Em Preto e Branco - Edição 03

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02 | EM PRETO&BRANCO

TORRES | JULHO 2020

opinião

poesia - bruno negrão

Eleições em tempo de pandemia

Mercado Negro

Chegamos no mês de julho com a sensação de um ano que não começou. Estamos em isolamento social e distanciamento controlado desde março, quando o Covid-19 chegou de forma oficial ao território brasileiro. Digo oficial pois há indícios de que ele já estava por aqui desde outubro do ano passado.

Esses efeitos que estamos sentindo do coronavírus nos faz sentir dentro daqueles filmes de ficção científica. Parece que entramos em uma máquina do tempo, voltamos um século e estamos no período da gripe espanhola. Medo, pânico, desespero, luto pelas milhares de mortes que já tivemos e tristeza por saber que ainda teremos mais. E ficamos lá, parados, porque a máquina que nos levou estragou e ainda não temos a tecnologia necessária para regressar ao momento atual. Nos filmes tudo acaba dando certo e voltando para o presente, vendo que algumas coisas mudaram para melhor, apesar de tantas perdas.

Nós ainda estamos presos nesse passado pois a máquina que nos levou, chamada Vacina, ainda não está pronta. Assim como nos filmes, ele ficará pronta em breve para podermos voltar à nossa nova normalidade. Mais maduros, mais conscientes do nosso papel no mundo e da certeza que tudo que um faz impacta diretamente na vida do outro.

Quando retornarmos chegaremos em um período importante do ano: as eleições. Sim, ainda teremos um pleito para escolha de prefeitos e vereadores em novembro. E você, leitor, já parou para pensar que seu voto, a sua escolha, pode desencadear um processo tão danoso quanto a passagem de uma pandemia? Vejamos, então.

Um prefeito e um vereador ficarão, pelo menos, quatro anos no seu mandato. Uma escolha mal feita pode ocasionar retrocesso, perdas e crise no município. E isso, pasmem, também reflete em mortes. Um prefeito que não investe em leitos na sua rede de saúde, condena sua população, obrigando-a a buscar socorro em outras cidades. Um prefeito que cuida da pavimentação é responsável direto pelos acidentes que irão ocorrer por desníveis na pista. Um prefeito que não investe em saneamento, é culpado pelas doenças que virão por consumir água com coliformes fecais acima do limite.

Isso sem falar em problemas que virão com enchentes, desemprego, falta de vagas nas escolas, e por ai vai. E o vereador que não denuncia isso, é conivente.

Então, tão perigoso quanto um vírus é um voto mal dado. A diferença é a vacina pode ser encontrada em dois anos. Os danos provocados por más gestões podem durar décadas. Pense nisso.

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Preto já nasce sabendo sambar, fazer embaixadinha e tocar pandeiro Ninguém precisa ensinar, nasce sabendo Comigo foi igualzinho e o que me deixa de cara É que também foi sozinho que aprendi sobre ZUMBI, TERESA DE BENGUELA E DANDARA E olha que nem matava aula Sempre fui de fazer lição O professor que achou mais conveniente Ensinar os imperadores lá do Japão Sempre fui curioso, gostava de perguntar “PAI, EXISTEM MAIS PRETOS OU BRANCOS?” “Filho, depende do lugar.”

Entendi nada, só no outro dia fui me tocar Quando cheguei na sala de aula E era o único preto do colégio particular Eu já fiz as contas, não é brincadeira: TEM MAIS PRETO SÓ NO BUSÃO QUE EU VOU PRA AULA DO QUE NA MINHA FACULDADE INTEIRA O homem mais poderoso do mundo já foi preto

Nem por isso a casa deixou de ser branca Mais difícil que um TCC? Só enxergar algum preto na banca Eu nunca tive vergonha do gari negro do lixeiro negro do porteiro negro Mas, fala pra mim QUANTAS VEZES TU VIU UM NEGRO, DO OUTRO LADO, QUANDO CHEGOU PRA UMA ENTREVISTA DE EMPREGO? Quando nóiz for dono do Zaffari aí sim vão poder falar em mercado negro VENCER SOZINHO É EXCLUSÃO Não vim pra virar exceção Quero mudar toda a regra Ocupar todos os espaços E a próxima vez que tu me ver na rua e trocar de calçada, mano EU TROCO JUNTO E APERTO O PASSO!!!!

Tu descolou o poster do 2Pac Mas botou um da Beyoncé Vou acabar com teu reinado pode entrar em desespero O sonho de Luther King vai virar teu pesadelo

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Quem perde a edição ao vivo, pode acessar o arquivo do vídeo que fica disponibilizado assim que a apresentação termina

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EMPRETO&BRANC0 | 03

as DANDARAS

COTAS RACIAIS

Projeto mostrou a Mais estudantes negros força da mulher negra nas universidades públicas Resultados práticos

Foto: Acervo Pessoal/Divulgação

No site www.tinafon.com.br você pode encontrar algumas fotos do Projeto Dandaras

Tina Fon prepara uma nova exposição com as mulheres

Superou as expectativas

Linha do Tempo

Os resultados que Tina Fon alcançou com o projeto foram além do esperado. E não estamos falando da qualidade das fotos, mas da aceitação e do impacto que a exposição trouxe para as mulheres negras de Torres.

“Superou, e muito, as minhas expectativas. O retorno que recebi das mulheres aqui de Torres foi muito grande. Foi um bombardeio de mulheres negras felizes de ver a exposição. Elas diziam que se sentiam sozinhas aqui em Torres”, comemora.

Tina Fon antecipa que tem a ideia de fazer um novo projeto com mulheres negras, mas agora num estilo Linha do Tempo. Ela quer fotografar desde criança até a terceira idade.

Este projeto, no entanto, só será repensado depois que passar essa pandemia do Covid-19.

Histórias de superação Foto: TinaFon/Divulgação

As histórias contadas nos bastidores das sessões mostram a triste realidade de muitas mulheres.

Uma das participantes, recorda Tina, perdeu a casa em um incêndio na semana de produção das fotos.

“Perguntei se ela queria desistir, o que seria natural. Ela disse que não, que as palavras que eu tinha dito para ela haviam dado força”, lembra. As suas “modelos” eram mulheres de 21 a 74 anos, o que rendeu muitos exemplos e aprendizados.

Edislon Nabarro durante entrevista para Mário Júnior A política de cotas para metade para auto-declanegros em universidades rados negros, é uma polípúblicas foi criada em tica compensatória.

“Ela veio para promo2008. Ela chegou não para combater o racismo, mas ver igualdade de oportupromover uma igualdade nidades para aqueles grusocial. Esse é um dos en- pos étnicos e de vulneratendimentos diretor do bilidade social que estadepartamento de Progra- vam impedidos de entrar mas de Acesso e Perma- na unviersidade pública”, nência da UFRGS e inte- explica. Para ele, a univergrante da coordenadoria sidade pública, pelo seu de Acompanhamento de perfil de competitividade, Ações Afirmativas, Edílson era monopolizada por alunos oriundos de colégios Nabarro.

Edílson abordou o as- privados e com perfil de sunto durante uma entre- renda de classe média.

“Instalou-se, então, vista para o radialista Mário Dutra Santos Júnior, na um novo ciclo de promoRádio Cultural FM. Ele res- ção de políticas de igualsaltou que a política de dade social que incluíram cotas, que que reservou essa intervenção positiva 30% de suas vagas de to- na estrutura de ingresso dos os cursos para egres- nas universidades públicas sos de alunos de escolas federais”, pondera o mespúblicas e dentre esses tre em economia .

“

Quando a igualdade for mais equalizada, não haverá necessidade de políticas compensatórias

“

A fotógrafa Tina Fon há tempos nutria a ideia de um projeto profissional: retratar a mulher negra. A intenção não era fazer fotos com modelos profissionais, mas com as mulheres “comuns”, com história. “Não queria mulheres escolhidas a dedo. Queria que envolvesse mais a história, principalmente a questão da autoestima”, explica. Nascia o Projeto Dandaras.

Com a decisão de colocar o projeto em prática, partiu para buscar um local adequado para expôr as imagens. “Eu queria um lugar bacana. Comentei o projeto com o pessoal do hotel do SESC que aceitou a ideia”, recorda. Da conversa inicial com o SESC até a exposição passaramse alguns meses. Período este que foi utilizado para encontrar as “modelos”, conversar com elas e produzir os ensaios.

A maioria das 12 mulheres que posaram para suas lentes era de funcionárias do próprio hotel.

“Conversei com todas as funcionárias negras, mas nem todas aceitaram. Depois que viram o resultado, algumas já vieram me procurar dizendo que gostariam de participar também”.

Além das funcionárias do SESC, Tina buscou mulheres que tivessem envolvido com a causa do negro. Entre essas mulheres que ela encontrou está a Mestre de Capoeira Cris Gomes, que participou da primeira edição do EM PRETO & BRANCO.

Edilson Nabarro Mestre em economia e doutorando em Políticas Públicas

Edilson Nabarro deu um excelente exemplo do sucesso da política de cotas. Ele lembra que em 2007, no último vestibular da UFGRS sem as cotas, ingressaram 3,2% de estudantes negros. Em 2008, no primeiro vestibular com as cotas, foram 11,2%.

Ele salienta que isto traz, a médio e longo prazo, um impacto na economia do país. “Para ter uma ideia do impacto da diplomação. Na UFRGS, já houveram desde a implantação 732 alunos negros diplomados. Se não houvesse cotas, seriam 150,200”, estima.

Para Nabarro, isso modifica o que ele chama de “divisão racial do trabalho”. “Os negros vão se deslocar a lugares antes proibidos ou não ocupados”, explica. Ele destaca que os três cursos mais procurados pelo cotistas são Contabilidade, Direito e Enfermagem. “São cursos com boa empregabilidade, oferecem mais oportunidades para concursos públicos. Digamos que estão fazendo boas escolhas para se diplomarem”.

Duração Durante a entrevista, Mário Dutra Santos Júnior questionou Edislon sobre a durabilidade dessa política, sobre quanto tempo ela deve durar. O tempo exato, ele não deu, mas explicou quando ela não será mais necessária.

“Quando a igualdade social foram mais equalizada, quando estiver mais equilibrada, não haverá mais a necessidade de políticas compensatórias”. Ele entende que, quando negros e brancos puderem disputar em igualdade uma vaga em universidade pública, não há mais razão para a existência dessas cotas.

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Imagem captada do Youtube

Relatos de quem lutou pela volta da democracia Década de 1960. O Brasil era no período da ditadura militar. O governo comandado pelos militares inicia uma caçada aos comunistas e a todos aqueles que eram contra o regime. Há perseguições, torturas, atentados e mortes. Quem viveu esta época aponta como uma das mais violentas da história do país.

Quem sobreviveu à este período, carrega consigo não apenas lembranças amargas ou histórias.

Alguns carregam no corpo, e no emocional, as marcas de quem passou por torturas como choques, ou saberem de com-

panheiros que foram assassinados.

Calino Ferreira Pacheco Filho, gaúcho natural de Cachoeira do Sul, conhece bem esta parte da história. Ela foi um dos muitos perseguidos pelo regime militar. A sua militância política lhe rendeu prisões e torturas na busca pela volta da democracia ao país.

Economista por formação, hoje Calino é aposentado da Fundação de Economia e Estatística. Em uma participação na Rádio Cultural FM de Torres, ele lembrou um pouco da sua trajetória, dos amigos que fez e dos que perdeu.

Tudo começou no movimento estudantil Calino é filho de pai comunista, que na época militava pelo PTB, já que o partido comunista era considerado ilegal no país.

Aluno da Escola João Ernesto da Fontoura, começou sua militância no movimento estudantil, onde lançaram uma chapa para o diretório de estudantes.

“Infelizmente houve uma intervenção autoritária da direção da escola que nos suspendeu e proibiu as eleições. A chapa que era subserviente à di-

reção ficou mais um tempo”, recorda. O ano: 1967.

Ele ressalta que em 1967 o movimento estudantil estava avançando no país, foi quando decidiu ir para outra cidade.

“Cachoeira ficou pequena demais para mim e decidi ir para Porto Alegre, onde segui militando no movimento estudantil. Fiz parte de uma gestão da União Gaúcha dos Estudantes Secundaristas (UGES), uma gestão de esquerda em pleno 1967 e 1968”.

Início da perseguição A militância de Calino Filho no movimento estudantil foi também o início da sua perseguição. “Começamos a ser perseguidos e o nosso grupo se chamava A Incrível Armada Brancaleone. Era um tipo pejorativo, mas assumimos a brincadeira. Entramos em contato com várias organizações que estavam preparando a resistência armada contra a ditadura civil militar. Foi quando entrei num grupo que acabou sendo um dos que fundou a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares”, recorda. Calino ficou mais um tempo em Porto Alegre até mudar-se para Minas Gerais e posteriormente o Rio de Janeiro, sempre de maneira clandestina.

Primeira prisão A primeira prisão de Calino ocorreu em 1970, quando veio do Rio de Janeiro para Porto Alegre.

“Vim cumprir umas tarefas em Porto Alegre quando fui preso. 1970 foi um ano brabo. A tortura era uma regra geral”, diz. E completa: “Em junho de 1970 fui sequestrado na rua por um grupo do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) e já entrei dentro de mau tempo na camionete”. Foi solto em 1972 e julgado em 1974, quando foi absolvido por falta de provas.

Segunda prisão A segunda prisão foi, segundo ele, “mais pesada”. “Estava em um aniversário de um companheiro em um sítio perto de Torres e a repressão chegou prendendo todo mundo. Foram cinco dias de tortura. No quinto dia, presumo que eram militares, disseram para o pessoal do Dops que eles tinham atrapalhando a investigação deles e que por isso a gente teria que ser solto. E nos soltaram”.

Anistia Em 1969 conheceu a ex-presidente Dilma Rousseff. Calino dividia um apartamento com o primeiro marido dela no bairro Bom Fim, em Porto Alegre. Trabalhou com a Dilma na FEE e também como chefe de gabinete da Secretaria de Minas Energia no governo Olívio Dutra. Aposentou-se em 2012 pela fundação.

RÁDIO CULTURAL FM

“

No DOPS eles te torturavam física e psicologicamente.

Não sei o que era pior

“

histórias de vida

Calino Ferreira Pacheco Júnior

SAIBA MAIS Muitos dos seus companheiros de UGES foram perseguidos, presos ou exilados. Dois foram mortos. Um, em São Paulo e outro em Santiago, no Chile. “Ele foi morto durante uma manifestação na rua.

Era um companheiro lá de Cachoeira, Milton Alves a Silva, poeta e revolucionário”. Para Calino, a universidade está retomando uma militância política importante. A inquietação do jovem, segundo ele, pode ser sentida ainda nas escolas secundaristas, que “estão com uma visão bem interessante de como mudar essa sociedade desigual”. A prisão no DOPS era “pauleira pura”. Além da tortura física tinha a psicológica. “Não sei o que era pior. Se quando estávamos sendo torturados ou se quando ouvíamos companheiros na tortura”, recorda.

“Era um ambiente para derrubar o indivíduo física e psicologicamente”, completa. Em 1979 fizeram um encontro com exilados em Lisboa (Portugal), onde participou Leonel Brizola. Criaram um programa para um partido popular, e assim nasceu o PDT. Calino ficou até 1990, quando por divergências com Brizola e a cúpula, decidiu sair e foi para o PT. Calino começou a escrever um romance baseado no período da ditadura, mas parou.

“Depois de ler tanta coisa boa, cansei. Meu texto não está tão bom assim”, brincou, não descartando a possibilidade de retomar a obra inacabada.

Paixão que nasceu ainda na juventude A voz de Nelson Peres, 67 anos, é uma das mais conhecidas de Torres. Há mais de uma década comanda seu programa na Rádio Cultural FM, de Torres, onde também é um dos responsáveis pela sua criação. Mas esta história a gente conta um pouco mais além.

Para chegar até a criação da Rádio Cultural FM é preciso voltar mais de 40 anos no tempo e chegar em Jaguarão, sua terra natal. Foi na Rádio Cultu-

ra da cidade que Nélson começou a dar seus primeiros passos na radiofonia.

“Eu fazia o programa Ave Maria pela rádio direto da igreja. Eram textos onde falava sobre o comportamento humano. Às vezes tinha um embate com os padres”, recorda.

Nélson costumava fazer leituras nas missas e a sua voz rendia elogios dos fiéis da igreja. Assim, surgiu a oportunidade de ir para o rádio.

Foto: Acervo Pessoal/Divulgação

Nélson Peres tem mais de 40 anos dedicados ao rádio

Chegada em Torres Na década de 1980 Nélson Peres chega a Torres após passar por Porto Alegre entre outras cidades. Por aqui, teve passagens por algumas rádios até, nos anos 1990, abrir a Studio N, onde produzia vinhetas e áudios. Ainda na década de 1990, surgiu a vontade, e a oportunidade, da outorga de uma emissora comercial.

Nélson recorda que tinha um conhecido que era próximo do Ministro das Comunicações da época.

“Depois de muito tempo descobrimos que ele usou a gente pra conseguir a outorga para outras rádios. Um dia encontrei o ministro e perguntei pelo fulano e ele me disse que não trabalhava com ele há mais de dois anos. Para mim dizia que falava toda semana com o ministro”.

Foi um período de grandes frustrações e perda de dinheiro. O sonho de uma emissora, no entanto, seguia vivo. No começo dos anos 2000 Nélson foi informado que o governo abriria concessões para novas rádios comunitárias. Em um rápido período juntou toda a documentação necessária para conseguir a emissora.

A resposta, no entanto, não veio na mesma velocidade. A aprovação dos documentos levou dois anos e pelo menos mais cinco anos até ter a licença para operação. “Ficamos dois anos funcionando sem a rádio ir ao ar.

Quando chegou a licença de operação foram mais 30 dias só com música até que pudéssemos colocar os programas no ar”, explica o radialista.

Gosto popular Nélson comemora o sucesso que a Rádio Cultural FM tem alcançando em mais de uma década no ar. Para ele, o público aceitou muito bem a programação, o que gerou desconforto em algumas pessoas. “Já sofremos cinco processos, todos sem fundamento. Ganhamos todos”, diz. Um dos processos acusava a rádio de operar ilegalmente. Organizado em seus papéis e datas, Nélson sempre teve tudo devidamente documentado e registrado, assim como faz com Cultural, documentando a história de Torres.