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Lourenço Prado
Texto Heloiza Helena C. Zanzotti
A Rua Lourenço Prado é a que mais denominações teve em nossa cidade. Já foi Rua da Raia, da Matriz, Imperial e 7 de Abril, antes de ganhar o nome de um importante cidadão desta terra. O Tenente Lourenço de Almeida Prado nasceu em Itu a 13 de Fevereiro de 1823. Filho do Capitão-Mór de Itu, João de Almeida Prado, neto do Ouvidor Lourenço de Almeida Prado e do Capitão-Mór Vicente Taques Góes de Aranha, casou-se pela primeira vez em Porto Feliz com Francisca Eufrosina Correa de Moraes, com quem teve 10 filhos. Tendo ficado viúvo, seu segundo casamento foi com Maria de Almeida Leme, de Sorocaba, não tendo gerado filhos desta relação. Foi o primeiro Almeida Prado a fixar-se em Jaú, em 1859, após a compra de suas terras. A área comprada na Vila de Jahu era conhecida como Fazenda Pouso Alegre e foi dividida entre seis irmãos. O Tenente Lourenço de Almeida Prado ficou com as benfeitorias originais da fazenda como as lavouras, casas de morada, senzala, paiol, moinho, serra d´água, gramado e cafezal, pagando por elas dez contos de reis. Em uma publicação comemorativa do centenário de Jaú, há um relato sobre a vinda do Tenente Lourenço de Almeida Prado para a região, acompanhado de sua família e escravos. Segundo o texto foram os escravos que abriram a picada entre o Porto Ribeiro (atual Barra Bonita) e Banharão (Jaú), sob o comando do Tenente. Consta também no “Correio do Noroeste”, de 1955, que viajando Tietê abaixo com a família e os escravos, em batelões (um tipo de embarcação) alugados, aportou na fazenda do Capitão Ribeiro de Camargo e, com sua bússola, traçou uma reta que, com o trabalho dos escravos, em um mês foi transformada na estrada do Banharão, encurtando a distância entre as localidades mencionadas. Segundo o livro “Dos Farrapos à Urna Eletrônica”, de Hamilton Chaves, o Tenente Lourenço Prado era altamente popular e possuía grande prestígio na sociedade local, dando início à entrada da tradicional família na política jauense, que nunca mais ficou sem um representante dos Almeida Prado.
50 Revista Energia
Fundador do Partido Conservador, junto com seu irmão Major Prado, conseguiu desbancar o poder do Partido Liberal, que até então possuía grande hegemonia na cidade. Presidente da segunda formação da Câmara Municipal de Jaú, de 1869 a 1872, foi o grande líder político dos conservadores, sendo que uma das ações desta gestão da Câmara Municipal foi um recenseamento divulgado oficialmente onde constava que, na época, Jaú possuía 6.406 habitantes e 906 escravos, sendo que destes 496 eram homens e 410 mulheres. Antes de sua morte, que ocorreu em 29 de agosto de 1873, um ano após terminar seu mandato, lançou seu filho João Lourenço de Almeida Prado como candidato a uma cadeira no legislativo, tendo o mesmo sido eleito para o mandato de 1873 a 1876. Entregou também o comando do Partido Conservador ao irmão Major Prado, que o leitor já conheceu nesta coluna, na edição 25 da RE. Sua morte deixou consternada a população jauense.