ENS - Carta Mensal 540 - Abril/Maio 2021

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Ano LXI abril/maio - 2021 - 540

CARTA EQ U I P E S D E N O S S A S E N H O R A

MENSAL

Amar ao pequeno até que cresça; ao enfermo, até que se cure; ao ausente, até que volte; só a mãe pode amar assim. Feliz Dia das Mães! Um ano dedicado às famílias página 3

Domingo de Ramos página 8


Índice EDITORIAL

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SUPER-REGIÃO

ACESSE CARTA MENSAL SONORA:

Compromisso de entreajuda e hospitalidade nas dificuldades.............................. 2 Um ano especial dedicado às famílias................................................................ 3 Matrimônio, um caminho de santidade............................................................. 5 Páscoa: Ressurreição de Cristo, Libertação do Homem .......................................6 Marido e Mulher, vós sois por Cristo encarregados da Missão junto a vosso cônjuge .....7 Domingo de Ramos da Paixão do Senhor ..........................................................8 EACREs virtuais para festejar os 82 anos das ENS ..............................................10 Padre Henri Caffarel, este homem especial ...................................................... 11

IGREJA CATÓLICA

Palavra do Papa............................................................................................. 13 O projeto de Deus para a família .....................................................................14

DATAS RELIGIOSAS

Nossa Senhora do Rosário de Fátima ............................................................... 15

DATAS DO MOVIMENTO

A alegria de celebrar ......................................................................................16 Decreto de reconhecimento das ENS .............................................................. 17

RAÍZES DO MOVIMENTO

Este livrinho inquietante!...............................................................................18

EJNS

ENS e EJNS: unidos pelo amor à Nossa Senhora................................................ 20 Criando laços... Aprendendo a pertencer ......................................................... 21 Mãe de Coração ...........................................................................................22 Espiritualidade em tempos de pandemia ..........................................................23 A beleza da maternidade .............................................................................. 24 Deus nos ama e somos chamados a amar Jesus de volta .....................................25

PARTILHA E PCE

Oração conjugal .......................................................................................... 26

FORMAÇÃO

Ordem e Matrimônio: dois sacramentos de serviço para uma espiritualidade ...... 27

REFLEXÃO

Manutenção de carro e PCEs são coisas sérias! ................................................ 28 Mãe........................................................................................................... 30

CONTOS E REFLEXÃO

A samambaia e o bambu................................................................................ 31

PASSATEMPOS

Caça-Palavras ENS........................................................................................32

no 540 edição abril/maio 2021

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Lu e Nelson - Equipe Editorial: Responsáveis: Débora e Marcos - Cons. Espiritual: Pe. Franciel Lopes - Membros: Lázara e Edison - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622), para distribuição interna aos seus membros. Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 144, Perdizes - 05005-000 São Paulo SP - Fone: 11 98201-8282 - email: novabandeira@novabandeira.com - Responsável: Ivahy Barcellos Revisão: Jussara Lopes - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Douglas D. R ­ ejowski - Imagens: (Freeimagens / Depositphotos); Tiragem desta edição: 25.310 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo-SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Débora e Marcos. Importante: consultar instruções, antes do envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.

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TESTEMUNHO


EDITORIAL

Queridos equipistas, Novamente aqui, para desejar-lhes a paz, na certeza de que não estamos sozinhos! Como nos fala D. Moacir: é certo que estamos caminhando. Bem verdade que a passos mais lentos e com mais esforço. Entretanto, continuemos como Nossa Senhora, vivendo a experiência da visitação que Ela mesma nos ensinou. Nosso querido casal SRB nos r­ ecorda o pensamento de Pe. ­Caffarel sobre as ENS, onde o casal que literalmente assume sua realidade conjugal, não só vive como torna-se um sinal visível do amor de Deus e, portanto, testemunha verdadeira que carrega a marca do serviço dentro e fora do nosso Movimento. O capítulo 2, do tema de estudos deste ano trata o matrimônio como um caminho para a santidade, o qual conseguiremos através dos ensinamentos de Jesus, orientações da Igreja e das ENS. Neste itinerário, compreendemos que a pessoa que ama é capaz de dizer palavras de incentivo, de carinho e de conforto assim como Jesus! Ainda na linha da nossa missão, Bete e Carlos Alberto completa: se além de nos darmos um ao outro, damo-nos juntos, forma-se então um rio de água corrente, ao invés de simplesmente uma lagoa que pode se estagnar... E no artigo do Pe. Vanzella, sobre o projeto de Deus para a família, ele menciona nosso fundador, quando diz: “O amor dos esposos, com seus encantamentos, suas agonias, suas ressurreições, é a imagem transparente, a ‘parábola’ do amor entre CM 540

Deus e seu povo, entre Deus e cada um de seus filhos e filhas”. Destacamos ainda dois artigos de muita relevância: sobre o reconhecimento das ENS como associação privada internacional de direito pontifício e aprovação dos seus Estatutos, onde os autores nos provocam dizendo que precisamos arregaçar as mangas e sair para a missão, deixar de sorver para servir... e o outro sobre a trajetória da EJNS nos últimos 30 anos, como importante campo de missão para nós casais equipistas, além da missão junto ao nosso cônjuge, conforme o capítulo 3 do Tema do ano. O Espírito Santo sopra onde quer, portanto além do que mencionamos, recomendamos as leituras s­ obre: o Domingo de Ramos, Páscoa, ­EACREs virtuais, testemunhos vivenciais, PCEs, Pe. Caffarel, Nossa ­Senhora do Rosário, enfim, se formem e se conformem com o que temos e podemos fazer neste tempo, como pessoas e casais de Cristo. Finalizando, desejamos uma leitura reveladora e transformadora. Que o próprio Cristo lhes fale ao coração... Vocês têm feito, com a frequência que o Movimento propõe, a manutenção preventiva do seu matrimônio? Abraços fraternos com muito carinho

Débora e Marquinho CR Carta Mensal

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SUPER-REGIÃO

Compromisso de entreajuda e hospitalidade nas dificuldades Queridos equipistas, amadas e amados de Deus, saúde e paz! Estamos atravessando esta pandemia como quem caminha dentro do mar, não caminhamos com liberdade e leveza devido à água que chega na altura de nosso peito ou de nossa cintura; devido a ondas inesperadas que vêm e nos atingem tentando desequilibrar-nos. Mas uma coisa é certa, nós caminhamos! Prosseguimos, procurando juntos, através dos meios ao nosso alcance. Vamos lentamente e com mais esforço, mas não deixamos de seguir vivendo nossa vocação e nossa missão. Os equipistas sabem que, mesmo diante das impossibilidades dos encontros físicos, permanece seu compromisso de entreajuda e de hospitalidade diante das necessidades dos irmãos da equipe, do Movimento e da própria comunidade de fé (paróquia, diocese). Buscamos meios de “sair” em direção a quem nos aguarda e “hospedar” os que vêm em nossa direção. Quantos belos exemplos e testemunhos nos chegam das diversas províncias. Os equipistas têm na Bem-aventurada Virgem Maria não somente uma padroeira e intercessora de suas equipes, mas sobretudo um belo testemunho e insubstituível exemplo para seguirem. O mesmo anjo que anunciou a Maria a encarnação do Verbo em si, é o anjo que anunciou a José sua participação nesta missão de Maria. Ou seja, a missão dada a Maria é compartilhada por José em proporções diversas. É a missão de um casal. A escolhas de Nossa Senhora afetam a vida de José e são por ele acolhidas, por isso entendo que a Festa da Visitação de Nossa Senhora acontece dentro desta perspectiva. Maria não vai ao encontro

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apenas de Isabel, mas do casal – Isabel e Zacarias. E vai de acordo com seu esposo José. A obra de Deus que acontece nestas mulheres envolve seus matrimônios. Consciente das maravilhas que Deus realizou nela, Nossa Senhora não se acomodou, mas saiu para ver as maravilhas que Deus realizou em outro casal. ­Maria tem a capacidade de hospedar em si também as necessidades dos outros; a disponibilidade para se fazer presente diante da realidade de outros casais e ver a obra de Deus neles, colaborando para que esta obra se aprofunde ainda mais. Casais equipistas quando se dirigem ao lar uns dos outros vivem esta experiência da visitação e da hospedagem. ­Visitam-se e se ajudam! Hospedam-se uns aos outros, acolhendo também o dom de Deus que entra em suas casas através dos casais hospedados. O Movimento das ENS é, sobretudo, lugar de buscar juntos a santidade conjugal; sua dinâmica exige que cada um acolha e hospede definitivamente o cônjuge em sua vida, e, na sua conjugalidade sacramental, acolham outros casais na vida de equipe, do Movimento, e como discípulos-missionários na vida de toda a Igreja e a sociedade. Em tempos de isolamento e fechamento, abramos as mentes e o coração para vermos o que Deus espera de nós e nos propõe através da realidade que vivemos. Vamos juntos! Deus é Bom sempre!

D. Moacir Arantes SCE Super-Região CM 540


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Um ano especial dedicado às famílias Olá, estimados amigos, Cinco anos após a Amoris Laetitia o Papa Francisco decidiu proclamar um ano dedicado às famílias que foi inaugurado no dia 19 de março na solenidade de São José. Confiemos à Sagrada família de Nazaré este caminho junto às famílias do mundo inteiro, disse ele. O Papa Francisco relançou nos meios de comunicação social o anúncio feito no Ângelus essa nova iniciativa espiritual, pastoral e cultural, para acompanhar e dar assistências às famílias à luz dos desafios do nosso tempo. Um itinerário de 15 meses que culminará em 26 de junho de 2022 no Encontro Mundial das Famílias. Coordenado pelo Dicastério para os leigos, a família e a vida, que, imediatamente após as palavras do Papa, apresentou um comunicado divulgando as iniciativas de trabalho a serem realizadas neste período enviada a todas as dioceses, paróquias, universidades, movimentos eclesiais, associações familiares e famílias inserido no novo site www.amorislaetitia.va. Na nota, o Dicastério explica que “a pandemia focou mais acentuadamente o papel central da família como igreja doméstica, salientando a importância dos laços entre famílias que fazem da igreja uma família de famílias”. Por esse motivo, ao longo do ano da “Família A ­ moris ­Laetitia” o Papa, em nota, exorta a todos nós, comunidades eclesiais de todo o mundo, a sermos testemunhas do amor familiar. CM 540

Como podem ver, caros amigos, será um ano muito especial, pois, comemoraremos os 5 anos da ­Amoris ­Laetitia e também 40 anos da ­Familiaris Consortio, e nós ENS, que somos um Movimento de espiritualidade conjugal e consequentemente voltado para as famílias, temos, mais do que nunca, darmos a nossa contribuição e uma resposta ativa ao apelo do nosso Pontífice. Neste ano, o Movimento nos convida a sermos casal missionário, através do sacramento do matrimônio, e nos apresenta, através das orientações para o ano, várias formas em que podemos atender a esse chamado concretamente. O nosso fundador, Padre Henri Caffarel, afirmava: “Se as Equipes de Nossa Senhora não forem um viveiro de homens e de mulheres prontos a assumir corajosamente todas as suas responsabilidades na igreja e na cidade, perdem a sua razão de ser”.

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“Se as Equipes de Nossa Senhora não forem um viveiro de homens e de mulheres prontos a assumir corajosamente todas as suas responsabilidades na igreja e na cidade, perdem a sua razão de ser” No pensamento do nosso fundador e no trabalho que as EQUIPES DE NOSSA SENHORA propõem aos casais, partimos da premissa de que aqueles que assumem a sua realidade conjugal, como um sacramento da Igreja, são casais que não só vivem a sua conjugalidade em Cristo, mas que se tornam um sinal visível do amor de Deus. Em outras palavras, a sua vida tem uma missão profundamente testemunhal que tem um efeito transformador que o casal humano só pode concluir a partir da especificidade do seu sacramento. Não podemos esquecer que, na mística das ENS, o testemunho de vida é um dos pilares fundamentais que nos permitem revelar o nosso carisma no ambiente onde a nossa vida se desenrola. O testemunho de vida de um casal equipista tem uma marca de serviço, tanto dentro como fora do Movimento, em que as graças do sacramento que vivemos e renovamos todos os dias nos levam a assumir um papel determinante na resposta às necessidades que a Igreja e o mundo nos apresentam.

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Como disse o apóstolo São Tiago, uma fé sem obras é uma fé morta: “Mostra-me a tua fé sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé” (Tg 2,18b). É por esta razão que, cometendo uma ousadia teológica, ousamos dizer que o matrimônio é um sacramento de missão, porque não se concebe a vida conjugal sem fecundidade, e não nos referimos apenas à fecundidade biológica, mas à capacidade de sermos portadores de vida no meio em que vivemos, onde existem problemas e realidades conjugais diferentes que podemos ajudar a enriquecer. A missão não é uma escolha, mas uma consequência do fato de sermos um casal cristão, de sermos sacramento vivo que se renova e se valida dia a dia. (Orientações 2021) Lu e Nelson CRSRB CM 540


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Tema do ano: Capítulo II Matrimônio, um caminho de santidade A graça do Sacramento do Matrimônio destina-se a aperfeiçoar o amor conjugal. A união matrimonial é mais do que uma formalidade social ou uma tradição, é uma aliança diante de Deus que exige fidelidade. Homens e mulheres são chamados a percorrer o caminho à santidade através do Sacramento do Matrimônio, na construção da conjugalidade, na vivência do amor, da caridade conjugal. É um desafio para o cristão no mundo atual diante das situações concretas e tarefas diárias. O amor conjugal crescerá à medida que progredirem na união com Deus e o grau de intimidade com Cristo. Toda mudança é difícil, tem de abandonar velhos hábitos, descobrir novos caminhos, com atitude de abnegação para a construção de uma vida santificada na civilização de amor. Quanto mais o casal se ama, mais crescerá o amor fraterno, a fé, a esperança e a caridade. Não colocando resistência, Deus agirá através dele. O elemento essencial para a santificação do casal é o amor conjugal. Os meios eficazes para a santidade são através dos ensinamentos de Jesus, da Eucaristia, da caminhada com a Igreja, com as orientações que o Movimento das ENS nos propõe na vivência dos PCEs; uma modalidade indispensável para CM 540

uma tomada de consciência e maturar o amor na vida matrimonial. Através do matrimônio o casal cristão tem a missão específica de contribuir à santidade de outros os casais, sendo presença do Cristo na realidade conjugal e familiar. O amor santificado dos cônjuges torna-se santificador, é uma missão urgente dos discípulos missionários na evangelização na Igreja e no mundo. O caminho de santificação não estimula falando, ou repetindo doutrina, mas crescendo na correspondência à graça divina com vitalidade, amor, generosidade,compaixão,cordialidade,alegria.... A pessoa que ama é capaz de dizer palavras de incentivo,de carinho,de conforto como Jesus dizia às pessoas: Vai em paz (Lc.7,50),Não temais (Mt14,27), Grande é tua fé (Mt.15,28). É preciso aprender esta linguagem amável de Jesus. Pela ação do Espírito Santo, buscamos a santidade e habitar em união e comunhão com Deus, aqui na terra e de modo pleno e definitivo na eternidade. Rogamos a Jesus e Maria Santíssima, modelo de santidade, que conceda a todos nós a graça de chegarmos à perfeição cristã. Lenice e José Carlos CR Província Sul II

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Páscoa

Ressurreição de Cristo, Libertação do Homem Na sua ressurreição, Cristo comunica ao mundo o seu Espírito de vida, que muda o coração do homem, Espírito de liberdade, que redime o homem de suas escravidões e exatamente na raiz, pois o resgata do pecado. Abre ao homem um futuro de vida com o dom da sua própria vida. A ressurreição de Cristo liberta o homem “por dentro” e constitui a mensagem mais revolucionária em favor do homem. Os laços do pecado foram rompidos pela cruz; os laços da morte não mais nos detêm. Mortos para este mundo, vivemos uma vida nova. Com a ressurreição, Deus completa, por seu amor, aquilo que ainda nos faltava para sermos discípulos e discípulas de Jesus e alcançarmos a santidade. Deus nos dá de presente, por amor, aquilo que nós não fomos capazes de conquistar com nossas forças. E esse presente é a salvação, obtida para nós pela morte de Jesus. O anúncio da ressurreição mexe com a nossa vida, como aconteceu com as primeiras testemunhas. A alegria invade o nosso ser. O Aleluia que ressoa constantemente exprime a alegria da nova criação, em que todas as coisas se tornaram novas. É uma alegria dinâmica e revolucionária, como diz Santo Agostinho: “Canta como o viajante. Canta caminhando, esquece o cansaço cantando, porém toma cuidado com a preguiça. Canta e caminha.” A esperança se renova, baseada na certeza da vida em plenitude, como dom de Deus. Tudo adquire um sentido novo. A fé na ressurreição imprime novo dinamismo na nossa caminhada terrena.

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A celebração da Páscoa de Cristo é a oportunidade de nos deixarmos invadir pelo amor misericordioso de Deus e seguir a Jesus com entusiasmo.É o tempo do Aleluia, da liberdade dos filhos de Deus, da nova vida do Espírito, da inauguração do Reino de Cristo que, feito “Senhor” na sua ressurreição, sentado à direita do Pai, está misteriosamente presente na sua Igreja e na vida do seu povo. O tempo da salvação, plenamente realizado em Cristo, constitui a originalidade da visão cristã da relação entre a vida do homem e o tempo.O evento Cristo,com seu ápice na Páscoa,torna o tempo “realizado”, mas não “fechado”; por isso, cada homem que vive na história é chamado a comprometer-se com o evento salvífico: viver na comunhão com Deus e com o próximo.Somos chamados a encontrar o Cristo ressuscitado e vivo na comunidade,na sociedade,na face de cada pessoa e em nossa própria vida. A Páscoa de Cristo é o acontecimento que mudou irrevogavelmente o destino do mundo. Isso exige que se faça dela uma proclamação pública e solene. A Igreja não vive a nostalgia do passado histórico do seu Senhor, mas vive a fé na sua presença atual e diz: “O Senhor ressuscitou e vive em nosso meio; aleluia, aleluia!”

Pe. Gilmar Antonio F. Margotto SCE Província Sul II Votuporanga-SP CM 540


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Tema do ano: Capítulo III Marido e Mulher, vós sois por Cristo encarregados da Missão junto ao vosso cônjuge Matrimônio, Sacramento de Missão. Com esse tema, somos mais uma vez presenteados por nosso Movimento,agora com o entendimento ainda maior da nossa missionaridade e da missão que exercemos junto ao nosso cônjuge, para toda a vida. Iniciamos com a dimensão missionária. As Equipes de Nossa Senhora são comunidades missionárias, inseridas na Igreja e em seguida, mais uma vez, nos é mostrado o matrimônio como um caminho para a santidade. Avançando um pouco mais, nos deparamos com a missão do casal em servir um ao outro como entrega, como busca incessante e mútua para amar-nos sem fim. Somos encarregados da missão junto a nosso cônjuge, a missão de santificá-lo, enquanto peregrinos nesta terra. Ao casarmos, muitas vezes, não temos a noção de que somos responsáveis pela felicidade do nosso cônjuge. Estamos muito preocupados na satisfação material, e esquecemos que a caminhada espiritual é o que nos fará firmes em todos os momentos, alegres ou tristes da vida conjugal. Devemos sim, com o poder do amor, superar, quebrar qualquer bloqueio danoso ao crescimento e maturação da vida conjugal. Pe. Caffarel nos apresenta os caminhos que devemos seguir,mostrando que essa busca de crescimento espiritual está alicerçada em uma vida de oração,meditação da palavra,participando do retiro espiritual e também em uma vida de equipe plena. CM 540

Jamais podemos nos descuidar, como casal, e colocar a busca de crescimento espiritual em último plano, subestimando e minimizando com outros objetivos de nossa vida cotidiana. O conhecimento real dos cônjuges é de suma importância. Buscar fortalecer suas virtudes e jamais ignorar suas falhas, ajudando-o sempre com o amor de santificá-lo. Isso fortalece a caminhada, pois o verdadeiro amor perdoa, corrige e vive profundamente em uma cumplicidade madura de fé. Pe.Caffarel ressalta que: “Amar é querer o sucesso total do seu ente querido..., mas antes de tudo e acima de tudo, sua realização religiosa, sem a qual sua vida não será bem-sucedida.” E só iremos conseguir realizar a missão sacramental do nosso casamento quando descobrirmos que o outro não nos pertence, que temos um mestre e senhor, “Jesus Cristo”, e que só ELE pode ocupar o centro de nossa vida. Coloquemo-nos de joelhos no chão, todos os dias, e deixemo-nos conduzir pelo amor de Cristo, pois fomos por Ele encarregados da missão e é através Dele que iremos alcançar a santificação do nosso cônjuge. Vanessa e Rômulo CRP Nordeste I

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Domingo de Ramos da Paixão do Senhor “...prostremo-nos aos pés de Cristo. Revestidos de sua graça, ou melhor, revestidos Dele próprio... prostremo-nos aos seus pés como ramos estendidos”

(Santo André de Creta, bispo)

Com o Domingo de Ramos celebramos o último domingo da Quaresma e iniciamos a Semana Santa. A Igreja nos concede quarenta dias de caminhada penitencial para tornarmos santo e agradável a Deus. Sacrifício único pelos pecados do povo para a salvação do mundo. Cristo, o único e verdadeiro sacerdote, fazendo-se vítima definitiva, levou à perfeição os que ele santifica (Hb 10,14). Por isso, somos tidos na perfeição em Deus por meio de Cristo, pois, Nele, somos chamados do pecado à perfeição dos santos: “Sede santos, porque eu sou santo” (Lv 11,44). Celebrar o Domingo de Ramos é contemplar a entrada de Jesus em Jerusalém, aclamado pelo povo, que impunha nas mãos ramos e estendem seus mantos para que o Mestre e Senhor passe triunfante. Uma cena feliz de um povo que espera a libertação de uma opressão legalista na esperança de tempos melhores. Porém, este mesmo povo que clama Hosana ao Filho de Davi levará Jesus ao julgamento de Pôncio Pilatos e à condenação da Cruz. Queridos casais, SCE e AE, com esta celebração somos convidados como Igreja e comunidade de batizados,

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a acompanhar Jesus. Nesta unidade eclesial, como Movimento, quero convidá-los a contemplar a cena do Domingo da Paixão. Estamos vendo Jesus. Estamos acompanhando a sua chegada montado no jumentinho. Jesus sorri, e neste sorriso acolhe você e todos nós que estamos com os ramos nas mãos. Jogamos os nossos ramos no chão, e enfeitamos esse caminho com coisas efêmeras. Diz Santo André de Creta, “que Ele quer somente que nos prostremos revestindo-nos Dele próprio”. É Jesus mesmo o ramo que devemos levar nas mãos, acenando para este mundo de desigualdade, a fim de que os olhos que o vejam contemplem o verde da esperança que não morre, a fim de obtermos, cada vez mais, a verdadeira fé que nos move para a caridade como cura e zelo aos irmãos, vivendo a “Laudato Si” que nos faz ter mais “Amoris Laetitia” e enfim, andarmos juntos e de mãos dadas como “Fratelli Tutti”. Deponhamos ao chão o manto do falso poder, que pode acompanhar a nós, Sacerdotes Conselheiros, impondo o jugo pesado sobre as costas daqueles que esperam alcançar a leveza do Esposo Jesus para com a sua Esposa Igreja. Naqueles que CM 540


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esperam da instituição a vivência da “Evangelii Gaudium”. Da consagração à Vida Religiosa que não nos permite, tantas vezes, ser vinho novo em odres novos. Fujamos das tentações que o estado celibatário e conjugal nos pede, por meio dos sacramentos que realizamos para servir. Deixemos que o Senhor pise por cima da ornamentação fugaz, para não entregarmos Jesus à morte na semana seguinte, mas que a nossa oração pessoal e conjugal, seja a felicidade completa da certeza da Ressureição. Contemplemo-o cantando Hosana ao Filho de Davi, com a força do Espírito Santo, que recuperamos com o dever de sentar-se e a Regra de Vida, reconhecendo ­Jesus como Redentor da nossa história pessoal de salvação. Não sejamos eufóricos e tomados apenas pelo desejo de sermos libertos das opressões, mas com a profundidade do Retiro Espiritual, preparemo-nos discípulas(os) missionários, a sala que Jesus pediu CM 540

para celebrar a Páscoa; e, montados no “jumentinho” da humildade, ousemos assumir o convite do Papa Francisco: Saiamos! Que a Igreja em saída nos faça entender e viver o nosso Tema e Lema para este ano: Matrimônio, sacramento de missão... e os enviou dois a dois à sua frente... Queiramos apenas o que Jesus pode dar, Ele mesmo, e permaneçamos com Ele, reforçando a nossa conjugalidade, enaltecendo o carisma das ENS e nos fazendo também vítimas agradáveis aos seus olhos, encontrando na Eucaristia o que o Domingo de Ramos iniciou. Que o Poderoso faça sempre em nós maravilhas!

Pe. Fábio José Costa SCEP Nordeste I

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EACREs virtuais para festejar os 82 anos das ENS

No último dia 25 de fevereiro, fez 82 anos da primeira reunião das Equipes de Nossa Senhora, em Paris. Na ocasião, o casal Pierre e Rozenn de M ­ ontjamont lavraram uma ata que, em sua conclusão, diz: Devemos cuidar e purificar sempre a fonte do rio. Esta é a razão porque nos encontramos aqui. Como as coisas de Deus são atuais! Nunca foi tão necessário “cuidar” e “purificar” a vida equipista como nos últimos tempos. Não podemos nos encontrar, nos abraçar... A vivência da pequena ecclesia na equipe ficou deveras prejudicada. E nesse contexto, as equipes do Brasil estão vivenciando todos os EACREs 2021, de forma virtual. Como é bom ver essa fonte renovar-se a cada fim de semana. Quantas boas práticas foram implementadas para que todas as orientações fossem repassadas fielmente,tentando,na medida do possível,manter o carinho e o calor humano. De certo ganhamos em unidade, pois as palestras e vídeos passados no Pará são os mesmos assistidos no Rio G ­ rande do Sul, mas sem perder a peculiaridade e individualidade regional nas animações e reuniões de grupo.

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Se é verdade que todos seremos diferentes ao final da pandemia, na comunidade equipista isto já é uma realidade, e o Pe. Caffarel decerto está bem orgulhoso dos brasileiros, pois tanta criatividade e disposição amenizaram todas as dificuldades que se apresentaram e persistem até hoje. Talvez essa fase esteja passando, talvez precisemos de um pouco mais de paciência, mas uma coisa é certa: o amor que há 82 anos atrás impulsionou aquele jovem casal a procurar o nosso fundador, num momento de guerra, é o mesmo que nos sustenta hoje, apesar das perdas irreparáveis, de tanto sofrimento e caos. Não por acaso o tema de estudo desse ano é “Matrimônio, sacramento de missão”. Conclamamos todo casal equipista brasileiro, enviado de Deus, a seguir firme, dois a dois, à sua frente. Afinal, desde 1939 é por e para isto que estamos aqui!

Tatiana e Rubens Casal Comunicação Externa da SRB CM 540


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Padre Henri Caffarel, este homem especial O Movimento das ENS no Brasil, que em 2020 comemorou 70 anos, teve o privilégio de conhecer de perto seu fundador por ocasião das três visitas ao Brasil, em 1957, 1962 e 1972. Quem foi o homem que os casais e conselheiros encontraram nestas duas primeiras décadas de existência do Movimento em solo brasileiro? - um homem pouco imponente à primeira vista: baixo, magro, calvo, nariz e orelhas grandes e aparentemente frágil; no entanto, com um olhar muito especial, penetrante, parecendo querer entrar na alma da pessoa para perceber as suas particularidades e necessidades; - um homem decidido, rigoroso, exigente e detalhista que não hesitou em fazer cobranças ao colocar a disciplina e uma continuada formação como elementos cruciais para o surgimento de equipes de qualidade; - um homem avesso a construções teóricas, preferindo dar respostas práticas a partir da identificação de necessidades concretas: “vamos procurar juntos”, como já havia dito aos primeiros casais e às viúvas que o tinham procurado; - um homem ao mesmo tempo aberto a mudanças e outras opiniões (e por isso, sempre pedia ao casal Moncau e outros dirigentes que externassem eventuais pensamentos contrários), sendo alguém CM 540

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SUPER-REGIÃO

Hoje há um claro consenso nos pensamentos da Igreja, já evidenciado por Pe. Caffarel nas suas muitas colocações feitas e pela vivência de sua própria vida, de que não existe caminho de santidade sem oração para quem importava mesmo um olhar concreto sobre as pessoas e os acontecimentos; - um homem com um senso de humor e capaz de mostrar o lado alegre da vida sem perder o realismo, uma das características de vida dos santos, como mais tarde nos lembra o Papa Francisco na recente Exortação Apostólica G ­ audete et Exsultate. - um homem, por fim, que viveu e testemunhou ao longo de toda a sua trajetória a essência da razão de sua vida: o encontro pessoal com o Cristo que se evidencia na prática da oração interior e pessoal, complementada no ambiente dos casais e das famílias com a da oração conjugal e familiar. Se há uma só palavra que o resuma, esta seria “oração”, capaz de permear toda a sua vida e seu exemplo. Aí lembramos do seu encontro pessoal com Cristo em 1930, do surgimento e do acompanhamento das ENS entre 1939 a 1973 e da dedicação exclusiva à oração, ao ensinamento da oração e aos retiros na Casa de Oração em 1.

Troussures nos últimos 23 anos de sua vida. Pe. Caffarel chamava a atenção, inclusive no Brasil, para o estado de “anemia espiritual” e para a “baixa resistência” na vida daqueles que pouco se dedicavam à oração diária, fazendo um forte apelo para que dedicasse, a cada dia, um período mínimo de oração para o encontro com Cristo. Hoje há um claro consenso nos pensamentos da Igreja, já evidenciado por Pe. Caffarel nas suas muitas colocações feitas e pela vivência de sua própria vida, de que não existe caminho de santidade sem oração. Reconhece-se igualmente, de maneira clara, que é na oração e com a oração que aprendemos a fazer a vontade de Deus, que é servir os outros e caminhar na fé. Esses ensinamentos, de forma clara, foram deixados nos seus escritos e por ocasião de suas visitas ao Brasil. Afra e Beto CR Causa de Canonização do Pe. Caffarel no Brasil

Henri Caffarel, Um homem arrebatado por Deus, de Jean Allemand. 2. Equipes de Nossa Senhora no Brasil, Ensaio sobre seu histórico, de Nancy Cajado Moncau. 3. Casal Santo: Alegria da Igreja, Testemunho para o Mundo, tema de estudo das Equipes de Nossa Senhora para o ano de 2020.

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IGREJA CATÓLICA

PALAVRA DO PAPA

“A santidade é um dom” Nas audiências dos dias 29/04 e 27/05/2015,o Papa Francisco nos fala: “O matrimônio consagrado por Deus protege o vínculo entre homem e mulher que Deus abençoou desde a criação do mundo, e é fonte de paz e de bem para a inteira vida conjugal”. A aliança de amor entre o homem e a mulher, a aliança para a vida, não se improvisa, não se faz de um dia para o outro. Não há o matrimônio “express”: é preciso trabalhar sobre o amor, é preciso caminhar. A aliança de amor do homem e da mulher aprende-se, afina-se. Permito-me dizer que é uma aliança artesanal. Fazer de duas vidas uma única vida é também um milagre, um milagre da liberdade e do coração, confiado à fé. (cf. Papa Francisco) O Cristão é homem e mulher com uma história,porque não pertence a si próprio, está inserido num povo que caminha.Não há o cristão perfeito, um homem, uma mulher espiritual de laboratório, mas sempre um homem e uma mulher espirituais inseridos num povo,que tem uma história longa e contínua a caminhar até a volta do Senhor (Meditação matutina na Capela Santa Marta, 30/4/2015). No dia 1º/11/2019, o Papa Francisco rezou a oração mariana do Ângelus com os fiéis reunidos na Praça São Pedro. O Pontífice destacou que a santidade é uma meta que não pode ser alcançada somente com as forças humanas, mas é fruto da graça de Deus e da livre resposta que o homem dá a ela, ou seja: a santidade é dom e chamado. CM 540

A ENS nos convidam a viver um caminho de santidade, tomando Jesus como companheiro de caminho, nos oferecendo os meios, fazendo florir as graças do matrimônio. Pe. Caffarel, no livro O Amor e a G ­ raça, nos ensina que “a verdadeira santidade é algo mais que essa tensão de espírito e de nervos que mata a espontaneidade. A santidade do amor é o amor mesmo: para cooperar com as graças conjugais, basta que os esposos se amem sempre mais e melhor. Assim, procurar maior intimidade dos corações é cooperar; entregar-se corporalmente no respeito e no amor, é cooperar; desenvolver a vida espiritual do cônjuge, (...) é cooperar com a graça sacramental do matrimônio”. Afinal, o Senhor nos escolheu “para sermos santos e íntegros diante dele, no amor” (Ef1,4). Concluímos com uma fórmula luminosa do Pe. Caffarel: amar é dar-se um ao outro para darem-se juntos.E acrescenta: “Se nos limitamos ao dom de um ao outro, os dois riachos formarão uma lagoa; numa lagoa,bem depressa a água estagna; mas, se além de nos darmos um ao outro,damo-nos juntos,forma-se então um rio de água corrente”. Bete e Carlos A. Dantas Eq. N. S. Rainha da Paz Setor Minas II - Província Leste II

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IGREJA CATÓLICA

O projeto de Deus para a família Quando Deus nos criou, mostrou todo o seu amor por nós e a forma amorosa necessária para a nossa vida nas relações entre nós e nas relações com Ele. Devemos viver em paz com Deus, com as outras pessoas, pessoalmente e com a natureza, e essa paz é possível somente a partir de um relacionamento amoroso. Criados à sua imagem e semelhança, Deus amor nos criou imagens do amor, semelhantes no amor e capazes de amar. Amamos a Ele, que passeia conosco no jardim, amamos as outras pessoas porque somos carne da mesma carne e ossos dos mesmos ossos, amamos a nós mesmos porque não nos envergonhamos de nós mesmos e amamos a natureza, à qual pertencemos e que sustenta a nossa vida. E Deus disse: por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e ambos serão uma só carne. Se falamos que somos carne da mesma carne, devemos compreender que participamos de algo comum,mas cada um tem a sua própria carne. No matrimônio, agora se tornam uma só carne, e aí vemos a função unitiva do sacramento do matrimônio que nos mostra a relação entre Deus e os homens e, a partir da Nova Aliança, a união entre Cristo e a sua Igreja. Orígenes, um sábio da Igreja primitiva, nos ensina que do mesmo modo que do sono profundo de Adão no paraíso Deus tira do seu seio a sua esposa Eva, do sono profundo da morte de Cristo

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no Calvário, do seu lado aberto nasce a sua esposa que é a Igreja. Assim, Jesus Cristo é o esposo da Igreja, e o sacramento do matrimônio é a expressão do amor e do relacionamento entre Cristo e a sua Igreja. O amor é sempre fecundo e, por isso, os filhos são um dom preciosíssimo do matrimônio. A reprodução é uma responsabilidade de cada pessoa enquanto tal em relação a si próprio, em relação ao cônjuge, em relação à família humana em vista da perpetuação da espécie e em relação ao próprio Deus. Esta responsabilidade deve ser assumida também em relação à própria vida que se inicia: diante dos filhos. Tudo isso faz com que a família seja uma verdadeira comunhão de pessoas que vivem, a partir do sacramento do matrimônio, no plano da natureza e no plano da graça, a realidade de Igreja doméstica que tem como modelo e paradigma a própria Santíssima Trindade. Por tudo isso, para nós, membros das ENS, nos ensinou o Pe. Caffarel no seu famoso texto “Nas encruzilhadas do amor, na página 9, o seguinte: “O amor dos esposos, com seus encantamentos, suas agonias, suas ressurreições, é a imagem transparente, a “parábola” do amor entre Deus e seu povo, entre Deus e cada um de seus filhos e filhas”.

Pe. José Adalberto Vanzella Região Leste IV CM 540


DATAS RELIGIOSAS

Nossa Senhora do Rosário de Fátima Todo ano por ocasião do dia 13 de maio temos a oportunidade de celebrar uma das maiores festas marianas do mundo, que surgiu nas aparições recebidas por três pastorzinhos no lugar chamado Cova da Iria em Fátima, Portugal, cuja invocação atribuída à Virgem Maria formalmente chamamos de Nossa Senhora de Fátima. Segundo os testemunhos das três crianças videntes de Nossa Senhora,a primeira aparição da Virgem Maria ocorreu no dia 13 de maio de 1917 em meio à Primeira Guerra Mundial e repetiu-se durante seis meses seguidos,sempre no dia 13,exceto no mês de agosto, que ocorreu no dia 19. De acordo com os relatos dos pastorzinhos videntes, a mensagem que a Virgem Maria apresentou em Fátima foi um insistente apelo à conversão, à penitência e à oração do santo Rosário. Nossa Senhora disse às três crianças que era necessário que rezassem muito e que aprendessem a ler. Convidou-os a voltarem ao mesmo lugar, na Cova da Iria, no dia 13 dos meses seguintes, sempre à mesma hora. As aparições de Fátima nos primeiros anos do século XX e os acontecimentos mundiais já faziam entrever o que seria a triste história contemporânea, marcada por um progresso material desenfreado em detrimento de uma decadência de costumes como nunca visto antes, bem como a realização de guerras e convulsões sociais de proporções assustadoras. Pode-se afirmar que o santo Rosário tem grande importância na mensagem de ­Fátima, pois o próprio título com a qual Nossa Senhora se apresentou revela a grande importância dessa oração mariana para a Igreja em nosso tempo. A Virgem Maria apresentou-se aos pastorzinhos CM 540

com o título de Nossa Senhora do Rosário. O Papa Paulo VI na Exortação Apostólica Signum Magnum (Sinal Grandioso Nº13) nos diz que “a maternidade espiritual de Maria transcende o tempo e o espaço e pertence à história universal da Igreja, porque Ela sempre esteve presente com a sua maternal assistência. Igualmente fica claro o sentido da afirmação, tão frequentemente repetida: a nossa época pode bem dizer-se a era de Maria”. A mensagem de Fátima teve grande importância naquele momento histórico e, depois de cem anos, continua atualizada. Hoje, mais do que nunca, a oração do santo Rosário e as penitências são fármacos eficazes contra o mal e contra a busca desenfreada pelas coisas materiais. A devoção do primeiro sábado de cada mês em reparação às ofensas contra o Imaculado Coração de Maria será o caminho mais seguro de muitas almas para o Reino dos Céus. Frei Joelmi Figueiredo Gomes SCER Maranhão/Piauí

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DATAS DO MOVIMENTO

A alegria de celebrar

Celebramos este ano 71 anos da formação da primeira Equipe de Nossa Senhora no Brasil. Em 13 de maio de 1950, os casais Figueiredo, Volpi, Morato,Melo e Moncau se reuniram tendo como orientador espiritual,nos dois primeiros meses, o Monsenhor Aguinaldo José Gonçalves que, não podendo dar continuidade, indicou o Pe. Oscar Melanson. A princípio, ele foi apenas para agradar Mons.Aguinaldo, pois pensava que era um grupo de casais que queria se reunir pelo prazer de se reunir... Porém, já na primeira reunião, foi surpreendido por Pedro Moncau, que lhe entregou O Estatuto das ENS, afirmando que era aquilo que eles queriam fazer. Relembramos este episódio para demonstrar nossa felicidade em celebrar mais um ano de existência do Movimento no Brasil, graças à perseverança e determinação desses casais, que como Pe. Caffarel e Pe. Oscar também viram um caminho com grande potencial para a busca da santidade em casal, coisa que para a época era, até então, impensada. Não foi fácil, sabemos disso, pois era a primeira equipe

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de língua não europeia, mas o Espírito Santo conduzia e conduz tudo. Pe. Caffarel, com suas cartas e visitas ao Brasil, estruturava as ENS, trazendo para o Movimento uma trajetória de muitos desafios e aprendizado. Hoje, por conta da pandemia, também nós equipistas estamos enfrentando dificuldades e desafios. O medo, o distanciamento social e os cuidados que devemos ter para não nos contaminarmos não podem tirar o brilho e a felicidade de festejar mais um aniversário. Que os casais e sacerdotes das primeiras equipes sejam para nós exemplos de fé e determinação, para que daqui a alguns anos, décadas... mais casais sintam a mesma felicidade por termos perseverado. Que o Espírito Santo ilumine nossos caminhos para que possamos ajudar o Movimento a comemorar muitos aniversários. Porque Ele vive, eu posso crer no amanhã. Que Deus abençoe a todos. Ana Maria e Riberto CRR São Paulo Oeste III Pederneiras-SP CM 540


DATAS DO MOVIMENTO

Decreto de reconhecimento das ENS Quem ama, serve, quem ama, cuida! O dia 19 de abril de 1992 representa um marco histórico para as ENS. Nesta data, o decreto do Pontifício Conselho para os Leigos reconheceu as ENS como uma associação privada internacional de direito pontifício,dotada de personalidade jurídica, e aprovou os seus Estatutos “ad experimentum”. A aprovação definitiva concedida pelo Vaticano, contudo, somente se deu a 26 de julho de 2002, no dia da memória litúrgica de São Joaquim e Sant’Ana,pais da Bem-aventurada Virgem Maria.Nada mais apropriado,não é mesmo? Muito mais que um ato administrativo pelo qual é concedido estatuto privilegiado a uma associação, o decreto de reconhecimento das ENS é uma constatação, uma declaração de admissão e uma confissão de amor da Igreja pelo nosso Movimento. Colocada no peito a condecoração, surge inevitável sentimento de orgulho: nós pertencemos a um Movimento que é reconhecido pelas instâncias hierárquicas maiores da Igreja Católica. Quanta honra! Motivo de festa e comemoração! Deixemos que transborde do peito a nossa alegria cristã, a alegria de saber que a Santa amada Igreja nos reconhece como baluartes de um Movimento em que o matrimônio,guiado pelo amor do Cristo, é caminho de santidade. Mas precisamos descer do êxtase do Monte Tabor, pois é aqui na planície que temos um trabalho a ser executado. Passemos do Tabor ao labor. Tudo isso nos leva a direcionar com sensatez o nosso pensamento para vislumbrar a irradiação apostólica do Movimento e o aprofundamento da formação dos equipistas, agindo a serviço da família e da sociedade durante todos os anos que antecederam esse reconhecimento.Mas também,e principalmente, olhando para o futuro para ver com maturidade e pés no chão o que ainda CM 540

temos como tarefa: ajudar os casais a viver de forma cristã a sua vida matrimonial e a descobrir e realizar no quotidiano o projeto de Deus a seu respeito.É nosso direito comemorar,mas é nosso dever,como apóstolos do matrimônio,arregaçar as mangas,sem olhar para trás, e cairmos em campo para trabalhar o caminho de santidade a ser percorrido. O decreto de reconhecimento definitivo das ENS,sonho dos equipistas da primeira hora que acreditaram e trabalharam muitos anos na construção desta magnífica associação de leigos (e, com certeza, sonho também do nosso querido Pe.Caffarel),transforma-se, desde aquela data, em missão para os que estão cerrando fileira neste exército de casais (especialmente os mais jovens) convencidos da necessidade de servir o Movimento, a família, a sociedade. O decreto precisa ser visto também como um despertar. Num Movimento como o nosso não se pode viver o tempo todo apenas a sorver. Já é hora de passar também a servir. Nosso orgulho motivado pelo decreto de reconhecimento precisa se transformar em ação para não arrefecer jamais na missão de promover o crescimento do Movimento, sem nunca perder de vista a qualidade, base de toda sustentabilidade das ENS. Invertendo os papéis, nós é que temos de reconhecer que o Decreto do Vaticano veio para despertar em nós o dever da gratidão a Deus, ao Pe. Caffarel, aos casais que nos antecederam. Reconhecer é virtude que nos conduz à gratidão. Esta, por sua vez, nos impulsiona ao serviço por amor. Quem ama, serve, quem ama, cuida! Elen e Colares Eq. 2 – Setor E Região Ceará I

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RAÍZES DO MOVIMENTO

Este livrinho inquietante! Acabo de ler, com interesse, as respostas de cerca de trezentos casais das Equipes de Nossa Senhora a um inquérito sobre a leitura do Evangelho. É evidente que não tenho a pretensão de lhes apresentar, em poucas linhas, os resultados completos. Creio, simplesmente, que devo comunicar-lhes algumas reflexões sobre certa reação que encontrei com frequência: “Quando pensamos mergulhar no Evangelho, confessam muitos casais em termos semelhantes, cedemos muitas vezes à tentação de fuga. É, sem dúvida, uma reação de defesa”. “No fundo, o Evangelho mete-nos um pouco de medo”, li em várias respostas. Entre os que leem com frequência o Evangelho, muitos, de uma forma ou de outra, concordam com o casal que escreve: “Quando nós, os casados, abrimos o Evangelho é sempre com a impressão de que nunca poderemos realizar o que ele nos pede. Cristo não suporta o meio-termo... Sentimo-nos desencorajados”. “Desencorajados”, “inquietos”, “esmagados” são termos que se repetem amiudadas vezes. É verdade que as exigências de Cristo vão terrivelmente longe: “Não julgueis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer a paz, mas a espada” (Mt 10, 34). “Ninguém pode servir a dois senhores, porque, ou há de aborrecer um e amar o outro ou ser dedicado a um e desprezar o outro” (Mt 6, 24).

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“É mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico no reino de Deus” (Mt 19, 24). “Quem, depois de deitar a mão ao arado,olha para trás,não é apto para o Reino de Deus” (Lc 9, 62). “Segue-me e deixa que os mortos sepultem os seus mortos” (Mt 8, 22). “Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e deita-o fora para longe de ti, porque melhor é para ti perder-se um só dos teus membros do que ser todo o teu corpo lançado na Geena” (Mt 5, 29). “Então Jesus pôs-se a dizer para todos: Se alguém quer vir após Mim, renegue-se a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me” (Lc 9, 23). “Todo aquele dentre vós que não renunciar a todos os seus bens, não pode ser Meu discípulo” (Lc 14, 33). “Quão estreita é a porta, e apertada a via que leva à vida! E são poucos os que dão com ela” (Mt 7, 14). Não terá Cristo falado só para desencorajar as almas de boa vontade? Certamente. Ele quer que ajustemos a nossa vida por este ideal apresentado em toda a sua incandescente pureza, mas quer também, e antes do mais, que confrontemos a nossa maneira de pensar e de viver com as suas exigências, para que possamos descobrir CM 540


RAÍZES DO MOVIMENTO

tudo aquilo que em nós as recusa, as contradiz, a fim de, numa palavra, tomarmos consciência da nossa condição de pecadores. E não será isso que nos atormenta mais cruelmente? Temos uma necessidade tão grande de estar contentes conosco mesmos, de nos considerarmos “suficientes”; ora, se abrirmos o Evangelho, somos forçados a condenarmo-nos. Mas é precisamente a isso que Cristo nos quer obrigar, nós que não temos espontaneamente a atitude de publicano: “Meu Deus, tende piedade do pecador que eu sou!” (Lc. 18-13). Descobrir que somos pecadores e que não nos podemos salvar a nós próprios, por mais que o desejemos, e reconhecer, pois, que temos necessidade imperiosa de um salvador, eis o primeiro sentimento que Cristo quer despertar em todos os homens. Que aquele que se recusa a isso não pretenda encontrar-se entre os que seguem Cristo. O ideal evangélico é difícil de realizar, CM 540

isso é bem verdade; mas se nós o aceitamos, se aderimos reconhecendo como estamos afastados, querendo muito sinceramente orientar a nossa vida de acordo com ele, então a graça do Senhor virá em nosso auxílio. Ela tem feito muitos outros milagres! “A Deus, nada é impossível!” Sendo assim, o desânimo não fica bem. Mas, evidentemente, quem não queira perder o amor e a estima por si próprio, não abra o Evangelho. É um livrinho terrivelmente inquietante. Quero dizer: que se apodera da nossa quietude e lhe torna a vida dura. Editorial Padre Henri Caffarel – Carta Mensal, março de 1964. Pe. Henri Caffarel Colaboração: Ma. Regina e Carlos Eduardo Eq. N.S. Mãe de Deus e Nossa Piracicaba-SP

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EJNS

ENS e EJNS: unidos pelo amor à Nossa Senhora O Movimento das EJNS já existe há 44 anos, tendo sua origem na França, em 1976, durante um Encontro Internacional das ENS, a partir do desejo dos filhos de casais equipistas em viverem, a exemplo dos seus pais, uma espiritualidade mais profunda e tendo Nossa Senhora como exemplo perfeito e caminho seguro que nos leva ao Cristo. De fato, somos frutos do autêntico testemunho e da igreja doméstica que os casais das ENS alimentam em milhares de lares mundo afora. Aqui no Brasil as EJNS surgiram no início da década de 90 e foram se consolidando com o apoio das ENS. Muitos jovens que compuseram as primeiras equipes eram filhos de equipistas, uma realidade presente ainda hoje em nosso Movimento. Hoje, mais de 30 anos depois, as EJNS contam com mais de 2.400 jovens, distribuídos em 37 setores e 26 expansões, presentes em 17 estados e no Distrito Federal. Nos sentimos como verdadeiros filhos das ENS, tendo nos casais não somente um ponto de apoio, mas um colo seguro que nos acolhe com amor maternal, que não só nos abraça, mas que nos ilumina nas nossas escolhas e muito nos iluminou em diversas etapas que vivemos ao longo desses 30 anos. Sem dúvida, uma das coisas que mantêm esta constante união, como diz um dos nossos documentos fundadores “[...] é o amor à Nossa Senhora, o desejo de colocar-se sob o seu amparo e exemplo no caminho que leva a Cristo”.

6 mil jovens equipistas distribuídos por Portugal, Espanha, EUA, Brasil, Paraguai, Costa Rica, Líbano, Síria, Canadá, Angola e Moçambique. Além das expansões para Itália, Reino Unido, Suécia, África do Sul, Togo, Ilhas Maurício, Cabo Verde, Colômbia, Peru e República Dominicana. Porém, muito mais de 6 mil jovens já passaram pelo Movimento, cuja faixa etária é fixada entre 16 e 30 anos. Jovens que passaram por aqui foram seguindo suas vocações e hoje já são equipistas das ENS.

O papel do casal nas EJNS Cada equipe de jovens é acompanhada por um Conselheiro Espiritual e um Casal Acompanhador (muitos membros das ENS). Ambos são fundamentais para a vivência do nosso carisma, mas especialmente o casal que nos “dá testemunho de sua vida espiritual, partilhada e vivida em conjunto e das graças recebidas pelo Sacramento do Matrimônio. Traz à equipe a experiência de um enriquecimento mútuo na oração e de um compromisso de leigos no mundo. Pela sua confiança e doação recíproca, o casal é o sinal da fidelidade vivida com Deus, num momento em que tantos jovens hesitam em tomar um compromisso duradouro”. Para as EJNS é uma imensa alegria e um cuidado muito grande de Deus poder contar com vocês. Estão sempre em nossas orações.

As EJNS no mundo O Movimento das EJNS, cujo nome internacional é YTOL – Youth ­Teams of Our Lady, possui atualmente quase

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Rainer Branco Colegiado Nacional – EJNS Brasil CM 540


TESTEMUNHO

Criando laços... Aprendendo a pertencer Há 12 anos, fomos convidados a ingressar nas ENS por meio de uma pilotagem paralela. Tomados por um misto de curiosidade e necessidade de termos mais proximidade com Deus, aos poucos fomos compreendendo e percebendo o desejo do Pe. Caffarel de ajudar casais a viverem uma espiritualidade conjugal. Entendemos mais a essência do Movimento e nos colocamos disponíveis para a compreensão da mística e do carisma, o que exigiu de nós uma abertura amorosa do coração. Para nos sentirmos pertencentes, precisamos estar abertos ao conhecimento. Lentamente, fomos nos fortalecendo como casal por meio da vivência dos PCEs, da partilha em equipe e pelo desejo de participar das formações oferecidas. Tivemos a oportunidade de animar nossa equipe como CRE e passamos a olhar o Movimento sob outra ótica. Saímos do aconchego de nossa equipe de base e nos demos conta de que não somos ilhas e de que a integração com outras equipes nos garante a firmeza dos elos que unem essa corrente de amor, as ENS. Aprendemos a viver e a amadurecer com as alegrias e tristezas. Ficamos firmes na caminhada, mesmo quando tínhamos o desejo de desanimar. Recebemos o convite para a missão de Casal Ligação, o qual consideramos uma oportunidade de avançar para águas mais profundas. Como ligação, entendemos o sentido de cativar, tão bem expresso por Saint Exupéry em CM 540

seu livro O Pequeno Príncipe - “cativar significa criar laços” e, assim, tornamo-nos responsáveis por cada equipe que ligamos. Criamos laços de amizade, companheirismo, afetividade; cativamos e nos deixamos cativar. Fortalecidos pelo verdadeiro sentido de conjugar verbos como: pertencer, avançar, priorizar, ajudar, permitir, ser e amar, testemunhamos hoje o grande amor que temos pelo Movimento, que a cada dia cresce e nos fortalece como casal que caminha para a santidade. Hoje estamos na missão de animar o Setor Natal C. Dessa vez, não mais por aquela curiosidade que nos motivou no início de nossa vida equipista, mas pela compreensão de que a missão chega para nos tornar mais atuantes, mais orantes, mais casal, certos de que devemos sair, sem medo, pedindo a Deus a vivência das qualidades de Maria: coragem, silêncio, serviço. Nosso sim vem com a certeza de que não estamos sós, de que precisamos testemunhar tamanho amadurecimento de fé e pertença. Não basta estarmos nas equipes, é preciso sermos equipe e nos deixarmos conduzir pelo Espírito Santo, para que possamos fortalecer laços de pertença e amor a um Movimento cuja pedagogia prepara os casais para testemunharem, onde quer que estejam, o verdadeiro sentido do Matrimônio. Sandra e Cortez CRS Natal-RN

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TESTEMUNHO

Mãe de Coração

Sou Adriana, casada com Eduardo Zambon há 27 anos e pertencemos ao MENS há 26 anos. Fui diagnosticada com endometriose aos 24 anos de idade, o que me impossibilitou de gerar filhos biológicos. Mas, como Maria nossa mãe e mãe de Deus não nos abandona, intercedeu junto a nós. Meu ginecologista, também equipista, sugeriu, depois de dois procedimentos malsucedidos e três cirurgias, que realizássemos nosso sonho através de uma adoção – Mãe de Coração. Foi então que em um evento das ENS conhecemos um casal, de outro estado, que tempos depois anunciou que seríamos pais, através da adoção. Foi um misto de emoções, não sabíamos nem sexo, nem cor, mas 22

tínhamos a certeza que amávamos de todo o coração. Nascia então nossa filha muito amada, Maria Eduarda. Maria em homenagem a Maria, nossa mãe e mãe de Deus, e Eduarda em homenagem ao pai, pois foram inúmeras as situações de abnegação dele para a realização de nossos sonhos. Hoje Maria Eduarda está com 15 anos e cresceu ouvindo que a Duda é do coração e é nele que guardamos os nossos maiores tesouros. Deus é amor! Deus é bom e é bom o tempo todo. Ele fez maravilhas em nossas vidas. Louvamos e agradecemos. Adriana e Carlos Eduardo Zambon Eq. 04-B – Setor Araçatuba CM 540


TESTEMUNHO

Espiritualidade em tempos de pandemia Dizia Pe. Caffarel: “Assim como ninguém se torna marceneiro, músico, escritor da noite para o dia, também ninguém se torna orante sem um consciencioso aprendizado”1. Impactados, este ano, por uma situação pandêmica inesperada, vimos o isolamento social encapsular nossas vidas abruptamente. Passado o primeiro impacto, decidimos por um aprendizado consciente, o que, para nós, equipistas há tantos anos, poderia representar uma tarefa simples. Mas não! Justamente nesta turbulência, fomos descobrindo a força do aprendizado consciente na oração e na espiritualidade. Essa maneira virtual de caminhar vem mudando nossas vidas. No início, a dificuldade: quando marcar reuniões, como realizá-las, qual o aplicativo mais adequado?... Confiantes, buscamos forças em nossa Mãe Santíssima. Perseveramos. Nas primeiras semanas, o consolo chegou com os terços às quartas-feiras. Vimos que era bom! Rompíamos virtualmente o isolamento. Em oração, confortávamos uns aos outros. Crescia a necessidade de estarmos juntos, de agradecer ao Senhor por sua misericórdia sobre nós derramada. Crescia nossa consciência sobre o valor da oração em casal e entre irmãos. Crescíamos em afeto uns pelos outros, em Cristo. O estar em família equipista provocou-nos a ousar! Encontros virtuais todos os sábados, em preparação às reuniões formais. Estudar tornou-se hábito: numa semana, uma parábola presente 1

no capítulo do livro-tema; noutra, um capítulo de Gaudete et Exsultate também lá no livro-tema; noutra,a crescente vontade de mais um capítulo, mais um, mais um... De repente, havíamos trabalhado o documento completo. Ensinamentos do Papa Francisco, tão necessários às nossas vidas! E vimos o quanto isso era muito, muito bom! Optamos por discussões todos os sábados, que ecoassem nas reuniões mensais formais, dadas as escolhas ligadas ao estudo do tema 2020. Nos surpreendemos ao estudar o Gnosticismo e o Pelagianismo, temas relevantes e tão pouco compreendidos na relação com nossa vida cotidiana. Fomos ao Catecismo da Igreja Católica, buscando conscientizarmo-nos ainda mais sobre a Eucaristia e sua relação com o Matrimônio. Assim fomos avançando... Trilhamos uma caminhada também inesperada, que pouco a pouco nos arrebatou. Nossas escolhas refletem o passo a passo dessa espiritualidade consciente, desejada, construída na equipe, numa relação fraterna. Partilhamos aqui, por termos descoberto significados por vezes escondidos, de uma espiritualidade sustentada. Partilhamos com vocês, irmãos equipistas, de que modo abraçamos a pandemia com resignação cristã e a transformamos em instrumento para a conquista dessa espiritualidade consciente. Equipe 8D - Nossa Senhora Aparecida São Paulo Capital II

Pe. Henri Caffarel. Textos Escolhidos do Pe. Henri Caffarel. 2009. p. 28.

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TESTEMUNHO

A beleza da maternidade

Nos casamos no ano de 1983. Muita simplicidade, muitas dificuldades – especialmente financeiras, mas um amor enorme e a certeza de que “seria até que a morte nos separasse”. Da nossa união, nasceram três filhas. Tudo caminhava normalmente: as dificuldades eram vencidas com amor, vida vivida “um dia de cada vez”, fé em Deus e o caminho a percorrer, até o dia em que descobrimos uma doença grave em nossa terceira filha: Marisa, de apenas 8 anos. Era um problema no fígado que somente um transplante traria de volta a normalidade dá vida de nossa pequena, porém só poderia ser feito em S. Paulo. A gravidade da situação nos fez tomar atitudes muito radicais: tomamos nossa pequena, juntamos alguns recursos doados pela família e seguimos para S. Paulo, sem saber o que nos esperava... Diante dos médicos que nos receberam, não tínhamos respostas a tantos questionamentos! Lembro perfeitamente da pergunta: “E o doador?” ... e a resposta: “Eu.” Não posso dizer o que passou na mente daqueles profissionais. Tiveram piedade? Não sei responder. Mas um

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deles segurou minha mão e entendi que compreendiam minha atitude. Dias depois, com o que tínhamos e o que Deus colocou em nosso caminho, estávamos, as duas, na sala de cirurgia. Parte do meu fígado seria doada e salvaria a vida da nossa “pequena”. O processo cirúrgico foi um sucesso! Agora, restaria a resposta do seu organismo. Não esquecerei, jamais, o misto de sentimentos que saíram do meu coração. Eu era muito consciente da minha atitude. O amor que tinha no meu peito transbordava. Se seria necessário o organismo da Marisa reagir para que tudo desse certo, não foi isso o que aconteceu. Outras complicações surgiram no decorrer dos dias e nossa Marisa virou um “anjo”, uma “estrelinha” a brilhar no firmamento de Deus. Não estive no seu sepultamento. Marcos, meu esposo, pai e companheiro incansável, a trouxe para Mossoró, nossa cidade, enquanto permaneci em São Paulo até que os médicos liberassem o meu retorno. Os dias e anos que se seguiram... Estes 18 anos de ausência não foram fáceis, tudo o que passamos permanece vivo em nossa lembrança. O meu fígado regenerou, mas o coração ainda traz muitas marcas. Somos muito felizes com nossa família, filhas, genros e neta. Posso assegurar que entendo, com muita propriedade, a beleza do amor de uma mãe e a que consequências este amor pode nos levar. Regina e Marcos Eq.04 – N. S. de Guadalupe Setor Mossoró B - Região RN II CM 540


TESTEMUNHO

Deus nos ama e somos chamados a amar Jesus de volta Em 2018, com 10 anos de matrimônio e três filhas, sentíamos em nossos corações a necessidade de crescer espiritualmente.

Éramos católicos que não vivenciavam bem a verdadeira fé e os mandamentos de Deus... Não íamos à missa todos os domingos, não líamos a Bíblia diariamente, não sabíamos rezar o terço meditando os mistérios, rezávamos muito pouco ou quase nada juntos. Enfim, não conhecíamos a verdadeira fé católica. Naquele tempo, falávamos em participar de algo que tivesse foco na espiritualidade conjugal. Foi quando um casal amigo que acabara de entrar nas ENS nos convidou para conhecer o Movimento. Fomos com certa desconfiança para a reunião de informação, mas vimos nos olhos do casal informador o amor com que falavam das equipes. Saímos de lá maravilhados, decididos a participar, e cada passo dado dentro do Movimento fazia com que nosso coração crescesse no amor às ENS. Naquele ano de 2018, participamos do nosso primeiro Retiro. Nos preparamos alegremente como quem vai fazer uma grande viagem. Foi então que reconhecemos que realmente Deus nos ama e somos chamados a amar Jesus de volta, amando os que estão ao nosso lado. CM 540

O Retiro foi maravilhoso e mudou nossas vidas. Lá fizemos nosso primeiro, verdadeiro e amoroso “Dever de Sentar-se”, colocamos como “Regra de Vida” aprofundar na fé e na vida do Movimento. Daí em diante, nossa “Oração Conjugal” ficou mais frequente, engatinhamos na melhora da “meditação”, buscando fazer a “Escuta da Palavra” todos os dias. No ano de 2019, colocamos na nossa agenda a participação no Retiro, mas uma série de obstáculos se colocou à frente, entre eles um surto de malária, na região onde seria o Retiro, e a primeira competição de ginástica rítmica de nossa filha mais velha, marcada “em cima da hora”. Ficamos no dilema, pois nossa filha não escondia a vontade de nos querer perto dela. Isso foi motivo de muitos conflitos e dúvidas. Fomos praticamente a contragosto e com alguma tristeza para o Retiro. Mas os desígnios de Deus não cabem na nossa compreensão, vivenciamos um Retiro indescritível, como se sentíssemos um pequeno gostinho de como seria o céu. O Movimento das Equipes de Nossa Senhora é uma estrada pavimentada que nos leva no caminho de Jesus para o céu. Débora e Luiz Augusto Eq. 16 - Setor João Pessoa C

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PARTILHA E PCE

Oração conjugal

Vocês têm um tempo para conversar com Jesus? O nosso começa assim que acordamos. Aliás, acordamos um pouco mais cedo para que este encontro seja realizado com tranquilidade e muito amor. Primeiro ouvimos o que Ele tem a nos dizer através do Evangelho. Meditamos, refletimos e trazemos para a nossa vida. Depois agradecemos por todas as bênçãos e graças recebidas e pedimos a sua proteção para todos de nossa família, amigos e àqueles mais necessitados. Assim começamos nosso dia, na companhia de Jesus e confiantes de sua presença no meio de nós. A Oração Conjugal é um momento de intimidade entre o marido e a esposa e entre o casal e Jesus Cristo. É buscar a Deus, é buscar a santidade, é o desejo de formar uma trindade junto a Cristo. Para essa intimidade é necessário despir-nos de nossas fraquezas, limitações, fragilidades e nos entregarmos, sem medo. Marido, esposa e Jesus, num momento sublime, de amor, perdão, conhecimento, entrega, vivendo num só corpo em seu amor.

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Confiantes no amor e na misericórdia, saímos restabelecidos,confiantes de Sua proteção e, fiéis à Sua palavra e ensinamentos, podermos testemunhar a maravilha de termos um Pai que cuida e protege, um Filho que orienta e um Espírito Santo que nos ilumina para um caminho de fraternidade, união, esperança, confiança e serviço àquele que é único e que se faz trino para nossa salvação. Escolha um momento durante o dia para, em casal, realizar este encontro com Jesus. Temos 24 horas e Ele precisa de um momento qualquer... Façam a experiência do encontro. Marido, esposa e Jesus Cristo firmando a aliança de amor, pois onde dois estão reunidos Jesus está junto deles, e onde Jesus está, existe o amor. Que o nosso Deus, nosso Salvador, nosso Senhor Jesus Cristo abençoe a todos os casais, a todas as famílias, que é onde Ele deposita total confiança para alcançarmos um mundo melhor. Ronise e Miguel CRR – Região Oeste I - Prov. Sul II

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FORMAÇÃO

Ordem e Matrimônio: dois sacramentos de serviço para uma espiritualidade Ordem e Matrimônio conferem uma graça especial para uma missão particular na Igreja em ordem à edificação do povo de Deus. Eles contribuem em especial para a comunhão eclesial e para a salvação dos outros. Segundo os números 1534-1535 do Catecismo da Igreja Católica, “a ordem e o matrimônio estão ordenados à salvação de outros. Se contribuem também para a salvação das pessoas, isso acontece por meio do serviço aos outros. Conferem uma missão particular na Igreja e servem para a edificação do povo de Deus. Os que recebem o sacramento da Ordem são consagrados para ser, em nome de Cristo ‘pela palavra e pela graça de Deus, os pastores da Igreja’(LG11). Por sua vez ‘os esposos cristãos, para cumprir dignamente os deveres de seu estado, são fortalecidos e como que consagrados por um sacramento especial’(GS48,2)”. Pelo sacramento da Ordem o sacerdote torna-se semelhante a Cristo por meio de uma graça especial do Espírito Santo, ou seja, assemelha-se e age em nome Daquele que veio para “servir e não para ser servido (Mt 20, 28). Em se tratando da aliança conjugal essa é ordenada para uma comunhão que deve durar a vida toda, é ordenada ao bem dos cônjuges e a geração e educação dos filhos. Segundo Pe. Caffarel, “ao se falar de atividade procriadora e educadora, convém retomar a importante palavra ministério. O sacerdote exerce seu ministério sacerdotal por força de um mandato do bispo, mandato esse que poderá ser tirado; os pais recebem seu ministério (serviço) do próprio Deus; em termos corretos, ele é CM 540

de direito divino, ninguém pode retirá-lo dos pais e nem os pais podem contestá-los” (Palestras e Conferências, p. 42). Em 1938, quando quatro casais cristãos querendo viver seu amor à luz da fé procuraram o jovem Pe. Caffarel, a fim de os guiá-los, houve aí uma íntima união entre os dois sacramentos de serviço, a ordem e o matrimônio. Olhando para o passado podemos até pensar que aqueles casais gostariam de ter uma receita pronta para suas questões ou uma resposta pronta para suas indagações, contudo a resposta não poderia ser melhor quando Pe. Caffarel responde: “Vamos procurar juntos”. Dessa bela e discernida resposta nasce uma união íntima que perdura até os dias de hoje, sacramento da ordem e do matrimônio procurando juntos servir a Deus e aos irmãos. Portanto “juntos” continuemos a procurar, continuemos a buscar, continuemos a servir. Pois assim nos fala Pe. Caffarel: “O cristão, enquanto discípulo de Cristo, deve falar e atuar. Tem que ser o primeiro a ajudar os que sofrem, os que estão aflitos, os oprimidos; deve dedicar-se às grandes tarefas humanas, entregar-se até o sacrifício”. (L’Anneau d’Or, nº 109).

Pe. Antônio da Silva Miguel Jr. Eq. N.S. Aparecida e N.S. Boa Mãe - Setor A Criciúma-SC

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REFLEXÃO

Manutenção de carro e PCEs são coisas sérias! Os PCEs são iguais a um veículo, que para trafegar requer algumas ações do seu condutor. O abastecimento com combustível, a troca periódica do óleo do motor, a água para a refrigeração do motor, o fluido de freio, a calibragem dos pneus. É engano pensar que somente o combustível é importante para rodar, nenhum dos outros pode ser descartado ou desconsiderado, ou colocado em segundo plano, pois o funcionamento eficaz do veículo depende dessas ações alinhadas entre si. Mas há algo ainda mais importante a ser feito com frequência: a manutenção preventiva, que tem como premissa prevenir possíveis problemas e mau funcionamento, evitando assim custos onerosos. Ora, podemos aplicar sem medo essas ações aos nossos PCEs, Oração Conjugal, Leitura da Palavra, Meditação da Palavra, Retiro e Regra de Vida. Deixamos por último o Dever de Sentar-se, justamente porque ele será a “manutenção preventiva” que, quando feita com frequência, evita problemas maiores. Para fazê-la, não se espera o veículo apresentar algum problema, mesmo em perfeito funcionamento devemos fazê-la, e as concessionárias chamam isso de revisão, onde tudo é verificado desde a parte mecânica, o sistema eletroeletrônico, o estado dos pneus etc. E o que se tem de retorno, quando assim 28

se faz? Conforto, segurança sua, de sua família e durabilidade maior do veículo, melhor desempenho e ainda economia de combustível, pois um veículo bem regulado em sua ignição rende muito mais. Aplicando-se este mesmo princípio, não se deve fazer o Dever de Sentar-se apenas quando há algum problema ou alguma questão pendente a ser resolvida pelo casal. Você não se sente seguro, rodando com um veículo que apresenta um ruído estranho no motor. Então aqui entra outra coisa importante, tanto na manutenção do veículo, como na vida conjugal: a qualidade das ações. Você não faz a troca do óleo do freio e do motor, ou a verificação do sistema de refrigeração, ou o estado dos pneus com uma pessoa qualquer. Se você preza pelo seu patrimônio, sempre procura as oficinas autorizadas, onde a mão de obra é feita por profissionais altamente qualificados, e os equipamentos ou produtos têm o selo de garantia e qualidade. Se tomamos todo esse cuidado, que é realmente necessário, com nosso veículo, por que não o fazemos, na nossa espiritualidade conjugal? Nela ocorrem coisas inadequadas, como: “Vou rodar mais 1000 km com o óleo vencido... a troca do óleo de freio dá para esperar mais um pouco, a água do sistema de refrigeração CM 540


REFLEXÃO

já está no limite, mas não vou colocar já o fluído, os pneus estão em mau estado, mas vou rodar mais alguns meses”. Agindo com essa displicência, haverá na certa um acidente pela frente, e poderá ser fatal para você ou até um ente querido, além do risco de perder seu patrimônio, adquirido com tanto esforço e economia. Na vida conjugal os riscos são os mesmos,ou ainda piores,porque envolve a santidade do casal e a sua fidelidade ao Movimento. Portanto, coisas do tipo: “estamos sem tempo para fazer a oração conjugal,a leitura e meditação das Palavra a gente faz,mas estamos sempre com pressa e ela não é bem-feita,a Regra de Vida está difícil de fazer,acho que vou mudá-la por uma mais fácil,ir no Retiro,este ano infelizmente não vai dar...Quanto ao Dever de Sentar-se,a gente faz rapidinho,às vésperas da nossa reunião,ou seja,é uma manutenção apenas parcial,chamada “meia-boca”, CM 540

que não contempla todos os aspectos da nossa vida. O que poderá ocorrer com um casal equipista que age assim, já o sabemos, a partir da comparação com a manutenção do veículo, previsão de ocorrências de acidentes de riscos leves ou mais graves, e até de perda total da Graça de Deus... Que tal fazer a manutenção preventiva hoje, fazendo um cuidadoso Cheklist de todos os demais PCEs? Não esqueça de buscar um local sossegado, em uma hora mais apropriada, pode ser que demore mais, dependendo de há quanto tempo vocês não o fazem. Desliguem-se de tudo e peça ao Espírito Santo para coordenar a revisão Geral. E coloquem a plaquinha “Em Manutenção” Diácono José da Cruz Eq. 1 Setor Votorantim-SP

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REFLEXÃO

Mãe

Mãe, Mamãe, Mama, Mamis, Mamusca, Mamita... Vários nomes, expressões, formas de chamamento, todas infinitas e incompletas, para essa personagem fundamental e importante na vida de toda e qualquer família. Ser mãe é assumir a responsabilidade por uma vida para sempre; é estar disposta a conhecer na carne e na alma o real significado de amor fraterno e incondicional. Ser mãe é doar-se a todo momento, renovar as esperanças. Mãe é chão, é teto, é lar, é comida quentinha, é roupa lavada, é porto seguro, é GPS para achar as coisas perdidas pela casa, é leoa feroz protetora da cria. Mãe é drama, comédia, suspense, tragédia. É bicho do mato, é careta, é bruxa, é vidente. É tudo junto e misturado. Mas, acima de tudo, é o anjo de Deus cuidando de nossas vidas. Ser mãe é sentir ausência dos filhos quando vão embora. É ver e sentir que existe uma casa grande, com espaços demais e gente de menos, com quartos vazios, a ausência, o silêncio, a falta de movimento, a falta de cheiro de sabonete e perfume, as ausências das

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coisas bagunçadas e fora do lugar, as saudades das conversas, não ter mais as brincadeiras, as gargalhadas, as implicâncias, as discussões, as roupas usadas e calçados espalhados todos pelo chão, as louças sujas deixadas sobre a mesa, pia, sofá, cama etc. Mãe é terapeuta particular, é mão sempre estendida, é abraço acolhedor. Mãe é conhecer o real sentido do amor de Deus em nossa vida. Muitas vezes, temos os filhos longe, mas sempre pertos e presentes em nossos corações e nossas orações. Entre as poucas certezas que se pode ter na vida está o amor de uma mãe por seus filhos. Quando tudo parece estar perdido, há sempre o abraço, a palavra de carinho, o necessário puxão de orelha corretivo. O colo está lá sempre à disposição para todas as idades, feitios e tamanhos. Ninguém falou que seria fácil, só que valeria a pena. Por isso, se pudesse voltar no tempo faria tudo novamente. Cristina e Sérgio Eq. N. S. Desatadora dos Nós Setor Pouso Alegre B – Região Minas III CM 540


CONTOS E REFLEXÃO

A samambaia e o bambu Certo dia resolvi dar-me por vencido. Renunciei ao trabalho, às relações e à minha fé. Resolvi desistir até da minha vida. Dirigi-me ao bosque para ter uma última conversa com Deus. - Deus, eu disse: poderias me dar uma boa razão para eu não entregar os pontos? - Sua resposta me surpreendeu: olha ao seu redor. Estás vendo a samambaia e o bambu? – Sim, estou vendo, respondi. – Pois bem. Quando semeei as samambaias e o bambu, cuidei deles muito bem. Não lhes deixei faltar luz e água. A samambaia cresceu rapidamente, o seu verde brilhante cobria o solo.Porém, da semente do bambu nada saía, mas apesar disso eu não desisti do bambu. No segundo ano a samambaia cresceu mais brilhante e viçosa e, novamente, nada cresceu da semente de bambu. Mas não desisti. No terceiro ano, no quarto, a mesma coisa? Mas eu não desisti. No quinto ano um pequeno broto saiu da terra. Aparentemente, em comparação à samambaia, era muito pequeno e até insignificante. Seis meses depois, o bambu cresceu mais de 50 metros de altura.Ele ficara cinco anos afundando raízes.Aquelas

raízes o tornaram forte e lhes deram o necessário para sobreviver.A nenhuma de minhas criaturas eu faria um desafio se elas não pudessem superar.E olhando bem no meu íntimo,disse: Sabes que durante todo esse tempo que vem lutando,na verdade estavas criando raízes? Eu jamais desistiria do bambu,nunca desistiria de ti.Não te compares com os outros. O bambu foi criando com uma finalidade diferente da samambaia, mas ambos eram necessários para fazer do bosque um lugar bonito. - Teu tempo vai chegar, disse-me Deus. Crescerás muito! - Quanto tenho de crescer, perguntei? - Tão alto como o bambu!,foi a resposta. E eu deduzi: tão alto quanto puder! Moral da história: Nunca se arrependa de um dia da sua vida.Os dias bons trazem felicidade.Os dias ruins trazem experiência. Ambos são vitais para a vida. A felicidade o torna doce. Os problemas te mantêm forte. As penas te mantêm humano. As quedas o tornam humilde. O êxito o torna brilhante… Mas só Deus te mantém caminhando.Que estas palavras possam te ajudar a entender que Deus nunca desistirá de ti. Autor desconhecido do livro Histórias de Sabedoria/Israel Foguel

Esta mensagem também serve para todos nós. Poderíamos dizer que a história da samambaia e do bambu é a fabula da esperança. Porque nela reside a verdadeira essência da resiliência e da perseverança; isto é, esta história reflete a importância de não nos darmos por vencidos quando temos que encarar um obstáculo, um desafio ou um contratempo. Se você não alcança o que almeja, não se desespere, talvez esteja apenas lançando raízes. CM 540

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PASSATEMPOS

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Respostas: ALIANÇA, CAMINHADA, COMUNIDADE, EVANGELHO, FÉ, FRATERNIDADE, IGREJA, MÃE, MATRIMÔNIO, PÁSCOA, RESSURREIÇÃO, ­SANTIDADE, TESTEMUNHO

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NOTÍCIAS

BODAS DE PRATA

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janeiro 2021

março 2021

Elza e João

Eq. N.S. do Perpétuo Socorro - Capanema – PA

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Daniela e Roberto Eq. N.S. da Coragem - Belém – PA

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dezembro 2020

março 2021

Ana e Pedro

Benedita e Gelson

Eq. N.S. da Glória - Manaus – AM

Eq. N.S. do Silêncio - Abaetetuba – PA

BODAS DE OURO

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janeiro 2021

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janeiro 2021

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Nelma e Salgado Eq. N.S. de Nazaré Belém-PA

Maria Luiza e Bernardo Eq. N.S. do Rosário São Miguel de Guamá-PA

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NOTÍCIAS

ANIVERSÁRIO DE EQUIPE - JUBILEU DE OURO

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Equipe 2C

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Equipe 01

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Equipe 01

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Equipe 02

janeiro 2021

março 2021

junho 2021

novembro 2021

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N.S. Estrela da Manhã São Paulo-SP

N.S. do Sagrado Coração Juiz de Fora-MG

N.S. Rainha de Todos os Povos São Paulo-SP

N.S. de Fátima Juiz de Fora-MG

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NOTÍCIAS

VOLTA AO PAI

Valdo da Elane 8.3.2021 Eq. N.S. do Monte Serrat Manaus - AM

Vanderlei da Janete 22.1.2021 Eq. N.S. das Dores Manaus - AM

Maurício da Carlene 26.2.2021 Eq. N.S. da Luz Manaus - AM

Alcir da Nívea 2.2.2021 Eq. N.S. Desatadora dos Nós Manaus - AM

Nelma Aparecida do Ruth Donizete 16.1.2021 Eq. N.S. do Belém Ribeirão Preto - SP

Francilene do Julio 8.2.2021 Eq. N.S. de Fátima Manaus - AM

Paulo Rogério da Keli 13.2.2021 Eq. N.S. Auxiliador Cascavel-PR Padre Daniel Pacífico 30.1.2021 Eq. N.S. do Perpétuo Socorro Castanhal-PA

Ana Maria do Pina Maia 17.7.2021 Eq. N.S. das Dores Setor Paulista - PE Sebastião França da Fatinha 99.99.2021 Eq. N.S. das Dores São João Nepnuceno - MG

Francisco da Gabriela 4.2.2021 Eq. N.S. Aparecida Botucatu-SP

Delma do Joel 15.1.2021 Eq. N.S. do Santíssimo Sacramento Juiz de Fora - MG

Padre Luís Alcione Grilo 6.2.2021 Eq. N.S. Aparecida Botucatu-SP

Amaro da Deuzuila 13.3.2021 Eq. N.S. do Carmo Paritins - AM

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MEDITANDO EM EQUIPE

No seio de minha família brota meu apostolado

A Palavra de Deus

- “Ide, pois, e fazei discípulos todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-os a observar tudo o que vos mandei. Eis que eu estou convosco todos os dias, até o fim dos

tempos.” Mt 28,19-20 - “Antes, como é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos, também vós, em todo o vosso proceder.” 1Pd 1,15

Reflexão Quando dois corações se unem pelo sacramento do matrimônio, se realiza na vida do casal uma aliança mergulhada no amor de Deus. Deus os uniu! O matrimônio não tem como finalidade apenas o bem dos cônjuges, mas é uma verdadeira missão, um apostolado exercido como serviço à Igreja. A união de um homem e uma mulher no sacramento do matrimônio, trazendo as marcas da vida de Cristo e imitando sua missão, se reveste de serviço, entrega e disposição para tornar Deus mais conhecido. Assim, no matrimônio se assume uma missão. - Todos nós somos missionários pelo batismo. Mas, uma vez assumido o matrimônio, os casais ainda mais deverão assumir seu apostolado na Igreja. Deus envia os casais como apóstolos, isto é, são enviados para evangelizar e testemunhar na Igreja e no mundo a ação de Deus em suas vidas. São apóstolos do matrimônio,

da santidade do casal, defensores da vida, da família e de todos os valores que levarão as famílias ao céu. O grande envio de Jesus é para que sejamos santos; assim, todo apostolado matrimonial deve levar a família, bem como as pessoas com as quais se encontrar, para o céu. - Somos Equipe de Nossa Senhora, audaciosos apóstolos do matrimônio. Como temos vivenciado nossa missão? Uma vez fazendo parte das ENS, temos assumido autenticamente nossa missão nesse mundo/comunidade/lar? Concretamente, o que temos feito pela nossa família e pelas famílias de nossa comunidade? Sabemos que não existe apostolado sem santidade, sem configuração de nossa vida com a de Cristo. O matrimônio que assumimos tem se configurado como serviço a Deus e à Igreja? O que nos propomos a fazer para testemunhar Cristo às pessoas? Que tipo de missionários temos sido?

Oração espontânea - Nesta oração quero convidá-los a voltarem aos textos propostos acima (Mt 28,19-20 e 1Pd 1,15), reler e meditar tais passagens. Se possível, façam a leitura orante dos mesmos. - Deus nos envia a fazermos novos discípulos.

Envia-nos para ensinar a Sua Santíssima Vontade. Faça uma oração espontânea e assuma um compromisso, talvez até uma regra de vida, a ser vivido (a) nesta temática do apostolado que visa a santidade das famílias.

Oração Litúrgica Ó Deus, do qual provém toda a paternidade, nos céus como na terra, / Vós, Pai, que sois Amor e Vida, pelo Vosso Filho Jesus Cristo, nascido de uma Mulher, / e pelo Espírito Santo, fonte de caridade divina, / fazei que, na terra inteira, cada família humana se torne / um verdadeiro santuário da vida e do amor, / para as gerações que incessantemente se renovam. Fazei que o amor, consolidado pela graça do sacramento do Matrimônio, / seja sempre mais forte do que todas as fraquezas, / mais forte do que todas as crises, / que, por vezes, se verificam nas nossas famílias.

Fazei, enfim – nós vo-lo pedimos – por intercessão / da Sagrada Família de Nazaré, que em todas as nações da terra / a Igreja possa realizar com fruto a sua missão, / na família e pela família. Amém! (Autor: São João Paulo II)

Pe. Franciel Lopes SCE Carta Mensal


“Não tenham medo, saiamos” (Orientação Geral 2018 – 2024)

Matrimônio, Sacramento de Missão (Orientação Específica 2021) “Se as Equipes de Nossa Senhora não forem um viveiro de homens e mulheres prontos a assumir corajosamente todas as suas responsabilidades na Igreja e na cidade, perdem a sua razão de ser.” (Pe. Henri Caffarel)

VER Através da leitura e estudo do Tema: Matrimônio, Sacramento de Missão.

JULGAR

Através da vivência do PCE Retiro.

AGIR Através do testemunho de vida e das sugestões citadas no documento “Vocação e Missão” (Guia das ENS, p. 176 - 2018).

A palavra bíblica que ilumina esta orientação é Jeremias 1, 7b:

“Pois irás aonde Eu te enviar e dirás tudo o que Eu te mandar”

Av. Paulista, 352 • cj. 36 • 01310-905 • São Paulo-SP Fones: (11) 3256.1212 • 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br


Articles inside

Ordem e Matrimônio: dois sacramentos de serviço para uma espiritualidade

2min
page 29

Oração conjugal

1min
page 28

A samambaia e o bambu

2min
page 33

Manutenção de carro e PCEs são coisas sérias

3min
pages 30-31

Deus nos ama e somos chamados a amar Jesus de volta

2min
page 27

A beleza da maternidade

2min
page 26

Mãe

1min
page 32

Espiritualidade em tempos de pandemia

1min
page 25

Mãe de Coração

1min
page 24

Criando laços... Aprendendo a pertencer

2min
page 23

Decreto de reconhecimento das ENS

2min
page 19

Este livrinho inquietante

3min
pages 20-21

A alegria de celebrar

1min
page 18

ENS e EJNS: unidos pelo amor à Nossa Senhora

2min
page 22

Nossa Senhora do Rosário de Fátima

2min
page 17

O projeto de Deus para a família

2min
page 16

Palavra do Papa

2min
page 15

Marido e Mulher, vós sois por Cristo encarregados da Missão junto a vosso cônjuge

2min
page 9

Páscoa: Ressurreição de Cristo, Libertação do Homem

2min
page 8

Domingo de Ramos da Paixão do Senhor

3min
pages 10-11

EACREs virtuais para festejar os 82 anos das ENS

1min
page 12

Matrimônio, um caminho de santidade

1min
page 7

Um ano especial dedicado às famílias

3min
pages 5-6

Padre Henri Caffarel, este homem especial

3min
pages 13-14

Compromisso de entreajuda e hospitalidade nas dificuldades

2min
page 4
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