Procedimentos Ecoguiados em Cirurgia Vascular | Felipe Coelho Neto

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Procedimentos Ecoguiados em Cirurgia Vascular

Desde então, vários dispositivos (modo A, B e M) foram desenvolvidos para captar imagens das estruturas vasculares por via intravascular e transesofágica. Em 1972, publicaram pela primeira vez as imagens intravasculares seccionais de vasos, adquiridas pelo IVUS, usando impressionantes miniaturas de transdutores multielementares posicionados na ponta de um cateter.3,7 Atualmente, o cateter de IVUS apresenta componentes multielementares e opera em modo B de alta resolução, utilizando frequências entre 10 e 45MHz. Os cateteres com frequência elevada proporcionam alta resolução na aquisição das imagens, porém apresentam diminuição do campo visual e perda do poder de penetração. Dessa forma, com a miniaturização das sondas, o IVUS surgiu como uma modalidade ideal de imagem adjuvante que auxilia na realização de intervenções percutâneas vasculares8 (Figura 13.1). Por tratar-se de um método de fácil manuseio e com elevada precisão na determinação de múltiplos parâmetros de imagens, obtendo com detalhes informações morfológicas das lesões, esta modalidade tem sido útil e é muitas vezes empregada em diversos procedimentos cardiovasculares em centros de referência mundial.3 Atualmente, o IVUS apresenta grande destaque na cardiologia intervencionista e muitos dos trabalhos realizados foram desenvolvidos no tratamento da doença arterial coronariana.9-12 Em 1991, Yock et al.13 publicaram um trabalho pioneiro em que utilizaram o IVUS intracoronariano para visualizar detalhadamente o interior dos vasos e aperfeiçoar as técnicas terapêuticas, obtendo resultados animadores, principalmente quando foi usada a combinação de imagem com a intervenção.13 Recentes avanços tecnológicos nos cateteres de IVUS desenvolveram sistemas de processamento computadorizado em tempo real de alta resolução em escala de cinza, que proporcionam informações tridimensionais visualizadas no monitor do aparelho, as quais podem ser digitalmente gravadas, facilitando a realização de intervenções que envolvem os sistemas arterial e venoso.8,14-18

Em adição, esse método de imagem fornece informações durante os procedimentos, auxiliando na escolha apropriada das técnicas percutâneas, assiste no posicionamento (procedimentos ecoguiados), na liberação precisa dos dispositivos e permite a monitoração da eficácia dessas intervenções.1-2,14-20

ACESSOS E TIPOS DE CATETERES Atualmente, o mercado nacional disponibiliza somente dois aparelhos de IVUS, que são os aparelhos da Volcano (Volcano Corporation, Rancho Cordova, CA, EUA) e os da Boston Scientific (Boston Scientific, Natick, MA, EUA). Existem dois tipos de sistemas de imagem, o mecânico (transdutor rotacional) e o phased array de cadeia multielementar (transdutor fixo operado eletronicamente). Ambos apresentam diferenças de manipulação, sistemas de controle e apresentação das imagens (Figura 13.2A e B). O phased array apresenta até 64 elementos na produção de imagens com um fio-guia centralizado, porém esse tipo de dispositivo diminui a quantidade de artefatos relacionados com o fio-guia, intensificando a visão circunferencial do lúmen vascular, o que não ocorre com o transdutor rotacional. Entretanto, os dois tipos de sistema produzem informações clínicas similares. A Volcano Corporation, além da geração eletrônica de imagens, conta com a tecnologia do cateter de IVUS Revolution, composto de sistema rotacional chamado revo pullback,que recua e provoca a rotação do cateter. Esse cateter apresenta frequência de 45MHz, com perfil de 3,2F, e proporciona imagens com maior qualidade, em razão da elevada frequência com que trabalha, e tem indicação bem estabelecida para avaliações das artérias coronárias. Dessa forma, o aparelho da Volcano trabalha com os dois sistemas (mecânico e eletrônico). Recentemente, foi lançado pela Volcano o cateter PV 0,35 centimetrado para as intervenções em grandes vasos (aorta e artérias ilíacas, veia cava e veias ilíacas). O novo dispositivo substituiu o antigo cateter, entretanto ainda não está disponível em território nacional, pois se encontra em processo de registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) (Tabela 13.1). Os cateteres de IVUS podem ser introduzidos através de acessos vasculares realizados por bainha (5 a 9F), cujo diâmetro varia de acordo com o tamanho do vaso de interesse e do cateter indicado. Atualmente, utiliza-se tanto o Volcano S5 quanto o sistema integrado; e o cateter mais utilizado para o segmento aortoilíaco e/ou iliacocaval é o de 8,2F (cateter de 10MHz) (Figura 13.3A e B). Esse cateter navega em fio-guia

A

B Figura 13.1 Miniaturização das sondas de ultrassom intravascular (IVUS) demonstrada pelo cateter eagle eye® (Volcano Corporation)

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Figura 13.2 (A e B) Cateter de IVUS rotacional (A). Cateter de IVUS phased array de cadeia multielementar (B)

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