Orvil tentativas de tomada do poder

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Tentativas de tomada do poder



ORGANIZADORES TEN CEL LICIO MACIEL TEN JOSÉ CONEGUNDES DO NASCIMENTO

Tentativas de tomada do poder


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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Angélica Ilacqua CRB-8/7057 ORVIL: tentativas de tomada do poder. / Agnaldo Del Nero Augusto; Licio Maciel, José Conegundes do Nascimento (organizadores). -- São Paulo : Schoba, 2012. 924 p. : il. ISBN 978-85-8013-058-4 1. Regime militar 2. Brasil: história: Revolução, 1964 3. Contra-revolução, 1964 4. Luta armada I. Título II. Maciel, Licio. III. Nascimento, José Conegundes do 12-0130 Índices para catálogo sistemático: 1. Brasil : história : Revolução de 1964 2. Regime militar

CDU 94(81) CDD 981.063


Sumário

Conteúdo pré-textual Agradecimento, 19 Apresentação, 21 Prefácio, 25 Breve necrológio de um destemido patriota, 29 Nota do Editor, 31 Palavras de um amigo de infância, 33 Uma explicação necessária, 37 Introdução: A violência em três atos, 41 A violência em três atos, 41 1. Primeiro ato, 41 2. Segundo ato, 43 3. Terceiro ato, 49 4. Violência, nunca mais!, 53


A primeira tentativa de tomada do poder, 55 I. A fonte da violência, 57 1. Os objetivos da Revolução Comunista, 57 2. Os caminhos da Revolução, 58 3. O Trabalho de Massa, 59 II. O Partido Comunista – Seção Brasileira da Internacional Comunista (PC-SBIC), 62 1. A Internacional Comunista, 62 2. A formação do PC-SBIC, 63 3. As atividades do PC-SBIC , 64 4. A fase do obscurantismo e da indefinição, 66 III. A Intentona Comunista, 68 1. A mudança da linha da IC, 68 2. A vinda dos estrangeiros, 68 3. O Partido Comunista do Brasil (PCB), 70 4. A Aliança Nacional Libertadora (ANL), 71 5. A aprovação da Internacional Comunista, 73 6. A Intentona, 74 IV. O PCB e o caminho da luta armada, 78 1. A reorganização do PCB, 78 2. A legalização do PCB, 79 3. A volta à clandestinidade, 80 4. O “Manifesto de Janeiro”, 81 5. O “Manifesto de Agosto”, 82 6. O IV Congresso, 83 V. Os crimes do PCB, 85 1. A violência comunista, 85 2. Bernardino Pinto de Almeida e Afonso José dos Santos, 86 3. “Elza Fernandes”, 87 4. Maria Silveira e Domingos Antunes Azevedo, 90


A segunda tentativa de tomada do poder, 93 I. As divergências no movimento comunista, 95 1. A IV Internacional, 95 2. O PORT quebra o exclusivismo do PCB, 97 3. O XX Congresso do PCUS, 98 4. O V Congresso do PCB, 99 5. PC do B: a primeira grande cisão no PCB, 101 6. POLOP: uma criação da esquerda independente, 103 7. AP: uma criação da esquerda católica, 105 II. A ação comunista, 108 1. A exploração das dificuldades e das ambições, 108 2. O PCB e seus objetivos, 109 3. Reforma ou Revolução?, 111 4. As Ligas Camponesas, 113 5. As Crises políticas de junho e julho de 1962, 115 6. Jango obtém plenos poderes, 116 7. Crescem as pressões para mudanças, 118 8. O movimento camponês, 121 9. Cedendo às pressões, 123 III. O assalto ao poder, 126 1. A rebelião dos sargentos de Brasília, 126 2. O Estado de Sítio, 129 3. A frente única, 131 4. Os Grupos dos Onze, 132 5. O plano revolucionário, 136 6. O Comício das Reformas, 137 7. A rebelião dos marinheiros no Rio de Janeiro, 140 8. A Reunião no Automóvel Clube, 143 IV. A Revolução Democrática de 1964, 151 1. Ascensão e queda de Goulart, 151 2. A iniciativa da reação, 152 3. A reação no campo político, 154 4. O apoio da imprensa, 155 5. Amplia-se a reação, 156 6. As mulheres envolvem-se decididamente, 158 7. A evolução da posição dos militares, 159 8. A vitória da democracia, 163 9. O pronunciamento dos políticos, 164


A terceira tentativa de tomada do poder, 167 I. 1964, 169 1. O ideário da Revolução de Março, 169 2. O Ato Institucional no 1, 170 3. A eleição de Castello Branco, 172 4. Os desencontros iniciais, 174 5. A estratégia de desenvolvimento, 175 6. A prorrogação do mandato presidencial, 176 7. O restabelecimento da ordem, 178 8. O PCB: uma linha radical, 179 9. O PC do B: uma linha revolucionária, 180 10. A POLOP e a “Guerrilha de Copacabana”, 181 11. Brizola e a “Operação Pintassilgo”, 181 12. O PORT e suas ligações com o movimento rural do Nordeste e com Brizola, 182 13. As primeiras denúncias de torturas, 184 14. Pega ladrão!, 185 15. Influências marxistas na Igreja, 188 16. Mil novecentos e sessenta e quatro, 190 II. 1965, 192 1. A Revolução estreita suas bases, 192 2. As eleições de governadores, 194 3. O Ato Institucional no 2, 195 4. O movimento estudantil inicia as manifestações, 196 5. Cuba e o foquismo, 197 6. O Pacto de Montevidéu e a Frente Popular de Libertação (FPL), 199 7. Jefferson Cardin e as escaramuças das Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN), 200 8. O PCB: mudança para a linha de massa, 203 9. A AP transforma-se numa organização revolucionária, 204 10. A POLOP e Brizola, 204 11. Mil novecentos e sessenta e cinco, 205 III. 1966, 209 1. A continuidade da política econômica, 209 2. O cumprimento do calendário eleitoral, 210 3. Nova Constituição, 211 4. O Movimento Estudantil inicia o enfrentamento, 212 5. Cuba e a Tricontinental, a OLAS e a OCLAE, 214


6. O Movimento de Resistência Militar Nacionalista (MRMN) e a Resistência Armada Nacionalista (RAN), 216 7. Brizola e o Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), 218 8. O Acirramento da luta interna no PCB, 219 9. O PC do B inicia a preparação para a luta armada, 220 10. O PCR e a AV: duas dissidências do PC do B, 222 11. A AP intensifica suas atividades, 223 12. O refluxo do PORT, 224 13. A POLOP consolida a sua doutrina, 225 14. Mil novecentos e sessenta e seis, 225 IV. 1967, 230 1. Inicia-se a volta à normalidade, 230 2. As dificuldades políticas, 231 3. A Frente Ampla, 232 4. O aparente refluxo do Movimento Estudantil, 235 5. A reorganização do Movimento Operário e Sindical, 236 6. A OLAS e a I COSPAL, 237 7. O MNR, Caparaó e a Guerrilha do Triângulo Mineiro, 238 8. As atividades da RAN, 240 9. As dissidências e o VI Congresso do PCB, 242 10. A Dissidência Niterói e o primeiro MR-8, 244 11. A formação da Dissidência da Guanabara, 246 12. O Agrupamento Comunista de São Paulo, 247 13. O “Encontro” da Corrente Revolucionária, 249 14. O PC do B fortalece a luta ideológica, 250 15. A Ala Vermelha do PC do B assume a posição foquista, 251 16. O debate teórico e ideológico da Ação Popular (AP), 252 17. O IV Congresso e os “rachas” da POLOP, 254 18. A Força Armada de Libertação Nacional (FALN), 255 19. Atividades do clero na subversão, 256 20. Mil novecentos e sessenta e sete, 258 V. 1968, 261 1. O “caminho das pedras”, 261 2. A retomada do desenvolvimento, 263 3. As pedras do caminho, 263 4. O Congresso Cultural de Havana, 265 5. O Movimento Estudantil desencadeia o enfrentamento generalizado, 267 6. As manifestações operárias, 274 7. O PCB estrutura-se para o trabalho de massa, 277 8. A formação do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), 278


9. Da Ala Marighella ao Agrupamento Comunista de São Paulo, 282 10. Frades dominicanos aderem ao Agrupamento Comunista, 287 11. AC/SP expande-se além do eixo Rio-São Paulo, 289 12. O surgimento da Corrente em Minas Gerais, 290 13. O PC do B recebe adesões, 294 14. A Ala Vermelha do PC do B inicia os assaltos, 295 15. O PCR tenta realizar trabalho no campo, 296 16. O MR-8 estende suas atividades ao Paraná, 297 17. A DI/GB atua no Movimento Estudantil, 298 18. A Dissidência da Dissidência, 299 19. O surgimento do Partido Operário Comunista (POC), 300 20. O surgimento do Comando de Libertação Nacional (COLINA), 302 21. O surgimento da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), 304 22. O assassinato do Capitão Chandler, 308 23. A definição ideológica da AP, 311 24. Núcleo Marxista-Leninista (NML), uma dissidência da AP, 316 25. O surgimento da Fração Bolchevique Trotskista (FBT), 317 26. O surgimento da Organização de Combate 1o de Maio (OC-1o Maio), 318 27. O surgimento do Movimento de Ação Revolucionária (MAR), 319 28. O surgimento do Movimento Popular de Libertação (MPL), 320 29. Atuação de padres estrangeiros na subversão, 323 30. Expande-se pelo mundo a violência estudantil, 325 31. Mil novecentos e sessenta e oito, 328 32. O Ato Institucional no 5, 336 VI. 1969, 339 1. Os reflexos do AI-5, 339 2. O impedimento de Costa e Silva, 341 3. A eleição de um novo presidente, 343 4. A eleição do Presidente Médici e a nova Constituição, 344 5. O Movimento Estudantil entra em descenso, 345 6. O PCB desencadeia a “guerra de papel”, 346 7. A fuga da penitenciária e a desarticulação do MAR, 347 8. O PCBR inicia as ações armadas, 352 9. O fim da Corrente, 355 10. Ação Libertadora Nacional – ALN, 357 11. ALN – Ascensão terrorista em São Paulo, 359 12. Os dominicanos na subversão, 363 13. ALN – A guerra psicológica, 365 14. ALN em Ribeirão Preto/SP e no Ceará, 369 15. ALN no Planalto Central, 371 16. ALN – Ações na Guanabara, 373


17. ALN – As “quedas” em São Paulo, 376 18. Os dominicanos levam Marighella à morte, 380 19. ALN – Remanescentes reestruturam-se em São Paulo, 383 20. FALN – A aproximação com a Igreja e o seu desmantelamento, 384 21. Marx, Mao, Marighella e Guevara – M3-G, 386 22. O PC do B e a Guerra Popular, 389 23. A consolidação da Ala Vermelha, 391 24. O surgimento do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), 394 25. O PCR atua no campo, 397 26. O fim do primeiro MR-8, 397 27. A DI/GB inicia as ações armadas e assume a sigla MR-8, 399 28. O sequestro do Embaixador Charles Burke Elbrick, 402 29. Os prenúncios da cisão do POC, 409 30. O COLINA funde-se com a VPR, 412 31. VPR: as “quedas” do primeiro trimestre e a fusão com o COLINA, 415 32. A VAR-Palmares e a “grande ação”, 417 33. VAR-P : O “Congresso do Racha”, 421 34. A VAR-P encerra o seu I Congresso Nacional, 425 35. O ressurgimento da VPR, 427 36. Resistência Democrática (REDE), 429 37. A “Corrente Dois” da AP funda o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, 432 38. A FBT estrutura-se em nível nacional, 434 39. MPL: Luta Armada x Conscientização das Massas, 435 40. Do MNR surge o Grupo Independência ou Morte, 438 41. Mil novecentos e sessenta e nove, 439 VII. O engajamento das Forças Armadas, 443 1. A intranquilidade crescente, 443 2. O acaso, 444 3. Moleque sabido, 445 4. A revelação surpreendente, 446 5. A célula subversiva do 4o RI, 448 6. O assalto ao 4o RI, 450 7. Inexperiência?, 452 8. O fio da meada, 455 9. Intensifica-se o trabalho na Companhia PE, 458 10. Modificações no esquema de segurança, 460 11. É criada a “Operação Bandeirante” – OBAN, 462 12. Dificuldades e desencontros, 465 13. Os Centros de Operações de Defesa Interna – CODI, 471 14. Evolução na estrutura dos CODI/DOI, 474 15. A batalha perdida, 475


VIII. 1970, 480 1. Renasce o otimismo nacional, 480 2. A imagem do País no exterior, 482 3. As eleições de novembro, 484 4. Frente Brasileira de Informações, 485 5. O fim do CC do PCBR, 492 6. O fim das lideranças carismáticas na ALN, 495 7. As atividades da CR/SP da ALN, 498 8. O “justiçamento” de Ary Rocha Miranda, 502 9. Atividades da CR/GB da ALN, 504 10. Atividades da ALN no Nordeste e em Minas Gerais, 507 11. A tentativa de implantação da “Área Estratégica” da ALN, 510 12. O PC do B prepara-se no campo e na cidade, 512 13. A AV amplia a sua estrutura, 513 14. O MRT reduz-se a um grupelho em 1970, 515 15. O surgimento do Movimento Revolucionário Marxista (MRM), 517 16. PCR: na prisão, “Capivara” vira “cachorro”, 517 17. O MR-8 intensifica as ações armadas, 518 18. A cisão e a crise do POC, 522 19. O surgimento da OCML-PO, 525 20. MCR: uma fugaz rebeldia no POC, 528 21. VPR: meses de planejamento e sigilo, 529 22. O sequestro do cônsul japonês Nobuo Okuchi, 534 23. VPR: A tentativa de sequestro do cônsul norte-americano em Porto Alegre, 537 24. VPR: a crise de abril, 540 25. VPR: as áreas de treinamento do Vale do Ribeira, 543 26. “Operação Registro”, 547 27. “Operação Sete Barras”, 553 28. VPR: os rescaldos de maio e a reestruturação de junho, 556 29. VPR e ALN: o sequestro do embaixador alemão, 558 30. VPR: um 2o semestre violento, 561 31. VPR: o sequestro do Embaixador da Suíça, 567 32. VAR-P enfrenta sucessão de crises, 575 33. O surgimento da Dissidência da VAR-Palmares (DVP), 579 34. A desarticulação da REDE, 581 35. As contradições afloram dentro da Ação Popular, 582 36. A extinção do PRT, 583 37. O PORT e as “quedas” de maio e de julho, 585 38. O desmantelamento da FBT, 586 39. A estruturação do Grupo Independência ou Morte, 586


40. O MPL aproxima-se do clero “progressista”, 588 41. Mil novecentos e setenta, 590 IX. Ações terroristas em 1970, 597 1. As atividades subversivas, 597 2. O processo político, 598 3. O País vai bem, mas o povo vai mal, 599 4. Amplia-se a rede de “desinformatzya”, 602 5. PCBR: um ano de incertezas, 604 6. MOLIPO: uma dissidência da ALN, 605 7. As atividades da CR/SP da ALN, 612 8. As atividades da CR/GB da ALN, 616 9. A falta de liderança na ALN, 620 10. A Frente de Libertação Norte-Nordeste (FLNN), 624 11. A morte de Aldo Sá Brito e a campanha de difamação, 625 12. O surgimento da Tendência Leninista da ALN, 628 13. O assassinato de Henning Albert Boilesen, 630 14. O fim do MRT, 633 15. A divisão da CEx/PC do B, 637 16. A desarticulação da AV, 639 17. O MRM transforma-se na OPCOR, que é desarticulada, 639 18. PCR: um “justiçamento” e um assassinato, 641 19. A desarticulação do POC e o surgimento do POC-Combate, 641 20. A OCML-PO fica acéfala, 643 21. FB-PO: a rebeldia dos estudantes da OCML-PO na Guanabara, 645 22. VPR: as discussões sobre Propaganda Armada, 647 23. VPR: o desligamento de Carlos Lamarca, 651 24. A desmobilização da VPR no Brasil, 653 25. Aprovados os estatutos da APML do B, 655 26. A AP condena e executa Antônio Lourenço, 658 27. A “política nacionalista” e a aproximação do PORT à URSS, 660 28. A VAR-P e sua crise permanente, 661 29. A DVP transforma-se em Liga Operária (LO), 667 30. O GIM continua estruturando-se, 667 31. MR-8: um ano de sucessos e de desventuras, 669 32. A morte do Major José Júlio Toja Martinez Filho (Zazá), 674 33. A prisão de “Menininho” e a morte de Lamarca, 675 34. Mil novecentos e setenta e um, 678 X. 1972, 681 1. A defasagem do campo político, 681 2. A continuidade do desenvolvimento econômico e social, 682


3. O prosseguimento da guerra psicológica, 684 4. O fim da segunda direção nacional do PCBR, 687 5. A desativação do MOLIPO, 688 6. A desarticulação da FLNN, 691 7. As atividades da CR/SP da ALN, 694 8. O declínio da ALN na Guanabara, 700 9. Fracassa a tentativa de fusão entre o PCR e a TL/ALN, 704 10. Abre-se o caminho para a incorporação da APML do B ao PC do B, 705 11. A descoberta do foco guerrilheiro no Sudeste do Pará, 706 12. As primeiras operações de combate no Sudeste do Pará, 708 13. Novas ações contra o foco guerrilheiro, 713 14. VPR: as “travessuras” de Herbert e de Anselmo, 717 15. O desmantelamento do PORT, 719 16. Remanescentes trotskistas em busca de uma definição, 720 17. VAR-P: os prenúncios do fim, 720 18. Surge uma nova RAN, 724 19. MR-8: o fim do militarismo, o “racha” e o Pleno, 729 20. O MPL reestrutura-se no Brasil, 731 21.Mil novecentos e setenta e dois, 734 XI. 1973, 743 1. A “reinstitucionalização” gradativa, 743 2. O ápice do desenvolvimento nacional, 746 3. O desenvolvimento social, 750 4. A FBI continuava em expansão, 751 5. Os “justiçamentos” e o desmantelamento do PCBR, 753 6. A desestruturação do PCR, 754 7. ALN: a violência até no exterior, 755 8. Uma ajuda involuntária à guerra psicológica, 758 9. O fim da ALN, 760 10. Operação “Sucuri”, 763 11. Desarticulação do foco guerrilheiro do PC do B, 767 12. A incorporação da APML do B ao PC do B, 770 13. Extinção da VPR, 771 14. O fim da VAR-P, 772 15. A extinção da LO e do MPR, 774 16. RAN, mais um fim melancólico, 775 17. A divisão da Direção Geral do MR-8, 778 18. O crescimento e a desarticulação do MPL, 779 19. Mil novecentos e setenta e três, 782


XII. Avaliação crítica da terceira tentativa, 786 1.O desfecho, 786 2. A atomização das esquerdas brasileiras, 787 3. Origens da guerra revolucionária e suas táticas, 791 4. O leque das linhas revolucionárias, 793 5. A preferência pelo foquismo, 794 6. A “luta” se resume ao terrorismo, 795 7. Por que fracassou, também, a tentativa do PC do B?, 798 8. As estratégias – caráter da revolução, forças amigas e inimigas, 800 9. O organismo revolucionário, 802 10. O recrutamento, 803 11. A preparação dos quadros, 807 12. As deserções e as técnicas de terror, 808 13. Conclusão, 812


A quarta tentativa de tomada do poder, 815 I. A estratégia geral, 817 1. A estratégia geral, 817 2. A política de distensão, 818 3. O equilíbrio estratégico, 819 4. A Campanha Psicológica, 820 5. A fronteira incerta, 824 6. A Contraofensiva, 829 II. Projeto do Clero dito progressista, 834 1. A infiltração marxista, 834 2. As linhas de clero, 836 3. A teologia da libertação, 838 4. O projeto “progressista”, 839 5. A “práxis progressista”, 844 6. ANAMPOS, 845 7. Oposições sindicais, 846 8. O partido político, 848 9. Os movimentos populares, 850 III. A Reestruturação das Organizações Comunistas, 852 1. A linha ortodoxa, 852 2. A esquerda revolucionária , 857 3. A linha trotskista, 870 4. A Luta Armada, 879


Conteúdo pÓS-textual Conclusão, 886 Epílogo: Atuais ameaças ao Estado Brasileiro, 888 Expressão política, 889 Expressão econômica, 891 Expressão psicossocial, 893 Expressão militar, 894 Expressão científico-tecnológica, 896 Conclusão, 896 Índice Onomástico, 899 Sobre os autores, 921



Agradecimento

Há longo tempo inserido na Grande Rede, para livre consulta, cópia e download, o ORVIL não teve a repercussão nem a difusão desejadas pelos autores da louvável iniciativa (portal www.averdadesufocada.com.br). Decidimos, então, mediante entendimento com os remanescentes legítimos participantes da obra – Comissão do CIE –, organizar uma edição limpa e com melhores imagens. O exemplar disponibilizado na Internet apresenta-se digitalizado em pdf/ imagem, com fotografias muito deterioradas e texto dito justificado, de difícil conversão para ser lido e editado. Os exaustivos trabalhos de compilação para recuperação do texto, das possíveis imagens, limpeza, conversão, revisão ortográfica e diagramação estenderam-se por cerca de um ano e meio, até a fase de apresentação à Editora, para diagramação e publicação. O texto do ORVIL foi fielmente mantido em sua plenitude, de acordo com a nova ortografia. Algumas fotografias foram substituídas por outras mais nítidas. Nossos agradecimentos à EDITORA SCHOBA, na pessoa do seu Diretor de Publicação, Sr. JOÃO LUCAS SCHOBA, que prontamente se dispôs a realizar a edição e a distribuição do livro, colocando-o ao alcance do público interessado na História recente do Brasil.

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Apresentação

O fim do Regime Militar e a Lei da Anistia não trouxeram a pacificação desejada. Crédulos, os militares voltaram as suas atribuições, confiantes na reconciliação de todos os brasileiros. As mãos foram estendidas em sinal de paz, por um dos lados – as mãos dos vencedores da luta armada –, porém, para os vencidos, o combate continuou. Os derrotados trocaram as armas pelas palavras, fazendo questão de não deixar cicatrizar as feridas que procuram manter abertas até os dias de hoje. Com a chegada ao Brasil dos primeiros banidos e autoexilados, a História começou a ser reescrita. Com os direitos políticos readquiridos, muitos voltaram a seus cargos, outros foram acolhidos por governos simpatizantes de suas ideologias e outros ingressaram em partidos políticos recém-fundados. Aos poucos, a maioria dos “perseguidos políticos” ocupava cargos públicos, setores da mídia e universidades. Bons formadores de opinião passaram a usar novas técnicas na batalha pela tomada do poder e pela tentativa de desmoralização das Forças Armadas. A esquerda revanchista passou a descrever e a mostrar, da forma que lhe convinha, a luta armada no Brasil. E o fez de maneira capciosa, invertendo, criando e deturpando fatos, enaltecendo terroristas, falseando a história, achincalhando as Forças Armadas e expondo à execração pública aqueles que, cumprindo com o dever, lutaram contra a subversão e o terrorismo em defesa da Nação e do Estado. Passou a predominar no País a versão dos derrotados, que agiam livremente, sem qualquer contestação. As Forças Armadas, disciplinadas, se mantiveram mudas. Aos poucos, a farsa dos revanchistas começou a ser aceita como “verdade” pelos que não viveram a época da luta armada e do terrorismo e que passaram a acreditar na versão que lhes era imposta pelos meios de comunicação social. No segundo semestre de 1985, em razão das acusações formuladas no livro “Brasil Nunca Mais” e pelas suas repercussões na mídia, a Seção de Informações do Centro de Informações do Exército (CIE) – atual Divisão de Inteligência do Centro de Inteligência do Exército – recebeu a missão de empregar

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os seus analistas – além de suas funções e encargos normais –, na realização de uma pesquisa histórica, considerando o período que abarcasse os antecedentes imediatos da Contrarrevolução de 31 de março de 1964, até a derrota e o desmantelamento das organizações e partidos que utilizaram a luta armada como instrumento de tomada do poder. Foi um trabalho minucioso, realizado em equipe, em que, inicialmente, os documentos existentes àquela época no CIE foram analisados e debatidos, conduzindo a novas indagações e a novos interesses. Com isso, as pesquisas foram ampliadas significativamente, incluindo processos, inquéritos, depoimentos de próprio punho de presos, jornais, revistas, gravações de programas de televisão, entrevistas, uma extensa bibliografia nacional e estrangeira e alguns livros de ex-militantes da luta armada. Todas as pesquisas contribuíram para a elaboração do “Orvil”, diferentemente do trabalho da equipe de D. Paulo Evaristo Arns que, para o livro “Brasil Nunca Mais”, pesquisou os processos e os inquéritos disponíveis na Justiça Militar, de onde extraiu, apenas, o que interessava, desde que fossem acusações de “torturas” e críticas aos militares e civis que os combateram e os derrotaram. Visando resguardar o caráter confidencial da pesquisa e a elaboração da obra, foi designada uma palavra-código para se referir ao projeto – Orvil –, livro escrito de forma invertida. Em fins de 1987, o texto, de aproximadamente mil páginas, estava pronto. A obra recebeu a denominação de “TENTATIVAS DE TOMADA DO PODER” e foi classificada com o grau de sigilo reservado, válido até que o livro fosse publicado oficialmente ou que ultrapassasse o período previsto na lei para torná-lo ostensivo. Concluída e apresentada ao ministro do Exército, General de Exército Leônidas Pires Gonçalves, este não autorizou a sua publicação – que seria a palavra oficial do Exército –, sob a alegação de que a conjuntura política não era oportuna, que o momento era de concórdia, conciliação, harmonia e desarmamento de espíritos e não de confronto, de acusações e de desunião. Assim, a Instituição permaneceu muda e a farsa dos revanchistas continuou, livre e solta, a inundar o País. Muitos militares, considerando que a classificação sigilosa “Reservado” já ultrapassara o sigilo imposto pela lei, inconformados com a doutrinação do povo, resolveram divulgar o livro. O “Orvil” foi copiado e difundido entre companheiros, nos últimos anos, na expectativa de que um número cada vez maior de leitores tomasse conhecimento de seu conteúdo.

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Muitos exemplares foram distribuídos a amigos, em corrente, e alguns foram entregues a jornalistas. Em abril de 2007, o Diário de Minas e o Correio Braziliense publicaram, por vários dias, extensa matéria sob o título “Livro Secreto do Exército é revelado”, em que abordaram, de forma irresponsável, maliciosa e panfletária, alguns aspectos que mais lhes interessavam sobre o livro. Logo em seguida, os telejornais fizeram coro à campanha. Um procurador, mais afoito e atirado, afirmou “que os militares sonegam dados sobre os desaparecidos”. E, de repente, o assunto bombástico desapareceu da mídia, como sempre. Os críticos do livro se recolheram, deixando no ar algumas meias verdades e muitas mentiras. Assediado pela imprensa, o General Leônidas confirmou a missão atribuída ao CIE de elaborar o livro em 1985 e a decisão de não publicá-lo em 1988, em nome da concórdia, do desarmamento de espírito e da pacificação nacional, como o fora, em 1979, a “Lei da Anistia”. Em 29 de agosto de 2007, a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República lançou, no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Lula e do ministro da Defesa, Nelson Jobim, o livro “Direito à Memória e à Verdade”, praticamente uma cópia do livro “Dos filhos deste solo”, de Nilmário Miranda e Carlos Tibúrcio. Para os autores desses dois livros, os crimes praticados pelos militantes da luta armada, simplesmente, não existiram. São ”heróis” que precisam ser permanentemente homenageados. No texto de uma matéria publicada no Correio Braziliense de 31/08/07, o articulista Lucas Figueiredo estabeleceu um ponto de contato, um elo de integração entre o livro “Direito à Memória e à Verdade” e o livro do CIE “As Tentativas de Tomada do Poder”, quando afirmou: “a versão oficial do Exército sobre a morte de desaparecidos políticos é incorporada à história formal do período militar – Livro secreto agora é oficial”, como se o Orvil desse credibilidade às versões publicadas no livro” Direito à Memória e à Verdade”. Em razão dessa afirmação, descabida e mal-intencionada, e para que os leitores pudessem comparar, avaliar e concluir, divulgamos, em primeira mão, na internet, o “Projeto Orvil” no site da minha mulher – www.averdadesufocada.com – para consulta livre e gratuita. Com isso, 66.180 pessoas já acessaram o livro, fizeram download, reproduziram em outros sites e realizaram buscas no mesmo. Agora, é com muita satisfação que vemos a vontade e a obstinação do Tenente Coronel Licio Maciel e do Tenente José Conegundes Nascimento se

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tornarem realidade. Assim, finalmente, o Orvil chegará às livrarias, sendo muito mais fácil a sua divulgação, além de proporcionar muito mais comodidade para a sua leitura.

Carlos Alberto Brilhante Ustra Coronel Reformado do Exército Brasileiro

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Prefácio

“Estaremos sempre solidários com aqueles que, na hora da agressão e da adversidade, cumpriram o duro dever de se oporem a agitadores e terroristas, de armas na mão para que a Nação não fosse levada à anarquia.” Gen Ex Walter Pires de Carvalho e Albuquerque Ministro do Exército

As tentativas de tomada do poder pelos comunistas em nosso país permanecem vivas na memória das Forças Armadas, que a elas se opuseram, em consonância com a vontade nacional. Depois de derrotados nas três tentativas em que se empenharam fanaticamente – Intentona Comunista de 1935, Contrarrevolução de 31 de Março de 1964 e no período da luta armada, marcado pelo terrorismo urbano e pela guerrilha rural – decidiram adotar a estratégia do comunista italiano Antonio Gramsci, na qual as palavras são as novas armas para a consecução dos seus fins. Conceituados historiadores e pesquisadores históricos chamam-na de quarta tentativa de tomada do poder e a consideram, com razão, a mais ameaçadora e bem-sucedida arma empregada pelos comunistas em todos os tempos. Com o gramscismo, a esquerda aprendeu a reescrever a história do País e da luta armada, por meio de falácias e inverdades, com o desiderato de denegrir especialmente as Forças Armadas, que lhes infringiram os três reveses, sempre presentes em suas mentes vingativas. O sucesso obtido nesse maquiavélico empreendimento resulta fundamentalmente do apoio da Mídia, que optou, com raras exceções, por uma deplorável mudança de posição, com a infiltração consentida de comunistas na sua cadeia de tomada de decisões, mercê do surgimento de novos interesses, sobretudo econômicos, após o término do período revolucionário (19641985). Não menos importante do que a Mídia tem sido o Magistério, submetido à ação nefasta de um desmoralizado Ministério da Educação e induzido por

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certos professores, voltados para a deseducação dos corpos discentes na Universidade, principalmente, e nos demais níveis de ensino. Esse processo ocorre por meio de aulas, cartilhas e livros preparados para promover a doutrina marxista e afracar a democracia e as nossas ricas tradições. No mesmo equívoco, incidem políticos, religiosos e empresários que, em detrimento do verdadeiro papel que lhes cabe na sociedade, favorecem o proselitismo político-ideológico, para assegurar espaço nos governos comprometidos com as teses gramscistas. Para fazer face ao infesto comportamento da esquerda, calcado, como vimos, em novos métodos na lide para abarcar o poder e desacreditar as nossas Forças Singulares, não poderia o Exército, atento aos destinos do Brasil, assistir impassível às atitudes dos agentes totalitários no insidioso processo de falseamento da verdade e da consagração da mentira. Naquela oportunidade, fundamentado em informações cuidadosamente selecionadas para atender a seus objetivos, o grupo ligado a Paulo Evaristo Arns lançou o livro “Brasil Nunca Mais”, no qual avultam acusações aos que enfrentaram o terrorismo, em especial aos militares, com ampla divulgação pela Imprensa falada e escrita. Diante desse fato, que buscava visivelmente empanar a imagem da Força Terrestre, foi atribuído ao Centro de Informações do Exército (CIE) – Seção de Informações – o encargo de realizar uma pesquisa histórica sobre a atuação das organizações que se valeram da luta armada com o fito de conquistar o poder. Tal pesquisa envolvia o período iniciado com os fatos determinantes do Movimento de 31 de Março de 1964 até o desaparecimento ou a eliminação dessas organizações. Dessa forma, competentes analistas do CIE, sob a excepcional liderança do então Coronel Agnaldo Del Nero Augusto, mais tarde General-de-Divisão, realizaram, a partir de meados de 1985 até o final de 1987, variadas e minudentes pesquisas, completas e atiladas. Elas permitiram a elaboração do livro “Tentativas de Tomada do Poder”, que se tornou mais conhecido do nosso público interno por “Orvil”, código identificador do projeto, obtido com a inversão da palavra livro. Não obstante, o trabalho não foi divulgado. O Ministro do Exército – Gen Ex Leonidas Pires Gonçalves – considerava que a ocasião era de aproximação e não de confronto, graças à perceptível conquista da Paz Social, Objetivo Nacional Permanente, identificado, nitidamente, dentro de nosso território, àquela época. Infelizmente, aquele momento, caracterizado por um harmônico conví-

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vio entre os brasileiros e por vultosos empreendimentos na esfera da nossa Força – criação da Aviação do Exército; aquisição de dois Grupos Antiaéreos, modernos até hoje, e de uma Bateria de Lançadores Múltiplos de Foguetes Astros II; ampliação da nossa AMAN; construção do Hospital Geral de São Paulo; etc. –, transformou-se num verdadeiro pesadelo para a expressão militar do Poder Nacional, principalmente a partir de 1995 até os nossos dias. Exasperados, acompanhamos, nesse espaço de tempo, a gestão de governos medíocres, incapazes de compreender a urgente necessidade de haver um maior equilíbrio entre investimentos nos campos do Desenvolvimento e da Segurança. Apesar disso, a partir de 2003, empenharam-se para que o País viesse a ser membro efetivo do Conselho de Segurança da ONU, mesmo sem poder militar, para respaldar suas posições. Como é óbvio, nada conseguiram. Recursos inexistem para o fortalecimento do poder de dissuasão das Forças Armadas, mas sobram para a larga distribuição de incontáveis bolsas assistencialistas, particularmente da injusta e bilionária bolsa-ditadura, usurpando o sofrido contribuinte, a fim de favorecer perversos terroristas. Além disso, eles beneficiam vasta gama de conhecidos aproveitadores, alguns fáceis de encontrar nas bienais do livro, outros visitando os irmãos Castro, verdugos empedernidos da longeva ditadura que, há 53 anos, infelicita o povo cubano. Releva enfatizar, neste prólogo, que os revanchistas da esquerda que estão no poder – não satisfeitos com as graves restrições de recursos impostas às Forças Armadas e com o tratamento discriminatório dado aos militares, sob todos os aspectos, especialmente o financeiro – tiveram a petulância de criar, com o conluio de um inexpressivo Congresso, o que ousaram chamar de “comissão da verdade”. Deixaram-na nas mãos de um governo que se destaca pelos mentirosos que o integram. Como acreditar numa comissão cujos membros são designados por um agente faccioso diretamente interessado na orientação e nos resultados do trabalho? O nosso “Orvil”, a ser lançado quarenta e oito anos após o segundo desaire sofrido pelos comunistas em nosso país, irá se constituir no primeiro óbice à farsa montada por um governo que andou nas trevas até para escolher os seus ministros. Antevejo, com a implementação dessa abjeta comissão, um passo decisivo do inimigo hostil para aviltar as Forças Armadas, em especial o Exército, e para desvendar novas perspectivas na consolidação da quarta tentativa de tomada do poder.

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Todavia, já reponta, incisivamente, no âmbito castrense, para nosso justificado gáudio, a ideia, lúcida e oportuna, de que é urgente e imprescindível encetar substancial reação a mais essa ignóbil tentativa. Parafraseando Santo Agostinho, assevero que “enquanto houver vontade de lutar, haverá esperança de vencer”.

General Geraldo Luiz Nery da Silva Acadêmico Emérito da Academia de História Militar Terrestre do Brasil e Membro do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil

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