EMBANEWS Nº 403 - Outubro 2023

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ANO 34 | EDIÇÃO 403 | OUTUBRO 2023

INDÚSTRIA DE EMBALAGENS PLÁSTICAS Com perspectivas de crescimento em 2023, setor segue rumo a uma nova economia dos plásticos P.14

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#IndústriaDeAlimentos

#TecnologiaDeEmbalagem

FRONTEIRAS

SETOR CRESCE 6,5% NO PRIMEIRO SEMESTRE

MULTIPACK DE GARRAFAS PET EM PAPEL

NA BÉLGICA, VAMOS DE CERVEJA

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SUMÁRIO

14 ENTRE EM CONTATO COM A EMBANEWS NO WHATSAPP

REPORTAGEM COM MELHOR DESEMPENHO QUE OUTROS SEGMENTOS DA INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS, AS EMBALAGENS VEEM OS ALTOS ESTOQUES SEREM NORMALIZADOS

06 #IndústriaDeAlimentos 08 #TecnologiaDeEmbalagem 10

#Sustentabilidade

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EMBALAGEM NO MARKETING

20 PESQUISA 24 FRONTEIRAS 26 COMPETITIVIDADE

FUNDADOR: ROBERTO HIRAISHI (1942 • 2006)

A Revista EMBANEWS é uma publicação mensal da NEWGEN COMUNICAÇÃO LTDA. registrada segundo a Lei de Imprensa no 2º Ofício de Registro de Títulos e Documentos sob nº 31.881 em 17 de julho de 1990.

Diretor Responsável: Ricardo Hiraishi Administração: Rejane Doria Redação: Elizabeth Keiko Sinzato editorial@embanews.com; redacao@embanews.com Publicidade: comercial@embanews.com Colunistas desta edição: Antonio Cabral, Assunta Camilo, Fabio Mestriner, Raquel Massulo Souza Projeto Gráfico: FlyJabuti Design Realidade Aumentada: Massfar, empresa autorizada Zappar Brasil e Portugal Capa: foto Canva®

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Dirigida ao segmento de alimentos, bebidas, brinquedos, cosméticos, embalagens, farmacêuticos, químicos, e afins. Dirigida aos profissionais: consumidores, fabricantes e fornecedores de emba­ lagens; fornecedores de matérias-primas e de insumos para a confecção de embalagens; fabricantes de máquinas e equi­pamen­tos e periféricos para envase e emba­ lagem; cadeia de supply chain e logística; e pres­ta­dores de serviços de apoio, asso­ciações, universidades e ins­ti­tui­ções ligadas ao ramo de embalagem.

As opiniões dos artigos assinados e dos entrevistados não são necessariamente as mesmas da Revista EMBANEWS. © Direitos Reservados Todos os direitos dos artigos publicados na Revista EMBANEWS são reservados pela Newgen Comunicação Ltda. Proibida a reprodução parcial ou total por qualquer meio de comunicação impresso, digital ou outros meios sem prévia autorização. Telefone: (11) 3060-8817 / WhatsApp 11+94721-4102 site: embanews.com e-mail: embanews@embanews.com youtube.com/embanews linkedin.com/company/embanews instagram.com/revista_embanews facebook.com/Embanews twitter.com/embanews

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#IndústriaDeAlimentos

UM SETOR QUE MOVIMENTA QUASE 11% DO PIB NACIONAL

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indústria de alimentos e bebidas representa atualmente 10,8% do PIB do Brasil e gera 1,8 milhão de empregos formais e diretos, destacando-se no cenário econômico do país. Esse total de empregos equivale a uma participação de 24,2% dos empregos da indústria de transformação, o que a torna o maior empregador dentro da indústria nacional de transformação, mostram os dados da Abia – Associação Brasileira da Indústria de Alimentos. Em 2020, durante a pandemia, esse setor cresceu 12,8%, enquanto o PIB sofria queda de 4,1%. Foi um momento atípico quando o varejo alimentar teve alta expressiva de 16,2%, e na outra ponta, o setor de alimentação fora do lar sofreu queda de 24,3%. Em 2021 e 2022, teve início a recuperação do food service, diante do retorno às atividades no pós-pandemia, mas o varejo recuou, muito em função do aumento da inflação e da alta do desemprego. Em 2022, as vendas de alimentos para o mercado

Fonte: Abia

Fonte: Abia

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interno atingiram R$ 771,6 bilhões, alta de 15,2% sobre o ano anterior. Desse total, o varejo teve uma participação de 73%, enquanto o food service, de 27%. Entretanto, o crescimento da indústria de alimentos para o varejo teve um aumento de 14,3% em valor nominal sobre 2021, enquanto o do food service apresentou alta superior de 18%. Este ano, com a queda da inflação e aumento no número de empregos, a indústria de alimentos acumula de janeiro a junho um crescimento de 6,47% no faturamento, mas em volume, um recuo de 0,88%, no mesmo período, comparado ao ano passado. Em volume, o Brasil produz anualmente 250 milhões de toneladas de alimentos por ano e 72% dessa produção é destinada ao abastecimento do mercado interno. A indústria de alimentos e bebidas processa 58% de tudo o que é produzido no campo e reúne mais de 38 mil empresas. O alimento brasileiro também chega a 190 outras nações, o que faz do País o segundo maior exportador global de alimentos industrializados, em volume, e o 5º

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em valor, movimentando US$ 59 bilhões, o que representa 17,6% do total das exportações brasileiras. Seu principal mercado está na Ásia, que compra 46,4% do total exportado pelo Brasil em alimentos industrializados, seguida pela União Europeia, com 14,9% e Países Árabes, com 14,3%. A indústria de alimentos contribui ainda com 83,9% do saldo da balança comercial brasileira. O Brasil importou US$ 7,14 bilhões em alimentos industrializados em 2022, o equivalente a 2,6% do total das importações brasileiras. 2022 foi o ano em que a indústria de alimentos investiu R$ 14,9 bilhões em pesquisa, inovação e desenvolvimento, e outros R$ 8,7 bilhões em fusões e aquisições. Um dado interessante é que 88,7% das vendas da indústria de alimentos são compostas por alimentos do dia a dia, sendo que 26,6% são de carnes, pescados e derivados, enquanto 11,3% são de alimentos para fins especiais e de consumo ocasional, como os alimentos dietéticos, sorvetes, petiscos, temperos, com 8,2%. A indústria de alimentos reúne mais de 38 mil estabelecimentos no país, e a ABIA é seu maior representante, correspondendo a mais de 80% do valor da produção. A entidade comemora 60 anos em 2023 e congrega produtores de alimentos, bebidas, tecnologias e ingredientes de todos os portes, presentes em todo o território nacional, brasileiras e multinacionais.

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#TecnologiaDeEmbalagem

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MULTIPACK DE GARRAFAS PET AGORA TEM OPÇÃO EM PAPEL

combinação de uma tecnologia inovadora da Krones, de uma forte parceria internacional com a Coca-Cola HBC e também da tecnologia utilizada na produção do papel que envolve o pack, da Mondi, levou ao mercado da Áustria uma solução de embalagem secundária sem plástico. A LitePac Top Strap 100% reciclável e sem plástico faz parte de um novo sistema de embalagem secundária da Krones denominado LitePac Top. A solução permite que os consumidores levem para casa multipacks com garrafas PET de 1,5 litro de Coca-Cola, Fanta e Sprite com segurança e de forma sustentável. A LitePac Top Strap é aplicada na planta de Edelstal da Coca-Cola HBC com o uso de uma embaladora Variopac Pro, da Krones. As garrafas PET nas embalagens são mantidas em formação por clipes de papelão com alça integrada abaixo do gargalo da garrafa. Uma faixa feita de papel kraft resistente a rasgos, que envolve as garrafas, proporciona segurança adicional no transporte e, ao mesmo tempo, oferece uma superfície funcional para códigos de barras ou mensagens publicitárias individuais. Tanto a faixa quanto o clipe de papelão são feitos de matérias-primas 100% renováveis e recicláveis. “Com a LitePac Top, a Krones busca oferecer uma alternativa sustentável ao filme retrátil convencional (shrink). Isso envolve a substituição do filme retrátil por um clipe superior e uma faixa de matérias-primas renováveis. Ao eliminar o shrink, o consumo de energia durante o processamento é significativamente reduzido. Nossa série de máquinas Variopac, que foi expandida para incluir funções de aplicação de clipes e faixas, é usada para esse propósito 8

na produção”, explica Wolfgang Huber, chefe do Centro de Pedidos e de Gerenciamento de Produtos e Tecnologia de Embalagem da Krones. “Esta é a primeira solução deste tipo de embalagem secundária para multipacks de 1,5 litro de Coca-Cola, Fanta e Sprite. É o resultado da nossa mentalidade empreendedora, de uma crença absoluta na colaboração com parceiros de confiança e do nosso foco em alcançar zero emissões líquidas de carbono até 2040”, afirma Marcel Martin, diretor de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da Coca-Cola HBC. O lançamento de LitePac Top Strap começou no mercado da Áustria já em setembro, após aprovação nos testes. Estima-se que a introdução da LitePac Top na Áustria irá poupar cerca de 200 toneladas de plástico por ano e reduzir significativamente os custos de energia na produção.

PAPEL DE ALTA RESISTÊNCIA E ELASTICIDADE

das pela Coca-Cola HBC na Áustria, mantendo-as seguras, foi produzida pela Mondi. O Hug-IT da Mondi, que mantém seis garrafas juntas durante o transporte, é feito com o papel Advantage SpringPack Plus da Mondi, distinguido pelo Guinness World Records como o papel mais forte do mundo. O sleeve Hug-IT tem alta resistência à tração e elasticidade incomparável, o que o torna confiável para manter as garrafas na posição vertical e unidas durante o transporte – do local da fábrica, ao varejista e à casa do consumidor. O Advantage SpringPack Plus é 100% papel kraft feito de madeira certificada pelo FSC® (com o código de licença C012179) por ser feito com fibras de origem responsável e reciclável em fluxos de reciclagem de papel existentes: A solução Hug-IT levou três anos para ser concluída, desde a concepção até o planejamento, teste e colocação do produto nas prateleiras. O seu desenvolvimento envolveu diversas divisões da Mondi.

A manga (sleeve) em papel, que substitui o plástico shrink convencional nas embalagens múltiplas de refrigerantes de 1,5 litro produzi-

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#Sustentabilidade

FILME 100% PCR APROVADO PARA CONTATO COM ALIMENTOS CHEGA AO MERCADO

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lançamento do filme Ecopack™0, da Evertis, estabelece um novo marco na circularidade das embalagens. Este filme PET coextrudado, de alto desempenho, é fabricado inteiramente a partir de conteúdo 100% PCR (reciclado), alinhando-se ao compromisso da Evertis com a responsabilidade ambiental, segurança alimentar e funcionalidade de seus produtos. O filme também é aprovado pela ANVISA para aplicações em contato direto com os alimentos, combinando sustentabilidade com propriedades superiores de transparência e brilho, possibilitando sua aplicação em uma grande variedade de produtos. Estes filmes garantem maior frescor e proteção ao alimento, ofe-

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recendo uma vida útil mais longa para produtos perecíveis, com ou sem ambiente condicionado (aplicações MAP). Entre suas aplicações está o uso em embalagens para frutas, frutas secas, cereais, ovos, chocolates, chicletes, entre outros. Uma das características de destaque do Ecopack™0 é a sua versatilidade. Não só é fácil de termoformar, garantindo processos de embalagem eficientes, como também pode ser reciclado inúmeras vezes após a sua utilização, reduzindo assim a sua pegada ambiental. Anunciado pela primeira vez na Fispal Tecnologia 2023, em São Paulo, a Evertis Brasil demonstrou que a inovação e a sustentabilidade andam de mãos dadas, estabelecendo novos padrões para o setor

e reforçando a sua posição como parceiro de confiança para os negócios no setor alimentar. A Evertis é especialista na produção de filmes PET mono e multicamada semi-rígidos para embalagens de alimentos e outras aplicações, termoformadas e blisters. A empresa com sede em Portugal faz parte do Grupo IMG, presente na indústria de polímeros desde 1959 e pioneira na extrusão de filme PET, do qual também fazem parte Selenis e Renascis. Possui plantas produtivas em Portugal, Brasil, Itália e México. A Evertis Brasil tem produção local desde 1999, instalada em Quatro Barras, Paraná, dedicada à produção de filme PET. www.evertis.com

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EMBALAGEM NO MARKETING

POR QUE MUITAS EMPRESAS NÃO RECONHECEM O VALOR QUE A EMBALAGEM TEM PARA SEU NEGÓCIO?

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A DIFERENÇA ENTRE CUSTO E VALOR NA EMBALAGEM

urante muitos anos, tentei compreender esta questão e encontrar uma reposta para ela. Sabemos da importância que a embalagem tem para o negócio das empresas e tivemos oportunidade de estudar este tema em profundidade no Núcleo de Estudos da Embalagem ESPM, onde uma ampla pesquisa com os gestores de embalagem das empresas donas das marcas, conduzida pelo Núcleo, demonstrou que na maioria delas a embalagem é entendida como custo e muitas vezes apenas como um insumo de produção. Demorou, mas finalmente ficou claro que esse entendimento se deve a uma dissonância cognitiva que faz com que os donos de marca entendam o “Produto” como algo que é produzido em suas fábricas por seus funcionários, utilizando equipamentos e recursos que sua empresa dispõe. Para estas empresas usuárias, a embalagem é algo feito em “outra indústria” muitas vezes distante, que entra em sua empresa através do departamento de compras que além de embalagem, adquire insumos de produção, lubrificantes, máquinas e equipamentos, pó de café... Ficou claro que esse entendimento vai na contramão daquele que é feito pelos consumidores, revelado numa ampla pesquisa da ABRE sobre a relação entre eles e a embalagem. Os consumidores, que são aqueles que determinam o sucesso, a vida e a morte de tudo que a eles é oferecido, entendem o produto

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como algo bem diferente do que é entendido pela indústria que o fabrica. Para os consumidores, “PRODUTO” não é aquilo que está dentro da embalagem, porque para eles, a embalagem e seu conteúdo constituem “uma única entidade indivisível”, ou seja, o consumidor não separa a embalagem de seu conteúdo. Logo, o que pensa o fabricante é uma coisa e o que o consumidor entende é outra. E é por isso que compreender embalagem como custo e insumo de produção está em discordância com o entendimento pelo consumidor que o considera um “VALOR” que se incorpora ao produto, um item de avaliação e referência cada vez mais relevante no novo cenário competitivo. Esta dissonância cognitiva está na raiz do problema e da resposta

à pergunta título desse artigo pois a embalagem não é apenas um insumo de produção, mas sim um componente fundamental do produto que tem impacto direto na percepção de valor e em seu desempenho de vendas. Logo, o grande desafio que se apresenta aos profissionais e às indústrias de embalagem é mudar o mind set de custos para valor. A indústria de embalagem precisa introduzir na relação com as empresas usuárias a explicação de como a embalagem ajuda seus negócios pois se não tiver outro assunto, o assunto será sempre o preço! FABIO MESTRINER Designer, Professor e Escritor Especialista em Design e Inteligência de Embalagem fabio@mestriner.com.br

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REPORTAGEM REPORTAGEM

SETOR DE EMBALAGENS PLÁSTICAS CRÊ EM RECUPERAÇÃO EM 2023 COM MELHOR DESEMPENHO QUE OUTROS SEGMENTOS DA INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS, AS EMBALAGENS VEEM OS ALTOS ESTOQUES SEREM NORMALIZADOS

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ais do que pelos seus segundo semestre do ano. No entannúmeros a importânto, nos últimos dois anos, esse períocia da indústria de do, que deveria trazer uma melhora transformação plástino mercado, foi marcado por deca no Brasil pode cepções em relação aos volumes de ser medida pela sua produção e vendas”, disse. ampla e diversificada inserção em todos os setores da indústria, pela sua capacidade de transformação e inoPROJEÇÕES PARA 2023 vação. Mas os números também têm o que dizer. A produção de plásticos Frente a uma projeção de no Brasil respondeu por cerca de crescimento econômico ainda tími2% da produção global, avaliada em do para 2023, a demanda por pro390,1 milhões de toneladas em 2021. dutos plásticos transformados e A participação brasileira representou reciclados deve ser menos robusta. uma produção de 6,7 milhões de to“Diante desse cenário, o novo goneladas em 2022, e um faturamento verno enfrentará o desafio de imde R$ 117,5 bilhões, de acordo com pulsionar a economia, incluindo dados da Associação Brasileira da Ina necessidade de promover uma dústria do Plástico (ABIPLAST) publireforma tributária que distribua de cados no Perfil 2022. forma mais equitativa a carga fisJosé Ricardo Roriz Coelho, O setor é formado por 11.339 emcal entre os setores produtivos, sem presidente da Abiplast. presas (2021) e gera 343,9 mil empreaumentar a carga total. Além disso, gos (2022). Do total de empresas, as micro e pequenas em 2023, será necessário desenvolver políticas que esempresas respondem por 93,8% dos empregos e por timulem a produtividade e a inovação na indústria bra79,7% do faturamento. As exportações de transformasileira. O novo Ministério da Indústria deve assumir um dos plásticos registraram US$ 1,4 bilhão e as imporpapel relevante na criação de uma política industrial tações, US$ 3,4 bilhões. moderna, focada na produtividade e na agregação de Comparativamente, o setor de transformação de valor. Ademais, o desafio do governo no próximo ano plástico teve uma retração acumulada de -8,2% nos úlserá conciliar as demandas legítimas da sociedade com timos dois anos. Para entender esse resultado é preciso a responsabilidade fiscal, buscando garantir um ambiolhar para o período de pandemia, quando a produção ente estável a longo prazo e atraindo investimentos”, passou por um crescimento mais forte, movido por uma acredita Roriz. alta de consumo atípica. “Essa retração do setor nos anos seguintes ocorreu em função dos desequilíbrios nos estoques ao longo das cadeias produtivas e à oscilação de O SETOR DE EMBALAGEM mercado. Apesar de alguns sinais de recuperação da demanda, as vendas ficaram consistentemente abaixo O setor de embalagens plásticas, que também viveu das expectativas ao longo dos meses”, disse José Ricarum pico de demanda durante a pandemia, não apredo Roriz Coelho, presidente da Abiplast. “Sazonalmente, sentou um resultado muito diferente em relação aos o setor plástico apresenta um desempenho melhor no plásticos para outras aplicações, na avaliação do presi14

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REPORTAGEM dente da Abiplast. “A produção de embalagens plásticas no Brasil também apresentou uma retração nos últimos dois anos, com a queda mais significativa ocorrendo em 2021, quando houve uma redução de -7%. Houve uma leve melhora nos indicadores em 2022, mas ainda assim o ano encerrou com uma retração de -3% em relação a 2021”, ele comentou. “Já para 2023, estamos presenciando uma recuperação para o setor de embalagens plásticas, e acreditamos que os problemas relacionados aos altos estoques na economia foram normalizados. Observamos uma dinâmica de mercado mais favorável para a indústria de embalagens, que é um dos setores com expectativas positivas na indústria do plástico”, disse Roriz.

OS DESAFIOS DA INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS A indústria de plásticos tem entre os principais setores consumidores de transformados plásticos a construção civil, e dentre os que consomem embalagens plásticas estão alimentos, com 21,9% do plástico consumido, seguido por bebidas, agricultura, perfumaria, higiene e limpeza, entre outros. Dentre as principais resinas utilizadas estão o PP, com 20,3% e o PEBDL, com 16,1%, o PEAD com 13,8%. Resinas PET representam 5,8% do total de resinas transformadas. Nesse cenário os plásticos reciclados já representam 13,2% do total. E dentre estes, o PET é o plástico pós consumo mais reciclado com 39,8% do total.

Fonte: Abiplast

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Fonte: Abiplast

“Desde 2014, o mundo tem intensificado suas discussões sobre economia circular e a importância de uma “nova economia do plástico”, que envolve o redesenho de materiais e embalagens, o desenvolvimento de modelos de negócios para reutilização e a promoção da reciclagem. Para as empresas do setor, um dos principais desafios é se posicionar nesse debate, participar das discussões e construir consensos colaborativos”, afirma Roriz. “Outro desafio importante é posicionar-se de forma competitiva no mercado interno e externo. A adoção das tecnologias da indústria 4.0 exige investimentos para melhorar a eficiência, porém o alto custo de capital e as margens apertadas devido aos preços pouco competitivos das matérias-primas dificultam o planejamento de estratégias de investimento, especialmente para pequenas e médias empresas que buscam expandir

seus mercados. Nesse sentido, a agenda tradicional de competitividade continua relevante, com a necessidade de reduzir o Custo Brasil e garantir matérias-primas a preços competitivos”. A questão tributária é outra adversidade para o setor plástico, pois alguns produtos plásticos têm tributação diferenciada em comparação com seus substitutos. Embora haja uma reforma tributária em andamento no Congresso, a definição de uma mudança efetiva levará tempo. “Portanto, são necessárias soluções criativas de curto prazo, como igualar o IPI com produtos substitutos, estender o prazo de pagamento de impostos para adequar-se aos prazos de recebimento das vendas e implementar um REIQ para a Indústria de Reciclados (considerando a recente renovação do REIQ para a indústria química). Essas ações estão em nossa agenda de trabalho e ajudariam a indústria de transformação e reciclagem de plásticos”, afirma. Por outro lado, essa indústria será cada vez mais solicitada a oferecer soluções tecnológicas para aumentar a produtividade. “É importante que a “neoindustrialização”, preconizada pelo governo como a nova política industrial, saia do papel e seja implementada com ações que ampliem a capacidade de investimento da indústria de forma abrangente”, ressalta Roriz. Soluções para valorização do produto reciclado e ampliação da

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REPORTAGEM reciclagem e uso dos reciclados estão na linha de frente desse novo modelo de desenvolvimento sustentável. Para isso, a Abiplast tem buscado iniciativas que visam ampliar a reciclabilidade dos materiais. Para atender aos princípios do redesign, foi desenvolvida a ferramenta RETORNA, disponível em https:// retorna.redeplastico.com.br/login. Além disso, o projeto RECIRCULA BRASIL, voltado para a rastreabilidade dos materiais, em parceria com a ABDI, está atualmente em fase de testes. “Também incentivamos o desenvolvimento de novos modelos de negócios, pois para que o Brasil possa continuar acessando mercados como o europeu, com exportação de frutas, por exemplo, cada vez mais será demandado por soluções não apenas para transportar e embalar os produtos, mas que estejam conectadas ao conceito de sustentabilidade e economia circular”, conclui Roriz.

UM RECORTE DA INDÚSTRIA DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS Diferentemente de outras atividades industriais que têm o plástico como principal matéria-prima, o setor de embalagens plásticas flexíveis registrou uma alta de 1,3% no volume de produção em 2022, em comparação ao ano anterior. Isto significou a produção de 2.167 mil toneladas contra as 2.139 mil computadas em 2021.

Rogério Mani, presidente da Abief

“Contudo, em 2022, o faturamento caiu 8,5%, fechando o ano próximo a R$ 40 bilhões. Em Dólar, a queda foi de 5%. Esses números evidenciam a realidade de nossa indústria: temos produzido mais, com menor rentabilidade. Esta equação é justificada pela forte influência de fatores externos, como a alta no preço de algumas matérias-primas e insumos importantes para a indústria de flexíveis”, afirma Rogério Mani, presidente da Abief – Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Flexíveis. “Além disso, há uma redução clara no consumo de diversos itens que utilizam embalagens flexíveis. Por outro lado, vemos uma substituição expressiva de outros tipos de embalagem por plásticas flexíveis. Este é um movimento global, que vem ganhando cada vez mais

força ano a ano alavancado pelas vantagens intrínsecas às nossas embalagens: leveza, flexibilidade, possibilidade de reciclagem e de uso de materiais reciclados, inclusive pós-consumo (PCR). Perdemos de um lado, mas ganhamos do outro”, ele completa. A expectativa é encerrar 2023 em um patamar melhor que o de 2022, com um crescimento mais maduro. Isto porque a indústria brasileira de embalagens plásticas flexíveis cresceu 4,3% no 10 semestre de 2023 em comparação a igual semestre de 2022. O consumo aparente também cresceu 6% no mesmo período. Esta alta significou uma produção de 1.070 mil toneladas e um consumo de 1.041 mil toneladas no 10 semestre deste ano, tendo PEBD (polietileno de baixa densidade) e PEBDL (polietileno linear de baixa densidade) com 77% de participação no total; na sequência vem PP (polipropileno), com 16% de participação, e PEAD (polietileno de alta densidade), com 7%. Se for considerada a produção em unidades, esta é bem superior à produção em toneladas. “Infelizmente ainda não conseguimos utilizar esta métrica para computar o volume de produção do setor de embalagens flexíveis. Mas esta realidade também mostra que o setor de flexíveis vem trabalhando fortemente para diminuir o peso das embalagens flexíveis e adequar as suas medidas, mantendo sua eficiência, mas sendo mais sustentáveis”, disse Mani.

Fonte: Maxiquim/Abief

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FLEXÍVEIS: UM OLHAR PARA O FUTURO O desafio do setor será sempre crescer de forma sustentável. “Neste contexto, vale lembrar que 80% dos filmes produzidos no Brasil se destinam à produção de embalagens. Assim, existe potencial de crescimento especialmente nos segmentos de agronegócio, cuja participação dos filmes hoje é de 11%; um percentual muito baixo em relação ao potencial existente no campo. Também há potencial de crescer mais nos alimentos que já consomem cerca de 42% dos filmes produzidos”, avalia Mani. “Sobre mercados consumidores, também entendemos que o crescimento virá da diversificação. Hoje o grande cliente continua sendo a indústria de alimentos, um mercado relativamente maduro, mas, com grande potencial. Mesmo assim, em 2022, 42% de todas as embalagens plásticas flexíveis produzidas no Brasil tiveram como destino os alimentos. Mas já vemos também movimentos interessantes em outros setores como bebidas que, em 2022, registraram uma alta de consumo de embalagens flexíveis de 9%. O segundo melhor mercado nesse ano foi agropecuária, com alta de 7%, seguido por sacolas e sacos, com 2%. Higiene pessoal, pet food e aplicações industriais registraram queda de, respectivamente, 9%, 3% e 2%. Esta oscilação se dá pelo momento econômico, como citado acima. Mas de novo, são segmentos com grande potencial de crescimento. Não tenho dúvidas de que as embalagens são o termômetro

DEMANDA DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS POR SETOR

Fonte: Maxiquim/Abief

do momento econômico do país”, ressalta o presidente da Abief. Atualmente a indústria de embalagens plásticas flexíveis representa entre 30% e 35% da produção total da indústria de transformação de plásticos, enquanto que na pauta das importações, a participação é de 12%. A expectativa para 2023 é de que a demanda brasileira de embalagens plásticas flexíveis siga a trajetória de crescimento apresentada nos últimos anos, impulsionada pela perspectiva de redução de inflação e de juros ao longo do ano.

O MERCADO DA RECICLAGEM A produção física de plástico reciclado pós-consumo movimentou 1 milhão de toneladas em 2021, respondendo por um faturamento de R$ 4 bilhões, e a geração de 14.666 empregos por 1.318 empresas. De acordo com Roriz, a Indústria de reciclagem de plásticos no Brasil enfrenta um nível significativo de ociosidade. “Um dos obstáculos

Fonte: Abiplast

apontados pelos recicladores é a falta de oferta de resíduos de boa qualidade e com consistência na entrega para reciclagem, além da tributação que trata o material reciclado da mesma forma ou até mais onerosa do que a matéria-prima virgem. É importante destacar que os subsídios para a petroquímica não são estendidos aos transformadores ou recicladores de plásticos”, afirma. A reciclagem é um dos setores com mais programas de expansão de produtividade anunciados e previstos, devido ao seu grande potencial de crescimento. Isso se deve aos compromissos com sustentabilidade assumidos por várias marcas e à possibilidade de legislações que exigem o uso de conteúdo reciclado, seguindo as tendências observadas na Europa e nos EUA. Para Rogério Mani, as altas registradas nos últimos anos são, em grande parte, reflexo dos esforços do setor rumo à economia circular. “Nos últimos dez anos, a indústria de flexíveis avançou muito neste sentido, promovendo, entre outras coisas, a redução do peso das embalagens, a diminuição do head space e a melhor adequação dos tamanhos. Estamos produzindo embalagens mais leves. É fato que estamos utilizando mais PCR nas embalagens e evoluindo, ano a ano, à medida em que a qualidade melhora”, afirma. Outro ponto a destacar nesta busca pelo aumento da reciclagem e da circularidade das embalagens flexíveis, é que as embalagens monocamada hoje predominam, com uma participação de 56% no total produzido. www.abiplast.org.br; www.abief.org.br OUTUBRO 2023

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PESQUISA

CONCEITOS DE SUSTENTABILIDADE NO DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS A CADA ETAPA PODEM SER ACRESCENTADAS ALTERAÇÕES E MELHORIAS COM ESSA FINALIDADE

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ciclo de vida de uma embalagem segue, basicamente, as etapas do fluxo ilustrado a seguir que se inicia na extração de recursos naturais e produção de matérias-primas para fabricação e finaliza na destinação, seja reciclagem, com seu retorno para o processo, ou disposição final, sendo dispensada no aterro sanitário. Para que as embalagens gerem o menor impacto ambiental negativo possível, de sua produção ao final de sua vida útil, conceitos de sustentabilidade podem ser aplicados em cada etapa do processo permitindo desenvolvê-las ou redesenhá-las para atingir o objetivo proposto. A seguir são citadas sugestões de alterações/ melhorias que podem ser incorporadas com essa finalidade. Extração de recursos naturais e produção de matérias-primas: l Utilização de materiais de fontes renováveis, resíduos e matérias-primas com menor impacto ambiental; l Incentivo à produção responsável; l Otimização da logística de abastecimento de insumos e materiais. Produção da embalagem: l Redução de massa; l Design para reciclagem com especificação eficiente; l Utilização de material reciclado pós-consumo; l Desenvolvimento de refil reciclável;

EXTRAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS

PRODUÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS

RECICLAGEM PRODUÇÃO DA EMBALAGEM

PRODUÇÃO DO PRODUTO E ACONDICIONAMENTO

CONSUMO DISPOSIÇÃO FINAL

l Opção por matérias-primas e insu-

l Adequação da logística reversa de

mos com menor teor de substâncias tóxicas e/ou perigosas.

opções reutilizáveis; l Contribuição para o aumento das taxas de reciclagem e aumento do valor do produto feito com material reciclado; l Redução de componentes que interfiram na qualidade do produto reciclado.

Produção do produto e acondicionamento: l Adequação das doses; l Otimização da cadeia de distribuição; l Redução de perdas; l Especificação eficaz para embalagem, produto e palete; l Utilização da comunicação responsável; l Comprometimento com a educação do consumidor; l Seleção de fornecedores comprometidos com a melhoria ambiental. Consumo: l Compartilhamento da responsabilidade pelo resíduo do consumo; l Redução do desperdício; l Incentivo ao consumo consciente informando ao consumidor seu papel na logística reversa. Reciclagem: l Desenvolvimento visando reciclagem;

Disposição final: l Utilização de materiais compostáveis; l Atendimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (Lei nº 12.305 de 2 de agosto de 2010). Conforme apresentado, existem muitas alternativas que podem ser adotadas com foco na produção sustentável de embalagens, no entanto vale ressaltar a importância da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) dos produtos antes da implantação de qualquer mudança no processo de produção, assim como após a realização das alterações. Essa análise crítica visa evitar a produção de trade-offs indesejados entre aspectos ambientais, econômicos e de qualidade que podem fazer com que o resultado almejado não seja alcançado e/ou seja mascarado.

RAQUEL MASSULO SOUZA

Pesquisadora do Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea) do Ital

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FRONTEIRAS

FOTO: FUTUREPACK

CERVEJA, INOVAÇÃO E TRADIÇÃO CAMINHAM LADO A LADO NA BÉLGICA

EM GARRAFAS OU LATAS, AS MARCAS SEMPRE DESTACAM A ORIGEM DA CERVEJA

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Bélgica é famosa por seus chocolates e cervejas que realmente são deliciosos. Muito se fala das cervejas belgas, em especial, das triplamente filtradas, e das com sabor de cereja, quase uma exclusividade do país. As embalagens também têm personalidade. As garrafas das cervejas de cereja têm a cor base vermelho-cereja e sempre trazem a fruta em destaque. Uma das marcas mais famosas é a Cherry Chouffe cujo rótulo é ilustrado com duendes carregando as frutas. Usualmente as garrafas de vidro apresentam formato standard como a da Duvel, outra marca muito reconhecida mundo afora; e da Tripel Karmeliet. E as latas de alumínio, de 500 ml, têm a preferência dos belgas. A Jupiler, da Inbev, a cerveja pilsen mais conhecida, escolheu uma 24

lata de alumínio especial, com relevo, que, ao diminuir o contato da mão, mantém a bebida gelada por mais tempo. Para atender o seu público jovem, a Pizarro, uma pequena cervejaria, da Antuérpia, adotou latas de alumínio decoradas com rótulo autoadesivo no label look. Há também muitas empresas que estão substituindo os envoltórios de plástico por multipacks de papelcartão. São vários tipos, com modelos “inteiros”, que cobrem quase totalmente as garrafas de vidro, como a da Abadia St. Michel que amplia a visibilidade do produto na gôndola ou o modelo da Triple D’Anvers que usa o formato mais reduzido. As marcas sempre destacam a origem da cerveja, mostrando orgulhosamente que se trata de um produto belga, além de estampar os selos de prêmios e orientações sobre como servir a cerveja corre-

tamente e o melhor, como valorizar as embalagens. Na Bélgica, cada região tem um dia específico para o recolhimento de embalagens recicláveis, como papel, papelão, latas de aço e alumínio e as plásticas. As embalagens de vidro devem ser levadas voluntariamente para as caçambas específicas que estão disponíveis em vários pontos das cidades. E o melhor: todos cooperam e fazem a sua parte descartando corretamente. Embalagens melhores mundo afora, mundo melhor!

ASSUNTA NAPOLITANO CAMILO

Diretora do Instituto de Embalagens atendimento@institutodeembalagens.com.br

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COMPETITIVIDADE

O SISTEMA EMBALAGEM É CIRCULAR?

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visão sistêmica da embalagem é um conceito que me acompanha desde que li, em 1996, o livro A Quinta Disciplina1, escrito por Peter Senge. O livro inspirou um primeiro rascunho do Sistema Embalagem, elaborado em Excel. Cada um dos componentes ocupava uma célula da planilha e a ideia central era evidenciar as conexões entre eles. Dois importantes desdobramentos desse conceito foram o Curso de Pós-graduação, que desde 1998 preconiza que “Embalagem é Sistema”, e a tese de doutorado intitulada “A Teoria das Restrições Aplicada ao Estudo de Cadeias Produtivas de Alimentos”, orientada pelo querido Prof. Afonso Fleury na Escola Politécnica da USP. Com o passar do tempo e após muitas discussões com profissionais do setor, o modelo foi se alterando e tomou, quase que inconscientemente, a forma circular mostrada na Figura 1. Ao observar atentamente a figura, que destaca o consumidor como sendo o ponto chave e aquele cujo desejo precisa ser satisfeito para que o amálgama produto/embalagem tenha sucesso, três perguntas me vêm à mente: 1) o Sistema Embalagem é realmente circular (título deste texto)?; 2) por que foi criada uma espécie de nuvem muito cinza sobre as embalagens de modo que são frequentemente taxadas como “inconvenientes”?; 3) por que a responsabilidade pelo descarte irresponsável é atribuída aos consumidores,

PORQUE A NATUREZA NÃO TEM LIXEIRA

Figura 1 – Representação do Sistema Embalagem

quase transformando-os em vilões, enquanto outros agentes - indústrias, comércio, entrepostos, entre outros - ficam imunes a essas críticas ou se tornam paladinos do meio ambiente, recolhendo embalagens em praias ao redor do mundo? Algo precisa ser feito para trazer à tona os problemas em todo o Sistema Embalagem e os esforços dispendidos para resolvê-los. É absolutamente necessário fazer isso. Para orientar essas reflexões sobre a circularidade, recomendo aplicar o conceito “A natureza não tem lixeira2”, publicado na EMBANEWS, ano 33, Edição 392, novembro 2022 em todas as cadeias produtivas (alimentos, medicamentos, cosméticos, produtos de limpeza etc.). Como apoio, pode ser usada a ferramenta SIPOC (do inglês, supplier (fornecedor), input (entrada), process (processo), output (saída) e customer (cliente)), disponível na web, adaptada ao Sistema Embalagem, para guiar a identificação e a quantificação de perdas e desperdícios. A Figura 2 mostra um exemplo

Figura 2 – Exemplo de uso do SIPOC para mapear perdas e descartes no Sistema Embalagem

de lógica a adotar. Importante ter em mente que cada componente é o fornecedor daquele localizado à jusante. Na figura em questão, com exceção feita ao produto envasado (marcado em verde), todas as saídas do processo (marcadas em amarelo) precisam ser quantificadas. Os números podem assustar!! Um esforço adicional àqueles habituais será necessário para eliminar e/ou reaproveitar adequadamente os descartes. Tem-se aí uma excelente oportunidade para implantar a Economia Circular em todos os componentes do Sistema Embalagem e aliviar um pouco a pressão sobre os consumidores. Em síntese, ainda será necessário dispender muito esforço para que o Sistema Embalagem seja realmente circular.

______________________________ 1 SENGE. M. A Quinta Disciplina – Arte, Teoria e Prática na Organização de Aprendizagem – Tradução de Regina Amarante. São Paulo: Best Seller, 1990. 352 p. 2 FERRY. L. Três Ideias sobre Ecomodernismo. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=P12tvhzLRMQ último acesso, 4 de outubro de 2023.

ANTONIO CABRAL

Coordenador dos Cursos de Pós-Graduação em Engenharia de Embalagem Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia (CEUN/IMT) antonio.cabral@maua.br acdcabral@gmail.com

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