplina de Educação Física, ao longo de sua evolução histórica, experimentou mudanças significativas. O debate engloba diversos tópicos, incluindo a maneira como os conteúdos são abordados por meio de estratégias que visam aprimorar a saúde, a qualidade de vida, interesse, aproximação e motivação dos alunos para a prática de atividades física, (SOUZA, 2022). Esse processo gera informações sobre aptidão física que precisam ser sistematizadas para melhor compreensão da população escolar por meio de avaliações físicas.
O desenvolvimento do aplicativo Fitschool é um marco de inovação no campo da Educação Física, representa a convergência bem-sucedida entre tecnologia e formação profissional. Nesse cenário, o Fitschool surge como uma alternativa pioneira na avaliação física escolar e desempenha um papel fundamental na capacitação de professores e estudantes de Educação Física. No contexto Escolar, as tecnologias se apresentam como ferramentas pedagógicas para o processo de ensino-aprendizagem dos alunos, estando também cada vez mais presentes nas salas de aula (LOFF; CHAVES, 2021).
Com essa perspectiva, o objetivo deste estudo, reunir opiniões e recomendações de professores e acadêmicos que tiveram a oportunidade de utilizar o aplicativo Fitschool. Consideramos que esta abordagem é fundamental para a melhoria contínua desta ferramenta, que vai além das paredes da sala de aula e oferece contribuições significativas para o desenvolvimento acadêmico, a promoção da saúde e o aprimoramento esportivo dos estudantes.
Ao longo deste trabalho, serão sistematicamente apresentadas as percepções, impressões e sugestões de professores e acadêmicos que tiveram interações significativas com o Fitschool. Esta análise visa a aprimoramento do debate sobre a integração da tecnologia no ensino, promovendo um ambiente de aprendizado dinâmico e envolvente. Dessa forma, reforçamos nosso compromisso com o constante desenvolvimento do Fitschool como uma ferramenta de ponta que efetivamente contribui para a formação e a qualidade do ensino de Educação Física, sendo essa um dos objetivos e resultado da pesquisa realizada por Souza (2021).
METODOLOGIA
O delineamento metodológico adotado para esta pesquisa foi meticulosamente concebido com o propósito de obter de maneira eficaz as percepções e opiniões dos participantes em relação ao aplicativo Fitschool. Esta pesquisa se desenvolveu em três fases distintas: a fase de implementação do aplicativo, a fase dos cursos de formação, e a fase de coleta de feedback por meio de um questionário específico.
IMPLEMENTAÇÃO DO APLICATIVO FITSCHOOL
Na fase inicial, procedeu-se à implementação do aplicativo Fitschool nas escolas pertencentes à Coordenação Distrital de Educação I (CDE 1) da rede de ensino estadual de Manaus, Amazonas. Essa etapa englobou a instalação do aplicativo em dispositivos disponíveis nas escolas, garantindo, assim, o acesso aos professores de Educação Física e acadêmicos provenientes de instituições de ensino superior parceiras.
REALIZAÇÃO DOS CURSOS DE FORMAÇÃO
Com o intuito de aprimorar a compreensão e a utilização efetiva do aplicativo Fitschool, foram planejados cursos de formação. Um total de 45 participantes se inscreveram para participar desse curso, mas, no fim, 23 deles optaram por participar da pesquisa e oferecer seus pareceres após a formação. Foram distribuídos em três turmas distintas com a finalidade de fornecer alternativas para que todos participassem.
1ª Turma - Acadêmicos da UEA: Realizada em 19 de julho de 2023, esta turma foi direcionada aos acadêmicos da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). As atividades transcorreram na Escola Estadual Getúlio Vargas, localizada no bairro Cachoeirinha. O curso teve duração de 3h (das 8h às 11h).
2ª Turma - Professores Matutinos da CDE 1: A segunda turma foi composta por professores que ministram aulas no período da manhã na CDE 1. A formação aconteceu no dia 22 de agosto de 2023, também na Escola Estadual Getúlio Vargas. A programação incluiu o credenciamento que ocorreu das 8h às 9h, seguido do curso, das 9h às 11h.
3ª Turma - Professores Vespertinos da CDE 1: A terceira turma, composta por professores que lecionam no turno da tarde na CDE 1, igualmente
participou da formação em 22 de agosto de 2023, no mesmo local. O credenciamento teve lugar das 13h às 14h, seguido do curso, das 14h às 16h.
OPINIÃO DOS DISCENTES E ACADÊMICOS
Logo após a conclusão dos cursos, 23 participantes que consentiram em participar da pesquisa foram convidados a preencher um questionário, destinado a colher suas percepções sobre o aplicativo. O questionário englobou questões abertas e fechadas, abarcando diversas áreas, tais como a usabilidade, suas funcionalidades, os benefícios percebidos e, ademais, as sugestões para futuras melhorias.
A coleta de dados ocorreu no laboratório de informática da escola, garantindo a participação ativa e direta dos envolvidos. Foi enfatizada a importância da expressão livre e detalhada de suas opiniões por meio do termo de consentimento esclarecido, de modo a assegurar a obtenção de uma compreensão abrangente das experiências dos professores e acadêmicos em relação ao aplicativo.
Essa abordagem metodológica se revelou essencial para adquirir uma compreensão aprofundada das percepções dos participantes acerca da tecnologia. Os resultados dessa pesquisa, que se originaram das respostas coletadas, serão apresentados na seção subsequente, constituindo fonte do entendimento para orientar futuro aprimoramento e desenvolvimento do aplicativo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A pesquisa contou com a participação de um grupo diversificado de indivíduos, cada um trazendo sua própria bagagem educacional e experiência. Isso permitiu uma visão abrangente das opiniões sobre o aplicativo Fitschool de diferentes perspectivas educacionais.
Quando se trata do nível de escolaridade dos participantes, notamos uma variação interessante: o segundo maior percentual dos participantes, representando 30,4% do grupo, são graduandos em Educação Física e cerca de 39,1% dos participantes têm especialização em suas áreas de atuação, revelando uma diversidade de conhecimento. Isso demonstra que a pesquisa atraiu principalmente estudantes e profissionais que estão em processo de formação na área.
Uma parcela significativa, ou seja, 17,4% dos participantes, possui mestrado, indicando que a pesquisa também conseguiu atrair profissionais com um nível mais avançado de qualificação acadêmica. Os graduados em Educação Física (Licenciatura Plena) e os graduados em Educação Física (Licenciatura) juntos somaram 13,1%, e cada um 6,55%, demonstrando que a pesquisa conseguiu alcançar uma variedade de perfis acadêmicos.
No que diz respeito às instituições de ensino em que os participantes realizaram seus estudos de graduação em Educação Física, uma gama de escolhas se destacou: a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) foi a instituição mais representada, com 30,4% dos participantes. Seguida da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) que também teve uma presença considerável, com 26,1% dos participantes, indicando sua ligação com essa instituição e a Uninorte foi mencionada por 13,0% dos participantes, mostrando sua relevância no contexto educacional.
Outras instituições de outros estados brasileiros, como a Universidade do Estado do Pará (UEPA), a Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), a Universidade Tiradentes (UNIT), e La Salle estiveram representadas na pesquisa, cada uma contribuindo com 4,3% dos participantes. Essa diversidade de origens educacionais e experiências acadêmicas adicionou informações valiosas aos resultados analisados, o que refle a amplitude de perspectivas dentro do campo da Educação Física que enriquecem a compreensão das percepções em relação ao aplicativo Fitschool.
Quanto à rede de ensino na qual atuam os participantes da pesquisa, 8,7% dos participantes trabalham em instituições de ensino particulares, destacando a presença de profissionais dessa categoria. Enquanto (26,1%) deles não são formados ou não atuam como professores de Educação Física (licenciatura), trazendo uma perspectiva diferente para a pesquisa.
A maioria equivalente a 69,6% dos participantes, atua na rede estadual de ensino, demonstrando o potencial impacto do aplicativo nesse contexto. Além disso, 26,1% dos participantes indicaram atuar tanto na rede estadual quanto na rede municipal, refletindo a influência em diferentes esferas do sistema educacional. 8,7% dos participantes mencionaram trabalhar nas redes estadual, municipal e particular, ilustrando a variedade de experiências educacionais representadas na amostra.
Em relação à experiência profissional dos participantes na área de Educação Física, 43,5% dos participantes estão há mais de 10 anos atuando como professores de Educação Física, trazendo uma perspectiva de longo prazo
para a pesquisa, 26,1% possuem uma experiência de 6 a 10 anos na área, adicionando uma perspectiva intermediária à amostra. Outros 26,1% estão atuando como professores por um período de 1 a 5 anos, representando profissionais relativamente novos na profissão. No entanto, 4,3% dos participantes indicaram que não são formados ou não atuam como professores de Educação Física (licenciatura), trazendo diferentes pontos de vista para a pesquisa.
O perfil profissional dos participantes da pesquisa fornece uma visão abrangente das características da amostra, demonstrando a diversidade de experiências e contextos educacionais representados. Essa diversidade é fundamental para a compreensão das opiniões e perspectivas relacionadas ao aplicativo Fitschool no contexto da Educação Física no Amazonas.
A análise dos dados mostrou que houve interesse pelo aplicativo independentemente da experiência profissional ou mesmo da condição atual dos entrevistados, ou seja, aceitação pela tecnologia tanto pelos profissionais com formação superior e pós-graduação como os formados em outras áreas científicas, por exemplo, Artes ou sem formação em Educação Física. Dentre as sugestões, desacatamos que “os resultados podem serem apresentados individualmente” de uma entrevistada, professora da Educação Física, formada há dez anos e com tempo docência de cinco anos, da rede municipal e estadual, sendo que ela afirmou já ter tido contato com um aplicativo semelhante durante sua pós-graduação.
Por outro lado, foi constatado que um percentual representativo (21,7%) dos entrevistados está cursando a graduação em Educação Física. Esse público representa a parcela mais jovem da força de trabalho, e demonstraram estarem mais abertos à adoção de tecnologias inovadoras devido à familiaridade com recursos digitais em suas experiências acadêmicas. Notou-se que aqueles já formados e com tempo de experiência variável na docência (1 a 8 anos), considerado neste estudo como grupo intermediário podem ter suas respostas sobre o aplicativo apresentado influenciadas ou equilibradas pela familiaridade com métodos tradicionais e a disposição para inovações tecnológicas em sua prática futuras.
É importante lembrar que a diversidade na formação dos participantes tem implicações nas respostas às questões posteriores relacionadas ao aplicativo Fitschool. Os profissionais mais experientes tiveram opiniões mais críticas em relação à adoção de novas tecnologias, enquanto os que estão no início de suas carreiras podem estar mais inclinados a explorar essas ferramentas, incluindo, por exemplo, a perspectiva sobre a incorporação do aplicativo Fits-
chool em suas práticas de ensino. Segundo Rohden (2017), a tecnologia se torna uma aliada do professor de Educação Física, desde o planejamento das aulas, para elaborar avaliações e até na utilização desta como uma ferramenta pedagógica. O desempenho escolar nas escolas pode ser melhorado com a introdução da tecnologia nas aulas de Educação Física, desse modo, que os alunos tenham contato e aprendam a usar a tecnologia (MORAES; PAIVA, 2014).
Essas nuances observadas na amostra realçam a necessidade de considerar uma ampla gama de perspectivas na interpretação dos resultados das demais questões da pesquisa, que exploram a utilidade da tecnologia, seu impacto na motivação dos alunos e outros aspectos relevantes da Educação Física e do aplicativo Fitschool.
Compreendemos que a pergunta sobre o tempo de atuação como professor de Educação Física forneceu uma visão valiosa da experiência profissional dos participantes desta pesquisa. Os resultados revelam uma ampla gama de experiências. Esse grupo pode representar estudantes universitários ou recém-formados que estão começando a ingressar na profissão. Sua perspectiva pode ser influenciada por suas experiências acadêmicas e, possivelmente, uma maior disposição para adotar.
O fato de participantes afirmarem ter tido algum contato prévio com esse tipo de aplicativo. Esses indivíduos podem ter experiências anteriores que lhes permitiram adquirir conhecimento sobre o uso de tecnologias de avaliação física em contexto educacional. Suas perspectivas podem ser valiosas, pois podem fornecer insights sobre os benefícios e desafios do uso de aplicativos similares.
Esses resultados sugerem que a pesquisa pode se beneficiar da análise posterior, levando em consideração a relação entre a experiência profissional dos participantes e suas respostas a questões subsequentes sobre a adoção de tecnologia na Educação Física. Essa análise mais aprofundada pode ajudar a identificar tendências e padrões que não seriam visíveis apenas considerando as respostas isoladas.
A pergunta sobre o contato prévio dos participantes com aplicativos de avaliação física escolar oferece informações cruciais sobre a familiaridade da amostra com tecnologias educacionais relacionadas à Educação Física. Os resultados indicam que a grande maioria, 91,3% dos entrevistados relatou que não teve experiência anterior com tais aplicativos. Isso sugere que, até o momento, a maioria dos professores de Educação Física ou estudantes em formação na área não teve a oportunidade de explorar ou utilizar aplicativos de avaliação física escolar.
A baixa taxa de familiaridade com aplicativos de avaliação física escolar na amostra destaca a importância de explorar as atitudes e expectativas desses educadores em relação à integração de tecnologias inovadoras, como o aplicativo Fitschool, em sua prática pedagógica. Essa falta de experiência prévia pode influenciar suas percepções sobre a utilidade e viabilidade desse tipo de tecnologia na Educação Física escolar. Portanto, essas descobertas podem servir como um ponto de partida fundamental para entender como a adoção de tecnologia pode ser bem-sucedida e eficaz na formação de futuros profissionais de Educação Física e no aprimoramento do ensino da disciplina.
CONCLUSÕES/CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos nas respostas às questões sobre a percepção dos participantes em relação ao aplicativo Fitschool revelam a aceitação e reconhecimento de seu potencial pedagógico. Quando questionados sobre a importância do uso dessa tecnologia do ponto de vista pedagógico, 100% dos participantes responderam afirmativamente, indicando que reconhecem o valor dessa ferramenta na prática docente. Isso demonstra um entusiasmo geral entre os profissionais e estudantes de Educação Física em relação à integração de tecnologias educacionais inovadoras em suas atividades.
A pesquisa também revelou que a grande maioria dos participantes, 95,7%, acredita que a tecnologia, ao proporcionar aos alunos acesso aos parâmetros de saúde e desempenho físico avaliados nas aulas de Educação Física, pode despertar o interesse e a motivação dos estudantes pelas aulas. Essa percepção é significativa, pois sugere que a tecnologia não apenas complementa o ensino, mas também pode ter um impacto positivo no envolvimento e no entusiasmo dos alunos pela disciplina.
Outro aspecto importante é que 95% dos entrevistados acreditam que uma versão online do aplicativo poderia atrair a atenção dos alunos, e 100% consideram que tal versão seria útil para os professores de Educação Física. Essas respostas indicam uma clara demanda por uma plataforma online que facilite o acesso e a interação dos alunos com o Fitschool, o que pode ser crucial para a sua eficácia como ferramenta pedagógica.
Quando questionados sobre a acessibilidade do aplicativo a todos os alunos, 82,6% responderam afirmativamente, sugerindo que existe uma percepção geral de que a tecnologia pode ser utilizada de maneira inclusiva. Além disso,
100% dos participantes acreditam que o aplicativo pode contribuir com outras disciplinas, evidenciando a visão holística de sua utilidade na educação.
A maioria dos entrevistados (95,7%) também considera o momento das aulas de Educação Física apropriado para o uso da tecnologia. Isso sugere que existe uma compreensão de que o Fitschool pode ser integrado organicamente às atividades curriculares, fortalecendo o ensino da disciplina.
Os resultados ainda apontam que 100% dos participantes acreditam que o uso do aplicativo Fitschool pode elevar o nível de desempenho físico dos alunos nas avaliações físicas e nas competições. Essa percepção positiva da capacidade do aplicativo em melhorar o rendimento físico dos estudantes sugere uma forte confiança na eficácia da tecnologia como um recurso pedagógico.
Por fim, quanto ao nível de dificuldade para utilizar a tecnologia, as respostas variaram, mas é importante destacar que a maioria dos participantes atribuiu notas baixas (0 a 2) em relação à dificuldade, indicando que a maioria considera a utilização do aplicativo relativamente fácil.
A pesquisa também buscou coletar sugestões e críticas para a melhoria do aplicativo Fitschool. Embora a maioria dos participantes não tenha apresentado sugestões específicas, alguns apontaram a possibilidade de implementação de uma inteligência artificial para facilitar a interação com o questionário, o salvamento dos arquivos dos alunos em uma plataforma para acompanhamento contínuo, bem como a criação de uma funcionalidade de impressão de resultados individuais para compartilhamento com responsáveis. Essas sugestões demonstram o interesse em aprimorar ainda mais a funcionalidade do aplicativo.
Em resumo, as respostas dos participantes indicam uma recepção positiva em relação a tecnologia, com amplo reconhecimento de seu valor pedagógico e potencial para melhorar a qualidade das aulas de Educação Física e o desempenho dos alunos.
REFERÊNCIAS
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CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, SAÚDE E SUSTENTABILIDADE – EXPERIÊNCIA ACADÊMICA
Lilian Regiani Merini merinililian@ufam.edu.br
Silvania da Conceição Furtado silvaniafurtado@ufam.edu.br
O International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) tem sido demonstrado como um instrumento de avaliação do nível de atividade física, validado e confiável sendo uma ferramenta amplamente reconhecida e utilizada na área de saúde. O objetivo deste estudo foi verificar o nível de atividade física dos idosos com dor lombar participantes do Programa Idoso Feliz Participa Sempre (PIFPS) desenvolvido na Universidade Federal do Amazonas (UFAM). O instrumento foi utilizado para identificar se os idosos estavam atingindo as recomendações mínimas de atividade física, que são de pelo menos 150 minutos de atividade moderada ou 75 minutos de atividade física vigorosa por semana, além de atividades de fortalecimento muscular. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Amazonas e aprovado sob o CAEE 54756321.1.0000.5020. Foram abordados 293 idosos. Deste total, 120 participantes tinham dor lombar crônica. Depois de aplicados os critérios de elegibilidade, restaram 24 participantes para compor o desenho do estudo. Mais da metade dos participantes foram classificados como ativos, enquanto 33,33% foram classificados como irregularmente ativos.
Enfatiza-se a pequena porcentagem de pessoas sedentárias (4,17%). Idosos ativos são mais propensos a ter uma melhor saúde física e mental além de melhor qualidade de vida. O tempo gasto, durante a semana, nas atividades físicas como caminhadas e esforço físico de intensidade leve, moderada ou vigorosa foi satisfatório para esta faixa etária caracterizando esta população como ativa ou irregularmente ativa. Embora não haja regras ou consenso sobre o tipo de exercício, as pessoas com dor lombar crônica inespecífica devem ser estimuladas a manter a atividade física.
Palavras-chave: Atividade Física, idoso, atividade de vida diária
ABSTRACT
The International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) has been demonstrated as an instrument for assessing the level of physical activity, validated and reliable, being a tool widely recognized and used in the health area. The objective of this study was to verify the level of physical activity of elderly people with low back pain participating in the Programa Idoso Feliz Participa Sempre (PIFPS) developed at the Federal University of Amazonas (UFAM). The instrument was used to identify whether the elderly were meeting the
minimum physical activity recommendations, which are at least 150 minutes of moderate activity or 75 minutes of vigorous physical activity per week, in addition to muscle strengthening activities. The project was submitted to the Ethics and Research Committee of the Federal University of Amazonas and approved under CAEE 54756321.1.0000.5020. 293 elderly people were approached. Of this total, 120 participants had chronic low back pain. After applying the eligibility criteria, 24 participants remained to compose the study design. More than half of the participants were classified as active, while 33.33% were classified as irregularly active. The small percentage of sedentary people (4.17%) is emphasized. Active elderly people are more likely to have better physical and mental health as well as a better quality of life. The time spent during the week on physical activities such as walking and physical exertion of light, moderate or vigorous intensity was satisfactory for this age group, characterizing this population as active or irregularly active. Although there are no rules or consensus regarding the type of exercise, people with chronic non-specific low back pain should be encouraged to maintain physical activity.
Keywords: Physical Activity; elderly; daily life Activities
INTRODUÇÃO
A população idosa, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vem aumentando com o passar dos anos. Estima-se que o percentual de pessoas acima dos 60 anos no Brasil seja de 25,5% em 2060 (IBGE, 2018). Esse envelhecimento populacional, um fenômeno global muito importante, tem grande impacto em vários setores da sociedade. No Brasil, o aumento da expectativa de vida decorre da melhora da condição em saúde e da baixa taxa de fecundidade (IBGE, 2021).
A incidência de Dor Lombar (DL) aumenta de acordo com o envelhecimento, sendo uma das queixas e causas de incapacidade físicas mais comum entre os idosos (SALVETTI, et al. 2012). Esta doença contribui de forma significativa para o agravamento da saúde já presente nessa população, que é impossibilitada de manter suas atividades diárias normalmente. Idosos com DLCi tendem a se afastar do convívio social devido à incapacidade física gerada pela dor (SILVA. et al., 2019). Além disso, a DL é um problema que afeta 80% dos adultos em algum momento da vida e é a morbidade que mais
contribui para incapacidade, ocupando a sexta colocação em termos da carga global das doenças (SILVA, et al. 2019).
Trata-se de um problema musculoesquelético definido como dor localizada entre a margem costal e a prega glútea inferior, com ou sem irradiação para os membros inferiores (ALMEIDA, DARLAN CASTRO, et al., 2017). Segundo Frasson (2016) a DL é classificada em aguda quando a dor é inferior a 6 semanas, subaguda quando ocorre de 6 a 12 semanas e crônica quando persiste acima de 3 meses. Complementarmente, também pode se classificá-la em específica, quando há relação com alguma fratura, tumor, doenças como hérnia de disco comprometendo raiz nervosa ou inflamações, e em Dor Lombar Crônica Inespecífica (DLCi), que acomete 90% dos casos dos pacientes, quando não se consegue apontar a causa com exatidão.
Nesse contexto, a incapacidade física gerada pela dor, de acordo com a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) consiste em limitações da habilidade de desempenhar atividades normais e habituais (Battistella et al., 2002) e pode levar à diminuição da qualidade de vida (QV) dos indivíduos, sobretudo os idosos, acometidos por esta doença.
Para avaliar o nível de capacidade física são utilizados instrumentos que mensuram o nível de atividade física, sendo eles objetivos como os Acelerômetros e Água Duplamente Marcada e também, subjetiva, como questionários e diários (Cafruni, 2012). Nesse contexto destaca-se o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ). Trate-se de um questionário, cuja sua versão curta (Short Form - IPAQ-SF), ultimamente, é recomendada como método com bom custo-efetividade para avaliar a atividade física (Lee; Ph, 2011). O instrumento consiste em 7 questões estimando o tempo gasto semanal nas atividades físicas como caminhadas e esforço físico de intensidade leve, moderada ou vigorosa, e, de inatividade física (posição sentada) (BENEDETTI, 2007).
A qualidade de vida é um fator importante na vida do idoso, e a boa percepção na Qualidade de Vida (QV) de pessoas praticantes de atividades físicas, sendo elas jovens ou idosas, é uma realidade (Azevedo et al., 2019). A Organização Mundial da Saúde (OMS) define atividade física como qualquer movimento corporal executado pelos músculos esqueléticos que produza gasto de energia, referindo-se aos atos como de caminhar, andar de bicicleta, recreação ativa, praticar esportes e tarefas domésticas (OMS, 2014). A prática de atividades físicas regulares de forma correta e orientada é um dos principais fatores na preservação da saúde e prevenção de doenças, principalmente em idosos.
Neste contexto, o Programa Idoso Feliz Participa Sempre (PIFPS) desenvolvido na Faculdade de Educação Física e Fisioterapia (FEFF) da Universidade Federal do Amazonas – UFAM foi criado com o objetivo de, além de ser um contribuinte para realização de estágios, mestrados, doutorados, trabalhos de conclusão de cursoe pesquisas de iniciação científica para pessoas do meio acadêmico ser também uma oportunidade para os idosos desenvolverem a prática motora que facilita suas atividades de vida diária. No âmbito institucional o PIFPS está vinculado à Pró-Reitoria de Extensão (PROEXT) e à Faculdade de Educação Física e Fisioterapia (FEFF). Atualmente quem coordena o programa é a professora Doutora Inês Amanda Streit e os executores das atividades são alunos da graduação dos cursos de Educação Física e Fisioterapia. O programa desenvolve atividades de extensão e pesquisa no âmbito de saúde, atividade física e laser. Assim, este projeto compõe uma parte do projeto de doutorado intitulado: EFEITOS DO EXERCÍCIO TERAPÊUTICO EM IDOSOS COM LOMBALGIA INESPECÍFICA NA REGIÃO NORTE DO BRASIL: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO CAEE 54756321.1.0000.5020 executado pela Profa. Lilian Regiani Merini da Universidade de Coimbra – Portugal e membro do grupo de pesquisa baseada em evidências. O objetivo do estudo foi verificar o nível de atividade física dos idosos participantes do Programa Idoso Feliz Participa Sempre (PIFPS) através do IPAQ.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo observacional definido como estudo transversal. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Amazonas e aprovado sob o CAEE 54756321.1.0000.5020. Os participantes foram esclarecidos a respeito dos procedimentos da pesquisa, objetivos, bem como os riscos e benefícios relativos e, antes de serem admitidos na pesquisa, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Todas as etapas do projeto foram realizadas em ambientes reservados, silenciosos e estruturados da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia (FEFF) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Foram abordados 293 idosos e avaliados para elegibilidade. Do total da amostra, 120tinham DL. Depois de aplicados os critérios de exclusão (dor lombar provenientes de doenças relacionadas como tumor, infecção, trauma, suspeita de doença neuromuscular, artrite reumatoide, insuficiência renal ou cardíaca, compressão de raízes
nervosas e lesão óssea ou articular) restaram 24 idosos para comporem a amostra final.
Os pesquisadores se reuniram com os idosos para explicar os objetivos e métodos da pesquisa e aqueles que estavam dispostos a participar foram encaminhados para um local reservado da FEFF onde foram esclarecidos quanto aos objetivos, riscos e procedimentos previstos na pesquisa.
A coleta de dados foi iniciada pela ficha de anamnese onde constavam os dados gerais como perfil sociodemográfico, histórico de saúde e uso de medicamentos. Após essa avaliação foi aplicado o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) versão curta.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A amostra foi composta por 24 participantes e utilizada a plataforma Google Forms para a coleta de dados. Observou-se que a média da idade dos idosos era de 69,25 anos (60-82 anos), sendo a maioria do sexo feminino (84,3%).Em relação à escolaridade e profissão, 58,3% dos indivíduos possuíam ensino médio concluído, e 20,8% cursaram o nível superior. A outra parte da amostra afirmou ter o ensino fundamental completo ou incompleto (12,5% e 8,3%, respectivamente).
Enfatiza-se aqui, a unanimidade em relação à pergunta sobre sentir dor lombar nós últimos três meses, onde 100% dos idosos responderam sim e a hipertensão arterial sendo a doença mais comum entre eles (75%). Além disso, metade da amostra afirmou já ter sido infectado com o vírus da COVID-19.
Em seguida, foram aplicadas as questões do IPAQ (versão curta), composto por seis questões que abrangem frequência (dias/semana), duração (minutos/dia) e a intensidade da atividade física do indivíduo durante uma semana “habitual”. Os gráficos 1a e 1b referem-se à realização de caminhada; 2a e 2b sobre atividades moderadas; 3a e 3b sobre atividades rigorosas; e 4a e 4b referindo-se à posição sentada durante a semana e fim de semana. Apresentando dados de frequência e duração relatados pelos idosos individualmente.
1a. Em quantos dias da última semana você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício?
1b. Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos, quanto tempo no total você gastou caminhando por dia?
2a. Em quantos dias da última semana, você realizou atividades MODERADAS por pelo menos 10 minutos contínuos? Como por exemplo pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim como varrer, aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar moderadamente sua respiração ou batimentos do coração (POR FAVOR NÃO INCLUA CAMINHADA).
2b. Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia?
3a. Em quantos dias da última semana, você realizou atividades VIGOROSAS por pelo menos 10 minutos contínuos? Como por exemplo correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados em casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua respiração ou batimentos do coração.
3b. Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10 minutos contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia?
4a. Quanto tempo no total você gasta sentado durante um dia de semana?
4b. Quanto tempo no total você gasta sentado durante um dia de final de semana?
Dos 24 entrevistados, 14 foram classificados como Ativos (58,33%), 1 como Muito ativo (4,17%), 3 como Irregularmente ativo A (12,5%), 5 como Irregularmente ativo B (20,83) e apenas 1 foi considerado Sedentário (4,17%).
Diante das análises dos resultados, nota-se que grande parte dos idosos (87,5%) realiza atividades moderadas, juntamente com a caminhada, em média de 3 a 4 dias por semana e um tempo de 110 minutos. Diferentemente das atividades rigorosas, onde 83,3% relataram não realizar qualquer tipo de atividade desse nível.
Com relação ao tempo na posição em sedestação (sentado) em dia de semana, a média geral deu-se de 145 minutos, onde o menor tempo foi de 20 min (8,33%). E aos finais de semana a média geral é 157 min, na qual a pessoa classificada Sedentária (4,1%) relatou ficar mais de 8h (600 min) sentada.
Figura 5. Nível de atividade física medido pelo IPAQ – Versão curta
A prática de atividade física e a manutenção da independência nas atividades de vida diária são fatores que contribuem para uma percepção positiva de saúde e qualidade de vida. Em um estudo com 142 idosos de um município do interior do Estado de Goiás, na região Centro-Oeste do Brasil, os autores observaram que a percepção da saúde e qualidade de vida foi associada de forma positiva à prática de atividade física e independência funcional (BARBOSA; SOUZA, 2022).
De acordo com a OMS, (2020), adultos e idosos precisam praticar 75 minutos de atividade física de intensidade vigorosa ou 150 minutos de atividade física de intensidade moderada, ou uma combinação dos dois, para alcançar um bomdesempenho físico e atingir uma vida saudável. Neste estudo a maioria dos idosos praticava, em média, 145 minutos de atividades físicas.Ou seja, mais da metade deles foram classificados como ativos. Estes achados podem estar relacionados ao nível de escolaridade dos participantes no qual boa parte dos idosos tinham ensino médio completo ou ensino superior.De fato, o nível de escolaridade é fator preponderante para uma melhor condição de saúde. De acordo com Bauman, et al., (2011), nos países em desenvolvimento, o nível de atividade física é paralelo ao aumento do nível de educação e renda.
Entretanto, mais da metade dos participantes deste estudo terem sido classificados como ativos pode, também, estar relacionado à fragilidade do método de investigação através do IPAQ, visto que os questionamentos e o próprio autorrelato dos participantes são subjetivos. Neste contexto, Miran-
da, et al., (2021) afirmaram através de uma revisão integrativa da literatura que, embora este instrumento tenha sido o mais utilizado nas pesquisas para avaliar o nível de atividade física e comportamento sedentário, algumas perguntas precisam ser reestruturadas para melhorar a compreensão das questões entre os idosos. Os autores acreditam que esta adaptação estimulará a prática de atividade física por esta população e, também, evitará a subestimação do comportamento sedentário, bem como a superestimação da atividade física moderada a vigorosa e, consequentemente, aumentar a validade e aplicabilidade desta medida de autorrelato.
Por outro lado, é perceptível que este programa de atividades físicas para idosos oferecidas por uma universidade pública é capaz de estimular pessoas acima de 60 anos de idade a manter um estilo de vida saudável com foco em exercícios que vão desde a caminhada até a prática de musculação, incluindo, também, atividades desportivas como vôlei e natação. Ou seja, é notório que os idosos que compuseram nossa amostra são regularmente ativos refletindo em um resultado positivo do IPAQ o qual revelou uma amostra insignificante de idoso classificado como sedentário. Nossos resultados corroboram com o estudo de Diedhiou; Bingöl; Andre, (2021) com idosos na Turquia no qual os autores afirmaram que, para um envelhecimento saudável e ativo, são necessárias iniciativas que melhorem a sensibilização do público e aumentem a participação da terceira idade para a prática de atividade física.
CONCLUSÃO
Idosos ativos são mais propensos a ter uma melhor saúde física e mental além de melhor qualidade de vida. O tempo gasto, durante a semana, nas atividades físicas como caminhadas e esforço físico de intensidade leve, moderada ou vigorosa foi satisfatório para esta faixa etária caracterizando esta população como ativa ou irregularmente ativa. Embora não haja regras ou consenso sobre o tipo de exercício, as pessoas com dor lombar crônica inespecífica devem ser estimuladas a manter a atividade física.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BAUMAN, Adrian et al. Cross-national comparisons of socioeconomic differences in the prevalence of leisure-time and occupational physical activity, and active commuting in six Asia-Pacific countries. Journal of Epidemiology & Community Health, v. 65, n. 1, p. 35-43, 2011.
BARBOSA, Renata da Costa; SOUSA, Ana Luiza Lima. Associação da autopercepção da qualidade de vida e saúde, prática de atividade física e desempenho funcional entre idosos no interior do Brasil. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 24, 2022.
BATTISTELLA LR, Brito CMM. Tendência e Reflexões: Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF). Acta Fisiátrica 2002; 9(2): 98-101
BENEDETTI T.R.B, Antunes P.C, Rodrigues-Añez C.R, Mazo G.Z, Petroski E.L. Reprodutibilidade e validade do questionário internacional de atividade física (IPAQ) em homens idosos. Ver. Bras.Med. Esporte 2007;13(1):11-16.
CAFRUNI CB, Valadão RCD, Mello ED. Como Avaliar a Atividade Física? Ver Bras Ciênc Saúde. 2012;10(33):61-71.
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IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE, 2021. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/indicadores.html Acesso em 12 de março de 2023.
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SALVETTI, Marina de Góes et al. Incapacidade relacionada à dor lombar crônica: prevalência e fatores associados. Revista da Escola de Enfermagem da USP [online]. 2012, v. 46, n. spe
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ANEXOS
IPAQ versão curta
QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA – VERSÃO CURTA -
Data: ______/ _______ / ______ Idade : ______ Sexo: F ( ) M ( )
Nós estamos interessados em saber que tipos de atividade física as pessoas fazem como parte do seu dia a dia. Este projeto faz parte de um grande estudo que está sendo feito em diferentes países ao redor do mundo. Suas respostas nos ajudarão a entender que tão ativos nós somos em relação à pessoas de outros países. As perguntas estão relacionadas ao tempo que você gasta fazendo atividade física na ÚLTIMA semana. As perguntas incluem as atividades que você faz no trabalho, para ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como parte das suas atividades em casa ou no jardim. Suas respostas são MUITO importantes. Por favor responda cada questão mesmo que considere que não seja ativo. Obrigado pela sua participação !
Para responder as questões lembre-se que:
atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande esforço físico e que fazem respirar MUITO mais forte que o normal
atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum esforço físico e que fazem respirar UM POUCO mais forte que o normal
Para responder as perguntas pense somente nas atividades que você realiza porpelo menos 10 minutos contínuos de cada vez.
1ª. Em quantos dias da última semana você CAMINHOU por pelo menos 10minutos contínuos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício? dias _____por SEMANA ( ) Nenhum
1b. Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total você gastou caminhando por dia?
horas: ______ Minutos: _____
2a. Em quantos dias da última semana, você realizou atividades MODERADAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim como varrer, aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar moderadamente sua respiração ou batimentos do coração (POR FAVOR NÃO INCLUA CAMINHADA)
dias _____por SEMANA ( ) Nenhum
2b. Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10minutos contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia?
horas: ______ Minutos: _____
3ª. Em quantos dias da última semana, você realizou atividades VIGOROSAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados em casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua respiração ou batimentos do coração.
dias _____por SEMANA ( ) Nenhum
3b. Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10minutos contínuos quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia?
horas: ______ Minutos: _____
Estas últimas questões são sobre o tempo que você permanece sentado todo dia, no trabalho, na escola ou faculdade, em casa e durante seu tempo livre. Isto inclui o tempo sentado estudando, sentado enquanto descansa, fazendo lição de casa visitando um amigo, lendo, sentado ou deitado assistindo TV. Não inclua o tempo gasto sentando-se durante o transporte em ônibus, trem, metrô ou carro.
4a. Quanto tempo no total você gasta sentado durante um dia de semana?
______horas ____minutos
4b. Quanto tempo no total você gasta sentado durante em um dia de final de semana?
______horas ____minutos
PERGUNTA SOMENTE PARA O ESTADO DE SÃO PAULO
5. Você já ouviu falar do Programa Agita São Paulo? ( ) Sim ( ) Não
6.. Você sabe o objetivo do Programa? ( ) Sim ( ) Não
CENTRO COORDENADOR DO IPAQ NO BRASIL– CELAFISCSINFORMAÇÕES ANÁLISE, CLASSIFICAÇÃO E COMPARAÇÃO DE RESULTADOS NO BRASIL
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CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, SAÚDE E SUSTENTABILIDADE – EXPERIÊNCIA ACADÊMICA
RESUMO
Este artigo é produto de um projeto de pesquisa que visou implantar a modalidade esportiva de rede BADMINTON, nas aulas de Educação Física Escolar como uma alternativa ao futebol, handebol, basquete e vôlei que dominam o cenário dos esportes oferecidos e praticados nas escolas. Esta produção é um fragmento do projeto BADMINTON, ATLETISMO, TÊNIS DE MESA, RUGBY E FLAG FOOTBALL: NOVAS MODALIDADES ESPORTIVAS VIÁVEIS NO ESPAÇO ESCOLA, aprovado pelo CEP-UEA com o Parecer: 5.608.528. Foi aplicado por meio de pesquisa-ação, experimental (GIL, 2007), que utilizou o ensino da aprendizagem e implantação de novas modalidades esportivas e metodologias esportivas envolvendo alunos do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio que frequentam regularmente às aulas de Educação Física, os quais, segundo Gallahue; Ozmun (2005) se encontram na 4ª fase da aprendizagem motora; caracterizada por um período em que as habilidades estabilizadoras, locomotoras e manipulativas fundamentais são progressivamente refinadas, combinadas e elaboradas para o uso em situações crescentemente exigentes. Foram ensinados aos alunos, a modalidade esportiva de rede, seus fundamentos e regras, assim como serão incentivados o “fair play” abrangendo também o bom relacionamento entre os companheiros e adversários; além do comportamento, atuando na forma de pensar. Os instrumentos de coleta de dados foram: observação participante, questionários e entrevistas semiestruturadas, torneios (eliminatórias simples) e campeonato (sistema de rodízio).
Palavras chaves: Escola, Educação Física e Badminton.
INTRODUÇÃO
Este projeto de extensão foi uma iniciativa do Laboratório de Pesquisas e Estudos em Motricidade Humana – LPEMH- UEA, visou apresentar e estudar a implantação da modalidade BADMINTON, através da vivência prática nas aulas de Educação Física presentes neste projeto integrador que oferece as condições para que haja uma avaliação das competências estudadas pelos estudantes no transcorrer do curso de graduação com a tradicional hegemonia dos esportes vivenciados nas aulas foi possível vivenciar o badminton. O método científico aplicado que foi de abordagem dedutiva, que no estudo foi conhecer, interpretar e intervir na realidade, tendo como diretriz, apresentar novas modalidades esportivas, supracitadas às aulas de Educação Física Escolar, com regras e ações adequadas à constituição do conhecimento.
Foi uma ação extensiva, de intervenção participante, caracterizando-se pelo envolvimento e identificação do acadêmico-extensionista com os alunos, professores da Escola EETI, com abordagem qualitativa. Quanto à natureza, este projeto foi aplicado e gerou conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução em romper o “quarteto fantástico” composto pelos seguintes esportes coletivos: futebol, handebol, basquete e o vôlei que dominam a cena das aulas de Educação Física. Houve um cunho exploratório quanto aos seus objetivos, quanto aos procedimentos experimentais (GIL, 2007), consistindo em determinar como objetos de estudo, o BADMINTON, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-los, definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz nos objetos. Onde foi aplicado em campo escolar (onde foram criadas as condições de manipulação dos alunos nas escolas e em pequenos grupos).
A realização deste projeto de extensão possibilitou ampliar o repertório motor e cognitivo do acadêmico por meio do estudo, conhecimento e aplicação de diferente modalidade esportiva de rede adaptando-as aos espaços e à realidade de cada escola. Para a escola, este projeto renovou a dinâmica das aulas, fazendo com que os alunos e professores reconheçam a existência de diversas modalidades esportivas e que podem ser vivenciadas no âmbito escolar.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
As estratégias de ação envolveram ensinar aos alunos, por membros da equipe e estudantes participantes do grupo de pesquisa, do Laboratório de Pesquisas e Estudos em Motricidade Humana – LPEMH- UEA, as modalidades esportivas em tela, seus fundamentos e regras, assim como foram incentivados o “fair play” não restrito ao respeito às regras, abrangendo também o bom relacionamento entre os companheiros e adversários; além do comportamento, atuando na forma de pensar.
As etapas do desenvolvimento seguiram adaptações aos horários das aulas de Educação Física da Escola de tempo integral EETI Maria Iazabel Desterro e Silva e à aprovação dos professores em aceitar a intervenção dessa nova modalidade esportiva, em seus planejamentos.
Essas estratégias tiveram sua eficiência avaliada através dos seguintes instrumentos de coleta de dados: a observação participante (realizada durante cada aula, registrada em caderno e em vídeos) questionários e entrevistas semiestruturadas (aplicados no início, durante e na finalização do Projeto), torneios, que foram disputados em sistemas de eliminatórias simples e campeonato onde todas as equipes se
enfrentaram num sistema de rodízio (realizados durante e ao final do Projeto). Os resultados foram registrados em súmulas, documentos descritivos sobre o resultado, envolvidos, condições e ocorrências de uma partida desportiva.
Visou ampliar a compreensão da nova situação, foi elaborado um questionário, no qual utilizaram-se os construtos Envolvimento do Professor, Envolvimento do Estudante, Interação Estudante-Professor, Demandas das modalidades esportivas e Organização das atividades do Projeto, no modelo de equações estruturais de Paswan e Young (2002). A esse modelo foi acrescentada a variável Satisfação Geral, a fim de verificar se a satisfação dos estudantes em relação ao Projeto pode ser explicada pelos construtos.
O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário composto de 41 questões, aplicado aos alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio. O modelo de equações estruturais foi alterado procurando-se adequá-lo às demandas do Projeto. Os resultados do modelo de mensuração demonstraram a validade dos construtos Envolvimento do Professor, Interesse do Aluno, Interação Professor-aluno e Organização e desenvolvimento do Projeto. O modelo estrutural testou as cinco hipóteses. O modelo sofreu uma adaptação para a atender os objetivos da pesquisa e para mensurar a Satisfação Geral dos alunos participantes do Projeto, comprovando que o envolvimento do Professor e o Interesse do aluno influenciaram positivamente a Satisfação Geral do aluno em relação ao Projeto aplicado.
Esses dados quantitativos serão submetidos à análise estatística descritiva e estatística inferencial para descrever e fazer inferências sobre a população estudada e as modalidades esportivas realizadas e as análises serão feitas pelo programa SPSS (Statistical Package for the Social Science) 2020.
A análise de dados qualitativos oriundos da observação participante, questionários e entrevistas semiestruturadas utilizou-se a análise de conteúdo de Bardin (2011) e a escala de Likert (5 pontos) para a quantificação de dados qualitativos, tais como a quantificação das respostas dadas por entrevistados. Os resultados, após a realização das análises qualitativas e quantitativas, permitiram inferir sobre proceder aos mesmos passos para a nova situação prática. Sendo assim, na realização deste trabalho utilizando-se a metodologia de pesquisa-ação, ocorreu transformações de sentido, ressignificações das modalidades esportivas, sobre a nossa prática docente, como fazemos ou pensamos, sendo de grande importância que haja tempo e espaço para que cada elemento envolvido no processo (acadêmicos, alunos, professores e a Escola) que entenderam e absorveram as mudanças que se operam e compreenderam a reflexão como prática cotidiana, pois a realidade transforma-se continuamente (FRANCO, 2005).
Durante agosto de 2022 a julho de 2023 foi proporcionado aos alunos a experiência do BADMINTON, seus fundamentos e regras, e pudemos constatar a importância da inserção de novas modalidades no contexto das aulas de fundamentos Educação Física.
CONCLUSÃO
Obtivemos um bom resultados com a modalidade aqui explanada, uma vez que a maioria dos alunos já tiveram experiências com jogos e brincadeiras; não exige espaço grande ou matérias sofisticados para a prática da modalidade, as dificuldades variam com a complexidade das regras, ou seja, desde pequeno pode-se jogar esta modalidade com poucas regras ou chegar aos jogos de altíssimo nível de complexidade; pode ser praticados em qualquer faixa etária e por ambos os sexos ao mesmo tempo; são na maioria das vezes divertido e prazeroso para os seus participantes; e aprende-se o jogo pelo modo global ou por partes.
E bom deixar claro que, apesar da facilidade de aplicação, não podemos deixar de lado os objetivos que pretendemos alcançar com prática do BADMINTON, portanto ao mesmo tempo que proporcionamos aos alunos o prazer em jogar, possuímos objetivos educacionais, ao tentar garantir a aprendizagem dos conteúdos e nas dimensões conceituais e atitudinais.
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CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, SAÚDE E SUSTENTABILIDADE – EXPERIÊNCIA ACADÊMICA
Zilma Queiroz Nattrodt zqn.med22@uea.edu.br
Professor Doutor João Marcelo Lima jmlima@uea.edu.br
Paula Estefany Batista Silva pebs.enf23@uea.edu.br
Gabriel Cursino Calheiros e Oliveira ggco.med22@uea.edu.br
RESUMO
A Amazônia possui uma diversidade exuberante e vasta, com características desejáveis para aspectos múltiplos. Sob esse prisma, os microrganismos endofíticos e epifíticos possuem um grande potencial a ser explorado, visto que, ao serem associados a diferentes espécies de vegetais, podem gerar diversas enzimas de interesse comercial. Dentre elas, as de importância industrial produzidas por fungos, serão abordadas pelo presente artigo a lacase, a pectinase, a amilase, a protease e a celulase. O objetivo do estudo é identificar a produção de diferentes enzimas de interesse comercial, por fungos endofíticos associados a plantas aquáticas do Rio Negro. A metodologia empregada possuirá base na avaliação de atividades enzimáticas, em que cada proteína possuirá sua análise e, assim, far-se-á uma análise estatística por meio do Software SPADN/WINSPADN versão 3.5. Os resultados esperados são a produção enzimática ótima por cada fungo, além da aprendizagem de diferentes métodos de ensaios enzimáticos.
The Amazon has an exuberant and vast diversity, with desirable characteristics for multiple aspects. From this perspective, endophytic and epiphytic microorganisms have great potential to be explored, since, when associated with different plant species, they can generate several enzymes of commercial interest. Among them, those of industrial importance produced by fungi, laccase, pectinase, amylase, protease and cellulase will be covered in this article. The objective of the study is to identify the production of different enzymes of commercial interest, by endophytic fungi associated with aquatic plants of the Rio Negro. The methodology used will be based on the evaluation of enzymatic activities, in which each protein will have its analysis and, thus, a statistical analysis will be carried out using the SPADN/WINSPADN Software version 3.5. The expected results are the optimal enzyme production by each fungus, in addition to learning different enzyme assay methods.
O Brasil se destaca em biodiversidade, tendo um vasto campo a ser explorado na busca de micro-organismos. Esses seres podem apresentar as características desejadas para diferentes aplicações em espectros múltiplos. Desse modo, pode-se destacar a produção de enzimas no contexto canarinho.
A floresta tropical e a maior bacia hidrográfica do mundo, com 6,7 milhões e 6,9 milhões de quilômetros quadrados, respectivamente, estão situados na vasta Região Amazônica. A biodiversidade da Amazônia está distribuída em diferentes ambientes representados pela Floresta de Terras Altas, Savana, Floresta Igapó e Planícies de Enchimento, tornando o Brasil um dos países com maior biodiversidade do planeta (PEREIRA et al. , 2017).
Nesse contexto, os micro-organismos endofíticos, aqueles que habitam pelo menos um período do seu ciclo de vida no interior de um vegetal, e os epifíticos que vivem na superfície das plantas, ambos ainda pouco explorados na Amazônia, têm muito a contribuir (ARAÚJO et al. , 2010; WENZEL et al. ,2013; AZEVEDO e QUECINE, 2017). Esses micro-organismos associados a diferentes espécies de vegetais, incluindo as macrófitas, podem gerar, em condições otimizadas, diferentes enzimas de interesse comercial. Dentre as enzimas de importância industrial, produzidas por fungos, serão abordadas neste estudo a lacase, pectinase, amilase, protease e celulase.
A lacase é de extrema importância na área biotecnológica, pois são enzimas responsáveis pela quebra da lignina e de polímeros complexos de efluentes industriais e hidrocarbonetos do petróleo. Micro-organismos que produzem enzimas dessa natureza podem ser facilmente empregados em processos de descontaminação desses ambientes poluídos (ALMEIDA et al. ,2017). Nesse sentido, Pacheco; Soares (2014) utilizaram lacase produzida por Aspergillus niger para a biodegradação de efluentes da indústria papeleira, obtendo ótimos resultados na degradação de compostos fenólicos. Recentemente, Souza et al. (2016) utilizaram a enzimas lacase proveniente de Megasporoporia sp. e Sordariales sp. isolados de sedimentos contaminados por hidrocarbonetos na Amazônia para serem utilizados na degradação de HPAs.
As pectinases são enzimas hidrolíticas, utilizadas na indústria de bebidas na clarificação de sucos de frutas e vinhos. Nesse viés, a utilização industrial dessa classe de enzimas cresce continuamente. Andrade et al. , (2011) descreveram a produção de poligalacturonase da mesma família das pectinases por Bacillus sp. por meio de fermentação submersa. Lima et al. (2017 e 2021) mostraram que linhagens de Penicillium griseoroseum, isolados de plantas na cidade de Viçosa (MG) foram utilizadas na produção de pectinases. Ademais, os autores relatam, ainda, que essas enzimas são importantes no processo industrial, pois podem ser utilizadas na degradação de polissacarídeos, sendo que as pectinases são as únicas capazes de degradar a pectina, altamente, esterificada sem a prévia ação de outras enzimas.
As amilases são enzimas de amplo espectro na indústria de aditivos, detergentes, e alimentos. Freitas et al., (2014), ante esse prisma, Almeida et al. (2017) descrevem que os fungos Aspergillus brasiliensis e Rhizopus oryzae endofíticos isolados de material em decomposição na Mata Atlântica, mostraram-se bons produtores de amilase.
As proteases são enzimas. que além da importância fisiológica, são utilizadas no processo industrial, principalmente, na área de alimentação e na produção de detergentes (TREMACOIDI, 2009). Orllandele et al., (2012) relatam que essa enzima pode ser obtida industrialmente de Aspergillus melleus. Buenno et al. (2009) identificaram proteases (caseinases e gelatinase) produzidas por Fusarium solani sp. um endofítico isolado das folhas do Passiflora sp. (maracujazeiro).
As celulases são enzimas, extremamente, importantes no processo de sacarificação e já são, amplamente, utilizadas no processo de produção de álcool de segunda geração. Neste contexto, Tescher et al. (2016) utilizaram o fungo endofítico Botryosphaeria sp. para a produção de celulase para diferentes usos na indústria.
METODOLOGIA
A metodologia empregada neste projeto deu-se a partir da avaliação de atividades de cada enzima.
AVALIAÇÃO DE ATIVIDADE DA LACASE
Para esta análise, adicionar-se-á 20 g de ágar acrescido de 0,5% (p/v) de ácido gálico, 15 g de extrato de malte e 1 g de peptona em 1 L de água destilada. O ácido gálico foi homogeneizado em 125 mL de água destilada e autoclavado. Os demais reagentes serão solubilizados a pH 7 e autoclavados. O meio será vertido em placas de Petri e posteriormente inoculado com culturas jovens e incubados a 25 °C por cinco dias no escuro. A atividade da enzima lacase será detectada pela formação de um halo marrom ao redor das colônias (SANTOS, 2007).
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA AMILASE
O cultivo em placas de Petri, contendo meio mínimo, o qual a glicose substituída por amido e pH 6,8. As colônias serão incubadas a 25 °C sob uma foto período de 12 h. Após cinco dias de cultivo, serão aplicados em cada placa 2 mL de solução lugol sobre a superfície do meio de cultura. Após 10 minutos, a solução lugol será descartado e será avaliado o halo de degradação, oriundo da atividade amilolítica, caracterizado pela formação de um halo claro circundado, por uma zona azulada ao redor da colônia (PEREIRA, 2009).
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DE CELULASE
A atividade da celulase será observada, a partir do cultivo em placas de Petri, contendo ágar carboximetilcelulose. As colônias serão incubadas por cinco dias a 25 °C, no escuro e, em seguida, submetidas a choque térmico, por 16h a 50 °C. Após esse período, será adicionado 10 mL de solução corante de vermelho congo em cada placa. Após 30 minutos, a solução será descartada e as culturas serão lavadas com 5 mL de solução de NaCl 0,5 M neste mesmo tampão, visando revelar o halo claro e estreito de degradação da celulose ao redor da colônia (PEREIRA, 2009).
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA PROTEINASE
Os isolados serão cultivados em placas de Petri contendo meio solidificado específico com pH 6. A gelatina será autoclavada, separadamente, e mistu-
rada ao meio antes de vertê-lo. As colônias serão incubadas por 48 h a 25 °C, no escuro. Após este período, o halo, caracterizado por uma região amarelada ao redor da colônia contrastando com o revelador vermelho de metila (2%) utilizado (HANKIN; ANAGNOSTAKIS, 1975).
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DE PECTINASE
Os isolados fúngicos serão cultivados em meio de cultura Czapeck ágar com pH 6,8. A pectina cítrica será dissolvida em 100 mL de água destilada, separadamente, do meio de cultura e será acrescentada, após autoclavagem do meio, com o mesmo ainda quente. As colônias serão incubadas, por cinco dias a 25 °C, no escuro. Após esse período, o halo de degradação formado por uma região translúcida ao redor da colônia, será revelado com aplicação de vermelho de metila (2%). Para a avaliação dos halos de produção enzimática revelados, foi utilizada a fórmula a seguir: Atividade enzimática (I)=(Diâmetro do halo (mm))/(Diâmetro da colônia (mm)).
ANÁLISE ESTATÍSTICA
O emprego dos procedimentos multivariados (Análise de Componentes Principais (ACP) e Análise de agrupamentos – AA) permitirão avaliar o conjunto de amostras de fungos filamentosos, nos quais são conhecidos os valores de características quantitativas (enzimas). A ACP é útil para obtenção de um insight sobre os padrões de associação entre as variáveis, analisando cada coluna da tabela dos componentes principais é possível definir cada componente, de acordo com as variáveis as quais estão fortemente associadas (LATTIN et al., 2011). Essa análise em outros termos tem o seguinte entendimento: a ordem decrescente de importância, a máxima variância, ou seja, a primeira componente principal exibe as mais fortes correlações com eixo 1, a segunda componente principal exibe menor variância do que a primeira variância máxima e não sendo correlacionada com eixo 1 e assim por diante (MOITA; NETO 1998; JOHNSON, 2000). Posteriormente será realizada a Análise de Agrupamento (AA) onde será possível agrupar as atividades enzimáticas por similaridade e dissimilaridade. A suposição básica de sua interpretação é esta: quanto menor a distância entre os pontos, maior a semelhança entre as amostras (JOHNSON, 2000). As estatísticas serão realizadas por meio do Software SPADN/WINSPADN versão 3.5.
RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se que os diferentes fungos avaliados possam mostrar uma ótima produção enzimática a partir dos halos enzimáticos e quantificados por meio de análise multivariada.
Além disso, é estimado que haja aprendizagem sobre os diferentes métodos de ensaios enzimáticos e seus diferentes empregos na indústria e na saúde. Outrossim, que os melhores fungos possam ser selecionados identificados a nível de espécie, e compor o acervo da micoteca do INPA, UFAM e FIOCRUZ.
Portanto, espera-se, também, que haja a produção de artigo científico, no mínimo Qualis B1, com os resultados alcançados.
CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÃO FINAL
Espera-se que, com as análises das diversas enzimas empregadas neste estudo, as atividades industriais, farmacêuticas e terapêuticas consigam avançar em suas capacidades, melhorando, desta forma, o entendimento e o limite da utilização dos fungos em escala industrial. Em um contexto nacional, espera-se que esse estudo complemente a literatura já produzida sobre a grande diversidade encontrada no Brasil, de forma a promover mais pesquisas nesse campo, podendo utilizar o potencial biológico que ainda não foi totalmente explorado.
REFERÊNCIAS
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CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, SAÚDE E SUSTENTABILIDADE – EXPERIÊNCIA ACADÊMICA
Lilian Regiani Merini merinililian@ufam.edu.br
Silvania da Conceição Furtado silvaniafurtado@ufam.edu.br
Lydia Aguiar Delmond lydiadelmond@gmail.com
Hellen do Carmo Franco Fernandes hellenfrancofernandes@gmail.com
Matheus de Assis Furtado e Silva matheusdeassis7@gmail.com
Alessandra Alves da Silva Magalhães alealvesmaga@ufam.edu.br
RESUMO
A dor lombar crônica inespecífica (DLCi) é definida como dor e/ou desconforto entre os rebordos costais e as dobras glúteas, com ou sem dor nos membros inferiores, que duram por mais de 12 semanas. É considerado um problema de saúde pública com prevalência pontual em torno de 80% ao longo da vida. Por se tratar de uma dor limitante e disfuncional, muitas pessoas acabam se abstendo do trabalho e de suas atividades cotidianas, podendo, até mesmo, levar a desajustes psicológicos. Diante disso, a busca por medidas que objetivem em uma melhor qualidade de vida às pessoas que sofrem de dor lombar crônica inespecífica possui grande relevância para o meio científico, bem como para a sociedade em geral. O objetivo deste estudo foi identificar o impacto causado pela DLCi em adultos brasileiros. Trata-se de um estudo secundário, retrospectivo, descritivo com desenho metodológico de uma revisão integrativa de estudos e/ou registros governamentais que evidenciem casos de DLCi em adultos brasileiros, suas causas e consequências. Concluiu-se que há uma escassez de estudos de avaliação do impacto da lombalgia na vida das pessoas em idade produtiva no Brasil, sendo necessários mais estudos primários a fim de subsidiar maiores investimentos em prevenção dessa doença incapacitante. A DLCi onera os cofres públicos e prejudica as finanças do setor privado de forma significativa porque diminui a disponibilidade de profissionais de diversas áreas. Portanto, é preciso maior conscientização dos trabalhadores sobre as causas, sintomas e consequências da DLCi, assim como incentivo a implementação de estratégias de prevenção e medidas de tratamento, visando reabilitar os trabalhadores mais expostos aos fatores de risco.
Palavras-chave: dor lombar; incapacidade física; absenteísmo
ABSTRACT
Chronic low back pain (CLBP) is defined as pain and/or discomfort between the costal margins and the gluteal folds, with or without pain in the lower limbs, lasting for more than 12 weeks. It is considered a public health problem with a point prevalence of around 80% throughout life.. Because it is a limiting and dysfunctional pain, many people end up abstaining from work and their daily activities, and may even lead to psychological maladjustments. In view of this, the search for measures that aim at a better quality of life for
people who suffer from chronic nonspecific low back pain is of great relevance for the scientific community, as well as for society in general. The aim of this study was to identify the impact caused by nonspecific chronic low back pain in Brazilian adults. This is a secondary, retrospective, descriptive study with the methodological design of an integrative review of studies and/or government records that show cases of chronic nonspecific low back pain in Brazilian adults, their causes and consequences. It was concluded that there is a shortage of studies assessing the impact of low back pain on the lives of people of working age in Brazil, and more primary studies are needed in order to support greater investments in the prevention of this disabling disease. Chronic low back pain burdens public coffers and significantly harms the finances of the private sector, as it reduces the availability of professionals from different areas. Therefore, greater awareness among workers about the causes, symptoms and consequences of chronic low back pain is needed, as well as encouraging the implementation of prevention strategies and treatment measures, aiming to rehabilitate workers who are more exposed to risk factors.
Keywords: lower back pain; physical disability; absenteeism.
INTRODUÇÃO
A dor lombar crônica inespecífica (DLCi) é apontada como uma das queixas mais frequentes em pacientes com acometimentos do sistema musculoesquelético, além de ser a principal causa mundial de anos de vida vividos com deficiência (Pinheiro, et al., 2011). A coluna lombar é um componente do complexo lombo-pélvico, representando o “centro de gravidade”. Nessa região, ocorre a transmissão da carga do corpo e se inicia a maioria dos movimentos, sendo, por isso, considerada como uma potencial fonte de dor. Na maioria dos casos não é possível obter a causa nociceptiva específica da dor lombar crônica inespecífica (DLCi) e, portanto, é classificada como inespecífica, ou seja, dor não causada por uma doença específica, como uma infecção, fratura, tumor ou inflamação (Bréa-Goméz, et al., 2021).
Existem muitas maneiras de tratar a DLCi, como medicações, fisioterapia e intervenções cirúrgicas. Além disso, o exercício físico que trabalhe coordenação, resistência e fortalecimento muscular, associados à terapia, tem eficácia comprovada no controle da dor e funcionalidade dos movimentos (Krainer, et al.,2020).
Porém, em muitos casos, há a incapacidade de realizar essas atividades devido à dor limitante, o que pode levar a alternativas mais dispendiosas. A ausência de especificidade causal da DLCi dificulta a evolução clínica do paciente, resultando em limitações diagnósticas e tratamentos de baixa acurácia que, em conjunto, levam a um pior prognóstico e piora da qualidade de vida (George, et al., 2021).
A DLCi traz impactos em amplo espectro, que ultrapassam o cenário de saúde pública, afetando, inclusive a situação socioeconômica do Brasil e do mundo. Estudos demonstraram que a DCLi é a principal causa de abstenção trabalhista e de uso excessivo dos serviços de atendimento terapêuticos (Bréa-Goméz, et al., 2021). Assim, a DLCi afeta o físico, psicológico e social, e por essas razões, torna-se imprescindível estabelecer os prejuízos socioeconômicos causados por esta doença de alta prevalência e incidência (Magalhães, et al., 2012). O objetivo deste estudo foi identificar o impacto causado pela DLCi em adultos brasileiros e, também, investigar a prevalência e as implicações econômicas para os serviços de saúde.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo secundário, retrospectivo, descritivo com desenhometodológico de uma revisão integrativa de estudos e/ou registros governamentais que evidenciem casos de DLCi em adultos brasileiros, suas causas e consequências. A coleta de dados foi realizada nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2022, norteada pela indagação: Qual o impacto da DLCi para pacientes, provedores de saúde e formadores de políticas públicas?
Foi realizada uma busca sistemática em bases de dados eletrônicas: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE/PUBMED), Portal Regional da BVS.
Além dos bancos de dados descritos, também foram utilizados artigos identificados nas listas de referência de outras revisões ou estudos originais relacionados ao tópico; além de endereços eletrônicos de base governamental e domínio público. Para a seleção dos artigos, utilizou-se uma combinação dos seguintes termos: lombalgia crônica, absenteísmo e seus sinônimos, combinados entre si pelos operadores booleanos “AND” e “OR”. Foram utilizados recursos adicionais de acordo com a disponibilidade do banco de dados [por exemplo, Descritores em Ciências da Saúde/DeCS] para amplificar a pesquisa. As estratégias de busca foram realizadas através da combinação dos descritores na língua portuguesa.
Os critérios de inclusão foram artigos originais dos últimos 20 anos (a partir de 2003), que avaliassem ou descrevessem casos de DLCi na população adulta brasileira, sem restrição de idioma. Foram excluídos da revisão os artigos que não apresentaram no título a combinação de pelo menos dois dos descritores utilizados na busca; Artigos do tipo revisão narrativa, dissertações, teses capítulos de livros também não foram incluídos.
Para aumentar o rigor metodológico da avaliação da qualidade e diminuir a probabilidade de viés individual, a extração de dados foi executada por dois revisores independentes que organizaram os dados em uma planilha e, para cada critério e artigo, os resultados foram comparados para identificar discrepâncias de avaliação entre os pesquisadores. Os estudos desconformes foram discutidos entre os pesquisadores participantes, e o estudo foi reavaliado com a intenção de chegar a um consenso. O método propôs a execução em três etapas:
Figura 1: Fases e etapas do estudo
Fonte: Modificado de: De Almeida Falbo, (2018).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Atenderam integralmente aos critérios de inclusão, sendo excluidos 867. Além disso, foi adicionado um artigo através de uma busca manual, compondo, assim, 4 artigos para análise. Foram realizadas buscas preliminares para identificar os estudos existentes, a fim de avaliar o volume de estudos potencialmente relevantes. Em seguida, realizaram-se os testes de busca, usando várias combinações dos termos de busca derivados da questão de pesquisa. A partir disso, se construiu uma estratégia de busca que foi testada nas bases PubMed e BVS.
Posteriormente, ficou definida a estratégia usada para busca de artigos em cada base, levando-se em consideração àquela que obteve maior número de artigos. Foi obtido um total de 1101 artigos das seguintes bases: PubMed (466) e BVS (635). Os resultados encontrados foram transformados em arquivo RIS para serem importados para a ferramenta Rayyan (https://www. rayyan.ai/). Após a importação, foram removidas 231 duplicatas, seguindo com 870 artigos. Desse total, apenas 3 estudos atenderam integralmente aos critérios de inclusão, sendo excluídos 867. Além disso, foi adicionado um artigo através de uma busca manual, compondo, assim, 4 artigos para análise qualitativa.
A extração dos dados e a estratégia de síntese foram executadas através de um formulário de extração de dados no Excel. As informações que compuseram o formulário foram: nome dos autores, ano de publicação, tipo de estudo, amostra (número de indivíduos), prevalência, tipo de trabalho, medida de resultado/ferramenta de avaliação (absenteísmo, presenteísmo) e os resultados. Contudo, alguns estudos não especificaram a amostra e a prevalência.
A prevalência da DLCi em adultos brasileiros foi alvo de 4 estudos elencados nesta pesquisa, sendo que no artigo de Neto et al. (2013) os autores analisaram a prevalência, repercussões laborativas e custo indireto da DLCi através de um levantamento retrospectivo de dados. Foram levantados dados dos registros da Junta Médica de Saúde (JMS) da Polícia Militar da Bahia (PM-BA), que é responsável pela perícia para admissão ao serviço e análise de restrições ou afastamentos prolongados por motivos relacionados ou não ao serviço no período de 1 ano. Dos 1633 militares com patologias relacionadas ao sistema musculoesquelético, a dorsalgia representou 49% dos casos. Em relação aos militares em serviço ativo 2,6% (806) foram afastados das atividades no período analisado.
No trabalho de Zanatelli et al. (2021) foi realizado um estudo transversal de prevalência, com coleta prospectiva de dados. Foram levantados dados dos trabalhadores do Porto de Santos submetidos a exames periódicos no Departamento de Medicina do Trabalho do Instituto de Análises Clínicas de Santos. O Roland Morris Disability Questionnaire (RMDQ) foi utilizado para obter informações sobre limitações ou incapacidades causadas por dores nas costas, em que o participante deveria assinalar das 24 afirmativas as que melhor representassem seu estado de dor e limitação funcional. Quanto maior a pontuação, pior a capacidade funcional. O Short Form Health Survey (SF-36) de 36 itens avaliou as percepções de saúde dos respondentes e o desempenho de suas atividades. Os dados foram coletados no período de junho a novembro de 2018, dos trabalhadores que estavam empregados no Porto há 1 ano. 82 pessoas foram entrevistadas, sendo que a dor lombar foi relatada por 17,1% dos trabalhadores, que irradiava para os membros inferiores, com intensificação aos esforços físicos do trabalho, má postura e movimentos repetitivos e com melhora dos sintomas em 45,1% ao diminuir a sobrecarga, além do uso de analgésicos terem influenciado positivamente.
No artigo de Cezar-vaz et al. (2018) foi realizado um estudo transversal com estivadores do Estado do Rio Grande do Sul. Foi aplicado um questionário no local de trabalho dos participantes de modo a abranger todos os turnos. O questionário abordou variáveis sociodemográficas, variáveis referentes ao uso de drogas lícitas e ilícitas, variáveis ocupacionais e variáveis referentes à dorsalgia e lombalgia e queixas de dor, cãibras e dormência em regiões anatômicas como pescoço, parte superior das costas, parte média das costas e parte inferior das costas, utilizando uma escala numérica de 0 a 10 para identificar o nível de desconforto. Foi utilizada a Classificação Internacional de Doenças CID-10, para classificar a dorsalgia e a dor lombar. O questionário NASA-TLX (National Aeronautics and Space Administration Task Load Index) também foi utilizado para avaliar a carga horária de trabalho. Obteve-se um mínimo de 231 sujeitos, de um total de 579. A amostra foi composta por 232 homens, sendo que o tempo de trabalho na função foi alto, com média de 24,3 anos (±11,4) e a jornada de trabalho foi de 7,2 h (±2,4) em média.
Por fim, no estudo de Carregaro et al. (2020), os autores pesquisaram o custo da doença com desenho baseado em prevalência, em uma abordagem de cima para baixo, ou seja, método baseado na população em que os bancos de dados nacionais de saúde são consultados. Foram utilizadas informações oficiais do governo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para estimar as despesas de utilização de saúde associadas à dor lombar, foram extraídos dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH; atendimento hospitalar) e do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA; atendimento ambulatorial) do Ministério da Saúde. Para estimar as perdas de produtividade, foram utilizados dados do Ministério da Previdência Social (INSS), que incluíram informações sobre o tempo de afastamento do trabalho por incapacidade e informações associadas. Foi analisado durante período de 2012 a 2016, incluindo adultos maiores de 19 anos. O desenho metodológico e variáveis analisadas nos artigos analisados estão descritos na Tabela 2.
Tabela 2 –Descrição do Local, ano e desenho metodológico dos estudos incluídos
Problemas de coluna constituem em 25% de todas as incapacidades por lesão ocupacional e chegam a causar uma perda de 1.400 dias de trabalhadores em cada ano nos Estados Unidos. No Brasil, as doenças da coluna são a primeira causa de pagamento de auxílio-doença e a terceira causa de aposentadoria por invalidez (Carregaro, et al., 2020). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a dor lombar aguda pode ser experimentada por até 90% das pessoas antes dos 25 anos de idade (WHO, 2023). O risco de recorrência em um ano é de 60%. Para dor lombar crônica, a prevalência na população geral é de 10%, afetando principalmente aqueles entre 45 e 50 anos de idade (Zanattelimm, et al., 2020).
De acordo com Carregaro et al. (2020), entre os anos de 2012 a 2016, US$ 2,2 bilhões foram gastos com DLCi, tendo a maior parcela gasta em perdas de produtividade. Além disso, os homens apresentaram mais absenteísmo de trabalho em comparação com as mulheres. Observou-se também que o trabalho rural esteve associado à maior absenteísmo e atividades industriais com menor absenteísmo, embora transportes e atividades comerciais apresentassem os maiores custos de perda de produtividade. O aumento da idade foi significativamente associado com maior absenteísmo e maiores custos de perda de produtividade.
Ademais, de acordo com o estudo sobre o impacto da DLCi nos policiais militares, foi observado um gasto, apenas com pagamento de salários de policiais afastados, de R$ 1.500.000,00 ao ano, sem considerar os custos diretos (medicamentos, consultas, internações). Observa-se, portanto, que a DLCi onera os cofres públicos estaduais de maneira significativa (Neto et al., 2013).
A média de dias de afastamento do trabalho foi em torno de 80 a 100 dias em cada ano investigado, e os custos totais relacionados com ausências ao trabalho rondaram os 59 milhões de dias. Concluiu-se que mais de 80 dias de afastamento é alto e impactante para produtividade no trabalho e qualidade de vida. Fatores de risco ocupacionais, como carga horária excessiva, necessidade de repouso e percepção de saúde ruim foram associados a uma maior ausência de trabalho em profissionais (Carregaro et al., 2020).
Os resultados desta revisão integrativa apontaram uma escassez de estudos de avaliação do impacto da DCLi em adultos brasileiros. Dentre os artigos elegidos para análise, apenas o estudo de Carregaro et al. (2020) contemplou com maior vigor o impacto da dor lombar crônica, abordando os questionamentos dispostos na presente pesquisa. Neste artigo, embora os autores não tenham especificado a população e seu meio empregatício como nos outros
estudos, fizeram uma análise mais completa de como essa situação tem alta recorrência e como isso reflete significativamente em outros âmbitos sociais. O artigo buscou dados do IBGE, contendo a população de cada faixa etária; em base de dados nacionais, sendo as despesas estimadas através de dados extraídos do Sistema de Informação Hospitalar do Ministério da Saúde e do Sistema de Informação Ambulatorial. As perdas de produtividade foram obtidas pelos dados do Ministério da Previdência Social. Os resultados apontaram de forma numérica o impacto da DLCi bem como sua complexidade. Por conseguinte, contribui para alertar sobre a importância de se estudar sobre os meios de prevenção, a fim de evitar a ocorrência desses desgastes.
Embora existam estratégias eficazes de vigilância em saúde no Brasil para monitorar a prevalência e incidência de distúrbios crônicos, como DLCi, há necessidade de melhora dos serviços e políticas de saúde para lidar com essa carga crescente de doenças (Carregaro et al., 2020). Portanto, esta revisão integrativa da literatura demonstra que a DLCi deve ser considerada uma prioridade de saúde e pesquisa no Brasil, embora seja um desafio garantir a alocação racional e estratégica dos recursos de acordo com as prioridades de cada estado e região. Sugere-se o emprego de protocolos e diretrizes clínicas no diagnóstico da DLCi a fim de garantir a sustentabilidade do sistema de saúde pública, bem como a Seguradora Nacional.
Os demais estudos elegíveis fizeram uma análise através de um levantamento de dados e informações dentro de uma perspectiva específica. Apesar de ser válido analisar as implicações dentro de profissões e atividades distintas, não houve um enfoque com maior veemência nas repercussões que a DLCi tem, dentro de um aspecto social e econômico, para pacientes, provedores de saúde e formadores de políticas públicas.
A partir dos artigos analisados, nota-se que a avaliação de impacto é feita observando as influências que vão além da individualidade do paciente, interferindo em todo um complexo organizacional. A incapacidade relacionada à DLCi é um fenômeno complexo e multifatorial, associado a elevados custos sociais e de saúde (Salvetti et al., 2012).
A literatura tem mostrado que a incapacidade pode ser parcialmente explicada por fatores não relacionados à doença em si. Fatores psicossociais e ocupacionais, como o medo e as dificuldades no ambiente de trabalho, por exemplo, são considerados determinantes possíveis da incapacidade. No entanto, não há consenso quanto aos principais fatores relacionados à incapacidade em pacientes com lombalgia crônica inespecífica. Alguns autores con-
sideram a intensidade da dor como o principal fator e outros afirmam que os fatores psicossociais são os mais incapacitantes.
Há evidências de que os fatores psicossociais podem ser mais importantes do que os aspectos fisiológicos no desenvolvimento da dor crônica e da incapacidade (Salvetti et al., 2012; Furtado et al., 2014). Portanto, nota-se que a experiência incapacitante associada à dor se apresenta como uma questão problemática das interações psicossociais nas dimensões física, psicológica e social (Lunkes et al., 2021).
No Brasil, as despesas totais com saúde foram estimadas em aproximadamente US$ 460 milhões em um período analisado de 5 anos (2012-2016). O número de internações por dor lombar neste período foi de 118.705, na qual indivíduos entre 39 a 48 e 49 a 58 anos apresentaram maior número de dias de internação, em cada ano. Procedimentos clínicos e diagnósticos como parte do atendimento ambulatorial representaram a maior parte das despesas ambulatoriais. As intervenções fisioterapêuticas foram as mais comumente implementadas, com cerca de 6 milhões de sessões por ano (Carregaro et al., 2020).
Estudos anteriores, como a Revisão Sistemática de Downie et al. (2019) demonstraram frequentes encaminhamentos para diagnóstico por imagem, apesar da ausência de sinais de alerta, como infecção, déficits neurológicos progressivos ou patologias subjacentes. Dessa forma, os médicos e tomadores de decisão devem estar cientes de que exames de imagem desnecessários desperdiçam recursos financeiros escassos e tem pouco efeito sobre os resultados clínicos. Isso demonstra a necessidade de mais estudos para compreender o raciocínio da decisão clínica, bem como os aspectos que possam explicar o uso excessivo de diagnóstico por imagem para lombalgia no Brasil, a fim de melhorar a decisão baseada em evidências (Carregaro et al., 2020).
Outrossim, apesar das limitações do estudo de Cesar-Vaz et al. (2018), como a ausência da análise de exames de imagem diagnósticos, os autores abordaram a associação entre a DLCi com carga de trabalho, incluindo esforço exigido e frustração ocupacional, postura física durante o trabalho, uso de drogas ilícitas, a automedicação, dentre outros. Este estudo tem um potencial avaliativo tanto para a comunidade que se concentra nesses trabalhadores específicos ou naqueles que trabalham em condições semelhantes, atingindo aqueles que geram essas forças de trabalho. Os autores enfatizaram a contribuição do estudo na busca de estratégias que apoiem condições seguras e saudáveis para o trabalho realizado tanto nos portos como em outros locais
nos quais há um impacto significativo da DLCi. A prevalência da dor lombar relatada pelos estivadores é semelhante à prevalência de dor lombar entre outros tipos de trabalhadores, o que dificulta a identificação de um nexo causal entre saúde, trabalho e doença (Cesar-Vaz et al., 2018).
Segundo a OMS, é recomendada uma dinâmica nas posições durante o período de trabalho, sendo que o ideal seria uma combinação de períodos ativos e inativos para relaxamento. Além disso, outro ponto importante trazido pelo artigo com os estivadores casuais que vale salientar é sobre a modernização dos meios de trabalho e modificação dos meios de organização. Contudo, apesar dessas inovações tecnológicas implementadas, o processo trouxe novos riscos ocupacionais e levou à intensificação do ritmo de trabalho, ainda que a jornada de trabalho tenha sido reduzida. Embora o estudo não tenha comparado a dor lombar antes e depois do processo de modernização nos portos, é interessante notar que os trabalhadores ainda vivenciam transtornos ocupacionais, apesar das inovações concretizadas, o que revela mais uma vez o impacto negativo dessa doença.
Uma revisão de literatura abordando os fatores de risco fisiológicos e sua relação com DLCi ocupacional em ambiente informatizado relatou que trabalhar em um meio agitado pode levar a altos níveis de tensão muscular, contribuindo para o desenvolvimento da dor musculoesquelética. Portanto, mais estudos abordando tanto os estivadores, quanto os trabalhadores de outras profissões, são necessários para identificar as causas mais prevalentes a fim de implementar medidas preventivas para a DLCi, bem como a intensificação dos programas preventivos já recomendados pela OMS (Cesar-Vaz et al., 2018).
Assim, considerando os resultados positivos da fisioterapia observados no tratamento da DLCi, tais como: intervenção de exercícios, por exemplo, de força e flexibilidade (Carregaro et al., 2020; Cesar-Vaz et al., 2018), o enfoque deveria estar nos métodos de prevenção, podendo evitar assim, os desgastes refletidos na saúde, economia e bem estar social. Deste modo, programas de qualidade de vida e saúde do trabalhador devem ser implantados pelos empregadores. Acredita-se que a saúde do trabalhador está diretamente relacionada aos seus hábitos, principalmente àqueles vinculados à prática de atividades físicas, ou seja, trabalhadores com hábitos sedentários possuem menor capacidade física para executar movimentos funcionais necessários nas atividades da vida diária e laboral, tornando-os expostos às dores musculoesqueléticas. Com isso, abordar a biomecânica, a postura no trabalho, o manuseio de materiais e cargas, os movimentos repetitivos e a segurança são importantes intervenções para o trabalho (Neto et al., 2013).
CONCLUSÕES/CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados apresentados nesse estudo permitem concluir que a DLCi é uma doença incapacitante que afeta a qualidade de vida de adultos em idade produtiva, contribuindo para baixa produtividade laboral e alto custo para pacientes, empregadores e provedores de saúde. A escassez de estudos de avaliação do impacto da DLCi na vida das pessoas em idade produtiva, bem como a prevalência e fatores associados demonstram a necessidade de mais estudos primários delineados com alto rigor metodológico para subsidiar ações preventivas e resolutivas no âmbito da Saúde Pública Brasileira.
REFERÊNCIAS
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CARREGARO, Rodrigo Luiz et al. Low back pain should be considered a health and research priority in Brazil: Lost productivity and healthcare costs between 2012 to 2016. PloS one, v. 15, n. 4, p. e0230902, 2020.
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CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, SAÚDE E SUSTENTABILIDADE – EXPERIÊNCIA ACADÊMICA
Ulisses Arjan Cruz dos Santos Uacds.med23@uea.edu.br
Zilma Queiroz Nattrodt zqn.med22@uea.edu.br
Lorena Costa da Silva lcds.med23@uea.edu.br
Jennifer Mitouso Carvalho jmc.med23@uea.edu.br
INTRODUÇÃO
O hormônio do crescimento mais conhecido como, GH, é um hormônio com várias vias de atuação sendo produzido e secretado pela adenoipófise, e que realiza suas funções mediante a sua ligação aos receptores das membranas plasmáticas específicos das células somáticas. A produção do hormônio liberador do GH (GHRH) no hipotálamo é necessária para a síntese e a secreção do GH pela adenoipófise, além disso o GH pode realizar retroalimentação negativa e autorregular a sua liberação bem como do hormônio GHRH contribuindo assim com a homeostase do organismo (MEDEIROS et al, 2022).
Para a correta manutenção da produção desse hormônio tem grande importância a alimentação populacional que atualmente vem se destacando por apresentar inúmeras irregularidades e esse problema acarreta anormalidade na correta produção da glândula hipófise. A ingestão de alimentos ultraprocessados e a falta de micronutrientes essenciais estão entre os principais fatores que levam a esse problema, dessa forma a conjugação dos nutrientes essenciais como lipídeos, carboidratos, aminoácidos, proteínas, enzimas e substâncias inorgânicas são essenciais para a correta cadeia de produção do GH e de seus fatores de produção (LOUZZADA et al,2015).
Ademais, esses nutrientes também são importantes para a correta união dos hormônios as células do organismo através dos receptores de membrana, soma-se a isso o fato de algumas pesquisas demonstrarem que diferentes nutrientes têm efeitos potencializados e mesmo reduzido em algumas vias secretoras do GH (MEDEIROS et al, 2022).
Tendo em vista esse panorama, é necessário a discussão expandida sobre a alimentação e a produção hormonal, com o objetivo de melhorar a compreensão e a noção acerca dos processos metabólicos que levam a correta regulação dos níveis de GH no corpo e o papel da alimentação no ciclo desse hormônio, através de levantamentos feitos por meio de artigos científicos e fontes de dados como Pubmed e Scielo.
METODOLOGIA
Nesse sentido, por meio desta pesquisa inúmeros dados foram coletados de artigos com o objetivo de investigar a associação entre o padrão de vida e compará-lo aos dados bibliográficos e referências com embasamento científico médico atualizados de pessoas saudáveis com dietas balanceadas
e regradas, sem distúrbios hormonais, objetivando, assim, a expansão do conhecimento acerca da influência da dieta sobre a atuação do hormônio somatotrófico (GH).
RESULTADOS
Segundo Medeiros et al (2022), Estudos com polipeptídios como grelina e leptina, e o hormônio hipoglicemiante insulina tem intensa relação com a síntese de GH14. A grelina é um hormônio proteico produzido pela própria mucosa estomacal que tem como uma das suas principais funções o aumento da secreção do hormônio do crescimento (GH), bem como o estímulo da fome, tendo forte influência sobre o hipotálamo. Apresenta uma forte relação com a leptina que é evidenciada pela capacidade dessa de inibir a secreção de grelina e o estímulo da alimentação por esta, atuando dessa forma em um processo de feedback, essa comunicação com o hipotálamo tem a finalidade de manter a homeostasia do organismo e evitar excessos hormonais. A relação da grelina com a insulina, contudo, provém das interpretações das variações dos níveis de grelina na corrente sanguínea quando há uma elevação nos níveis séricos de insulina, especialmente após refeições ricas em carboidratos e quando os índices de grelina no plasma aumentam após refeições ricas em proteínas e lipídeos, relacionados ao pequeno pico de insulina no plasma sanguíneo.
Para prevenir problemas relacionados a baixa produção de GH é essencial a ingestão adequada de carboidratos, associados com uma dieta saudável de proteínas, que pode ser muito eficaz na liberação de hormônio do crescimento. A ingestão de carboidratos de baixo índice glicêmico, que permitem uma liberação mais lenta e controlada de açúcar no sangue são de fundamental importância. Esses alimentos contribuem com a homeostase dos níveis de energia usados na produção da musculatura saudável e com o balanço energético corpóreo como um todo. Alimentos com baixos índices glicêmicos são os alimentos integrais não processados como quinoa, cereais, arroz integral, etc. Frutas e vegetais também são boas escolhas de carboidratos, frutas secas e legumes também são alimentos que funcionam muito bem para esse processo, principalmente nas fases de crescimento de crianças e adolescentes.
CONCLUSÕES
De acordo com os dados obtidos foi constatado que a dieta é um dos pilares para a manutenção adequada dos níveis equilibrados de GH no organismo, pois o excesso desse hormônio seja por meios ilícitos ou distúrbios por hiperfunção ou hipofunção da própria glândula hipófise podem ocasionar sintomas como a acromegalia, o gigantismo, se o hormônio estiver em excesso, e o nanismo, se estiver em baixas porcentagens. Além disso, na infância os distúrbios na hipófise podem acometer a estatura média pela baixa quantidade de GH produzido, uma solução encontrada foi aliar ao cotidiano exercícios físicos a uma alimentação com produtos não processados que estimulem a produção de GH, assim como a consulta aos endocrinologistas para manter os níveis adequados desse hormônio. No entanto, a situação de baixo poder aquisitivo na qual se encontra a maior parcela da população, bem como a dificuldade que muitas regiões da Amazônia têm de acesso à saúde dificulta esse paradigma. Ademais, diminuir a gordura abdominal por meio de atividade física e aumentar a massa magra também ajuda, a baixa ingestão de alimentos gordurosos também é crucial, uma vez que diminuindo os níveis de colesterol e triglicerídeos na corrente sanguínea a produção de GH é estimulada.
Com tal pesquisa é possível identificar que a produção de somatotrófico depende de uma alimentação regrada e sem excessos, pois assim como os próprios hormônios são produzidos e atuam em condição de equilíbrio o próprio indivíduo precisa se manter em equidade com o meio onde vive, não abusando de certos alimentos processados e mesmo dos altamente calóricos, além disso a manutenção de atividade física também é crucial, pois a estimulação muscular queima gordura e eleva a produção de massa magra e dessa forma facilita o anabolismo do GH. Todavia, o custo elevado das dietas e dos alimentos não processados que tem um custo mais elevados que os convencionais é um empecilho a saúde das pessoas mais carentes e vulneráveis, bem como o acesso aos tratamentos do Sistema Único de Saúde (SUS) para as populações de regiões mais afastadas da capital.
REFERÊNCIAS
MEDEIROS, Y. G. DE S. et al. Revisão de literatura acerca das implicações da dieta na secreção de hormônio do crescimento (GH) / Literature review on the implications of diet on growth hormone (GH) secretion. Brazilian Journal of Health Review, v. 5, n. 1, p. 972–979, 15 jan. 2022.
LOUZADA, M. L. DA C. et al. Impact of ultra-processed foods on micronutrient content in the Brazilian diet. Revista de Saúde Pública, v. 49, n. 0, p. 1–8, 2015.
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CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, SAÚDE E SUSTENTABILIDADE – EXPERIÊNCIA ACADÊMICA
Alexandrina de Lima Barroso
Graduanda em Enfermagem
Faculdade Metropolitana de Manaus – FAMETRO
Alexandrinadelimabarroso27@gmail.com
RESUMO
A área da saúde tem sido referência em grandes avanços científicos por meio do uso das mais diversas tecnologias, que por sua vez são cada vez mais modernas e sofisticadas. O desenvolvimento tecnológico atual tem contribuído em maior escala para as mais diversas soluções de problemas que surgem nos setores de atendimento, atuando a reversão para melhores condições de trabalho para os profissionais e pacientes. A pesquisa tem como objetivo descrever as principais tecnologias na área da saúde, descrevendo também o futuro da enfermagem mediante as novas tecnologias. Esta pesquisa trata-se de uma revisão sistemática da literatura, com levantamento bibliográfico realizado na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Pubmed, Scielo e Lilacs, e revistas científicas principais da área da saúde, os critérios de inclusão foram publicações em português, trabalhos publicados e disponíveis em bases de dados científicas e trabalhos publicados entre 2019 a 2023, os critérios de exclusão foram artigos fora do contexto principal, trabalhos que não estejam completos e artigos fora do recorte temporal, os estudos nesta revisão, foram realizados em três etapas: leitura do título, leitura do resumo e leitura dos artigos completos. As inovações tecnológicas na área da saúde podem ser com medicamentos, materiais, dispositivos, técnicas, procedimentos e normas, sistemas organizacionais, educacionais, de informação e de suporte, programas e protocolos assistenciais, as inovações tecnológicas visam melhorar a qualidade assistencial e facilitar a vida do profissional de saúde. O uso das tecnologias para os atendimentos de enfermagem é de grande e fundamental importância, pois podem auxiliar vários seguimentos e recuperar dados por meio da utilização de acesso a diversas plataformas.
Palavras-chave: Tecnologias; Enfermagem; Saúde.
ABSTRACT
The health sector has been a reference in great scientific advances through the use of the most diverse technologies, which in turn are increasingly modern and sophisticated. Current technological development has contributed on a greater scale to the most diverse solutions to problems that arise in the service sectors, resulting in better working conditions for professionals and patients. The research aims to describe the main tech -
nologies in the health area, also describing the future of nursing through new technologies. This research is a systematic review of the literature, with a bibliographical survey carried out in the Virtual Health Library (VHL), Pubmed, Scielo and Lilacs, and main scientific journals in the health area, the inclusion criteria were publications in Portuguese, works published and available in scientific databases and works published between 2019 and 2023, the exclusion criteria were articles outside the main context, works that are not complete and articles outside the time frame, the studies in this review were carried out in three stages: reading the title, reading the abstract and reading the full articles. Technological innovations in the health area can include medicines, materials, devices, techniques, procedures and standards, organizational, educational, information and support systems, care programs and protocols, technological innovations aim to improve the quality of care and make life easier of the health professional. The use of technologies for nursing care is of great and fundamental importance, as they can help various segments and recover data through the use of access to different platforms.
Keywords: Technologies; Nursing; Health.
INTRODUÇÃO
Há alguns anos, a área da saúde tem sido referência em grandes avanços científicos por meio do uso das mais diversas tecnologias, que por sua vez são cada vez mais modernas e sofisticadas. O desenvolvimento tecnológico atual tem contribuído em maior escala para as mais diversas soluções de problemas que surgem nos setores de atendimento, atuando a reversão para melhores condições de trabalho para os profissionais e pacientes (NETO et al, 2020).
É fundamental que nos dias atuais, as instituições e os profissionais de saúde tenham noção dos processos de trabalhos que estão sendo inovados para oferecer melhor assistência de saúde. No dia a dia dos profissionais, os meios inovadores estão cada vez mais comuns, como na paramentação dos profissionais, coleta de exames, procedimentos cirúrgicos e prontuários eletrônicos. A vigilância epidemiológica é uma das atividades mais antigas no setor da saúde e também vem passando por processos de inovações diante de novos desafios atuais (ARAUJO et al, 2021).
A inovação tecnológica nas áreas de saúde pode ser concebida como a aplicação de novos conhecimentos e novos estudos, que aparecem na forma de objetos físicos, ideias inovadoras ou novos procedimentos que trazem melhorias na assistência à saúde. É muito importante que sejam incentivados a inovação tecnológica e de gestão em instituições públicas e privadas, tornando a forma de viver mais facilitadas visto que o mundo passa por mudanças profundas e rápidas nos cenários ambientais, socioculturais e econômicos. As mudanças e avanços tecnológicos refletem na cultura e organização das instituições e os resultados destas mudanças, resultam e impactam a vida das pessoas (BITTAR; MENDES, 2019).
Na área da saúde, a qualidade dos produtos é tão importante quanto a qualidade do atendimento, assim a inovação tecnológica se torna imprescindível no dia a dia dos profissionais. A tecnologia deve vir acompanhada de boas técnicas e métodos com embasamento científico e práticas comprovadas através de estudos sistemáticos específicos (BITTAR; MENDES, 2019).
Assim, a presente pesquisa tem como objetivo descrever as principais tecnologias na área da saúde, descrevendo também o futuro da enfermagem mediante as novas tecnologias.
É essencial que as inovações venham para somar com os atendimentos diários que os profissionais possuem, oferecendo qualidade de vida e maior número de contribuição a vida das pessoas, a sociedade em geral se beneficia de procedimentos realizados com uso da tecnologia, como por exemplo, atendimentos via telemedicina, assim mostrando que o uso de artefatos tecnológicos pode vir a facilitar a vida de muitos pacientes, aumentando também a oferta de atendimentos aos profissionais de saúde.
METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão sistemática, que visa verificar as inovações tecnológicas com foco nos atendimentos da área de saúde. A revisão é um estudo que contém resumos de evidências relacionadas, através da aplicação de métodos sistematizados de busca, apreciação crítica e síntese das informações previamente selecionadas. O levantamento bibliográfico foi realizado na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) por meio das bases de dados Publisher Medline (Pubmed), Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), e através das revistas científicas principais da área da saúde.
Para a busca foram utilizados os seguintes descritores: tecnologia, enfermagem e saúde, junto aos seus correspondentes em língua portuguesa. Como critérios de inclusão temos publicações em português, trabalhos publicados e disponíveis em bases de dados científicos, estudos sobre a tecnologias dentro da área de saúde e trabalhos publicados entre 2019 a 2023. Já os critérios de exclusão foram artigos fora do contexto principal da revisão, trabalhos que não estejam completos e artigos fora do recorte temporal.
A seleção dos estudos incluídos nesta revisão, foi realizada em três etapas: leitura do título, leitura do resumo e leitura dos artigos completos. Após a leitura dos artigos, foram identificados aqueles que atendiam os critérios de inclusão. Os instrumentos utilizados foram o de avaliação inicial dos critérios de inclusão, que seleciona os estudos no âmbito da revisão, apreciação crítica, avaliando o estudo e verificando os critérios metodológicos, e extração de dados, onde foram descritas as características do estudo facilitando a síntese e análise dos dados. A busca dos descritores nas bases de dados resultou em 45 artigos, após síntese e resumo, restaram 16 artigos utilizados nesta pesquisa.
PRINCIPAIS TECNOLOGIAS NA ÁREA DA SAÚDE
As inovações podem ser sobre os mais diversos setores, como a área demográfica, epidemiológica, sociocultural, econômica, geopolítica e climática, bases para delimitar oferta de programas e serviços de saúde tanto individuais como comunitários e investimentos públicos e privados na área. A integração dos sistemas de informação informatizado de saúde no SUS, nas três esferas de governo, permitiria um acompanhamento de maior impacto, prevenindo riscos, erros, eventos adversos, desperdícios, fraudes, atuando com maior clareza, facilitando o processo decisório para inserir as inovações. Os níveis de gestão são importantes devido a necessidade de desenvolver sistemas relatórios gerenciais que permitam assessorar os diferentes níveis de gestão e aceitar novos olhares para o atendimento da saúde. Não só as condutas clínicas dos profissionais, mas os processos administrativos são facilitados com esta integração tecnológica (BITTAR; MENDES, 2019).
Segundo Neto et al. (2020), as inovações tecnológicas na área da saúde podem ser definidas em muitas áreas com os medicamentos, materiais, dispositivos, técnicas, procedimentos e normas, sistemas organizacionais,
educacionais, de informação e de suporte, programas e protocolos assistenciais. há ainda inovações tecnológicos na área da atenção e cuidados com a saúde, que podem ser compreendidos como todo e qualquer método ou dispositivo utilizado para promover saúde em seus diversos seguimentos, tratar doenças e melhorar a reabilitação e o cuidado do indivíduo ou da comunidade.
É importante compreender que os desafios do Sistema Único de Saúde para aprimorar, desenvolver e garantir a incorporação das tecnologias em saúde, principalmente devido à realidade que em sua maioria é limitada de recursos econômicos necessários para o projeto, implementação e implantação destes elementos na pratica diária (AGUIAR et al. 2021).
Segundo Neto et al (2020), o desenvolvimento de inovações tecnológicas pode ser classificado em três diferentes frentes. A primeira delas é a Tecnologia dura que compreende os materiais/objetos concretos como equipamentos, máquinas, normas, rotinas, estruturas organizacionais, mobiliário tipo permanente ou de consumo. Em seguida vem a Tecnologia leve-dura, que compreende os fundamentos que são as bases da saúde em geral como a clínica médica, epidemiológica e odontológica, e a terceira frente que consiste na Tecnologia leve onde se vê os processos de comunicação, de vínculos, das relações que conduzem o encontro do usuário com necessidades de ações de saúde e seus fundamentos.
As tecnologias de informação e comunicação também são ferramentas que podem ser usadas para veicular informação e possibilitar a comunicação em pequena e grande escalas, como computadores pessoais, celulares, internet, televisão e rádio. Estes recursos tecnológicos são suporte para outras tecnologias, como softwares, wikis, podcasts e blogs, que são largamente utilizadas no dia a dia (FERREIRA; RAMOS; TEIXEIRA, 2021).
A um eixo muito importante falado nos dias atuais, é a Inteligência Artificial (IA), que traz uma tecnologia com potenciais e funcionalidades inimagináveis que podem impactar profundamente nas aplicações nos setores da saúde. Pode ser compreendida como o ramo da ciência da computação que estuda os sistemas cujo funcionamento assemelha-se ao pensamento humano, com capacidade de aprendizagem e o armazenamento de conhecimento a longo prazo. As ferramentas de armazenamento, processamento e apresentação de dados foram sendo modernizadas, permitindo o avanço do uso da Inteligência artificial para inúmeras áreas, inclusive na saúde (CRU; MIERZWAA, 2020).
O uso das técnicas de inteligência artificial utilizados no processamento de dados eficientes, podem melhorar a visão do profissional a fim de minimizar
erros e maximizar o tempo de atendimento e de procedimentos realizados. Outro seguimento de inovação tecnológica que está ganhando destaque entre os sistemas de inovação é a utilização de aplicativos de acompanhamento de saúde para dispositivos móveis, também chamados de mobiles health applications, ou mHealth, que podem tem relevância significativa como ferramenta para os profissionais de saúde para o monitoramento e gerenciamento das doenças e continuidade de tratamentos (NOVAES; SOÁREZ, 2020; NETO, 2020).
Os gestores de saúde devem buscar meios de atender a demanda da sua instituição de forma eficaz e rápida, o uso dos meios tecnológicos facilita nesta causa, ajudando num atendimento mais qualificado e ágil. Faz parte a introdução de inovações tecnológicas e de gestão que permitam melhorar a aderência dos profissionais de saúde ao uso de meios como a telemedicina, para melhorar o apoio das unidades de saúde unindo o atendimento à distância, a fim de desempenharem suas atividades com segurança e motivação, promovendo atenção baseada em qualidade, com custos adequados às situações, sem desperdícios e com a tecnologia inserida na sua rotina (FERREIRA; RAMOS; TEIXEIRA, 2021).
FUTURO DA ENFERMAGEM MEDIANTE AS NOVAS TECNOLOGIAS
Em sua pesquisa Bittar e Mendes (2019) descrevem que a inovação tecnológica atual permite que 60% ou até mais das cirurgias eletivas e procedimentos invasivos possam ser realizados ambulatorialmente, isto é, sem necessidade dos riscos de uma internação, em sua maioria, são substituídas por procedimentos videolaparoscópicos, menos agressivos, sem internações ou com menor média de permanência intra-hospitalar. Em 2017, no SUS/SP, dos 39 procedimentos cirúrgicos que podem ser substituídos pela técnica, 22,0% (dos 135.920) foram realizados, em contraste com 4,0% (dos 108.130) do ano de 2.000, um tanto quanto lento, devido a redução da capacidade de treinamento de profissionais de saúde para manusear o sistema. Foi estimado que 80% dos atendimentos poderiam ser resolvidos na atenção básica.
A transformação com as tecnologias digitais nos setores de saúde já mudou bastante a experiência dos pacientes em ir aos atendimentos de saúde (enfermeiros e médicos e outros profissionais de saúde) e até mesmo as formas de tratamento e acompanhamento pós-atendimento. Passos (2019) descreveu em seu trabalho:
As estatísticas demonstram que vivemos mais e melhor porque a tecnologia está presente nos hospitais e com a função de entregar desde soluções simples até realizar operações por robôs guiados por câmeras. A nossa vida se tornou mais digital e as formas como as pessoas buscam informações, inclusive sobre saúde, têm mudado radicalmente. Este novo mercado inclui desde o capital humano com os profissionais de diversas áreas, até todo o aparato tecnológico.
A indústria das instituições de saúde não vive só de informações e tecnologias, mas também de emoções e boas perspectivas de sucesso, pois este aspecto pode ser considerado na criação de novos dispositivos tecnológicos. Também, deve-se considerar a mudança do perfil do enfermeiro e do profissional de tecnologia da informação para que trabalhem juntos mediante qualquer dúvida. A implantação das tecnologias para suporte aos procedimentos assistenciais de enfermagem, pressupõe um alinhamento eficaz entre as estratégias empresariais e as soluções tecnológicas para que esta evolução ocorra e sejam alcançados os resultados esperados, sendo o principal deles a melhoria do atendimento ao paciente mesmo que seja a longa distância (PASSOS, 2019).
A assistência de enfermagem pode ser melhorada em maior porcentagem, sendo indispensável o uso de recursos tecnológicos, pois estes ajudam na garantia da execução dos processos assistenciais e de reabilitação continua. As tecnologias (apps, telemedicina, uso de tablets, celulares, notebooks, realidade virtual) na enfermagem tem grande valor para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e sucesso em tratamentos que fazem uso de novas tecnologias. É fundamental que tenham responsabilidade mediante a importância das tecnologias de saúde e de educação neste processo de renovação mundial das instituições de saúde (AVENI; MORAIS, 2021).
Portanto, as tecnologias implantadas no gerenciamento de materiais modernos, na unidade cirúrgica, aquisição, conservação, uso de atendimento remoto, até o uso destes pela equipe de enfermagem é fundamental para que as unidades sejam reconhecidas como essencial e que ela esteja preparada para atendimentos de rotina e eventuais intercorrências fazendo o uso de recursos tecnológicos (FERRAZ, et al, 2020).
CONCLUSÃO
O uso das tecnologias para os atendimentos de enfermagem é de grande e fundamental importância, pois podem auxiliar vários seguimentos e recuperar dados por meio da utilização de acesso a diversas plataformas. Com o uso do laudo e prontuários digitais, dispositivos invasivos ou não, mais modernos, uso de tecnologia artificial para auxiliar em cirurgias dos mais diversos tamanhos, o profissional da área terá uma maior organização em seu trabalho, facilitando o acesso e a proteção dos arquivos, dando acesso de maneira remota de acordo com a necessidade destes indivíduos.
Os objetivos desta pesquisa foram alcançados conforme previsto, foi descrito sobre os principais meios tecnológicos utilizados atualmente e como ele é fundamental para o atendimento dos profissionais da saúde. Tecnológicos não existem dúvidas de que estes sistemas oferecem inúmeros benefícios para a área da saúde e todos os serviços auxiliares.
Apesar dessas vantagens significativas notáveis, é fundamental que os profissionais utilizem a tecnologia com cuidado, ética e humanização sempre respeitando as questões pessoais dos pacientes. A partir destas ferramentas apresentadas, fica perceptível que os profissionais de enfermagem devem se manter atualizados, é preciso que os profissionais da saúde estejam atentos aos processos de inovação tecnológica utilizados.
Assim, vivemos em uma avalanche de inovações em tecnologias no segmento de saúde e isso aponta uma mudança significativas nos setores, quer sejam nos procedimentos de gerenciais como também nos operacionais, em principalmente naqueles exercidos dos profissionais da área assistencial. A transformação digital envolve não só mudanças de estratégias, de processos de trabalho como também culturais. Mudar os hábitos, com apoio da gestão, são fundamentais para obtenção de êxito. Neste novo cenário de transformações e inovações digitais, a gestão da informação precede a gestão do cuidado, vem para facilitar a vida do profissional e necessita de ainda mais estudos práticos na área para que seja visados crescimento de processos tecnológicos e ainda mais inovações para a saúde.
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CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, SAÚDE E SUSTENTABILIDADE – EXPERIÊNCIA ACADÊMICA
CAPÍTULO 12
MARCO TEMPORAL: UM EMBARGO AOS DIREITOS
DOS POVOS ORIGINÁRIOS
Camila de Souza Rojas
Leonara Martins Oliveira
Sofhia Letícia Félix Rodrigues
Thales da Cruz Brasil
RESUMO
Os povos indígenas são matriz constituinte do território - rio brasileiro. Antes da chegada do colonizador, estes residiam e usufruíam dessas terras. O marco temporal, tese defendida e financiada pelo caráter exploratório do agronegócio e avanço do capitalismo, vem provar, por meio da restrição dos direitos constitucionais do povos indígenas que não habitavam tais territórios até 05 de outubro de 1988, o conjunto de violências e violação da bancada ruralista. Tira-se do povo próprio daquele lugar o direito de ser quem é, de viver em suas raízes, preservar biomas e produzir auto sustento.
Palavras-chaves: marco temporal; povos indígenas; direitos constitucionais
ABSTRACT
The indigenous peoples are a constituent part of the Brazilian territory. Before the arrival of the colonizers, they lived in and enjoyed these lands. The temporal landmark, a thesis supported and funded by the exploitative nature of agribusiness and the advance of capitalism, seeks to prove, through the restriction of constitutional rights of indigenous peoples who did not inhabit such territories until October 5, 1988, the array of violence and violations by the ruralist caucus. The right to be who they are, to live in their roots, preserve biomes, and sustain themselves is taken away from the people of that place.
Keywords: temporal landmark, indigenous peoples; constitutional rights
INTRODUÇÃO
A tese do marco temporal é um argumento político discutido em relação aos direitos dos povos originários brasileiros, no qual é proposto que estes têm direito à ocupação de terras que habitavam a partir da data de promulgação da Constituição Federal (5 de outubro de 1988).
É importante mencionar que a tese em questão não leva em consideração o deslocamento forçado e as mazelas da colonização enfrentadas desde a exploração europeia até os dias atuais, adicionando também a construção de uma identidade nacional. A aplicação ríspida da tese implica diretamente na limitação dos direitos indígenas e no reconhecimento das propriedades vigentes (DANTAS, 2022).
Desde o ano de 2021, o STF aborda a constitucionalidade do marco temporal, analisando um recurso que discute a reintegração de posse solicitada pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA/SC) contra a Fundação Nacional do Índio (Funai) e indígenas do povo Xokleng (CISCATI, 2019).
Neste artigo, busca-se a compreensão da problemática do marco temporal e suas explicações para os direitos indígenas no Brasil. Através da análise das diferentes perspectivas acadêmicas, jurídica e dos povos em questão, é apresentada uma série de aplicações relevantes que lançam luz sobre a complexidade desse debate. Dessa forma, espera-se contribuir para uma discussão produtiva e embasada sobre o futuro dos povos indígenas no contexto dessa questão.
REVISÃO DE LITERATURA
MARCO TEMPORAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
A tese surgiu em 2009, em parecer da Advocacia-Geral da União sobre a demarcação da reserva Raposa-Serra do Sol, em Roraima, quando esse critério foi usado. Em 2003, foi criada a Terra Indígena Ibirama-Laklãnõ, mas uma parte dela, ocupada pelos indígenas Xokleng e disputada por agricultores, está sendo requerida pelo governo de Santa Catarina no Supremo Tribunal Federal (STF).
O argumento é que essa área, de aproximadamente 80 mil m2, não estava ocupada em 5 de outubro de 1988 (Agência Câmara de Notícias, 2023). O artigo 231 da Constituição Federal consagrou no texto da Carta Magna a proteção à territorialidade indígena após intensa mobilização dos povos indígenas na Constituinte através da União das Nações Indígenas.
A definição de um marco temporal pelo judiciário preencheria, segundo as entidades ruralista, uma suposta lacuna e assim delimitaria os contornos dessa norma (Justiça e o Marco Temporal de 1988: As teses jurídicas em disputa no STF sobre terras indígenas).
CONTROVÉRSIAS E DEBATES
Um dos principais pontos debatidos envolve a interpretação do marco temporal no contexto da demarcação de terras indígenas. A visão expressa pelo antropólogo e ativista indígena Ailton Krenak é que o marco temporal representa uma tentativa de apagar a história e a ancestralidade dos povos indígenas,
negando-lhes o direito às terras que historicamente ocuparam. Essa perspectiva também é compartilhada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), que enxerga o marco temporal como um retrocesso nos direitos conquistados após anos de luta e reconhecimento constitucional (KRENAK, 2019).
Contrapondo essa visão, o Instituto Socioambiental (ISA) adverte que uma interpretação restrita do marco temporal poderia prejudicar a preservação ambiental e a manutenção dos modos de vida tradicionais das comunidades indígenas (ISA, 2021). A Procuradoria-Geral da República (PGR) também destaca que a aplicação estrita do marco temporal pode perpetuar injustiças e violações dos direitos dos povos indígenas.
Outro ponto debatido diz respeito à influência de interesses econômicos na defesa do marco temporal. Setores ligados ao agronegócio e outras indústrias têm argumentado a favor de uma interpretação restrita do marco temporal, visando garantir segurança jurídica para a exploração de recursos naturais em áreas atualmente ocupadas por comunidades indígenas (ROSA; AMARAL, 2023).
O debate aborda a questão das terras perdidas durante o período da ditadura militar. Muitos argumentam que o marco temporal não deve ser aplicado retroativamente para negar os direitos territoriais dos povos indígenas que foram expulsos de suas terras durante aquele período (VEIGA, 2021).
Essa perspectiva divergente destaca a complexidade do tema e suas implicações para os direitos indígenas, bem como para a preservação da cultura e do meio ambiente no Brasil. Além disso, os debates em torno do marco temporal têm sido objeto de discussões no Supremo Tribunal Federal (STF), que tem desempenhado um papel fundamental em julgamentos importantes relacionados à demarcação de terras indígenas.
ASPECTOS LEGAIS E CONSTITUCIONAIS
Walter Mignolo aborda que descolonialidade é a resposta necessária tanto às falácias e ficções das promessas de progresso e desenvolvimento que a modernidade contempla, como à violência da colonialidade (EPISTEMOLOGIAS DO SUL, 2017, p. 13).
A Suprema Corte do Brasil tem sido palco de decisões cruciais relacionadas ao marco temporal. Algumas decisões têm reconhecimento os direitos dos povos indígenas, enquanto outras, apoiadas pela bancada ruralista, adotaram uma abordagem mais restritiva, alinhada à interpretação do marco temporal.
IMPACTO NAS COMUNIDADES INDÍGENAS
Os antepassados deles frequentemente mantinham uma atitude desconfiada em relação aos indivíduos de origem europeia, manifestando apreensão devido às epidemias que estes possivelmente disseminavam. No entanto, não se dedicavam à exploração das razões subjacentes à presença desses estrangeiros em nosso ambiente florestal. Estava fora de seu conhecimento o propósito da chegada destes indivíduos, que efetivamente se estabeleceram para demarcar os limites territoriais do Brasil, optando por fazê-lo no coração de nosso próprio território. (Kopenawa, p. 244, 2019) “Jamais teriam imaginado que, mais tarde, os filhos e netos daquela gente voltariam, tão numerosos, para tirar ouro dos rios e alimentar seu gado na floresta derrubada. Nunca pensaram que esses brancos um dia poderiam querer expulsá-los de sua própria terra.” (Kopenawa, p. 245, 2019).
Nesse trecho, revela-se a ironia do destino e a complexidade das relações históricas. A falta de previsão dos antepassados sobre o retorno dos descendentes desses colonizadores, agora ávidos por extrair recursos naturais e expandir suas atividades agropecuárias na floresta devastada, ressalta a surpreendente inversão de papéis. Essa dinâmica sublinha a profunda desconexão entre as intenções iniciais dos colonizadores e as consequências posteriores de suas ações. Além disso, a perspectiva de expulsão dos povos originários de suas próprias terras por parte desses mesmos descendentes é um triste testemunho das injustiças históricas e da contínua luta pelo reconhecimento dos direitos territoriais e culturais dessas comunidades.
A narrativa expõe como a exploração e a ganância podem distorcer a relação com a terra, afetando não apenas o meio ambiente, mas também as vidas e a identidade das populações indígenas (Kopenawa, p. 245, 2019).
MECANISMOS DE VIOLAÇÃO DO MARCO TEMPORAL
Uso do tempo, como no caso do marco temporal, é um mecanismo de violação dos direitos dos povos indígenas. A imposição de uma data específica para determinar o reconhecimento de terras indígenas ignora séculos de história, cultura e ocupação ancestral dessas comunidades. Isso resulta em injustiças e negação dos direitos territoriais legítimos dos indígenas, perpetuando uma marginalização histórica e contínua das comunidades (JUNIOR, 2018).
As terras são constantemente ameaçadas de invasão por projetos de exploração, hidroelétricas, construção de portos etc. A pressão por desenvolvimento
econômico e a falta de proteção dos direitos indígenas pode incentivar a exploração de recursos naturais em suas terras, causando impactos ambientais, sociais e significativos. Esses pontos em prol do marco temporal podem restringir o reconheci- mento e a demarcação de terras indígenas, excluindo aquelas que foram desocupadas antes da data estabelecida, ignorando a história de expulsão e violência sofrida por essas comunidades. Essa situação leva ao agravamento de conflitos fundiários, à medida que empresas e outros atores buscam explorar recursos naturais em territórios indígenas (CUNHA et al, 2018).
Um diálogo intercultural é essencial para que os direitos territoriais dos povos indígenas sejam respeitados, assim alcançando uma abordagem sustentável e justa ao desenvolvimento econômico envolvendo as comunidades indígenas nas decisões que afetam suas terras e recursos naturais. É possível alcançar um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente e das culturas indígenas. Isso contribui para evitar a exploração dos recursos e os impactos ambientais sociais, promovendo a harmonia e a coexistência entre todos os atores envolvidos.
PERSPECTIVAS FUTURAS ACERCA DO MARCO TEMPORAL
É certo que todos os territórios ocupados por indígenas têm sua área cuidada e preservada pelos mesmos. Impossível não falar em preservação do meio ambiente e da Amazônia sem levar em consideração os grandes feitos dos povos originários (INSTITUTO AKATU, 2022).
Como é citado no livro “A Queda do Céu” do líder Yanomami Davi Kopenawa: “Na floresta, a ecologia somos nós, os humanos. Mas são também, tanto quanto nós, os xapiri, os animais, as árvores, os rios, os peixes, o céu, a chuva, o vento e o sol. É tudo o que veio à existência na floresta, longe dos brancos, tudo o que ainda não tem cerca” (A queda do céu, p. 16). Nos últimos 40 anos, por exemplo, 20% da Floresta Amazônica foi devastada por madeireiras, grileiros, posseiros, criadores de gado, garimpeiros e mineradoras, enquanto as Terras Indígenas na Amazônia Legal perderam apenas 2% de suas florestas originais (INSTITUTO AKATU, 2022).
Mais de 13% dos incêndios criminosos atingiram Unidades de Conservação (UCs), e 5,9% Terras Indígenas (TI). Os crimes também revelam indícios de grilagem, cerca de 1⁄4 do total, ocorreram em florestas públicas não destinadas (Brasil de Fato, 2022). Se faz necessário colocarmos em pauta esse assunto, pois é um atentado ao meio ambiente e aos indígenas. Segundo Celia Xakriabá que disse:
“Não conseguiu nos matar na época da colonização, também não conseguiu nos enterrar na época da ditadura, mas atualmente nós vivemos um momento de genocídio legislado. É pela caneta que estão nos matando” (MORO; FASSHEBER, 2023).
Aprovar o marco temporal é regredir e esquecer anos de história do Brasil, é ser conivente com a violência e dar voz a ganância e a luta por poder aquisitivo. Como cita os compositores Gerlean Brasil, Saimon Andrade e Kássia Muniz: “Antes da coroa existia o cocar”.
METODOLOGIA
O presente trabalho foi realizada na Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (Escola Superior de Ciências da Saúde/UEA), localizada em Manaus-Amazonas, Brasil. Para a elaboração deste, adotou-se uma abordagem abrangente, envolvendo o uso de diversas fontes:
• Revisão Bibliográfica: Foi realizada uma revisão bibliográfica abrangente, incluindo artigos acadêmicos que se concentraram no conceito de marco temporal e suas implicações nos direitos indígenas.
• Artigos Científicos: Foi selecionada uma variedade de artigos científicos relacionados à tese do marco temporal para coletar informações e insights relevantes.
• Livros de Representantes Indígenas: Além disso, foram consultados livros escritos por representantes indígenas para incorporar suas perspectivas e experiências à pesquisa.
DISCUSSÃO E RESULTADOS
A discussão em torno do “marco temporal” é um tema complexo com muitos pontos de vista e controvérsias variadas. Essa discussão teve início em 2009 quando foi introduzida como um fator na demarcação da reserva Raposa-Serra do Sol, em Roraima. Desde então, tornou-se um tópico relevante no Brasil. A ideia por trás da fronteira temporal era que terras indígenas só deveriam ser reconhecidas se tivessem sido ocupadas por pessoas até a promulgação da Constituição Federal em 5 de outubro de 1988.
As divergências de opinião sobre esse conceito são evidentes, com pontos de vista opostos sobre como ele deve ser interpretado e quais serão seus efeitos.
Grupos como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e o Antropólogo e Ativista Indígena Ailton Krenak argumentam que ele apaga a história e a ancestralidade dos povos indígenas, enquanto outros defendem sua aplicação estrita para garantir segurança jurídica para a exploração de recursos naturais. Esse debate evidencia a necessidade de encontrar um equilíbrio entre o reconhecimento dos direitos indígenas, a preservação ambiental e as demandas econômicas ,destacando a complexidade das relações históricas e culturais no Brasil.
CONCLUSÕES/CONSIDERAÇÕES FINAIS
O debate em torno do marco temporal no Brasil evidencia a dificuldade dos desafios enfrentados na busca por equilíbrio entre os direitos territoriais dos povos indígenas e outros interesses, como econômicos e ambientais. As diversas perspectivas destacam a sensibilidade do tema e suas implicações profundas.
Por um lado, os defensores de uma interpretação mais ampla do marco temporal argumentam em favor da justiça histórica e do respeito aos direitos originários dos povos indígenas, enfatizando a importância de reconhecer sua ocupação ancestral das terras. Esta visão procura garantir a continuidade de culturas, tradições e modos de vida, preservando a rica diversidade cultural do país. Esse debate evidencia a necessidade de encontrar um equilíbrio entre o reconhecimento dos direitos indígenas, a preservação ambiental e as demandas econômicas, destacando a complexidade das relações históricas e culturais no Brasil.
Por outro lado, aqueles que propõem uma interpretação restrita do marco temporal frequentemente têm como foco aspectos legais e econômicos, ignorando o que estes povos representam. Eles defendem a segurança jurídica para atividades econômicas, como exploração de recursos naturais, alegando desenvolvimento (PEGO-RARI, 2017).
Diante dessa problemática, é fundamental buscar soluções que considerem os aspectos históricos, culturais e socioambientais, garantindo o respeito aos direitos indígenas e a preservação dos recursos naturais. A busca por um diálogo aberto, inclusivo e informado é crucial para encontrar caminhos que permitam um equilíbrio entre a proteção das terras indígenas, essa iniciativa deve vir, tanto da parte judicial quanto da civil. A população vigente deve se inserir em busca da justiça aos povos. As decisões tomadas em relação ao marco temporal terão impactos profundos e duradouros no país e devem ser feitas com base em um entendimento amplo e responsável de suas implicações.
REFERÊNCIAS
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CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, SAÚDE E SUSTENTABILIDADE – EXPERIÊNCIA ACADÊMICA
CAPÍTULO 13
Raquel Rodrigues da Silva rrds.edf19@uea.edu.br11
Cristian Batista de Azevedo cbda.edf19@uea.edu.br12
Antônia Mara Santos de Souza amsds.edf19@uea.edu.br13
Myrian Abecassis Faber mfaber@uea.edu.br14
11 Acadêmico do 7º período do Curso de Educação Física do Núcleo de Iranduba.
12 Acadêmico do 7º período do Curso de Educação Física do Núcleo de Iranduba.
13 Acadêmico do 7º período do Curso de Educação Física do Núcleo de Iranduba.
14 Professora Orientadora Doutora em Biotecnologia para a Saúde
RESUMO
O aumento da população idosa deve ser acompanhado pela melhoria da saúde e qualidade de vida sendo, assim, um desafio para a saúde pública no Brasil. A promoção do envelhecimento saudável e a manutenção da máxima capacidade funcional do indivíduo que envelhece pelo maior tempo possível são diretrizes da Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSI). Esta pesquisa teve uma abordagem quantitativa e qualitativa de caráter descritivo e foi um estudo exploratório que utilizou dados primários da mensuração da massa corporal, estatura, perímetros musculares e dobras cutâneas, da antropométrica seguindo as diretrizes da bateria de testes da Short Physical Performance Battery – SPPB (GURALNIK et al. , 1994), Força de Preensão Manual (FPM), Mini Exame do Estado Mental (MEEM) (FOLSTEIN; FOLSTEIN; MCHUGH,1975), IVCF20 (Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional do Idoso) (versão do profissional de saúde), que apresenta considerável correlação com a Avaliação Multidimensional do idoso e alto grau de sensibilidade considerável especificidade para identificação do idoso de risco. Foram avaliadas 24 pessoas entre envelhecentes e idosos de ambos os sexos (de 50 a 76 anos de idade). O presente estudo identificou no grupo pesquisado o perfil cognitivo com comprometimento leve e moderado e quanto à independência motora funcional na população avaliada verificou-se a presença potencial para fragilidade e fragilidade, assim como redução na força de preensão manual, caracterizando os indivíduos em pré-sarcopênicos e sarcopênicos, com uma maior predominância para o sexo feminino.
The increase in the elderly population must be accompanied by improvements in health and quality of life, thus representing a challenge for public health in Brazil. The promotion of healthy aging and the maintenance of the maximum functional capacity of the aging individual for as long as possible are guidelines of the National Health Policy for the Elderly (PNSI). This research had a quantitative and qualitative approach of a descriptive nature and was an exploratory study that used primary data from the measurement of body mass, height, muscle perimeters and skinfolds, anthro-
pometric measurements following the guidelines of the Short Physical Performance Battery – SPPB test battery. (GURALNIK et al., 1994), Hand Grip Strength (HGS), Mini Mental State Examination (MMSE)(FOLSTEIN; FOLSTEIN; MCHUGH,1975), IVCF20 (Clinical-Functional Vulnerability Index for the Elderly) (professional version of health), which presents considerable correlation with the Multidimensional Assessment of the elderly and a high degree of sensitivity, considerable specificity for identifying elderly people at risk. 24 elderly people of both sexes (aged 50 to 76 years) were evaluated. The present study identified in the researched group the cognitive profile with mild and moderate impairment and regarding functional motor independence in the evaluated population, the potential presence of frailty and frailty was verified, as well as a reduction in handgrip strength, characterizing individuals in pre-sarcopenic and sarcopenic, with a greater predominance of females
O crescente aumento da população idosa deve ser acompanhado pela melhoria ou manutenção da saúde e qualidade de vida sendo, assim, um desafio para a saúde pública no Brasil. A promoção do envelhecimento saudável e a manutenção da máxima capacidade funcional do indivíduo que envelhece pelo maior tempo possível são diretrizes da Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSI).
Por essa política, capacidade funcional é definida como a capacidade de manter as habilidades físicas e mentais necessárias para uma vida independentemente autônoma (BRASIL, 1999).
A população idosa do Amazonas tem um dos menores percentuais do país, no período entre 2012 e 2021, a parcela de pessoas com 60 anos ou mais saltou de 7,0% para 9,3% da população amazonense. Em números absolutos, esse grupo etário passou de 249 mil para 381 mil, crescendo 34,7% no período. O aumento desse seguimento populacional e o conhecimento incipiente sobre a sarcopenia e fragilidade são fatores que tornam necessário um maior entendimento dos fenômenos de envelhecimento.
Como a saúde funcional na velhice está relacionado ao resultado dos efeitos cumulativos de doenças e de alterações fisiológicas que ocorrem
com a idade (CESARI, 2013), uma pesquisa de caráter exploratório (GIL, 2008) proporcionará maior familiaridade com o problema e permitirá identificar a presença de ambas as síndromes de modo a favorecer o estabelecimento de estratégias e intervenções que minimizem os efeitos deletérios da longevidade.
Este estudo transversal configura-se como uma pesquisa de métodos mistos, de caráter exploratório, que analisará os aspectos cognitivos e as capacidades físicas que permitem independência funcional, componentes importantes na identificação da dinapenia e no rastreio precoce da síndrome de sarcopenia. E visa auxiliar no planejamento de ações estratégicas de saúde destinadas a essa população e na implementação de políticas públicas contribuindo para com as investigações no município de Iranduba-AM para a identificação do idoso pré-sarcopênico, sarcopênico e ou frágil, ponderando-se as características loco regional.
Este trabalho objetivou identificar precocemente a presença da sarcopenia no Iranduba-AM por meio da análise dos indicadores da sarcopenia, de acordo com o gênero, por meio da identificação e validação de marcadores da sarcopenia na população de Iranduba. A pesquisa de métodos mistos “é uma abordagem de investigação que combina ou associa as formas qualitativa e quantitativa” (CRESWELL, 2007). Embora essas abordagens possuam características antagônicas, elas se combinam de forma que podem se complementar na apresentação de resultados.
O diagnóstico da sarcopenia, pode ser classificado em pré-sarcopenia, sarcopenia e sarcopenia grave. Indica-se que o diagnóstico da sarcopenia siga alguns critérios pré-confirmação e esteja baseado na baixa quantidade de massa muscular (critério 1), adicionado a alguma das seguintes opções: baixa força muscular (critério 2) ou baixo desempenho funcional (critério 3). Ademais, aconselha-se analisar e a ponderar sobre a classificação em diferentes estágios de acordo com Cruz-Jentoft et al. (2010): pré-sarcopenia (critério 1), sarcopenia (critério 1+2 ou 3) e sarcopenia grave (critério 1+2+3). A Identificação precoce do risco através do rastreio da Sarcopenia, relacionada à independência funcional e ao comprometimento cognitivo em Iranduba-AM alertará para a implementação de intervenções preventivas e mitigadoras de condições pertinentes ao avanço da idade.
METODOLOGIA
Esta pesquisa teve uma abordagem quantitativa e qualitativa de caráter descritivo e foi um estudo exploratório que utilizou dados primários da mensuração da massa corporal, estatura, perímetros musculares e dobras cutâneas, da antropométrica seguindo as diretrizes da bateria de testes da Short Physical Performance Battery – SPPB (GURALNIK et al., 1994), que avalia o equilíbrio estático em pé, a velocidade da marcha e a força de membros inferiores, avaliou-se também a força de preensão manual (FPM) por meio de um dinamômetro, utilizou-se ainda o Mini Exame do Estado Mental (MEEM)(FOLSTEIN; FOLSTEIN; MCHUGH,1975) para avaliar vários domínios (orientação espacial, temporal, memória imediata e de evocação, cálculo, linguagem-nomeação, repetição, compreensão, escrita e cópia de desenho) e aplicou-se o IVCF20 (Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional do Idoso) (versão do profissional de saúde), que apresenta considerável correlação com a Avaliação Multidimensional do idoso e alto grau de sensibilidade considerável especificidade para identificação do idoso de risco. Proporciona diagnosticar o risco de vulnerabilidade clínico-funcional e das principais dimensões de saúde alteradas. Estes testes foram aplicados em 24 (100%) dos frequentadores do Centro de Convivência do Idoso Honorina Lopes, situado à Avenida Auton Furtado, 228, bairro Cidade Nova em Iranduba-AM. Essa população é composta por envelhecentes e idosos com idades entre de 50 e 76 anos de idade.
Em junho, mais precisamente no dia 15, foi protocolado um requerimento à Secretaria Municipal de Assistência Social, solicitando autorização e anuência à realização da pesquisa no Centro de Convivência do Idoso Honorina Lopes.
Todos os indivíduos incluídos concordaram em participar da pesquisa, mediante prévia explicação e esclarecimento de dúvidas e assinatura do Termo de Conhecimento Livre e Esclarecido (TCLE). O período da coleta de dados realizada por meio da aplicação dos testes supracitados ocorreu no turno matutino, três vezes por semana, no período compreendido entre julho e setembro do corrente ano; 2023.
Esta pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas com o CAAE: 04553018.9.0000.5016 e aprovada sob o Parecer n°. 6.209.420 e está em consonância às diretrizes da Resolução 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde, que faz referências às
normas regulamentadoras e aos aspectos éticos das pesquisas envolvendo seres humanos.
Foi analisado por meio do programa SPSS (Statistical Package for Social Sciences), versão 21 e os resultados encontram-se apresentados em percentuais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram avaliadas 24 pessoas entre envelhecentes e idosos de ambos os sexos (de 50 a 76 anos de idade). Ao analisar os dados coletados, por meio do teste Miniexame do Estado Mental, IVCF-20, FPM, e SPPB aplicados, obteve-se os seguintes resultados:
A bateria do Miniexame do Estado Mental (MEEM) considera como normal, o indivíduo avaliado que alcança mais de 25 pontos. Suspeita-se de perda cognitiva leve quando o escore está entre 21 e 24 pontos, moderada, entre 10 e 20 e grave menor ou igual a 9. Verificou-se que 48% das pessoas avaliadas apresentam leve comprometimento cognitivo (21 e 24 pontos), 24% comprometimento cognitivo moderado (entre 10 e 20 pontos) e 28% com a cognição intacta (25 pontos).
A avaliação do Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional do Idoso (IVCF20) apresenta o seguinte escore como pontos de corte: Idoso Robusto 0 a 6, Idoso Potencialmente Frágil 7 a 4 Idoso Frágil ≥ 15. A análise dessa avaliação revelou que 37% dos idosos avaliados apresentaram pontuação entre 7 e 4 pontos, o que os classifica como potencialmente frágeis, 34% apresentaram entre 0 e 6 pontos, são robustos, e 29% dos idosos avaliados pontuaram ≥ 15, o que os classifica como frágeis.
A aferição da força de preensão manual (FPM) mostrou que 25% das mulheres avaliadas apresentaram força de preensão palmar <20 kg, 8% dos homens avaliados apresentaram força de preensão palmar <35,5 kg. Comparando-se esses resultados aos Pontos de corte para força máxima de preensão de acordo com a Sarcopenia Definitions and Outcomes Consortium (SDOC) que para homens é <35,5 kg e mulheres <20 kg; assim como o Grupo de Trabalho Europeu sobre Sarcopenia que propôs valores de corte revistos para a definição de baixa força de preensão (EWGSOP2). Nas últimas diretrizes do Grupo de Trabalho Europeu sobre Sarcopenia em Pessoas Idosas (EWGSOP2), a baixa força de preensão é o parâmetro
principal, associado à baixa massa muscular, para o rastreio e diagnóstico da sarcopenia.
A avaliação dos testes da Short Physical Performance Battery – SPPB, bateria composta por 3 testes para avaliar o equilíbrio, a velocidade de marcha e a força muscular; o resultado global (soma da pontuação dos 3 testes, max. 12 pontos) é utilizado para avaliar a mobilidade. A soma da pontuação de cada um dos testes ≤ 8 pontos caracteriza limitação da mobilidade e a pontuação máxima alcança 12 pontos. Considera-se existir limitações da mobilidade quando o resultado global é igual ou inferior a 8 pontos. Em caso de limitação de mobilidade, a pessoa apresenta sarcopenia severa, uma vez que a avaliação da mobilidade é implementada quando a força muscular e a massa muscular também estão diminuída. O resultado da avaliação do SPPB, mostrou que 79% apresentaram bom desempenho, 16% mostraram ter desempenho moderado e 4% exibiram baixo desempenho.
De acordo com Cruz-Jentoft et al. (2010): pré-sarcopenia (critério 1), sarcopenia (critério 1+2 ou 3) e sarcopenia grave (critério 1+2+3). Ao associar-se os elementos avaliados e os critérios presentes nos testes aplicados, pode-se identificar a presença de comprometimento cognitivo moderado, potencial para fragilidade e fragilidade, força de preensão manual diminuída, embora a maioria tenha apresentado bom desempenho funcional
CONCLUSÃO
O presente estudo identificou no grupo pesquisado o perfil cognitivo com comprometimento leve e moderado e quanto à independência motora funcional na população avaliada verificou-se a presença potencial para fragilidade e fragilidade, assim como redução na força de preensão manual, caracterizando os indivíduos em pré-sarcopênicos e sarcopênicos, com uma maior predominância para o sexo feminino.
REFERÊNCIAS
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CRUZ-JENTOFT AJ, BAEYENS JP, BAUER JM, BOIRIE Y, CEDERHOLM T, LANDI F, et al. Sarcopenia: European consensus on definition and diagnosis: report of the European Working Group on sarcopenia in older people. Age Ageing 2010;39(4):412-23.
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CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, SAÚDE E SUSTENTABILIDADE – EXPERIÊNCIA ACADÊMICA
CAPÍTULO 14
SAÚDE BUCAL:
IMPORTÂNCIA SOBRE OS
CUIDADOS BUCAIS NA
UNIVERSIDADE, ESTUDO
COM OS ALUNOS DO 1º
PERIODO DE ODONTOLOGIA DA UEA
RESUMO
A saúde bucal sempre foi um fator muito importante para a prevenção de doenças, e para a regulação do equilíbrio corporal. Segundo a OMS (Organização Mundial de saúde), 3,5 bilhões da população mundial sofre de doenç bucais. Dessa maneira observa-se uma severa crise na saúde bucal. Portanto o presente trabalho é uma pesquisa quantitativa com os graduandos do 1º período, da Universidade do Estado do Amazonas. Há uma relação abrangente dessa importância com a frequência da escovação, os alimentos ingeridos, o formato da escova entre outros impulsionadores. Para tal, baseou-se em literaturas, artigos científicos, questionários respondidos pelos alunos, comparados com textos coletados durante a pesquisa. Por fim é importante ressaltar a necessidade da importância de tal higiene, para somar ainda mais nos estudos, intelectual e curso.
Oral health has always been a very important factor in preventing diseases and regulating body balance. According to the WHO (World Health Organization), 3.5 billion of the world’s population suffers from oral diseases. In this way, a severe crisis in oral health is observed. Therefore, the present work is a quantitative research with 1st period undergraduates at the Amazonas State University. There is a comprehensive relationship between this importance and the frequency of brushing, the food eaten, the shape of the brush, among other drivers. To this end, it was based on literature, scientific articles, questionnaires answered by students, compared with texts collected during the research. Finally, it is important to highlight the need for the importance of such hygiene, to add even more to studies, intellectual and coursework.
Keywords: Oral health; Prevention of diseases; Body balance; Food eaten; Oral hygiene.
INTRODUÇÃO
A história da odontologia e a evolução dos cuidados bucais, desde a antiguidade até os dias atuais, destacam a importância contínua da saúde bucal. Além da estética, a saúde dos dentes e gengivas desempenha um papel fundamental em nossa qualidade de vida, afetando nossa capacidade de comer, falar e até mesmo nossa saúde geral. No entanto, dados alarmantes da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que cerca de 3,5 bilhões de pessoas em todo o mundo sofrem de doenças bucais.
No Brasil, apesar do avanço na tecnologia odontológica e no acesso aos cuidados de saúde bucal, ainda há desafios significativos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que menos de 10% da população brasileira realiza a higienização adequada dos dentes. Mesmo com maior acesso à saúde bucal entre grupos socioeconômicos mais privilegiados, ainda persiste um déficit alarmante. A falta de cuidados bucais não se limita a cáries, mas também afeta a saúde geral do corpo, uma vez que a boca está interligada a outros sistemas e órgãos.
Este artigo aborda a importância da saúde bucal e investiga a situação dos estudantes do 1º período da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Escola de Ciências da Saúde (ESA), em relação à sua saúde bucal. Analisaremos os aspectos relacionados à saúde bucal dos participantes e suas práticas para manter dentes saudáveis, reconhecendo a relevância deste tema para a população em geral.
METODOLOGIA
Este estudo teve como objetivo avaliar a saúde bucal dos alunos do 1º período de Odontologia na Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A pesquisa foi conduzida de forma quantitativa, utilizando questionários online com 8 perguntas, administrados através da plataforma Google Forms.
A pesquisa teve como foco a identificação da frequência de atividades relacionadas à prevenção e promoção da saúde bucal entre os alunos do 1º período de Odontologia. Além disso, foram analisadas as estratégias utilizadas por esses estudantes para manter uma boa saúde bucal. As fontes de dados abrangeram o período de 2012 a 2023, permitindo uma análise demográfica e temporal da importância da saúde bucal para a comunidade.
O estudo foi realizado na ESA, localizada no bairro Cachoeirinha, CEP: 69065-001, UEA. O tempo estimado para a conclusão da pesquisa foi de 2 a 4 meses. A pesquisa também abordou a relevância de palestras e apoio para os estudantes que fazem parte da população investigada.
Os resultados deste estudo fornecem insights valiosos sobre o estado da saúde bucal dos estudantes de Odontologia do 1º período na UEA e podem contribuir para o desenvolvimento de estratégias de promoção da saúde bucal no contexto acadêmico.
DISCUSSÃO
Um dos resultados notáveis da pesquisa foi a alta conscientização entre os alunos sobre a importância da saúde bucal. O fato de que a grande maioria dos entrevistados escova os dentes regularmente e considera a higiene bucal importante é um indicativo positivo. Isso sugere que esses futuros profissionais de odontologia estão internalizando os princípios fundamentais da saúde bucal desde o início de sua formação, o que é fundamental para o desenvolvimento de bons hábitos e para a futura prática clínica.
Outro dado relevante foi a porcentagem significativa de estudantes que relataram ter tido cáries em algum momento de suas vidas. Isso ressalta a importância contínua da educação sobre prevenção de doenças bucais, mesmo entre aqueles que estão estudando para se tornarem profissionais de odontologia. É uma lembrança de que a prevenção e os cuidados regulares são cruciais para manter a saúde bucal ao longo da vida.
Embora a escovação regular tenha sido amplamente praticada, o uso do fio dental ainda não é tão comum entre os entrevistados. Isso indica uma área em que a conscientização e a educação podem ser aprimoradas. O fio dental desempenha um papel fundamental na remoção da placa bacteriana entre os dentes e nas gengivas, áreas que podem ser negligenciadas pela escovação. Portanto, incentivar o uso regular do fio dental é importante para manter uma saúde bucal completa.
As descobertas relacionadas às visitas ao dentista também são dignas de nota. Embora a maioria dos alunos vá ao dentista regularmente ou ocasionalmente, a parcela que só procura atendimento odontológico quando enfrenta problemas mais graves indica a presença de obstáculos. A pesquisa não explorou esses obs-
táculos em detalhes, mas eles podem incluir o medo de procedimentos odontológicos, questões financeiras ou simplesmente a falta de compreensão sobre a importância das visitas preventivas. Identificar essas barreiras e trabalhar para superá-las pode ser benéfico para melhorar a saúde bucal dos estudantes.
Além de abordar a saúde bucal, a pesquisa destacou o impacto desse aspecto na vida acadêmica dos estudantes. Uma boa saúde bucal não é apenas sobre estética, mas também está relacionada ao bem-estar físico e mental. Dores de dente, problemas bucais e até mesmo o medo de procedimentos odontológicos podem afetar a concentração, o desempenho acadêmico e a qualidade de vida dos estudantes. Portanto, a manutenção da saúde bucal deve ser considerada como parte integrante do sucesso acadêmico.
RESULTADOS
O estudo realizado com alunos da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), especificamente da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA), teve como objetivo avaliar a importância da saúde bucal entre os estudantes de Odontologia e analisar seus hábitos de higiene bucal. A pesquisa incluiu a coleta de dados por meio de um questionário online e a revisão da literatura sobre o tema.
No início da pesquisa, os participantes concordaram com um Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento (TCLE). O questionário, composto por 8 perguntas, foi aplicado a alunos de Odontologia da ESA. Os resultados revelaram informações valiosas sobre a conscientização e os comportamentos dos alunos em relação à saúde bucal.
Os resultados desafiaram a primeira hipótese da pesquisa, que sugeria que a maioria dos alunos da ESA-UEA não tinha uma saúde bucal satisfatória devido a fatores como falta de tempo. Em vez disso, os dados mostraram que a maioria dos estudantes escovava os dentes na universidade, indicando um nível significativo de cuidado com a higiene bucal.
Além disso, a pesquisa revelou que a maioria dos entrevistados escovava os dentes regularmente, com 73,7% relatando que o faziam sempre. Isso sugere que esses futuros profissionais de odontologia estão adotando bons hábitos desde cedo, o que é crucial para sua formação e futura prática clínica.
No entanto, o uso do fio dental não era tão comum, com 42,1% dos entrevistados admitindo não usá-lo durante a escovação. Isso aponta para uma
área em que a conscientização e a educação podem ser aprimoradas, pois o fio dental é essencial para a remoção da placa bacteriana entre os dentes e nas gengivas.
Um dos dados mais relevantes foi a alta porcentagem de estudantes que já tiveram cáries em algum momento de suas vidas, chegando a 78,9%. Isso destaca a importância contínua da educação sobre prevenção de doenças bucais, mesmo entre estudantes de Odontologia.
Outro ponto notável foi o impacto da saúde bucal na vida acadêmica dos estudantes. Dores de dente, problemas bucais e o medo de procedimentos odontológicos podem afetar negativamente o desempenho acadêmico e o bem-estar dos alunos. Portanto, a manutenção da saúde bucal deve ser considerada como parte integrante do sucesso acadêmico.
CONCLUSÕES/CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa realizada com estudantes vestibulandos de Odontologia na Universidade do Estado do Amazonas (UEA) enfatizou a alta importância da saúde bucal nesse grupo, destacando seus benefícios não apenas para a saúde oral, mas também para a saúde geral. Os resultados evidenciaram que a saúde bucal está intrinsecamente ligada à saúde do corpo como um todo.
Doenças periodontais, cáries dentárias e outras condições bucais não tratadas foram associadas a um maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes, doenças cardiovasculares e problemas respiratórios. Além disso, a saúde bucal influencia diretamente na nutrição, fala e capacidade de mastigação, impactando significativamente na qualidade de vida.
Diante dessas constatações, é crucial promover a conscientização sobre a importância da saúde bucal e incentivar a adoção de hábitos saudáveis de higiene oral desde a infância. Campanhas de educação e prevenção devem ser implementadas para informar a população sobre os cuidados com a higiene bucal, a necessidade de visitas regulares ao dentista e a importância de uma dieta equilibrada para a saúde oral.
Além disso, a pesquisa ressaltou a necessidade de integração da saúde bucal com a saúde geral nos sistemas de cuidados de saúde. Profissionais de saúde devem trabalhar de forma colaborativa para fornecer um atendimento completo, considerando a saúde oral como um componente fundamental da saúde global dos pacientes.
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A Educação Física é uma disciplina educacional que abrange uma variedade de tópicos relacionados à atividade física, esportes, saúde e bem-estar. Aqui estão alguns aspectos importantes para se discutir sobre a Educação Física: Origem: Os Jogos Olímpicos tiveram origem na Grécia Antiga, onde eram realizados na cidade de Olímpia. Os antigos gregos realizavam os jogos a cada quatro anos, a partir do ano 776 a.C. Os jogos eram dedicados ao deus grego Zeus. Jogos Olímpicos Modernos: A versão moderna dos Jogos Olímpicos foi revivida no final do século XIX. O primeiro evento dos Jogos Olímpicos da era moderna ocorreu em Atenas, Grécia, em 1896. Desde então, os Jogos Olímpicos ocorrem a cada quatro anos, exceto em casos de guerra ou outras circunstâncias excepcionais. A Educação Física desempenha um papel vital na promoção de estilos de vida saudáveis, no desenvolvimento de habilidades motoras e na construção de valores relacionados ao esporte e à atividade física.