edição 72 Revista 100% Caipira

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A aviação agrícola no Brasil começou em 1947 para conter um ataque de gafanhotos em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Ao longo dos anos a prática foi s e expandindo para culturas como café, soja, algo dão e mo dernizando os equipamentos e técnicas de pulverização para melhor controle de pragas e aproveitamento dos agro químicos. Já as aeronaves não tripuladas ou drones surgiram na década de 60 mas longe da agricultura, com f ins militares. Os multi-rotor são os mais conhecidos. Possuem limitaçõ es de velo cidade, resistência e autonomia. Por iss o, não p o dem ser utilizados para monitoramento de grandes áreas e atividades que carecem p ercorrer grandes distâncias. Por outro lado são mais fáceis de s erem controlados, p o dem f icar estáticos no ar e tirar fotos e f ilmar p ontos f ixos ou áreas menores. Os drones de asa f ixa são totalmente diferentes do mo delo de multi-rotor, s endo muito parecidos com aviõ es. Ess e mo delo consegue cobrir grandes distâncias, áreas amplas e monitorar diversos p ontos de interesse. Através do uso de s ens ores e câmeras de alta res olução, os drones de asa f ixa têm p ossibilitado grandes avanços em diversas áreas. O Brasil tem a s egunda maior f rota de aeroagrícolas. De acordo com o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag)no ano passado o s etor cresceu 3,74%, chegando a 2.194 aeronaves. A atividade tamb ém é uma das mais p erigosas na aviação brasileira. Para pulverizar uma plantação inteira, os pilotos precisam voar em baixa altitude e executar manobras s emiacrobáticas. C omo alternativa de custo e para alcançar áreas p equenas e

direcionadas empresas, co op erativas e star t ups vem investindo em drones. A tecnologia p ermite, entre outras coisas, map ear áreas com imagens e, a par tir diss o, def inir lo cais esp ecíf icos para pulverizar ou até mesmo aplicar agro químicos com uso do equipamento. A cadeia pro dutiva de drones no país movimenta, em média, R$ 300 milhõ es ao ano, 50% a mais a cada ano. Hoje, já são mais de 700 empresas e previsão é dobrar de tamanho até o f im deste ano. Os drones vão ac ab ar com a av iaç ão agrícola? Silvio Antônio Pilau atua há quatro décadas na aviação agrícola. Já trabalhou em lavouras de s oja, trigo, arroz, pastagens, algo dão, cana-de-açúcar, bananal e ref lorestamento no Rio Grande do Sul, Nordeste e C entro-Oeste do país. Ele acredita que os drones vieram para f icar. “No início eles não substituirão os aviõ es p ois, praticamente a aviação agrícola atua em grandes propriedades mas, com o temp o, com o aumento da capacidade de carga dos drones é p ossível que eles substituam os aviõ es de p equeno e médio p or te” def ine. Pilau vê o cenário mais favorável aos drones em p equenas propriedades onde há dif iculdade em tecnologia de aplicação e onde faltam prof issionais qualif icados e capacitados e treinados para a aplicação de defensivos. “Os aviõ es agrícolas continuarão atuando em s etores de plantio de semente, adubação, grandes propriedades mas iss o não signif ica que os drones não p o derão vir a fazer esses s er viços p ois a tecnologia veio para deixar a sua marca”, explica. Ele ainda acredita que a ef iciência, a baixa necessidade de

mão-de-obra, baixo custo de manutenção, p ouca exp osição do s er humano aos defensivos agrícolas são grandes aliados da tecnologia para que ela p ermaneça no mercado, levando em conta o custo-b enef ício. Te cnologias complementares Para o Engenheiro Agrônomo, Josué Verba, o uso da aviação agrícola e dos drones p o dem ter açõ es complementares. “É um momento de mudanças muito aceleradas e o p otencial destas novas tecnologias combinadas trarão grandes mudanças no panorama da tecnologia de aplicação” completa. Verba diz que o uso complementar dos drones estaria fo cado na aplicação lo calizada com problemas p ontuais como manchas de plantas daninhas ou em situaçõ es onde as limitaçõ es geográf icas, climáticas, de legislação e op eracionais para aviação agrícola p o deriam ser de grande p otencial pra utilização dos drones. “A minha opinião é que os ganhos na tecnologia de aplicação estão mais ligadas à mudanças disr uptivas. Há empreses investindo em tecnologias de identif icação de pragas e plantas daninhas com o uso de drones. A combinação de tecnologias de identif icação de plantas daninhas e misturas instantâneas nas barras de pulverização para aquele alvo foi apresentada recentemente no C ongresso de Plantas Daninhas e já é op eracional. A combinação destas tecnologias de identif icação de pragas, aplicação lo calizada, inteligência ar tif icial, uso de Big Data e integração entre as diferentes mo dalidades de tecnologia de aplicação direcionarão o uso dos drones na agricultura”, explica. Fonte: AGROLINK REVISTA 100% CAIPIRA |25


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