Arquivos - Contaminação

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me os braços, incapacitando-me de reagir, por mais que eu estivesse usando toda a minha força. Ele avançou em meu pescoço, a boca aberta, como se fosse uma serpente que desloca o maxilar para engolir toda a presa. Por sorte, eu não estava sozinho. Clara puxou o gatilho um segundo antes de eu ser mordido bem na aorta. A bala de 40 mm explodiu a cabeça do meu superior, sujando-me com o sangue e miolos. Clara soltou a pistola e vomitou sobre o corpo do sargento. Acostumado com vísceras e sangue sobre o meu corpo, apenas limpei os pedaços do corpo, enojado. Minha mente trabalhava ferozmente a cada segundo. O coordenador enlouquecera. E eu era o próximo se não mantivesse a cabeça fria. Primeiro. Algum tipo de coisa o havia feito enlouquecer, isso era óbvio. Segundo. Estávamos sob ataque, independente do que fosse. E terceiro. Ninguém era confiável. O primeiro que desse um passo em minha direção ou de Clara receberia um tiro de 40 mm no meio da testa. Ajudei Clara a se recuperar. Já ouvia o som de passos na escadaria, e podia ter certeza que nossas companhias indesejáveis estavam vindo atrás de nós. Sem me preocupar em fazer silêncio, só podia dizer uma coisa para a minha jovem bióloga. – Corra! Os últimos cinco andares passaram rápidos. A adrenalina nos consumia. Chegamos ao térreo, mas eu sabia que não podíamos sair ainda. Os gritos desesperados do lado de fora eram claros. As pessoas morriam aos montes. Carros batiam. Tiros e mais tiros zumbiam em total confusão. A cidade estava em caos. Desci para o subterrâneo. Clara nem percebeu que havíamos 25


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