Revista Energia 47

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QuemfezJahu

Texto Heloiza Helena C. Zanzotti

Paulino de Oliveira Maciel

N

atural de Areias, São Paulo, Paulino Maciel nasceu em 25 de dezembro de 1847. Filho de José de Oliveira Maciel e Maria de Oliveira Maciel, humildes agricultores, desde cedo ajudou a família no cultivo da terra, tarefa à qual dedicou-se até os 18 anos, quando decidiu partir em busca de melhores oportunidades. Com o apoio dos pais saiu sem rumo, ora caminhando, ora de carona em carroças e carros de boi, dormindo e alimentando-se em ranchos de tropeiros, até que em setembro de 1867 veio parar em Jaú. Paulino Maciel cursou apenas o primário, mas era muito inteligente, aprendeu a tocar violão sozinho, gostava muito de aprender. Seu carisma e simpatia logo conquistaram a comunidade jauense e foi convidado a assumir o cargo de Escrivão de Paz na cidade. Em pouco tempo estava frequentando diversas reuniões sociais e em uma delas conheceu Fortunata, que se tornou sua primeira esposa. Atuando como guarda-livros de várias firmas, juntou algumas economias e conseguiu comprar um pequeno sítio. Sempre voltado aos estudos, aprendeu muito sobre homeopatia e logo passou a receitar e fornecer remédios homeopáticos gratuitamente, o que lhe trouxe grande fama. Atendia a ricos e pobres gratuitamente e sua popularidade aumentou muito, quando resolveu vender a propriedade rural para permanecer somente na cidade. Muito conceituado, foi vereador e eleito pela Câmara para Intendente Municipal, cargo que ocupou de janeiro de 1895 a janei-

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ro de 1897. Foi nessa época que Jaú viveu sua segunda epidemia de febre amarela, doença que se alastrou rapidamente. Muitos deixaram a cidade, mas Paulino Maciel ficou. Fazia visitas a enfermos, levava seus remédios homeopáticos, socorria incansavelmente a todos que podia. Mas perdeu a esposa para a doença. Viúvo, passou por dificuldades financeiras, foi novamente nomeado Escrivão de Paz e tempos depois conheceu Maria Maciel, sua segunda esposa. Adquiriu outro sítio para onde mudou-se com a família, mas perdeu tudo e precisou vender a propriedade. Foi trabalhar como servente no Grupo Escolar Pádua Salles, onde o diretor Túlio Espíndola de Castro, seu grande amigo, rendeu-lhe respeito pelos grandes serviços prestados à comunidade. Homem religioso e espírita, procurou difundir sua doutrina em reuniões realizadas em sua casa, na esquina das ruas Edgard Ferraz e Riachuelo. Ali transmitia seus conhecimentos a quem quisesse aprender. Em 1909 ajudou a fundar o Centro Espírita Verdade e Luz, um dos mais antigos do Brasil, e mais tarde o Centro Espírita União, Paz e Caridade, mais próximo de sua casa, pois já estava com a saúde debilitada e não conseguia andar grandes distâncias. Paulino Maciel teve arteriosclerose e faleceu aos 78 anos, no dia 9 de dezembro de 1925. Está sepultado em Jaú, cidade que o homenageou colocando seu nome em uma de suas vias públicas.


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