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Pustulose Cefálica Neonatal A pustulose cefálica neonatal caracteriza-se pela presença de pápulas inflamatórias e pústulas na face e no couro cabeludo, com ausência de comedões. Surge nas primeiras semanas de vida e é facilmente confundida com acne neonatal. Na etiologia, está a inflamação do folículo pilossebáceo por diferentes espécies de Malassezia. Casos mais graves podem ser tratados com cetoconazol (creme) a 2% durante sete dias (Figura 37.4).
Figura 37.4 Pustulose cefálica neonatal
Acne Neonatal A acne neonatal caracteriza-se pela presença de comedões abertos e fechados, pápulas inflamatórias e pústulas que podem ocorrer nas primeiras semanas de vida até o terceiro mês. Localiza-se na região malar frontal e no couro cabeludo. Resulta do estímulo androgênico no feto. Pode regredir espontaneamente ou evoluir para a forma de acne infantil. Nesses casos, o RN deve ser encaminhado ao dermatologista para terapêutica adequada (Figura 37.5).
Acropustose Infantil A acropustulose infantil é uma patologia crônica e recorrente de pústulas e vesículas sobre mãos (com predomínio nas palmas) e pés (com predomínio nas plantas). Pode estar presente ao nascimento ou surgir após algumas semanas de
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Figura 37.5 Acne neonatal: comedões e pústulas em região malar
vida. As lesões podem continuar a surgir durante vários meses, mas costumam resolver-se até os 2 ou 3 anos de idade. Elas costumam ser muito pruriginosas. As lesões surgem em surtos com intervalos de 2 a 4 semanas, durando 3 a 7 dias. É comum a escabiose preceder o diagnóstico de acropustulose infantil e, por isso, existe a teoria de que esta patologia possa servir de estímulo para o desencadeamento dessa patologia em crianças predispostas. A pústula é subcórnea ou intraepidérmica e pode conter neutrófilos e eosinófilos. O tratamento inclui anti-histamínicos orais e corticosteroides tópicos.
Foliculite Pustular Eosinofílica Pode estar presente ao nascimento ou nos primeiros dias de vida. As lesões situam-se preferencialmente na face e no couro cabeludo, mas podem surgir em tronco e extremidades. Medem 1 a 3mm de diâmetro e evoluem com crosta em 2 a 3 dias. Costuma evoluir em surtos com intervalos variados. Prurido e irritabilidade são frequentes. É comum identificar eosinofilia periférica. Em um esfregaço da pústula, identificam-se numerosos eosinófilos. Na biópsia de pele, os achados característicos são a espongiose eosinofílica e a pústula subcórnea, com infiltrado inflamatório misto perifolicular e interfolicular. O tratamento pode ser realizado com antibiótico e corticosteroides tópicos. Anti-histamínicos podem ser utilizados para o controle do prurido.
C o p y r i g h t ©2 0 1 5E d i t o r aR u b i oL t d a . Ar a u j o / Na d e r . C u i d a d oI n t e g r a l d oR e c é mn a s c i d o : P r e v e n ç ã oeC o n d u t a sT e r a p ê u t i c a s . Al g u ma sp á g i n a s , n ã os e q u e n c i a i s , ee mb a i x ar e s o l u ç ã o .
Capítulo 37 Dermatoses Mais Comuns do Recém-Nascido
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