PARTE II | Materiais Utilizados na Prática Endovascular
várias camadas (multilayer) está no fato de que torna possível modular o fluxo hemodinâmico dentro do segmento arterial afetado. O desenho do stent Multilayer®, em virtude de sua geometria tridimensional, propõe reduzir a velocidade de fluxo dentro do redemoinho do aneurisma ao mesmo tempo em que melhora o fluxo laminar na artéria principal, preservando os ramos vitais sem a necessidade de fenestras ou ramificações. Dessa forma, de início haverá redução da pressão dentro do saco aneurismático, fazendo com que exista a formação de um trombo organizado (Figura 10.21). O stent Multilayer® pode ser, e está sendo, aplicado em aneurismas cerebrais, da aorta torácica, toracoabdominais e abdominais, e em vasos periféricos.
E-vita® – JOTEC A JOTEC inicialmente apresentava apenas dispositivos para a aorta torácica. Esta endorprótese para o tratamento da aorta torácica é composta por anéis em zigue-zague de nitinol e tecido de poliéster, com diâmetro variando de 22 a 44mm e comprimento de 130 a 230mm. Apresenta sistema de entrega hidrofílico de baixo perfil e liberação do tipo squeeze-to-release, em que uma alavanca é pressionada repetidamente até o implante do dispositivo (Figura 10.22). Nos modelos em que há free-flow, a liberação desse dispositivo é independente, permitindo reposicionamento até um implante preciso. Há também disponibilidade de uma endoprótese híbrida, para procedimentos complexos envolvendo a aorta ascendente e o arco aórtico. É constituída proximalmente por um tubo convencional de dácron e uma parte distal com a endoprótese torácica.14 A partir de 2008, a JOTEC disponibilizou modelo bifurcado, com características semelhantes às do modelo torácico. Há anéis de nitinol com formatação do tipo “pico-vale” no corpo aórtico e “pico-pico” nos ramos ilíacos, acarretando maior flexibilidade neste último para se adaptar às tortuosidades das artérias ilíacas. Há free-flow proximal para fixação suprarrenal, com sistema de liberação independente. Apresenta sistema de entrega hidrofílico de baixo perfil (de 20 a 22Fr) e liberação do tipo squeeze-to-release.
Anaconda® – Vascutek/Terumo Inicialmente desenvolvido, em 1996, por Lutz Lauterjung, em Munique, na Alemanha, o modelo sofreu algumas modificações e foi aprovado pela FDA em 2006.
A
B
Figura 10.22 Endoprótese E-vita® (JOTEC) e seu sistema de liberação squeeze-to-release
Trata-se de endoprótese abdominal bifurcada, trimodular, com sistema de implante totalmente reposicionável e flexibilidade que permite seu uso em aortas com tortuosidade intensa (Figura 10.23). Em sua extremidade proximal apresenta dois anéis de nitinol com quatro ganchos para fixação e prevenção de endoleaks. A abertura proximal é do tipo “boca de peixe” para possibilitar a justaposição da endoprótese com as artérias renais, aumentando assim a área de contato no colo proximal. O esqueleto, composto por anéis multifilamentares independentes de nitinol, é revestido de poliéster ultrafino com trama do tipo woven. Os ramos ilíacos, retos ou cônicos, também são constituídos por nitinol multifilamentar em anéis individualizados, o que confere grande flexibilidade a esses dispositivos. Há disponibilidade comercial dessas endopróteses em diâmetros do corpo principal variando de 19mm a 34mm, e dos ramos ilíacos de 8mm a 21mm. Essa endoprótese é caracterizada por possuir um sistema de guia magnética que já vem pré-cateterizada no corpo principal. Para realização da cateterização do ramo contralateral, utiliza-se uma guia também magnética, assim facilitando a cateterização mediante a atração das guias imantadas.
C
Figura 10.21 (A a D) Ilustração da modulação de fluxo promovida pelo stent Multilayer® (Cardiatis)
10 - Cirurgia Endovascular e Angiorradiologia.indd 116
D
C o p y r i g h t ©2 0 1 6E d i t o r aR u b i oL t d a . B e l c z a k . C i r u r g i aE n d o v a s c u l a r eAn g i o r r a d i o l o g i a . Al g u ma sp á g i n a s , n ã os e q u e n c i a i s , ee mb a i x ar e s o l u ç ã o .
116
05/09/2015 21:20:20