Revista Energia 51

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QuemfezJahu

Texto Heloiza Helena C. Zanzotti

Francisco Canhos

N

ascido em Jaú, em 19 de outubro de 1914, Chico Canhos foi o filho mais velho de Antônio Canhos Romero e Maria Alonso Barrios, e teve mais oito irmãos. Desde muito pequeno interessou-se por equipamentos elétricos e chegou a fazer um curso de eletricidade por correspondência. Trabalhava na padaria do pai e vivia inventando coisas como os presépios articulados, que ficaram famosos em toda a região. Por volta dos 18 anos construiu alguns carros alegóricos que impressionavam a todos pela engenhosidade. Uma preocupação de Chico Canhos, na época, eram os chuveiros, que só funcionavam após a pessoa ligar a água e depois a tomada que a esquentaria. E, detalhe, só podiam ser ligados após a água correr, caso contrário queimava o aparelho. Chico, então, começou a pensar em um invento que resolvesse este problema. Em 1927, ainda trabalhando na padaria da família, criou seu primeiro chuveiro elétrico. O invento fez sucesso e como era feito de modo artesanal, ele fabricava um a um e vendia de porta em porta. Em 1940 fabricou o primeiro chuveiro elétrico automático e em 1943 fundou sua fábrica no bairro Santo Antônio, o mesmo onde funcionava a padaria de seu pai. Assim surgia a Eletrometalúrgica Jauense, que pas-

sou a fabricar os chuveiros Canhos para todo o país. Entretanto, embora tenha solicitado a patente, seu procurador deixou de pagar pela licença e a mesma foi perdida. Algum tempo depois a Lorenzetti acabou conseguindo a patente definitiva. Francisco Canhos era conhecido como o mago das invenções elétricas em Jaú e a ele são atribuídas outras criações como fornos elétricos, churrasqueiras elétricas, torradores de café e ventiladores. Segundo o site patentesonline.com.br, em seu nome há solicitação de patentes de inventos como equipamento para defumação de folhas de látex, moto bomba rotativa, sistema economizador de energia elétrica aplicada em refrigeradores, etc. Segundo publicações diversas em seu nome, Chico Canhos chegou a ter aproximadamente 200 patentes registradas de suas invenções. Francisco teve três filhos. Atuante na política, também foi vereador no período de 1948 a 1951. Faleceu de causas naturais, em 27 de Maio de 1988, e está enterrado no cemitério municipal local. A Eletrometalúrgica Jauense permaneceu em Jaú até 1997, quando foi transferida para São José do Rio Preto, cidade em que morava seu neto, Nelson Francisco, que deu continuidade ao negócio. Em sua homenagem, importante via da cidade foi nomeada de Avenida Francisco Canhos.


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