Edição 43 100 por cento caipira

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www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, janeiro de 2017 - Ano 5 - Nº 43 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

CAVALO MARAJOARA Um Pequeno Notável que superou a hostilidade de um território REVISTA 100% CAIPIRA |


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Agroindústria: Pesquisa desenvolve bacon, copa e presunto de carne ovina

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Bovinos de Leite: Leite para todos: pessoas têm apresentado intolerância ao leite

Logística e Transporte: Hidrovias do Estado de Rondônia tem escoamento de grãos encalhado Máquinas e Implementos: Empresas de máquinas agrícolas apostam no setor arrozeiro

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Artigo: Cavalo Marajoara


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Produção Agrícola:

Menor oferta deve impulsionar disputa por mandioca em 2017

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Agricultura Familiar:

Cooperativa do RS busca agricultores familiares

Cultura Caipira:

Tradição, religião e devoção que envolve o Dia de Reis pelo mundo

Gestão:

Agricultores prejudicados recebem auxílio Receitas Caipiras: Bolo de Tapioca REVISTA 100% CAIPIRA |

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LOGÍSTICA E TRANSPORTE

Brasil, janeiro de 2017 Ano 5 - Nº 43 Distribuição Gratuita

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Hidrovias do Estado de Rondônia tem escoamento de grãos encalhado Os números da exportação e importação ainda não fecharam oficialmente, mas a seca histórica do rio Madeira terá um impacto importante na economia do Estado de Rondônia É o que revela uma prévia do movimento de cargas na sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia (Soph), o porto público que fica localizado às margens do rio Madeira, em Porto Velho. É através desse terminal portuário que é escoada, através da hidrovia do rio Madeira, parte da produção de soja procedente do Sul de Rondônia e da região do Mato Grosso (MT). Também pelo porto público desembarca material importado utilizado no processo de montagem das usinas do rio Madeira. A queda nos números pode ter dois fatores importantes: o primeiro é a seca histórica do rio Madeira, o que reduziu o volume de cargas transportadas por meio de barcaças; o segundo, a baixa produção de grãos na região do Mato Grosso atrelada com a redução do volume de chuva na região do Estado vizinho. O município de Porto Velho foi o primeiro a sentir o efeito da estiagem e a seca histórica do Madeira. Um balanço prévio da Secretaria Municipal de Fazenda revela um prejuízo de R$ 50 milhões aos cofres do município, dinheiro que fará falta no Orçamento 2017. No mês de outubro, por exemplo, não hou6 | REVISTA 100% CAIPIRA

ve movimentação de cargas no porto público. No ano passado, nesse mesmo período do ano, foram contabilizados nos registros da Soph 180 toneladas de mercadorias – somando embarque e desembarque. Esse prejuízo financeiro ao município de Porto Velho e as empresas que trabalham com a produção de grãos pode ser depositado na burocracia brasileira. A dragagem do rio Madeira, serviço que permitirá a retirada de arreia no leito do rio, tem forte relevância econômica aos cofres do município e do Estado. O prejuízo econômico poderia ter sido evitado, caso o serviço de dragagem do rio estivesse consolidado no mês de setembro, período ideal para a execução da obra. Ocorre que devido as questões burocráticas, o processo licitatório teve desfecho somente no segundo semestre deste ano prolongando os serviços de dragagem para setembro de 2017. Até lá, com certeza, o nível do Madeira estará favorecendo o transporte de grãos por meio de barcaças até o porto de Itacoatiara (AM), mas o prejuízo econômico dificilmente será recuperado no próximo ano. Fonte: Diário da Amazônia

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BRASIL

BC vê meta de inflação cumprida em 2016 em meio à atividade mais fraca

Fonte: Reuters

No Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quintafeira, o BC previu alta de 6,5 por cento do IPCA neste ano pelo cenário de referência, abaixo dos 6,6 por cento de antes O Banco Central passou a ver inflação dentro da meta neste ano, ao mesmo tempo em que piorou sua projeção de crescimento econômico tanto em 2016 quanto em 2017, reiterando que o ritmo de desinflação nas suas projeções pode se intensificar diante de uma retomada mais lenta na atividade, mantendo aberto o espaço para corte maior nos juros. No Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira, o BC previu alta de 6,5 por cento do IPCA neste ano pelo cenário de referência, abaixo dos 6,6 por cento de antes. Para 2017 e 2018, as projeções não mudaram, com alta de 4,4 e 3,6 por cento, respectivamente. A meta de inflação neste ano é de 4,5 por cento, com margem de dois pontos percentuais. Para 2017 e 2018, o centro do objetivo é o mesmo, mas com margem de tolerância de 1,5 ponto. O BC também piorou sua perspectiva para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, com alta de 0,8 por cento, sobre 1,3 por cento antes. Para este ano, a perspectiva é de contração ligeiramente maior na atividade, de 3,4 por cento, contra 3,3 por cento até então. O presidente do BC, Ilan Goldfajn, já havia pavimentado o caminho para cortes maiores da Selic em janeiro, próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), ao afirmar que a

autoridade monetária estava sensível ao nível de atividade e que a ancoragem das expectativas é o que abria a porta para cortes nos juros básicos, hoje a 13,75 por cento ao ano. O BC iniciou o afrouxamento monetário em meio à profunda recessão econômica com cortes de 0,25 ponto percentual em cada uma das últimas duas reuniões do Copom. Embora as apostas majoritárias do mercado se concentrem em corte de 0,5 ponto percentual na Selic no próximo mês, alguns economistas veem espaço para uma tesourada de 0,75 ponto diante da combalida atividade, da evolução recente na ancoragem de expectativas de inflação e do processo de desinflação em curso, fatores que voltaram a ser mencionados pelo BC no relatório. No documento, o BC ressaltou a importância da ancoragem ao sublinhar que este ambiente permite que o comitê se concentre em evitar efeitos secundários sobre a inflação caso haja mudança no cenário externo e consequente alteração em preços relativos. Também disse que as expectativas ancoradas possibilitam que “siga um princípio que confere flexibilidade aos regimes de metas para a inflação e que se aplica ao Brasil”. “Essa flexibilidade permite que os custos de desinflação sejam levados em conta nas decisões de política monetá-

ria”, prosseguiu. O BC repetiu no relatório que a magnitude da flexibilização monetária e a intensificação do seu ritmo dependerão das projeções e expectativas de inflação e da evolução dos fatores de risco. Sobre a dinâmica da inflação, destacou que divulgações recentes indicam que o processo de desinflação pode estar se disseminando. “Essa leitura advém dos sinais de que as estatísticas mais favoráveis decorrem de fatores que não apenas o processo de reversão dos preços de alimentos”, afirmou o BC, acrescentando ser razoável esperar que uma atividade mais fraca leve a uma descompressão na inflação de serviços, em relação à qual vinha demonstrando cautela. O posicionamento do BC veio na esteira de uma inflação de novembro mais baixa que o esperado, e após a divulgação do IPCA-15 de dezembro, na véspera, que também surpreendeu positivamente. No relatório, o BC reiterou que o cenário fiscal está sendo levado em conta na sua política. Após o governo do presidente Michel Temer ter conseguido aprovar no Congresso Nacional a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento dos gastos públicos, o BC avaliou que o passo representou “uma contribuição importante para a economia brasileira”. REVISTA 100% CAIPIRA |

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CAVALO MA

ARTIGO

Um Pequeno Notรกvel qu de um te 8 | REVISTA 100% CAIPIRA


ARAJOARA

ue superou a hostilidade erritório Por: Sérgio Strini Reis

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O

rigem e história: Existe uma grande confusão sobre as datas da chegada dos primeiros equinos no Brasil. Alguns historiadores afirmam que os cavalos teriam chegado na Ilha de Marajó em 1600, outros dizem que foi em 1681 e eles descendem de Árabes e do Alter. No entanto a história nega essas afirmações todas. É admissível que a origem dos primeiros animais do rebanho equino está no Andaluz, Bérbere, Lusitano e nos nativos da Península Ibérica. Muito sóbrios, rústicos e resistentes, os cavalos Marajoara já estão a mais de três séculos a serviço do homem numa região que já foi extremamente hostil e tanto o homem quanto o animal tiveram que se adaptar ecologicamente ao meio ambiente. Eles vivem livres e perfeitamente adaptados aos terrenos alagadiços da ilha, onde se formam uma das mais belas paisagens deste século e representam o maior tesouro do delta do Ródano. O reconhecimento oficial, a preservação, o controle genealógico e a divulgação dessa raça eminentemen-

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te nacional significam uma das mais acertadas medidas que já foi tomada nos últimos tempos. Em 1979, fundou-se na cidade de Belém a Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Marajoara. Esta raça conta hoje com mais de 150.000 mil cabeças. O Brasil é o quarto maior rebanho de equino do mundo com 5,9 milhões de cabeças, segundo a FAO (Food and Agriculture Organization), estando atrás dos EUA: 9.500.000, China: 6.823.360 e México: 6.350.000, depois do Brasil está a Argentina com: 3.680.000. O comércio do cavalo cresceu em quase 12% ao ano nos últimos 10 anos. Em 2006 eram R$ 7,5 bilhões de faturamento anual e em 2015 atingimos R$ 16 bilhões de reais. Pelos números da FAO, os cinco maiores rebanhos equinos do mundo representam 54% de toda tropa mundial. Segundo relatos históricos, os primeiros cavalos introduzidos no Marajó são de procedência lusitana. Após a sua introdução, foram submetidas as mais adversas condições de um ecossistema diferente do seu continente de

origem. Na Amazônia, propriamente na ilha de Marajó no estado do Pará, o cavalo Marajoara é uma das raças mais importantes, sendo originada no Brasil, estando adaptada às condições climáticas e ao relevo plano e alagado que caracterizam a ilha. Esses animais são imprescindíveis para o desenvolvimento da pecuária da ilha de Marajó, pois são utilizados no trabalho diário no campo, devendo-se isso às características que desenvolveram como: a rusticidade, a resistência às adversidades e etc. Os cavalos são indispensáveis para suprir as necessidades de trabalhos como tração de carroças e outros trabalhos rotineiros nas fazendas e nas vilas da ilha, com baixo custo operacional. Além disso, são utilizados na programação turística de esporte e lazer da ilha, também participam de provas de resistência, enduros, corridas e atualmente muito utilizado em equoterapia. Na Ilha de Marajó o efetivo atual de cavalos esta em torno de 200 mil cabeças ou mais. A contribuição das raças ancestrais na formação do cavalo marajoara


ainda não esta geneticamente estabelecida. Conforme o padrão estabelecido pela A.B.C.C.R.M. (Associação brasileira dos Criadores de Cavalos da Raça Marajoara), criada em 1979. Um núcleo de cavalos Marajoara vem sendo mantido no Banco Germoplasma Animal da Amazônia Oriental (BAGAM), da Embrapa Amazônia Oriental, com o intuito de conservar esse germoplasma, assim como, intensificar os estudos de caracterização genética que permitam elucidar as dúvidas sobre as origens dessa raça e fornecer informações sobre a genética atual, visando subsidiar programas de melhoramento da raça, permitindo a consolidação desse grupo genético. Cercada por águas doces e salgadas – as dos rios Amazonas e Tocantins, de um lado, e as do Oceano Atlântico, de outro – a ilha de Marajó é separada de Belém, no estado do Pará, pelo rio Tocantins. Famosa por seu difícil acesso, pela pororoca (ondas gigantescas formadas no encontro das águas do rio Amazonas com o mar), pela admirável cerâmica indígena de desenhos geométricos e pelos os imensos rebanhos de búfalos, a ilha também criou um cavalo peculiar: o marajoara. Há mais de trezentos anos, os primeiros cavalos chegaram ao arquipélago, trazidos da ilha do Cabo Verde pelos portugueses. Os animais foram cruzados com cavalos Árabes, Alter e outras raças lusitanas, dando origem à raça marajoara. Desde então, por meio da seleção natural, o animal foi adaptado às condições ambientais da ilha de Marajó, enfrentando duas estações bem definidas e rigorosas: a estação das chuvas e a estação da seca. Dispondo de pastagens escassas e desafiando um tipo de solo argiloso, quebradiço, seco e batido pelas pegadas de búfalos, o marajoara desenvolveu sua resistência. O cavalo é extremamente importante na região, principalmente para o trabalho da lida. Juntamente com o búfalo, ele também é largamente empregado como meio de transporte, (hoje até o policiamento de patrulha

é feito por búfalos). Um outro cavalo desenvolvido na ilha de Marajó é o Puruca, um pônei resultante do cruzamento com a raça inglesa Shetland, importado no final do século XIX, e com cavalos de outras raças, mas, principalmente o marajoara. Projetos estão sendo iniciados para salvar esses animais da descaracterização genética pela qual estão passando. Recentemente, o Exército Brasileiro chegou a testar outros equídeos na região, mas os cascos apodreceram no solo argiloso. O marajoara e o puruca são os únicos cavalos capazes de resistir à lama dos campos alagados da ilha. Daí a urgência em preserva-los. Marajoara, raça desenvolvida na Ilha de Marajó, no estado do Pará, oriunda de uma seleção natural que ocorreu na ilha, de cavalos de nativos da Península Ibérica e Bérbere que ali chegaram no século XVII. O cavalo da raça Marajoara adaptou-se muito bem às condições adversas da ilha, com excesso de umidade o ano todo e clima muito quente e úmido, procriando-se aos milhares, estimando-se em mais de 1.000.000 de cabeças no final do século XIX, além das necessidades locais da Ilha, a tal ponto que teve seu abate estimulado pelo governo local por trazer prejuízos às outras atividades agropecuárias. Em 1979 foi fundada a Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Marajoara, com sede em Belém, PA, com instalação de um posto de fomento para preservação e divulgação desta raça, muito rústica e útil ao serviço nas condições adversas do ambiente local. Estima-se em mais de 150.000 exemplares do cavalo marajoara que povoam algumas regiões do norte do Brasil, a maioria mestiçados com Mangalarga, Puro Sangue Inglês e Árabe. É muito utilizada como animal de serviço na lida com búfalos e gado bovino na Ilha de Marajó, além de hoje ser utilizada como cavalo de esporte, em festas tradicionais da Ilha como competições de resistência, provas de argola e provas de velocidade, que ocorrem em diversas cidades no

Festival do Cavalo Marajoara. O rebanho cavalar marajoara adquiriu uma aclimatação completa, vencendo obstáculos e tirando proveito do ecossistema da região, chegando a possuir, há cerca de 150 anos uma população estimada de mais de um milhão de cabeças. O aumento demasiado da população de cavalos, devorando as pastagens, que não mais cresciam o suficiente para o uso dos bovinos, fez com que procedessem abates de éguas, das quais aproveitavam o couro e as crinas. Assim somando o sacrifício das matanças deliberadas à devastação causada pela epizootia, a população equídea do Marajó sofreu uma redução considerável nas fazendas regionais, com o baixo custo operacional. A contribuição das raças ancestrais na formação do cavalo marajoara ainda não esta geneticamente esclarecida. Por outro lado, ele vem se descaracterizando ao longo do tempo, devido ao cruzamento indiscriminado com outras raças, ainda que seja possível identificar núcleos com características fenotípicas da raça. Em 2006, a CNA (Confederação Nacional da Agricultura) já sensibilizada pela dimensão que o setor equino vinha ocupando no cenário agrícola do país, mas nunca estudada e mensurada, encomendou pela primeira vez na história do agronegócio brasileiro um estudo avançado sobre a cadeia da equinocultura. Esse estudo foi conduzido pela ESALQ (Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz - USP) através do seu Departamento de Economia Aplicada (CEPEA). Dentro dos conceitos macroeconômicos de mensuração de um segmento da atividade econômica como um todo, a Equinocultura foi analisada em toda cadeia. Assim pode-se dizer que os seguimentos que compõe o complexo da indústria do Cavalo no Brasil, nesse quadro as principais ordens diretas são: indústrias de alimentos e nutrição, medicamentos, laboratórios e pesquisas, que estão diretamente liREVISTA 100% CAIPIRA | 11


gados aos criadores e aos centros de treinamentos que por sua vez dispõe os cavalos para o trabalho (militar e lida), esportes (eventos e competições, etc.), lazer (turismo, jockey, passeios, etc.); e estes movimentam outros setores importantes, como: selarias, ferragens, veterinárias, transportes, serviços e etc. Depois de estudado e feito a validação das pesquisas podemos mensurar a atividade econômica e afirmar que em 2006 os estudos apontaram um PIB da Equinocultura de 7,5 bilhões de reais, em 2012 esses números passaram para 12,3 bilhões de reais e em 2015 estas cifras pularam para 16 bilhões de reais. Ou seja, um crescimento bruto de 113% em 10 anos ou 11,3% ao ano. Não existe nenhum setor formal da economia brasileira que teve um crescimento como o setor de equinos. O setor está em sétimo lugar 12 | REVISTA 100% CAIPIRA

atrás da produção de soja, pecuária, cana de açúcar, milho, leite e café. Estas estatísticas foram validadas por órgãos oficiais e de grande credibilidade empresarial. CARACTERÍSTICAS DO CAVALO MARAJOARA: a) Aparência geral: Pelagem: Qualquer pelagem, exceto Pampa e Albina; Altura: Mínima de 1,35 m e máxima de 1,56 m para os machos e mínima de 1,30 m e máxima de 1,50 m para as fêmeas; Peso: em média 350 kg; Forma: Porte médio bem proporcionado e musculatura definida; Constituição: Forte; Temperamento: Enérgico, vivo e ativo; Aptidão: Cavalo de serviço. b) Cabeça e Pescoço: Cabeça: Harmônica em relação ao pescoço de tamanho moderado; Perfil: Sub-convexo, com tendência ao retilíneo; Olhos: Vivos

e expressivos; Orelhas: Proporcionais, medianas e bem implantadas; Lábios: Móveis, finos, firmes e justapostos; Narinas: Grandes e flexíveis; Pescoço: Comprimento médio, inserção bem definida. c) Tronco: Cernelha: Bem definida e bem implantada; Peito: Profundo e amplo; Costelas: Arqueadas, conferindo boa amplitude torácica; Tórax: Amplo e profundo; Dorso: Curto proporcional; Garupa: Harmoniosamente inserida na região lombar e suavemente inclinada, de comprimento médio e de altura superior a cernelha; Ancas: Suavemente inclinada; Cauda: De boa inserção, bem implantada e dirigida; Órgãos genitais: Externos, bem conformados. d) Membros: Espádua: Bem pronunciada e oblíquas; Braços: Médios e de boa cobertura muscular; Antebraço: De comprimento médio e musculoso; Joelhos: Retos e bem suportados;


Coxas: Musculosas; Jarretes: Secos e lisos; Canelas: Secas; Boleto: Definido e bem suportado; Quartelas: Médias e fortes; Cascos: Médios, arredondados, de preferência pretos. e) Andamento: Trote em todas as modalidades, andamento com apoio, bipedal diagonalizado. f ) Defeitos desclassificantes: Perfil: Excessivamente convexilíneo; Pelagem: Albina e Pampa; Orelhas: Mal implantadas ou mal dirigidas; Lábios: Com relaxamento, caídos; Andamento: Qualquer outro que não seja o trote em todas as modalidades. 21 HISTÓRIAS, LENDAS E CURIOSIDADES SOBRE OS EQUÍDEOS Das mais de trezentas raças existentes no planeta, o Brasil tem cerca de 26 raças de cavalos de sela e tração, mais seis raças de pôneis: Andaluz, Anglo- Árabe, Appaloosa, Árabe, Brasileiro de Hipismo, Bretão, Campeiro, Campolina, Clydesdale, Crioulo, Friesian, Lavradeiro, Lusitano, Mangalarga, Mangalarga Marchador, Marajoara, Morgan, Nordestino, Paint Horse, Pampa, Pantaneiro, Percheron, Pônei (Pônei Brasileiro, Piquira, Fjord, Haflinguer, Shetland e Welsh Pony), Puro Sangue Inglês, Puruca e Quarto de Milha. No Pará são criadas dezessete destas raças: Andaluz, Anglo-Árabe, Appaloosa, Árabe, Brasileiro de Hipismo, Campolina, Crioulo, Lusitano, Mangalarga, Mangalarga Marchador, Marajoara, Paint Horse, Pampa, Pônei, Puro Sangue Inglês, Puruca e Quarto de Milha. Um dos antepassados do cavalo é um pequeno animal extinto chamado mesohippus (“meio cavalo”). O mesohippus viveu há cerca de 40 milhões de anos. Acredita-se que os primeiros cavalos tenham sido domesticados em 6.000 a.C. ou até mesmo antes disso. Cavalos têm excelente memória. Eles são capazes de reconhecer uma pessoa anos depois de tê-la visto pela última vez. Em média, os cavalos vivem 25

anos – embora tenham sido registrados indivíduos com até 40 anos. Ainda existem cavalos selvagens em diversas partes do mundo e alguns são primitivos, como a única espécie sobrevivente de “equídeo primitivo” é o cavalo de przewalsky. Os cavalos lendários mais conhecidos são o unicórnio (cavalo com um chifre no meio da testa) e o Pégaso (espécie de cavalo alado). Nos contos folclóricos brasileiros, existe a mula sem cabeça, um animal que, embora não possua cabeça, cospe fogo. A raça mais antiga é a Árabe. Só para se ter uma ideia, a Árabe já era conhecida dos antigos egípcios. Acredita-se que seja a precursora de todas as raças modernas. A raça mais veloz é o Puro Sangue Inglês, que chega a atingir 80 km/h. Acredite se quiser, mas ele é capaz de fazer 400 metros em apenas 20 segundos. A fobia a cavalos é chamada de equinofobia ou hipofobia. Uma das bebidas típicas do interior do Quirguistão e outros países da Ásia Central é uma bebida fermentada à base de leite de égua. A deusa galo-romano protetora dos cavalos, mulas e burros se chamava Epona e era, principalmente, uma deusa da fertilidade. Os gregos diziam que o cavalo brotou da terra por obra do tridente do deus Netuno. Os cavalos mais famosos da história são: Bucéfalo (cavalo de Alexandre Magno) e Incitatus (do imperador romano Calígula). Incitatus, cavalo do imperador Calígula, tinha dezoito criados pessoais e dormia no meio de mantas púrpuras. Conta-se que a obsessão de Calígula por seu cavalo era tamanha que ele quis elegê-lo cônsul. Uma das figuras mais emblemáticas do período medieval é a do cavaleiro. Os cavaleiros geralmente pertenciam à nobreza. Começavam a ser iniciados aos sete anos e aos dez, começavam a servir aos senhores

“feudais”. O reconhecimento como cavaleiro só acontecia aos vinte anos. O ritual da sagração ocorria num combate simulado durante uma festa. Durante as cruzadas, os cavaleiros se transformavam em defensores da fé contra infiéis e hereges. Segundo o Islã, o profeta Maomé ascendeu aos céus montado num cavalo. Os cavalos mais famosos da ficção são: Trigger (cavalo do caubói Roy Rogers) e Tornado (do justiceiro Zorro). Apesar de ainda ser tabu no Brasil, a carne de cavalo é consumida em diversos lugares, principalmente na China e países da Europa. Detalhe: o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de carne de cavalo. Os cortes mais comuns são lagarto, filé mignon, contrafilé, patinho, peito, alcatra e peixinho. Devido à conformação do animal, não existe picanha e cupim. A gestação da égua dura 336 dias, em torno de 11 meses. Aos criadores da raça o crescimento econômico é de grande valia e o setor aguarda com grande ansiedade para que a Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Marajoara consiga cada vez mais preservar e manter a qualidade das características da raça, assim ajudando o fomento do mercado. Aos apreciadores da raça, quanto mais a Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Marajoara mantiver a qualidade de seus serviços, mais a raça será bela e valorizada e cada vez mais utilizada para o esporte e lazer. Fonte: www.alice.cnptia.embrapa.br www.faepanet.com.br/faepa-adminrese A.B.C.C.R.M > Associação Brasileira dos Criadores dos Cavalos da Raça Marajoara Enciclopédia Larousse dos Cavalos www.ainfo.cnptia.embrapa.br/digital www.sna.agr.com.br www.canalrural.com.br www.ebah.com.br/desenvolvimento-das-racasnacionais-equinos www.bvs-vet.org.br REVISTA 100% CAIPIRA |13


MÁQUINAS E IMPLEMENTOS

Empresas de máquinas agrícolas apostam no setor arrozeiro

Principais indústrias do setor estarão presen As indústrias de máquinas agrícolas brasileiras estão acreditando no potencial do setor arrozeiro do país. Os prognósticos de boa safra no período 2016/2017, com um aumento de produção depois da frustração causada pelo clima na temporada anterior, animam as empresas e seus revendedores para que apostem na cultura de extrema relevância para a segurança alimentar no Brasil. De acordo com o gerente de Marketing Tático da John Deere, Celso Monteiro, o fato de o arroz ser um dos principais itens da cesta básica brasileira, assim como as expectativas para a safra 2016/2017 que já apontam uma produção de 11,3 milhões de toneladas no país, para a empresa é notável a grande importância do segmento arrozeiro, que desenvolve diversas soluções para a cultura. “A relevância dessa cultura motiva a empresa a evoluir cada vez mais as tecnologias e entregar maior disponibilidade, que implica em mais tempo de 14 | REVISTA 100% CAIPIRA

trabalho das máquinas, maior produtividade nas operações e menor custo”, salienta. O gerente comercial da Massey Ferguson, Leonel Oliveira, afirma que o setor arrozeiro é um dos pilares da economia do Rio Grande do Sul, respondendo por mais de 25% da produção estadual e, por ser um produto de alta relevância na mesa do brasileiro, sua produção demanda soluções específicas do plantio até a colheita, especialmente pelo fato de ser cultivado em áreas de várzea e o grão ser muito abrasivo. “A Massey Ferguson foi precursora em soluções como tração auxiliar e sistema híbrido nas colheitadeiras. Temos seis Concessionárias atuantes neste segmento. Além disso, o setor se encontra em expansão, aumentando as exportações e as projeções para a safra 2016/2017 são animadoras”, ressalta. Para o especialista de Marketing para a região Sul da New Holland, Rafa-

el Stein, o setor arrozeiro é um mercado importante para a empresa, visto que a marca oferece produtos de alta tecnologia embarcada e preparados para trabalharem nesse segmento. “Nossa estratégia como marca é representar todos os segmentos com produtos de alta qualidade e tecnologia, juntamente com os benefícios dos mesmos, levando um aumento de produtividade para os rizicultores”, observa. Na visão do gerente Regional Sul da Case IH, Henrique Karsburg, a cultura do arroz é exigente em tratos culturais e tecnologia para a sua produção, e faz parte do trabalho da empresa pensar no desenvolvimento melhorias nessa área. “Nossa estratégia para atender esse público é lançar constantemente produtos com a qualidade e a resistência que essa cultura necessita. Inclusive, neste ano, fizemos um de nossos principais lançamentos no país de uma linha de colheitadeiras e a versão para a lavoura de


Fonte: Assessoria de Comunicação da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz)

ntes na Abertura Oficial da Colheita do Arroz arroz já sai de fábrica com mais de dez conjuntos de componentes reforçados para suportar as condições extremas encontradas nessa cultura”, afirma. As marcas estarão participando da vigésima-sétima edição da Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que ocorre de 16 a 18 de fevereiro de 2017, na Estação Experimental do Arroz, do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), em Cachoeirinha (RS). Na ocasião, as empresas vão levar aos produtores as últimas novidades em tecnologias e inovações para os produtores que participarão das atividades durante os três dias de evento. Monteiro, da John Deere, avalia que o evento é um marco dentro do segmento arrozeiro e, por isso, a empresa aposta na Abertura Oficial da Colheita do Arroz. “Levaremos ao produtor uma revolucionaria novidade para o setor e toda a sua solução integrada, que vai do plantio à colheita, pulverização, agricul-

tura de precisão e serviços de pós venda para que ele obtenha cada vez mais produtividade e, assim, colaborarmos na produção mundial de alimentos, pois o Brasil é um dos principais produtores do mundo”, reforça. Já Oliveira, da Massey Ferguson, lembra que o Rio Grande do Sul é referência em agronegócio e a marca está fortemente presente no Estado, por isso acredita no evento. “A Massey Ferguson possui três fábricas no Rio Grande do Sul: Santa Rosa (colheitadeiras), Ibirubá (implementos) e Canoas (tratores e pulverizadores). É uma alegria estar presente em um evento de tamanha importância para um dos principais segmentos agrícolas do Estado. A Abertura Oficial da Colheita do Arroz será certamente um sucesso e estamos muito felizes em atrelar o nosso nome a um acontecimento tão representativo”, pontua. Conforme Stein, da New Holland, a empresa sempre se faz presente na

Abertura Oficial da Colheita do Arroz e em 2017 não poderia ser diferente. “Em 2017, estaremos representados por vários concessionários e agregaremos o nosso maior evento que é o New Holland em Campo, onde nossos clientes e rizicultores da região poderão acompanhar esse show de máquinas. Certamente será um novo marco na Abertura Oficial da Colheita do Arroz”, diz. Karsburg, da Case IH, projeta que este é um momento muito importante para a empresa, pois no evento os clientes poderão comprovar na prática todas as qualidades e versatilidades do maquinário fabricado que a marca proporciona aos consumidores. “Por isso, fazemos questão de estar presentes e reforçar a forte presença da marca na cultura do arroz”, define. A vigésima-sétima Abertura Oficial da Colheita do Arroz é realizada pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz). REVISTA 100% CAIPIRA | 15


CLIMA

La Niña melhora cenário agrícola no Brasil

Fonte: Clima Tempo

Depois de sofrer com um dos El Niños mais forte desde 1950 a agricultura brasileira terá que lidar neste verão com o efeito da La Niña, fenômeno oposto ao El Niño Os dois fenômenos oceânicos atmosféricos interfere no clima do Brasil causando alterações no padrão de temperatura e de chuva. De acordo com Alexandre Nascimento, meteorologista da Climatempo, o fenômeno La Niña já começa a atuar sobre o país, mas não com forte intensidade, e deve se afastar já no fim do verão. O que esperar da La Niña na safra 2016/2017 - Caracterizado pela diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico, um dos efeitos do La Niña no Brasil é aumentar as 16| REVISTA 100% CAIPIRA

chuvas sobre o Nordeste. Além disso, o fenômeno também estimula a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul que facilita a formação de áreas de chuva persistentes. Segundo a meteorologista da Climatempo, Josélia Pegorim, os principais centos de monitoramento do clima global concordam que a La Niña irá atuar de forma fraca em 2017. O fato é que este fenômeno favorece mais chuva em algumas áreas brasileiras e diminui em outras. Depois de dois anos secos, as planta-

ções de café do país voltaram a receber maiores precipitações e isso deve favorecer a próxima safra. As regiões produtoras de cana de açúcar e café do Sudeste e Centro-Oeste do país serão beneficiadas com a chuva. Ainda em 2017, as lavouras de cana, principalmente no leste nordestino e no Espírito Santo, também podem registrar alto nível de pluviosidade, o que deve favorecer a cultura. De uma forma geral, a agricultura brasileira deve bater recorde nesta safra de grãos, inclusive o Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.


CONFRATERNIZAÇÕES ANIVERSÁRIOS CASAMENTOS FESTAS

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AGROINDÚSTRIA

Pesquisa desenvolve bacon, copa e presunto de carne ovina

No desenvolvimento dos produtos, o projeto contou com a parceria de diferentes instituições Presuntos crus defumados e não defumados, copas, presuntos cozidos, mortadelas, hambúrgueres e até bacon. Esses são alguns dos produtos feitos a partir de carne ovina − cordeiros, borregos, ovelhas e carneiros − desenvolvidos pela Embrapa Pecuária Sul (RS) no âmbito do projeto Aproveitamento Integral de Carne Ovina (Aprovinos), que avalia alternativas para levar ao mercado novas opções de consumo deste tipo de carne. De acordo com a coordenadora do projeto, a pesquisadora da Embrapa Élen Nalério, todos esses produtos são feitos com categorias animais com pouco valor comercial hoje, como ovelhas mais velhas e de descarte, porém ainda com bastante qualidade nutricional. A inspiração para o desenvolvimento dos produtos veio de derivados de carne suína, que são muito apreciados pelo consumidor. Para chegar a esses produtos, foram três anos de pesquisas em áreas como processo de salga e de cura. De acordo com Élen, como são inéditos no mercado, foi preciso partir de produtos si18| REVISTA 100% CAIPIRA

milares de outros animais para chegar a processos que garantissem a qualidade, sabor e segurança para o consumidor. “No caso do presunto cru, por exemplo, que é uma peça única e com osso, são levadas em consideração as diversas reações bioquímicas que ocorrem durante a conversão da carne em presunto para encontrar as condições de umidade e de calor, além da salga, para chegarmos ao produto final com a qualidade que queríamos e sem riscos de consumo”, ressalta. Foi necessário também identificar as cepas de fungos, que dão o sabor e aroma aos embutidos, de forma a certificar que estes não apresentam caráter toxigênico para o consumo. Os presuntos crus, oveicon premium (bacon ovino tipo extra), linguiça light e as copas são alguns dos produtos que compõem a Linha Premium, formada por produtos de alto valor agregado, uma das três linhas concebidas durante o projeto voltadas a diferentes públicos e regiões do País. Já a linha chamada de Low Cost foi pensada para atender uma faixa

mais ampla da população, e por isso possui menor custo de produção e de comercialização. Ela é composta por mortadela, patê de fígado, apresuntado, hambúrguer e bacon ovino (oveicon), também tem como objetivo aproveitar nos frigoríficos partes de carnes de pouco valor comercial e também animais de descarte. Por fim, uma terceira linha de produtos, denominada Regional, destina-se a atender mercados específicos do País com produtos como sarapatel, buchada e pertences de feijoada. No desenvolvimento dos produtos, o projeto contou com a parceria de diferentes instituições. No caso do patê, os estudos foram realizados pelo Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul). Os hambúrgueres tiveram desenvolvimento no Instituto Federal de Farroupilha, enquanto que os produtos da linha regional ficaram a cargo da Embrapa Caprinos e Ovinos (CE). Além do desenvolvimento de derivados, o projeto trabalhou também com cortes diferenciados de carne para apre-


leiro come em média cerca de 47 quilos de carne de frango por ano, 35 quilos de carne bovina e 15 quilos de suínos. Essa realidade mostra um potencial enorme para o aumento da produção e da comercialização, com a possibilidade de chegar a públicos que hoje não têm hábito de consumir este tipo de carne. Percebe-se, por outro lado, um aumento na demanda por carne ovina, especialmente de cordeiro, entre consumidores urbanos e em cardápios de restaurantes mais refinados. A pesquisadora Élen Nalério lembra que o projeto nasceu com a constatação de que praticamente só existia mercado para a carne de cordeiro, que é o animal jovem, com menos de um ano de idade. “Outras categorias animais têm pouco apelo comercial e mesmo o cordeiro, geralmente, é vendido em peças grandes e congeladas, de difícil manuseio para o dia a dia”, conta. Avaliação dos consumidores

Fonte: Embrapa Pecuária Sul

sentação e comercialização. Hoje a maior parte da carne ovina é vendida em peças grandes, como o pernil e a paleta, o que torna mais difícil o manuseio e o preparo. “Há algum tempo que a tendência do mercado é oferecer maior praticidade nos produtos alimentares, com porções mais fracionadas que podem ser utilizadas em uma refeição de uma família pequena”, aponta Élen. Por esse motivo, a pesquisa procurou desenvolver cortes menores e que permitem maior facilidade de preparo. Da mesma forma, foram buscadas tecnologias que aumentam o tempo de permanência dessas carnes nas prateleiras dos supermercados. Bom potencial nacional O consumo de carne ovina ainda é baixo no País, principalmente se compararmos com outras proteínas animais. Segundo a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), o consumo per capita atualmente é de cerca de 400 gramas anuais, enquanto que o brasi-

Durante o projeto foram realizadas pesquisas com consumidores de diferentes regiões do País para avaliar a percepção em relação à carne ovina. Nesses trabalhos ficou claro que o consumo ainda é restrito a regiões que têm a tradição da criação de ovelha, como o Rio Grande do Sul, e a nichos de mercado. Boa parte do público médio não tem a cultura de consumir esse tipo de carne, seja por desconhecimento ou mesmo por não encontrá-la nos pontos de venda. “Muitas vezes não existe oferta do produto nos supermercados e quando há são peças grandes e congeladas, o que não é atrativo para consumidores de grandes centros urbanos”, ressalta Élen Nalério. As pesquisas de percepção dos consumidores foram realizadas em parceria com a Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) e com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Da mesma forma foram realizadas pesquisas com grupos focais, como empresários do ramo de frigoríficos, produtores rurais, varejistas e chefes de cozinha. Com esses públicos especializados, foram apresentados os produtos cárneos desenvolvidos pelo Aprovinos, com o objetivo de avaliar a recepção desses agentes da cadeia produtiva. “Como são produtos que ainda não estão no mercado, a inten-

ção era verificar a percepção de públicos-alvo tanto em relação à apresentação dos produtos quanto na degustação”. De acordo com Élen, o retorno foi bastante positivo, principalmente por representantes de frigoríficos, que mostraram interesse em utilizar comercialmente as tecnologias desenvolvidas. A Embrapa está avaliando os melhores modelos de negócios para a transferência da tecnologia e como efetivamente colocar novos produtos no mercado, o que deve acontecer ainda em 2016. Reestruturação da cadeia produtiva Paralelamente ao projeto Aprovinos, a Embrapa Pecuária Sul, em conjunto com a Associação Brasileira dos Produtores de Ovinos (Arco), vem desenvolvendo ações visando a uma maior organização da cadeia produtiva da ovinocultura. Nesse sentido, em 2015 foram realizadas reuniões de trabalho envolvendo diferentes instituições, identificando os gargalos e as oportunidades para a ovinocultura. “Especificamente no Rio Grande do Sul, a matriz produtiva da ovinocultura passou da produção de lã para a de carne nas últimas décadas. Essa mudança exige uma nova percepção seja em relação à produção, ao processamento e à comercialização dos produtos ovinos”, ressalta o pesquisador Marcos Borba. De acordo com Borba, o objetivo desse trabalho é reunir instituições públicas e privadas visando obter maior eficácia na cadeia produtiva da ovinocultura. No final de 2015, foi aprovado o projeto Apoio ao Desenvolvimento da Ovinocultura no Rio Grande do Sul, que vai contribuir com este trabalho de reorganização da cadeia produtiva. Entre as ações previstas estão promover um maior entrosamento entre os componentes da cadeia, ampliar a organização dos produtores, combater a informalidade do abate e aumentar a assistência técnica aos criadores. “O objetivo é fortalecer todos os elos da cadeia produtiva e com isso propiciar ganhos para todos, sejam produtores rurais, empresários do setor de transformação e também do varejo. E, no final, o consumidor poderá dispor de produtos de qualidade”, assegura Borba. REVISTA 100% CAIPIRA | 19


BOVINOS DE LEITE

Leite para todos

No entanto, inegavelmente diversas pessoas têm apresentado quadros de intolerância ou alergia ao leite. Este fato alimenta ainda mais as tais teorias

Fonte: Assessoria de Comunicação CCAS

O leite, mesmo com as inúmeras críticas e teorias fantasiosas que invadem as mídias sociais e são replicadas mais que bactérias em placas de cultura, continua sendo um alimento apreciado e um elemento essencial na dieta de muitas pessoas; no meio rural dizemos que é indispensável de mamando a caducando. No entanto, inegavelmente diversas pessoas têm apresentado quadros de intolerância ou alergia ao leite. Este fato alimenta ainda mais as tais teorias. Por outro lado, enquanto o ceticismo em relação ao real valor nutricional do leite é fomentado por crendices, a ciência busca explicações. Entre estes estudos descobriu-se que os problemas de alergia, ou intolerância, parecem ter surgido há apenas um século. Mas o ser humano vem ingerindo leite, de origem bovina, há quase 10.000 anos. Assim, foi necessário investigar o que havia mudado neste último século. As pesquisas demonstraram que reações dos humanos, em relação a lactose, tem relação direta com um tipo específico de proteína. Sabe-se que todas as fêmeas dos mamíferos, incluindo a mulher, produzem, no leite, uma proteína denominada ßcaseina A2. No entanto, algumas fêmeas bovinas sofreram uma alteração 20| REVISTA 100% CAIPIRA

genética e passaram a produzir também uma proteína denominada ßcaseína A1. A única diferença entre as duas proteínas é apenas um aminoácido na 67ª posição entre 203 aminoácidos que compõem as duas proteínas. A ßcaseína A1 possui um aminoácido histidina, enquanto que a ßcaseína A2 tem uma prolina na 67ª posição. Este “detalhe” não é aceito pelo organismo de muitas pessoas, assim como, de diversos outros animais. Intolerância à lactose e alergia à proteína do leite, muitas vezes, são confundidas pelo consumidor. Isto é justificável, pois ambas são ocasionadas pelo mesmo alimento: o leite. Além disto, elas possuem sintomas similares, como desconforto abdominal, cólicas e diarréia. Mas é importante conseguir identificar qual a causa do problema. Afinal, quando se é intolerante deve-se excluir a lactose ou apenas ingerir pequenas quantidades de alimentos, que contenham traços de lactose (também depende grau de intolerância). Por outro lado, na alergia ao leite de vaca, a ingestão de qualquer proteína do leite ou alimentos que contenha qualquer traço deve ser excluída para evitar desencadear uma reação alérgica. Sabidamente estas enfermidades se expressam somente quando as pessoas

ingerem leite oriundo de vacas que possuem os Alelos A1. Tais fatos levaram os investigadores a estudar genótipos e raças, e descubra qual alelo A1 e A2 têm frequências mais altas. Desde então, essas raças que apresentam uma maior quantidade de A1 alelo A1 leite é uma alergénicos começou a produzir leite que podem causar doenças às pessoas predispostas. Assim, começou a produzir raças com quantidades mais elevadas de alelo A2 A2 leite, que não causa doenças e podem ser ingeridos por pessoas com APLV. Hoje por meio de testes genômicos, já empregados por diversos produtores em sua rotina, há rebanhos sendo selecionados com vacas que sejam A2A2 em seu genoma. Assim, o leite oriundo, destes animais, não causa reação alguma! Liberado leite a todos. Aproveite e beba leite! Por Roberta Züge; membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS); Vice-Presidente do Sindicato dos Médicos Veterinários do Paraná (SINDIVET); Médica Veterinária Doutora pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP); Sócia da Ceres Qualidade.


FRUTICULTURA

Nutrição reforçada é estratégia de produtores de uva para obter frutos mais duráveis

Fonte: Nutriceler

Produtores buscam auxílio em fertilizantes foliares de alta tecnologia para colher frutas de boa aparência, sabor acentuado e maior durabilidade A safra de uvas colhidas no final de 2016 foi favorecida pelo clima, que contou com chuvas e geadas nos períodos certos no estado de São Paulo. Para aprimorar ainda mais os bons resultados, agricultores reforçaram o manejo nutricional visando a conquista de melhores preços de venda no período de festas de fim de ano. De acordo com o engenheiro agrônomo André Queiroz, consultor em nutrição de plantas da Nutriceler, quem quer produzir frutas de alto padrão precisa estar atento aos cuidados nutricionais antes da brotação. “O cálcio e o boro são dois nutrientes indispensáveis para a fruticultura em geral. O agricultor precisa ter uma boa estratégia e usar boas fontes nutricionais foliares para que o tratamento

seja eficiente”, diz. André acompanhou o manejo no Sítio Agostinho, em Atibaia (SP), onde são cultivadas uvas da variedade Niágara Rosada em uma área de 18 mil m2 em Atibaia (SP). Lá, o trabalho nutricional foi intensificado na pré-florada, já no início da brotação, quando os primeiros cachos começaram a aparecer. “Fizemos um trabalho visando, principalmente, a fertilidade das flores. Utilizamos fertilizantes foliares de alta eficiência, que contam com formulações que permitem que os nutrientes, no caso do boro e cálcio, sejam absorvidos pela planta em poucos minutos e metabolizado rapidamente também”, explica. “Continuamos com os reforços de cálcio na fase de florescimento além de

outras combinações de nutrientes, todas com tecnologia Nutriceler. Vale lembrar que a dupla de boro e cálcio deve estar presente até o completo desenvolvimento dos cachos”, completa André. Pra reforçar a resistência natural das plantas, a sugestão de André foi a aplicação de cobre. A boa aparência e o sabor acentuado da uva de mesa foram favorecidos com aplicações sucessivas de hidróxido de potássio. “Para conseguirmos a casca com boa aparência e as cores bonitas e vibrantes utilizamos o hidróxido de potássio. O cálcio também entrou novamente nesse manejo para garantir que as bagas ficassem firmes e com maior durabilidade após serem colhidas”, complementa o agrônomo. REVISTA 100% CAIPIRA |21


TURISMO RURAL

O turismo rural como gerador

A Europa é exemplo dessa tendência

Fonte: Embrapa

O turismo é responsável por um em cada onze empregos e por cerca de 10% do PIB global, desempenhando importante papel nos países em desenvolvimento como gerador de riqueza e inclusão social. Estima-se que até 2030 cerca de 1.8 bilhão de turistas estarão circulando pelo mundo anualmente, mais da metade deles em economias emergentes. Neste cenário, o turismo rural tenderá a ganhar destaque em função do apelo que a natureza exerce sobre uma sociedade cada vez mais urbanizada, porém preocupada com o meio ambiente. A Europa é exemplo dessa tendência. Quem já viajou pelo interior da Itália, França, Espanha e Portugal percebe de imediato o impacto que a integração entre agricultura, cultura, gastronomia e turismo promove nas economias locais, viabilizando imensa gama de novos negócios, emprego e renda, além da preservação das tradições, dos costumes locais e da paisagem rural. 22| REVISTA 100% CAIPIRA

No Chile, o Valle do Colchagua, no sopé da Cordilheira dos Andes, distante 150 km da capital Santiago, é exemplo. Aquela região agrícola concentra importantes vinhedos e incorporou de vez o turismo em sua economia. Além da produção de vinho, da cultura preservada e das belas paisagens que unem mar e montanhas, a região atrai grande número de turistas, que podem desfrutar os vinhos e a culinária locais, além de passeios e aventuras. No Brasil há exemplo semelhante no Vale dos Vinhedos, baseado no legado histórico e gastronômico dos imigrantes italianos, que chegaram à Serra Gaúcha ainda no século 19. Ali, a integração entre agricultura e turismo funciona como estímulo para a economia regional, favorecida pela hospitalidade de seus moradores e pelas belas paisagens rurais, além da infraestrutura turística de qualidade. Mas o Brasil pode ainda mais. Formado pela integração das raças euro-

peias, indígenas e negra, nosso país é um “fervedouro cultural” que fascina o mundo por aspectos como a música, a religião, o folclore, as festividades populares e a diversidade culinária. Com uma extensa superfície de terra contínua, imensa riqueza hidrográfica, uma das mais longas costas tropicais do planeta – com centenas de praias paradisíacas, ampla gama de condições climáticas, de temperadas a tropicais - e a mais rica biodiversidade terrestre do planeta, o Brasil conta com paisagens e ambientes únicos. Por isso não é exagero nenhum considerar o nosso país privilegiado para o desenvolvimento de uma possante indústria turística. Como atividade baseada em recurso natural, cultural ou em ambos, o turismo é uma indústria de imenso impacto potencial para o mundo rural brasileiro. E a culinária e os alimentos tipicamente brasileiros


de renda e riqueza no campo

poderão se integrar cada vez mais ao turismo, respondendo à busca por sabores e aromas típicos, por experiências sensoriais únicas e memoráveis, pela autenticidade dos produtores artesanais e das práticas e hábitos tradicionais. Nossa agricultura tem tudo para se integrar à onda do multiculturalismo, que vem sendo impulsionada pela globalização, pela internet e pela expansão do turismo internacional. Assim, alimentos e bebidas antes considerados exóticos ganham o gosto do consumidor, como é o caso do açaí, do pão de queijo, do churrasco e da caipirinha, hoje apreciados em muitos lugares do mundo. Para que possamos fortalecer o turismo como alternativa de desenvolvimento rural associado à cultura e à gastronomia, será necessário ampliar o conhecimento da imensa diversidade do que se produz e se consome em diferentes partes do país, à semelhan-

ça do que fez a França. Em seu Inventário do Patrimônio Culinário, de 1989, os franceses investiram no conhecimento dos seus produtos culinários, dando um passo essencial para o seu reconhecimento como patrimônio cultural. Se inventário similar for realizado no Brasil, teremos mais elementos para fortalecer a imagem dos nossos alimentos e da nossa gastronomia como produtos turísticos diferenciados, atendendo às necessidades de uma indústria turística cada vez mais dinâmica, competitiva e exigente. A Embrapa, atenta a essas tendências, vem desenvolvendo um conjunto de projetos e ações que valorizam e dinamizam a produção de alimentos locais e regionais, com um olhar atento para a sinergia agricultura-turismo. Um exemplo é o programa Rota do Cordeiro, originado no Ceará, para profissionalização das cadeias produtivas da ovinocultura e da ca-

prinocultura, com foco na sustentabilidade da produção, na regularização e na padronização da oferta de produtos diferenciados e na promoção do consumo. Em parceria com o BNDES, a Embrapa desenvolve um amplo programa de incentivo à diversificação, especialização e exploração da multifuncionalidade das áreas rurais, com grande potencial de impacto na oferta de produtos diferenciados, na gastronomia e no turismo. Temos à frente o enorme desafio de organizar o rico leque de saberes, sabores e aromas que marcam a nossa culinária, definem a nossa identidade e conformam produtos turísticos em grande demanda. A agricultura, que projetou o Brasil como grande exportador de alimentos, poderá contribuir também para difundir para o mundo a cultura alimentar brasileira e suas possibilidades gastronômicas, com geração de renda e riqueza no campo. REVISTA 100% CAIPIRA | 23


PRODUÇÃO AGRÍCOLA

MANDIOCA/Perspectiva: Menor oferta deve impulsionar disputa por mandioca em 2017

A disponibilidade de mandioca para as indústrias processadoras deve ser menor em 2017, aumentando a disputa pela aquisição do produto entre as empresas, segundo pesquisas do Cepea A disponibilidade de mandioca para as indústrias processadoras deve ser menor em 2017, aumentando a disputa pela aquisição do produto entre as empresas, segundo pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Sem fécula em estoque e com um possível aumento na demanda industrial, a expectativa para o primeiro semestre de 2017 é de alta nos preços do produto. Entre abril e maio – período de início de safra –, pode haver alguma elevação na oferta, porém, abaixo do que se registrou em anos anteriores, o que deve limitar a pressão sobre as cotações do produto. Por causa do excesso de chuva no início de 2016, parte das lavouras apresentou podridão radicular. Por isso, a matéria-prima disponível no mercado neste ano é aquela cultivada em 2015. A rentabilidade negativa da mandiocultura entre 2014 e 2015, o endividamento de parte dos agricultores e até mesmo a falta de manivas para novos plantios em 2016 reduziram o interesse produtor e levaram à diminuição da área destinada à mandioca no Centro-Sul. Além disso, o clima desfavorável e as doenças já implicam em menor produtividade agrícola das lavouras em fase de colheita. No Paraná, a produção deve ser a menor desde a safra 2008/09, segundo 24 | REVISTA 100% CAIPIRA

a Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab/Deral). A estimativa é que a área disponível com mandioca no estado seja de 104,7 mil hectares na safra 2016/17, queda de 21% frente à temporada passada. Quanto à produtividade média, a previsão é de 26,4 toneladas/hectare, 4% inferior à de 2016. A produção estimada é de 2,76 milhões de toneladas na safra 2016/17, quantidade 24% abaixo da temporada passada. Neste cenário, parte da indústria local poderá se abastecer em estados vizinhos, principalmente Mato Grosso do Sul e São Paulo. Quanto ao Nordeste, com a falta de mandioca, agentes do setor devem ter o Centro Sul como origem da matéria-prima processada, especialmente no primeiro semestre. Produtores podem comercializar lavouras de mandioca com menos de dois ciclos, diminuindo a oferta na segunda metade do ano. Contudo, ainda há incertezas sobre o avanço da área a ser cultivada, uma vez que agentes de mercado apontam aumento nos custos de produção, principalmente por conta dos valores dos arrendamentos. Assim como em anos anteriores, o clima – especialmente no Nordeste – deve influenciar na oferta de mandioca em 2017. O Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) prevê que

entre janeiro e março as chuvas na região Nordeste do Brasil se situem abaixo da faixa normal climatológica, fato que reforça possibilidade de falta de matéria-prima nos principais estados produtores. Para a região Sul, o órgão destaca a possibilidade de uma fraca condição de La Niña, o que também deve influenciar sobre o ritmo de colheita. Fécula: Cotação elevada pode limitar avanço do mercado – A baixa oferta de raízes associada a uma possível diminuição em termos de rendimentos agrícola e industrial podem resultar em menor produção de fécula de mandioca em 2017. Os preços tendem a subir, limitando avanços no mercado de fécula. Para o setor de atacado, como frigorífico e massas, o produto deve continuar restrito. Já o setor industrial, como papel, papelão e amidos modificados, ainda pode ter o amido de milho como insumo. Apesar de uma possível melhora na demanda frente a 2016, as relações contratuais entre os agentes podem ser dificultadas neste ano. Além disso, deve haver crescimento dos negócios e parcerias entre as próprias fecularias, como acontece em períodos de restrição de oferta. Segundo estimativas do Banco Central do Brasil (Bacen), em 2017 o Produto Interno Bruto brasileiro (PIB) deve ter crescimento de 0,5%, afirmando elevação


de 0,88% na produção industrial. Isso poderia favorecer a retomada do consumo de fécula por parte dos segmentos. Todavia, a demanda deve seguir concentrada nos segmentos atacadista, frigoríficos e massas. De acordo com dados do Cepea, o estoque de passagem de 2016 para 2017 foi de 92,3 mil toneladas, o maior de toda a série histórica, iniciada em 2008. Porém, 28,3% deste total esteve comprometido com as modificadoras de amidos. Outros 38% estavam em fecularias, indicando concentração de estoques, cenário que deve prevalecer em boa parte deste ano. Parte dos segmentos consumidores e até mesmo a indústria de fécula podem se abastecer no mercado internacional em 2017, devido aos baixos preços do produto na Ásia e à taxa de câmbio ainda favorável. Segundo o Bacen, o dólar médio em 2017 poderá se situar em R$ 3,40. Sendo assim, é de se esperar que o déficit na balança comercial da fécula seja o maior dos últimos anos. Enquanto o produto brasileiro segue com pouca participação no mercado internacional, o Paraguai pode continuar atingindo novos mercados na América do Norte e União Europeia, principalmente. A crise econômica brasileira e o aumento dos custos na indústria de fécula – energia e matéria-prima, principalmente

– devem dificultar novos investimentos. Desta maneira, a capacidade instalada deve seguir estável, com aumento na ociosidade. Todos os estados produtores podem ter quedas na produção. O Paraná deve continuar como líder na produção nacional de fécula, seguido pelo Mato Grosso do Sul e estado de São Paulo. Farinha: Demanda ainda dependente do Nordeste em 2017 – O consumo de farinha caiu em boa parte das regiões brasileiras, devido às mudanças nos padrões da população. Entretanto, a maior comercialização ainda está concentrada nas regiões Norte e Nordeste do País, que são grandes influenciadores deste mercado, o que não deve ser diferente em 2017. A disponibilidade de raízes para processamento nestas regiões pode ser menor, já que a produtividade já dá sinais de diminuição, segundo colaboradores do Cepea. Este cenário se deve à severa queda na área plantada com mandioca na maioria dos estados do Norte e Nordeste do Brasil em 2015. Segundo dados do IBGE, na Bahia, principal estado produtor do Nordeste, a área plantada entre 2014 e 2015 recuou 4,4%, ao mesmo tempo em que a produtividade tem sido baixa. No Pará, o maior produtor do Norte, a mandioca ocupou área 10,2% menor. Caso este cenário se confirme, agen-

tes do Nordeste devem se abastecer no Centro-Sul, como vem ocorrendo nos últimos anos. Todavia, neste ano, a oferta de mandioca no Paraná e no estado de São Paulo pode ser menor, podendo influenciar em aumento de preços. Assim, farinheiras do Paraná devem aumentar a produção, acarretando em forte disputa por matéria-prima com as fecularias. Nas regiões paulistas, o principal mercado a ser atendido é o da Grande São Paulo. No entanto, algumas empresas da região de Assis têm a possibilidade de aumentar as vendas de farinha para o Nordeste. Em alguns mercados do Nordeste, a saca de 50 kg de farinha chegou a superar os R$ 150,00 em 2016, com impactos negativos sobre o consumo. Para 2017 é esperado recuo da inflação, com o IPCA em 4,85% segundo o Bacen. Além disso, com a notável queda na renda, o consumo pode diminuir. Com preços muito elevados, o produto passa a ser substituído. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até novembro/16 os estoques públicos de farinha de mandioca totalizavam 8,16 mil toneladas. Nos períodos de valores em alta poderia o governo federal atuar para minimizar as altas. De todo o modo, esta quantidade não seria suficiente para estabilizar as cotações por longos períodos.

Fonte: CEPEA

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AGRICULTURA FAMILIAR

Cooperativa do RS busca agricultores

familiares

para produção de matériaprima para biodiesel Uma cooperativa de produtores em Tapera, a 280 km de Porto Alegre, está convidando agricultores familiares de 10 localidades do noroeste do estado a vender a safra de soja 2016/2017 para a produção de biodiesel

A participação da agricultura familiar na cadeia produtiva de biocombustíveis é um dos pré-requisitos para obtenção e manutenção do Selo Combustível Social, um componente de identificação que traz benefícios para produtores e indústria. Para esta safra, a empresa já tem pré-contrato de comercialização de 76 mil toneladas de soja com unidades produtores de biodiesel que possuem o Selo de Combustível Social. Boa parte da matéria-prima da cooperativa está nas lavouras da agricultura familiar. Dos mais de 1900 associados, 73% possuem Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP), totalizando cerca de 1400 produtores rurais da região noroeste do Rio Grande do Sul. 28 | REVISTA 100% CAIPIRA

Para alcançar a produção esperada, a Cotrisoja está em campanha para firmar novas parcerias com agricultores familiares. As inscrições estão abertas e vão até o dia 10 de fevereiro. Os produtores rurais que desejarem se associar à Cotrisoja estarão isentos da cobrança da taxa de admissão mediante apresentação da DAP atualizada. A Cooperativa Tritícola Taperense (Cotrisoja) está habilitada a participar do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) e atua junto aos produtores rurais de Tapera, Victor Graeff, Lagoa dos Três Cantos, Mormaço, Selbach, Linha Floresta, Ibirubá, Quinze de Novembro e Santa Clara do Ingaí.

Na safra passada, a Cotrisoja comercializou soja proveniente da agricultura familiar com as empresas produtoras de biodiesel ADM, COFCO AGRI, Bianchini S/A, Oleoplan e BSBIOS, todas detentoras do Selo Combustível Social. Para a safra 2016/2017, a cooperativa já busca agricultores detentores da DAP para integrar sua produção à da empresa. O presidente da Cotrisoja, Adriano Borghetti, explica a importância do PNPB para a agricultura familiar. “Entre os benefícios estão o aumento da rentabilidade da agricultura familiar, e o aumento da produtividade na área de atuação da Cooperativa, portanto, o principal objetivo é melhorar a remuneração do produtor de soja associado. A cooperativa é comprometida com seus as-


sociados e proporciona Assistência Técnica qualificada e a garantia do recebimento da produção”, destaca. A Sead entende que um dos caminhos efetivos para a consolidação da participação da agricultura familiar na produção de energia renovável passa pela organização cooperativa, na medida em que os produtores rurais passam a ter maiores vantagens em termos de escala de produção, redução de custos, logística, facilidade de acesso a insumos e tecnologias de produção, maior poder de barganha ao negociar os contratos com empresas produtoras de biodiesel, entre outros. O Selo O Selo Combustível Social é um componente de identificação concedido pela Sead ao produtor de biodiesel que se enquadrar nos pré-requisitos previstos em lei, conferindo

à empresa o caráter de promotor de inclusão social dos agricultores familiares enquadrados do Pronaf. Dados da Coordenação-Geral de Agroecologias e Energias Renováveis, órgão da Subsecretaria de Agricultura Familiar da Sead (CGAER) apontam que atualmente existem 41 empresas detentoras do selo no país, responsáveis pela aquisição de matéria-prima como soja, mamona, dendê, girassol de mais de 72 mil agricultores familiares. Para o coordenador da CGAER, André Martins, o PNPB é uma política pública que promove desenvolvimento social, ambiental e econômico e permite a inclusão do agricultor familiar na cadeia produtiva do biodiesel, diminuindo o desemprego e gerando renda. Para as indústrias que atendam as exigências legais, os ganhos também são grandes. “Para ter acesso ao selo, as em-

presas devem adquirir um percentual mínimo de matéria-prima de agricultores familiares no ano de produção de biodiesel; Celebrar previamente contratos de compra e venda com os produtores ou suas cooperativas, desde que tenham anuência da entidade representativa da agricultura familiar daquele município e/ou estado; e assegurar capacitação e assistência técnica a esses agricultores. Com isso, a família do meio rural terá uma maior segurança e facilidade para acesso às linhas de crédito do Pronaf ”, explica André Martins. Como contrapartida, o Selo Combustível Social dá direito à indústria de participar de 80% dos leilões de compra de biodiesel, sendo este montante reservado somente para as empresas que possuem essa identificação. O selo também prevê a desoneração de alguns tributos, como PIS/Pasep e COFINS.

Fonte: Portal do Ministério do Desenvolvimento Agrário

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CULTURA CAIPIRA

Tradição, religião e devoção que envolve o Dia de Reis pelo mundo

Três Reis que viajaram uma longa jornada para presentear o Menino Jesus Por: Adriana Reis

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O dia de Reis foi criado para lembrar a data em que Jesus Cristo recém-nascido recebera a visita de “alguns magos do oriente” (Mateus 2:1) que, segundo o hagiológio, foram três Reis Magos. Os três Reis Magos entregaram presentes ao Menino Jesus. É uma festa da Igreja Católica Apostólica Romana, realizada entre os dias vinte e quatro de dezembro e 06 de janeiro, o dia da comemoração. A noite do dia 5 de janeiro e madrugada do dia 6 é conhecida como “Noite de Reis”. Trazida pelos portugueses na época da colonização do Brasil, em meados do século XVIII, a folia de reis é um movimento cultural onde os grupos saem caminhando a pé pelas ruas das cidades, para levar às pessoas as bênçãos do menino Jesus. A data marca, para os católicos, o dia para a veneração aos Reis Magos, que a tradição surgida no século VIII converteu nos santos Melchior, Gaspar e Baltazar. Na história do natal os reis magos foram guiados por uma estrela até chegarem ao local onde Maria estava com seu filho, na presença de José. O caminho percorrido foi longo, pois cada um estava em uma localidade, por isso demoraram cerca de doze dias para chegar a Belém. Cada um dos reis magos saiu de sua localidade de origem, ao contrário do que pensamos - que viajaram juntos. Baltazar saiu da África, levando para o menino mirra, um presente ofertado aos profetas. A mirra é um arbusto originário desse país, onde é extraída uma resina para preparação de medicamentos. O presente do rei Gaspar, que partiu da Índia, foi o incenso, como alusão à sua divindade. Os incensos são queimados há milhões de anos para aromatizar os ambientes, espantando insetos e energias negativas, além de representar a fé; a espiritualidade. Belchior ou Melchior partiu da Europa, levando ouro ao Messias, rei dos reis. O ouro simbolizava a nobreza e era oferecido apenas aos deuses, motivo pelo qual o ofertou para Jesus, simbolizando a riqueza; a realeza. Celebrado o Natal e o Ano Novo, eis que chega o momento de homenagear os reis magos. Durante os festejos, os grupos saem caminhando pelas ruas das cidades, levando as bênçãos do menino para as pessoas que os recebem. É tradição que

as famílias ofereçam comidas aos integrantes do grupo, para que possam levar as bênçãos por todo o trajeto. Os integrantes do grupo da folia de reis são: mestre, contramestre, donos de conhecimentos sobre a festa, músicos e tocadores, além dos três reis magos e do palhaço, que dá o ar de animação à festa, fazendo a proteção do menino Jesus contra os soldados de Herodes, que queriam matá-lo. Além desses personagens, os foliões dão o toque especial, seguindo o cortejo. Os participantes saem a caráter, cada personagem possui roupas próprias, deixando a folia com um ar mais animado. Começando por Portugal, viajamos por alguns países da Europa e seguimos depois até à América do Sul, passando pelo Brasil. Aqui vos deixamos algumas das tradições de Reis que encontramos. Portugal: Em Portugal é comum sair à rua para “Cantar os Reis” (canções tradicionais sobre a vida de Jesus e saudações à família e donos da casa), principalmente nas aldeias ou cidades pequenas. Em Portugal e na Galiza, o bolo-rei ou bolo de Reis possui grande tradição e é confeccionado com um brinde e uma fava. A pessoa que encontra a fava deve trazer o bolo de Reis no ano seguinte. Por todo o país, grupos de vizinhos reúnem-se para cantar os reis, as pessoas costumam “cantar as janeiras”, “cantar os Reis” ou as “reisadas”, de porta em porta, acompanhados por instrumentos populares como o reco-reco, os ferrinhos, o bombo, o acordeão e a viola. São convidadas a entrar para o interior das casas, e como agradecimento recebem comida e bebida, sendo-lhes oferecidas pequenas refeições como doces, salgados, frios, vinhos, etc. Neste dia eram também muito comuns os autos dos Reis Magos, peças de teatro popular. Espanha: Uma tradição bem diferente da nossa acontece na Espanha (e os geminados culturalmente), o Dia de Reis tem muita importância. As crianças recebem presentes e em algumas cidades organiza-se o cortejo dos Reis Magos, a que aí chamam a Cabalgata de Reyes. Os Reis Magos desfilam em carros bem decorados acompanhados de muitos cavaleiros e lançam doces à assistência. É comum oferecer carvão de azúcar às crianças e come-se o bolo tradicional

que é o Roscón de Reyes. É estimulada entre as crianças a tradição de se deixar sapatos na janela com capim ou ervas antes de dormir para que os camelos dos réis Magos possam se alimentar e retomar viagem. Em troca, os réis magos deixariam doces e guloseimas que as crianças encontram no lugar do capim após acordar. A tradição também consiste em comer o Bolo de Reis. De acordo com a tradição espanhola, o Dia de Reis é celebrado por uma boa parte da população. Neste dia as crianças recebem as prendas de Natal, porque de acordo com a tradição cristã, os réis magos é que trazem as prendas. França: Na França e em Quebec (no Canadá), come-se a Galette des Rois (Bolo de Reis) que, tal como o bolo rei em Portugal, também leva um brinde no seu interior. A galette também costuma trazer uma coroa de papel, quem encontrar o brinde na sua fatia, será coroado, nem que seja por uma noite e terá de oferecer o bolo no ano seguinte. Hungria: Na Hungria as crianças vestem-se de Reis Magos, transportam presépios nas mãos e vão de porta em porta pedindo moedas. Alemanha: Tal como na Hungria, aqui as crianças também se disfarçam de Reis Magos e escrevem as iniciais do nome nas portas das casas. Brasil: No Brasil, geminado culturalmente com Portugal, esta tradição tem muito do que se faz no velho país. A festa é comemorada com doces e comidas típicas das regiões. Há ainda festivais com as Companhias de Reis (grupo de músicos e dançarinos) que cantam músicas referentes ao evento, as conhecidas festas da Folia de Reis. Porto Rico: É tradição que os pequeninos recolham um pouco de erva ou folhas no pátio da casa e que as coloquem numa caixa ao lado da cama. Conta a tradição que os camelos se alimentarão com isso e os Reis Magos deixarão um presente como recompensa. Cuba: Também aqui persiste a tradição de celebrar os Reis desde o tempo da colonização espanhola. Naquela época, no dia 6 de Janeiro dava-se folga aos escravos e estes saíam à rua para dançar ao som dos tambores. É por isso que este dia ainda é conhecido como a “Páscoa dos Negros”. Peru: No Peru já se perdeu a tradição REVISTA 100% CAIPIRA |31


de dar presentes às crianças nesta data. No dia 6 de Janeiro celebram a Bajada de Reyes e fazem uma pequena festa familiar durante a qual se desmonta o presépio. Muitas vezes o ritual estende-se a toda a comunidade. Por cada figura e adorno que se guarde, deve deixar-se dinheiro. Itália: Na Itália a comemoração recebe o nome de Befana, uma bruxa boa que oferece presentes às crianças. No país não existe a tradição de se presentear no dia 25 de dezembro, mas no dia 06 de janeiro, dia de reis. O dia de reis é tão importante na Europa que se tornou feriado em todo o continente. Algumas pessoas acreditam que uma simpatia para o dia de Reis trás o crescimento profissional e prosperidade. Para os crentes, a simpatia deve ser feita no dia 6 de janeiro, dia de Reis. Coloque uma romã dentro de um saquinho confeccionado de pano vermelho e ofereça aos 3 Reis Magos: Baltazar, Gaspar e Melchior ou Belchior. Pendure esse saquinho atrás da porta e deixe lá o ano inteiro para atrair sucesso profissional e pessoal e muita riqueza e prosperidade. Tenha fé, pois um dia há mais de 2 mil anos atrás uma estrela brilhou no céu e 3 32 | REVISTA 100% CAIPIRA

reis magos a seguiram e encontraram o rei dos reis. Neste ano novo acredite que seus sonhos e objetivos são estrelas e que lá no céu estão brilhando intensamente, muito perto de Deus, e este realizará seus pedidos. Tenha fé, acredite, confie e conquiste tudo que deseja de bom para você e sua família. Com fé e com a folia de reis, encerram-se as comemorações natalinas em todo o mundo, podendo desmanchar as árvores de natal e retirar todos os enfeites que representam a festa. O importante é abençoar a todos com a festa. Para os devotos dos Reis Magos, a folia de reis retrata a devoção e respeito de um povo simples e humilde, mas que tem fé, crença e adoração aos Santos Reis, Menino Jesus, São José e Virgem Maria. Para os admiradores é arte, é cultura de diversas raças e povos. Só no estado de São Paulo existem mais de 400 Companhias de Santos Reis. Embora a crença, o estilo, o ritmo e o som variam de região para região, o importante é manter a mesma tradição comum e para os amantes desta arte, conheça a história dos Favoritos da Catira que levam essa tradição com muita elegância e carisma por onde passam.

Desde 1960, Sr. Sebastião e seu filho Zé do Laço, moradores de Itapevi, fundadores da tradição e com o grupo de Guarulhos de Folia de Reis (Os mensageiros de Santos Reis), todo ano, em dezembro unia o grupo e vinha para Itapevi, em cantoria fazendo o uso de temas religiosos da Profecia ao Nascimento de Jesus Menino e a visita dos Três Reis Magos, sempre cumprindo o mesmo ritual de chegada e despedida, visitando amigos e os devotos. Após sua morte, ficou para seus filhos e netos, em especial a Du Catira, que desse continuidade a festividade. Assim, o encontro é realizado no segundo semestre na cidade de Itapevi e no final do ano em Guarulhos, estabelecendo assim, intercâmbio cultural e de turismo com a cidade de Guarulhos e outras convidadas. Fontes: http://www.edreams.pt/blog/tradicoes-de-reis-pelo-mundo/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_de_Reis http://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/diade-reis.htm h t t p : / / m u n d o e d u c a c a o. b o l . u o l . c o m . b r / d a t a s comemorativas/dia-reis.htm http://www.esoterikha.com/presentes/simpatida-de-dia-dereis-6-de-janeiro-crescimento-profissional-e-profissional. php


ORGÂNICOS

Fonte: Assessoria de Comunicação Boi Saúde

Mitos e verdades da carne orgânica

Boi Saúde – Pecuária Inteligente orienta sobre as principais dúvidas desse mercado promissor que ganha cada vez mais adeptos no país A procura por carne orgânica vem crescendo no Brasil, mas muitos consumidores se perguntam o que é e alguns produtores ainda não sabem como funciona o manejo desse tipo de gado que é um mercado cada vez mais promissor no país. Com o aumento de interesse sobre o produto, José Carlos Ribeiro, consultor agropecuário da Boi Saúde – Pecuária Inteligente, esclarece os principais mitos e verdades sobre o tema: 1. A pecuária orgânica tem a mesma produção da tradicional. MITO. A grande diferença é exatamente o sistema de produção que precisa ser ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável. As propriedades devem ser certificadas por entidades credenciadas pelo Ministério da Agricultura, Pe-

cuária e Abastecimento (MAPA). 2. É proibido utilizar o sistema de confinamento. MITO. Pode ser realizada a terminação no sistema de confinamento somente 90 dias antes do abate. Confinamento é o sistema em que os animais ficam separados em piquetes com área restrita para acelerar a engorda. 3. A alimentação do gado deve ser diferenciada. VERDADE. A questão da nutrição e alimentação do gado é baseada em pastagem sem fertilizantes, sem agrotóxicos, ração sem ser transgênica, características da produção de alimentos orgânicos. 4. Medicamentos químicos são utilizados em casos de doença. MITO. Quando o animal adoece ou é atacado por parasitas, o produtor não pode

aplicar vermífugo e antibiótico, mas tem como opção tratamentos homeopáticos ou fitoterápicos. As vacinações contra aftosa e brucelose são obrigatórias. 5. É um novo mercado no Brasil. MITO. Os primeiros produtores iniciaram a atividade desse tipo de gado no país há 10 anos, porém com a propagação e divulgação cada vez maior dos benefícios da alimentação saudável e a adesão da sociedade, a criação aumentou nos últimos três anos. 6. O custo é maior que a carne tradicional. VERDADE. Hoje a procura já é muito maior do que a oferta e em termos de custo a carne orgânica é de 20 a 30% mais cara em comparação com a carne de bovinos tradicional. REVISTA 100% CAIPIRA |33


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GESTÃO

Agricultores prejudicados por rompimento de barragem recebem auxílio para melhoria da produção em Galileia Fonte: Assessoria de Comunicação – Emater-MG

Projeto técnico do convênio assinado com a Fundação Banco do Brasil foi feito pela Emater-MG Um convênio assinado entre a Associação Sapucaia do Norte, do município de Galileia, no Vale do Rio Doce, e a Fundação Banco do Brasil irá beneficiar os agricultores familiares que foram prejudicados pelo rompimento da barragem do Fundão, da mineradora Samarco, em novembro de 2015. Com o convênio no valor de R$ 250 mil, a fundo perdido, a associação irá receber um trator, implementos agrícolas (arado, plantadeira, colhedeira, etc), além de contar com o serviço de construção de barraginhas para a captação e infiltração da água da chuva no solo. Todo o projeto técnico para a elaboração do convênio foi feito pela Emater-MG. A solenidade de oficialização do acordo será na próxima sexta-feira (13/01), às 18 horas, na comunidade Sapucaia do Norte. “Cerca de 60 agricultores serão diretamente beneficiados. Mas este número irá crescer, já que o trator poderá ser alugado para outros produtores quando não estiver sendo utiliza36 | REVISTA 100% CAIPIRA

do pela comunidade”, explica o técnico agrícola da Emater-MG, Geraldo Júnior Rios. O convênio com a Fundação Banco do Brasil faz parte de um projeto para fomentar a economia e recuperar áreas ambientais de pequenos municípios prejudicados pelo rompimento da barragem. “Aqui em Galileia, além da morte de peixes por causa da lama, os produtores tiveram que deslocar os animais que utilizavam o rio para beber água. A irrigação para pastagem também foi prejudicada. Além disso, algumas áreas de pastagem mais baixas, às margens do rio, foram atingidas”, explica o técnico da Emater-MG. A principal fonte de renda dos agricultores familiares da Galileia é a pecuária leiteira. Outras ações: Em dezembro de 2016, a Emater-MG e a Fundação Renova assinaram um contrato de prestação de serviços para a recuperação das propriedades atingidas pelo rompimento da barragem do Fundão. O contrato,

no valor de R$ 806 mil, prevê um diagnóstico feito pela Emater-MG das cerca de 300 propriedades atingidas nos municípios de Mariana, Ponte Nova, Barra Longa e Rio Doce. Também será elaborado um plano de adequação socieconômica e ambiental dessas propriedades. A vigência do contrato é de oito meses. A Fundação Renova é uma instituição autônoma e independente constituída para reparar os danos causados pelo rompimento da barragem. Entidade privada, sem fins lucrativos, ela foi estabelecida por meio de um Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTAC) assinado, em março de 2016, entre Samarco, suas acionistas, os governos federal e dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, além de uma série de autarquias, fundações e institutos (como Ibama, Instituto Chico Mendes, Agência Nacional de Águas, Instituto Estadual de Florestas, Funai, secretarias de Meio Ambiente).


FEIJÃO

Fonte: Só Notícias/Agronotícias

Primeira safra de feijão em Mato Grosso deverá ter área 61% superior A primeira safra 2016/17 de feijão em Mato Grosso tende a ser 61% maior do que a registrada na temporada anterior A previsão é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) que aponta que o plantio de feijão no Estado deve passar de 5,9 mil hectares no ciclo 2015/16 para 9,5 mil hectares no atual. Segundo a Conab, a lavoura de feijão-carioca primeira safra, cujo plantio foi realizado entre setembro e novembro, já tem os primeiros talhões colhidos na região Oeste. Contudo, a maior parte da lavoura deverá ser colhida este mês. Na atual safra, observou-se um incremento considerável de área (do

feijão carioca) em torno de 215%, saindo de 1,9 mil hectares na safra passada para 6 mil hectares. A justificativa é a boa cotação do grão. A produtividade esperada é de 1.993 kg/ha, rendimento 6,4% superior aos 1.872 kg/ha alcançada na safra 2015/16. Portanto, maiores áreas e rendimento resultam no aumento de 236% na produção da variedade, saindo de 3,5 mil toneladas na safra passada para 11,9 mil toneladas na atual. Em relação ao feijão caupi pri-

meira safra, este é semeado durante novembro e dezembro na região sudeste do estado. Estima-se que a safra 2016/17 registre área de 3,5 mil hectares, 500 hectares menos que no período 2015/16. A produtividade média esperada é de 1.200 kg/ha, ante aos 700 kg/ha obtidos na safra anterior devido às melhores condições climáticas. Mesmo com menor área, a produção da primeira safra 2016/17 do feijão caupi deve ser 45% maior do que a anterior, passando de 2,9 toneladas para 4,2 mil toneladas. REVISTA 100% CAIPIRA |37


PESQUISA

‘Moscato Branco’- uma cultivar tipicamente brasileira Pesquisas sugerem que essa cultivar, presente na Serra Gaúcha desde os anos 1930, somente seja cultivada no Brasil Apesar de ser também conhecida como ‘Moscato Italiano’, a ‘Moscato Branco’, cultivar referência da Indicação de Procedência Farroupilha para vinhos finos moscatéis, não apresenta identidade com nenhuma das centenas de cultivares de uvas aromáticas moscatos descritas na viticultura italiana. Segundo registros apresentados pela pesquisadora e coordenadora do Programa de Melhoramento Genético da Uva da Embrapa Uva e Vinho, Patrícia Ritschel, durante seminário técnico sobre a cultivar, no dia 10 de janeiro, em Bento Gonçalves (RS), a Moscato Branco já estava presente na Serra Gaúcha em 1932, quando foi introduzida na coleção da antiga Estação Enológica para multiplicação e distribuição para os viticultores. Diversos estudos, inclusive com a participação de 38 | REVISTA 100% CAIPIRA

pesquisadores estrangeiros, auxiliaram na caracterização molecular por meio de testes de DNA, que confirmam que ela tem identidade comprovada e não é uma mistura de materiais. Também, por meio da ampelografia (análise morfológica das diversas partes da videira, como os brotos, as folhas , os cachos e as bagas), chegouse à conclusão de que são fortes os indícios de que a Moscato Branco, que responde por cerca de 50% do volume de produção das uvas moscateis do País, só é cultivada comercialmente no Brasil. A próxima etapa é compará-la a cultivares do tipo moscato mantidas em coleções de outros países, como Portugal, o que deverá resultar na prova definitiva do seu cultivo exclusivo em solo brasileiro. A pesquisadora Patrícia Ritschel também apresentou uma ampla

caracterização dessa cultivar, com o objetivo de identificar clones de valor agronômico e enológico, que posteriormente serão disponibilizados com sanidade superior, após limpeza de vírus e outras doenças fúngicas. De acordo com Mauro Zanus, chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, a produção da cultivar ‘Moscato’ é uma grande oportunidade para o setor. “Podemos diferenciar o vinho brasileiro e resgatar variedades históricas, como é o caso da ‘Moscato Branco’. Vamos fazer vinhos diferentes com variedades diferentes”, propôs Zanus na abertura do seminário, promovido pela Embrapa e pela Associação Farroupilhense de Produtores de Vinhos, Espumantes, Sucos e Derivados (Afavin), e que reuniu cerca de 80 produtores, técnicos, extensionistas e estudantes.


Na avaliação do agrônomo e consultor Valdemir Bellé, o trabalho que vem sendo feito com a cultivar ‘Moscato Branco’ é importante para a vitivinicultura. “A cultivar é histórica na região e fazer o seu resgate, a limpeza, a identificação e a caracterização das cultivares e dos clones relacionados ao moscato e do polo produtor de Farroupilha são fundamentais para o seu uso e sua potencialidade em relação aos espumantes moscatéis”, avaliou. João Carlos Taffarel, presidente da Afavin, destacou a importância do trabalho com as uvas moscato, em especial com a ‘Moscato Branco’, para o avanço da Indicação Geográfica de vinhos da região. “Neste segundo semestre de 2016, colocamos no mercado os primeiros vinhos certificados. Para nossa surpresa, foram aprovados 13 produtos, totalizando 397.505 selos de Indicação de Procedência concedidos e já disponíveis para o público”, celebrou. Fabiano Fávero, produtor de uva moscato em Farroupilha, ficou entusiasmado ao falar sobre as ações apresentadas, pois não imaginava que a Embrapa estivesse fazendo um trabalho tão completo. “É uma esperança para nós produtores. Achei interessante a parte de limpeza do material, pois já cobrávamos há anos e não sabíamos que já estavam fazendo”. Fávero começou a plantar a cultivar ‘Moscato Branco’ por solicitação da Cooperativa Garibaldi,

para quem vende a uva. O produtor também aprovou as orientações repassadas sobre os cuidados com as mudas, pois serão importantes para o trabalho de renovação de vinhedos, que está realizando com acompanhamento técnico da Embrapa. Mais sobre o seminário técnico Paulo Adolfo Tesser, produtor de uvas moscato e engenheiro agrônomo da Cooperativa São João, uma das vinícolas associadas à Afavin, falou sobre a grande importância da cultivar moscato no Rio Grande do Sul e no município de Farroupilha, que responde por quase 50% da uva moscato produzida no Estado. Em termos de produção, é a uva que mais produz e que mais cresceu em área nos últimos dez anos; sua produção é direcionada para espumante e vinhos aromáticos. “Alta produtividade, brotação tardia (o quê a faz escapar das geadas primaveris), boa procura no mercado e preço variado são os maiores atrativos para optar por essa cultivar”, resume Tesser. Ele apresentou um panorama da produção em Farroupilha, no qual destacou como um dos problemas a idade avançada dos vinhedos. Também foi parte do evento a apresentação sobre a limpeza fitossanitária, ou seja, a retirada de vírus e outros microrganismos que podem prejudicar a produção das tradicionais

cultivares moscato coletadas na Serra Gaúcha, pela equipe do Laboratório de Cultura de Tecidos, com a coordenação da pesquisadora Vera Quecini. Ela mostrou as etapas que estão sendo realizadas para ofertar mudas de qualidade superior, e os aspectos que levam o processo ser demorado, de três a dez anos, dependendo do tipo de patógeno a ser removido e da regeneração do tecido da planta. O coordenador do Programa de Mudas de Qualidade Superior, o agrônomo Daniel Grohs, apresentou todo o processo que vem sendo realizado para disponibilizar materiais de qualidade superior aos viveiristas e produtores, e foi enfático ao reforçar o papel do produtor: “a qualidade do material básico vegetativo só permanecerá se o processo de produção da muda for de qualidade e o plantio da muda na área definitiva também for de qualidade. É necessário o procedimento operacional padrão para garantir parreirais sadios e longevos”, ponderou. Ao final do Seminário e da parte prática sobre mudas de qualidade e o trabalho de limpeza de mudas, os participantes visitaram o vinhedo vitrine de uvas moscato, onde são realizadas as pesquisas de manejo e caracterização das plantas, e ainda degustaram os vinhos elaborados a partir das uvas de cada um dos clones potenciais que estão sendo avaliados. Fonte: Embrapa Uva e Vinho

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FLORICULTURA

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TRIGO E CEVADA

Medidas para apoiar comercialização do trigo são discutidas em Brasília

Fonte: FecoAgro/RS

Na avaliação da FecoAgro/RS, ação foi positiva no sentido de resolver os problemas enfrentados na cultura Em reunião realizada em Brasília (DF) nesta segunda-feira, 16 de janeiro, representantes dos Ministérios da Agricultura e da Fazenda com dirigentes de entidades do setor tritícola gaúcho discutiram medidas para apoiar a comercialização do trigo, que passa por dificuldades no atual momento. Na semana passada, em reunião, a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/ RS), Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e Associação dos Cerealistas do Rio Grande do Sul (Acergs), emitiram documento solicitando apoio emergencial. Na reunião, foi informado que o valor do prêmio é regido por uma por42 | REVISTA 100% CAIPIRA

taria que determina questões técnicas, porém devido aos argumentos apresentados pelas entidades gaúchas, o Ministério da Agricultura se comprometeu a ajustar o valor do prêmio para o próximo leilão, que vai ser realizado no dia 18 de janeiro. Também definiram que será utilizado o mecanismo de Aquisição do Governo Federal (AGF), ainda sem volumes definidos. Quanto à prorrogação de custeio, será aberta uma frente de negociação com os agentes financeiros. Na avaliação do presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, a reunião foi positiva, pois as entidades puderam colocar de forma clara as necessidades dos produtores, cooperativas e cerealistas

do Rio Grande do Sul para resolver o problema de comercialização da cultura juntamente com os responsáveis pela operacionalização das políticas públicas. “É uma cultura muito importante para o Estado e o Brasil”, define No documento emitido na semana passada, as entidades informavam que o estoque represado de trigo no Rio Grande do Sul é de 700 mil toneladas e a janela de exportação tem prazo até o final de fevereiro. Além disso, os triticultores estão recebendo valores abaixo do preço mínimo estipulado pelo governo federal que é de R$ 38,65 a saca de 60 quilos. Atualmente o mercado tem pago cerca de R$ 29,00 a saca, o que traz um prejuízo ao produtor.


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ARTIGO

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PESQUISA

Projetos envolvendo pimentas e pimentões são implementados em países da África Os projetos fazem parte da Plataforma África-Brasil de Inovação Agropecuária (Africa-Brazil Agricultural Innovation Marketplace)

Fonte: Embrapa Hortaliças

Acompanhar as atividades previstas nos projetos “Promoção da cadeia produtiva local de sementes: melhoramento e distribuição de variedades de pimentas e pimentão pelos agricultores” e “Melhoria nos meios de subsistência de pequenos produtores de pimentas por meio de parcerias que visam o melhoramento de germoplasma e adaptação”, que vêm sendo executados, respectivamente, em Uganda e no Togo. Essa foi a missão da pesquisadora Cláudia Ribeiro, líder dos dois projetos, e dos pesquisadores Carlos Ragassi e Marçal Jorge, realizada no período de 26 de novembro a 12 de dezembro, durante viagem aos dois países africanos. Os projetos fazem parte da Plataforma África-Brasil de Inovação Agropecuária (Africa-Brazil Agricultural Innovation Marketplace). Idealizadas pela Embrapa, as plataformas são mecanismos que atuam no financiamento de projetos voltados para o desenvolvimento e inovação da agricultura, além de fortalecer as relações entre as instituições dos países envolvidos. A exemplo da Nigéria, que entre 2012 e 2014 foi foco de projeto envolvendo ações relacionadas à avaliação e à promoção de cultivares de pimentas e pimentões, Togo e Uganda também estão alinhados na mesma conjuntura – são países que cultivam comercialmente a pimenta, mas que 46 | REVISTA 100% CAIPIRA

não têm sementes no mercado. “As situações diferem no propósito da produção, já que Togo produz para consumo interno e Uganda para exportação, mas os problemas se assemelham, como pudemos identificar durante a nossa estada”, avalia a pesquisadora, que coordena o Programa de Melhoramento Genético de Cultivares de Pimentas e Pimentões (Capsicum) da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF). Ela informa que os testes de avaliação incluíram outros materiais, além dos desenvolvidos pelo Programa Capsicum. “Numa primeira fase, foram enviados 30 cultivares e híbridos de pimentas e pimentões, encontrados no mercado brasileiro, incluindo cultivares desenvolvidas pela Embrapa Hortaliças”. Nesse quesito, Togo saiu na frente no tocante à seleção: foram selecionadas as cultivares de pimenta Jalapeño M, BRS Mari, BRS Moema, e ainda o híbrido comercial de pimenta Jalapeño Plus e o híbrido de pimentão Maximus. Além desses resultados, o contato com os produtores e as visitas às áreas de cultivo levaram os pesquisadores a identificar a necessidade de ampliar o foco do projeto visando melhorar o sistema de produção de pimentas nos dois países, em temas como a produção de mudas de boa qualidade, por exemplo. “Ficou claro que o melhoramento por si só não resolve os

problemas - pode-se desenvolver uma variedade com grande potencial produtivo, mas um manejo inadequado anula essa característica”, atesta o fitotecnista Carlos Ragassi. PRÓXIMAS ETAPAS Uma visita ao Brasil, possivelmente em junho próximo, das lideranças interlocutoras da Embrapa em Togo e Uganda, inscreve-se entre as atividades descritas no projeto, como treinamento em produção de sementes de pimentas. “Além de trabalharmos em conjunto para enfrentar a questão das viroses, que tem provocado problemas na produção daqueles países, vamos mostrar a importância de contar com sementes sadias”, discorre Ragassi. Ele acrescenta que além desse enfoque, serão discutidas outras possibilidades de explorar o cultivo com pimenta, a exemplo da agregação de valor por meio do processamento para produção de pastas e molhos. A programação relacionada à presença das lideranças africanas no Brasil prevê também uma visita à Cooperativa Agrícola de Taquara (Cootaquara), “onde vamos abordar a importância da organização das cadeias produtivas e mostrar, junto com os cooperados, os pontos positivos da experiência”.


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