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O projeto de Deus para a família

Quando Deus nos criou, mostrou todo o seu amor por nós e a forma amorosa necessária para a nossa vida nas relações entre nós e nas relações com Ele. Devemos viver em paz com Deus, com as outras pessoas, pessoalmente e com a natureza, e essa paz é possível somente a partir de um relacionamento amoroso. Criados à sua imagem e semelhança, Deus amor nos criou imagens do amor, semelhantes no amor e capazes de amar. Amamos a Ele, que passeia conosco no jardim, amamos as outras pessoas porque somos carne da mesma carne e ossos dos mesmos ossos, amamos a nós mesmos porque não nos envergonhamos de nós mesmos e amamos a natureza, à qual pertencemos e que sustenta a nossa vida. E Deus disse: por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e ambos serão uma só carne. Se falamos que somos carne da mesma carne, devemos compreender que participamos de algo comum, mas cada um tem a sua própria carne. No matrimônio, agora se tornam uma só carne, e aí vemos a função unitiva do sacramento do matrimônio que nos mostra a relação entre Deus e os homens e, a partir da Nova Aliança, a união entre Cristo e a sua Igreja. Orígenes, um sábio da Igreja primitiva, nos ensina que do mesmo modo que do sono profundo de Adão no paraíso Deus tira do seu seio a sua esposa Eva, do sono profundo da morte de Cristo no Calvário, do seu lado aberto nasce a sua esposa que é a Igreja. Assim, Jesus Cristo é o esposo da Igreja, e o sacramento do matrimônio é a expressão do amor e do relacionamento entre Cristo e a sua Igreja. O amor é sempre fecundo e, por isso, os filhos são um dom preciosíssimo do matrimônio. A reprodução é uma responsabilidade de cada pessoa enquanto tal em relação a si próprio, em relação ao cônjuge, em relação à família humana em vista da perpetuação da espécie e em relação ao próprio Deus. Esta responsabilidade deve ser assumida também em relação à própria vida que se inicia: diante dos filhos. Tudo isso faz com que a família seja uma verdadeira comunhão de pessoas que vivem, a partir do sacramento do matrimônio, no plano da natureza e no plano da graça, a realidade de Igreja doméstica que tem como modelo e paradigma a própria Santíssima Trindade. Por tudo isso, para nós, membros das ENS, nos ensinou o Pe. Caffarel no seu famoso texto “Nas encruzilhadas do amor, na página 9, o seguinte: “O amor dos esposos, com seus encantamentos, suas agonias, suas ressurreições, é a imagem transparente, a “parábola” do amor entre Deus e seu povo, entre Deus e cada um de seus filhos e filhas”.

Pe. José Adalberto Vanzella Região Leste IV