ENS - Carta Mensal 556 - Dezembro 2023 / Janeiro 2024

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Ano LXIII - dezembro/janeiro 2023/24 - 556

CARTA EQ U I P E S D E N O S S A S E N H O R A

MENSAL

E o verbo se fez carne e habitou entre nós (João 1, 14)

NATAL

8 de dezembro Imaculada Conceição página 10


Índice ACESSE CARTA MENSAL SONORA:

NOTÍCIAS Está sendo publicado somente na CM DIGITAL acesse pelo site ens.org.br CM 556

no 556 edição

dezembro/janeiro

2023/24

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro –Lei de Imprensa” N° 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: ­Super-Região Brasil – CR ­Super-Região Brasil Rose e Rubens; Equipe Editorial: Responsáveis: CR Carta Mensal Mirna e Sildson; Conselheiro Espiritual: SCE Carta Mensal: Pe Antonio C. Torres; Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb.17622), para distribuição interna aos seus membros. Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais – Tefé, 192 - Perdizes, São Paulo/SP - Fone 11 97574-9718 – e-mail: novabandeira@novabandeira.com – Responsável: Ivahy Barcellos; Revisão: Jussara Lopes; Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Douglas D. Rejowski; Imagens: (Freeimagens/Pxhere/Unsplash/CanStockPhoto/Canva). Tiragem desta edição: 25.550 exemplares. Cartas,colaborações,notícias,testemunhos,ilustrações/imagens devem ser enviadas para ENS – Carta Mensal,Av.Paulista,352,3° Conj.36,CEP.: 01310-905,São Paulo/SP ou através de e-mail: cartamensal@ens.org.br a/c Mirna e Sildson. IMPORTANTE: consultar instruções antes de enviar o material pedimos que acessem as instruções na aba/acesso Carta Mensal do site das Equipes de Nossa Senhora (www.ens.org.br).

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EDITORIAL “E o verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14)...........................................1 ­SUPER-REGIÃO BRASIL Refletir, agradecer e perseverar…...................................................................... 2 Vem, Senhor Jesus.......................................................................................... 3 Mensagem de Natal.......................................................................................4 Associação “Os Amigos do Padre ­Caffarel”....................................................... 5 A graça de Vivenciar o 18º Congresso Eucarístico Nacional..................................6 Engajamento na Vida da Igreja: Missão dos Casais Equipistas .............................. 7 Comunicação, uma ferramenta de aproximação................................................8 Tema do ano: Servir a exemplo de Maria............................................................9 DATAS RELIGIOSAS A Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria.................................10 Tempo do Advento........................................................................................ 11 Natal verdadeiro é com Cristo; sem Ele, seria festa pagã..................................... 12 Solenidade da Epifania................................................................................... 13 IGREJA CATÓLICA Fratelli Tutti VI — Percursos de um novo encontro.............................................14 CORREIO DA ERI A importância da formação cristã para os casais das ENS.................................... 15 PARTILHA E PCE Os Pontos Concretos de Esforços e as virtudes de Maria.....................................16 Retiro – do medo de ouvir a Deus ao declarar-se sinceramente............................ 17 PCE: fardo, peso ou atitudes a despertar..........................................................18 ENS: divisor de águas em nossas vidas!............................................................19 TESTEMUNHO Agir no servir............................................................................................... 20 O mover e o propósito de Deus em nossas vidas................................................ 21 Servir a exemplo de Maria. “Eis aqui a serva do Senhor” (Lc 1, 38)........................22 Milagre de Deus............................................................................................23 Ser comunidade........................................................................................... 24 Aceitar a missão por inteiro............................................................................25 O Sim de Maria e o nosso silêncio................................................................... 26 Quando se trabalha em equipe não há obstáculos que não sejam superados........ 27 CNSE Comunidades Nossa Senhora da Esperança, você conhece?............................... 28 EJNS Vocação, uma única vida que vale a pena......................................................... 29 IGREJA CATÓLICA Oração para a noite de Natal em família.......................................................... 30 CM E OS EQUIPISTAS CM 553 - A oração conjugal............................................................................ 31 CM 554 (p. 8) - Novos casais que assumirão os serviços na SRB.......................... 31 CM 554 (p. 20 e 21) - A Internacionalidade das Equipes de Nossa Senhora............. 31 EJNS O nascimento de Jesus: uma fonte perene de reflexão.......................................32


EDITORIAL

“E o verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14) Queridos irmãos equipistas, paz e bem! Acolhemos os novos Casais Responsáveis de Equipe, obrigado pelo SIM de vocês. Que tenham um Pré-EACRE e um EACRE iluminado, que o Espírito Santo renovem suas forças para poder motivar e estar à frente de suas equipes em 2024. Trazemos as mensagens de Natal da SRB, através das palavras da Rose e do Rubens (CR — SRB), que nos levam a Refletir, Agradecer e Perseverar, e do Padre Toninho, que nos fala sobre o Advento, sobre o tempo de preparação e conversão. Qual a missão dos Casais Equipistas? A resposta encontraremos no texto trazido por Cristina e Renato (CRP Nordeste II), que nos responderá tudo em detalhes. Marilda e Marcos (CRP SUL I) fazem uma reflexão e uma retrospectiva agraciada sobre o “Servir a exemplo de Maria”, nos levando a reviver cada passo dado ao longo deste ano através do Tema de Estudo. Também fazendo uma revisão da caminhada, das vivências trazidas pelo Tema de Estudo e pela Encíclica Fratelli Tutti, Padre Vanzella faz uma abordagem sobre como tudo isso nos preparou para vivermos bem o Tempo do Advento. “Puríssima, na verdade, devia ser a Virgem que nos daria o Salvador, o Cordeiro sem mancha, que tira os nossos pecados.” Esse é o prefácio da Solenidade da Imaculada Conceição, celebrada em 8 de dezembro. O Padre Ivanildo Arruda nos agraciou com a narrativa sobre essa solenidade. Natal verdadeiro é com Cristo; sem ele, seria festa pagã. Neste texto, Padre Cícero Lenisvaldo nos traz a importância da preparação interna para o Natal e não somente a externa (cidades, ruas, fachadas das casas, mesas decoradas, etc.). Ele ainda nos lembra os preparativos do Presépio. Nossos irmãos equipistas trazem os testemunhos de vida e de Partilha dos PCEs, CM 556

exemplo de vida vivido, é graça alcançada e compartilhada. É a demonstração de que os PCEs nos levam a um crescimento espiritual, e o caminho mostrado pelos irmãos equipistas pode servir de atalhos para todos nós, basta colocarmo-nos a caminhar. Nesta edição contamos ainda com o Encontro Nacional das Equipes de Jovens de Nossa Senhora (EJNS), ocorrido em outubro, em Brasília/DF. O tema: “Vocação, uma vida que a vale a pena”, sob a direção espiritual de Padre Fagner Dantas e com participação do Cardeal Emérito de Brasília, Dom Raymundo Damasceno, a Irmã Fátima, entre outros. Que graça essa vivência compartilhada pelos Jovens de Nossa Senhora conosco. As Comunidades Nossa Senhora da Esperança nos convidam a conhecer melhor o Movimento, trazendo detalhes desde sua criação até os dias atuais. Conhecer para amar. Por fim, Padre Antonio Torres (SCE CM) nos leva a meditar em equipe: “Rezar é expor-se ao Sol”, em sintonia com Santa Teresa de Jesus e com Padre Henri ­Caffarel, o texto nos ensina, e nos leva a revermos nossa vida de oração. Será que estamos dedicando e dando a real importância à Pessoa a quem nos dirigimos? O texto ainda traz uma reflexão sobre Marta e Maria, sobre a agitação do dia a dia (muito vivenciada atualmente). O texto finaliza nos levando a estar sob a Luz de Cristo — texto que deveria estar disponível em cada oratório particular de nossas casas para nos lembrarmos sempre: — Calma, é preciso rezar, expondo-se ao Sol. Deixa a Luz do céu entrar!

Mirna e Sildson CR Carta Mensal

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Refletir, agradecer e perseverar… Final do ano chegou e com ele sempre devemos destinar um tempo, um bom tempo, para uma reflexão, um balanço da nossa caminhada equipista. Recordando a nossa orientação geral de vida que tem guiado nosso caminho desde o Encontro de Fátima, com a chave missionária “Não tenham medo, saiamos”, esse ano fomos chamados a “Servir a exemplo de Maria” na observância de suas virtudes e nas realidades onde faltava vinho, e o nosso sentido de corresponsabilidade poderia ajudar a resolver, a transformar, respondendo ao chamado que Jesus faz a todos nós de servir. Recorda-nos a Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate nº 66: “Voltemos a escutar Jesus, com todo o amor e respeito que o Mestre merece. Permitamos-Lhe que nos fustigue com as suas palavras, que nos desafie,que nos chame a uma mudança real de vida. Caso contrário, a santidade não passará de palavras”. Sentimos ainda nesse ano a necessidade da retomada da afetividade nas relações familiares, com os amigos, retomar essa vivência, o espaço que ela ocupava, ganhar vida nas nossas vidas, termos mais amor nas relações, menos “telas” e a busca de maior leveza e paz, condição para um coração que ama a Deus. Muitos foram os desafios para que permanecêssemos firmes na fé, em nossas crenças, sendo cristãos autênticos, lembrando a quem servimos, mas também muitas foram as bênçãos recebidas, derramadas nas famílias e seguimos confiantes de que Ele nunca nos desampara e nunca nos levará onde Sua graça não alcançará. *

As experiências na missão assumida no final de agosto têm nos levados a uma fé mais madura e vivida em comunhão com o apoio de casais e Conselheiros disponíveis ao chamado, que na verdade, é Dele. Continuemos em unidade e comunhão com o Movimento das Equipes de Nossa Senhora, rogando a Nossa Mãe, padroeira de todas as equipes, que interceda junto a seu Filho por cada pedido que expressamos ou que mantemos no fundo dos nossos corações. Queremos agradecer o “SIM” dos novos Casais Responsáveis de Equipe chamados a amar mais, a zelar pela sua equipe de base em uma caminhada de unidade com o Movimento. Nesse tempo do Natal procuremos cultivar não somente as festividades, pois é preciso que celebremos a vida, mas estendamos o nosso olhar solidário, semeando a boa semente nos corações e brindando a cada irmão com o sorriso do ano novo. Que Jesus menino renasça em todos os lares, trazendo paz, alegria, esperança, e possamos celebrar com muito amor e carinho o presente mais lindo que Deus nos concedeu, Jesus Cristo! Feliz Natal e um próspero Ano-Novo! Sejamos felizes: O Senhor aguarda este louvor e os que os cercam esse testemunho(*)

Rose e Rubens CR SRB

Pe. Henri ­Caffarel — A Missão do Casal Cristão, pág. 20 — Paris, 25/12/1945

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Vem, Senhor Jesus Olá, meus irmãos equipistas, casais e Conselheiros Espirituais! Espero que todos estejam bem, estou sempre rezando por todos. Estamos iniciando um novo ano litúrgico e costumamos dizer que o ano começa com o Primeiro Domingo do Advento. A cada ano voltam duas grandes festas: Páscoa e Natal. A Páscoa é mais importante que o Natal, é a maior festa cristã porque celebra a ressurreição de Jesus, cada festa precedida por um tempo de preparação (Quaresma e Advento). Se olharmos para o sentido do Advento, ele é tanto Fim quanto Começo. O Advento nas primeiras semanas aponta mais para o fim dos tempos e, principalmente, a partir do dia 17 de dezembro aponta para o começo: O nascimento de Jesus. Faz-nos viver a experiência e a preparação da vinda de Jesus no fim dos tempos, na glória do seu Reino, lembrando sua entrada na história e na caminhada de seu povo, com seu nascimento em Belém. Quando começa e termina o Advento? Começa com a oração da tarde na véspera do domingo (dia 30 de novembro) ou no domingo que fica mais próximo desta data. O Advento termina antes da oração da tarde na véspera do Natal do Senhor. São quatro os domingos do Advento, os dias da semana são chamados f­ ereais do Advento. Até o dia 16 de dezembro, a oração e os cantos próprios para a missa de cada dia, os mesmos se repetindo a cada semana. CM 556

A partir do dia 17 de dezembro, cada dia tem sua missa própria. Mas o que é Advento? É a tradução do latim adventus e antes de ser usada no cristianismo, acreditava-se que a divindade vinha a seu templo uma vez por ano, num dia fixo, para visitar seus fiéis durante o culto e trazer-lhes salvação. Este dia era chamado “adventus”, o dia da vinda. Para o Cristianismo, podemos dizer então que Advento é a vinda do Senhor, por isso temos como lema principal: Vem, Senhor Jesus! Visita vosso povo para nos salvar. Assim, Advento é um tempo de conversão, de mudança de vida, que nos auxilia e nos leva a uma boa preparação para a festa do Natal, que é o nascimento do Senhor Jesus. Por isso procuremos nos preparar bem para o Natal, rezando mais, meditando mais a palavra de Deus, fazendo uma boa confissão, se convertendo, e deixemos que o Advento mude nosso coração,preparando nosso coração para celebrarmos o Natal. Faço votos que vocês e seus familiares se preparem bem no Advento, rezando mais, meditando a Palavra e rezando a novena de Natal em família. Deus seja louvado e que vocês todos possam vivenciar intensamente o tempo litúrgico do Advento e do Natal. Um grande abraço. Paz e Bem!

Padre Toninho SCE SRB

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Mensagem de Natal

Queridos em Jesus. Neste Natal,recordamos o amor incondicional de José e Maria, o acolhimento da Palavra de Deus em seus braços e em suas (nossas) vidas,­Jesus.O nascimento Dele trouxe consigo uma mensagem especial de amor, paz, esperança e salvação para toda a humanidade. Assim como José e Maria cuidaram e protegeram Jesus com todo o amor de seus corações, devemos lembrar que o verdadeiro espírito do Natal é baseado no amor ao próximo. É um tempo para demonstrarmos afeto uns pelos outros, ajudando aqueles que mais necessitam e compartilhando momentos felizes em família. Jesus nos ensinou a importância da paz, a uma humanidade cheia de superegos que buscam o poder sem uma visão apropriada do valor da vida. Sua vida foi dedicada a promover a harmonia, cura, conversão das pessoas, perdão e a nos oferecer uma nova chance de recomeçar. Por isso, neste Natal, devemos aproveitar a oportunidade para refletir sobre nossas próprias atitudes, voltarmos a Deus buscando a reconciliação com aqueles com quem tivemos desavenças, cultivando

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relacionamentos saudáveis e construindo pontes entre as pessoas. Que possamos celebrar este Natal com os corações cheios de gratidão pelo Amor que Deus nos deu, enviando Seu Filho Jesus, pelo Espírito Santo, por Maria. Que essa mesma compaixão se estenda aos outros à nossa volta. E que o espírito do Natal permaneça conosco durante todo o ano novo, nos guiando em direção à paz interior e à felicidade verdadeira. Ainda seguindo a estrela de Belém, com o nascimento de Jesus, os 3 reis magos, na Epifania do Senhor, vêm e trazem consigo a grande questão que devemos nos fazer durante todo o ano, quando buscamos Jesus na Eucaristia e na acolhida dos irmãos: O que tenho em meu coração, em minhas mãos e em minha boca a oferecer ao menino Jesus? Desejamos a todos um Feliz e Santo Natal, que as bênçãos divinas estejam presentes em cada lar, enchendo-os de alegria, paz, amor e harmonia. Um Próspero Ano-Novo com muita saúde, paz e força para renovar o SIM nesta caminhada que se inicia mais uma vez. A paz de Cristo e o amor de Maria.

Mirna e Sildson CR Carta Mensal

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Associação “Os Amigos do Padre ­Caffarel” Foi criada em 7 de julho de 2005 para promover a Causa de Canonização do Padre C ­ affarel, aberta em 25 de abril de 2006. Trata-se de uma Associação Internacional que tem como objetivos estabelecer e implementar em todo o mundo ações destinadas a dar a conhecer o Padre C ­ affarel, a sua personalidade, o seu pensamento sobre o matrimônio e a oração, a sua espiritualidade, e apoiar financeiramente os trabalhos da causa. A Canonização do Pe. C ­ affarel é, ainda mais, um dom especial de Deus para todos os casais cristãos e em particular para o Movimento das Equipes de Nossa Senhora, que o tem como fundador.

O processo de beatificação

A beatificação e sua etapa final, a canonização, são decididas ao termo de um procedimento introduzido pelo Bispo, quando existe a convicção da reputação de santidade, da irradiação da pessoa. O primeiro ato é a constituição de um autor da causa — “Os Amigos do Padre ­Caffarel”. O autor nomeia um postulador. O Bispo constitui uma comissão encarregada de conduzir em seu nome a pesquisa diocesana e designa os teólogos e historiadores para verificarem a exatidão da biografia, a qualidade teológica dos escritos e por colocar a causa em seu contexto histórico. Quando o Bispo julga bom, o dossiê da pesquisa diocesana é

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transmitido para Roma, para a Congregação pela Causa dos Santos, a qual orienta a redação da Positio super virtutibus. Este documento permite dar um parecer e apresentar a causa para a decisão do Santo Padre. O último estágio da Causa é o reconhecimento de um milagre que seria uma cura inexplicável cientificamente, obtida pela intercessão do servidor de Deus. Conforme último Boletim nº 32, a Positio virtutibus foi apresentada ao Dicastério para as causas dos Santos em 24 de junho de 2022. Foi impressa pelo departamento de tipografia do Dicastério e enviada em 2023 aos Teólogos Consultores do Dicastério para leitura e exame. Para bem conduzir uma causa, é conveniente que a Associação tenha os meios de subvencionar as despesas de constituição do dossiê; é por isso que é feito um apelo à generosidade de cada um: tornem-se, pela vossa doação, membros da Associação “Os Amigos do Padre ­Caffarel”. Sejamos nós equipistas os maiores entusiastas desta causa!

Katia e Alexandre CR Causa Pe.­Caffarel

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A graça de vivenciar o 18º Congresso Eucarístico Nacional Durante a 55ª Assembleia Geral da CNBB, realizada em Aparecida/SP em 2017, a Arquidiocese de Olinda e Recife foi escolhida para ser a sede do 18º Congresso Eucarístico Nacional, realizado em Recife nos dias 11 a 15 de novembro de 2022. É com grande emoção ainda que escrevemos sobre a admiração da unidade e organização do imenso número de pessoas envolvidas em cada atividade deste Congresso e da presença divina de Deus, sempre à frente de todo o trabalho de serviço, gerando frutos profundos em todas as dimensões. Os recentes Congressos Eucarísticos tiveram como tema palavras de ordem social que ligam a Eucaristia ao compromisso da partilha e da superação da fome e da miséria. Foi um desafio tomar como tema deste Congresso “Pão em todas as mesas” e como lema o versículo dos Atos dos Apóstolos, “repartiam o pão e não havia necessitados entre eles” (At 2,46). Houve o cuidado de que o tema não ficasse apenas teoricamente na justificativa do Congresso e este pudesse deixar algo como herança, sinal e instrumento de sua realização e no último dia de sua celebração foi inaugurada a Casa do Pão no coração da cidade do Recife, onde residem muitas famílias em situação de rua. Esta casa acolherá os pobres com amor, oferecendo não somente o pão alimento, mas também o pão do saber, da profissionalização, da saúde, da higiene pessoal e, sobretudo, o pão da Palavra que dá vida em abundância. Outro desafio do nosso Congresso foi o de realizar um ato eclesial que reuniria Bispos e Padres de todo o Brasil, em

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celebrações litúrgicas realizadas em lugares públicos e com milhares de pessoas, identificada com uma sociedade na qual, justamente, somos chamados a nos inserir como vozes proféticas que clamam por mudanças estruturais e imediatas. A Eucaristia é fonte que se traduz também em cultura eucarística, segundo o Papa Francisco, capaz de inspirar os homens e as mulheres de boa vontade nos âmbitos da caridade, solidariedade, da paz, da família e do cuidado com a criação, e que as celebrações da Eucaristia suscitem nas comunidades o cultivo da abertura para dialogar com a humanidade. Tivemos a graça do chamado do Senhor, para fazer parte da equipe de organização e estrutura da hospedagem dos Bispos e Sacerdotes participantes do Congresso, podendo dessa forma vivenciar experiências muito ricas de aprendizado e espiritualidade geradas nesse belo momento, tivemos a graça também da acolhida e convivência, como experiência única em nossas vidas, com diversos Bispos, em especial com Dom Moacir Silva Arantes, que na sua simplicidade, mas com tamanha espiritualidade, nos transmitiu o que significa olhar para os nossos irmãos com os olhos de Deus. Nessa missão podemos testemunhar como vários casais equipistas das ENS puderam também vivenciar essa experiência divina, mostrando como nosso Movimento caminha com a Igreja em saída, rumo à santidade. Marleny e Enrique ENS de Fátima Província Nordeste II CM 556


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Engajamento na vida da Igreja: Missão dos Casais Equipistas As Equipes de Nossa Senhora são um movimento internacional de casais católicos comprometidos com o fortalecimento de seus relacionamentos por meio da espiritualidade cristã. Desde sua fundação em 1938 pelo Pe. Henri ­Caffarel, este Movimento tem crescido e se espalhado pelo mundo, unindo casais em Cristo, pela devoção a patrona de cada equipe e da missão de aprofundar sua fé. Uma das características mais notáveis deste Movimento é seu compromisso com a participação ativa na vida da Igreja, que desempenha um papel fundamental na construção de comunidades cristãs vibrantes e engajadas. Os casais equipistas encontram maneiras diversas de contribuir para suas paróquias, seja através do trabalho pastoral, ensino religioso ou auxiliando eventos paroquiais. Essa participação não apenas fortalece a paróquia, mas também nutre o relacionamento conjugal. Esses casais enfatizam a importância da oração conjugal como um meio de fortalecer o Sacramento do Matrimônio. Essa espiritualidade do casal é levada para a vida paroquial, onde eles servem como testemunhas vivas de como a fé pode aprofundar os laços familiares e comunitários. Seus testemunhos inspiram outros a buscarem uma vida de oração e compromisso com Deus. Os casais equipistas que participam ativamente na vida da Igreja, muitas vezes, se destacam por sua hospitalidade e espírito de acolhimento. É necessário que as atividades desenvolvidas por esses casais, se estendam à educação religiosa e formação de jovens, casados ou não. Eles desempenham papéis cruciais como catequistas, orientadores de CM 556

grupos e líderes de equipes jovens. Essa contribuição é inestimável para o crescimento espiritual das gerações mais jovens. Eles ajudam a criar um clima de comunhão e amor fraterno na paróquia, tornando-a um lugar onde todos se sintam bem-vindos e valorizados. Os casais equipistas são testemunhas da fé, fortalecem os laços conjugais, enriquecem a vida comunitária e promovem a missão da Igreja de proclamar o Evangelho. Ao compartilhar sua espiritualidade conjugal e comprometimento com o serviço da Igreja, os casais inspiram outros a seguir o mesmo caminho de fé e dedicação. Portanto, celebremos e encorajemos o papel essencial que os casais desempenham nas atividades da Igreja, por serem verdadeiramente um tesouro para o crescimento espiritual das nossas comunidades. E, refletindo as palavras do nosso fundador Pe. Henri ­Caffarel sobre o seu desejo de observar o engajamento e missão do casal equipista na vida da Igreja, ele já dizia em seu livro Um Homem Arrebatado por Deus: “Se as Equipes de Nossa Senhora não forem um celeiro de homens e de mulheres prontos a assumir, corajosamente, todas as suas responsabilidades na Igreja e no mundo, perdem a sua razão de ser”. ( Pe. Henri C ­ affarel - Um Homem Arrebatado por Deus, pág. 72).

Cristina e Renato CRP Nordeste II

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Comunicação, uma ferramenta de aproximação Os desafios da comunicação vão além do que podemos, de modo simplista, pensar apenas em “transmitir uma informação”. Comunicação está em todo lugar e envolve todas as pessoas, querendo elas ou não. A comunicação é escrita, é oral, é visual, é emocional. O alcance deste tema é amplo e muito abrangente. Padre Henri ­Caffarel enfatizava que a comunicação eficaz dentro do casamento era fundamental para aprofundar a intimidade e o amor entre os cônjuges. Ele acreditava que a comunicação autêntica envolvia não apenas a troca de palavras, mas também a escuta atenta, o respeito mútuo e a abertura para compreender os sentimentos e as necessidades do parceiro. Ele, inclusive, salientava a importância da oração como um meio de comunicação com Deus e, indiretamente, como um meio de melhorar a comunicação dentro do casamento. Ao assumirmos a missão de trabalhar a Comunicação do Movimento, procuramos conhecer ferramentas que nos facilitassem alcançar pessoas e, obviamente, estando em um mundo onde o digital está acessível a todos, as redes sociais são ainda os meios mais eficazes. Como já vinha sendo feito, seguimos com a missão de usar as redes sociais para passar um retrato do que acontece em nosso Movimento no Brasil para todos os equipistas. Através dos Casais Responsáveis das Províncias (CRP) e dos Casais Comunicação (CCO) das Províncias, recebemos fotos informando

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sobre as formações, retiros, encontros, dentre outras ações, agrupamos em blocos e publicamos. É gratificante ver o Movimento vivo e pulsante! Além disso, ousamos “formar”, além de “informar”. Trouxemos trechos de documentos, citações do nosso fundador e do Papa Francisco, e o retorno foi entusiasmante! A quantidade de respostas positivas, de reposts e de mensagens de gratidão foi surpreendente. Isso nos mostrou a vontade do equipista de querer se aprofundar, como sonhava Padre ­Caffarel. Embora as mídias sociais e outros canais online tenham ganhado muita importância nos últimos anos, os sites continuam desempenhando um papel crucial nas organizações. A dinâmica de alterações e implementações de recursos desta plataforma não é tão dinâmica, exige planejamento, mas temos a intenção de deixar nosso site cada vez mais útil. É início de missão, mas sabemos que a rapidez da informação em nossos dias nos desafia a todo tempo a comunicar de modo novo e atrativo. Independentemente da forma e do formato, nosso esforço é no sentido de tornar a comunicação uma ferramenta de aproximação.

Erica e Wilson CR Comunicação CM 556


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Tema do ano:

Servir a exemplo de Maria Este ano o Movimento nos convidou a percorrer um caminho tendo Maria como guia, o tema foi “Servir a exemplo de Maria”, tendo suas virtudes como nossa direção. Assim como Maria intercedeu nas Bodas de Caná, refletimos sobre nosso convite para intervir nas situações em que falta “vinho” na vida das pessoas ao nosso redor. Durante esse período, aprendemos a importância de seguir os passos de Maria, enfatizando sua solidariedade, que nos mostrou a necessidade de estarmos prontos para encher as “talhas” de água e apresentá-las ao “mestre de cerimônia”, permitindo que Jesus transformasse a água em vinho novo. Durante nosso caminhar, foi possível realizar uma profunda reflexão sobre diferentes questões. Iniciamos refletindo sobre o acolhimento, a solidariedade e a resiliência, especialmente ao lidar com os desafios enfrentados por migrantes e refugiados. Aprendemos a agir conforme os princípios da fé cristã, seguindo o exemplo de Maria e Jesus, compreendendo que, ao auxiliar os necessitados, estamos, na verdade, servindo a Cristo. Além disso, compreendemos que a educação integral desempenha um papel crucial no desenvolvimento humano e na construção de uma sociedade mais justa e solidária, abrangendo não apenas aspectos técnicos, mas também valores humanos e cristãos. Ao abordar a complexidade da saúde, percebemos que vai além do bem-estar físico, englobando aspectos mentais, espirituais e sociais. Maria se destacou como um exemplo inspirador de serviço e cuidado, lembrando-nos das desigualdades gritantes no acesso aos cuidados de saúde em todo o mundo e da urgente necessidade de enfrentá-las. CM 556

Aprendemos que o diálogo desempenha um papel fundamental na convivência harmoniosa entre as pessoas, permitindo a compreensão mútua, a resolução de conflitos e a construção da paz. O exemplo de Maria, que ouviu atentamente o anjo Gabriel e respondeu com um “Sim” confiante, inspira-nos a praticar a escuta ativa e o diálogo em nossas vidas. Refletimos sobre como enfrentar a solidão e a solitude em nossos relacionamentos conjugais e familiares, lembrando-nos da importância de buscar apoio na comunidade e na fé para enfrentarmos os desafios da vida com serenidade e esperança. Maria, que enfrentou momentos de solidão e os transformou em serenidade diante da Cruz, nos inspira a lidar com os desafios da vida com fé e coragem. Por fim, apreendemos a importância de cuidar da Casa Comum, entendendo ser um dever de todos contribuir para um mundo mais sustentável e justo, seguindo o exemplo de Maria e agindo segundo os princípios da Laudato Si'. Mas aprendemos principalmente a importância do nosso agir de servos diante de todas as situações apresentadas a exemplo de Maria. Que Maria, a mulher do “Vinho Novo”, nos inspire a sermos agentes de transformação e testemunhas de Deus na sociedade.

Marilda e Marcos CRP Sul I

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DATAS RELIGIOSAS

A Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria 8 de dezembro

“Puríssima, na verdade, devia ser a Virgem que nos daria o Salvador, o Cordeiro sem mancha, que tira os nossos pecados” (Prefácio da Solenidade da Imaculada Conceição). Anualmente, temos o privilégio de celebrar o mistério de Deus na vida de Maria, em favor da salvação da humanidade inteira.A festa da Imaculada Conceição já era celebrada pelo povo desde o século VIII no Oriente, e desde o século IX no Ocidente. Poderíamos, porém, nos perguntar: o que há de tão especial na Concepção da Virgem Maria que deu à luz o Filho amado de Deus? A resposta da Igreja a essa pergunta certamente estremece os limites de nossa razão. A Bem-aventurada Virgem Maria foi concebida sem a mancha do pecado original. No dia 8 de dezembro de 1854, através da bula pontifícia Ineffabilis Deus, o Papa Pio IX proclamou solenemente o dogma da Imaculada Conceição de Maria. Na definição do dogma, a Igreja nos ensina que a Bem-aventurada Virgem Maria “em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original”. O próprio anúncio do anjo exprime a força do mistério de Deus na vida de Maria. Ela é a “cheia de graça” (Lc 1,28) que acolhe com docilidade e humildade a vontade de Deus e, assim, abre portas para que na história da humanidade o Verbo de Deus se fizesse homem. Preservada do pecado desde sua concepção, Maria rompe o ciclo de solidariedade ao mal, fruto do fechamento à

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graça de Deus, e, obediente, faz-se solidária ao desejo de aliança querido por Deus desde o princípio. Cheia da graça de Deus, Maria pronuncia o “sim” que contrapõe a recusa original da nossa primeira mãe, Eva. Desse modo, ao lado de Cristo, novo Adão, Maria representa a nova Eva, mãe e modelo da nova humanidade redimida e libertada do pecado pelo sacrifício de seu Filho. Como canta a Igreja na antífona de comunhão da Solenidade da Imaculada Conceição, nós também somos convidados a reconhecer e tomar parte nesse grande mistério: “Todas as nações cantam as vossas glórias, ó Maria; por vós nos veio o sol da justiça, o Cristo, nosso Deus”. Todos nós batizados fazemos parte dessa humanidade libertada que no Filho Maria gestou. Somos povo santo, guiados pela experiência do amor, chamados a oferecer ao mundo um testemunho precioso de uma vida transformada pelo mistério de Deus. Nossas escolhas e atitudes embasadas no compromisso com a mensagem do Evangelho são capazes de revelar que o pecado e a maldade não detêm o poder de escravizar a nossa história. Na experiência das Equipes de Nossa Senhora os casais têm o privilégio de progredir na busca da santidade e fortalecer o próprio testemunho amparados pela proximidade,amizade,solidariedade e suporte mútuo que cada equipe favorece. Maria, nos ajude nesse processo! Pe. Ivanildo Arruda SCES Paulista Província Nordeste II CM 556


DATAS RELIGIOSAS

Tempo do Advento Estamos terminando mais um ano de caminhada. Caminhada de vida, caminhada histórica, caminhada profissional, caminhada familiar, caminhada como membros do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. A nossa caminhada como membros das Equipes de Nossa Senhora foi desafiadora, com uma série de dificuldades, principalmente devido ao tema do ano: “Servir a exemplo de Maria”, nos colocando como servidores das pessoas nas suas diversas carências e necessidades, nos tornando servos do Senhor, o que significa servir Jesus nos carentes e necessitados, pois Ele nos disse: “Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes”, (Mt 25, 40). Assim, vimos que eles não têm mais vinho, ou seja, temos pessoas que não tiveram suas necessidades básicas satisfeita e por isso suas vidas foram marcadas por carências que devem angustiar o coração de todo aquele que vê no próximo um irmão ou irmã, conforme nos ensina o Evangelho que afirma que todos somos irmãos (Cf. Mt 23, 8), nos ensina o Papa Francisco: “A fidelidade ao seu Senhor era proporcional ao amor que nutria pelos irmãos e irmãs” (Carta Encíclica ­ affarel: Fratelli Tutti, no 3) e o Padre C “Formamos equipe,porque queremos que nossos irmãos saibam que Deus os ama, quer salvá-los e que será o espetáculo da nossa unidade, de nosso amor fraterno, que os levará a fazer CM 556

essa descoberta”. (Carta Mensal outubro 1961 – Profeta do Matrimônio, pág. 45) Refletimos essa realidade nas nossas reuniões e vimos que faltam casa, pátria, educação, saúde, diálogo, companhia, respeito à criação. Vimos a necessidade do agir concreto diante dessas situações. Mas muitos perguntaram: “Por quê?” E encontramos a resposta nas exigências do mistério da Encarnação do Verbo. O Tempo do Advento vem justamente nos mostrar isso. Por que Jesus se encarnou? São Paulo nos ensina: “Vós conheceis a bondade de nosso Senhor Jesus Cristo. Sendo rico, se fez pobre por vós, a fim de vos enriquecer por sua pobreza” (2Cor 8, 9). Poderíamos até ser ricos materialmente, mas não éramos ricos em relação aos valores do Reino de Deus, e o principal valor que Jesus nos trouxe para que de fato nos tornássemos ricos foi o amor. Assim, compreendemos que a grande decorrência do mistério da Encarnação é nos fazermos pobres para enriquecer os que são pobres. Tempo de Advento é o tempo de preparação para celebrar a vinda do Senhor, e nos preparamos quando assumimos a grande proposta da vida de Jesus, o amor, tanto afetivo quanto efetivo. Durante todo esse ano, o Movimento das Equipes de Nossa Senhora nos preparou para vivermos bem este Tempo de Advento. Pe. José Adalberto Vanzella SCEP Sul I

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DATAS RELIGIOSAS

Natal verdadeiro é com Cristo; sem Ele, seria festa pagã 25 de dezembro A liturgia do Natal nos coloca entre a primeira vinda de Jesus e a sua segunda vinda, no fim dos tempos. É necessária não somente a preparação externa, mas é muito importante a preparação interior. Em primeiro lugar não estão os presentes, o jantar, as roupas; é melhor ornar a alma com virtudes que o corpo com vestes preciosas. Toda a humanidade é contagiada com a beleza e sentimentos deste tempo. A cidade se enfeita; mas, infelizmente, a motivação geralmente é comercial. Sabemos que a motivação verdadeira é a preparação para celebrar o mistério da encarnação, o nascimento do Filho de Deus em nossa humanidade. Como expressão externa desta alegria, enfeitamos nossas casas e ruas com diversos elementos: luzes, árvore de natal, presépios. As nossas famílias devem procurar criativamente viver este momento de modo que não percam o verdadeiro sentido e também consigam transmiti-lo para as novas gerações. Uma maneira é aproveitar todo o rico simbolismo deste tempo. Todos os símbolos estão em referência com a fé. Então, seria interessante que os pais envolvessem as crianças na decoração e na montagem. O primeiro domingo do Advento poderia ser reservado para a ornamentação da casa. Antes de acender as luzes, a família pode se reunir e ler a passagem do Evangelho que narra o nascimento do Senhor, fazer uma prece pedindo que a luz da fé aumente na vida da família, pode-se também recitar a profissão de fé. Os pais podem recordar aos filhos que as luzes querem anunciar ao mundo o nascimento do Filho de Deus entre nós; que também é um convite aos cristãos para que vivam como filhos da luz. A coroa

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do Advento também pode ser montada em casa. A árvore de Natal quer recordar a árvore do paraíso que aparece no livro do Gênesis. Os presentes recordam que Cristo é o grande presente que veio do céu para nós. É recomendável também colocar juntos aos presentes um que seja destinado aos pobres; porque Cristo, o centro de toda a espiritualidade deste tempo, de rico que era, se fez pobre para nos enriquecer. O presépio retrata a cena da noite santa; algumas famílias costumam deixar a manjedoura vazia ou com a Sagrada Escritura, a imagem do Menino Jesus é colocada somente depois que retornam da celebração do dia 24. O pastoril (dança folclórica típica neste tempo em algumas regiões do país) recorda a visita que os pastores fizeram ao Menino Deus nascido. Estes elementos, se os pais souberem usar, auxiliarão a família a conservar o verdadeiro sentido deste tempo tão belo; dessa maneira, o Natal não será reduzido somente aos apelos consumistas do comércio. Um Feliz e Santo Natal a todos! Pe. Cícero Lenisvaldo SCER Alagoas Província Nordeste II CM 556


DATAS RELIGIOSAS

Solenidade da Epifania 6 de janeiro A Solenidade da Epifania nos possibilita celebrar e participar do mistério da autorrevelação divina de Jesus Cristo com um íntimo desejo: “Viemos adorá-lo” (Mt 2,2). Essa solene celebração encerra o ciclo do Natal e, portanto, o tempo necessário para a contemplação do mistério da encarnação ou Kenosis (esvaziamento de Deus). No entanto, o mesmo Deus que se esvazia também se revela como “luz para iluminar as Nações” (Lc 2,32) e, por Ele, “serão benditos todos os clãs da terra” (cf. Gn 12,3). No Sermão de Padre Antônio Vieira sobre a Epifania, em 1662, ensinava o sacerdote: “Nasceu hoje a Cristandade, porque os três reis que neste dia vieram adorar a Cristo foram os primeiros que o reconheceram por Senhor, e por isso lhe tributaram ouro; os primeiros que o reconheceram por Deus, e por isso lhe consagraram incenso; os primeiros que o reconheceram por homem em carne mortal, e por isso lhe ofereceram mirra.”1 O Papa Bento XVI, na homilia da Epifania de 2013, ensinava: “Assim como os pastores – os primeiros convidados para irem até junto do Menino recém-nascido deitado na manjedoura – personificam os pobres de Israel e, em geral, as almas simples que interiormente vivem muito perto de Jesus, assim também os homens vindos do Oriente personificam o mundo dos povos, a Igreja dos gentios: os homens que, ao longo de todos os séculos, se encaminham para o Menino de Belém, n'Ele honram o 1.

Filho de Deus e se prostram diante d’Ele.”2 O Papa Francisco, em sua homilia nesta mesma solenidade, há dois anos, questionou: “As nossas palavras e ritos despertam no coração das pessoas o desejo de caminhar ao encontro de Deus ou são ‘língua morta’, que fala apenas de si mesma e a si mesma? Debruçamo-nos demasiado sobre os mapas da terra, e esquecemo-nos de erguer o olhar para o céu; estamos empanturrados com muitas coisas, mas desprovidos da nostalgia do que nos falta. Nostalgia de Deus. Fixamo-nos nas necessidades, no que havemos de comer e vestir (cf. Mt 6, 25), deixando dissipar-se o anseio por aquilo que o ultrapassa. E deparamo-nos com a bulimia de comunidades que têm tudo e muitas vezes já nada sentem no coração.”3 Acorrer, adorar e desejar. Três verbos de ação que ocupam um lugar especial no mistério da fé que celebramos neste dia solene. Deus que nos visita, restaura-nos e nos capacita para proclamar a Sua Salvação e a Sua Glória que se estende sobre nós. Paz para os que estão longe e paz para os que estão perto, eis o sentido desta celebração! Por fim, concluo com um trecho da oração (pós-comunhão) que rezamos no rito da missa nesta celebração: “Que possamos contemplar com um olhar puro (acolher com fé) e viver com amor sincero o mistério de que nos destes participar”. Amém! Frei Sonival Marinho SCEP Nordeste II

https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos/?action=download&id=134901 (acesso em 6 de setembro de 2023). 2 https://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/homilies/2013/documents/hf_ ben-xvi_hom_20130106_epifania.html (acesso em 06 de setembro de 2023). 3 https://www.vatican. va/content/francesco/pt/homilies/2022/documents/20220106_omelia-epifania.html (acesso em 25 de agosto de 2023) CM 556

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IGREJA CATÓLICA

Fratelli Tutti VI — Percursos de um novo encontro Estamos concluindo nossa reflexão sobre a Carta Encíclica Fratelli Tutti nesse espaço da Carta Mensal, mas deve permanecer em nós as inquietações provocadas pelos temas apresentados. O convite do Papa chegou pelas palavras de São Francisco de Assis aos irmãos e irmãs para propor-lhes uma forma de vida com o sabor do Evangelho – “todos irmãos” (Fratelli Tutti). Assim, o Papa nos propõe através do diálogo, da fraternidade, da solidariedade, da generosidade, da verdade, da justiça, da misericórdia caminhos de paz capazes de curar feridas. Para esse caminho o Papa apresenta duas expressões significativas: arquitetura e artesanato da paz. Esse caminho não significa homogeneizar a sociedade, mas permite-nos trabalhar juntos, em busca de uma melhor convivência, reconhecendo que o outro pode contribuir com uma perspectiva legítima, pelo menos em parte, em algo que possa ser reavaliado. Um olhar de esperança e confiança, que com o árduo esforço de superar o que nos divide, sem perder a identidade de cada um, com um sentimento de pertença, sentindo-se em casa, trabalhando para o bem comum. A busca da paz exige superar as desigualdades e pensar em um desenvolvimento humano integral, diante dos conflitos, o perdão, suportar o conflito inevitável para que o respeito humano não leve a faltar à fidelidade. O Papa repete o princípio: a unidade é superior ao conflito. Gostaria de pedir a atenção para esses dois números da Fratelli Tutti:

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“como cristãos, não podemos esconder que, ‘se a música do Evangelho parar de vibrar nas nossas entranhas, perderemos a alegria que brota da compaixão, a ternura que nasce da confiança, a capacidade da reconciliação que encontra a sua fonte no facto de nos sabermos sempre perdoados-enviados. Se a música do Evangelho cessar de repercutir nas nossas casas, nas nossas praças, nos postos de trabalho, na política e na economia, teremos extinguido a melodia que nos desafiava a lutar pela dignidade de todo homem e mulher’. Outros bebem doutras fontes. Para nós, este manancial de dignidade humana e fraternidade está no Evangelho de Jesus Cristo. Dele brota, ‘para o pensamento cristão e para a ação da Igreja, o primado reservado à relação, ao encontro com o mistério sagrado do outro, à comunhão universal com a humanidade inteira, como vocação de todos’.” (n. 277) “A Igreja é uma casa com as portas abertas, porque é mãe. E como Maria, a Mãe de Jesus, “queremos ser uma Igreja que serve, que sai de casa, que sai dos seus templos, que sai das suas sacristias, para acompanhar a vida,sustentar a esperança, ser sinal de unidade (...) para lançar pontes, abater muros, semear reconciliação”. (n. 276) Que essa cultura do diálogo e do encontro possa também auxiliar as Equipes de Nossa Senhora, auxiliar os casais equipistas a vivenciarem os PCEs e a santidade conjugal, colaborando para a fraternidade e a amizade social. Pe. Antonio Elcio de Souza SCE Província Sul II CM 556


CORREIO DA ERI

A importância da formação cristã para os casais das ENS Há um tema que tem sido debatido em várias ocasiões ao longo da história do Movimento. Trata-se de compreender mais e melhor se as ENS são um movimento de iniciação cristã ou de aperfeiçoamento cristão. Se as equipes têm como uma de suas responsabilidades a formação cristã de seus membros ou se isso deve ser deixado para outras instâncias eclesiais. Parece ser uma questão de linguagem, mas não é. Porque é uma questão de implicações carismáticas na formação cristã dos batizados pertencentes a um Movimento de Espiritualidade Conjugal. Observando situações concretas em diferentes lugares da Igreja, parece que em nosso mundo contemporâneo há menos interesse na formação cristã do que em outros momentos da história.Ao mesmo tempo, porém, há um bom número de fiéis que procuram se aproximar e conhecer melhor a Bíblia e os textos fundamentais da Igreja, e muitos outros, em várias instâncias, que buscam conhecer a mensagem cristã de forma mais exigente. Contrastes entre solidez e liquidez, entre simplicidade e complexidade, entre superfície e profundidade. Um crente em Cristo deve ser alguém que conhece as Sagradas Escrituras, que as lê, medita sobre elas e se aprofunda em seu significado e interpretação; deve ter um conhecimento básico da Doutrina que pode ser encontrada no Catecismo da Igreja Católica e deve estar sempre atento aos documentos oficiais que o Papa e os líderes das igrejas nos oferecem regularmente (Encíclicas, Exortações Apostólicas, Constituições, Mensagens, Cartas, etc.). Pessoalmente, acredito que, no momento, o que vale a pena levar em conta e considerar é se os casais equipistas estão ou não preocupados com a formação na fé, por seu crescimento interior e pelo aprofundamento do conhecimento em temas relacionados com a vida e a doutrina cristãs, além de seus CM 556

esforços contínuos para buscar a santidade na vida conjugal. O Movimento, por meio da ERI, tem feito esforços valiosos para ajudar os membros das ENS a terem ferramentas úteis para sua formação. A questão é tão clara para os responsáveis que, há vários anos, uma Equipe Satélite especializada em Formação dedicou muito tempo e recursos para elaborar uma plataforma de formação cristã com vários tópicos bíblicos e teológicos para fortalecer a vida cristã dos membros do Movimento. Devemos nos perguntar: até que ponto aproveitamos essa ajuda formidável? Os vários espaços formativos oferecidos na web ( https://endfc.equipes-notre-dame. com/ ) foram chamados de “Albergues”. Além disso, os Temas de Estudo que a ERI fornece todos os anos aos casais das Equipes contêm elementos formativos que enriquecem a vida dos fiéis. Por essa razão, não hesito em afirmar que o Movimento olha com simpatia e responsabilidade para tudo o que diz respeito à formação de seus membros. E não apenas nas questões específicas relacionadas ao matrimônio, sua sacramentalidade e seu caminho de santificação, mas também no convite permanente ao crescimento e fortalecimento de toda a vida cristã de cada equipista. Quando temos a oportunidade de reler os editoriais, artigos e publicações do Padre ­Caffarel, tomamos consciência de todos os seus esforços para oferecer aos casais das equipes um “alimento sólido” para sua nutrição espiritual e seu enriquecimento doutrinário e teológico. Que essa seja a oportunidade de repensar seriamente a necessidade de aumentar nossa formação e de sentir que somos verdadeiramente filhos da Igreja e participantes do carisma das ENS. Pe. Ricardo Londoño Domínguez Conselheiro Espiritual da ERI

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PARTILHA E PCE

Os Pontos Concretos de Esforço e as virtudes de Maria Somos equipistas há 13 anos. Durante toda nossa caminhada no Movimento das Equipes de Nossa Senhora, uma sigla sempre fez parte dos encontros que participamos, PCE – Ponto Concreto de Esforço. São atitudes práticas que devemos vivenciar durante todo o mês para podermos crescer na Espiritualidade Conjugal. O tema de Estudo 2023 nos apresenta as virtudes de Maria. As virtudes de Nossa Senhora incluem uma série de características associadas à sua vida e exemplo como mãe de Jesus. A cada capítulo do tema de estudo, Nossa Senhora mostra que precisamos nos revestir dessas virtudes para que nossas ações frutifiquem. Ao passar dos meses, percebemos que os Pontos Concretos de Esforço nas Equipes de Nossa Senhora estão relacionados à prática das virtudes de Maria e que seria enriquecedor incorporar essas virtudes em nossa vida cotidiana. Aqui estão algumas virtudes de Nossa Senhora e como os Pontos Concretos de Esforço podem estar relacionados a elas: 1. Humildade: Nossa Senhora é frequentemente admirada por sua humildade. Os casais podem assumir o compromisso de demonstrar humildade em seu relacionamento, reconhecendo suas próprias limitações e valorizando as contribuições um do outro. Essa virtude deve se fazer presente durante o Dever de Sentar-se. 2. Escuta e Diálogo: Nossa Senhora é aquela que silencia para escutar, e dialoga para transformar. O Retiro é uma excelente oportunidade que temos para escutar Deus e dialogar com Ele e com nosso cônjuge, renovando nosso coração e nosso matrimônio.

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3. Resiliência: Quem foi mais resiliente do que Maria? A resiliência é uma virtude necessária para a prática da Regra de Vida. Algumas vezes precisamos ser resilientes para mudar nossas atitudes e crescermos na Espiritualidade Conjugal. 4. Disponibilidade: Nossa Senhora foi disponível à vontade do Pai desde seu SIM, na concepção de Jesus até a Sua morte na cruz. Assim também precisamos estar sempre disponíveis para realizar a Escuta da Palavra e Meditação diariamente. 5. Perseverança: A perseverança de Nossa Senhora como mãe de Jesus se concretiza com sua gloriosa Assunção. Que possamos perseverar na Oração Conjugal a fim de alcançarmos a nossa vitória junto a Jesus ressuscitado. 6. Solidariedade: Nossa Senhora demonstrou solidariedade ao apoiar os outros, incluindo sua visita a sua prima Isabel. Também nós somos convidados mensalmente a praticar essa virtude quando partilhamos a vivência dos Pontos Concretos de Esforço. Esses são apenas alguns exemplos de como os “Pontos Concretos de Esforço” nas Equipes de Nossa Senhora podem estar relacionados às virtudes de Maria. Cada casal pode escolher compromissos específicos que se alinhem com as virtudes que desejam cultivar em suas vidas, seguindo o exemplo da Mãe de Jesus. Isso ajuda a promover o crescimento espiritual e o fortalecimento do Matrimônio no contexto trazido pelo Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Fraterno abraço! Andréa e Gleiber CRS Olinda Província Nordeste II CM 556


PARTILHA E PCE

Retiro – do medo de ouvir a Deus ao declarar-se sinceramente Entre todos os seis Pontos Concretos de Esforço – PCE, o mais emblemático para mim é o Retiro.Quando iniciei minha vida nos serviços da Igreja,por meio de grupos de jovens e depois em um Movimento denominado “Curso sobre a Igreja”, em Salvador, Bahia, no início dos anos 80,tinha muito receio de participar de um Retiro porque a obrigação de ficar em silêncio me assustava. Sempre fui muito falante e ir para um local para ficar em reflexão e oração por 48 horas era muito sacrificante, inicialmente como adolescente e depois como jovem. Durante muito tempo, um casal amigo, Regina e Jorge Fraga, casal equipista, tentava me convencer que existia a necessidade de nos recolhermos, para meditar e nos conhecer melhor. Porém, tudo era muito difícil. Neste processo, fui criando uma trava que não me permitia participar de nenhum momento que exigisse ficar em silêncio. Quando entramos nas Equipes de Nossa Senhora, em novembro de 2014, me encontrei novamente com o Retiro, que por toda minha juventude havia sido um pesadelo e buscava ficar distante, mantinha-me a léguas de distância. Contra a minha vontade, estimulado por minha esposa Tereza, resolvi aceitar o convite para participar de um Retiro. Para minha surpresa, fui aceitando a ideia de refletir sobre o tema do Retiro, e comecei a entender que o Retiro poderia me levar a ser melhor CM 556

como pessoa, como marido, como pai e como avô. O ponto crucial foi quando passei a abrir meu coração para entender que o Cristo Jesus também se retirava para orar, e que orando, Ele se encontrava com seu Pai. Ele não tinha receio de ficar em silêncio. Então, eu precisava conversar com este Pai Celestial, aprendendo a me encontrar com Ele, através do silêncio. Na verdade, fui descobrindo que a trava de não querer fazer o Retiro era medo de ouvir o que Deus poderia me dizer. Pura infantilidade. Deste primeiro Retiro nas Equipes de Nossa Senhora, aconteceram diversos outros, que nos fizeram crescer muito como casal. Então, um recado para aqueles irmãos equipistas que, em geral, não realizam com frequência este PCE: não tenha receio de se encontrar, não tenha medo de ouvir Deus, não tenha medo de se conhecer. Perdi muito tempo recusando participar de um momento que nos faz crescer pessoal e espiritualmente. Atualmente participamos todos os anos dos Retiros promovidos pelo Movimento. E posso garantir que aquele adolescente e jovem que tinha medo de meditar e se encontrar com Deus, em seu silêncio, cresceu e se tornou um homem que não teme conversar com Ele. Que Deus nos abençoe. Paz e Bem. Tereza e Edmundo CRR Bahia Província Nordeste II

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PARTILHA E PCE

PCE: fardo, peso ou atitudes a despertar Quando iniciamos nossa caminhada no Movimento das Equipes de Nossa Senhora víamos os PCE como um fardo, um peso, talvez influenciados pela palavra “esforço”. Mas logo entendemos que se tratava de “atitudes a despertar e não de coisas a cumprir” e isso fez toda a diferença. Entender os PCE como “ferramentas adequadas” que nos ajudam a chegar mais próximos do Senhor, individualmente e como casal, foi um diferencial em nossas vidas. PCE — ferramentas adequadas — ao se empreender um esforço, quando se quer construir ou fazer algo, usar ferramentas adequadas é fundamental. Vemos isso desde as tarefas mais simples (experimente descascar uma laranja com uma colher em vez de usar uma faca afiada) até tarefas mais complexas como construir um prédio, fazer uma cirurgia — como é importante usarmos ferramentas que possibilitem a execução dessas atividades com eficiência e eficácia, chegando a resultados de excelência. Através dessas ferramentas somos chamados a despertar atitudes novas que devemos assimilar para que nos leve a um modo novo de viver! Nós, nas Equipes de Nossa Senhora, visamos viver a santidade conjugal, buscamos nos tornar, cada dia mais, aquele filho, aquela filha, aquele casal que Deus criou à sua Imagem e Semelhança, e os PCE são meios que nos ajudam a trilhar esse caminho. Notem bem, são os MEIOS e não o fim.

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O fim é a santidade — “Sede santos, porque eu sou santo” (Lv 11,44), e os PCE são os meios que nos ajudam a atingir nosso objetivo, o Céu. Eles despertam em nós as três atitudes constantes tão buscadas por nós equipistas: cultivar a assiduidade em nos abrirmos à vontade e ao amor de Deus; desenvolver a capacidade para a verdade; aumentar a capacidade de encontro e comunhão. Se quisermos progredir no caminho proposto pelo Pe. ­Caffarel precisamos ter um olhar de amor para os PCE. Dentro de nossas reuniões de equipe um momento muito especial é dedicado, o momento da Partilha, momento em que colocamos em comum nossos esforços na realização dos PCE e os frutos colhidos, momento em que alimentamos os casais da nossa equipe com nossos pães e peixes, fortalecendo nossos laços de comunhão. Negligenciar a vivência dos PCE é negligenciar não só o nosso caminho de santidade pessoal e conjugal, mas também negligenciar a nossa vida de comunidade, não tendo alimento sólido para oferecer em nossos momentos de partilha. Os PCE são um esforço que vale a pena. Colhemos muitos frutos de conversão em nossas vidas graças ao empenho na vivência desses grandes aliados, dessas ferramentas adequadas que nos levam a um profundo encontro com o Senhor. Rosana e Paulo ENS Aparecida Província Sul I CM 556


PARTILHA E PCE

ENS: divisor de águas em nossas vidas! Conhecemo-nos na faculdade e lá começamos a namorar. Na época, costumávamos ir à missa juntos aos domingos. Após casados, as coisas do mundo acabaram por nos engolir e nos afastamos da Igreja. Nossos primeiros anos de casados não foram fáceis. Havíamos esquecido que estávamos casados a três: nós e Deus! Chegaram os nossos filhos: uma menina e depois um menino. Apenas quando a nossa filha foi se preparar para a Primeira Eucaristia, retornamos à Igreja. Por muito tempo ainda, éramos tão somente católicos de missas dominicais. Ocorre que numa manhã de domingo estávamos na Igreja para participar da missa, quando adentram na procissão de entrada casais portando imagens diversas de Nossa Senhora. Até hoje, passados mais de vinte anos, lembramos com nitidez daquela cena que tanto nos emocionou! Não sabíamos, mas Deus havia plantado uma sementinha em nossos corações. Algum tempo depois fomos convidados para uma reunião de casais na Igreja, não titubeamos, aceitamos o convite e lá estávamos, ávidos por mergulhar em águas mais profundas. Iniciou, assim, a nossa Experiência Comunitária e, ao final, desejosos de continuarmos aquela caminhada, não vacilamos e dissemos em uníssono: Sim, nós queremos ingressar nas Equipes de Nossa Senhora! A partir de então, foram tantas as Graças recebidas! Mas, passamos, também, por muitas provações, sempre amparados pelas mãos maternais da Virgem Maria. CM 556

Sobrevieram rompimento completo de tendões dos dois ombros (ele) e retirada total da tireoide (ela), em meio às missões assumidas. Mas o nosso Conselheiro, os irmãos de equipe, além de nossa família, nos sustentaram continuamente. Atualmente, estamos animando a nossa Região Alagoas. E, mais uma vez, observamos a nossa fé sendo colocada à prova: decorrente de uma queda, ela teve fratura exposta da tíbia, momentos de dor intensa, passou por duas cirurgias e um bom período sem poder andar. Mas, em tudo devemos dar graça! Pudemos experimentar, um pouquinho, o sofrimento de Jesus na cruz e, mais uma vez, sentir o que significa “te prometo ser fiel na saúde e na doença". Nada disso teria sido possível se não tivéssemos como sustentáculo a nossa fé, a firme convicção de que Nosso Senhor caminha conosco e, sim, as Equipes de Nossa Senhora, esse instrumento que nos reconectou com Deus, fazendo-nos retornar àqueles sentimentos puros que tínhamos quando crianças, ao acompanharmos as nossas avós maternas (nossas primeiras evangelizadoras) à Igreja. Nossa eterna gratidão ao Padre C ­ affarel, aos primeiros casais que o procuraram e a todos (Casais e Conselheiros Espirituais) que, incansavelmente, trabalharam pela implantação das ENS no Brasil e, especialmente, em Alagoas! Margarete e Rommel CRR Alagoas Província Nordeste II

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TESTEMUNHO

Agir no servir O Senhor fez em mim maravilhas e Santo é o seu nome! Sou a Ilminha de Aderlan, somos casados há 18 anos e há 10 anos estamos nas ENS, Movimento que somos apaixonados e que transformou nossas vidas. Temos dois filhos, João Marcio e o Pedro Levi. Meu esposo é portador de deficiência física, nanismo acondroplásico, o qual é uma mutação genética que afeta o crescimento dos ossos. Nosso filho mais novo, o Pedro, também nasceu com a doença e, no caso dele, um pouco mais grave, afetando bastante suas perninhas, chegando ao ponto de ter que fazer alguns procedimentos cirúrgicos de correção dos membros inferiores (tíbias e fêmur). Ao buscarmos o tratamento para nosso filho, não encontramos em nossa Região Nordeste, por se tratar de um procedimento novo e muito caro. Foi então que o médico que o acompanha aqui em Sergipe conseguiu e o encaminhou para o HC-USP de Ribeirão Preto. No momento da confirmação do tratamento para nosso filho, sentimos naquele dia que Deus ouviu nossas orações, choramos muito, rezamos e agradecemos. Mas aí,teríamos mais uma dificuldade a enfrentar, que seria a estadia e locomoção minha e do meu filho numa cidade grande onde não conhecíamos ninguém. Foi em mais um momento de oração que Nossa Senhora me fez lembrar do testemunho do casal Dilma e Paixão, quando na época fazíamos a pilotagem para entrar nas equipes, eles falando da acolhida, citou um exemplo que aconteceu com eles, e me veio no coração que deveria procurar as equipes para nos ajudar. Procuramos nosso CRS Ângela e Marcelo, que já conheciam nossa história, e eles por sua vez entraram em contato com o Casal Responsável pela Região SE, Lucicleide e Ansérgio, que contataram o

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casal Responsável pela Província NE-II da época, Maria e Amâncio que, de imediato, acionaram a Província Sul II. Logo as portas se abriram para nós naquela Província e nosso pedido de ajuda chegou até àquele CRR e Deus e Nossa Senhora nos presentearam com o casal Fátima e Joaquim da Equipe 1 - N.S das Graças – Setor B, Ribeirão Preto, SP, que nos acolheu em sua casa com tanto amor, carinho e fraternidade, eles e sua equipe de base, que confesso jamais havia vivido algo parecido em toda minha vida. A hospitalidade, carinho e todo acompanhamento por parte deles está nos ajudando a tornar o fardo mais leve. Deus não faz a obra pela metade e Fátima – acreditem! – já tinha trabalhado neste hospital como enfermeira e com a ajuda dela e do seu Joaquim a tramitação para a cirurgia do nosso filho se tornou uma realidade.A luta continua,pois ainda temos um longo caminho a percorrer, mas com os anjos e Maria abrindo caminhos seguiremos firmes, e nosso amado filho continuará seu tratamento em Ribeirão Preto. Só saberemos entender o sentido da verdadeira hospitalidade quando sentimos empatia diante dos anseios do outro. Eles são para nós o verdadeiro exemplo do Bom Samaritano. Aqui deixamos nossa eterna gratidão a todos esses casais que assim que ouviram nosso pedido de ajuda não mediram esforços e de imediato buscaram a ajuda que precisávamos e se somaram à nossa causa e, com as Graças de Deus e Nossa Senhora, o meu Pedro Levi já está com seu tratamento em andamento. Que Deus seja louvado! Amém! Ilma de Aderlan ENS Aparecida Província Nordeste II CM 556


TESTEMUNHO

O mover e o propósito de Deus em nossas vidas Queridos casais da Família ENS! Temos alegria em partilhar nosso testemunho de vida e conversão. Cremos fielmente no mover e no propósito de Deus em nossa vida, apesar das nossas fragilidades, misérias e limitações. Irmãos, nos sentimos amados e escolhidos do Pai, desde o ventre de nossas mães, para vivenciarmos esse projeto salvífico do nosso Deus, rico em bondade e misericórdia, traçou para nós e nossa linda família, que não é perfeita, mas cheia de amor para doar. Nossa história começou quando ambos tínhamos vinte anos; amor platônico: que em um mês de namoro engravidamos; seis meses nos casamos; e com três meses depois fomos pais. Vinte anos se passaram, diante de inúmeros desafios, estávamos vivenciando uma crise conjugal. José de família evangélica,eu católica,ambos não praticantes.Nem os nossos três filhos não eram batizados. Então, começamos a sentir o mover e o amor de Deus, que gradualmente se aproximava de nós, seduzindo e nos deixando seduzir por ELE; não apenas tocava nossos corações , mas principalmente resgatava e restaurava nossas almas.Nossos filhos estudavam em colégio católico,onde o Padre Eugenio Pacelli-SJ, instrumento de Deus para a nossa conversão, fez um Dia de Espiritualidade com o tema “Abra as Portas do teu Coração”, tocando profundamente o meu José,que decidiu batizar-se na Igreja Católica com nossos filhos, Eucaristia, Crisma, tudo sobre orientação do Pe. Eugenio, que nos convidou a fazer parte das CM 556

ENS. Embora não soubéssemos bem o que era, mas, na fé demos o nosso “sim”.Então,a partir dessa primícia entendemos que era um divisor de águas, o milagre das Bodas de Caná,transformando a água em vinho, um caminho sem volta; tornando-nos novas criaturas. Ingressamos nas ENS, fomos convidados a Celebrar o Sacramento do Matrimônio, com apoio e testemunho de nossa “Equipe 07 – Nossa Senhora da Consolação”. Somos gratos ao Nosso Deus, a toda Equipe e ao nosso SCE Frei Miro. Contrariando toda razão e lógica humana, acreditaram e nos ajudaram a perseverar na Fé. Estamos caminhando juntos há vinte dois anos, como missionários a serviço do Reino de Deus. Confiantes na graça Divina, sobre a Proteção do Manto de Maria e do Servo de Deus Padre Henri C ­ affarel, testemunhando a beleza de ser equipista e as Maravilhas que o Senhor fez e faz na vida dos seus filhos, prontos para dar o seu “sim”, a exemplo de Maria Eis aqui os servos do Senhor, faça-se em nós segundo a vossa Palavra! Ivanelúcia e José de Lima CRR Pernambuco I Província Nordeste II

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TESTEMUNHO

Servir a exemplo de Maria. “Eis aqui a serva do Senhor” (Lc 1, 38) Muitas vezes refletimos sobre a sobriedade e simplicidade presentes no Movimento desde seu início e concluímos que não poderia ser diferente. Certamente, se através das equipes somos conduzidos até Jesus por Nossa Senhora e estamos sob sua proteção, suas virtudes inspirariam nosso carisma e mística a partir do princípio. Com certeza, naquele já longínquo 25 de fevereiro de 1939, Padre Henri ­Caffarel e os quatro casais que se reuniram não tinham dimensão naquele momento de como estavam sendo inspirados pelo Espírito Santo, dando os primeiros passos de um novo caminho para vivência do Sacramento do Matrimônio, sempre observando os ensinamentos da Igreja. Nas palavras do próprio Padre ­Caffarel: “Devo reconhecer que na criação das Equipes houve alguma coisa além da minha própria inspiração. Houve uma ‘inspiração do Espírito Santo’.” Pe. Henri Caffarel. Disponível em Guia das Equipes de Nossa Senhora, pág. 19 (edição 2021). Não obstante esta constatação, nos idos de 1947, Padre ­Caffarel percebeu um momento de crise: ante a multiplicação do número de casais e entusiasmo com o fim da guerra, havia um certo relaxamento no comportamento de todos. Neste contexto, nosso fundador intuiu ser necessária a criação de uma Regra e, em 8 de dezembro de 1947 (dia dedicado à Imaculada Conceição), na Igreja de Santo Agostinho, em Paris, foi promulgado o documento denominado, à época: “Carta das Equipes de Nossa Senhora”. Com sua promulgação, o

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Movimento passou a ser denominado “Equipes de Nossa Senhora”, colocando-se, assim, oficialmente debaixo da proteção da Mãe de Deus, além de tê-la como guia e exemplo de cristã. Algumas alterações ocorreram até a versão atual, publicada no mês de maio de 1972, data coincidente com a saída do Padre C ­ affarel do grupo que conduzia o Movimento. A Carta (Estatutos) estabelece as diretrizes fundamentais das ENS. Mais do que meros preceitos e obrigações, os Estatutos procuram infundir em nós a essência deste caminho contínuo à santidade e fidelidade à primeira inspiração, tornando concreta a vivência da espiritualidade conjugal. Os casais são chamados à santidade não apesar “do”, mas sim “no” e através do casamento. Este ano em nosso Setor revisitamos os Estatutos como tema para a reunião de Inter equipes. Foi maravilhoso refletirmos o conteúdo do documento e perceber a coerência e atualidade do pensamento ali contido. Dada a sua essencialidade, de tempos em tempos podemos e devemos fazer uma nova leitura dos Estatutos. Conhecer seu conteúdo e, mais do que isso, interiorizar seu espírito, nos impulsiona a trilharmos com alegria este caminho de santidade escolhido pelo Senhor. Desse modo, uma vez mais conduzidos e inspirados por Maria, poderemos dizer: “Eis aqui os seus servos, faça-se em nós segundo a Tua Palavra”. Adriana e Douglas CRS Santo André B Província Sul I CM 556


TESTEMUNHO

Milagre de Deus “Entrega teus caminhos ao Senhor! Confia Nele e Ele tudo fará”. Sl (37,5) Somos casados há 53 anos, temos 2 filhos, 6 netos, 4 bisnetos e 38 anos de equipe, vivemos esta experiência de entrega no Senhor em 2022. Van Der Laam fez uma cirurgia de hérnia em junho sem apresentar nenhum problema, porém em 7 de setembro, sentiu um mal-estar no abdômen que rendeu outra cirurgia de intestino necrosado, após 72 horas da cirurgia exibiu um quadro de rejeição, precisando de outra intervenção para salvar a sua vida, da qual saiu entubado e em coma induzido. Permaneceu 42 dias na UTI nesta condição. Foi uma trajetória de muitos desafios: pulmão com apoio de aparelho, rim precisando de hemodiálise, pressão arterial descontrolada, reanimação cardíaca, entre outras insuficiências. As visitas eram feitas duas vezes ao dia, não sabia o que encontraria de manhã e à noite, mas sem perder a esperança, sabia que estava nas mãos do Senhor. Rezava junto a ele como em nossa Oração Conjugal e através da minha comunhão diária o levava também a Jesus. Numa semana crítica, o boletim dizia: “Ele está numa vala, não falece devido à medicação”. Ficamos aflitos e os médicos decepcionados de não o conseguir trazer de volta. Fiz sua entrega e me despedi do meu marido: Senhor, Van Der Laam é um homem de Deus, faça o melhor para ele, hoje não sei o que é melhor, estar conosco ou estar com o Senhor. Agradeço-o pelo tempo que vivemos juntos. Estou lhe entregando de volta o presente que me deste, faz nele a sua vontade. A sedação ficou menor por dias para permitir a volta da consciência, mas sem CM 556

sucesso. Até que um dia, nossa filha ao despedir disse: PAI! Ele abriu os olhos! Ela perguntou: Está me vendo? Ele balançou a cabeça e fechou os olhos. No dia seguinte, conversamos com o médico e, qual a surpresa, ele havia desligado toda a sedação, disse ter a certeza de que Van Der Laam o ouvia. Este médico sempre falava: “Vamos, guerreiro, você vai vencer!”. No dia seguinte, muita emoção na visita, Van Der Laam estava sentado! Quando nos viu, as lágrimas vieram à tona. Após duas semanas recebeu alta da UTI, indo para o quarto, e depois para casa em 11 de novembro. Não estive sozinha nenhum momento, sempre acompanhada por amigos, equipistas e familiares. As orações pela sua saúde foram incontáveis. Hoje, após um ano, já exercendo seu ministério diaconal, todos se emocionam e reconhecem quão grande é a obra do Senhor. Para nós, Van Der Laam é um milagre para continuar aqui sua missão e ser um instrumento de evangelização para o Reino de Deus. “Deus é Bom o tempo todo, o tempo todo Deus é Bom”. Vanderci e Van Der Laam ENS do Bom Conselho Província Sul I

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TESTEMUNHO

Ser comunidade Foi na pandemia que a nossa equipe nos presenteou com uma catequese de iniciação no campo conjugal e comunitário. Nos ensinou que a oração é a respiração da alma. Não diferente de mais de 700 mil famílias brasileiras, a minha também foi avassalada pela Covid-19. Tive os meus pais entubados, no mesmo período, recebendo notícias do hospital uma vez por dia e por telefone. Eu rezava, rezava muito, implorava a Deus pelo milagre, que recolhesse as minhas lágrimas e desse o sopro de vida que os meus pais precisavam. Implorava por oração para os amigos e pessoas que eu nunca vi e precisava que Deus me ouvisse, que me atendesse, que olhasse para o nosso sofrimento e que nos envolvesse na Sua infinita misericórdia. Mal conseguia me alimentar, fazer ao menos higiene pessoal. Olhava para o nosso filho, nossa família e pensava: o que farei para eles se alimentarem se eu não tenho forças nem para me levantar? De repente, iniciou-se voluntariamente uma organização aparentemente estranha para nós. Mensagens surgiam seguidas de refeições: “Seu almoço já está a caminho, estamos em oração por vocês!”, “Deixamos o seu jantar na calçada, não percam a fé!”, “Sua comidinha já saiu daqui, confiem no Poderoso e sigam!” Até que no dia 19 de março de 2021, dia de São José, o meu papai Ricardo recebeu alta pela manhã, e a minha mamãe Izilda, no mesmo dia, pela

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noite, voltou para o céu. Senti o chão se abrir debaixo dos meus pés. Eu implorava a Deus para me carregar no colo porque andar eu não conseguia mais. Durante muitos meses eu mal conseguia ouvir as palavras de acalento do nosso SCE, dos amigos. Estava brava com Deus, mas mesmo sem enxergar a luz perseverei nas orações porque eu não estava sozinha. Além da minha família, eu tinha a minha equipe que abraçava a mim e à minha cruz junto. Nossa equipe não esperava as reuniões ordinárias ou os encontros sociais para estar conosco. Foram vários finais de semana fisicamente ao nosso lado. Ao lado do meu amargo comportamento, do meu silêncio, das minhas respostas silabadas. Foram sucessivos almoços de domingo nos ensinando a mergulhar na confiança em Deus. Aprendemos, com a nossa equipe, a confiar mais no Poderoso e menos na nossa certeza humana. Aprendemos a nos rasgar na conversa com o Pai e entregar os nossos problemas a Ele. Hoje a nossa equipe vive um processo de reconstrução. Alguns casais saíram, outros estão chegando. Nossa Equipe não é sinônimo de perfeição, mas é a melhor que existe para auxiliar a nossa família a se reconstruir e nos ensinar como podemos ajustar o nosso coração ao coração do Nosso Senhor. Dorinha e Clemir ENS do Rosário Província Sul I CM 556


TESTEMUNHO

Aceitar a missão por inteiro Estamos casados há 43 anos e 9 meses. Temos três filhos, dois genros, uma nora e três netos. Participamos do Movimento das Equipes de Nossa Senhora há 20 anos. Em 8 de agosto de 2020, rezávamos pedindo pela escolha e aceitação do CRS de São José dos Campos, quando recebemos o chamado do então CRR para tal missão. Nossos sentimentos foram: medo, pânico, preocupações, achando que não teríamos tempo para nossa família. Pedimos as luzes do Espírito Santo e conversamos com nossos filhos, que também são equipistas, nos incentivaram e demos o sim. Intensificamos nossas orações pela escolha do colegiado. Com a graça de Deus tivemos o sim do SCES Padre Ademir, que muito nos ajudou com os casais que estiveram a serviço no Setor. Tudo ia bem, apesar da pandemia, até que em setembro de 2021 a De Lourdes foi surpreendida com um CA de mama, que, segundo a médica do ultrassom, não podíamos perder tempo. Consideramos desistir da missão, achávamos que não seria possível conciliar tratamento e compromissos do Movimento das ENS. Talvez fuga da missão. Nesse momento fomos surpreendidos por uma força interior e decisiva, que só podia ser do Espírito Santo, não CM 556

desistiremos, pois foi Deus quem nos chamou. Vamos em frente. Fomos agraciados pela visita do nosso CRR trazendo-nos a imagem de Nossa Senhora Aparecida,intercessora da nossa Região,para que ficasse conosco enquanto precisássemos. Assim passamos pela cirurgia,quimioterapia,radioterapia,com muita oração em família,da nossa equipe, do Setor, da Região, amigos e até de pessoas desconhecidas, que nos abordavam dizendo estarem rezando por nós. Sempre nos vinha à mente uma fala do meu sogro; se os outros passam por isso, por que nós não podemos passar? E tínhamos recentemente lido um artigo da CM, que dizia: “por que não a mim?”, e pedíamos sempre tranquilidade, serenidade e principalmente aceitação. Dessa forma participamos de tudo que era pertinente à missão. Passaram-se três anos com muitas bênçãos de Deus, visitas de Jesus, carinho da nossa família, os cuidados da mãe da De Lourdes. Nos sentimos muito acolhidos pelos casais do nosso colegiado, da Região e de amigos. Lembramos sempre do lema da nossa equipe de base: “Tudo posso naquele que me fortalece”(Fl 4,13). Com isso incentivamos os equipistas a dizerem sempre SIM aos chamados de Deus, porque Ele é nossa força e Nossa Senhora está sempre à frente abrindo caminhos. De Lourdes e José Alberto CRS São José dos Campos Província Sul I

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TESTEMUNHO

O Sim de Maria e o nosso silêncio Dentre tantos sonhos de um casal que se une pelo Sacramento do Matrimônio, o mais emocionante é o nascimento de seus filhos, vê-los crescer, formarem-se, casarem-se e constituírem uma família. Em nosso Retiro anual, ocorrido agora em setembro, quando o pregador, Padre Adalberto, nos convidou a subir o monte, no alto da “Serrinha de Monte Alegre”, onde lá existe uma capela, para que de lá víssemos o pôr do sol e contemplássemos as maravilhas de Deus, para lá nos dirigirmos, felizes por termos vivenciado um dia de muita fé e meditação sobre o verdadeiro sentido do amor. Lá chegando, ele nos deu a liberdade de ficarmos em silêncio ou conversarmos em casal sobre nossa caminhada ao longo da vida. A Chica e eu optamos por refazer a história de nosso amor conjugal. Revivemos cada momento de nossa vida, nossas alegrias, nossas tristezas, nossas dores e provações. As palavras da Sagrada Escritura, ditas pelo pregador, ainda ressoavam forte em nossos corações “… o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Cor 13,7). Diante disso, num determinado momento eu a questionei dizendo: O SIM de Maria foi incondicional, mesmo ela sabendo tudo o que teria que enfrentar, e nós? Se soubéssemos o que tínhamos de passar, também diríamos “sim” um ao outro, mesmo

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nos amando tanto? Nesse momento o silêncio falou por nós e lágrimas rolaram de nossos olhos. Somente a dor da saudade ardia em nossos corações. Nossos filhos já não estão mais entre nós, voltaram para a casa do Pai! Em 1980, perdemos nossas filhas gêmeas, no 7º mês de gestação. Em fevereiro de 1996, perdemos nosso filho mais velho, Marco Aurélio, aos 22 anos, vítima de acidente automobilístico, e, em dezembro do mesmo ano, em apenas 10 meses, perdemos também o último filho que nos restava, Murilo, com 21 anos, também em um acidente de carro. Quanta dor! Quanto sofrimento! Mas Deus, na sua infinita misericórdia, em 2002, deu-nos a graça de ingressarmos no Movimento das ENS. Começamos a vivenciar os PCEs, sobretudo a Oração Conjugal, que veio fortalecer a nossa fé. A entreajuda de nossos irmãos também foi fundamental para continuarmos a nossa caminhada… Apesar de tanta dor, tanto sofrimento, tanta saudade, renovamos nossa esperança na vida eterna, no reencontro, total, definitivo, onde não mais haverá despedida, nem dor, nem sofrimento. Hoje, estamos convictos de que Deus reserva para nós sempre o melhor e que, como casal equipista, ainda temos a missão de continuarmos dando testemunho de nosso amor conjugal. Chico e Chica ENS da Guia Província Leste II

CM 556


TESTEMUNHO

Quando se trabalha em equipe não há obstáculos que não sejam superados

Prezados casais, irmãos e irmãs em Cristo Jesus,“a vós graça e paz da parte de Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda consolação! Ele nos consola em todas as nossas tribulações, para podermos consolar os que estão em qualquer tribulação, mediante a consolação que nós mesmos recebemos de Deus” (2Cor. 1, 2-4). É uma alegria o nosso encontro. Há um canto de comunhão na missa, muito bonito, que diz: “É bom estarmos juntos à mesa do Senhor e unidos na alegria, partir o pão do amor”. Assim, quando estamos juntos, esses três pilares, o da alegria; o da comunhão; e o da partilha, não faltam. E, portanto, vocês, casais, buscam alcançar um objetivo em comum! Ações disciplinadas auxiliam no processo do discipulado: Maria aponta o caminho. O nosso trabalho em equipe significa superar grandes desafios. É verdade que uma equipe em sintonia CM 556

dá resultados! Queridos casais, reunir-se é um começo, ficar juntos é um progresso e trabalhar juntos é um grande sucesso! O potencial do comprometimento individual a um esforço conjunto, isso é o que faz uma equipe funcionar. Sabemos que o trabalho em equipe é aprender a amar o estranho, é saber respeitar as diferenças. É saber que cada um trabalha por si ao mesmo tempo em que trabalha pelo outro. Os resultados da equipe, o sucesso pessoal têm o mesmo valor, e cada conquista é celebrada.Assim, quando se trabalha em equipe não há obstáculos que não sejam superados nem sucessos que não sejam alcançados. E para concluir, agradecemos no singular, olhando para cada semblante de vocês: Obrigado pelo seu sim. Obrigado por você vir. Gratidão por sua vida. Pe. Renato Pereira de Almeida SCE ENS Mãe dos Homens Província Nordeste II

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CNSE

Comunidades Nossa Senhora da Esperança, você conhece?

Venho fazer um convite a todos vocês para que conheçam um pouco mais das Comunidades Nossa Senhora da Esperança (CNSE), um Movimento de espiritualidade para pessoas sós, viúvas(os), solteiras(os), separadas(os) ou divorciadas (os). Foi uma iniciativa de Dona Nancy Moncau, que convidou dois casais e algumas viúvas equipistas para assim, em 2003, darem início a construção e estruturação para esse novo Movimento, que a cada reunião foi tomando forma e em 2004 iniciando com a formação de pequenas comunidades. O Movimento das CNSE tem como proposta: “Louvar e servir a Deus”, no seu estado de vida; buscar intensamente novos caminhos que levam a Cristo; renovar a confiança e esperança de uma vida digna, sob a proteção materna de Nossa Senhora; testemunhar que se pode viver cristamente as alegrias da vida, dom gratuito de Deus; incorporar no dia a dia essa máxima do Pe. C ­ affarel, considerado “Profeta do século XX”, que diz textualmente o seguinte: “Que

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Deus esteja em sua casa e seja o primeiro a ser buscado, o primeiro a ser amado e o primeiro a ser servido”. Dona Nancy sempre dizia: “Este é um Movimento amado e querido por Deus, quando Ele me abre uma porta, eu logo entro por ela. Nela misturam-se dois elementos expressivos: a fragilidade das pessoas que dele participam e a força poderosa das mãos de Deus”. A CNSE está viva em 14 estados, mais Distrito Federal, 91 cidades, 278 comunidades e 2.228 participantes no Brasil, sempre procurando levar oportunidades para as pessoas sós vivenciarem a alegria que Deus nos proporciona pelo simples fato de estarmos vivos como presente nos dado por Ele. O fato de ser um Movimento de pessoas sós não faz de nós pessoas tristes, amargas ou desanimadas, mas sim pessoas alegres, dispostas e com muita esperança. Vou repetir um texto que escrevi em 2019 na CM 523 — Diferente do que muitas pessoas pensam, que o Movimento é para lidar com a solidão e o sofrimento,ele é sim um Movimento de muita alegria, de perceber que a “solidão não é querida por Deus”,mas sim a vida com alegria e grande sentido de irmandade. A CNSE é um movimento de vida,“vejam como eles se amam”.Esse, sim, é o verdadeiro sentido das Comunidades Nossa Senhora da Esperança. Faço um convite a todos vocês equipistas para visitarem nosso site cnse.org. br e nos conhecer melhor... Tereza Pitarello Shoshima Viúva representante do Colegiado Nacional CM 556


EJNS

Vocação, uma única vida que vale a pena O Encontro Nacional das Equipes de Jovens de Nossa Senhora (EJNS) aconteceu entre os dias 12 e 15 de outubro de 2023, na casa de retiro Divino Paraíso, no Gama, em Brasília. Com o tema “Vocação, uma única vida que vale a pena”, sob a direção espiritual de Padre Fagner Dantas, Sacerdote Conselheiro do Secretariado Nacional, 230 jovens de todas as regiões do Brasil compartilharam e fortificaram sua caminhada como jovens católicos que buscam viver a fé em Cristo, tendo Maria como modelo. Um destaque no Encontro foi a presença da Irmã Fátima, Conselheira do Setor Recife, com seu testemunho e ânimo foi um exemplo de vocação e dedicação a Deus em cada interação que teve com os jovens, partilhando seu amor por Nossa Senhora. O Cardeal Emérito de Brasília, Dom Raymundo Damasceno, partilhou sua história de vocação, a alegria de ter sido o primeiro seminarista em Brasília e toda sua vida dedicada ao serviço da Igreja. Os jovens das EJNS ainda tiveram a oportunidade de ouvir Alam Carrion, Alexandre Varela, O Catequista, o casal equipista Cris e Betão e muitos outros que testemunharam e incentivaram os jovens a seguir a vida cristã. Vale ressaltar que a partilha entre os jovens de realidades distintas que buscam viver os mesmos valores católicos e procuram o caminho para a Santidade, foi essencial para o sucesso do Encontro Nacional. Fizemos amizades que levaremos por toda vida. E foi possível perceber que estar ao lado de pessoas que CM 556

compartilham a mesma fé, nos impulsiona a aproximarmo-nos cada vez mais de Deus. Cada momento foi pensado para que pudéssemos refletir sobre nossas vocações, seja no trabalho, nos estudos ou na vivência dos sacramentos. Cada palestra que tivemos nos fez ter um novo olhar para a vida que Deus planejou para nós. Também cada momento de oração, como os terços diários e as missas nos deram espaço para nos conectar cada vez mais com os planos de Deus. Ressaltamos também a presença de vários Casais Acompanhadores das Equipes Jovens que, em sua maioria, representam também a ligação do Movimento das ENS com a EJNS, mostrando assim a importância essencial da colaboração das ENS para o acontecimento do evento. Durante todo o Encontro Nacional, tivemos a certeza de que temos um propósito maior e que estamos juntos para chegar cada vez mais longe, conforme o carisma das EJNS: uma equipe que busca a santidade individual no coletivo. Bárbara Leal Jovem Comunicação Nacional EJNS Rainha da Paz - Brasília-DF

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IGREJA CATÓLICA

Oração para a noite de Natal em família Queridos irmãos equipistas, na noite de Natal, convidamos todos a rezarem juntos com suas famílias a seguinte oração: Ó Menino, que teve como berço uma manjedoura, Ó Criador do universo, que se despiu da glória divina, Ó Redentor,que ofereceu seu corpo vulnerável em sacrifício pela salvação da humanidade! Que o brilho do seu nascimento ilumine a noite do mundo. Que o poder da sua mensagem de amor frustre as armadilhas orgulhosas do maligno. Que o dom da sua vida nos faça entender cada vez mais claramente o valor da vida de cada ser humano. Muito sangue ainda está sendo derramado na terra! Muita violência e muitos conflitos perturbam a coexistência pacífica das nações! O Senhor vem para nos trazer a paz. O Senhor é a nossa paz! O Senhor pode fazer de nós “um povo purificado” e pertencer a vós para sempre, um povo “zeloso por boas ações”. Pois para nós não é só uma criança que nasce, para nós um filho é dado! Que mistério insondável está oculto na humildade desta criança! Nós gostaríamos de tocá-la; nós gostaríamos de abraçá-la. Maria, que vigia seu Filho todo-poderoso, conceda-nos seus olhos para contemplá-lo com fé; conceda-nos o seu coração para adorá-lo com amor. Em sua simplicidade, o Filho de Belém nos ensina a redescobrir o verdadeiro significado de nossa existência; ele nos ensina “a viver vidas sóbrias, retas e piedosas neste mundo”. Ó Noite Santa, tão esperada, que uniste para sempre Deus e o homem! Tu nos renovas a esperança. Tu nos enches de assombro extasiante. Tu nos garantes o triunfo do amor sobre o ódio, da vida sobre a morte. Por esse motivo, permaneçamos em oração. No luminoso silêncio da tua Natividade, Tu, Emmanuel, continuas falando conosco. E estamos prontos para te ouvir. Amém! São João Paulo II Natal 2003 Oração proferida durante a Homilia da Missa da Noite de Natal de 2003, por São João Paulo II.

(fonte: https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/homilies/2003/documents/hf_jp-ii_ hom_20031224_christmas-night.html; acessada em 20 de outubro de 2023)

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CM 556


CM E OS EQUIPISTAS

CM 553 - A Oração Conjugal Muito interessante falar neste assunto, por parecer que ele nunca está resolvido na sua totalidade, isso porque quando se trata de “oração” já é um tema bem específico e particular de cada indivíduo e ainda mais como casal e casal equipista. No artigo que lemos na CM553 – Jun/ Jul 2023, o casal Cláudia e Fernando, de Teresópolis-RJ, nos propõe a tomar essa decisão e começar com uma pequena oração, porém muito forte, a qual é a Ave Maria, seguida da oração do Magnificat, depois incorporaram ao diálogo um breve pedido de oração por um amigo ou alguma família que lhes

tenha pedido oração. O momento pode ser finalizado com um agradecimento. Esse agradecimento pode ser no início também, fica a critério do casal. Vejam que já ultrapassamos várias barreiras e já estamos num clima de oração e profundidade com Deus que não dá nem vontade de parar. Que possamos olhar para esse PCE como uma arma contra as forças do mal que nos rodeiam o tempo todo. Finalizamos com a frase do casal Cláudia e Fernando: “comece hoje a quebrar essa barreira”. Mônica e Edson CRS Belo Jardim Província Nordeste II

CM 554 (p. 8) - Novos casais que assumirão os serviços na SRB Foi com muita alegria que recebemos a notícia de que o casal Rose e Rubens estão assumindo o serviço como Casal Responsável pela Super-Região Brasil. Tivemos a felicidade de conhecê-los pessoalmente nos encontros da Região SP Sul I, que contaram com a participação deles como Casal Província. É um casal que se completa: o equilíbrio e a

serenidade do Rubens interagem com o carisma e a animação da Rose. Que Nossa Senhora os conduza nessa nova missão e o nosso Movimento se fortaleça cada vez mais! Eryka e Flavinho CRS Santos Província Sul I

CM 554 (p. 20 e 21) - A internacionalidade das Equipes de Nossa Senhora Lendo o texto da CM 554 recordamos com nostalgia o XII Encontro Internacional das ENS ocorrido em Fátima 2018, o qual tivemos a grande alegria de participar desse momento de graça. Ver e sentir de perto a grandiosidade, a multiplicidade de lugares, línguas e culturas alcançados através da expansão. Tantos casais e SCE que se dedicam à CM 556

missão para manter com fidelidade a unidade do Movimento. Foi realmente uma experiência inesquecível! Que outros casais possam vivê-la e que Deus continue abençoando a expansão do Movimento das ENS. Joselita e Jurandir ENS Auxiliadora Província Nordeste II

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EJNS

O nascimento de Jesus: uma fonte perene de reflexão

A narrativa do nascimento de Jesus transcende as fronteiras do tempo e espaço, enraizando-se profundamente na essência da humanidade. A história da humilde manjedoura em Belém ecoa através dos séculos como um farol de significado, iluminando os corações e mentes daqueles que contemplam sua mensagem atemporal. O nascimento de Jesus personifica a esperança que surge das circunstâncias mais simples. Esse evento também é um símbolo da humildade que devemos cultivar. O próprio Filho de Deus escolheu nascer entre os humildes e desprovidos de ostentação. Em um mundo muitas vezes obcecado pelo poder e pelo prestígio, a humildade de Jesus nos ensina a importância de respeitar os outros, de compartilhar o fardo dos menos afortunados e de enxergar o próximo com todo zelo, independentemente de suas circunstâncias. O nascimento de Jesus também carrega o elemento de renovação espiritual. Assim como a estrela no céu

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guiou os viajantes a um novo começo, a história de Jesus nos convida a deixar para trás velhos padrões de pensamento e comportamento, abraçando uma jornada de transformação interior. A mensagem de renovação e redenção é um convite a deixar o passado para trás, encontrar um propósito maior e crescer espiritualmente como pessoa e como casal. Em um mundo muitas vezes tumultuado, onde o egoísmo, o conflito prevaleceram, a história do nascimento de Jesus permanece como um farol de esperança, orientando-nos em direção à compaixão, ao amor e à paz. Ela nos lembra que, apesar das adversidades, somos capazes de encontrar significado e propósito em nossas vidas. Como os magos que seguiram a estrela, somos convidados a seguir a luz da mensagem de Jesus, guiando-nos através das encruzilhadas da vida e inspirando-nos a viver de maneira autônoma e plena. Karinna e Rubenigue ENS dos Prazeres Província Nordeste II CM 556


NOTÍCIAS

BODAS de PRATA

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outubro 2023

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outubro 2023

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dezembro 2023

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dezembro 2023

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dezembro 2023 CM 556

Luciana e Regis ENS Auxiliadora, Província Sul I. Lorena – SP

Andréa e Wendel ENS de Nazaré, Província Norte Belém – PA

Jane e Agostinho ENS Mãe da Divina Misericórdia Província Norte Belém – PA

Dani e Alex ENS da Alegria Província Norte Belém – PA

Eliete e João ENS das Graças da Medalha Milagrosa Província Norte Belém – PA

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NOTÍCIAS

BODAS de OURO

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Terêsa e Lenivaldo ENS do Carmo Província Nordeste II

outubro 2023

Recife – PE

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Rita e Fernando ENS de Guadalupe Província Norte

dezembro 2023

Belém – PA

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Afra e Beto ENS Divino Espírito Santo Província Centro Oeste

setembro 2023

Brasília-DF

VOLTA AO PAI JOSÉ CARLOS BENITO YENES

MEURY DO ZEZINHO

MARCELO DA ORISSANDRA

PADRE MÁRIO RIBEIRO CASTRO

25/10/2023 ENS Rainha dos Apóstolos, Londrina Setor A, Província Sul III Londrina - PR 04/11/2023 ENS da Divina Providência, Província Norte Manaus – AM 34

19/11/2023 ENS do Diálogo, Província Sul I São Paulo – SP

14/06/2023 ENS de Fátima e ENS Aparecida, Província Norte Boa Vista – RR

CM 556


MEDITANDO EM EQUIPE

Rezar é expor-se ao Sol A oração não se restringe em proferir palavras a Deus, mas em nos colocarmos amorosamente diante Daquele que sabemos que nos ama, como afirmou Santa Teresa de Jesus, grande mestra da vida espiritual. Seguindo essa linha de pensamento, o Padre Henri C ­ affarel, no seu livro Presença de Deus, 100 Cartas sobre Oração, sublinhou que a oração é “um encontro de amor”. Quem ama alguém de verdade não mede esforços para estar em comunhão com a pessoa amada. Desse modo, o descaso e o desinteresse pela vida de oração revelam o pouco amor que temos por Deus. Vivemos como rezamos e rezamos como vivemos. Tal é a nossa oração, tal é a nossa vida. A oração não deve ser “uma a mais” em meio às atividades cotidianas, mas aquilo que substancialmente permeia todo o nosso agir. Algumas pessoas alegam que não rezam por falta de tempo: “Se der tempo vou rezar”. Essa afirmação é um disparate, pois não se trata de uma questão de tempo, mas de prioridade, visto que o próprio tempo pertence a Deus. Não é a oração que deve ser integrada ao trabalho, e sim o trabalho é que deve ser integrado à oração. Quem realmente ocupa o centro da minha vida? Meus afazeres ou Deus? Jesus deu um diagnóstico preciso acerca das prioridades de Marta: “Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas” (Lc 10,41). O que perturbava a vida de Marta segundo Jesus? Inquietação e preocupação! Não seria esse o diagnóstico da sociedade pós-moderna? Estamos rodeados de pessoas ansiosas e agitadas que mais se preocupam do que se ocupam, trabalham mas não

produzem. Trabalhar sem rezar resulta em frustração. “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a constroem” (Sl 126,1). Marta trabalhava sem rezar, sem se sentar aos pés do Senhor. Ela teve a petulância de querer alimentar o Pão da Vida sem antes sentar-se aos pés Dele para se alimentar da sua Palavra. Ela laborava com fome, por isso que estava agitada e preocupada. Jesus não criticou o trabalho de Marta, mas a atitude dela ao escolher os seus afazeres como a melhor parte da sua vida. Marta esqueceu que antes da ação vem a oração. “Nada se deve antepor ao amor de Cristo”, já dizia São Bento. E sabendo que rezar é amar, nada se deve antepor à oração. Segundo o Pe. Henri C ­ affarel, na oração o orante se expõe diante de Deus. Antes de começar a rezar, Deus já está lhe esperando. É Ele quem age primeiramente. Pontuou o fundador das Equipes de Nossa Senhora: “E é muito provável que a ação de Deus seja mais importante que a sua”. Para descrever a ação de Deus na oração, Henri ­Caffarel utilizou a metáfora do sol: “Quando tomamos um banho de sol, não precisamos nos preocupar para que ele nos aqueça e penetre. Basta que estejamos expostos à sua irradiação”. Destarte, rezar é expor-se ao Sol! E essa luz é Cristo, “o sol nascente que nos veio visitar” (Lc 1,78).

Pe. Antonio C. Torres SCE Carta Mensal


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