casos, e icterícia em aproximadamente 5%. A dor de garganta costuma ser acompanhada de faringite com hipertrofia de amígdalas, ocasionalmente com exsudato branco-acinzentado e petéquias no palato, assemelhando-se a faringoamigdalite estreptocócica e levando ao uso inadvertido de antibiótico com frequência. Na prática, a faringoamigdalite que teve indicação de antibiótico e não melhora com penicilina deve apontar fortemente para a hipótese de mononucleose infecciosa (Figura 6.1). Outros achados são edema palpebral e exantema. O edema palpebral indolor bilateral ocorre na primeira semana de doença em até 30% dos casos e é transitório (sinal de Hoagland). O exantema tem apresentação variável, é mais comum em crianças e aparece em cerca de 3% a 15% dos pacientes. Pode ser maculopapular (Figuras 6.2 e 6.3), petequial, escarlatiniforme, urticariforme ou “eritema-multiforme-símile”. Os pacientes tratados com ampicilina ou amoxicilina irão apresentar um exantema maculopapular pruriginoso em 80% dos casos, provavelmente imunomediado, que se resolve espontaneamente. O EBV também está associado à síndrome de Gianotti-Crosti: um exantema papular eritematoso simétrico nas bochechas, que pode coalescer em placas e durar 15 a 50 dias. Também pode aparecer nas extremidades e nádegas e assemelhar-se a dermatite atópica.
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Figura 6.2 Exantema maculopapular no pescoço, exacerbado pelo uso de amoxicilina, em um adolescente com mononucleose infecciosa
Figura 6.3 Exantema maculopapular nas costas, exacerbado pelo uso de amoxicilina, em um adolescente com mononucleose infecciosa
Complicações
Figura 6.1 Faringoamigdalite em paciente de 11 anos com mononucleose infecciosa
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Poucos pacientes apresentam complicações. A mais temida é a ruptura esplênica, em geral relacionada a traumatismo, que ocorre mais frequentemente durante a segunda semana de doença, a uma taxa abaixo de 0,5% entre adultos. A taxa em crianças é desconhecida, mas provavelmente menor. O aumento das amígdalas e do tecido linfoide da orofaringe pode ser de tal magnitude que pode levar a sintomas obstrutivos das vias respiratórias, como estridor e dispneia. O comprometimento de vias respiratórias pode demandar hospitalização e medidas como elevação da cabeceira, hidratação,
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Mononucleose Infecciosa
15/03/2015 12:50:20