Emagazine - Edição 9

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E MAGAZINE n.º 9 | 2021 | www.emagazine.pt

re|siliência ENTREVISTA A VALESCA BENDER LÍDER GLOBAL DO WORLD CREATIVITY DAY 'PORTUGAL TEM QUALIDADE' ANDRÉ TIAGO ALMEIDA ESTIMULA A CRIATIVIDADE DOS SEUS COLABORADORES? RUI PINHEIRO REVOLUÇÃO SURPREENDENTE DAS STARTUPS FÁBIO JESUÍNO A CORRIDA À PRIVACIDADE DIGITAL DIOGO FERREIRA FERNANDO BATISTA PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE MARKETING DIGITAL EVENTO ONLINE NÃO É VIDEOCONFERÊNCIA LILIANE MACHADO ENTREVISTA EXCLUSIVA PROFESSOR MARCO LAMAS NEXT STEP: À PROCURA DE INVESTIMENTO… E AGORA? RITA TRABULO HOME TAYLORS ENTREVISTA A DAVID CARAPINHA O INVESTIMENTO COM MAIOR RETORNO MARGARIDA DIAS COMUNICAÇÃO: UM RELACIONAMENTO QUE EXIGE DEDICAÇÃO ANA PAULA RUSCHEL


E MAGAZINE

resiliência...

ABRIL 2021 - SETEMBRO / N.º 9 / VoL. 1 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. TODAS AS INFORMAÇÕES PUBLICADAS SÃO PURAMENTE INFORMATIVAS E NÃO PODEM SER CONFUNDIDAS COM ACONSELHAMENTO. AS MARCAS REGISTADAS REFERIDAS PERTENCEM AOS SEUS RESPETIVOS PROPRIETÁRIOS. OS AUTORES DOS TEXTOS DESTA PUBLICAÇÃO PODEM ESCOLHER ESCREVER DE ACORDO COM O ACORDO ORTOGRÁFICO EM VIGOR E/OU NOUTRAS LÍNGUAS. EMBORA RESPEITE OS PADRÕES PROFISSIONAIS, ESTE NÚMERO NÃO PRETENDE ATUAR COMO ORGÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL OU MEDIA NEM APRESENTAR-SE COMO UM SERVIÇO. A EMAGAZINE FAZ PARTE INTEGRANTE DA PLATAFORMA 'ESCOLA DO EMPREENDEDOR' COORDENAÇÃO: RUI PINHEIRO COLABORADORES: DIOGO FERREIRA, ANDRÉ TIAGO ALMEIDA, LILIANE MACHADO, ANA PAULA RUSCHEL, RITA TRABULO, FÁBIO JESUÍNO, MARGARIDA DIAS CONTACTO: INFO@EMAGAZINE.PT


EDITORIAL

'Propriedade de um corpo de recuperar a sua forma original após sofrer choque ou deformação' 'resiliência', in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

Esta é mais uma edição da Emagazine, a tua revista de empreendedorismo e como não poderia deixar de ser, traz histórias inspiradoras de fazedores resilientes que conseguiram vencer na jornada empreendedora. Rui Pinheiro

EDITOR IN CHIEF DA EMAGAZINE

'Resiliência' é o mote que introduz a história da criativa Valesca Bender, líder global do World Creativity Day em Portugal. Fomos também falar com Fernando Batista, Presidente da Associação de Marketing Digital e com Marco Lamas, professor, orador e gestor na área do empreendedorismo. André Tiago Almeida escreveu sobre a qualidade produzida do 'nosso' Portugal e Fábio Jesuíno sobre a revolução das startups, porque afinal... uma simples ideia de negócio pode ter um impacto global na sociedade. A corrida à privacidade digital foi o tema selecionado por Diogo Ferreira para esta edição e eu escrevi sobre o poder da criatividade e do intraempreendedorismo e sobre Eric Ries e a metodologia lean startup. Nesta edição poderás ainda contar com um artigo da jornalista Liliane Machado sobre a melhor forma de organizar um evento online e a Ana Paula Ruschel dedicou o seu artigo ao tema da Comunicação e da dedicação necessária para ter sucesso nessa área. Antes de fecharmos esta edição ainda tivemos tempo para entrevistar David carapinha, CEO & Founder da Home Taylors uma Marca do ramo imobiliário que tem vindo a crescer, tendo alcançado o seu melhor resultado em 2020, com um crescimento superior a 200%. Como muito bem nos acostumou, Rita Trabulo dedicou o seu artigo ao tema da procura do investimento por parte das startups e a Margarida Dias escreveu sobre uma peça importante que poderá acrescentar muito na evolução de qualquer pessoa, equipa ou empresa. Passamos ainda pela nova concept store da Marita Moreno e pelo QSP Summit e contamos tudo nesta edição! Digam lá se esta Emagazine não é especial?

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SUMÁRIO 14 'PORTUGAL TEM QUALIDADE' 'Portugal tem um potencial enorme, tem conhecimento científico, tem massa cinzenta, tem determinação e tem empreendedores que só querem que não lhes coloquem barreiras aos seus sonhos'

20 A SUA EMPRESA, ESTIMULA A CRIATIVIDADE E O EMPREENDEDORISMO DOS SEUS COLABORADORES?

20

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REVOLUÇÃO SURPREENDENTE DAS STARTUPS

A CORRIDA À PRIVACIDADE DIGITAL

'Sejam bem-vindos à maior revolução da história da humanidade, onde uma A Dreamworks, a Google, simples ideia de negócio a F3m já o fazem e a sua pode ter um impacto global empresa? na sociedade e transformar a forma como vivemos. Um mundo cheio de oportunidades e desafios'

ENTREVISTA A VALESCA BENDER, LÍDER GLOBAL DO WORLD CREATIVITY DAY EM PORTUGAL 'A ciência me ensinou muito mais do que observar e contemplar a biodiversidade, me ensinou a entender ecossistemas e seus comportamentos, a misturar coisas completamente diferentes e, principalmente, perceber que uma pessoa apaixonada pelo que faz tem a capacidade de mudar o rumo de qualquer história'

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A Apple já se comprometeu à privacidade digital dos seus utilizadores, a Google prometeu remover completamente cookies, o Facebook já teve de se adaptar... O que está a mudar para os utilizadores e qual é o seu impacto para o Marketing Digital?

'EMPREENDEDORISMO É MAIS DO QUE LANÇAR UM PROJETO EMPRESARIAL... EMPREENDEDORISMO É PERGUNTAR: E PORQUE NÃO? É NÃO TER MEDO DE ARRISCAR E FAZER ALGO NOVO OU ANALISAR ALGO QUE ESTEJA JÁ NO MERCADO E ADAPTAR A UMA NOVA REALIDADE' Entrevista a Fernando Batista, Presidente da Associação de Marketing Digital

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INFO@EMAGAZINE.PT WWW.EMAGAZINE.PT

A TUA REVISTA DIGITAL DE EMPREENDEDORISMO

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'EMPREENDEDORISMO

38

ESTÁ RELACIONADO COM A IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS REAIS E A CRIAÇÃO DE SOLUÇÕES'

EVENTO ONLINE NÃO É VIDEOCONFERÊNCIA Falamos sobre os eventos online que invadiram a internet em tempos de pandemia, o que todos têm em comum? Gente.

ENTREVISTA EXCLUSIVA MARCO LAMAS PROFESSOR, ORADOR E GESTOR NA ÁREA DO EMPREENDEDORISMO & GESTÃO ESTRATÉGICA

48 NEXT STEP: À PROCURA DE INVESTIMENTO… E AGORA? A falta de dinheiro é uma das razões mais comuns pela qual muitas startups falham

'É NO CONCEITO “À MEDIDA” QUE SE ENCONTRAVA O FATOR DE SUCESSO DO MEU NEGÓCIO: PERSONALIZAR O ATENDIMENTO À NECESSIDADE DE CADA CLIENTE' A Home Tailors é uma Marca do ramo imobiliário que tem vindo a crescer, tendo alcançado o seu melhor resultado em 2020, com um crescimento superior a 200%. Fomos conversar com David Carapinha, CEO & Founder da Home Tailors e contamos tudo neste artigo.

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62

O INVESTIMENTO COM MAIOR RETORNO Como aumentar a eficiência nas organizações?

COMUNICAÇÃO: UM RELACIONAMENTO QUE EXIGE CONSTÂNCIA, VERDADE E DEDICAÇÃO Como anda a comunicação do seu negócio?


'A CIÊNCIA ME ENSINOU MUITO MAIS DO QUE OBSERVAR E CONTEMPLAR A BIODIVERSIDADE, ME ENSINOU A ENTENDER ECOSSISTEMAS E SEUS COMPORTAMENTOS, A MISTURAR COISAS COMPLETAMENTE DIFERENTES E, PRINCIPALMENTE, PERCEBER QUE UMA PESSOA APAIXONADA PELO QUE FAZ TEM A CAPACIDADE DE MUDAR O RUMO DE QUALQUER HISTÓRIA'.

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ENTREVISTA EXCLUSIVA VALESCA BENDER


Diversidade, pluralidade, futuro, transformação,

no concurso Joias do Brasil na categoria materiais

regeneração e criatividade são palavras que

e

compõem muitas mulheres em uma só. É

preciosas com prata reciclada e resíduos da

necessário algumas mais, para definir as

indústria

multipotencialidades

movimento de valorização imaterial da joia e do

da

empreendedora

e

designer brasileira Valesca Bender.

técnicas

alternativas, do

misturando

mobiliário.

gemas

Liderando

um

design e elevando materiais não nobres a nível de luxo. Entre as peças vencedoras do concurso,

De raízes portuguesas, cuja família materna é

está o pendente MIX, inspirado nas grandes

originária de Vieira do Minho e a paterna de

travessias e navegações portuguesas.

origem franco-alemã, a designer nasceu na fronteira da Argentina com o sul do Brasil e

“A

coleção

dividiu

opiniões

dentro

da

cresceu na região metropolitana de Porto

academia e no setor joalheiro. Era a

Alegre, onde se licenciou em Design de Produto

primeira vez que alguém ousava falar de

com especialização em Moda e Joalharia.

ecodesign, sustentabilidade e de materiais reciclados dentro do universo da joia/luxo".

Durante os últimos 7 anos que esteve no Brasil, tinha a vida numa mala, pois dividia residência

As peças foram pensadas como um lego, todas

entre SC e o RS, tanto para lecionar como para

desmontáveis e em estruturas de encaixes e

estudar ou prestar consultorias. “Eu só tenho

dobraduras. Não apenas por serem versáteis,

uma vida para fazer tudo o que eu quero da

fáceis de armazenar e adequadas a várias

vida! Eu chamo isso de fome de vida. A

ocasiões,

pessoa acorda pela manhã, com a certeza

redução da exposição do ourives a emissão de

que há muito para realizar, muito a

gases derivados de solda.

mas

por

sua

sustentabilidade

e

aprender e muito a transformar. E preciso estar onde precisam da minha mensagem e

Quanto ao metais, a prata era reciclada derivada

ação.”

de processos de reciclagem e transformação de metais nobres (negócio de família); através de

Em

2008

concluiu

com

distinção

a

sua

uma técnica que o pai de Valesca desenvolveu

graduação em Design, ao lançar sua primeira

de forma autónoma e autodidata, a partir de

coleção de joias sustentáveis e desmontáveis

resíduos fotográficos e radiográficos.“

inspirada na canção de Ary Barroso – Aquarela do Brasil. A coleção teve lugar de exposição na

A pluralidade entre tecnologia, ciência, cultura,

Universidade

Tecnologia

comércio, negócios, turismo, valores imateriais,

ULBRAtech e na AJORSUL Fair Mercoóptica em

que são tão presentes na agenda 2030 de

Gramado, a maior feira de joias do Brasil.

desenvolvimento sustentável e nos setores da

no

Museu

de

economia criativa, ocorria dentro da sua própria No mesmo período, foi triplamente distinguida

casa de infância. Sendo de fundamental impor-

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-tância nas escolhas que pautaram a sua vida profissional e também académica e o interesse em auxiliar pequenos negócios e pessoas para o desertar de uma consciência mais criativa “Ninguém sabia ao certo como tudo isso se conectava, era uma criatividade inconsciente movida pela necessidade de sobrevivência, cuja inovação e transformação dava sustentabilidade econômica para um pequeno negócio, mas também retirava milhares de litros de poluentes da natureza, que eram transformados em joias novamente. Fazia-se economia circular, sem ter a real consciência desse impacto para a sociedade e para meio ambiente". O seu movimento acabou por render vários frutos de valorização do imaterial, do simbólico. Tornouse embaixadora de design da universidade, que acabou por inserir no currículo do curso a disciplina de ecodesign. Valesca confessa que o olhar para a transformação e a sua verdadeira identidade criativa foram formados muito antes, por influência dos talentos das avós e da mãe tricoteiras, do seu pai e de um professor de ciências no ensino fundamental. Foi através da ciência, que iniciou no desenho. O seu professor, era apaixonado por mimetismo e biomimética, e motivava a empreendedora a desenhar insetos, plantas, reproduzir e misturar sistemas que observavam na natureza e em laboratório.

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“A ciência me ensinou muito mais do que

tornar-se

observar e contemplar a biodiversidade,

nascentes e gestão de inovação, ajudando

me ensinou a entender ecossistemas e seus

universitários e jovens talentos a colocarem um

comportamentos,

a

completamente

consultora

criativa

de

marcas

misturar

coisas

viés empreendedor e prático para resolver

diferentes

e,

problemas sociais, ambientais através de novos

principalmente, perceber que uma pessoa

negócios.

Consolidou-se

como

designer

a

apaixonada pelo que faz tem a capacidade

trabalhar com projetos inovadores, disruptivos e

de mudar o rumo de qualquer história. Sem

na aplicação das metodologias de design para

saber, estava a treinar um pensamento de

impulsionar negócios da Economia Criativa e

design e fundamentar as bases de tudo que

Colaborativa.

trabalho hoje, não só no design, mas na criatividade e na inovação."

Propondo-se a combinar design contemporâneo com técnicas artesanais tradicionais de joalharia

"A maior parte das respostas está na natureza.

e materiais inusitados – assumiu assim o design

Para

enxergá-las,

perspetiva,

pensar

precisamos de

forma

mudar

a

regenerativo e empático como o ADN de seu

sistêmica

e

trabalho.

Algo

que

vai

muito

além

da

aprender a hackeá-la de modo saudável. Às

sustentabilidade e contempla o design thinking

vezes, o olhar curioso precisa apenas de lentes

como ferramenta para construir e transformar os

microscópicas para enxergar que está tudo

futuros que desejamos, e assim gerar negócios e

conectado na vida e no mundo. O problema

marcas mais criativas e sustentáveis.

sempre carrega a solução, então observe mais uma vez."

Com essa premissa, deu aulas de design por todo sul do Brasil, e logo foi premiada com a

Para Valesca, empreender é mais que um

cadeira conceito EcoHelp, no concurso nacional

estilo de vida, é um estado de espírito, é

da Escola de Artes Criart. Uma cadeira feita com

transformação!

é

madeira reaproveitada e pneus de bicicleta. Não

palavra que conhece bem e que a coloca

demorou muito para inaugurar o primeiro

em movimento. Começou a trabalhar cedo

coworking criativo (The Athelier), na cidade de

como artesã, a desenhar e fabricar joias no

Canoas, que albergava seu atelier de Joalharia e

pequeno ateliê da sua família. Joias que

Marcenaria de Experiência (Design Tom), onde os

depois eram vendidas na feira de artesãos

clientes podiam cocriar suas peças juntamente

do Brick da Redenção em Porto Alegre e em

com a designer. Também vários profissionais, das

outras feiras em todo o RS e SC.

mais diversas áreas fizeram residência criativa e

Aliás,

transformação

empreendedora hospedando seus negócios no Essa proximidade e experiência com a realidade

local.

da cultura do artesanato empreendedor, do design e da moda, trouxe experiência para

“A premiação trouxe muito reconhecimento para

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o meu trabalho e tem um grande significado na minha história de desenvolvimento pessoal e como empreendedora. Sempre fui apaixonada pela sensação de pilotar e pedalar. Cada criativo com seu estilo de meditação, risos! Em uma dessas viagens de motocicleta, fui pega de surpresa por uma tempestade e por um objeto que prendeu o pneu dianteiro da mota, me arremessando a muitos metros da estrada principal, na frente de uma camionete. O resultado físico foi desastroso e me rendeu dois anos com o braço direito completamente paralisado. Mas e a premiação? “Como dizem os italianos, “fare di necessità virtù (faça da necessidade uma virtude). Entre fisioterapias e os mais de 16 bloqueios cirúrgicos, aprendi a escrever e desenhar com a outra

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mão e mergulhei em uma qualificação em

"Ainda restava o desafio de fazer o ambiente em

Interiores e Mobiliário da Escola de Design. No

que ficaria exposta durante os 15 dias de

final da formação foi lançado o concurso

votação popular-técnica no maior shopping da

nacional Dança da Cadeiras. Não me achava

região. Concluí as entregas e ainda fiz uns anéis

capaz de participar e procrastinei até a última

e colares com borracha para a composição.

semana." Ganhar esse concurso, naquele momento de Valesca tentava todos os dias me equilibrar para

vida,

voltar a pedalar e alcançar o 'guidão' da bike. Na

empreendedor e criativo, e a certeza de que não

tentativa de fazer um exercício, foi dar uma volta

existe nada no mundo que não se possa

e o pneu furou. Na oficina, deparou-se com

aprender. A criatividade é uma mistura de

pilhas

eram

ousadia e da combinação de se colocar em

destinados a reciclagem. Não eram! Incineravam

movimento usando aquilo que você tem.

ali mesmo, ou descartavam no lixo comum. A

Porém, você tem que estar disponível para

empreendedora

impactada,"

receber, fluir, adaptar-se ao que a vida te

pensando que precisava alertar sobre isso e

envia. As dificuldades abrem portas para

para conscientização sobre o material. Em

redescoberta!"

de

pneus.

Questionou

saiu

de

se

me

trouxe

muito

aprendizado

apenas uma noite desenhei a cadeira EcoHelp e iniciei a fazê-la."

Foi nesse momento desafiador, que Valesca comçou a estudar criatividade mais a fundo e de forma mais técnica, para entender melhor sobre como as pessoas aprendem e solucionam problemas.

E

a

estudar

mais

sobre

o

comportamento criativo e empreendedor. Para Valesca a cadeira foi simbólica, conceitual, e um desafio pessoal superado. Jamais haveria imaginado que um grande shopping de São Paulo

a

contataria

para

encomendar

400

cadeiras. Negou o contrato pois o prazo era curto e não conseguiria ampliar as instalações e maquinas para atender a tal demanda. "Para estrutura, usei as portas do armário da

As lições: "cerque-se de várias pessoas que

cozinha

no

entendam o propósito do seu negócio, elas

momento, e isso foi uma enorme lição criativa)

farão as pontes certas para solucionar os

em 3 dias a cadeira estava pronta e lacada. "

mais diversos problemas. "

(era

o

que

tinha

disponível

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"CERQUE-SE DE VÁRIAS PESSOAS QUE ENTENDAM O PROPÓSITO DO SEU NEGÓCIO, ELAS FARÃO AS PONTES CERTAS PARA SOLUCIONAR OS MAIS DIVERSOS PROBLEMAS"

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"Afinal, quem diz não para um contrato? Quem

encantou-se pela região. E foi assim que nasceu

está despreparado e pode trocar os pés pelas

a consultoria luso-brasileira Figital.Tech que

mãos! Não se empolgue com o ego. Corra

trabalha a criatividade e inovação humana na

riscos

suas

transição do físico para o digital, através de

vulnerabilidades e limitações. A prudência

experiências personalizadas e empáticas para

e o planejamento são fundamentais para

visual

garantir a sustentabilidade e saúde de

eventos e reaprendizagem.

calculados

e

entenda

as

merchandising,

pequenos

negócios,

qualquer negócio.” "A Figital é uma empresa híbrida com core no Os negócios e a consultoria cresceram e a

design thinking, regenerativo e de serviços (UX) e

designer sentiu necessidade de aprimorar

consumo (CX), que atua criando experiências

conhecimentos

em

comportamento

de

design

de

consumo.

serviços

e

únicas e transformadoras para desenvolvimento

Começou

a

sustentável e inclusão dos pequenos negócios no

trabalhar nos projetos de restaurantes, lojas e

digital.

hotéis e ser solicitada para criar experiências diferenciadas físicas e digitais para os espaços.

Ao

pequeno

empreendedor

criativo

faltam

muitos recursos e incentivos não só no Brasil, e a Optou por dar resposta a essa habilidade

educação é com absoluta certeza um fator

através da Especialização em Arquitetura de

determinante para criação de novos negócios,

Interiores para o Mercado de Luxo (UNIVALI),

geração de renda, soluções de problemas e gaps

onde desenvolveu estudos sobre o Design de

sociais, principalmente a educação criativa digital,

Experiências e o Futuro do Consumo na

a qual poucos tem acesso. Por isso, optei por

perspetiva das Gerações Y e Z.

estudar o design afetivo e emocional e a valorização do simbólico e imaterial, no Mestrado

Depois

de

o

em Design de Comunicação de Moda pela

as

UMINHO, para ajudar pequenos negócios na

mulheres empreendedoras e donas de negócios

divulgação, comunicação e notoriedade e incluir

locais, percebeu que poderia contribuir ainda

cada vez mais pequenos negócios criativos no

mais com o desenvolvimento delas na área da

mundo do Omni Chanel."

empoderamento

começar da

a

trabalhar

criatividade

entre

comunicação e criatividade. Novamente teve que replanear a rota, pois o Mestrado em

O projeto piloto já está a ser testado na prática

Criatividade e Inovação que havia planeado

desde abril, e de forma online para qualificação

fazer no Porto, encerrou logo que chegou a

de 40 artesãos da Feira Negra Uberabense no

Portugal.

Brasil, em colaboração com o designer português Edgar Gonçalves Pinto e Ruas e o publicitário

Então, começou a mapear o ecossistema

brasileiro Victor Morais. A proposta tem como

criativo e empreendedor de Braga e arredores e

base a alfabetização em media e artes para valo-

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-rização da diversidade, cultura, comunicação e

-dade e pelo conhecimento em rede.

sustentabilidade. Uma nova forma de promover o consumo consciente no físico e no digital, e

O palco principal foi produzido ao vivo, direto da

que valoriza as pessoas como centro das

Arena Allianz Parque em SP e transmitido para o

relações de consumo.

mundo inteiro.

Foram mais de 12 horas

ininterruptas de conteúdo por dia totalizando 26 World Creativity Day

horas de transmissão durante os dias 21 e 22

A designer é líder global do World Creativity Day

abril.

em Portugal e representa a cidade de Braga. Também atua na articulação e engajamento das

No ano de 2021 participaram 12 países 109

lideranças do World Creativity Organization,

cidades 1351 atividades 55 mil visualizações e

afirmando que “O WCD é o maior festival de

mais de 95 mil bolsas de estudo foram

criatividade e inovação do mundo!“

distribuídas através do festival online, app próprio e de uma feira educacional.

"Em 2017, a ONU - Organização das Nações Unidas reconheceu o dia 21 de abril como a

Em Portugal, participam oficialmente as cidades

data oficial para comemorar a criatividade

de Alverca, Braga, Lisboa, Matosinhos, Porto e

em todo o mundo. Foi estabelecido pela

Santo Tirso, com o apoio informal de agentes

resolução 71/284 adotada na assembleia

articuladores da cidade de Guimarães.

geral das Nações Unidas, como a data oficial para a comemoração do que nos faz

Braga inovou mais uma vez ao apresentar 15

humanos, nossa capacidade de refletir,

atividades, 2 delas com interpretação em Língua

imaginar e criar."

Brasileira

de

Sinais.

A

colaboração

entre

brasileiros e portugueses foi outro diferencial A empreendedora reforça: "em 2018, Lucas

apresentado pela cidade, já que todas as

Foster ativou, por meio do ProjectHub e do

atividades apresentaram um conteúdo inédito

LabCriativo, 13 cidades brasileiras para celebrar

cocriados prévia e especialmente para o Dia

a criatividade por meio de diversas atividades

Mundial da Criatividade. O intuito foi aproximar

acontecendo ao mesmo tempo, em todo o

realidades e gerar ainda mais impacto e

território brasileiro".

aprendizados,

inclusive,

entre

os

próprios

inspiradores. Sediada em Portugal, em 2021, a World

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Creativity Organization apoiou a nova educação

Todos

para o desenvolvimento das habilidades do

plataforma

futuro como forma de ampliar a capacidade

www.worldcreativityday.com/en/portugal/, basta

criativa para recriar as bases da economia e da

filtrar pela cidade.

sociedade pautada pela inovação, sustentabili-

Valesca aproveita e faz o convite para que todos

E MAGAZINE

os

conteúdos

estão

disponíveis

na


participem do WCD 2022. O WCD em Braga teve o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, Susana Bettencourt, Flag, EDIT, Volkswagen Digital Solutions, IADE, Restart, Set.Up Guimarães, Figital.Tech, VivaLab Porto, Tribo de Líderes, Ensin.e Faculdade; “Estamos vivendo uma revolução criativa, digital e humana. Já vínhamos caminhando para uma transição mais acelerada da digitalização e mudança de paradigmas quanto as profissões e habilidades necessárias para o trabalho que se acelerou com a pandemia. A união, colaboração, empatia presentes na rede WCD conseguem auxiliar na evolução individual e coletiva para que as pessoas caminhem em direção a se reinventar. "O WCD assenta em valores como o otimismo (embora existam grandes desafios no mundo, a criatividade humana sempre pode resolvê-los); parceria (nenhuma organização, setor ou pessoa pode construir comunidades criativas sem apoio de uma rede) e crowdsourcing (talento e criatividade estão em toda parte, e precisamos aproveitar isso. A inovação deve começar, terminar e envolver as pessoas para as quais eles foram projetados). As pessoas WCD tem um perfil que se alinha com esses valores e com propósitos maiores como a transformação e o desenvolvimento sustentável" Assim é a empreendedora e designer brasileira Valesca Bender, que tem muita força para liderar grandes transformações e impacto social e que atualmente tem dedicado seus esforços priorizando o fortalecimento e ampliação da rede em Portugal para quem sabe, proporcionar, por meio do World Creativity Day, um palco internacional para transmissão ao vivo para o mundo ou ainda articular outros projetos de alto impacto regional, nacional ou internacional.#

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'PORTUGAL TEM QUALIDADE'

Caro leitor, em primeiro lugar espero que se encontre bem! Para este artigo da E Magazine trago um tema que entendo ser abordado, não esquecido

e

reforçado

sobre

a

qualidade do que é português. E para introduzir o tema vou recorrer a uma fotografia (fotografia 1).

Não! Não irei falar de futebol nem da tão

breve

passagem

da

Seleção

Portuguesa de Futebol pelo Euro 2020… E também não falarei da candidatura Ibérica ao Mundial de 2030 apresentada por Portugal e Espanha, mas sim André Tiago Almeida CONSULTOR DE MARKETING WWW.ANDRETIAGOALMEIDA.PT

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aproveitar uma foto oficial da tradicional troca de camisolas entre as duas altas personalidades dos dois países.


[fotografia 1 | @ FPF]

Ao olhar para esta simples imagem vieram-me tantos pensamentos, tantas convicções que me fizeram e fazem compreender melhor todo o nosso potencial. Analisemos: Espanha é um país do sul da Europa, com uma área de 505 990 km, com uma população de cerca de 47 milhões de habitantes e um PIB per capita de 29.600 USD; Portugal também um país do sul da Europa, com uma população de 10 milhões de habitantes e um PIB per capita de 23.250 USD. Já aqui conseguimos ver que Espanha é “maior” em tudo. Agora, olhemos ainda mais para os pormenores do momento retratado: a entrega de duas camisolas, o nosso Presidente da República entrega uma camisola ao seu congénere espanhol e o Rei de Espanha Felipe VI oferece uma camisola ao seu homólogo. Se repararmos, a camisola oferecida por Portugal está devidamente confecionada, tendo o nome “Felipe VI” sido estampado à semelhança de todas as camisolas usadas pelas seleções. Por seu lado Espanha oferece a Portugal uma camisola com um autocolante estampado na camisola com o nome “Marcelo”. Talvez por ter este defeito do perfecionismo, reparei logo neste pormenor que escapou completamente ao lado de quem organizou aquele momento. Um pormenor tão simples mas que nos dá uma lufada de ar fresco, de esperança de que somos capazes, o que fazemos, fazemos bem, com qualidade, com brio. Não por sermos mais pobres financeiramente que temos de ser também pobres nos atos, nos processos e nas soluções que oferecemos. Portugal tem um potencial enorme, tem conhecimento científico, tem massa cinzenta, tem determinação e tem empreendedores que só querem que não lhes coloquem barreiras aos seus sonhos. Serve este breve artigo para colocar em cima da mesa este tema, esta esperança de que por mais que as coisas pareçam estar más, nós portugueses somos capazes de dar a volta, de fazer mais e melhor, de vencer. Temos Qualidade! Esperemos que os novos decisores políticos que entrarão em cena nos próximos anos tenham a noção e a capacidade de realizar políticas de união, de potenciação do que é português, do que é regional e do que é local. Até lá, vamos nós mesmos assumindo já esse papel também! #

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DUAS STARTUPS PORTUGUESAS ESCOLHIDAS EM SELEÇÃO INTERNACIONAL DE INOVAÇÃO EM NEGÓCIOS DIGITAIS TXT LILIANE MACHADO

O investimento parte da brasileira Brain que quer fortalecer o relacionamento com o ecossistema de inovação de outros países.

O Brain, centro de inovação em negócios digitais, realizou nos meses de junho e julho o processo de inscrições para o Brain Open Edição

Internacional.

startups/empresas

de

A

seleção

outros

buscou

países

para

trabalhar em conjunto. Ao todo foram 152 inscritas de 17 países, entre eles Argentina, Canadá, Chile, Dinamarca, Equador, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, México e Portugal. Ao fim do processo, quatro foram selecionadas para seguirem no programa. O Brain foi fundado pela Algar Telecom e a seleção internacional aconteceu em parceria com o TICE.PT (Polo das Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrônica de Portugal) e o Nexus (hub de inovação do Parque Tecnológico São José dos Campos/SP).

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A proposta era encontrar startups com soluções

- Assetflow (Portugal), que conta com um

nas categorias temáticas de Smart Home/Office,

software de inteligência artificial que analisa o

voltadas para clientes B2B que trabalham em

comportamento e otimiza o fluxo de pessoas;

modelo híbrido (escritório físico e home office);

- Bloq.it (Portugal), que oferece uma solução de

e Espaços de Uso Coletivo, para os que atuam

software universal e padrão para smart lockers;

em locais públicos, com grande fluxo de

- Nexton (Itália), especializada em tecnologias

pessoas e ativos, sejam eles públicos, como

inteligentes de TIC que desenvolve sensores

parques,

externos, usando tecnologia sem fio.

ou

privados,

como

indústrias

e

shoppings. A ideia é que as tecnologias

- Sirros IoT (Brasil ), de soluções de IoT para

desenvolvidas em conjunto sejam replicáveis e

aumentar

levem

indústrias;

em

conta

monitoramento,

bem-estar,

prevenção

e

segurança, melhoria

a

produtividade

e

eficiência

de

da

“Estamos muito felizes pela nossa empresa ter

experiência de consumo. Como critério, as

sido selecionada para fazer parte do Brain Open,

startups precisavam estar no mínimo na fase de

por ter a oportunidade de criar uma parceria

tração e com clientes ativos.

estratégica com a Algar Telecom e entrar no mercado brasileiro. Durante o programa, nossa

Na primeira etapa, 78 startups foram analisadas

ambição é a de conhecer melhor a companhia e

no aspecto da conexão com os desafios do

os seus parceiros para resolver os seus desafios

programa e 14 selecionadas para apresentação

atuais e trazer ainda mais valor para os seus

do Pitch Deck para os executivos do Brain e da

negócios”, comentou Katya Ivanova, CEO da

Algar Telecom. Após a apresentação, foram

Assetflow, de Portugal.

escolhidas quatro:

A próxima fase consistirá em um processo de aceleração

pocket,

voltado

para

o

desenvolvimento de Business Cases para a Algar Telecom. Os negócios serão refinados a partir de workshops, mentorias e provas de conceito. Com isso, as startups estarão preparadas para o Demoday, evento que marcará o encerramento do programa, no mês de setembro. Após essa apresentação final, todas as quatro startups poderão ser escolhidas e dar continuidade ao trabalho

conjunto

com

a

Algar

Telecom,

garantindo a escalabilidade do seu negócio. A iniciativa foi pensada com o objetivo de internacionalizar parcerias de negócio relevantes, com foco em desenvolver soluções aderentes ao

17

E MAGAZINE


mercado e com sinergia para a Algar Telecom.

possui princípios relacionados à colaboração, à

“Para resolver as necessidades ou dores dos

auto-organização e a equipes interdisciplinares.

clientes, o Brain sempre atuou com o modelo de parceria para o desenvolvimento de soluções

Esse formato permite que os times tenham um

disruptivas, trabalhando em colaboração com

desenvolvimento mais dinâmico, focado e com

diversos

uma

entregas rápidas. Além de ser um ambiente

primeira seleção em Israel e tivemos uma

criativo, dinâmico e inspirador, o Brain também

experiência muito boa. Agora, demos um passo

atua com foco em cultura de inovação e

além

mudança do mindset.

agentes

e

externos.

ampliamos

o

Fizemos

programa

para

ecossistemas de outros países, principalmente Portugal e América Latina. Assim, iremos expandir a atuação internacional do Brain e

Sobre a Algar Telecom

incorporar novas trocas de expertise entre

A Algar Telecom, empresa do grupo Algar, possui

diferentes mercados e culturas”, conclui Zaima

um amplo portfólio com soluções de Telecom e

Milazzo, presidente do Brain.

TI para atender clientes corporativos (B2B) e do varejo (B2C). A companhia oferece internet por fibra óptica em ultravelocidade, celular de

Sobre o Brain

qualidade, serviços de voz, dados, e TI, incluindo

O Brain é o Instituto de Ciência e Tecnologia

serviços de cloud e de segurança de redes, além

(ICT) fundado pela Algar Telecom, que possui a

de sistemas de gestão para pequenas empresas.

sua sede em Uberlândia/MG e suas filiais em

Com 67 anos de mercado, possui uma moderna

São Paulo/SP e Recife/PE. Por meio do modelo

infraestrutura, suportada por uma rede de mais

de inovação aberta e parcerias estratégicas, o

de 83 mil km de fibra óptica que serve,

Brain promove o desenvolvimento de soluções

atualmente, mais de 360 cidades, em 16 estados

disruptivas com o foco em Internet of Things

do Brasil e no Distrito Federal. Para todos esses

(IoT), Digital, 5G e Cloud/Edge Computing, para

locais, a empresa investe em um atendimento

as verticais de negócios de Agronegócios e

personalizado, consultivo e eficaz para entregar

Farming, Indústria 4.0, Saúde, Small Medium

cada vez mais qualidade aos clientes.

Business e Smart Spaces. Os novos produtos,

Companhia aberta, não listada em bolsa desde

serviços e modelos de negócio são criados com

2007, a Algar Telecom se compromete com as

o objetivo de simplificar o dia a dia das pessoas

melhores práticas de governança corporativa.

e empresas.

São mais de 4,5 mil associados - como são chamados os colaboradores da empresa -

18

Os times de trabalho do Brain são divididos em

comprometidos em manter um relacionamento

squads e para a execução das novas soluções o

próximo com seus clientes e alta qualidade na

Centro de Inovação utiliza o framework Scrum

prestação de serviços, com práticas sustentáveis

para implementar o desenvolvimento ágil, que

e inovadoras.#

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EMPREENDEDORISMO

SUA EMPRESA, ESTIMULA A CRIATIVIDADE E O EMPREENDEDORISMO DOS SEUS COLABORADORES? RUI PINHEIRO CONSULTOR E EDITOR IN CHIEF DA EMAGAZINE No papel de professor, tenho vindo a conversar

-mente do seu estatuto hierárquico) pode enviar

com os alunos nas aulas de empreendedorismo

sugestões criativas para os seus executivos. A

acerca

Dreamworks é também conhecida por oferecer

da

evolução

dos

conceitos

de

‘empreendedor’ e ‘empreendedorismo’.

bastante formação aos seus colaboradores para incentivar o trabalho artístico;

Tentando fugir neste artigo à sua definição mais economicista (e académica), tenho observado na bibliografia que há uma evolução destes conceitos – enquanto há algumas dezenas de anos um ‘empreendedor’ era alguém dotado de elevadas capacidades técnicas (hard skills), atualmente está totalmente

ligado

a

alguém

com

elevadas

capacidades relacionais e humanas (soft skills). Mais

tarde

surgiu

o

intraempreendedorismo Pinchot

III),

caracterizando

a

uma

colaboradores na empresa possa ser usado para uso

de

Gifford pessoa

empreendedora, mas que empreende dentro de

particular/projetos

particulares

dos

funcionários (o Gmail, o Google Now e o Loon foram fruto deste tipo de projetos); -

conceito

(associado

- a Google permite que 20% do tempo dos

a

Shutterstock

frequentemente

e

o

Facebook

hackatons

onde

realizam juntam

programadores, designers e outros profissionais ligados ao desenvolvimento de software para maratonas de programação.

uma organização (e que proporciona e contribui

E há muitos mais exemplos: a Ernst & Young

para o crescimento dessa mesma empresa,

desenvolveu o "The Innovation Challenge" - um

apesar de a mesma não lhe pertencer), também

concurso

denominado

por

alguns

autores

de

‘empreendedor corporativo’

para

estimular

intraempreendedorismo

onde

os

funcionários

desenvolvem novas ofertas de serviços para seus clientes; a PwC desenvolveu o "PwC PowerPitch",

Muitas empresas desenvolveram já estratégias e técnicas

interno,

a

criatividade

entre

os

e

o

seus

colaboradores: - a Dreamworks permite que os colaboradores da área criativa façam pequenas apresentações, para os executivos com ideias para novas animações, para além disso qualquer pessoa (independente-

um concurso de inovação; a 3M o “Bootlegging Policy", que permite que os funcionários usem 15% do seu tempo no trabalho para projetos criativos; a Microsoft desenvolveu o Microsoft Garage, um programa aplicado em toda a empresa e que incentiva a inovação. E a sua empresa, estimula a criatividade e o empreendedorismo dos seus colaboradores?#

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REVOLUÇÃO SURPREENDENTE DAS STARTUPS

PIC PROXYCLICK VISITOR MANAGEMENT SYSTEM (UNSPLASH)

Sejam bem-vindos à maior revolução da história da humanidade, onde uma simples ideia de negócio pode ter um impacto global na sociedade e transformar a forma como vivemos. Um mundo cheio de oportunidades e desafios.

Fábio Jesuíno CEO & FOUNDER | 3WX DIGITAL CREATIVE AGENCY

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Esta revolução começa com a criação de uma startup, que é acima de tudo, uma iniciativa de uma ou mais pessoas para criarem um modelo de negócios inovador, repetível, escalável e que gere valor. A revolução das startups é claramente democrática, possibilita a qualquer pessoa com capacidades empreendedoras e ideias inovadoras criar negócios de grande sucesso e rapidamente escaláveis por todo o mundo. Na sociedade portuguesa, esta revolução também se faz sentir, com um crescimento nos últimos anos do espírito empreendedor na sociedade. Considero que seja uma oportunidade de ver nascer os “novos Descobrimentos” se aumentarmos o investimento na promoção do empreendedorismo e da criação de startups. Um dos contributos de maior relevo em Portugal na promoção das startups têm sido a criação de incubadoras, concursos de ideias e programas de aceleração, um fenómeno que permite uma ajuda importante e fundamental para capacitar qualquer empreendedor de uma estratégia empresarial com maior probabilidade de sucesso. Nesta revolução, os pitchs estão sempre em destaque. Os pitchs são apresentações com a duração entre os 3 a 5 minutos com o principal objetivo de despertar o interesse do público, sejam eles clientes ou investidores. Depois de muitos pitchs, crescimento e notoriedade, um grupo restrito de startups conseguem alcançar um patamar de grande importância, os unicórnios, o nome que se dá às startups com Um dos contributos de maior relevo em Portugal na promoção das startups têm sido a criação de incubadoras, concursos de ideias e programas de aceleração, um fenomeno que permite uma ajuda importante e fundamental para capacitar qualquer empreendedor de uma estratégia empresarial com maior probabilidade de sucesso. Nesta revolução, os pitchs estão sempre em destaque. Os pitchs são apresentações com a duração entre os 3 a 5 minutos com o principal objetivo de despertar o interesse do público, sejam eles clientes ou investidores. Depois de muitos pitchs, crescimento e notoriedade, um grupo restrito de startups conseguem alcançar um patamar de grande importância, os unicórnios, o nome que se dá às startups com um valor de mercado superior a mil milhões de dólares, onde os portugueses já conseguiram gerar bons exemplos. Uma revolução geradora de novas oportunidades que está a transformar a nossa sociedade a um ritmo alucinante e criando um novo paradigma na inovação. #

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'EMPREENDEDORISMO É MAIS DO QUE LANÇAR UM PROJETO EMPRESARIAL. EMPREENDEDORISMO É PERGUNTAR: E PORQUE NÃO? É NÃO TER MEDO DE ARRISCAR E FAZER ALGO NOVO OU ANALISAR ALGO QUE ESTEJA JÁ NO MERCADO E ADAPTAR A UMA NOVA REALIDADE' TXT RUI PINHEIRO PICS ASSOCIAÇÃO DE MARKETING DIGITAL

ENTREVISTA A FERNANDO BATISTA PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE MARKETING DIGITAL

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Fernando Batista confessa que falar sobre a sua

-soais e profissionais.

pessoa é sempre muito difícil, mas de forma concisa sublinha: 'sou um cristão, benfiquista,

A Associação de Marketing Digital

com uma curiosidade do tamanho do mundo e

Fernando é atualmente Presidente da Associação

que sempre foi autodidata'.

de Marketing Digital, uma associação que tem por objetivo congregar, defender e apoiar os

O atual Presidente da Associação de Marketing

melhores profissionais e empresas que atuem no

Digital tem formação académica na área da

âmbito do marketing digital.

Comunicação

Empresarial,

Marketing

Estratégico e Relações Públicas e confessa que

O empreendedor salienta que a ideia da criação

sempre viu o digital como 'o novo caminho

da Associação provém de um conjunto de

para a comunicação e para a inter-relação

conversas entre diversos profissionais da área do

das pessoas', algo que admite continuar a

marketing

acreditar e a estudar diariamente.

representados por nenhuma das associações

digital

que

não

se

sentiam

empresariais e profissionais já existentes, onde a INFLUÊNCIAS

área de marketing digital era considerado como

Fernando Batista confessa que foi conhecendo

mero jargão e pouco compreendida pelos seus

ao longo da vida várias pessoas que o

dirigentes. Fernando acrescenta: 'daí até à

marcaram: 'no meu caso, tenho tido o

criação da associação foi um pulo. Creio que este

privilégio

excelentes

deve ter sido um dos projetos com mais sentido

profissionais, mas essencialmente pessoas

que tive a oportunidade de acompanhar e

de coração grande, com quem tenho

apoiar, pois temos visto a Digital Marketers a

partilhado ideias, visões e tenho dado

trilhar um caminho de crescimento sustentado,

espaço para ouvir e sonhar os seus sonhos

onde tudo é validado e planeado focado no que

e perceber a sua conduta'. O empreendedor

somos e a quem pretendemos representar'.

de

conhecer

não ressalva um ou outro, por respeito aos restantes, confessando que uma das coisas que

A Associação de Marketing Digital acaba de

desde muito cedo aprendeu foi em não seguir

eleger os seus novos corpos sociais, o que

pessoas, mas sim ideias, é por isso que procura

Fernando considera ser 'uma Super-equipa, de

sempre

ideias

super-heroínas e super-heróis do dia-a-dia que

diferentes, falar, debater e conhecer novas

demonstram o seu saber nas marcas que

visões, para depois assimilar e criar a sua

representam

própria cosmovisão do mundo, com base no

Acrescenta ainda que 'um dos focos ao definir

respeito pelo próximo. Admitindo que daí

esta equipa foi constituir uma equipa focada no

também não ter uma pessoa que tenha

saber fazer. Quando olhamos para o currículo de

influenciado o seu percurso, mas sim um

cada um dos elementos, revemos experiência,

conjunto de pessoas, projetos e desafios pes-

conhecimento e forte ligação aos mais diferentes

conhecer

pessoas,

com

ou

com

quem

trabalham'.

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'UMA DAS COISAS QUE DESDE MUITO CEDO APRENDI FOI EM NÃO SEGUIR PESSOAS, MAS SIM IDEIAS, POR ISSO SEMPRE PROCURO CONHECER PESSOAS, COM IDEIAS DIFERENTES, FALAR, DEBATER E CONHECER NOVAS VISÕES, PARA DEPOIS ASSIMILAR E CRIAR A MINHA PRÓPRIA COSMOVISÃO DO MUNDO, COM BASE NO RESPEITO PELO PRÓXIMO' 24

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setores de mercado. Isto é o mais importante,

projetos empresariais e criação de emprego

experiência, conhecimento e visão de negócio

qualificado no digital. Outro dos nossos focos, e

muito díspares, que nos levam a ter uma

luta diária, é 'desmistificar o papel do profissional

capacidade de compreender melhor o mercado

de digital, o que é, o que faz, o que sabe, como

e atuar mais próximo do mesmo e dos seus

pode potenciar o crescimento do negócio das

profissionais'. O empreendedor sublinha ainda

organizações'.

que a equipa pretende implementar atividades de suporte aos profissionais de digital que lhes permita

crescer

em

conhecimento

para

potenciar as suas carreiras, com bases éticas irrepreensíveis. A pandemia Durante a conversa com a E, Fernando Batista referiu que a pandemia (naturalmente) afetou a Digital Marketers, 'tal como o fez a todas as restantes entidades no mercado'. No caso da associação

fez

repensar

a

sua

atividade,

reavaliar a sua existência e refundar um conjunto de ideias que lhes irá permitir lançar novos projetos e áreas de ação nos próximos tempos: 'alguns projetos foram testados em tempos pandémicos com algum sucesso e que nos demonstraram que estamos a trilhar o caminho correto, o mais difícil é certo, mas o mais correto'.

'Empreendedorismo é mais do que lançar um projeto empresarial. Empreendedorismo é perguntar: e porque não? É não ter medo de arriscar e fazer algo novo ou analisar

O futuro De acordo com Fernando Batista, os planos para o futuro da Digital Marketers passam por continuar

Empreendedorismo

a

solidificar

o

percurso

de

reconhecimento no mercado nacional através do crescimento da sua base de associados, bem como com o reforço das suas ligações com a academia de modo a criar novas oportunidades de criação de know how com bases científicas e promover a criação de novas oportunidades de

algo que esteja já no mercado e adaptar a uma nova realidade. Empreendedorismo é não ter medo de falhar, é ter consciência que seja qual for o resultado alcançado iremos aprender algo que nos ajudará no presente ou no futuro. Empreendedorismo pode ser desenvolvido e promovido dentro das organizações em que nos encontremos, e que falta faz dentro das empresas dar espaço a empreendedorismo! #

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A CORRIDA À PRIVACIDADE DIGITAL A Apple já se comprometeu à privacidade digital dos seus utilizadores com o iOS 14.5, lançado em abril de 2021. A Google prometeu remover completamente cookies – os identificadores tão prolíficos no Marketing Digital – em 2022 e rapidamente recuou, adiando o plano para o final de 2023. O Facebook já teve de se adaptar e em breve as plataformas do Google, como o Google Analytics, também se transformarão radicalmente. O que está a mudar para os utilizadores e qual é o seu impacto para o Marketing Digital?

Diogo Ferreira CO-FUNDADOR DA CHIBIOUS

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É o segredo pior escondido do Marketing Digital:

No entanto, ao longo dos anos, este tipo de

todos somos seguidos quando estamos online.

estratégia tornou-se tão intrusiva e complexa

Há quem até diga que o seu telemóvel ouve

que levou ao surgimento de iniciativas para

tudo o que diz; a realidade é simultaneamente

tentar

muito mais complexa e assustadoramente

privacidade, umas mais bem-sucedidas do que

próxima dessa suspeita.

outras.

Se já viu um anúncio na internet de um produto

O Regulamento Geral de Proteção de Dados

que

visto

Uma das principais iniciativas de defesa da

recentemente numa loja online, ou dá por si a

privacidade digital do utilizador da última década

ver anúncios nas redes sociais que preveem as

será, sem dúvida, o Regulamento Geral de

suas férias ou até o seu aniversário, sabe do

Proteção de Dados, ou RGPD, que foi adotado

que estou a falar, mesmo que não saiba como

pela

funciona. Esse tipo de estratégias no Marketing

finalmente em vigor no final de maio de 2018.

por

completo

acaso

tinha

combater

União

a

invasão

Europeia

em

constante

2016

e

de

entrou

Digital tem por base o tracking (seguimento) do utilizador

nas

suas

atividades

digitais,

A base do Regulamento Geral de Proteção de

recolhendo todo o tipo de informações sobre o

Dados está na proteção dos dados pessoais do

que está a visitar ou o que lhe interessa para

utilizador

conseguir

Europeia (quer o site visitado esteja ou não na

apresentar-lhe

anúncios

“mais

adequados” ao seu perfil.

que

esteja

localizado

na

União

mesma). Essencialmente, qualquer plataforma Web visitada por um(a) utilizador(a) da União

De facto, esta estratégia já não é nova; remonta

Europeia tem de recolher o consentimento

a meados da década de 1990, quando surgiu o

informado e positivo do(a) mesmo(a) para poder

conceito de cookies – ficheiros microscópicos

recolher qualquer tipo de dados pessoais,

que são armazenados nos seus dispositivos

incluindo, mas não limitado a, o seu nome, o seu

digitais com informações privadas que os

número de telefone, o seu endereço de e-mail e

websites

a sua localização.

e

navegadores

podem

depois

consultar. Este tipo de ficheiro, originalmente concebido para gravar o seu estado em certos

Na

prática,

este

regulamento

refletiu-se

websites (por exemplo, se já tem o login feito

sobretudo num bloqueio adicional à experiência

numa loja online, para que não tenha de voltar a entrar sempre que visita uma nova página), foi rapidamente aproveitado pelas agências de marketing, que se aperceberam das suas vantagens para reconhecer, entre outras coisas, produtos e páginas que um utilizador visitou.

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do utilizador, nomeadamente, aqueles pop-ups

empresas envolvidas na criação de apps e

extremamente intrusivos que surgem quando

websites param para os ouvir.

visitamos qualquer website que não tenhamos visitado antes, que nos dão a opção de, com um

Em junho de 2020, a Apple basicamente declarou

singelo clique num botão bastante bonito e

guerra ao status quo da privacidade (ou falta

colorido, “Aceitar” dar as nossas informações

dela) nos meios digitais, através de uma nova

pessoais em troca de “anúncios e conteúdos

funcionalidade

personalizados”, ou ter de dar mais dois ou três

Transparency.

do

iOS:

App

Tracking

passos para escolher “Rejeitar Tudo”. Fora isso, pouco mudou, sobretudo para as empresas que

Esta funcionalidade exige, basicamente, que os

apostam no Marketing Digital para, de uma

desenvolvedores de apps peçam expressamente

forma ou de outra, ganhar a vida.

a autorização do(a) utilizador(a) para recolherem as suas informações pessoais e seguirem as suas

Embora não seja a única iniciativa em vigor ou a

atividades digitais (ou até físicas, através da

ser estudada – já existia uma “Lei das Cookies”

geolocalização).

desde 2002 que está agora a ser atualizada para um novo Regulamento ePrivacy, aprovado em

De certa forma, é uma aplicação mais direta do

fevereiro deste ano após quatro anos em

mesmo conceito por detrás do RGPD – com a

discussão –, é um simples facto que até a

diferença que, enquanto os websites aplicam o

própria Lei, sozinha, não consegue controlar

que se chama de dark patterns (uma experiência

todo o fluxo de dados de milhões de websites

de utilizador pensada de forma a manipular a

dentro e fora da Europa.

decisão de forma vantajosa para a empresa em questão) para influenciar a aceitação de todo o

É aí que entram os oligopólios do digital.

tracking, a Apple dá apenas duas escolhas muito claras: permitir seguir ou “pedir à aplicação” para não

A Apple assume uma atitude (e a Google

seguir, o que é o mesmo que dizer, impedi-las ao

vem atrás)

máximo de o fazer. Para além disso, ao contrário

Será escusado dizer que um dos maiores

do RGPD, isto não se limita à Europa, mas afeta

ecossistemas da atualidade digital está nas

todo o mercado global.

mãos da Apple. Com o sistema operativo do iOS,

28

a Apple controla, sozinha, cerca de 27% de todo

O

o mercado internacional de dispositivos móveis,

subvalorizado. Com esta estratégia teoricamente

para não falar do seu sistema operativo para

simples, o poder passou completamente para as

computadores macOS. Portanto, quando a

mãos dos utilizadores: se não querem que uma

Apple toma uma decisão drástica, todas as

app os siga, basta escolhê-lo. Tendo em conta

E MAGAZINE

impacto

desta

decisão

não

pode

ser


que o Marketing Digital se baseia bastante na

completamente o uso dos infames cookies no

recolha e seguimento desses mesmos dados

seu navegador, o Google Chrome, que é

pessoais, isto foi uma onda de choque no

responsável por cerca de 69% da quota de

mercado.

mercado. Esta mudança, que não afetará apenas questões de privacidade mas também a própria

Embora não o único, o principal afetado foi

usabilidade de grande parte da Web, a qual é

possivelmente o Facebook, cuja proposta de

construída sobre os cookies em diversas formas,

valor para anunciantes se baseia inteiramente

estava inicialmente prevista para 2022, mas foi

nas informações que consegue recolher dos

subsequentemente adiada para final de 2023

seus

devido ao feedback tanto de empresas de

utilizadores

segmentação

mais

para

permitir

aprimorada.

As

uma coisas

publicidade

como

das

próprias

entidades

ficaram tão feias entre ambas as empresas que

defensoras da privacidade, que procuram uma

o Facebook chegou ao cúmulo de pagar um

solução mais equilibrada.

anúncio nos principais jornais norte-americanos a contestar a decisão da Apple, chamando-lhe

Com isto tudo, neste momento, o mundo digital

uma “defesa das pequenas empresas” que

está a meio de uma transformação completa

necessitam dos anúncios no Facebook para

motivada pela privacidade dos utilizadores, a

sobreviver.

qual ainda está muito em aberto e numa fase de transição turbulenta e complicada.

Esta decisão radical por parte da Apple também colocou os seus concorrentes diretos sob maior escrutínio. A Google, cuja subsistência também

O que significa isto para os utilizadores e

depende de anúncios digitais, está no processo

para as empresas?

de lançar aquilo a que chama uma “evolução da

O impacto destas decisões e implementações

web”: a Privacy Sandbox, uma forma de proteger

afeta todas as partes do digital, desde os

as informações pessoais de cada utilizador

próprios utilizadores até às empresas que

agrupando-os em grupos (clusters) com perfis

dependem

semelhantes. No entanto, a receção desta ideia

comunicação.

destes

canais

para

a

sua

não tem sido famosa por parte de concorrentes e anunciantes, os quais veem esta iniciativa

Para os utilizadores, a iniciativa, na teoria, é uma

como uma jogada para a Google ter ainda mais

grande mudança que coloca o controlo dos seus

controlo sobre o mercado dos anúncios digitais.

próprios dados nas suas mãos, algo que, até muito

recentemente,

era

praticamente

Em paralelo com a Privacy Sandbox, a Google

inconcebível no digital. No entanto, dado o

está, também, a tomar passos drásticos por

estado volátil destas alterações e decisões

outros caminhos, mais concretamente, banindo

apressadas, nem tudo será um mar de rosas e

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poderá até levar a piorias na usabilidade de sites e apps – basta lembrarmo-nos novamente dos “pop-ups de privacidade” a que somos expostos diariamente, que não são claros, nem sempre benéficos e muitas vezes até dificultam a utilização das próprias plataformas. A nível do Marketing Digital, muito está ainda a mudar e não parará de mudar tão cedo. As plataformas

para

empresas

do

Facebook

forçaram alterações drásticas e repentinas para tentar acompanhar as alterações do iOS 14.5 e, com o andar da carruagem, mais complicações se avizinharão. Já a própria Google, que defende o abolir das cookies, depende ela própria das mesmas para os anúncios e para as suas plataformas, como no caso da ferramenta de análise do tráfego para sites e apps Google Analytics, a qual está agora a abandonar o uso das cookies para, basicamente, fazer o mesmo tracking (anonimizado) de outras formas menos hostis. De certa forma, esta transformação é só mais um dia na vida do digital, que já viu evoluções tão radicais como o surgimento e crescimento estonteante do mercado dos smartphones, que também exigiu toda uma transformação da forma como se constroem plataformas Web, para não falar do surgimento das apps, entre outros. Dito isso, dependendo da forma como este processo terminar, muito terá de ser reavaliado na forma como se faz Marketing Digital, para o bem e para o mal – e, a isso, só os melhores (ou talvez os maiores) realmente conseguirão sobreviver.#

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As marcas complementam-se e trazem uma abordagem integrada e de mudança ao apoio ao cliente no mundo digital, criando experiências modernas de serviço ao consumidor das suas marcas clientes

WEBHELP ADQUIRE A ONELINK E EXPANDE SERVIÇOS DE EXPERIÊNCIA DO CLIENTE NO CONTINENTE AMERICANO 31

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A Webhelp, líder mundial de experiência do cliente (CX) e soluções empresariais, anunciou a sua intenção de adquirir a OneLink, empresa inovadora em serviços CX digitais, BPO e de tecnologia nos Estados Unidos, Europa, e América Latina. Os clientes OneLink incluem marcas de tecnologia de crescimento progressivo em áreas como a mobilidade partilhada, o comércio eletrónico, a fintech, a tecnologia de fitness e aplicações de pagamentos, entre outros. Os termos do acordo não foram divulgados. Após esta aquisição, que está sujeita à aprovação das autoridades reguladoras relevantes, a Webhelp terá receitas superiores a 2,4 mil milhões de dólares americanos (cerca de 2 mil milhões de euros), com 190 localizações, em 55 países e mais de 90.000 colaboradores a nível mundial. "A Webhelp e a OneLink partilham uma cultura semelhante e os desafios fazem parte da sua mentalidade. Ambos criamos experiências disruptivas no mundo digital que posicionam os nossos parceiros como organizações focadas no cliente, ajudando-os a construir a fidelização à marca e a criar receitas", disse Olivier Duha, co-fundador e CEO da Webhelp. "Juntos, o nosso valor combinado oferecerá aos clientes acesso a localizações adicionais e a capacidade alargada de serviço e apoio ao cliente, bem como a nossa força combinada na inovação de soluções digitais e tecnológicas relativas à experiência do cliente". A Webhelp continua a expandir o seu “footprint” global e a sua oferta de serviços através do crescimento orgânico e de fusões, incluindo 13 aquisições nos últimos cinco anos. A empresa adquiriu recentemente a Dynamicall, agora Webhelp Peru, alargando, assim, as suas operações de apoio aos mercados dos EUA, América Latina e Europa. A adição da OneLink representa uma significativa expansão deste “footprint” em toda a América Latina, apresentando simultaneamente a melhor localização e uma oferta de localização próxima de alto nível para o mercado dos EUA, bem como soluções tecnológicas internas de próxima geração. Duas empresas que apostam nas experiências humanas A chave para o negócio Webhelp-OneLink foi a existência de um portfólio de soluções complementares e um foco na criação de experiências humanas excecionais destinadas a impulsionar o sucesso dos clientes. Ambas as empresas construíram uma cultura de pessoas criativas e apaixonadas, o que as leva a criar valor para os clientes em indústrias tão desafiantes como a da tecnologia de consumo, industrial, comércio eletrónico, saúde e finanças. Num mundo cada vez mais digital, ambas as organizações estão empenhadas em aproveitar os efeitos positivos multiplicadores de reunir pessoas e tecnologia para criar experiências incríveis e perfeitas para os clientes finais. Para além disso, ambas são lideradas pelos seus fundadores, criando uma abordagem semelhante no crescimento de um negócio global com base na força das suas equipas.

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"Estamos muito orgulhosos da nossa equipa de Incredybles, que tem conduzido o nosso sucesso ao longo dos últimos oito anos. Estamos entusiasmados por unir forças com a família Webhelp", disse Eduardo Salazar, CEO e co-fundador da OneLink BPO. “A combinação dos nossos pontos fortes abre oportunidades para continuarmos a ter um impacto real para os nossos clientes, as nossas pessoas e as comunidades onde trabalhamos, impulsionados por uma ambição partilhada de criar valor inclusivo e sustentável". De acordo com Sandrine Asseraf, Diretora Geral do Grupo Webhelp para a América do Norte, o encaixe natural das empresas e equipas foi claro desde a primeira conversa. A abordagem da OneLink com foco no propósito está estreitamente alinhada com a da Webhelp. Ambas as marcas são impulsionadas por uma cultura similar e ambiciosa em que colocam as pessoas em primeiro lugar, e estão dedicadas a causar um impacto real nos colaboradores e clientes, desafiando as velhas formas de criação de engagement e suporte aos clientes finais. Pela Webhelp, a Goldman Sachs Bank Europe SE serviu como consultora financeira exclusiva, enquanto a Latham & Watkins LLP serviu como consultora jurídica. Para a OneLink, a Rothschild & Co serviu como consultora financeira exclusiva, enquanto a Greenberg Traurig, LLP serviu como consultora jurídica.

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MARITA MORENO ABRIU CONCEPT STORE EM GAIA TXT E PICS MARITA MORENO

23 de julho foi a data escolhida para a abertura da loja de Marita Moreno na galeria comercial do Museu da Moda e do Têxtil World of Wine (WOW), no Porto. A nova loja da marca portuguesa sustentável de acessórios de moda, contou ainda com a presença de três marcas de joalharia de autor e três marcas de vestuário, para completar a sua oferta ao público.

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Num projeto concebido e produzido com a Eusébio & Rodrigues e com a colaboração de Virgínia França (CRU Loja) enquanto responsável de loja, nasceU uma concept store sustentável que para além dos acessórios e sapatos de Marita Moreno, recebe ainda as marcas de vestuário Ablesia (Setúbal), Carla Pontes (Barcelos) e Elementum (Caldas da Rainha) e também as marcas de joalharia de autor Carla Matos (Lisboa) e Tea and Oat Cakes (Porto). Com o intuito de atrair mais público à loja e proporcionar uma experiência diferenciadora, foi ainda exposto um projeto especial de ilustração da autoria de Carolina Eusébio (@alakeaforest), aplicada no modelo de sapatos DALI de Marita Moreno, em couro neutro. “Numa altura em que atravessamos desafios que nunca pensámos enfrentar, torna-se essencial reinventarmo-nos e podermos agarrar as oportunidades que vão surgindo e criarmos sinergias que podem beneficiar várias marcas que se encontram na mesma situação que nós”, revela Marita Setas Ferro, diretora criativa e fundadora da marca Marita Moreno. A inauguração desta loja continuou a honrar o compromisso da marca em minimizar o impacto gerado no meio ambiente pelas atividades económicas, bem como alertar o público para a forma como consomem, mudando assim alguns hábitos e mentalidades. A loja vai está aberta às 6ªs feiras das 11h00 às 21h00, aos sábados e domingos das 10h00 às 15h30 e nos restantes dias das 11h00 às 20h00. Marita Moreno junta-se assim à experiência WOW, onde é possível encontrar seis museus temáticos, onde se incluem The Wine Experience, Planet Cork e Porto Fashion & Fabric Museum, vários restaurantes, entre outras lojas. Sobre a Ablesia Ana Evaristo é a fundadora da marca ABLESIA, uma marca minimalista de vestuário feminino que pretende criar peças de qualidade e que perdurem no tempo. ABLESIA compromete-se a respeitar os standards étnicos, bem como a Natureza contribuindo de várias formas para melhorar o estado do meio ambiente. A matéria-prima que utiliza advém de excedentes de produção de fábricas portuguesas, evitando assim que os materiais acabem em aterros produzindo lixo. Utiliza apenas um tamanho único, que se adapta à maioria de todos os corpos, e esse aspeto simplifica a produção e evita a acumulação de stock. Sobre a Carla Pontes Carla Pontes cresceu entre aulas de ballet e o negócio têxtil da família, adquirindo sensibilidade artística e conhecimento de materiais e métodos produtivos. As propostas de Carla Pontes desenvol-

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- vem-se sob influência da linguagem minimalista e do cuidado com os materiais aplicados em peças de carácter urbano. Cada peça é encarada como um objeto tridimensional polido de desenho apurado, pretendendo-se envolver e dar continuidade ao corpo humano. Sobre a Elementum A Elementum foi fundada em 2007 pela designer Daniela Pais, com a visão de mudar a forma de produzir e usar o vestuário. A Elementum é uma marca sustentável portuguesa construída sobre o princípio de Zero Waste/ Desperdício Zero e o design das coleções é multifuncional e intemporal. A Elementum utiliza apenas fibras naturais, como algodão orgânico (com certificação GOTS), linho e ou fibras regenerativas de baixo impacto ambiental como o cupro ou o lyocell. Para as impressões, trabalha exclusivamente com pigmentos naturais e com serigrafia manual. Sobre a Carla Matos CARLA_M é uma marca de joalharia contemporânea portuguesa que teve o seu início em 2009, em que as suas peças nascem de uma constante procura por novos valores estéticos e funcionais em materiais inesperados: papel de parede, borracha, acrílico, aço, elástico, fibra de carbono, 3D print e outros componentes industriais. Através do upcycling & recycling, dá uma nova vida e sentido aos materiais, reinterpretando as suas funções e desafiando os nossos sentidos. Sobre a Tea and Oat Cakes Isabel Ramos, fundadora da Tea and Oat Cakes, nasceu em 1981, no Porto. Licenciada em Joalharia pela Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos e pelo Centro de Formação Profissional da Indústria de Ourivesaria e Relojoaria, com especialização em Cinzelagem e Pratas Graúdas. Desde 2012, desenvolve a sua marca, dando continuidade a uma tradição familiar de gerações cuja inspiração combina formas orgânicas e exploração de ideias por meio do desenho e técnicas de produção artesanais. #

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EVENTO ONLINE NÃO É

VIDEOCONFERÊNCIA

Liliane Machado JORNALISTA E CRIADORA DE CONTEÚDO EM TEXTO E EM VÍDEO

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Falamos sobre os eventos online que invadiram a internet em tempos de pandemia. Lives, webinares, encontros empresariais, web convenções e mais uma infinidade de nomes para as reuniões feitas através da internet. O que todos têm em comum? A resposta: gente. E é disso que vamos falar. Se tem uma coisa que deu um salto positivo nos últimos anos foi a normalização do trabalho remoto. Digo isso por experiência própria, pois para mim esse formato já estava concretizado mesmo antes da pandemia. Sei que nem todas as pessoas se adaptam facilmente, e apoio formatos híbridos em que os profissionais se encontrem presencialmente em momentos eventuais. No entanto, precisamos assumir que trabalhar remotamente é uma exigência do mundo atual e do momento pelo qual estamos passando. É claro que nem todas as funções ou profissões se enquadram nesta forma de trabalho, mas o número de pessoas que precisam somente de um computador e um sinal de internet para trabalhar só aumenta. Ok, estamos falando de trabalho, mas e os eventos? E neste caso, me refiro apenas aos eventos corporativos, educacionais ou semelhantes. Não falo de eventos culturais, como espetáculos e apresentações, pois estes têm outro foco. Falamos sobre os eventos online que invadiram a internet em tempos de pandemia. Lives, webinares, encontros empresariais, web convenções e mais uma infinidade de nomes para as reuniões feitas através da internet. O que todos têm em comum? A resposta: gente. E é disso que vamos falar. A primeira coisa que precisamos ter em mente é que evento online não é uma simples vídeo conferência ou vídeo chamada, em que cada um fala um pouco, enquanto os outros participantes tem grande chances de se dispersarem por qualquer motivo. Porém, é exatamente o que tenho visto em grande parte dos eventos dos quais tenho participado. Horas de retórica, seguida de problemas técnicos, falha de sinal e uma mistura de cansaço com falta de criatividade. Se trabalhar online ainda é novo para muita gente, organizar eventos online atrativos e bem feitos é desafiador para a maioria das empresas. Aqui vejo duas soluções básicas. Ou a empresa terceiriza esse job, contratando uma outra empresa ou profissional que tenha o know how suficientes para produzir e colocar em prática um evento online decente, ou então é preciso capacitar pelo menos um integrante da equipe para que aprenda como se faz. Não há outra maneira. Aprender a fazer algo que já era feito, mas com um novo formato, uma nova proposta. Isso é essencial para o negócio, caso contrário é provável que o evento seja um fracasso

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vergonhoso. Vamos a um exemplo prático. Há alguns meses fui pescada por um evento online promovido por uma entidade luso brasileira e que pretendia fomentar a relação entre Brasil e Portugal. Estavam presentes o embaixador brasileiro em Lisboa, empresários bem-sucedidos, gente bem relacionada e com forte influência entre os dois países. Tinha tudo para ser, no mínimo, interessante. Não foi. Falhas de áudio, confusão com os participantes, 40 minutos de pessoas se apresentando, o primeiro palestrante se perdeu na divisão das telas. Um desastre. Resumo, não consegui acompanhar, me irritei, achei uma falta de respeito e saí da sala sem ter aproveitado nada. Minha percepção como profissional de comunicação foi a seguinte: 1. Evento on-line é diferente de presencial. Descartem apresentações formais. Deixem isso para o email de confirmação da inscrição. 2. Interajam com quem está no evento durante a apresentação. Isso é fundamental principalmente na largada. Alguém da organização com interação no chat é fundamental para entender o retorno real time. 3. Se isso for complicado para a equipe organizadora, contrate um profissional. O barato sai caro e o resultado pode ser desastroso. Entendo que estamos em uma fase de adaptação, mas quando falamos de serviços digitais não é aceitável repetir erros condenáveis. Quer fazer um evento na empresa em tempos que não é possível reunir pessoas presencialmente? Conheça seu público e entenda o que ele quer. Qual a geração deste público? Quanto mais jovens, maiores serão os desafios. Quem nasceu dominando a internet não suporta e nem admite o mínimo de demora ou enrolação. O ser humano ainda vai aprender muito com as exigências impostas pelas adversidades recentes e pela necessidade da tecnologia para realizar seu trabalho. Porém as pessoas são moldadas pelas experiências, por isso vamos a mais um exemplo prático, desta vez positivo e que aconteceu uma semana depois de ter participado daquela videoconferência desastrosa. A empresa tinha foco em marketing e tecnologia e sabia o que estava fazendo. A temática era levar o participante para ter a experiência em Marte, já que na Terra os eventos presenciais estavam interrompidos. O transporte foi feito por uma animação na tela, em poucos segundos e muitos efeitos sonoros e visuais depois, os participantes aterrissavam em Marte, onde o apresentador do evento dava as boas vindas e falava a programação do dia. O apresentador estava sentado em uma poltrona e aparentemente estava mesmo em Marte, com um deserto enorme atrás dele e uma atmosfera avermelhada ao fundo. Ele explicou que o ambiente foi

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previamente preparado e por isso não precisaríamos usar nenhum uniforme da Nasa. Em um telão ao seu lado apareciam os nomes dos palestrantes e o tempo que cada um deles iria falar. Nada demorado e tudo muto dinâmico. Resultado, uma hora se passou, eu nem percebi, aprendi, me diverti, me senti em Marte e pude interagir várias vezes quanto quisesse. Será que um evento desses deu trabalho? Teve custos? Envolveu muita gente? Com certeza, para todas as respostas. Mas com certeza também foi uma experiência incrível para quem participou. Se é essa a ideia de um evento, é assim que ele tem de ser. Surpreender, tocar e inovar, afinal estamos falando de gente, e se não der para sentir, não fará sentido. Enquanto um evento desse porte está no ar, profissionais estão nos bastidores, ou então já prepararam o roteiro previamente. Operadores de áudio e vídeo estão atentos para que tudo saia perfeitamente como foi testado. Designers passaram horas criando e produzindo as artes que encantam os olhos e os ouvidos do público. Produtores passaram dias fazendo contato com os convidados, que preparam conteúdos curtos, porém eficientes. Especialistas em mídias digitais dedicaram tempo e utilizaram a estratégia correta para atrair o público certo para o evento. Isso não é visto e é pouco valorizado, mas faz total diferença. Enquanto eu escrevia este artigo publiquei uma enquete no meu perfil do Linkedin perguntando o seguinte: “Você tem participado de eventos on-line? Como tem sido a sua experiência?”. A maioria das pessoas respondeu que na média funciona bem. Eu particularmente acho que ainda precisa melhorar muito, pois não tem o mesmo efeito de experiência e aprendizado de um evento presencial. Um amigo que trabalha com comunicação e transmissões em vídeo me confirmou que 2020 foi o ano em que ele mais recebeu pedidos de orçamentos e consequentemente teve menos aprovações. Os clientes respondem que é caro e preferem assistir a uns tutoriais e usar uma webcam que tem em casa. É exatamente esse o pensamento de quem continua insistindo em eventos medíocres e sem propósito. Fazem apenas para cumprir tabela e não compreendem que seria melhor não fazer nada do que entregar algo mal feito. Afinal, você não precisa fazer um megaevento ou levar o seu público para Marte, mas é uma obrigação se adaptar a esta nova realidade e fazer o máximo para que a pessoa que dedicou algumas horas do tempo ao seu negócio tenha uma experiência agradável. Por fim, fica o meu pedido, pare de fazer chamadas de vídeo com convidados e chamar isso de evento online.#

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'EMPREENDEDORISMO ESTÁ RELACIONADO COM A IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS REAIS E A CRIAÇÃO DE SOLUÇÕES' TXT RUI PINHEIRO PICS MARCO LAMAS

ENTREVISTA EXCLUSIVA MARCO LAMAS PROFESSOR, ORADOR E GESTOR NA ÁREA DO EMPREENDEDORISMO & GESTÃO ESTRATÉGICA

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Marco Lamas nasceu em Moçambique e veio morar para a Leça da Palmeira, trabalhou em restaurantes, bares e numa discoteca, criou a 1ª empresa em 1997 e a 2ª em 2000. Hoje é professor, orador e gestor na área do empreendedorismo & gestão estratégica. Entrevistamos Marco Lamas e contamos tudo nas próximas linhas.

Marco Lamas começou cedo a sua atividade, trabalhou em restaurantes, bares, numa discoteca, nos Censos, na área comercial, no sector imobiliário, automóvel e seguros. Criou a 1ª empresa em 1997 (liga ao ramo da Administração de Condomínios) e a 2ª em 2000. Em 2003 iniciou a sua ligação com o Ensino Superior, como professor (nas áreas de gestão, estratégia e empreendedorismo) mas também assumindo cargos de gestão, nomeadamente relações internacionais e posteriormente assumindo a Administração de uma universidade. Em simultâneo criou um centro de apoio ao empreendedorismo e criação de empresas (a primeira entidade em Africa a integrar como membro, a European Business and Innovation Centre Network - EBN). Criou ainda mais algumas empresas mas a ligação com o Ensino Superior foi crescendo até se tornar na sua atividade principal. Hoje em dia a docência e investigação na área de empreendedorismo ocupam a maior parte do tempo de Marco, desempenhando ainda atividades de formação e consultoria. Marco Lamas tem uma Licenciatura em Relações e Cooperação Internacionais, um Doutoramento em Educação (Educação em Empreendedorismo) e um Pós-Doutoramento na mesma área. Está atualmente a fazer um 2ª Doutoramento na área da Gestão com foco em modelos de negócio. Fez várias formações de curta duração, e ainda dois cursos de Pósgraduação em Direção Estratégica na Universidade Politécnica da Catalunha, destacando que: 'tenho como objetivo aprender todos os dias algo de novo, seja em educação formal, não formal ou informal, aprendemos tanto numa sala de aula como num café, desde que estejamos abertos a isso'.

INFLUÊNCIAS Sobre as pessoas que influenciaram o percurso de Marco, o Professor destaca que 'foram vários e certamente ainda serão mais, às vezes são pequenos detalhes de uma conversa que

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fazem toda a diferença'. Mas destaca um professor que lhe fez encarar a estratégia empresarial de outra maneira, que o fez querer aprender mais e mais sobre o tema. José Fernando Pinto dos Santos, professor no INSEAD e na Universidade Católica do Porto. Marco destaca ainda o seu pai, verdadeiro empreendedor que partiu aos 21 anos num barco

rumo

ao

desconhecido

em

Moçambique, tendo começado a trabalhar por conta de outrem mas rapidamente lançando o seu próprio negócio e desde ai até à reforma trabalhando tanto em Moçambique como em Portugal, criando do zero um novo negócio.

O INTERESSE PELA TEMÁTICA DO EMPREENDEDORISMO O empreendedor assume que o bichinho pelo Empreendedorismo surgiu cedo: 'sempre fui alguém mais focado na ação, em fazer acontecer. Sendo, no entanto, a

teoria

fundamental para desenhar e organizar processos, só se os implementarmos é que criamos efetivamente valor. Como referi, criei em 1997 a minha 1ª empresa e depois disso, outras empresas mas apenas percebi quando iniciei a minha ligação ao ensino superior, o que queria ser quando fosse grande (sim, descobri tarde, eu sei), partilhar conhecimento e experiência e, mais do que isso, ajudar outros a empreender'. A partir daí a aposta foi clara e Marco quis (e quer) apreender tudo o que seja possível sobre

o

assunto,

Educação

e

Empreendedorismo. 'É uma viagem sem fim, porque há ainda muito para aprender'.

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O TRABALHO NA ÁREA DA EDUCAÇÃO PARA O EMPREENDEDORISMO 'A educação em empreendedorismo é o meu foco, mas mais do que isso, ajudar outros a criar, expandir ou reestruturas empresas e organizações sociais, levando-os a aprender o que devem fazer mas tão ou mais importante, o que não devem fazer, evitando que cometam os mesmos erros que eu e tantos outros cometem. Marco Lamas sublinha que é o que gosta de fazer e faz agora em 2021 com o mesmo entusiasmo e dedicação (provavelmente mais) do que o fazia quando iniciou esta jornada. Atualmente trabalha na área da educação para o empreendedorismo no ISCAP do P.Porto como professor e investigador e ainda na Porto Executive Academy do ISCAP (Porto Executive Academy - ipp.pt), onde é membro da Direção e Subcoordenador e ainda director de 3 Pósgraduações, Criação e Desenvolvimento de Negócios (Criação e Desenvolvimento de Negócios — Porto Executive Academy - ipp.pt), Ciência, Empreendedorismo e Inovação (Ciência, Empreendedorismo e Inovação — Porto Executive Academy - ipp.pt) e Inovação Lean (Inovação Lean — Porto Executive Academy - ipp.pt).

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O FUTURO Para o futuro Marco Lamas pretende continuar a trabalhar para criar programas de formação (principalmente Pós-graduações) que sejam 'verdadeiros laboratórios de empreendedorismo. Para isso é importante criar conteúdos de qualidade, reunir equipas extraordinárias (professores, mentores e potenciais investidores) e estabelecer parcerias com o mundo empresarial e associativo. É fundamental trazer o mundo empresarial para o mundo académico, ter empreendedores a partilhar o seu percurso e as suas experiências, de sucesso e insucesso, business angels e capital de risco disponíveis para investir'. O empreendedor sublinha que este ano a Pós-graduação em Criação e Desenvolvimento de Negócios conseguiu materializar isso mesmo, tendo projetos de alunos a serem apresentados em eventos internacionais e na 17.ª Final Regional (Politécnico do Porto) do Poliempreende os três primeiros lugares (com direito a prémio) foram atribuídos a projetos da Pós-graduação, e o primeiro lugar, Stopanic irá estar na final nacional em Setembro. 'Há claro muito espaço para melhorar e é isso que pretendo continuar a fazer. Haverá, claro, novidades em Setembro, estamos a falar de Empreendedorismo, por isso precisamos de inovar constantemente'. 😊

EMPREENDEDORISMO 'Haverá significados diferentes para diferentes pessoas, para mim Empreendedorismo está relacionado com a identificação de problemas reais e a criação de soluções (baseadas em inovação, em qualquer fase do processo) que permitam criar valor para os promotores, para os acionistas mas também e principalmente para a sociedade.#

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ESCOLA DO

EMPREENDEDOR

Para os nossos seguidores, somos uma das mais dinâmicas e influentes plataformas de conteúdo dedicadas às temáticas do empreendedorismo, da empregabilidade e inovação. Através do nosso blog e da revista Emagazine. Para as escolas, universidades e empresas, somos apaixonados pela partilha de experiências e pela dinamização de iniciativas, que visam formar para o empreendedorismo e contribuir para a promoção da empregabilidade. Dinamizamos workshops, talks e programas de aceleração de ideias de negócio. Se fazes parte de uma escola, universidade ou uma empresa e pretendes saber mais sobre os workshops e as talks, fala connosco através do e-mail ola@escoladoempreendedor.pt WWW.ESCOLADOEMPREENDEDOR.PT


NEXT STEP: À PROCURA DE INVESTIMENTO… E AGORA? – PARTE 1

Seed Funding, VC, Business Angels, Pitch, Pre-Money Valuation, Liquidation Preference, Anti-Dilution… vulgo estrangeirismos que adotámos e que nos invadem assim que entramos no mundo do investimento. O dinheiro, ou a falta dele, pode ser uma barreira à entrada de um projeto no mercado ou crucial na sua sobrevivência. A falta de dinheiro é uma das razões mais comuns pela qual muitas startups falham. Do outro lado do espelho, convivemos com gigantes tecnológicas e unicórnios da nossa praça mundial que cresceram graças às várias rondas de investimento.

Rita Trabulo ADVOGADA COORDENADORA DA STARTINNOVATION TEAM BY CCA

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Mais do que perguntar quando é a fase ideal para procurar investimento, é preciso responder ao PORQUÊ? Para que uma ideia se transforme num produto sólido, vai ser necessário ter uma equipa maior constituída por especialistas de topo, ter-se-á de investir na produção e suportar os seus custos, sem esquecer o investimento que vai ser necessário ao nível da Investigação e do Desenvolvimento. Para tudo isto… é preciso dinheiro! Mas falar de investimento é ir além do dinheiro que será trazido pelos investidores. Devemos ter também presente que os investidores têm um valor adicional, pela sua experiência, área de atuação e networking. Posto isto: anda à procura de investimento, certo? Qual o caminho? Podemos ir desde autoestradas a caminhos locais, mas existem regras que serão sempre comuns e constroem uma boa casa de partida. Vamos assim explorar estes primeiros passos e ideias: 1. Quanto e para quê? Os founders devem perceber o quanto precisam e o para-quê. Estabelecer prioridades. Perceber também quanto tempo têm e de quanto tempo precisam para fechar uma ronda. Mais do que perguntar “ao tempo quanto tempo o tempo tem…” perguntem-se a vós próprios, quanto tempo têm sem recorrer a investimento e quanto tempo precisam para o ir buscar. O tempo é importante principalmente quando se joga com a sobrevivência do negócio. Estruturar o calendário de investimento em consonância com o plano de negócios e orçamento da empresa será sempre um bom ponto de partida. 2. O PITCH DECK. O segundo passo é a elaboração de um Pitch Deck bem estruturado, com as perguntas mais relevantes e com as respostas claras: Porquê? Como? Onde? Quanto? Quem? O quê? Para quê? Queremos saber qual o problema, qual a solução que apresenta e como esta o vai resolver. O que já existe em termos de concorrência? Qual o modelo de negócio? Qual a estratégia de marketing e de crescimento? Quem é a equipa? Perde-se, nas contagens, o número de pitch decks e contactos que chegam aos investidores. Vários estudos e curiosidades calculam que o tempo médio que um investidor dedica à análise de um pitch deck é pouco mais de 3 minutos… Por isso, se querem conquistar… tem de ser com algo que seja “Ver para Vencer”. 3. A casa arrumada. O investidor vai querer conhecer a sociedade e não vai olhar apenas para números. É importante que tudo o que seja relacionado com direitos de propriedade intelectual, esteja registado e em nome da sociedade, que os contratos de trabalho estejam formalizados e de acordo com a lei, os key employees bem defendidos e as relações entre founders bem claras e definidas… Esta arrumação inicial vai facilitar a criação de um Data Room que reunirá a informação que o investidor vai

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querer analisar antes de fechar o acordo de investimento. É a chamada Due Diligence do investidor à Startup e aos founders. Preparar de antemão esta informação é um passo importante nas rondas de investimento e na delimitação temporal necessária à concretização deste. Afinal… Time is money. 4. Criar uma lista de investidores. Elencar os possíveis investidores, Business Angels e os Venture Capital (VC) existentes e com potencial para investir… e ir mais além. Qualificá-los. Saber como é feita a gestão dos investimentos, quem compõe a equipa de investimento, pedir referências, ver os portfólios e falar com empresas já investidas. A Due Diligence e os trabalhos de casa (os saudosos TPC) servem para os 2 lados. Os founders podem (e devem) fazer a sua Due Diligence ao investidor. Mais, procurar investimento especializado. Perceber o que existe no mercado e o que será interessante e benéfico para a startup. Recordando o que já aqui foi escrito: os investidores podem trazer mais do que dinheiro. Podem trazer know-how, contactos, experiência. Procurar investidores especializados em determinados nichos de negócio ou em áreas e setores de atuação pode ser um caminho a seguir. Encontramos muitos players do lado dos investidores. Enumerando apenas três típicos perfis vamos desde os 3 Fs, i.e., Family, Friends &… Fans (FFF), passando pelos Business Angels até chegar aos VC. Importante é, portanto, perceber a fase em que se encontra a startup e fazer o match entre o montante de investimento pretendido e o tipo de investidor. 5. Qual o tipo de investimento? Qual o tipo/forma de investimento que se adequa ao valor pretendido e à fase em que se encontra a Startup? Exemplificando, para uma startup com um ano de vida, em preseed stage, que está a procurar investimento pela primeira vez, não tem uma pre-money valuation (ou seja, não houve ainda avaliação da empresa, prévia ao investimento) e que pretende levantar EUR 80.000, junto de Business Angels ou dos FFF, o mais indicado será obter esse investimento via SAFE (simple agreement for future equity) ou convertible notes, ambos permitindo a entrada imediata do dinheiro na sociedade, sem atribuir ao investidor uma participação no capital social da mesma. Outra opção poderá ser o recurso ao crowdfunding, o financiamento colaborativo que visa a angariação de contribuições monetárias por investidores individuais e que pode assumir várias formas, sendo as mais adequadas ao tema em apreço: o rewards-based crowdfunding e o equity-based crowdfunding. Seguindo o ciclo financeiro de uma startup, à medida que vão aumentando as receitas, bem como os valores dos tickets de investimento, passa-se para as early e growth stages e para um investimento de Venture Capital (VC), com as várias rondas e séries… A, B e C. Poderão seguir-se os Mezzanine, as operações de M&A e as alianças estratégicas que assumem igualmente um papel importante neste ciclo financeiro, já em fases mais avançadas e maduras da empresa, até se atingir, quando acontece, a fase das ofertas públicas iniciais, que também conhecemos como IPO.

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6. O encontro de interesses. Mais do que um conflito, o processo de investimento deveria ser um encontro de interesses. Haverá sempre opostos e na mesa das negociações jogam-se as cartas das cedências. Nesta primeira abordagem, mais lata, ao processo de investimento, gostaria de terminar com esta ideia, que o ajuda a caracterizar. Por um lado, os founders querem dinheiro para avançar com o projeto e crescer, gerar mais receitas, alimentar a equipa, aperfeiçoar e proteger o produto e a empresa. Do outro lado, os investidores querem proteger o investimento e o seu retorno, querem participar nos lucros e fazer isso acontecer. Se uns querem seguir com o poder de decisão, os outros querem ter uma palavra a dizer. Se uns querem liberdade de saída, os outros querem uma garantia de que isso só acontecerá quando estiver assegurado o retorno do investimento. Esta dança de interesses é depois espelhada e transcrita para os acordos de investimento e demais documentação que assinala o compromisso entre startup, founders e investidores. Numa próxima oportunidade veremos com mais detalhe como se traduzem, estes interesses, em cláusulas típicas destes acordos. Até lá, ficam os primeiros passos e as ideias gerais. Dizem que Time is Money, mas tal não significa correr atrás do prejuízo. Significa sim estruturar, planear, preparar e seguir em frente!#

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'É NO CONCEITO “À MEDIDA” QUE SE ENCONTRAVA O FATOR DE SUCESSO DO MEU NEGÓCIO: PERSONALIZAR O ATENDIMENTO À NECESSIDADE DE CADA CLIENTE' TXT RUI PINHEIRO PICS HOME TAYLORS

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A Home Tailors é uma Marca do ramo imobiliário que tem vindo a crescer, tendo alcançado o seu melhor resultado em 2020, com um crescimento superior a 200%. Fomos conversar com David Carapinha, CEO & Founder da Home Tailors e contamos tudo neste artigo. David

Carapinha

nasceu

num

bairro

do

imobiliário

foram

duros:

'faltava-me

Concelho de Almada, na década de 80: 'em

conhecimento e dinheiro para investir na

criança sempre quis ser professor de história,

atividade. Mas estava determinado a ter

mas a paixão pela tecnologia e pela televisão

sucesso e procurei negócio porta-a-porta,

ditaram outro rumo'. Quando terminou o

todos os dias' David sublinha que tinha

secundário

ensino

sobretudo uma enorme 'vontade de vender'.

Politécnico, ingressando na licenciatura de

Após os primeiros seis meses a sua carreira

Audiovisual e Multimédia. Logo no 1º ano e em

como consultor imobiliário começou a ganhar

resposta a um anúncio do gabinete de estágios

forma e os resultados dispararam. Nesta fase o

da Escola Superior de Comunicação, iniciou a

empreendedor já acreditava que podia ser um

sua carreira profissional no Departamento de

projeto para a vida e o que começou por ser

Comunicação do Instituto Piaget, no qual

um acaso, tornou-se mesmo uma paixão.

optou

por

seguir

o

permaneceu por 6 anos, até terminar a licenciatura e posterior mestrado em gestão

Após alguns anos a trabalhar no sector, David

estratégica. 'Percebi durante esses anos que o

sentiu a necessidade de desenvolver algo

que mais me motivava profissionalmente era

diferente: desde o início que criei um plano a

comunicar'.

curto prazo, um plano a 5 anos, que me permitia

desenvolver

a

atividade

como

Em 2010, fruto da crise que se fazia sentir, ficou

consultor imobiliário, mas também chegar a

desempregado. Mas confessa que sempre

outro caminho: ter o meu negócio próprio'.

acreditou na máxima “a necessidade aguça o

Enquanto

engenho”, após algumas tentativas fracassadas

empreendedor identificou algumas questões

em outras áreas profissionais, decidiu abraçar o

que achava que não funcionavam tão bem e

desconhecido

mercado

procurou soluções que servissem melhor o

imobiliário com uma dose certa de ingenuidade

consultor imobiliário e o cliente. 'E assim

e força de vontade: 'Acreditei que seria algo

nasceu a Home Tailors, colmatando essas

transitório, até encontrar algo melhor'.

falhas que tinha encontrado'.

Os

primeiros

consultor

e

apostou

meses

na

no

atividade

de

consultor

imobiliário,

o

Home Tailors: muito mais do que uma empresa de mediação imobiliária

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De acordo com David Carapinha, a criação da

conhecimento

Home Taylors surgiu da procura de um fator

imobiliário, 'é esse um dos pontos fortes da

diferenciador para uma nova marca, tendo

empresa. Sabemos como e onde promover, o

encontrado 'a necessidade de um serviço de

que tem um impacto enorme na identificação

confiança, um processo administrativo rápido,

do comprador alvo, em vez de seguir a

uma

banalização na promoção do imóvel. Assim,

promoção

de

qualidade

e

um

acompanhamento personalizado'.

na

vertente

do

marketing

desenvolvemos um serviço adequado a cada comprador, apelando ao individuo e não às

O nome da marca Home Tailors surgiu numa

massas'.

viagem a Londres, durante uma visita ao Camden Market:

'passando

no

local,

artistas

que

colaboração de 110 profissionais, distribuídos por

desenvolvem peças únicas, percebi que era

várias áreas como: comercial, marketing, projetos e

exatamente no conceito à medida que se

formação. David reforça: 'a grande maioria está

encontrava o fator de sucesso do meu negócio:

dedicada ao serviço ao cliente, entre o atendimento

personalizar o atendimento à necessidade de

em loja, avaliação imobiliária e a pura consultoria.

cada cliente. Tendo em atenção as lacunas que

Nos departamentos de marketing e formação, tem

identifiquei

sector

colaborados exclusivos da rede, mas também

imobiliário, desenhei um projeto onde todos os

recorre a formação e a equipas de imagem externa,

consultores têm acesso a uma bolsa individual

sempre que necessário consoante o processo. O

de formação anual em diversas áreas, com mais

ano de 2020 foi o melhor ano da Home Tailors,

de 150 horas, na qual todos os recursos de

desde a sua criação, com mais de 45M de

promoção são disponibilizados gratuitamente

euros em imóveis transacionados, um valor

aos

superior ao ano anterior por 230%.

observando

umas

todos

na

aqueles

oferta

consultores'.

horas

A

existente

parte

no

disso,

David

A

Home

Tailors

conta

atualmente

com

a

implementou um plano de carreira com base no mérito, contando com comissões evolutivas e

'O mercado alvo é o proprietário que pretende um

também prémios de produtividade.

serviço eficaz e de qualidade, que a Home Tailors garante. Olhando para os últimos anos, o mercado

O empreendedor reforça que 'o processo de

nacional continua a ter maior representação, mas a

venda

fatia do mercado internacional chega agora a

de

um

imóvel,

passa

por

formar

consultores motivados e dedicados, capazes de

representar 40% das suas transações'.

acompanhar o processo do início ao fim (...), passando pela análise e preparação com recurso

O público alvo da Home Tailors pode ser dividido

a tecnologias que complementam o seu serviço,

em quatro grandes fatias:

o objetivo é libertar o cliente de burocracias e

- os compradores da classe média ativa à procura

alcançar uma venda rápida e segura pelo preço

de um aliado no processo de procura de um novo

justo de mercado'.

imóvel; - o pequeno e médio investidor que tem como

A Home Tailors é uma rede imobiliária que

objetivo rentabilizar as suas poupanças;

presta serviço de consultoria. Com um vasto

- o grande investidor que pretende comprar ou vender ativos imobiliários de valor elevado e de

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forma discreta e as famílias, provavelmente o

formação todos os dias às várias equipas e manter

segmento mais representado, que pretendem

as equipas próximas da sua direção comercial, o

um upgrade ou downgrade nas suas habitações'.

que

o

empreendedor

atribui

como

uma

consequência da grande organização que a marca O empreendedor afirma que um dos produtos

tem.

da Home Tailors com maior sucesso é “o chave na mão” – no qual os proprietários encontram o

Planos para o futuro

seu imóvel promovido ao seu potencial máximo,

Desde o final de 2019 que a Home Tailors conta

tanto com imagens 3D e projeto de remodelação,

com a Home Tailors Business Academy, o seu

como com Home staging digital, onde é possível

departamento de formação para novos talentos

adequar a decoração ao gosto do comprador. 'É

potenciado ao máximo. David subkinha que é

a consultoria imobiliária para venda em

através desta vertente tão vincada que a empresa

regime de exclusividade, o serviço que nos

mantém uma retenção de consultores superior a

distingue por ser o mais completo e eficaz

75% (um valor muito acima da grande parte das

do mercado'.

agências imobiliárias).

Outro dos fatores de sucesso assenta na forma

Mais recentemente, a marca lançou o novo site

como a Home Tailors chega aos seus clientes:

Home Tailors de forma a acompanhar o novo

'apostamos na presença em vários meios de

conceito de luxo, mais urbano e contemporâneo,

comunicação desde a televisão até à nossa

que a marca pretende na sua comunicação.

própria revista, trabalhando também a imagem de marca através do site ou da aplicação'.

Outro projeto em curso que foi travado pela pandemia de COVID-19, é a “Home Tailors On

Os efeitos da pandemia

Road”, 'que tal como o nome indica é um

2020 foi o ano em que a Home Taylors alcançou

verdadeiro escritório sobre rodas, uma agência

o seu melhor resultado, com um crescimento

móvel que chega aos recantos de Portugal,

superior a 200%, fator que David atribui à

apostando na ajuda ao desenvolvimento do interior

estabilidade das suas equipas:

português'.

'as nossas equipas estão muito estáveis. A

Falando da perspetiva de alargar o seu alcance, a

grande maioria acompanha-nos praticamente

Home Tailors tem planeado para 2021, a abertura

desde o início, tem vindo a crescer connosco e

de 3 novas agências, distribuídas pelos distritos de

está muito bem preparada para dar resposta

Lisboa e Setúbal. Para o ano seguinte, pretende

independentemente da situação em que se

chegar ao Algarve e ao Porto, expandindo o

encontre. Temos todos os nossos serviços

negócio para além da grande Lisboa, com 10 novas

informatizados, trabalhamos já com um processo

agências. Em 2023 a Home Tailors quer focar-se

digital muito bem organizado, o que nos permitiu

nas ilhas, com três novas unidades. Depois de

reagir de forma rápida'. Um dos exemplos é a

chegar a todo o território nacional, em 2025 é

academia de formação da Home Taylors, que

altura de se desenvolver no mercado internacional,

funcionava de forma física e foi convertida em 2 meses numa academia online, que permitiu levar

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tendo como prioridade o centro e sul da Europa.#


CONSTRUIR, MEDIR, APRENDER…

RUI PINHEIRO CONSULTOR E EDITOR IN CHIEF DA EMAGAZINE

EMPREENDEDORISMO

Li recentemente o livro Lean Startup (de Eric Ries) e achei bastante relevante a abordagem que o autor faz acerca da importância de os empreendedores eliminarem o desperdício quando estão a desenvolver produtos novos. De acordo com Ries, inúmeras startups continuam a desenvolver produtos que ninguém quer, acabando por ficar retidos nas “prateleiras”. A resposta para este problema passa em grande parte pela metodologia Lean, materializada num movimento global que está a conquistar empreendedores de todo o planeta e que tem vindo a moldar uma nova forma de desenvolver e gerir startups. A origem De acordo com Ries, a metodologia Lean emergiu no Japão com o sistema de produção da Toyota e o modelo Lean Manufacturing. Embora vários autores refiram que as ideias deste modelo remontam ao início do século passado (sendo já utilizadas por Frederic Taylor), foi o modelo da Toyota que mostrou ao mundo uma forma totalmente nova de pensar (e atuar) durante desenvolvimento de um produto. Ries viu bastantes semelhanças entre o sistema de produção da Toyota e o que achava ser a metodologia mais adequada para as startups, criando o termo Lean Startup. Lean Startup São vários os artigos que referem que a metodologia Lean Startup valoriza o feedback dos clientes, eliminando o desperdício de tempo, custo e recursos (chegando a time-to-market mais rapidamente). Uma das linhas de pensamento mais importantes desta metodologia destaca o princípio “Construir-medir-aprender” (“Build-MeasureLearn”). Este princípio assenta na base de que, na maior parte dos casos, uma startup não consegue desenvolver corretamente um produto sem antes dominar a capacidade de “mudar de direção e testar novas hipóteses (mas mantendo a base para não perder posição já conquistada)” – por outras palavras e como refere Eric Ries – fazer o Pivot. É claro que este princípio só faz sentido se tivermos em conta todos os outros enumerados por Ries: – empreendedores estão em todo o lado (segundo Ries, se considerarmos que uma startup é uma instituição humana concebida para criar novos produtos e serviços sob condições de incerteza extrema, podemos considerar que os empreendedores estão em todo o lado); – empreendedorismo é gestão (uma startup é uma instituição, não apenas um produto, logo requer um modelo de gestão totalmente orientada para o contexto de incerteza); – aprendizagem validada (as startups existem para aprender a construir uma organização sustentável , aprendizagem que pode ser validada ao implementar experiências frequentes que permitam aos empreendedores testarem cada variável); – contabilização da inovação (para melhorar os resultados é necessário medir o progresso, definir metas e definir prioridades). Embora estes princípios possam ajudar as startups a “inovar”, é necessário ter em conta que no que diz respeito ao empreendedorismo e à gestão não existem fórmulas mágicas, as startups são organizações humanas complexas pelo que não basta aprender a utilizar este tipo de metodologia, mas pode ajudar... #

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O INVESTIMENTO COM MAIOR RETORNO Enquanto consultora de gestão, implementei, com absoluta confiança, a prática de observar os melhores funcionários para, numa tarefa importante de um processo, identificar o passo-apasso detalhado de como estes a executavam, e formar os restantes de acordo. Resultava sempre! Havia sempre aumentos de eficiência.

Margarida Dias COACH E CEO NA INTTOS 58

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Apesar de continuar a acreditar no valor do

talento natural será maior do que nas áreas

benchmarking, que se resume à prática de seguir

menor talento.

o

modelo

dos

melhores

assunto/tarefa/mercado,

no

deparei-me

Se por um lado esta informação me pareceu

recentemente com um estudo que prova faltar

libertadora (no sentido em que alimenta a crença

uma peça importante nesta engrenagem, e que

de que não precisamos ser bons em tudo e que

poderá acrescentar muito na evolução de

cada um tem o seu papel de acordo com os seus

qualquer pessoa, equipa ou empresa.

talentos), por outro lado percebi o quanto não estamos formatados para agir de acordo com as

O estudo foi realizado numa escola secundária

conclusões do estudo. O nosso foco constante

nos anos 50 no Nebrasca, EUA. Realizaram um

no que falta ou naquilo que pode ser corrigido,

teste de velocidade de leitura e encontraram 2

dificulta o momento de definir ações para

grupos de alunos: Os alunos com um talento

desenvolvermos nas áreas onde já somos bons.

especial

350

Talvez por nos soar a perda de tempo, “enquanto

palavras por minuto; e o segundo grupo, de

poderia estar a corrigir o que não tenho ou não

alunos que conseguiam ler, com compreensão,

sei, estou a melhorar naquilo que já sou bom?”

para

ler,

com

compreensão,

90 palavras por minuto. E eu que achava que tinha entendido a Posteriormente, foi dada a mesma formação em

conhecida frase associada a Albert Einstein:

velocidade de leitura a ambos os grupos. O

“Todos somos génios. Mas se julgares um peixe

segundo

talentosos,

pela sua capacidade de trepar uma árvore, vai

aumentou a média de palavras lidas por minuto

acreditar para o resto da vida que é estupido.”

de 90 para 150 palavras, correspondendo a um

Agora

aumento de 66%. O grupo dos considerados

interpretar esta frase. Digo “começo” porque

naturalmente talentosos para a leitura, evoluíram

ainda há um longo caminho a percorrer. É uma

das 350 palavras por minuto para uma média de

mudança de mentalidade que exige não só um

2900 palavras por minuto, correspondendo a um

mergulho no autoconhecimento, como também

aumento de 828%. Este teste tem sido replicado

uma

de várias formas e sempre com os mesmos

desenvolvimento individual ou a organização de

resultados.

uma equipa.#

grupo,

dos

menos

posso

inversão

dizer

na

que

forma

começo

de

a

saber

planear

o

Deste estudo podemos retirar 2 conclusões importantes: 1.Temos uma oportunidade exponencialmente maior de melhorar nas nossas áreas de talento natural do que nas nossas fraquezas; 2.O retorno do investimento nas áreas de alto

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CCA ASSOCIA-SE ÀS NAÇÕES UNIDAS NA PROMOÇÃO DA IGUALDADE DE GÉNERO TXT ANDREIA VICENTE /CC PICS ILYASS SEDDOUG & PRISCILLA DU PREEZ (UNSPLASH)

A Sociedade de Advogados CCA, através do CCA ON, o seu Centro de Conhecimento e Inovação, associou-se às Nações Unidas através da assinatura do Women’s Empowerment Principles (WEP), uma iniciativa conjunta do United Nations Global Compact e do United Nations Development Fund for Women que visa o fortalecimento do papel das mulheres no local de trabalho, no mercado e na comunidade. A CCA surge, assim, como a 25ª empresa em Portugal a assinar este compromisso, num universo de 1200 entidades em todo o mundo. Para Rita Cruz, Presidente do CCA ON e Sócia da CCA, “é absolutamente essencial criar condições de trabalho para garantir que todos, mulheres e homens, se possam desenvolver e realizar profissionalmente. E o desafio passa não só por manter um equilíbrio entre a percentagem de homens e mulheres que connosco colaboram – o que permite efetivamente retirar o que cada um tem de melhor – mas, e sobretudo, criar condições iguais de formação e de progressão. Situações em que as mulheres (ou mesmo os homens) têm que optar entre o exercício pleno da sua profissão e a vida pessoal, devem ser absolutamente excecionais. É evidente que muitas coisas na sociedade em geral têm que mudar, mas se cada um de nós, se cada empresa der o seu contributo, acredito que poderemos acelerar essa mudança, os hábitos e os preconceitos. Na CCA, estamos convictos de que a igualdade de oportunidades e a diversidade são elementos essenciais para o sucesso e para a retenção de talento.”

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Na CCA, 66% da equipa são mulheres, sendo que 52% se encontram em cargos de gestão e 47% no Conselho de Administração, o que revela a aposta da sociedade na criação de condições que promovam a igualdade, a inclusão e o bem-estar, sendo estes eixos fundamentais na política de gestão de pessoas. Ao subscrever este compromisso a CCA declara o seu empenho na adoção dos sete Princípios Fundamentais do WEP: Estabelecer uma liderança corporativa de alto nível para a igualdade de género; Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho: respeitar e apoiar os direitos humanos e a não-discriminação; Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todos os colaboradores, independentemente do género; Promover a educação, a capacitação e o desenvolvimento profissional das mulheres; Implementar ações na organização, na cadeia de valor e no marketing que promovam o empowerment das mulheres; Promover a igualdade através de iniciativas junto da comunidade; Medir e reportar publicamente o progresso da Organização para alcançar a igualdade de género. Mais informação sobre o WEP: em www.weps.org/about

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COMUNICAÇÃO: UM RELACIONAMENTO QUE EXIGE CONSTÂNCIA, VERDADE E DEDICAÇÃO PIC ARTIOM VALLAT (UNSPLASH)

Ana Paula Ruschel FORMADA EM JORNALISMO E MARKETING CEO DA OFICINA DAS PALAVRAS INTELIGÊNCIA EM COMUNICAÇÃO

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Como anda a comunicação do seu negócio? Ou melhor, quais as mais recentes estratégias planejadas, elaboradas e executadas? Comunicar é muito mais do que pensar em ações pontuais, focadas em um determinado momento. Comunicar é um pensamento amplo, em que as campanhas que hoje estão nas ruas foram estudadas muito antes, por uma equipe multidisciplinar com especialistas nas mais diferentes áreas. Afinal, se os desafios de atrair público para os negócios em meio à tamanha competitividade de ofertas são grandes, nada mais coeso do que pensar na comunicação como um todo. Philip Kotler, uma das maiores - ou maior - referência de marketing no mundo, defende esse formato de gestão da comunicação em que se observa o todo para chegar a estratégias finais, a chamada comunicação integrada. Para Kotler, essa comunicação abre espaço para uma análise mais ampla, que permite chegar até a perspectiva de quem recebe a informação, ou seja, o cliente/consumidor. Um dos primeiros desafios de uma comunicação integrada é montar um time capaz de fazer a gestão de tamanho fluxo de informação. Essa mesma equipe será responsável pelas estratégias alinhadas e de acordo com os objetivos da empresa com determinada campanha. Nesse processo de gestão estão importantes análises, entre elas, o mapeamento de personas (quem é nosso público), canais de comunicação de engajamento (on e off-line), linguagem, estratégias, entre outros. De maneira bem simplista, essa gestão auxiliará para que haja uniformidade nos conteúdos de plataformas da empresa, do blog às mídias digitais, dos releases de relações públicas ao e-mail marketing, não se esquecendo da comunicação das equipes internas que devem estar cientes do mote da empresa. Em resumo, a coerência entre os canais e públicos deve ser levada em conta nas diversas etapas da comunicação. Não raro, encontra-se empresas que desejam apenas investir verba e esforços em ações vistas como mais “econômicas”. O que pode parecer redução de custos, na verdade, se torna desperdício de energia e de budget. A continuidade é outro fator de extrema importância. Cativar um cliente não é algo de um contato só (raramente foge-se a essa regra). Trazer o cliente para si é uma relação que exige conhecimento sobre ele, periodicidade na abordagem (de maneira mais natural possível) e reforço a todo momento da sua marca na memória dele. É estar presente a todo instante e não apenas na hora da venda. É fazer parte de diferentes momentos. Quando sou questionada sobre a efetividade de uma determinada ação, eu sempre reforço: comunicar é mais do que expor ideias, produtos ou serviços. É quase que um namoro. Temos que entender gostos, maneiras de pensar e as expectativas de quem queremos trazer para perto de nós. Quanto mais verdadeira, assertiva e dedicada for a nossa comunicação, a chance de virar um relacionamento duradouro é grande. Em alguns casos, termina até em casamento. #

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ESTIVEMOS NO QSP SUMMIT E FOI... INTENSO TXT & PICS RUI PINHEIRO

O QSP SUMMIT afirma-se como a mais relevante Conferência de Management e Marketing da Europa, acolhendo líderes globais que marcam tendências. 2500 participantes, cerca de 130 expositores e mais de 50 oradores fizeram parte daquele que é um dos eventos de Management e Marketing mais badalados do país, foram dois dias de intensa aprendizagem, onde o networking reinou nos 24 mil metros quadrados do evento. No evento, que decorreu nos passados dias 9 e 10 de setembro na Exponor, reuniu os maiores thinkhers da atualidade,

para

discutir

temas

como

a

sustentabilidade, a inovação da indústria, a relação das tecnologias com o mundo da moda e muitos outros. No main stage, Malcolm Gladwell, adwell autor de cinco best-sellers do New York Times — The Tipping Point, Blink, Outliers, What the Dog Saw, e David and Goliath: Underdogs, Misfits and the Art of Battling Giants e nomeado uma das 100 pessoas mais influentes pela revista TIME, apresentou uma talk incrível e disruptiva sobre a incerteza do futuro e a relação da tecnologia com a economia. O evento contou ainda com vários Worklabs temáticos que fizeram as delícias dos participantes, onde os convidados abordaram vários temas da atualidade.#

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