EMBANEWS Nº 385 - Abril 2022

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ANO 31 | EDIÇÃO 385 | ABRIL 2022

METAS CONVERGENTES Valgroup une estratégia de crescimento aos objetivos ESG e olha para o futuro, por Eduardo Berkovitz P.14

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#MercadoDeCosméticos

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SUSTENTABILIDADE

BRASIL É O 2º PAÍS QUE MAIS LANÇA NOVOS PRODUTOS

AS OPORTUNIDADES NO MERCADO DE PAPELÃO ONDULADO

A ALTA CIRCULARIDADE DAS EMBALAGENS

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SUMÁRIO

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ENTREVISTA VALGROUP UNIFICA MARCAS, INVESTE EM NOVAS TECNOLOGIAS PARA AUMENTAR A RECICLAGEM E APOSTA NO MERCADO INTERNACIONAL, POR EDUARDO BERKOVITZ, DIRETOR DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS E DE COMPLIANCE DA VALGROUP

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EMBALAGEM NO MARKETING

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PESQUISA

20 FRONTEIRAS 26 SUSTENTABILIDADE

FUNDADOR: ROBERTO HIRAISHI (1942 • 2006) Diretor Responsável: Ricardo Hiraishi Administração: Rejane Doria Redação: Elizabeth Keiko Sinzato editorial@embanews.com; redacao@embanews.com Publicidade: comercial@embanews.com Assinaturas: assinatura@embanews.com Colunistas desta edição: Andre Vilhena, Assunta Camilo, Christiane Q. Moreira, Fabio Mestriner Projeto Gráfico: FlyJabuti Design Realidade Aumentada: Massfar, empresa autorizada Zappar Brasil e Portugal

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A Revista EMBANEWS é uma publicação mensal da NEWGEN COMUNICAÇÃO LTDA. registrada segundo a Lei de Imprensa no 2º Ofício de Registro de Títulos e Documentos sob nº 31.881 em 17 de julho de 1990. Dirigida ao segmento de alimentos, bebidas, brinquedos, cosméticos, embalagens, farmacêuticos, químicos, e afins. Dirigida aos profissionais: consumidores, fabricantes e fornecedores de embalagens; fornecedores de matérias-primas e de insumos para a confecção de embalagens; fabricantes de máquinas e equipamentos e periféricos para envase e embalagem; cadeia de supply chain e logística; e prestadores de serviços de apoio, associações, universidades e instituições ligadas ao ramo de embalagem.

As opiniões dos artigos assinados e dos entrevistados não são necessariamente as mesmas da Revista EMBANEWS. © Direitos Reservados Todos os direitos dos artigos publicados na Revista EMBANEWS são reservados pela Newgen Comunicação Ltda. Proibida a reprodução parcial ou total por qualquer meio de comunicação impresso, digital ou outros meios sem prévia autorização. Telefone: (11) 3060-8817 / WhatsApp 11+94721-4102 site: embanews.com e-mail: embanews@embanews.com linkedin.com/company/embanews instagram.com/revista_embanews facebook.com/Embanews

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BRASIL É O SEGUNDO PAÍS QUE MAIS LANÇA NOVOS PRODUTOS

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m 2021, a indústria brasileira de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPPC) atingiu marcas relevantes: ela ultrapassou a China em número de lançamentos, conquistando a 2ª posição no ranking de países que mais lançam produtos anualmente. Foram mais de 7.300 novos produtos no mercado, segundo a Abihpec, entidade do setor de HPPC. O Brasil é também o 4º maior mercado consumidor, depois de EUA, China e Japão. Essa dinâmica indústria, no entanto, enfrentou um 2021 de desafios. Depois de crescer 5,8% em valor de vendas em 2020, com R$ 59 bilhões de vendas ex-factory, o setor teve queda de 2,8% em 2021. “Esse resultado foi uma surpresa, pois com a flexibilização e a reabertura do comércio, a expectativa seria de uma melhor performance em 2021”, disse João Carlos Basilio, presidente da Abihpec. Porém, o aumento da inflação, retração da renda, aumento de custos, como energia, gás, insumos, combustível, mão de obra, além de desvalorização do real, falta de coordenação política, instabilidades na economia, se opuseram às expectativas. “Combater a inflação é a prioridade número 1. É dolorosa, essa taxa de juros alta mata muitas empresas sem capital de giro, mas a inflação ainda está sem controle. Fechamos março com taxa de 11%. Eu vivi o pior período de inflação da história do Brasil, vi a economia brasileira perder 12 zeros em 6 anos. É como se tivéssemos 1 trilhão de reais, e em seis anos, passássemos a ter 1 real”, afirmou Basilio.

Segundo o presidente executivo, nesse cenário desfavorável, o caminho para a sobrevivência das empresas, principalmente as de médio e pequeno portes, é a inovação. “O Brasil precisa gerar empregos – são mais de 12 milhões de desempregados, precisa empreender – em nosso setor temos mais de 3300 empresas cadastradas na Anvisa com condições de fabricar produtos de HPPC. É um setor em que o número de empresas continua crescendo: em 2020 tivemos 7% de crescimento; em 2021, 5% de crescimento. Em 2021 a boa notícia ficou com o mercado externo. As transações comerciais entre exportação e importação atingiram US$ 1,4 bilhão, aumento de 16,2% sobre 2020. As exportações da Indústria de HPPC alcançaram o valor de US$ 700 milhões em 2021, crescimento de 14,9% em relação ao ano anterior (US$ 609.3 milhões), fechando o ano com superávit de US$ 11,6 milhões na balança comercial. É o segundo ano consecutivo de superávit, após dez anos com déficit. “Dentro do setor químico, HPPC deve ser o único setor a apresentar superávit na balança comercial em 2021. E iniciamos 2022 com a balança comercial positiva”, afirma Basilio.

UMA INDÚSTRIA ESSENCIAL Uma importante conquista do setor de HPPC é o reconhecimento como indústria essencial. “Essa é uma 6

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conquista construída a muitas mãos, através de um trabalho bastante consistente, para que o setor de higiene e perfumaria e cosméticos chegasse a este resultado, o de ser considerados um setor essencial, o primeiro nas Américas, antes mesmo dos Estados Unidos. Depois, isso motivou outros países a irem atrás. É muito bom termos sido precursores neste processo”, disse o presidente da Abihpec, João Carlos Basilio. O fato ganha relevância diante do principal desafio do setor há muitos anos: a tributação. “No Brasil, para a tributação, as categorias de produtos são analisadas pelo conceito de essencialidade. Sendo essenciais, não é possível que venhamos a pagar uma carga tributária tão alta”, diz. O setor de HPPC é o 3º mais tributado no Brasil. “Porém, houve conquistas: o protetor solar já chegou a pagar 77% de IPI, durante muitos anos, depois passou para 40%, para 20% e finalmente conseguimos eliminar. Hoje protetor solar é zero de IPI.” A redução do IPI é uma antiga reivindicação do setor, e foi reduzida em 25% neste início de ano, o que foi bem recebido pelos empresários, embora as informações iniciais acerca do assunto apontavam para uma queda de 50%. “Outro ponto é que precisamos de mais prazo para pagar os impostos, muitas vezes pagamos esses impostos antes de receber”, explicou. Basilio comentou que só uma reforma tributária ampla, irrestrita e estruturada pode corrigir distorções. A sustentabilidade e a economia de baixo carbono também estão entre as principais demandas do mercado. “Estamos no planeta Terra e temos que cuidar dele, não existe planeta B”, afirma. Segundo Basilio, a ABIHPEC construiu muito conhecimento na área de sustentabilidade ao longo das últimas décadas, principalmente na solução para a logística reversa de embalagens pós consumo, com o Programa Dê a Mão para o Futuro que há mais de 16 anos apresenta resultados positivos e que crescem ano a ano, num modelo com cooperativas, mudando a vida dos cer-

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João Carlos Basilio comentou ca de 6.000 catadores envolvidos sobre os números do setor e as expor todo o país – um exemplo de entrega de resultados que fazem a pectativas e desafios para este ano diferença e, por isso, possui includurante o primeiro Café com Tema sive reconhecimento internacional de 2022, promovido pela Abihpec do CEPAL da ONU, como exemplo Associação Brasileira da Indústria de programa eficaz. de Higiene Pessoal, Perfumaria e Em relação às expectativas do Cosméticos. setor para 2022, Basilio se diz um otimista. “Acredito que o nosso país tenha todas as condições de superar seus desafios, enfrentá-los 132 ax cara, 200 mm, Sustainability F, CC-pt91-AZ001 11/21 cara e cada vez mais construir uma grande nação.” https://abihpec.org.br

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#ImpressaoDigital

AS OPORTUNIDADES NO MERCADO DE

PAPELÃO ONDULADO

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mercado de papelão ondulado no mundo é avaliado em 250 bilhões de metros quadrados. Desse total, 20% ou 50 bilhões de metros quadrados são formados por impressão de alta qualidade, e dessa parcela, um terço ou 16 bilhões de metros quadrados são impressas em pequena e média tiragem. A estimativa é que, no Brasil, metade do mercado de alta qualidade seja impressa no digital. Essa é a dimensão do mercado de impressão digital de papelão ondulado, segundo Evandro Matteucci, VP para Materiais de Construção e Embalagens da EFI.

“A impressão digital de papelão ondulado surfa a onda da alta na demanda do e-commerce e de tendências, como o Shelf Ready Packaging, em que a caixa de entrega vai direto para a gôndola, situações em que a qualidade da impressão ganha relevância”, diz Evandro. “Nos EUA, a caixa é utilizada como plataforma de marketing, e as empresas começam a utilizar o espaço da caixa para fazer propaganda e marketing. Isso vem de encontro a uma tendência mundial em que os consumidores querem uma melhor comunicação, personalizada, capaz de surpreendê-lo e ainda por cima seja sustentável. Na

Eduardo e Marcel Mazurkyewistz: Mazurky adquire primeira EFI Nozomi C18000 Plus para impressão digital de papelão ondulado no Brasil

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Europa, a fibra de papel já sendo reciclada até 25 vezes”, informa. É neste mercado que a EFI faz sua aposta com a impressora digital Nozomi C18000 Plus, para a impressão de papelão ondulado, por jato de tinta, em passagem única, apresentada na Expoprint 2022. A impressora usa tintas UV, com sistema de cura por LED e está configurada para imprimir com CMYK + OV + Branco, para reproduzir até 97% da escala Pantone®. A impressão digital permite a impressão direta sobre o substrato, eliminando diversos custos e permite respostas rápidas às solicitações dos clientes por embalagens com diferentes versões, dados variáveis em curtas e médias tiragens, a preço competitivo. Segundo o executivo, a Nozomi é um equipamento que apresenta a mesma eficiência e o mesmo custo comparado à impressão em offset + laminação ou à impressão direta no corrugado em flexo de alta qualidade. A Nozomi C18000 Plus é comandada por sistema Fiery, que controla metade das impressoras digitais no mundo e possui capacidade de processamento muito elevada. A EFI entrou em 2017 no mercado de papelão ondulado e recebeu como herança a experiência de mais de uma década na impressão digital de cerâmicas e madeiras. São mais de 1.000 máquinas no mercado mundial de cerâmicas e madeira, e com seu sistema robus-

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to, já serão mais de 40 máquinas de papelão ondulado no mundo até meados deste ano. No Brasil, a Mazurky Embalagens adquiriu a primeira EFI Nozomi C18000 Plus, do mercado brasileiro, e está em fase de instalação. “Para a Mazurky, significa uma transformação e acesso a um novo modelo de negócios, com oportunidades latentes. O de papelão ondulado é um dos únicos mercados que não recuaram durante a pandemia”, afirma Evandro A Mazurky nasceu em 2004, criada pelos jovens irmãos Eduardo e Marcel Mazurkyewistz. Localizada em São Bernardo do Campo, São Paulo, é especialista na produção de embalagens e displays em papelão ondulado. A empresa tem se destacado no mercado por inovação e gestão moderna, saindo à frente em uma série de certificações como o Sistema de Gestão Integrado ISO9001, 14001 e 45001, juntamente com o certificado FSC, que certifica produtos originados do bom manejo florestal. “Para a EFI trata-se da maior oportunidade para a impressão digital já vista na história. Vemos uma oportunidade explosiva para o mercado brasileiro, ao oferecermos às marcas e empresas de embalagem uma relação ganha-ganha para a marca, o convertedor, o fabricante de papel e o consumidor. O mercado brasileiro já tem escala e volume – representa 10% do mercado americano, com cerca 10

de 3 bilhões de m² produzidos no brasil, dos quais 0,5 bilhão de m² em alta qualidade”, diz. No mundo, cinco clientes já compraram a segunda máquina e um deles, a Hinojosa, na Espanha, está em sua quarta máquina. A Nozomi já está sendo usada por grandes empresas de embalagem no mundo, como Westrock, DS Smith, na Europa; International Paper, nos EUA; Smurfit Kappa, na Europa; Trupal, no Peru. www.efi.com

EPRODUCTIVITY SOFTWARE, AGORA UM NEGÓCIO INDEPENDENTE A eProductivity Software (EPS) surge como uma empresa independente, após a aquisição pela Symphony Technology Group (STG) dos negócios de software de gestão da Electronics for Imaging (EFI), em janeiro deste ano. A EPS atua com as tecnologias líderes de gestão de processos para a indústria de embalagem e impressão, entre elas, o sistema de gerenciamento de processos Metrics e o software iQuote para orçamentos inteligentes. “Na América Latina, a EPS manteve na organização sua liderança sênior, herdando 30 anos de experiência no mercado e a energia de uma jovem empresa. No final de 2021, havia terminado um ciclo de investimentos que possibilitou o

desenvolvimento de um produto 12 x mais rápido e seguro”, disse Oscar Silvério, gerente de operações para a América Latina. O Metrics é um sistema de gestão desenhado especialmente para a indústria de conversão e impressão de embalagens e rótulos, que permite a automação, integração, rastreabilidade e gestão da empresa. Entre outros benefícios, o sistema ajuda a armazenar o conhecimento da empresa; sua integração impede ou alerta para possíveis defeitos que possam ocorrer em etapas posteriores da operação, interrompendo o quanto antes a propagação de erros, e possibilitando assim entregas no prazo e redução de custos com os erros e retrabalho. Sua modularidade permite ainda que o sistema seja adotado em várias etapas da produção. “A indústria latino-americana reúne equipamentos modernos e antigos, além disso, investe pouco na capacitação dos operadores dos equipamentos, o que torna o Metrics um sistema muito versátil para aprimorar o processo gerencial da empresa, contribuindo para que ela alcance um patamar mais produtivo de gestão”, afirma Oscar. O sistema Metrics está presente em vários clientes em países da América Latina, com suporte a partir do Brasil, em português e espanhol, e em inglês para o México. https://eproductivitysoftware.com

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EMBALAGEM NO MARKETING

A EMBALAGEM POSICIONA O PRODUTO

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o fundamental livro de marketing intitulado “POSICIONAMENTO – A batalha por sua mente, escrito por Al Ries e Jack Trout, os autores afirmam que “O Marketing é uma batalha de percepção, não de produtos”. Esta afirmação é o ponto de partida para a jornada que levou os principais diretores de marketing dos Estados Unidos a reconhecerem numa pesquisa publicada pela revista Advertising Age que este é o mais importante livro de MKT que eles leram em suas carreiras. Não é por menos que a edição brasileira deste livro ostenta na capa os dizeres: “O primeiro e mais importante livro de Marketing de todos os tempos”. Lembrando que o famoso livro de Kotler, que inclusive escreveu o prefácio de Posicionamento, trata da “Administração de Marketing” e se destina aos profissionais que vão gerir as atividades desta disciplina nas empresas, enquanto o livro de Al Ries e Jack Trout se dirige aos profissionais que precisam conhecer os fundamentos do posicionamento de suas empresas e produtos. Tanto Kotler quanto estes dois autores reconhecem o importante papel que a embalagem desempenha no composto de marketing, mas para mim, a melhor definição deste papel foi cunhada pelo Professor Francisco Gracioso, Decano da ESPM, que escreveu no prefácio

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A AFIRMAÇÃO FAZ AINDA MAIS SENTIDO QUANDO SE SABE QUE “O MARKETING É UMA BATALHA DE PERCEPÇÃO, NÃO DE PRODUTOS”

do e-book que publiquei recentemente a seguinte frase: “Se me pedissem para resumir em uma frase o papel e a importância da embalagem no marketing de hoje, eu diria simplesmente que sem ela o marketing moderno não seria possível”. Para entender melhor estes conceitos, vamos recuperar as informações reveladas no mais importante estudo já realizado no Brasil sobre a relação dos consumidores com as embalagens. Este estudo, realizado pela Research International para o Comitê de Assuntos Estratégicos da ABRE, Associação Brasileira de Embalagem, revelou algo de fundamental importância para o entendimento da forma como o consumidor percebe a embalagem. Para o consumidor, “a embalagem e seu conteúdo constituem uma única entidade indivisível”. Para ele, “a embalagem é um item de avaliação e referência cada vez mais relevante no processo de seleção e escolha dos produtos. E mais, para o consumidor, a embalagem é percebida como um valor que se incorpora ao produto”. Portanto, podemos concluir que a embalagem é algo que participa e interfere na percepção que o consumidor forma sobre aquilo que escolhe e compra. Uma outra pesquisa que nos ajuda a compreender a participação da embalagem neste processo foi divulgada pela GFK, empresa alemã de pesquisa que realizou um grande estudo internacional que apresentou uma conclusão

que serve de base para o tema objeto deste artigo. “O consumidor não compra preço, ele compra valor”, e valor “é aquilo que o consumidor percebe como tal e aceita pagar mais por isso”. Essas conclusões do estudo da GFK nos levam então para aquilo que consideramos a principal contribuição da embalagem para o desempenho do produto, ou seja, é através dela que o consumidor percebe o valor que o produto tem para ele e a utiliza como referência para aceitar pagar o que está sendo cobrado por ele. Ao longo das décadas em que estou dedicado tanto ao design quanto ao ensino da embalagem, aprendi que a embalagem “posiciona” o produto em relação a seus concorrentes e que, por isso mesmo, ela não pode, em hipótese alguma, ser inferior às embalagens de seus concorrentes. Os gestores de marketing, responsáveis por conduzir seus produtos num cenário cada vez mais competitivo precisam dedicar especial atenção ao posicionamento de suas embalagens pois elas serão utilizadas pelos consumidores para avaliar e decidir por sua escolha.

FABIO MESTRINER Designer, Professor e Escritor Professor Coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem ESPM fabio@mestriner.com.br

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ENTREVISTA

DA RECICL AGEM PARA O MUNDO VALGROUP UNE ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO ÀS METAS ESG E OLHA PARA O FUTURO

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s desafios da indústria de embalagens plásticas em torno da sustentabilidade e os conceitos ESG vêm se transformando em oportunidades de mudança, inovação e contribuição efetiva para as soluções. É o que demonstra a atuação da Valgroup. A companhia que está entre as maiores transformadoras e recicladoras de plástico do mundo passou por uma renovação na sua identidade corporativa no mês de março. As marcas que compõem o grupo: CPR, Injecap, Lorenpet, Leb, Tecnoval, Valfilm e Valmaster foram unificadas, passando a atender sob um único nome: Valgroup. Com isso, ela ganha maior sinergia em diversas áreas, mantendo as suas divisões de negócio e expandindo o desenvolvimento de projetos em conjunto. A empresa que nasceu da reciclagem de plásticos acaba de completar 46 anos e hoje é um grupo brasileiro com operações em outros quatro países (EUA, México, Espanha e Uruguai), com capacidade total de produção de 800 mil toneladas de embalagens plásticas por ano, aí inclusa uma capacidade de reciclagem de 130 mil toneladas/ano. Pois é através dos desígnios de sua origem, a de um DNA voltado para as questões da sustentabilidade – que a empresa reforça a adoção de tecnologias,

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processos e soluções inovadores em sintonia com o conceito ESG (Meio Ambiente, Social e Governança, em português). O investimento da Valgroup na Deink Brasil, com o objetivo de incluir na cadeia de reciclagem mecânica produtos de difícil reciclagem que hoje são aterrados, ampliam a economia circular de milhares de produtos. O processo de remoção de tinta exclusivo da Deink Brasil, chamado destintamento, permite a remoção total das tintas dos resíduos plásticos impressos, trazendo mudanças significativas ao mercado de reciclagem mundial. Com 36 fábricas espalhadas por cinco países e mais de 5 mil colaboradores, a Valgroup recicla 16% de tudo o que produz, o equivalente a cerca de 100 mil toneladas por ano ou a 4,8 bilhões de garrafas PET pós-consumo no mundo e a 30 mil toneladas de polietilenos (embalagens flexíveis). Eduardo Berkovitz, diretor de Relações Institucionais e de Compliance da Valgroup, falou à EMBANEWS sobre este novo momento da companhia, diante dos desafios da sustentabilidade do plástico e das questões de mudanças climáticas e seus investimentos para continuar a expansão. Berkovitz é engenheiro químico formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, pós-graduado

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em engenharia econômica e tem MBA executivo pela Fundação Dom Cabral e University of British Columbia, no Canadá. Foi Diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da FIESP e Conselheiro do Instituto Mauá de Tecnologia. Atualmente é conselheiro e presidente do Conselho Fiscal do Instituto Nacional do Plástico – INP e membro do Conselho da Associação Brasileira da Indústria do Plástico – Abiplast.

EMBANEWS: Pode nos comentar sobre o que é a Valgroup hoje e sobre este momento da unificação de suas marcas? EDUARDO BERKOVITZ: A unificação das marcas é uma maneira de entregarmos ao nosso cliente o melhor de nossos recursos, capacidades produtivas e reciclagem de uma forma otimizada, seja no Brasil, seja no exterior. É um modo de oferecermos o portfólio completo de soluções do grupo, contribuindo ainda para alcançar as nossas metas de sustentabilidade. EMBANEWS: Como começou o grupo no Brasil? EDUARDO BERKOVITZ: A empresa iniciou as suas atividades há mais de 45 anos no Brasil, na cidade de Lorena, no interior de São Paulo, e começou a crescer com a produção de materiais plásticos. É importante lembrar, nós nascemos com a reciclagem. Começamos com a reciclagem de polietilenos, desenvolvendo sacolas e outros produtos, evoluímos para filmes técnicos, e quase 20 anos depois, ingressamos no PET. Por isso estamos confortáveis em dizer que a reciclagem está no nosso DNA. Hoje, não há dúvidas, com todo esse movimento pela sustentabilidade, pela economia circular, a reciclagem é peça fundamental, e nós somos líderes nessa área. EMBANEWS: E como a empresa se expandiu como multinacional? EDUARDO BERKOVITZ: Há mais de 20 anos, em uma avaliação do potencial de crescimento da empresa, nós tivemos o feeling de que precisávamos dar um passo para a internacionalização. Foi uma decisão estratégica, e começou no Uruguai, nos anos 2000. Lá nós aprendemos e com esse aprendizado partimos para o México, Espanha, e mais recentemente os Estados Unidos. Atualmente o grupo tem 36 empresas em 5 países, com sede no Brasil. A operação dos Estados Unidos é a mais nova, mas é a grande aposta da Valgroup e seu maior foco na internacionalização. EMBANEWS: Qual é a estrutura de produção da Valgroup? EDUARDO BERKOVITZ: Nós temos uma capacidade de produção de cerca de 800 mil toneladas por ano de embalagens e reciclados. Desse volume, os reciclados representam 130 mil toneladas, dos quais 100 mil toneladas são provenientes da reciclagem do PET. É o chamado bottle to bottle, um processo autorizado

pela Anvisa, no qual todo PET reciclado por nós volta na forma de garrafas. As outras 30 mil toneladas são de poliolefinas, polietileno e essencialmente o polipropileno. Esse material também é reciclado e gera um material que entra na composição dos nossos produtos. EMBANEWS: O grupo também atua com reciclagem no mercado internacional? EDUARDO BERKOVITZ: Sim, a Valgroup tem duas plantas, uma no México e outra na Espanha, que também trabalham com reciclagem bottle to bottle. De uma forma geral, a reciclagem, principalmente na cadeia do plástico, tem sido vista pelo mundo, cada vez mais, com a atenção que ela merece. Ela será determinante nesse processo da Economia Circular e sustentabilidade. EMBANEWS: Como a aquisição da Deink se encaixa nos objetivos da Valgroup? EDUARDO BERKOVITZ: Em nossas atividades de reciclagem e processamento de material virgem, nós temos duas grandes metas ESG: uma é atingir o net zero - zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2040 e a segunda é reciclar o equivalente a 100% da nossa produção. São dois grandes desafios que nos propusemos a vencer com o propósito de elevar a qualidade de vida das pessoas. E como queremos crescer em reciclagem, a Deink foi uma aquisição importante nesse processo, porque traz uma tecnologia disruptiva, inédita no Brasil, que é o destintamento. As aparas plásticas normalmente são impressas nas mais variadas cores, e quando são misturadas, surge uma cor indefinida, fruto dessa mistura de cores. O que a Deink fez com sua tecnologia disruptiva foi retirar essa tinta de tal modo que possamos ter ao final do processo um material isento de tinta, com características as mais próximas possíveis ao material virgem. Esse foi o grande movimento em termos tecnológicos. E por que esse movimento foi tão importante para a Valgroup? Porque nos permite agregar mais e mais capacidade produtiva para atingirmos as duas metas ESG e consequentemente alcançar a reciclagem de 100% de nossa produção de plásticos. Ela é parte da estratégia de reciclagem do nosso grupo. EMBANEWS: Essa tecnologia vale para filmes monocamadas e multicamadas? EDUARDO BERKOVITZ: Ela é uma tecnologia voltada para filmes monocamadas, porém nosso time de PD&I está estudando firmemente para desenvolver tecnologia para filmes mais complexos, como laminados e metalizados. EMBANEWS: E de que maneira essa tecnologia contribui para valorizar o resíduo? EDUARDO BERKOVITZ: Hoje, os catadores não se interessam muito por esse tipo de resíduo porque seu custo é baixo, então, quando conseguimos retirar a ABRIL 2022

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ENTREVISTA

Fábrica da Deink, que traz a tecnologia de destintamento de resíduos plásticos

tinta do resíduo impresso e torná-lo próximo às características do material virgem, adicionamos valor e aumentamos a disponibilidade do material, ajudando-nos a atingir as metas de reciclagem de um lado e também as metas sociais, de crescimento da renda dos catadores, valorizando o seu trabalho. EMBANEWS: Vocês também trabalham com reciclagem química? EDUARDO BERKOVITZ: Não. Acreditamos que as tecnologias conviverão: a reciclagem mecânica e a química. No caso da reciclagem química, a Valgroup acompanha o movimento, estuda as tecnologias disponíveis, observando o que há de melhor no mercado para dar o passo na hora devida. EMBANEWS: Para alcançar o objetivo de ser net zero e reciclar o equivalente a 100% das embalagens produzidas até 2040, que outras medidas serão necessárias? EDUARDO BERKOVITZ: Além da planta de cerca de 4.000 tonelada por ano da Deink, que ainda pode receber melhorias de processos, nós vamos inaugurar uma segunda planta da Deink até o final deste ano. Já estamos falando em 8.000 toneladas/ano de reciclados e temos uma meta de escalar para todo o Brasil com várias plantas. Em paralelo, na parte da reciclagem, temos desenvolvido produtos que conversam com o meio ambiente, através da simplificação do design, para que facilitem a reciclagem das embalagens. Há algum tempo o grupo também trouxe uma tecnologia que permite recuperar praticamente 98% do solvente usado em nossa planta de laminação. E desenvolvemos produtos e processos, em que procuramos eliminar todo excesso. Temos um laboratório de cargas chamado LTC, um laboratório completo para simulação de cargas e de segurança no transporte, para ajudar o cliente a otimizar o uso de filmes stretch e termoencolhíveis no envolvimento de paletes e uniti16

zação de cargas. Assim, também contribuímos para reduzir o consumo de plásticos. Ou seja, estamos atuando em diversas frentes para alcançar nossos objetivos. EMBANEWS: E na questão energética, quais são as ações? EDUARDO BERKOVITZ: Entre as ações para atingir as metas ESG, fechamos um contrato com a Casa dos Ventos para que até 2025 utilizemos 50% de nosso consumo com energia eólica. Até 2030 nosso objetivo é alcançar 100% do consumo proveniente de fontes de energia renováveis, e para isso vamos estudar todas as opções de fontes renováveis de energia. EMBANEWS: Em sua opinião, quais são os desafios para aumentar a reciclagem no Brasil? EDUARDO BERKOVITZ: Nós temos que nos capacitar tecnologicamente para tornar mais produtivas a cadeia da reciclagem. Além disso, há dois pontos importantes: é preciso desenvolver a educação ambiental no país e aumentar a coleta de todo tipo de material. A coleta faz com que a logística reversa se concretize. EMBANEWS: E como o objetivo da sustentabilidade converge com as metas de crescimento da empresa? EDUARDO BERKOVITZ: Tudo se encaixa nesse novo momento da Valgroup. Quando a empresa assinala o propósito de elevar a qualidade de vida das pessoas, e a nossa visão é liderar o mercado de embalagens plásticas nas Américas, temos uma combinação das metas ESG com a estratégia. É quando conseguimos visualizar o que o grupo está se propondo daqui para frente, e que vem lá de trás em sua história, desde o seu nascimento. Agora é uma questão de escala.

www.valgroupco.com

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PESQUISA

ESCLARECIMENTOS SOBRE REQUISITOS NECESSÁRIOS DE MUDANÇAS PÓS-REGISTRO EM EMBALAGENS DE MEDICAMENTOS RDC 73/2016 AINDA SUSCITA DÚVIDAS ENTRE PROFISSIONAIS DO SETOR

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s requisitos necessários sobre mudanças pós-registro de embalagens de medicamentos passaram por atualização regulatória há seis anos, através da RDC 73/2016, no entanto ainda há muitas dúvidas entre os profissionais do setor produtivo. Essa importante resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abrange mudanças pós-registro e cancelamento de registro de medicamentos com princípios ativos sintéticos e semissintéticos, dentre outras providências, mas focamos aqui no item 7 do Anexo I. Dentre as 30 documentações listadas no item, chamamos a atenção para a documentação 5, que abrange a comprovação das características protetoras da embalagem, como permeabilidade a oxigênio, dióxido de carbono, umidade e transmissão a luz, assim como comparação com

dados anteriores quando aplicável. Deve estar inclusa na documentação a demonstração de proteção equivalente ou superior nos casos de mudanças menores de composição de embalagem primária (item b) e quando há mudança maior da embalagem secundária ou envolvendo intermediário (item h). Como não são citadas as especificações e metodologias dos ensaios das propriedades de barreira, recomendamos seguir a farmacopeia brasileira e ensaios normatizados, além da RDC 318/19 e do Guia 28 da Anvisa, em que é descrita a importância da barreira à umidade e dos estudos de fotoestabilidade. Já o ensaio de barreira ao oxigênio não é mencionado nas farmacopeias, por isso recomenda-se o uso de normas internacionais. Um artigo completo sobre o assunto será publicado no Informativo Cetea. Acesse:

https://ital.agricultura.sp.gov. br/cetea/informativo/busca

________________________ REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Farmacopeia Brasileira. 6ª ed. Brasília: ANVISA, 2020. Atualizada em 22 mar. 2022. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Guia n° 28, de 11 de novembro de 2019. Guia de estudos de estabilidade. Brasília, 2019. Acesso em: 25 nov. 2021. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº318, de 06 de novembro de 2019. Estabelece os critérios para a realização de Estudos de Estabilidade de insumos farmacêuticos ativos e medicamentos, exceto biológicos, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2019.

CHRISTIANE Q. MOREIRA Assistente Técnica de Pesquisa Científica e Tecnológica do Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea/Ital/SAA) 18

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EMBALAGENS NA CORÉIA DO SUL

AS INCRÍVEIS PROPOSTAS PARA PRODUTOS PESSOAIS E MAQUIAGEM!

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a Coréia do Sul, as embalagens para produtos pessoais e maquiagem surpreendem pelo fato de serem baseadas em embalagens flexíveis, que normalmente, para nós, estão fora desta categoria, que precisa entregar sofisticação e encanto. A civi lização ocidental está acostumada a comprar produtos pessoais e maquiagem em embalagens plásticas rígidas sopradas ou injetadas. A delicadeza do batom ou lipstick SHINE é enaltecida numa embalagem flexível com formato que lembra a tradicional proposta rígida. A tampa traz a haste do lipstick. A arte imita o batom convencional, usando a cor preta fosca para “modelar” ou emoldurar o que seria a cor do batom. Neste caso, o vermelho ganhou destaque com verniz brilhante aplicado de maneira localizada, dando a impressão que estamos visualizando o produto. A empresa BEAUSTA é uma referência no país e tem várias propostas nesta linha, como a do protetor solar, cujo formato lembra os frascos comuns da categoria. Outra marca famosa por lá é a PETITE LAEL que tem além de batom, delineador, sombra e rímel

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para destacar e “abrir” os olhos das coreanas. Da mesma forma que no batom, a tampa tem o aplicador. As embalagens têm a simbologia ambiental adequada, bem como a simbologia europeia que indica que o produto após aberto, tem validade de 12 meses. Atenta aos consumidores que buscam um mundo mais equilibrado e com menos desperdício, elas contam com um pré-corte bem evidenciado no verso, que permite o uso do produto até o final. Ícones orientam as usuárias para “enrolar” a embalagem, espremendo para sair todo o conteúdo. Boa parte das consumidoras é jovem e para elas, esta possibilidade de economia é importante. Todas as embalagens têm furo para facilitar a exposição dos produtos em gancheiras e destacálos no ponto de venda. A famosa marca The SAEM tem o icônico Chocopie Hand Cream (creme para mão com formato de torta de chocolate) apresentado em uma embalagem que lembra um biscoito de chocolate, apesar das versões serem de melancia e amêndoa. Para que o pote-biscoito não se perca na gôndola, o produto é vendido numa embalagem flow pack muito colorida e atraente.

Destaco ainda que todos os produtos estampam nas embalagens o “MADE IN KOREA” em caixa alta, demonstrando o orgulho que tem da origem. Estas inovadoras propostas resultam em produtos mais competitivos, práticos, leves e que geram menos resíduos. Num país com elevado índice de educação, estas embalagens devem ser separadas dos resíduos comuns e encaminhadas para incineração, com aproveitamento do calor gerado ou para reciclagem. No sudoeste asiático, a alternativa da incineração é comumente adotada por ser mais simples e competitiva. Ao menos, os coreanos têm a preocupação de evitar resíduos voando pelo ambiente, pois isso definitivamente destoaria da proposta de beleza das embalagens. Embalagem melhor. Mundo melhor!

ASSUNTA NAPOLITANO CAMILO Diretora da FuturePack Consultoria de Embalagens e do Instituto de Embalagens atendimento@institutode embalagens.com.br

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A edição de 2022 da IPACK-IMA acontece em Milão, na Itália, de 3 a 6 de maio. O evento marca o retorno de expositores e visitantes, atuando como ponto de encontro entre oferta e demanda de materiais, tecnologias de processamento e embalagem para bens duráveis e de consumo. A IPACK-IMA é uma exposição especializada em tecnologias de processamento e embalagem de alimentos e não alimentos, mas alimentos e bebidas continuam sendo seu mercado principal, desde massas e moagens, até alimentos e bebidas líquidos, alimentos frescos e refeições prontas, e confeitaria. No setor não alimentício, irá abranger produtos farmacêuticos e nutrição, beleza e cuidados pessoais, produtos químicos e cuidados com o lar e bens industriais e duráveis. Os materiais de embalagem estarão bem representados no evento por mais de 200 empresas que atuam neste segmento no IPACK-Mat. E ainda o fórum internacional “Packaging Speaks Green”, organizado pela Pack-Media com o apoio da Ucima, terá foco na sustentabilidade na cadeia de suprimentos de embalagens. Uma das novidades é o foco da IPACK-IMA no setor químico-farmacêutico. A parceria com a Pharmintech permitirá aproveitar ao máximo as tecnologias e soluções para este setor. Os dois eventos serão assim combinados para criar uma exposição única. https://www.ipackima.com

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SUSTENTABILIDADE

Alta circularidade de

embalagens NÃO SE TRATA APENAS DE MENOR IMPACTO AMBIENTAL, MAS DA CAPACIDADE DE REINTRODUÇÃO EM NOVO CICLO PRODUTIVO

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setor de embalagens passa por intensa mutação nos últimos anos. A busca frenética de grandes empresas pela alta circularidade das embalagens de seus produtos promove mudanças ousadas num mercado cada vez mais dinâmico. As ações são impulsionadas por atitudes proativas ou a partir de novas regulamentações. É o caso por exemplo da “Lei Antirresíduos” da França que impõe novos desafios ao setor de alimentos a partir da revisão de todo o processo de logística de produção, armazenamento e distribuição na cadeia de suprimentos de vários produtos. Devido à complexidade das mudanças, são esperadas inicialmente perdas de eficiência e até mesmo um indesejável aumento do impacto ambiental no ciclo de vida das embalagens utilizadas para substituir determinados

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tipos de plásticos. Porém, tais efeitos colaterais parecem ter sido já precificados e admite-se alguma tolerância com deformações na largada. Tudo em prol das metas a serem alcançadas com a grande transformação pretendida por aquele país. Por décadas analisamos todos os aspectos do ciclo de vida das embalagens em busca de maior eficiência energética, fontes renováveis, reciclabilidade, etc. Entretanto, a pressão recente por mecanismos restritivos à geração de lixo e os impactos causados por determinados materiais pós-consumo no meio ambiente tornaram crucial a última etapa do ciclo, a ponto de deslocar o foco de atuação no ambiente corporativo e regulatório. Confirmada essa tendência, a busca pela alta circularidade de uma embalagem não estará mais associada principalmente ao menor im-

pacto ambiental imediato no ciclo de vida e sim à sua capacidade de reintrodução em novo ciclo produtivo, de preferência fechado a partir de mecanismos de retornabilidade e com visão de longo prazo. Para embalagens descartáveis (uso único) deveremos ter um cenário cada vez mais fragmentado e, dentro desse novo contexto, aquelas que garantirem localmente altos níveis de reciclagem pós-consumo terão mais chances de competir num cenário cada vez mais restritivo.

ANDRE VILHENA Consultor em desenvolvimento sustentável e reciclagem andre_vilhena@hotmail.com

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